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Núcleo de Educação a Distância
PSICANÁLISE E LAÇO SOCIAL - GRUPO PROMINAS
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
3
Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Um abraço,
4
5
PSICANÁLISE E LAÇO SOCIAL - GRUPO PROMINAS
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
6
O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.
7
Esta unidade trata de Psicologia e Laço Social, tema de gran-
de relevância dentro da Psicologia social, que enfatiza os aspectos
sócio-históricos das relações do ser humano em sociedade e busca
compreender essas relações. Nosso estudo começa ao entendermos
a questão do sujeito, sua subjetividade e sua constituição a partir da
sua vivência em sociedade. A questão subjetiva é importante desde a
antiguidade clássica. Pensadores como Sócrates, Platão e Aristóteles,
chegando a Descartes, Hume, Hegel, Foucault, Deleuze, Heidegger, e
psicanalistas como Freud e Lacan, entre outros tantos nomes alteraram
a concepção que temos do sujeito. Diversos desses autores são estu-
dados nesta unidade.
PSICANÁLISE E LAÇO SOCIAL - GRUPO PROMINAS
8
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
CAPÍTULO 01
PSICANÁLISE: SUJEITO E LAÇO SOCIAL
Recapitulando _________________________________________________ 28
CAPÍTULO 02
SUJEITO, DISCURSOS, GOZO E LAÇO SOCIAL
Recapitulando _________________________________________________ 46
PSICANÁLISE E LAÇO SOCIAL - GRUPO PROMINAS
CAPÍTULO 03
FUNDAMENTOS E TEORIAS DA PSICANÁLISE
9
Recapitulando _________________________________________________ 65
Referências ____________________________________________________ 73
PSICANÁLISE E LAÇO SOCIAL - GRUPO PROMINAS
10
A constituição do sujeito é tema essencial para o campo da
Psicologia, desde a sua configuração enquanto ciência que estuda o ser
humano em seu ambiente, tendo sido, em sua origem, influenciada de
um lado pela filosofia e de outro pelos estudos e práticas da medicina
sobre os corpos e comportamentos humanos.
A Psicologia social enfatiza os aspectos sócio-históricos das
relações do ser humano em sociedade e busca compreendê-las se-
gundo o aspecto da dominação ideológica e vê a conscientização e
emancipação do sujeito como saídas possíveis diante deste determi-
nante cultural. Assim, a Psicologia social estuda o comportamento dos
indivíduos em interação.
Justamente no decorrer da história da humanidade e do acom-
panhamento psicológico dos indivíduos em seu meio, percebeu-se que
o sujeito, para se constituir enquanto tal, precisa da presença de outro
sujeito, pois, diferente dos demais animais, o ser humano não consegue
sobreviver sozinho. Ele não nasce pronto e jamais chega a ficar pronto
naquilo que ele pode vir a ser. Em contrapartida, essa constituição do
sujeito por meio do outro pode ser um problema para um grande núme-
ro de pessoas, traz sofrimento e costuma levar ao adoecimento psíqui-
co e/ou psicossomático.
Como podemos investigar o porquê disto? Esmiuçando, esgar-
çando o conhecimento que temos hoje sobre os sujeitos, partindo do
que se conhece para o que podemos encontrar efetivamente na prática
clínica. Isso é o que defende a teoria psicanalítica, tema deste módulo.
Vale apontar que o século XXI traz desafios que vão colocar em
questão a Psicologia social e comunitária, principalmente com relação
à constituição do sujeito diante de sua cultura, a relação e a formação
dos seus laços sociais (família, vizinhança, amigos, escola, comunida-
PSICANÁLISE E LAÇO SOCIAL - GRUPO PROMINAS
de), na questão dos direitos humanos, da inclusão e da exclusão social
e mediação dos conflitos nos processos sociais, da saúde, bem-estar
e de sustentabilidade possíveis, e sobre as produções socioculturais e
incremento das tecnologias e seus impactos na sociedade.
Assim, no primeiro capítulo iremos abordar a constituição do
sujeito e a construção do laço social, considerando os aspectos histó-
rico, antropológico, científico e filosófico que conformam os estudos do
homem em sociedade.
No segundo capítulo deste módulo discutiremos questões re-
ferentes ao sujeito, considerando a importância da função paterna na
definição da psicanálise como organizadora do sujeito e, enquanto fun-
damentada na cultura, a construção dos laços sociais que ele forma no
decorrer da vida; a importância do aspecto afetivo para o desenvolvi-
11
mento humano e da função civilizatória reguladora; além das questões
referentes ao enfrentamento do sofrimento humano e à criação de ilu-
sões frente ao desamparo social como medidas defensivas.
Para finalizarmos, no capítulo três trataremos das questões
relativas ao sujeito e ao laço social, pensando nas exigências organi-
zacionais governamentais e não governamentais de atendimento e pro-
dução de conhecimento no trabalho profissional inovando práticas que
auxiliem o sujeito no desenvolvimento de sua emancipação diante dos
desafios contemporâneos.
Bons estudos e boas reflexões!
PSICANÁLISE E LAÇO SOCIAL - GRUPO PROMINAS
12
PSICANÁLISE:
SUJEITO & LAÇO SOCIAL
[...] a tese de que a memória não se faz presente de uma só vez, mas se
desdobra em vários tempos” (p. 324). Prossegue sugerindo que a memó-
ria passa por diferentes registros que de tempos em tempos se rearranjam,
são transcritos de diferentes formas, e ao final, numa camada chamada Vor-
bewusstsein (pré-consciência), os traços que continuam sendo inscritos e
rearranjados se juntam a restos de palavras, representações verbais, dando
origem ao nosso Eu (SILVA, 2013, p. 18).
Faz parte da opinião popular sobre a pulsão sexual que ela está ausente na
infância e só desperta no período de vida designado da puberdade. Mas este
não é um erro qualquer, e sim um equívoco de graves consequências, pois é
o principal culpado de nossa ignorância de hoje sobre as condições básicas
da vida sexual. (FREUD, 1905/1990, p. 162).
19
Retomando o conceito de pulsão e suas características dico-
tômicas, no artigo Luto e Melancolia (1915) também aparece a relação
do investimento libidinal quando não se é possível encontrar o objeto de
satisfação da pulsão na realidade. Por exemplo, quando uma pessoa
querida morre, o sujeito parece perder interesse nas coisas do mundo,
ou mesmo parece perder a capacidade de amar, deixa de investir nas
atividades diárias e diminui os sentimentos de autoestima. Essas carac-
terísticas podem ser normais ou patológicas. Assim, afirma Freud que,
quando a libido não pode mais encontrar o objeto investido de afeto na
realidade, a tendência é prolongar sua existência psiquicamente (repre-
sentação/ideia). No luto, esse fenômeno é visto de forma consciente
e pode ser superado no tempo, através de um processo de trabalho
psíquico de elaboração da perda do objeto. No fenômeno patológico,
como no caso da melancolia, a insuportabilidade da perda faz com que
o sujeito retire esse investimento da consciência e passe a direcioná-lo
ao ego, não mais ao objeto perdido, realizando a identificação narcísica
com o objeto.
Relembrando, Freud apreciava explicitar as suas definições
para o funcionamento anímico do sujeito em pares dicotômicos (prin-
cípio de prazer X princípio de realidade); assim, no início, ele define as
pulsões em dois tipos: as de autopreservação e as sexuais. Depois ele
reformula esses conceitos em pulsão de vida e pulsão de morte. A pul-
são de vida são as catexias (impulsos de afetos) que procuram manter
o ego (eu). As pulsões do ego não necessariamente levam à busca por
novos objetos e criam novas oportunidades, mas, sim, ao mecanismo
de repetição. Elas se fixam no sujeito de forma narcísica, segura do
ponto de vista imaginário, mas que se mostram potencialmente produ-
toras de doença psíquica.
O conceito de pulsão de morte em Freud (1920) transforma-se
PSICANÁLISE E LAÇO SOCIAL - GRUPO PROMINAS
27
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2017 Banca: IADES Órgão: Fundação Hemocentro de Brasí-
lia-DF Prova: Psicólogo Nível: Superior
De acordo com a psicanálise freudiana, a instância concebida
como um conjunto de conteúdos de natureza pulsional e de ordem
inconsciente é conhecida como:
a) pulsão
b) sublimação
c) isso
d) inconsciente
e) eu
QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: Instituto Excelência Órgão: Prefeitura de São
Luís do Piraitinga-SP Prova: Psicólogo Nível: Superior
O elemento central da concepção freudiana da pulsão é seu caráter
eminentemente parcial, especificado por uma fonte pulsional (oral,
anal etc.) e por um alvo (a resolução de uma tensão interna). Sobre
a pulsão, assinale a alternativa CORRETA:
a) Enquanto a sexualidade humana é pulsional e obedece a uma força
constante da libido, o sexo no animal é cíclico e biologicamente teleoló-
gico, visando exclusivamente à reprodução.
b) Para Freud, a sexualidade humana é de modo algum passível de
ser subsumida à genitalidade, através da qual a função reprodutora se
perpetua.
c) Freud, em seus estudos, diz por mais estranho que possa parecer, há
algo na natureza mesma da pulsão sexual que é ‘’favorável à realização
PSICANÁLISE E LAÇO SOCIAL - GRUPO PROMINAS
da plena satisfação’’.
d) A pulsão de vida realiza a função de preservação do indivíduo, como
a alimentação, ao passo que as pulsões sexuais realizam as funções de
manutenção da espécie apenas.
QUESTÃO 3
Ano: 2019 Banca: Consel Concursos Órgão: Prefeitura de Cássia
dos Coqueiros-SP Prova: Psicólogo Nível: Superior
Freud, na primeira concepção sobre a estrutura e o funcionamento
da personalidade. Essa teoria refere-se à existência de três siste-
mas ou instâncias psíquicas:
a) inconsciente, subconsciente e pré-consciente.
b) subconsciente, pré-consciente e consciente.
28
d) inconsciente, subconsciente e consciente.
e) inconsciente, pré-consciente e consciente.
QUESTÃO 4
Ano: 2020 Banca: Instituto UniFil Órgão: Prefeitura de Sertaneja–
PR Prova: Psicólogo Nível: Superior
Sobre o Desenvolvimento da Personalidade, de acordo com a Teo-
ria Psicanalítica de Freud, analise as assertivas e assinale a alter-
nativa correta.
I. Não há nenhuma descontinuidade na vida mental. Cada evento
mental é causado pela intenção consciente ou inconsciente e é
determinado pelos fatos que o precederam.
II. O ego é uma das estruturas da personalidade sendo original-
mente criado pelo id na tentativa de enfrentar a necessidade de
reduzir a tensão e aumentar o prazer. Contudo, para fazer isto, o
ego, por sua vez, tem de controlar ou regular os impulsos do id de
modo que o indivíduo possa buscar soluções menos imediatas e
mais realistas.
III. O sonho é uma forma de satisfazer desejos que não foram ou
não podem ser realizados durante o dia. Os “resíduos diurnos”
que formam o conteúdo manifesto do sonho servem como estrutu-
ra do conteúdo latente ou dos desejos disfarçados.
IV. A formação reativa é um mecanismo de defesa, cujo recurso
configura em achar motivos aceitáveis para pensamentos e ações
inaceitáveis. É o processo através do qual uma pessoa apresenta
uma explicação que é ou logicamente consistente ou eticamente
aceitável para uma atitude, ação, ideia ou sentimento que emerge
de outras fontes motivadoras:
a) apenas I e II estão corretas.
PSICANÁLISE E LAÇO SOCIAL - GRUPO PROMINAS
b) apenas II e IV estão corretas.
c) apenas I, II e III estão corretas.
d) todas estão corretas.
QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: CCV-UFC Órgão: UFC Prova: Psicólogo Clínico
Nível: Superior
Sobre o processo denominado de Complexo de Édipo, teorizado
pela Psicanálise, é correto afirmar que:
a) Pai e Mãe são funções, e não necessariamente os genitores da criança.
b) A teoria do Édipo foi abandonada por Freud ainda no início da Psica-
nálise.
c) O Pai cria o vínculo com a criança a partir de sua função biológica de
29
genitor.
d) O Édipo só acontece nos homens, as mulheres passam pelo Com-
plexo de Electra.
e) Quando a criança se distancia naturalmente da Mãe, a função pater-
na não precisa existir.
TREINO INÉDITO
NA MÍDIA
NA PRÁTICA
32
SUJEITO DISCURSOS,
GOZO & LAÇO SOCIAL
34
inflige as exigências pulsionais e o supereu entra em um estado de ciclo
vicioso.
E tudo que envolve o corpo tem sua representatividade sin-
gular, num contexto cultural e sofre mutações conforme o laço social.
Um exemplo clássico é a tatuagem, um significante que poderia ser
uma tentativa de garantir uma escrita indelével, em tempos volúveis,
em que nada é estável, segundo Bauman (MANSO; CALDAS, 2013).
Ela demarca a unidade, dentro da diversidade e convoca o laço social
por meio da escrita, pois o significado está no olhar de quem lê, nesse
sentido, a tatuagem se aproxima do sintoma. Esse corpo é um corpo
social e também político.
35
LACAN: O SUJEITO E O LAÇO SOCIAL
44
Lacan elaborou três pontos distintos diante das nuances do
simbólico:
1. o significante atua sobre o significado, criando-o, e é a partir
do sem-sentido do significante que ocorre a significação;
2. conceito de cadeia significante – correlato com a formação do
inconsciente e que o automatismo de repetição veicula uma marca inde-
lével e que o inconsciente provavelmente tem correlação com a memória;
3. a funcionalidade do simbólico estrutural: de forma íntegra,
mostra a relação distinta entre a estrutura simbólica e o sujeito X a rela-
ção imaginária do eu e o outro (da linguagem, do discurso universal, da
biblioteca total de Borges, da verdade, do diálogo, do pacto, do acordo
ou do desacordo, da palavra, cujo inconsciente é o discurso, mas sem-
pre da linguagem) e que possui uma função determinante e de exterio-
ridade para o sujeito (MILLER, 2016). De certo modo, observa-se que o
significante desse Outro está implicado com uma ideia de diversidade
de significações.
E qual seria então a função do psicanalista? Como ele deve
conduzir o grande Outro? Deve-se interpretar a excentricidade desse
simbolismo, desfazendo o sintoma. Essa é a primeira teoria analítica de
Lacan, em seus estudos introdutórios, sucessivamente vieram outros
estudos, delimitando de forma mais precisa o seu objeto.
Lacan desenvolveu uma teoria estrutural lógica e o sujeito não
era um dado inicial, apenas o grande Outro. A estrutura lacaniana cap-
tura o ser vivo que fala e por meio da linguagem também se utiliza do
corpo, porém, essa estrutura escraviza o sujeito, fragmentando-o em
efeitos de significante, como no caso da histeria, a estrutura significante
desvitaliza esse corpo (MILLER, 2016).
Se voltarmos à primeira infância, veremos que Lacan lança
mão do amor para explicar o fundamental, o laço social, antes mesmo PSICANÁLISE E LAÇO SOCIAL - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: CESGRANRIO Órgão: UFC Prova: Psicólogo Clí-
nico Nível: Superior.
“O que chamei de estádio do espelho tem o interesse de manifes-
tar o dinamismo afetivo pelo qual o sujeito se identifica primor-
dialmente com a Gestalt visual de seu próprio corpo”. Lacan, J.
Agressividade em psicanálise. In: Escritos. Rio de Janeiro: Zahar,
1995. A teoria lacaniana do estádio do espelho serve, dentre outras
coisas, para pensar os episódios em que a criança se torna agres-
siva. A agressividade entre crianças é explicada, de acordo com
essa referência, pela:
a) emergência da diferença na imagem do outro, já que a imagem do
semelhante coloca em causa sua própria identidade.
PSICANÁLISE E LAÇO SOCIAL - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 3
Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: TJ-GO Prova: Psicólogo Nível: Superior
Françoise Dolto, conhecida psicanalista francesa, ressalta em di-
versos livros a importância de dirigir a palavra à criança enquanto
46
sujeito de desejo, marcado pela linguagem e, logo, pela lei da cas-
tração. No contexto de separação dos pais, ela recomenda escutar
a criança na perspectiva de:
a) considerá-la membro da família, logo, possuidora dos deveres filiais.
b) sugerir que ela decida com quem deseja ficar, logo, atendendo à sua
condição de sujeito de direitos.
c) obter subsídios para a decisão judicial, logo, orientando a conclusão
das avaliações psicológicas.
d) induzi-la a expressar seus sentimentos, logo, considerando a sepa-
ração entre lei e desejo.
e) considerá-la objeto das leis menoristas, logo, subordinada ao Estado.
QUESTÃO 4
Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: TJ-RJ Prova: Psicologia Nível: Superior
Na conhecida Nota sobre a criança (1969), Lacan afirma que o sin-
toma da criança é capaz de “responder ao que existe de sintomáti-
co na estrutura familiar” e, portanto, se define “como representan-
te da verdade”. Ele aponta, assim, para duas formas de articulação
do sintoma infantil: a primeira, que corresponde à articulação sig-
nificante orientada pela metáfora paterna; e a segunda, que decor-
re da subjetividade da mãe e deixa a criança exposta a todas as
capturas fantasísticas. Assim, pode-se dizer que o sintoma infantil:
a) na primeira articulação, corresponde ao lugar condensador de gozo;
na segunda, permite à criança o acesso à significação fálica.
b) na primeira articulação, está ligado à neurose e à perversão; na se-
gunda, à psicose infantil.
c) na primeira articulação, realiza a presença do objeto mais gozar; na
segunda, deixa uma abertura maior às intervenções do analista.
d) na primeira articulação, representa a verdade do casal familiar; na
PSICANÁLISE E LAÇO SOCIAL - GRUPO PROMINAS
segunda, realiza a presença da criança como objeto a.
e) na primeira articulação, corresponde ao terceiro momento do édipo;
na segunda, ao primeiro momento.
QUESTÃO 5
Ano: 2014 Banca: LEGALLE Órgão: TJ-GO Prova: Psicólogo Nível:
Superior
Segundo a psicanálise, podemos conceber a constituição do eu
(moi) como unidade psíquica, correlativamente à constituição do
esquema corporal no qual a criança se identifica com a imagem
do semelhante. J. Lacan relacionou esse primeiro momento da for-
mação do eu com a experiência narcísica fundamental designada
como:
47
a) complexo fraterno
b) estádio do espelho
c) metáfora paterna
d) complexo do desmame
e) dialética fálica
TREINO INÉDITO
EU + 1 = MUITOS
PSICANÁLISE E LAÇO SOCIAL - GRUPO PROMINAS
Fonte: RADIS
Data de Publicação: 01/10/2017
Site: https://radis.ensp.fiocruz.br/index.php/home/reportagem/eu-1-muitos
NA PRÁTICA
PSICANÁLISE E LAÇO SOCIAL - GRUPO PROMINAS
Na prática, o terapeuta precisa conhecer as bases e raízes da psicanáli-
se para desenvolver tecnicamente o lado da arte de interpretar proposta
por esta teoria, pois o método da associação livre é ferramenta do pa-
ciente e a arte interpretativa é responsabilidade do terapeuta.
Considerando a questão inicial sobre a prática, Freud considerou o re-
flexo como protótipo e modelo de comportamento. O estímulo é conce-
bido como um fator de produção de energia, dele resulta uma elevação
do potencial, com ruptura do nível ótimo em que deve permanecer o
organismo. O excesso responsável pelo desequilíbrio terá que ser es-
coado através de resposta adequada. A função da resposta será de
descarga, produzindo o escoamento do excesso de energia, cessa o
estado de desconforto ou de desprazer, recompondo-se a condição de
equilíbrio (princípio da constância).
49
De acordo com Freud, os estímulos responsáveis por mais acréscimo
de tensão não são os que procedem do meio exterior, são os que se
originam no próprio interior do organismo (fome, sede, sexo). Uma des-
carga imediata, tal como no caso do reflexo é impossível.
A ação do terapeuta está na responsabilidade diretiva de mobilizar con-
teúdos inconscientes e traumáticos por meio do método da associação
livre, em alguns casos, por exemplo, de conteúdo traumático e de forte
energia pulsional, podem surgir no setting terapêutico por meio da ca-
tarse, por exemplo, que ocorre uma forte descarga libidinal sem controle
e de conteúdo inconsciente, pois o princípio básico, o verdadeiro signi-
ficado da teoria freudiana é o princípio do desprazer, este movimenta
todo o aparelho mental.
Entendido o básico, o terapeuta, na prática, deve considerar o tripé da
psicanálise: conhecimento – prática – análise, ou seja, um terapeuta
qualificado se preocupa e estuda com afinco a teoria psicanalítica e
suas técnicas, exerce a função de terapeuta na prática lidando com ca-
sos clínicos reais e, por fim, jamais se desgarra de sua própria análise,
condição indispensável para analisar o outro.
50
FUNDAMENTOS & TEORIAS
DA PSICANÁLISE
[...] Freud dispunha de uma explicação completa da histeria, com base nos
efeitos traumáticos da sedução sexual na primeira infância [...] É verdade que
se poderia supor uma aparente exceção a isso a partir do contraste traçado
por Freud entre a causação da histeria e a da neurose obsessiva: a primeira,
afirmava ele, remontava a experiências sexuais passivas na infância, ao pas-
so que a segunda se originaria em experiências ativas. […] Foi somente no
verão de 1897 que Freud se viu forçado a abandonar sua teoria da sedução
[...] e sua descoberta quase simultânea do complexo de édipo [...] que levou
inevitavelmente ao reconhecimento de que as moções sexuais atuavam nor-
malmente nas crianças de mais tenra idade, sem nenhuma necessidade de
estimulação externa [...] (FREUD, 1972, p. 121)
[...] os sintomas são a atividade sexual dos doentes. A prova dessa afirmação
deriva do número crescente de psicanálises de histéricos e outros neuró-
ticos que venho realizando há vinte e cinco anos e sobre cujos resultados
já prestei contas minuciosamente em outras publicações, como ainda conti-
nuarei a fazer. A psicanálise elimina os sintomas histéricos partindo da pre-
missa de que tais sintomas são um substituto - uma transcrição, por assim
dizer, de uma série de processos, desejos e aspirações investidos de afeto,
aos quais, mediante um processo psíquico especial (o recalcamento), nega-
-se a descarga através de uma atividade psíquica passível de consciência.
Assim, essas formações de pensamento que foram retidas num estado de
inconsciência aspiram a uma expressão apropriada a seu valor afetivo, a
uma descarga, e, no caso da histeria, encontram-na mediante o processo de
conversão em fenômenos somáticos - justamente os sintomas histéricos [...]
(FREUD, 1972, p.153)
57
Para complementar os estudos sobre a estruturação do sujeito,
estude o conteúdo também a partir do texto “À guisa de introdução ao
narcisismo”, que explica o desenvolvimento libidinal a partir do esque-
ma proposto para a constituição psíquica do sujeito (autoerotismo – nar-
cisismo – escolha objetal).
tendo dispneia crônica com alguns acessos agudos. Aos 12 anos, apre-
sentava cefaleia, acessos de tosse e perda da voz, logo seguidos de
desânimo e alteração do caráter, evitava contatos sociais, tinha fadiga e
falta de concentração, mas foi a perda da consciência que fez o pai de
Dora encaminhá-la para tratamento com Freud (FREUD, 1997).
A histeria se manifesta sob a forma de distúrbios diversificados
e passageiros, nos quais os mais comuns referem-se a sintomas psi-
cossomáticos e psicomotores (contrações musculares, problemas na
marcha, paralisias faciais etc.), distúrbios da sensibilidade (dores locali-
zadas, enxaquecas, anestesias em campos corporais específicos etc.)
e distúrbios sensoriais (cegueira, surdez e fobia etc.); além de insônia,
desmaios, alterações da consciência, da memória e da inteligência até
situação mais grave de pseudocoma (NASIO, 1991).
62
A primeira teoria freudiana aponta para uma origem da histeria
em vestígios psíquicos associados a um trauma. A histeria é provocada
pela ação patogênica de uma representação psíquica inconsciente e
intensamente carregada de afeto. O que adoece o histérico não é tanto
o vestígio psíquico do trauma, mas o fato de que ele, sob a pressão
do recalcamento, ser sobrecarregado de um excedente de afeto que
insiste no escoamento de sua energia. Consiste no conflito entre uma
representação portadora de um excesso de afeto, por um lado e, por ou-
tro, uma defesa – recalcamento – que torna a representação virulenta.
A histeria de conversão trata-se de um deslocamento de ener-
gia de um estado primário para um secundário. A região somática afeta-
da pelo sintoma conversivo corresponde à parte do corpo anteriormen-
te afetada pelo trauma. Na conversão, a carga energética abandona a
imagem inconsciente para energizar o órgão do qual essa imagem é
reflexo (FREUD, 1997).
Na segunda teoria freudiana, a origem da histeria é uma fan-
tasia inconsciente. O próprio eu infantil, ao longo da sua maturação
sexual, era a sede da tensão (denominada desejo). O trauma nessa
formulação ganha contação microlocal, centrado numa região erógena
do corpo e fixando uma cena traumática (fantasia).
quando Dora despreza a Sra. K., despreza o que já foi introjetado dela,
nela mesma.
No centro do id (determinando a vida psíquica) está o Comple-
xo de Édipo – um desejo incestuoso pela mãe ou uma rivalidade com
o pai. É esse o desejo fundamental que organiza a totalidade da vida
psíquica e determina o sentido da vida. Na mulher histérica, o afeto per-
passa a fantasia feminina, não é a angústia da castração, mas o ódio e
ressentimento para com a mãe. Ela já tem uma fantasia de castração
consumada, já ocorrida também com o desmame.
Dora anunciava essa organização psíquica quando se referia à
Sra. K., elogiando-a como um adorável “corpo alvo”.
64
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: AOCP Órgão: UFFS Prova: Psicólogo Nível: Su-
perior
Assinale a alternativa correta em relação aos aspectos psicodinâ-
micos da neurose, da psicose e da perversão.
a) Na segunda teoria do aparelho psíquico postulado por Freud, em
uma psicose, o ego obedece às exigências da realidade e do superego,
recalcando reivindicações pulsionais.
b) Na psicanálise, postula-se que a neurose se inicia por uma ruptura
entre ego e realidade, deixando o ego sob o domínio do id.
c) Pode-se designar perversão o conjunto de comportamentos psicos-
sexuais atípicos na obtenção de prazer sexual, em que há presença de
um mecanismo de recalcamento intenso, provocando sentimentos de
culpa.
d) Freud descreveu como principais mecanismos da histeria de conver-
são a anulação retroativa e o isolamento.
e) Seguindo a teoria pulsional da psicanálise, há, na neurose obsessiva,
uma fixação na fase anal e regressão.
QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: CCV-UFC Órgão: UFC Prova: CCV-UFC - 2019 -
UFC - Psicólogo - Clínica Nível: Superior
Sabemos que o conceito de cura para a teoria psicanalítica não
coincide com o que habitualmente se entende por cura, principal-
mente nas ciências da saúde. Com relação ao conceito de cura na
Psicanálise, é correto afirmar que:
a) A travessia do fantasma se dá no processo de ir contra a inércia libidi-
PSICANÁLISE E LAÇO SOCIAL - GRUPO PROMINAS
nal, ou do gozo, é esse trabalho que possibilita uma mudança subjetiva
na regulação da dor e do prazer, não que o analisando deixe de ter
sintomas, mas a relação entre paciente, sintoma e gozo se modifica e o
permite um plus nessa operação.
b) Em um dos seus últimos textos, Freud deixa claro que o mal-estar é
inerente ao homem na condição de civilizado, dito isso não poderia exis-
tir uma cura para o seu sofrimento; entretanto, segundo ele, a análise
possibilita uma forma de autoconhecimento que propicia uma aceitação
dessa realidade, o que aplaca o sofrimento inerente à vida comunitária.
c) O fim da análise é o que se pode classificar como cura para outras
áreas, não existe cura propriamente dita porque o analisando não dei-
xará de sofrer, entretanto, uma vez que ele tenha esgotado o registro
simbólico, objetivo da análise, poderá construir um novo registro basea-
65
do na interseção entre o real e o imaginário, diminuindo significativa-
mente o sofrimento.
d) No início da Psicanálise, Freud acreditava que a cura se dava com
a descoberta do evento traumático que ocasionou o sintoma, com a
formulação da segunda tópica e os diversos atendimentos de seus pa-
cientes, e dos pacientes de seus colaboradores, ele descobriu que a
reformulação, ou ressignificação, do Complexo de Édipo era o fim da
análise, uma vez que todos os traumas tinham essa origem.
e) Em Lacan, o fim da análise se dá no que chamou de torção do dis-
curso do mestre, dentro dos quatro discursos, Lacan afirmou que o ana-
lisando chega ao analista preso no discurso do capitalista. A função do
início de análise é torcer esse discurso para que ele se torne o discurso
da histeria, esse por sua vez, no curso da análise, irá girar para o dis-
curso do mestre e no fim da análise fará o último giro discursivo virando
o discurso do universitário.
QUESTÃO 3
Ano: 2019 Banca: CONSULPAM Órgão: Prefeitura de Resende - RJ
Prova: médico Psiquiatra Nível: superior.
As práticas psicoterápicas são fundamentais para o tratamento de
pacientes psiquiátricos, sobre contraindicações para o tratamento
usando a psicanálise, afirma-se:
I. Os analistas deveriam evitar analisar amigos, parentes ou pes-
soas com quem tenham outro envolvimento.
II. Pensamento concreto ou ausência de disposição psicológica
não são bons indicadores para a prática.
III. A presença de extrema desonestidade ou transtorno da perso-
nalidade antissocial não favorece o tratamento analítico.
Assinale a opção CORRETA:
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QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: FCPC Órgão: UNILAB Prova: Psicólogo Nível:
Superior
Acerca do Complexo de Édipo na Psicanálise, é correto afirmar
que:
a) Vai sedimentar na neurose a questão do ter o falo, e na perversão o
ser o falo.
66
b) Estabelece a relação da cadeia significante em função do S1 (falo),
S2 (significante materno) e Sn (Nome-do-pai).
c) Cria uma nova relação entre o sujeito-objeto, onde no menino fará
com que ele se volte para a Mãe e para a menina que ela se volte para
o Pai como objetos secundários do desejo.
d) É considerada uma etapa decisiva na estruturação psíquica, pois é
através dela que a organização libidinal vai apontar para uma economia
psíquica que será fechada dentro do processo de individuação.
e) Se dá na interdição do(a) filho(a) pelo Pai na relação incestuosa Mãe-
-criança, a efetivação dessa interdição cria o terreno para a significação
do narcisismo primário frente à impossibilidade do objeto, criando a eco-
nomia psíquica que desembocará em um dos grupos estruturais para a
psicanálise: neurose, fobia, perversão, psicose ou autismo.
QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: FADESP Órgão: Prefeitura de Marabá - PA Prova:
Psicólogo Nível: superior
Analise as assertivas abaixo, sobre a teoria da psicanálise.
I- A infância é uma época decisiva na organização da personalidade.
II- A ação educacional tem valor primordial na estruturação e no
ajustamento da personalidade.
III- Sonhos, arte, cultura, sintomas neuróticos são válvulas de es-
cape da libido recalcada.
Está(ão) correta(s) a(s) assertiva(s)
a) I, II e III.
b) I e III.
c) II e III.
d) I.
e) II.
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TREINO INÉDITO
NA PRÁTICA
PSICANÁLISE E LAÇO SOCIAL - GRUPO PROMINAS
69
GABARITOS
CAPÍTULO 01
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05
C A D C A
TREINO INÉDITO
Gabarito: E
70
CAPÍTULO 02
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05
A A A D B
TREINO INÉDITO
Gabarito: A PSICANÁLISE E LAÇO SOCIAL - GRUPO PROMINAS
71
CAPÍTULO 03
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05
E A D A A
TREINO INÉDITO
Gabarito: A
PSICANÁLISE E LAÇO SOCIAL - GRUPO PROMINAS
72
BARATTO, G. A Descoberta do Inconsciente e o Percurso Histórico de
sua Elaboração. PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2009, 29 (1),
74-87. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_art-
text&pid=S1414-98932009000100007&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
DOR, Joel. Introdução à leitura de Lacan. 3ª ed. Ed. Artes Médicas, 1992.
75
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