Psicologia Forense
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O PSICÓLOGO FORENSE 19
PERÍCIA CIVIL 31
PSICOLOGIA DA POLÍCIA 36
A PSICOLOGIA E O DIREITO 55
ASSISTENTE TÉCNICO 59
REFERÊNCIAS 118
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● Psicologia do Crime
● Avaliação Forense
● Clínico Forense
● Psicologia no sistema correcional
● Psicologia aplicada aos Programas de Prevenção
● Psicologia da Polícia
● Assessoria
● Pesquisa
○
● Disputa de guarda: nos processos de separação ou divórcio é preciso definir
qual dos ex-cônjuges deterá a guarda dos filhos. Em casos mais graves,
podem ocorrer disputas judiciais pela guarda (Silva, 2006). Nesses casos, o
juiz pode solicitar uma perícia psicológica para que se avalie qual dos
genitores tem melhores condições de exercer esse direito. Além dos
conhecimentos sobre avaliação, psicopatologia, psicologia do 15
desenvolvimento e psicodinâmica do casal, assuntos atuais como a guarda
compartilhada, falsas acusações de abuso sexual e síndrome de alienação
parental podem estar envolvidos nesses processos. Portanto, é necessário
que os psicólogos que atuam nessa área estudem esses temas, saibam seu
funcionamento e busquem a melhor forma de investigá-los, de modo a
realizar uma avaliação psicológica de qualidade.
●
Psicólogo jurídico e o direito civil: o psicólogo atua nos processos em que são
requeridas indenizações em virtude de danos psíquicos e nos casos de interdição
judicial.
● Dano psíquico: o dano psíquico pode ser definido como a sequela, na esfera
emocional ou psicológica, de um fato particular traumatizante (Evangelista &
Menezes, 2000). Pode-se dizer que o dano está presente quando são
gerados efeitos traumáticos na organização psíquica e/ou no repertório
comportamental da vítima. Cabe ao psicólogo, de posse de seu referencial
teórico e instrumental técnico, avaliar a real presença desse dano. Entretanto,
o psicólogo deve estar atento a possíveis manipulações dos sintomas, já que
está em suas mãos recomendação, ou não, de um ressarcimento financeiro
(Rovinski, 2005).
● Interdição: a interdição refere-se à incapacidade de exercício por si mesmo
dos atos da vida civil. Uma das possibilidades de interdição previstas pelo
código civil são os casos em que, por enfermidade ou deficiência mental, os
sujeitos de direito não tenham o necessário discernimento para a prática dos
atos da vida civil. Nesses casos, compete ao psicólogo nomeado perito pelo
juiz realizar avaliação que comprove ou não tal enfermidade mental. À justiça
interessa saber se a doença mental de que o paciente é portador o torna
incapaz de reger sua pessoa e seus bens (Monteiro, 1999).
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As avaliações psicológicas
individualizadas, previstas em lei, são
inviáveis nos presídios brasileiros sem razão
das superpopulações existentes. Pelo mesmo
motivo, proporcionar um “tratamento penal”
aos apenados ou estabelecer outro tipo de
relações institucionais com os demais
funcionários, internos e/ou seus familiares são
tarefas difíceis para os psicólogos que
trabalham junto ao sistema carcerário (Kolker,
2004). Existe ainda o trabalho dos psicólogos
junto aos doentes mentais que cometeram
algum delito. Esses sujeitos recebem medida
de segurança, decretada pelo juiz, e são encaminhados para Institutos Psiquiátricos
Forenses (IPF).
]Além de abrigar esses doentes mentais, os IPF são responsáveis pela
realização de perícias oficiais na área criminal e pelo atendimento psiquiátrico à
rede penitenciária. Atualmente existem no Brasil 28 instituições psiquiátricas
forenses e cerca de 4 mil internos (Piccinini, 2006). No Rio Grande do Sul, o
Instituto Psiquiátrico Forense Maurício Cardoso (IPFMC) foi o segundo fundado no
País, em 1924.
O trabalho do psicólogo nesse instituto teve início em 1966, através do
estágio curricular de psicopatologia. Inicialmente as atividades da Psicologia eram
subordinadas à Medicina, pois havia a necessidade de prescrição médica para os
pacientes psicóticos. Além disso, os laudos psiquiátricos elaborados não eram
assinados pelos psicólogos, devido a um dispositivo legal que atribuía a
competência e a responsabilidade desses laudos ao psiquiatra forense (Modena,
2007). Com o passar dos anos houve ampliação do atendimento multidisciplinar,
que passou a reunir as diferentes habilidades técnicas em prol de uma prestação de
serviço com maior qualidade aos pacientes.
Assim, o Setor de Psicologia foi alcançando sua independência e autonomia
dentro dos IPF. Psicólogo jurídico e o direito do trabalho: o psicólogo pode atuar
como perito em processos trabalhistas. A perícia a ser realizada nesses casos serve
como uma vistoria para avaliar o nexo entre as condições de trabalho e a
repercussão na saúde mental do indivíduo.
Na maioria das vezes, são solicitadas verificações de possíveis danos
psicológicos supostamente causados por acidentes e doenças relacionadas ao
trabalho, casos de afastamento e aposentadoria por sofrimento psicológico. Cabe
ao psicólogo a elaboração de um laudo, no qual irá traduzir, com suas habilidades e
conhecimento, a natureza dos processos psicológicos sob investigação (Cruz &
Maciel, 2005).
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Vitimologia
Psicologia do testemunho
O PSICÓLOGO FORENSE
Elaboração de relatórios
Os relatórios são os documentos elaborados pelos peritos nos quais são
respondidas as perguntas formuladas pelo juiz. Elas servem como prova pericial. O
psicólogo forense deverá realizar um relatório quando sua opinião for requisitada em
relação a um assunto judicial.
O conteúdo do relatório deve ser preciso e específico, omitindo qualquer
detalhe que for supérfluo. Ou seja, deve se voltar diretamente à questão do assunto.
Da mesma forma, sua redação deve ser clara, tentando evitar a utilização de uma
linguagem muito específica.
Não podemos nos esquecer de que esse tipo de documento será entregue a
pessoas não especializadas no mundo da psicologia, nem no campo científico.
Devido a isso, não devemos ser extremamente técnicos, pois o que queremos
transmitir poderia não ser compreendido.
Ao mesmo tempo, não podemos fugir dos parâmetros da objetividade e do
rigor científico. Qualquer teste psicológico que tenha sido realizado deve ser
devidamente informado. Deve-se apontar sua utilidade, a forma como foi realizado,
os resultados obtidos, a fiabilidade dele etc.
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Perfil profissional
Como é evidente, será necessário que o psicólogo forense conte com
formação universitária em Psicologia. Além disso, deve ter se especializado nessa
área do conhecimento.
E isso não é suficiente. Deverá ter aperfeiçoamento profissional e ter
conhecimento das novidades que surgem nesse campo em diferentes artigos
científicos. Por outro lado, não é requerido apenas o conhecimento na área da
psicologia, também é preciso ter conhecimentos de Direito.
Portanto, é um profissional que deverá saber como o processo é realizado,
assim como as diferentes leis que o amparam e que, da mesma forma, determinam
sanções que podem ser aplicadas por uma má práxis. Mas nem tudo se resume aos
conhecimentos acadêmicos. O psicólogo forense não pode se deixar envolver
emocionalmente no caso que está analisando, pois macularia a missão para a qual
foi designado como perito.
A empatia também é uma característica que deve ser avaliada, assim como a
tolerância à frustração. A assertividade e uma boa oratória são características que
contam pontos nesse âmbito de trabalho.
Por fim, o psicólogo forense rompe com a ideia que se tem da profissão
estereotipada do psicólogo que as séries e os filmes podem mostrar. A psicologia
jurídica e forense é um campo, por vezes, desconhecido, mas necessário para
resolver questões que exigem um ponto de vista mais científico.
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http://satepsi.cfp.org.br/docs/codigode-etica-psicologia.pdf
PERÍCIA CIVIL
Está guarda uma relação, mas que não se confunde, com a mediação e a
conciliação. Institutos que têm enquadramentos específicos e profissionais não
necessariamente formados em psicologia.
Assim, no âmbito das perícias podem ocorrer intervenções com o uso de
técnicas próprias à psicologia, e que em muito contribuem para a elaboração dos
conflitos e solução dos litígios.
Para citar algumas: a conscientização do significado e das consequências
das disputas, sobretudo, para os filhos; mediação das relações com o fortalecimento
dos vínculos; a prevenção de transtornos psíquicos ou de seu agravamento;
acompanhamento da situação objeto do litígio; recomendação de psicoterapias
específicas às situações analisadas.
No parágrafo 2º consta que o juiz poderá determinar a produção de prova
técnica simplificada, com a inquirição de especialista, quando o ponto controvertido
for de menor complexidade. Uma inovação cuja definição a priori é um tanto difícil
quando se trata de questões inerentes à avaliação psicológica, uma vez que, em
geral, é no curso da perícia que a complexidade pode ser avaliada. Mas a prática o
dirá. Como também a experiência indicará, acredito, a necessidade da presença de
assistente técnico na inquirição de especialista.
Mas é o artigo 466 que traz importante controvérsia quanto ao concurso do
assistente técnico no campo da psicologia. Diz o parágrafo 2º: “O perito deve
assegurar aos assistentes das partes o acesso e o acompanhamento das
diligências e dos exames que realizar, com prévia comunicação, comprovada nos
autos, com antecedência mínima de cinco dias”.
Já a resolução 008/2010 do Conselho Federal de Psicologia que trata a
respeito da atuação do psicólogo como perito e assistente técnico no Poder
Judiciário, aponta que os assistentes técnicos são de confiança da parte para
assessorá-lá e, sublinho, garantir o direito ao contraditório. No entanto, observo que
no Capítulo I – Realização da Perícia, o artigo 1º diz que “o psicólogo perito e o
psicólogo assistente técnico devem evitar qualquer tipo de interferência durante a
avaliação que possa prejudicar o princípio da autonomia teórico-técnica e
ético-profissional, e que possa constranger o periciando durante o atendimento”.
E diz o artigo 2º: “O psicólogo assistente técnico não deve estar presente
durante a realização dos procedimentos metodológicos que norteiam o atendimento
do psicólogo perito e vice-versa, para que não haja interferência na dinâmica e
qualidade do serviço realizado” (grifos meus).
Certo é que não há de se questionar a hierarquia das normas. No entanto,
cabem algumas considerações e, quiçá, a ponderação de princípios para que a
diferença entre o CPC e a referida resolução seja devidamente sopesada. Minha
experiência como perita e como assistente técnica recomendam cautela e
amadurecimento quanto a esta questão, e que deve ser considerada caso a caso.
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PSICOLOGIA DA POLÍCIA
[...] Um dos propósitos de sua criação [Delegacia de Proteção à Mulher] foi garantir
atenção especializada às mulheres que procuravam as delegacias de polícia e
frequentemente eram submetidas a tratamentos vexatórios e negligentes. De fato, a
criação das delegacias especiais motivou muitas mulheres a denunciar, publicitando
o problema da violência contra a mulher - mormente a doméstica e a sexual e
questionando, dentre outros preconceitos, os fundamentos da máxima “em briga de
marido e mulher não se mete a colher” [...]
Por outro lado, o psicólogo jurídico, ainda de acordo com Brasil (2002),
possui sua descrição de cargos baseada em:
As delegacias especializadas
O Estado, para
preservar a Ordem
Pública, segundo
Marcineiro e Pacheco
(2005), faz valer seu
poder de polícia por meio
de suas instituições
policiais, judiciárias e
penitenciárias,
organizadas de modo
sistêmico. Para Silva
(1992, p. 105), a “[...]
finalidade básica da
polícia civil é a
preservação da ordem jurídica, da paz social e a garantia dos direitos e liberdades
do cidadão.” Define Lazzarini et al (1987, p. 20) o conceito de polícia como,
Criança e Adolescente
O Estatuto da Criança e
do Adolescente (ECA), Lei n°
8.069, de 13 de julho de 1990,
dispõe sobre a proteção integral
à criança e ao adolescente,
estabelece que crianças e
adolescentes sejam
considerados “sujeitos de
direitos, que vivenciam condições especiais e particulares, cujo desenvolvimento
físico, mental, moral e social deve ser garantido em condições de liberdade e de
dignidade”. (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2009, p. 14)
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente é determinado para
tratamento legal quem são as crianças e os adolescentes. Definido pela idade se
estabelece os limites de que até 12 anos de idade incompletos, é considerado
criança; e entre os 12 aos 18 anos de idade são considerados adolescentes.
(BRASIL, 1990) O Estatuto assegura que as crianças e os adolescentes consigam
ser tratados como sujeitos de direito, com o intuito de criar uma nova política para
atender a infância e a juventude, tendo como base a constituição com o princípio da
descentralização política-administrativa, conforme observa Digiácomo e Digiácomo
(2013):
Dispõe, ainda, que nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma
de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, por
qualquer pessoa que seja, devendo ser punido qualquer ação ou omissão que
atente aos seus direitos fundamentais. Ainda, no seu artigo 7º, disciplina que a
criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e à saúde, mediante a
efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o
desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
Mulher
A referida Lei vem com o intuito de criar mecanismos que venham reduzir a
violência doméstica e familiar contra as mulheres, e punir de forma rígida quem as
cometam, além de criar juizados especiais para dar mais agilidade nesses casos. A
violência doméstica conforme o Art. 5º da mesma Lei é considerada:
Qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio
permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente
agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos
que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou
por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha
convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. (BRASIL, 2006b)
As Delegacias
Especializadas de
Atendimento à Mulher
foram uma experiência
pioneira, genuinamente
brasileira desde sua
criação e contribuíram
para dar visibilidade ao
problema da violência
contra a mulher,
especialmente aquela
ocorrida no ambiente
doméstico, no interior
das relações conjugais e
familiares, para o reconhecimento, pela sociedade, da natureza criminosa da
violência baseada em diferenças de gênero, a qual a mulher estava submetida; e
permitiu a institucionalização da política pública de prevenção, enfrentamento e
erradicação da violência contra a mulher no Brasil. (BRASIL, 2006a, p. 17)
I doso
O Brasil, resultante da
dinâmica social, está
passando por alterações no
perfil da sua população,
conforme Camarano et al.,
(1999) o momento
demográfico por qual passa a
população brasileira se
caracteriza por baixas taxas
de fecundidade, aumento da
longevidade e urbanização
acelerada. Ainda segundo a
mesma autora, a interação desta transformação tem alterado a faixa etária das
pessoas, onde a população idosa está se elevando em relação aos demais grupos
etários.
Por outro lado, o estatuto do idoso determina que os idosos terão certos
privilégios perante as pessoas de modo geral como indica o parágrafo único do
artigo 3º da Lei 10.741 traz que:
A PSICOLOGIA E O DIREITO
Esta fase inicial foi muito influenciada pelo ideário positivista, importante
nesta época, que privilegiava o método científico empregado pelas ciências naturais
(Jacó-Vilela, 1999; Foucault, 1996). Mira y Lopes, defensor da cientificidade da
psicologia na aplicação de seu saber e de seus instrumentos junto às instituições
jurídicas, escreveu o “Manual de Psicologia Jurídica” (1945), que teve grande
repercussão no ensino e na prática profissional do psicólogo até recentemente. Dar
relevância a estes dados históricos é importante para desenvolvermos uma reflexão
sobre a prática profissional de psicologia junto às instituições do direito e sobre as
mudanças que têm ocorrido principalmente após 1980, indicando novas
perspectivas para o século XXI.
Desta história inicial decorreu uma prática do profissional de psicologia
voltada quase que exclusivamente para a realização de perícia, exame
criminológico e parecer psicológico baseado no psicodiagnóstico, feito a partir de
algumas entrevistas e nos resultados dos testes psicológicos aplicados. Neste
tocante, segundo Castro (2005), percebe-se que a Psicologia Jurídica como uma
especialidade nasceu na Psicologia Clínica e, mais especificamente no campo da
avaliação psicológica.
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ASSISTENTE TÉCNICO
O assistente técnico é de
confiança da parte envolvida no
processo, sendo indicado e pago diretamente por ela. A parte não é obrigada a ter
assistente técnico na perícia. O perito escreve o laudo e o assistente técnico, o
parecer.
Assim como o laudo é uma prova, o parecer é outra, igualmente. A função de
perito é a em que mais facilmente atingimos o sucesso, devido à ampla oferta desse
encargo. O assistente técnico escreverá um relatório que igualmente constará no
processo. O juiz deverá fundamentar a sua sentença com uma ou mais provas
constantes no processo, que poderão ser o laudo do perito ou o parecer do
assistente técnico.
Desta forma, existem dois mercados de trabalho na perícia judicial: o do
perito e o do assistente. O perito e o assistente técnico não necessitam fazer
concurso, curso de pós-graduação ou qualquer curso de capacitação, assim como
fazer parte de associação, instituto, conselho ou outra agremiação de peritos para
desempenhar a função. Pode-se ser perito judicial em um processo e assistente em
outro. Não há limite de processo para se atuar nas duas funções.
O assistente tem 03 missões cruciais: escrever o seu parecer, tal qual o
perito escreve o laudo; tentar convencer o perito da tese que possui sobre o objeto
da perícia; por último, fazer crítica negativa, pontual, a cada detalhe que não
concorda com o laudo do perito, ou citar os trechos positivos que ajudam sua tese.
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Por ocasiões, a parte nomeia um amigo seu, que tem a intenção de ajudá-lo
muito, porém durante os encontros com o perito e o outro, ou os outros assistentes,
sente-se inseguro por não desfrutar do domínio da realidade da burocracia exigida.
O resultado disso são perdas importantes de intervenções durante reuniões,
vistorias e exames, realizados conjuntamente com o perito. Assim, o assistente
deixa rolar o andamento das teses do perito e do outro, ou dos outros assistentes,
sem suas intervenções.
A escolha errada do profissional pela parte envolvida no processo, em grande
parte, é devida à falta de orientação correta do seu advogado. No terceiro caso, a
empresa escolhe o assistente técnico entre os funcionários que dispõe, justo aquele
cuja área da perícia exige conhecimento.
Custa, aos proprietários e diretores das empresas, compreender que não
basta simplesmente nomear um técnico qualquer para desempenhar as
formalidades do encargo. Entre outras condições, este também necessita ter prática
ou conhecimento sobre perícias para representar a parte com bons resultados.
Costuma-se ver processos onde a disputa de valores é alta, e, no entanto, a
empresa é representada insatisfatoriamente.
Da mesma forma, sobrevêm feitos idênticos nas administrações públicas.
Prefeituras e suas autarquias, departamentos estaduais de estradas ou de
abastecimento de água e saneamento, entre outros, têm este hábito, o de nomear
profissionais de seus quadros. Esses, além de não possuírem experiência,
sentem-se desmotivados, porque não recebem pelo serviço extra, que não é de sua
atribuição imediata.
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Entrevistas:
A entrevista forense tem como
objetivo a obtenção de um relato sobre
uma experiência passada, vivenciada
ou testemunhada, de uma determinada
pessoa (criança ou adulto) e centra-se
nos factos dessa experiência (e.g.,
atores, ações, tempo, espaço).
Para além disso, a entrevista forense é parte integrante de um processo de
investigação criminal e decisão judicial. Esta entrevista não deve ser confundida
com outros tipos de entrevista que possam surgir durante um processo judicial
como, por exemplo, a entrevista clínica que é conduzida no âmbito de um processo
de avaliação psicológica forense. Esta centra-se na obtenção de informações sobre
a história de vida da pessoa (dimensão anamnéstica) e na observação do
comportamento em contexto clínico (dimensão observacional).
A entrevista clínica é um método de recolha de informação que permite
caracterizar o funcionamento psicológico de uma determinada pessoa, sendo um
dos componentes que constituem o processo de avaliação psicológica forense, do
qual farão ainda parte a administração de provas psicológicas e a análise dos
diferentes documentos processuais.
A entrevista forense deverá também ser distinguida de uma intervenção
psicoterapêutica. O seu objetivo não será a resolução de problemas
comportamentais e emocionais da criança, mas sim, obter uma descrição
pormenorizada de uma determinada experiência.
Características da entrevista forense. São elas: contexto coercitivo; falta
parcial ou total de sigilo; transmissão das informações a um público leigo; distorção
consciente das informações; discordância e verificação; papel de investigador.
(MELOY, 1991).
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Nenhum agente jurídico (ex.: advogado) deve ficar junto com o entrevistado
no momento de aplicação dos testes (isso gera interferência nos resultados) e os
protocolos de aplicação dos testes não devem ficar nos autos do processo, pois
pessoas leigas podem fazer uso indevido do material, além de socializar
informações que podem prejudicar futuras aplicações do mesmo teste.
Se, mesmo assim, o juiz solicitar a apresentação dos protocolos nos autos,
uma saída ao perito seria indicar que esses documentos serão apresentados ao
psicólogo assistente técnico, pois ele tem formação para compreender os
protocolos, além de estar submetido ao código de ética profissional. (ROVINSKI,
2007).
A lista completa e atualizada de todos os testes psicológicos (inclusive com
nome, função, ano de publicação, requerente, recepção, análise, avaliação, recurso,
análise do recurso e avaliação final) aprovados pelo Conselho Federal de Psicologia
pode ser consultada de forma gratuita, agora mesmo, 24 horas, na internet, no
“Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos” (SATEPSI), no endereço: Nessa
página virtual mantida pela autarquia CFP, você tem acesso a um conjunto de
documentos sobre a avaliação dos testes psicológicos realizada pelo Conselho
Federal de Psicologia.
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Parecer
O Parecer Psicológico é definido pela Resolução CFP nº 007/2003 como "um
documento fundamentado e resumido sobre uma questão focal do campo
psicológico cujo resultado pode ser indicativo ou conclusivo" (2003b, p. 9).
Explica, ainda, que esse documento tem como objetivo apresentar resposta
esclarecedora, no campo do conhecimento psicológico, através de uma avaliação
especializada, de uma 'questão-problema', visando a dirimir dúvidas que estão
interferindo na decisão, sendo, portanto, uma resposta a uma consulta, que exige de
quem responde competência no assunto. (2003b, p. 9)
Aqui cabe retomar a observação da Resolução nº 007/2003 (2003b) sobre o
fato de o parecer não ser um documento decorrente de avaliação psicológica.
Seu objetivo é diferente do laudo/relatório e, portanto, sua estrutura é mais
objetiva, dispensando o item "procedimentos". Trata-se de uma resposta pontual e
esclarecedora, que exige conhecimento da ciência psicológica. Pareceres podem
ser solicitados por instituições (como escolas), ou profissionais (psiquiatras,
neurologistas, fonoaudiólogos, advogados).
A resposta a essas solicitações não exige a necessidade de realizar uma
avaliação psicológica, pois o psicólogo responderá ao que lhe foi questionado a
partir de seu conhecimento técnico e embasado em referencial teórico pertinente.
Um advogado pode, por exemplo, solicitar um parecer psicológico acerca dos
possíveis benefícios e malefícios da guarda compartilhada para crianças com
menos de dois anos de idade.
Na área clínica, um psicólogo pode ser solicitado a realizar um parecer sobre
a possibilidade de uma criança com Transtorno do Espectro Autista acompanhar
uma classe regular de primeiro ano do ensino fundamental. Nessas situações, o
psicólogo não responderia com base em um único sujeito, mas considerando o atual
estado da arte que motivou tal consulta.
A Resolução CFP nº 007/2003 (2003b) faz referência também à possibilidade
da existência de quesitos, os quais são perguntas elaboradas pelo solicitante da
avaliação. Sempre que existirem quesitos, o parecerista deverá respondê-los de
forma sintética e convincente, não deixando nenhum quesito sem resposta.
Nas situações em que não existam dados suficientes para emitir uma
resposta mais categórica, deve-se utilizar a expressão "sem elementos de
convicção". Se o quesito estiver mal formulado, pode-se afirmar "prejudicado", "sem
elementos" ou "aguarda evolução". Porém, é importante reforçar que todos os
quesitos exigem uma resposta.
Após a apresentação das críticas em relação à nomenclatura do documento,
explorar-se-á a partir de agora a estrutura do parecer. Conforme disposto na
Resolução CFP nº 007/2003 (2003b), quatro itens compõem o parecer:
identificação, exposição de motivos, análise e conclusão. Em relação à
Identificação, diferentemente do laudo, há a orientação de indicar a titulação do
parecerista, assim como a titulação de quem está solicitando.
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Afirmações Categóricas
"A partir das entrevistas realizadas com mãe, pai, filha, avós e tia materna da vítima,
é possível afirmar, com certeza, que abusos sexuais e físicos ocorreram".
Pessoalidade na Escrita
"A seguir apresentamos análise de cada um dos avaliados".
"Nessa ocasião o avô compartilhou conosco a perda da esposa e sua preocupação
com os netos".
Os documentos devem primar pela impessoalidade na escrita, evitando ao
máximo a utilização de linguagem em primeira pessoa, como no exemplo acima.
Para evitar esse erro, sugere-se a utilização de escrita na voz passiva (serão
apresentados), ou reflexiva (apresentar-se-á). No segundo exemplo, o trecho
sublinhado poderia ser substituído por "informou".
"O paciente teve a oportunidade de conviver com seus pais casados por somente
três anos ... Ele cursou a faculdade por cinco anos e, durante todo esse tempo, não
conseguiu avançar além do terceiro semestre".
"Essa escala demonstrou que o paciente se encontra num nível intelectual superior,
com alta capacidade de análise e síntese, bem como de insight.... Suas fraquezas
estão centradas numa dificuldade específica de atenção e de memória imediata, o
que sugere uma baixa capacidade do ego sobre os processos de pensamento."
"Nesse instrumento foi detectada uma tendência do indivíduo de utilizar em demasia
a fantasia, gerando uma forma de pensamento infantil e egocêntrica".
"A análise das características de personalidade de Maria sugere que ela não dispõe
de recursos psicológicos suficientes para enfrentar seus disparadores internos de
tensão. Os dados indicaram que a paciente apresenta um estilo vivencial do tipo
ambígua, isto é, seu estilo de responder as demandas do meio ocorrem tanto por
meio de atividades reflexivas (pensamento), bem como por meio dos afetos
eliciados (emoção)."
A classificação de transtornos
mentais e de comportamento, em
sua décima revisão (CID-10),
descreve o transtorno específico de
personalidade como uma
perturbação grave da constituição
caracterológica e das tendências
comportamentais do indivíduo. Tal
perturbação não deve ser
diretamente imputável a uma
doença, lesão ou outra afecção
cerebral ou a um outro transtorno psiquiátrico e usualmente envolve várias áreas da
personalidade, sendo quase sempre associada à ruptura pessoal e social.
Os transtornos de personalidade (TP) não são propriamente doenças, mas
anomalias do desenvolvimento psíquico, sendo considerados, em psiquiatria
forense, como perturbação da saúde mental. Esses transtornos envolvem a
desarmonia da afetividade e da excitabilidade com integração deficitária dos
impulsos, das atitudes e das condutas, manifestando-se no relacionamento
interpessoal.
Etiologia
Existem estudos que apontam para a ausência de fatores de risco
neuropsiquiátrico para o desenvolvimento de transtorno de personalidade antisocial.
Têm sido investigados aspectos orgânicos, como complicações obstétricas,
epilepsia e infecção cerebral.
Achados anormais no exame eletroencefalográfico (EEG) também foram
encontrados em indivíduos com transtorno de personalidade antissocial que
praticaram crimes. Uma das anormalidades registradas mais frequentemente tem
sido a persistência de ondas lentas nos lobos temporais.
Segundo Eysenck e Gudjohnsson, que elaboraram a Teoria da Excitação
Geral da Criminalidade,7 existe uma condição biológica comum subjacente às
predisposições comportamentais dos indivíduos com psicopatia. Estes seriam
extrovertidos, impulsivos e caçadores de emoções, apresentando um sistema
nervoso relativamente insensível a baixos níveis de estimulação (não se contentam
com pouco, são hiperativos na infância). Assim, para aumentar sua excitação,
participariam de atividades de alto risco, como o crime.
A biologia e a genética molecular vêm colaborando progressivamente para o
entendimento e o tratamento dos pacientes psiquiátricos. No entanto, até hoje, não
foi possível encontrar genes específicos para os diversos transtornos mentais.8 Nos
TP, os genes não podem ser considerados responsáveis pelo transtorno, mas, sim,
pela predisposição. Consequentemente, é fundamental se considerar o ambiente
em que vive o indivíduo e a interação com ele estabelecida. O conceito de espectro
vem sendo utilizado no sentido de demonstrar que, conforme a interação ambiental,
mesmo o sujeito apresentando um gene determinante, pode não vir a expressar o
transtorno mental previsível, ou expressá-lo em um amplo espectro de
configurações clínicas.
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Classificação
A CID, em sua décima revisão, descreve oito tipos de transtornos específicos
de personalidade: paranoide; esquizoide; antissocial; emocionalmente instável;
histriônico; anancástico; ansioso; e dependente.
Diagnóstico
O diagnóstico dos transtornos de personalidade é ainda hoje de difícil
identificação pelos psiquiatras. Esse fato é agravado pelo desinteresse que muitos
deles manifestam pelos transtornos dessa natureza, por entenderem que patologias
desse tipo, por serem permanentes e refratárias a tratamento, não compensam o
atendimento especializado.
Não raramente, o diagnóstico é lembrado somente quando a evolução do
transtorno mental tratado é insatisfatória. A avaliação diagnóstica enfrenta uma
polêmica internacionalmente conhecida, centrada na divergência entre a valorização
maior de entrevistas livres ou aplicação de testes padronizados. Enquanto alguns
profissionais baseiam o seu diagnóstico no relato de seus pacientes e exame direto
de como ele se manifesta emocionalmente, outros já preferem a utilização de testes
padronizados, com questões diretivas.
Segundo Western, a investigação diagnóstica do transtorno de personalidade
antissocial é uma das que mais se beneficia das entrevistas estruturadas, pelos
índices bastante objetivos no que se refere ao comportamento de seus portadores.
Para o diagnóstico de TP é necessária uma boa e minuciosa avaliação
semiológica. Investiga-se toda a história de vida do examinando, verificando a
existência ou não de padrão anormal de conduta ao longo de sua história de vida. A
dinâmica dos processos psíquicos, apesar de inestimável importância, pode
confundir o profissional na categorização dos TP.
Por exemplo, o psiquiatra pode confundir o estado afetivo da esquizotípica,
ou mesmo da esquizoidia, que se caracteriza por expressão afetiva deficiente, com
a indiferença e insensibilidade afetiva do transtorno antissocial. Não se tem ainda
um instrumento confiável para o diagnóstico de TP.
Consequentemente, o índice de confiabilidade do diagnóstico é baixo, sendo
o índice KAPPA de 0,51.13 Os instrumentos de auto aplicação mostraram-se falhos
na identificação desses transtornos. Não se recomenda também o diagnóstico de
TP até a idade de responsabilidade legal que vai até 16 ou 17 anos, preferindo-se o
diagnóstico de transtorno de conduta preferindo-se o diagnóstico de transtorno de
conduta.
As características relacionadas aos TP manifestam-se em circunstâncias
específicas, quando as situações vivenciadas pelo sujeito assumem um significado
tal que despertam reações peculiares que, por sua vez, expressam a dinâmica
psíquica latente. Essa disposição, entretanto, pode interferir de modo mais ou
menos intenso na dinâmica subjetiva e nas diversas modalidades de relacionamento
interpessoal.
É preciso considerar que os TP podem se apresentar como um espectro de
disposições psíquicas que, em grau muito acentuado, seria realmente difícil
distingui-los das psicopatias que, por sua vez, não constituem um diagnóstico
médico, mas um termo psiquiátrico-forense.
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Perícia
No exame pericial, é
fundamental a observação atenta
do comportamento do examinando,
desde o momento de sua entrada
na sala de exame. Isso porque a
tendência do periciando é repetir,
ainda que de forma inconsciente, o
seu padrão de funcionamento
mental, sobretudo como ele se
manifesta no relacionamento interpessoal, o que poderá ser utilizado como critério
de diagnóstico. No próprio relacionamento perito-periciando, é possível perceber
alguns sinais que revelam uma personalidade transtornada com características
antissociais ou mesmo psicopáticas.
Os psicopatas são descritos frequentemente como indivíduos deficientes de
empatia. Empatia é a habilidade de se colocar na posição de outra pessoa; imaginar
o que a outra pessoa está experimentando emocionalmente. Na língua inglesa, a
expressão usada para tal definição é "to be able do put yourself in the other person's
shoes", ou seja, ser capaz de usar o sapato do outro, ser capaz de sentir o que o
outro sente.
Alguns autores fizeram as seguintes referências quanto à (in)capacidade de
empatia e resposta emocional dos psicopatas:
Tratamento
Existe um debate internacional sobre a viabilidade e o alcance do tratamento
dos diversos transtornos de personalidade, sobretudo do tipo antissocial. Segundo
Adshead, os TP ainda representam um desafio terapêutico e o autor propõe um
modelo constituído de sete fatores para checar a viabilidade de seu tratamento. São
eles:
1) a natureza e a gravidade da patologia;
2) o grau de invasão do transtorno em outras esferas psicológicas e sociais, bem
como o seu impacto no funcionamento de diferentes setores de sua vida;
3) a saúde prévia do paciente e a existência de comorbidade e fatores de risco;
4) o momento da intervenção diagnóstica e terapêutica;
5) a experiência e a disponibilidade da equipe terapêutica;
6) disponibilidade de unidades especializadas no atendimento de condições
especiais; e
7) conhecimento científico sobre esse transtorno, bem como atitudes culturais em
relação à concepção do tratamento.
Seriais killers
Para os propósitos
deste estudo, o termo serial
killer será usado para se
referir somente a homens
que cometeram três ou mais
homicídios sexuais seriados,
separados por intervalos
variados de tempo. Existem
outras formas de serial killing,
como assassinatos
praticados por profissionais
de saúde (enfermeiros, médicos) que envenenam pacientes em hospitais ou mesmo
em suas residências, ou ainda homicídios praticados por mulheres, onde
frequentemente não existe um elemento sexual. Como dito antes, este estudo
aborda crimes praticados por homens que matam por motivo sexual.
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Psicopata
Na psicopatia os indivíduos não são
caracterizados nem como psicóticos, nem
como doentes mentais, por não
apresentarem alguns sintomas, tais como
alucinações, delírios ou psicoses. São
conhecidos pelo desprezo com as obrigações
sociais e por uma falta de consideração com
os sentimentos alheios.
Ou seja, os atos do psicopata não resultam de uma mente perturbada, mas
de uma racionalidade fria e calculista, sendo incapazes de considerar os outros
como seres humanos. Assim, as características mais notórias são que esses
indivíduos são pessoas egocêntricas, frias, insensíveis, manipuladoras,
transgressoras de regras sociais, e apesar de saberem exatamente o que estão
fazendo não aprendem com as experiências, por serem desprovidas de sentimento
de empatia, culpa ou remorso (HARE, 1993/2013). No DSM-5 (2014), a
classificação se dá por Transtorno de Personalidade Antissocial em que a
característica essencial é “(...) um padrão global de indiferença e violação dos
direitos dos outros, o qual surge na infância ou no início da adolescência e continua
na idade adulta (p. 659)”.
Em relação aos critérios diagnósticos algumas considerações se referem aos
psicopatas apresentarem fracasso em ajustar-se às normas sociais relativas a
comportamento legais, tendência à falsidade, impulsividade ou fracasso em fazer
planos futuro, ausência de remorso, irritabilidade e agressividade. Em relação às
causas que levam ao Transtorno de Personalidade Antissocial são apontados
fatores genéticos e ambientais (DSM-5, 2014). Segundo Hare (1993/2013), o
escritor Hervey Cleckley foi um dos primeiros pesquisadores a ter impacto ao
apresentar uma concepção definitiva e abrangente a respeito da psicopatia, dizendo
que as características que definem o perfil clínico do psicopata se resumem em:
a) charme superficial e boa inteligência; b) ausência de delírios e outros
sinais de pensamento irracional; c) ausência de nervosismo; d) falsidade e falta de
sinceridade; e) ausência de remorso ou vergonha; f) comportamento antissocial
inadequadamente motivado; g) julgamento deficitário e falha em aprender com a
experiência; h) egocentrismo patológico; i) deficiência geral nas reações afetivas
principais; j) vida sexual e interpessoal trivial e deficitariamente integrada; e k)
fracasso em seguir um plano de vida.
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Por outro lado, a determinação, que depende da capacidade volitiva (ou seja,
a intenção de) é considerada vital pela legislação brasileira. Ela pode estar
preservada nos casos de transtorno de intensidade leve, mas estar comprometida
parcialmente no TPAS ou na Psicopatia, o que pode gerar uma condição jurídica de
semi-imputabilidade (Morana, Stone & Abdalla-Filho, 2006). Na legislação brasileira,
a semi-imputabilidade faculta ao juízo diminuir a pena ou enviar o réu a um hospital
para tratamento, caso haja recomendação clínica de intervenção terapêutica ou de
medida de segurança própria ou alheia. Do ponto de vista clínico, pelos critérios do
DSM-IV (APA, 1995) o comportamento antissocial quando persistente faz parte de
alguns diagnósticos psiquiátricos.
O Transtorno de Conduta e o Transtorno Desafiador Opositivo caracterizam
categorias diagnósticas usadas para crianças e adolescentes, enquanto o TPAS
aplica-se aos indivíduos com 18 anos ou mais. Os estudos que investigam
especificamente o comportamento delinquente tendem a afirmar que a idade de
início e a persistência dos atos infracionais são importantes preditores da
severidade e continuidade da prática de comportamentos antissociais (Farrington,
1995). Assim, identificar a presença de comportamentos e características anti
sociais precocemente pode representar uma maior oportunidade de intervenção
terapêutica ou ações preventivas eficazes.
Já em adultos, a diferenciação clínica entre comportamentos antissociais e
traços psicopatas e condutas infratoras circunstanciais, além de representar
diferenças penais, são de grande valor na determinação prognóstica (Achenbach,
1991; Lambert, Wahler, Andrade & Bickman, 2001), ainda que sempre guardem
reservas nas suas predições. Neste sentido, a avaliação psicológica forense, para
além de questões jurídicas, repercute sobre a qualidade de vida do sujeito avaliado
e suas opções de reinserção social, mostrando-se um campo de estudo vasto e
ainda pouco explorado.
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Por outro lado, a revelação inicial por parte da criança, ou a suspeita do fato
por parte de um adulto, dá início a um longo e tortuoso processo na busca da
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Assim, podemos concluir que este tipo de indicador possui validade, mas não
poder de diferenciação. O grande risco quanto à validade dos achados do psicólogo
é a possibilidade de se confundir indicadores de validade com aqueles que teriam
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estados brasileiros (CEZAR, 2007) e o uso cada vez mais comum da entrevista com
a criança como procedimento único de avaliação psicológica (AMENDOLA, 2009),
tem criado um viés interpretativo de confirmação de hipóteses previamente
construídas.
Conforme Pelisoli, Gava e Dell’Aglio (2011, p.334), “fica claro que apenas
uma entrevista não sugestiva e cuidadosa não garante que outras variáveis deixem
de exercer suas influências”; neste caso, as crenças prévias dos profissionais que
realizam a avaliação da criança exerceriam um papel preponderante e a atuação
dos mesmos se exerceria mais como defensores da criança do que como
avaliadores neutros.
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REFERÊNCIAS
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https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-juridica/a-psicologia-juridica-suasinterl
igacoes-com-o-direito-e-algumas-especificidades -
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orense-expediente/35260 - https://www.scielo.br/pdf/rbp/v28s2/04.pdf -
http://e-revista.unioeste.br/index.php/fazciencia/article/view/11403/9724 -
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-
04712010000100012 - https://opsicologoforense.blogspot.com/ -
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sicologia-forense-a-entrevista/35275
-http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
389X2016000200020 - https://www.redalyc.org/pdf/5255/525552631004.pdf
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