Análise Da Dinâmica Da Cobertura Vegetal Na Região Sul Do
Análise Da Dinâmica Da Cobertura Vegetal Na Região Sul Do
Análise Da Dinâmica Da Cobertura Vegetal Na Região Sul Do
Roberta Rosemback1
Nelson Jesus Ferreira2
Yosio Edemir Shimabukuro1
Jorge Conrado Conforte2
1
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
Divisão de Sensoriamento Remoto
Caixa Postal 515 - 12245-970 - São José dos Campos - SP, Brasil
[email protected]
[email protected]
2
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos
Caixa Postal 515 - 12245-970 - São José dos Campos - SP, Brasil
[email protected]
[email protected]
RESUMO
Este trabalho analisa a dinâmica da cobertura vegetal na Região Sul do Brasil a partir do Índice de Vegetação por Diferença
Normalizada (NDVI) gerado pelo sistema MODIS-Terra e dados meteorológicos durante o período de Fevereiro de 2000 a
Fevereiro de 2006. Foram aplicados métodos estatísticos tradicionais para a observação da variabilidade espaço-temporal e
do comportamento médio da vegetação e da precipitação. Destaca-se que as coberturas e usos da terra predominantes
analisados neste estudo foram: atividade agrícola, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional Decidual e Floresta
Estacional Semidecidual. Os resultados indicam que apesar do regime de chuvas ter sido quase homogêneo durante o
período, a primavera mostrou-se a mais chuvosa das estações, seguida do verão, outono e inverno. Em geral na região Sul
períodos secos acarretam anomalias negativas de NDVI e períodos chuvosos geram anomalias positivas. A análise das
correlações entre NDVI e o transporte horizontal de umidade mostram o papel da Amazônia e do Oceano Atlântico
Sudoeste. Foi possível observar comportamentos semelhantes em áreas sob domínio de tipos vegetais diferentes, como é o
caso da Savana, Floresta Ombrófila Densa e Áreas de Tensão Ecológica; e Floresta Estacional Semidecidual e Decidual. A
Floresta Ombrófila Mista, Estepe, e a Savana Estépica apresentam comportamento diferenciado das demais. A exploração
desses dados e técnicas se mostrou válida ao fomentar novas discussões acerca da otimização dos recursos atualmente
disponíveis para este tipo de análise.
ABSTRACT
This study analyses the vegetation cover dynamic in Southern Brazil using the Normalized Difference Vegetation Index
(NDVI) generated by the MODIS/Terra system and observed precipitation datasets from February 2000 to February 2006
period. Traditional statistical methods were used to observe the vegetation and precipitation space-timing variability and
average behavior. Despite the even distribution of rainfall during this period, the austral spring was the rainiest season,
2. OBJETIVOS
∑ i
A partir das médias sazonais de NDVI, pôde-se
x − xi observar uma significativa variabilidade espacial do
i =1 i =1 NDVI no Sul do Brasil ao longo do ano (Figura 3). A
primavera foi a estação que apresentou valores de NDVI
Onde: mais baixos, evidenciando o tempo de resposta da
L - representa os lags; vegetação à escassez de chuvas, já que o inverno foi a
x e y - representam as variáveis; estação que apresentou menores índices pluviométricos.
x - representa a média da variável x; Em contrapartida, é durante os meses de primavera que
y - representa a média da variável y; ocorrem os maiores índices pluviométricos, o que explica
i e j - representam os limites. os valores de NDVI mais altos nos meses de verão. Nesta
estação, como a vegetação encontra-se no auge do vigor,
Por fim foi aplicado o teste t-Student (equação 4), os valores de NDVI são altos em toda a área, portanto há
para avaliar a significância estatística das correlações pouca distinção entre as comunidades.
calculadas entre NDVI e as variáveis meteorológicas. No outono ocorrem discrepâncias consideráveis
entre os valores de média de NDVI ao longo da região. É
a estação em que melhor se distinguem os diferentes
x −1
t= N −1 (4) grupos de vegetação.
s A imagem da média de NDVI dos meses de
inverno é a menos expressiva, os valores não são altos
Onde: como no verão e nem tão baixos como na primavera,
x - é a média amostral; tampouco são observadas grandes diferenças entre as
s - é o desvio padrão da amostra; classes de vegetação. É uma estação homogênea no que
N - é o número de graus de liberdade. diz respeito ao índice de vegetação.
Nas regiões de intensa atividade agrícola, nas
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES quais as culturas têm ciclos definidos de plantio, a
dinâmica da vegetação é bastante perceptível, mas trata-se
4.1 Sazonalidade de Precipitação na Região Sul de um comportamento bastante peculiar. No Estado do
Paraná, por exemplo, o que fica mais evidente nas
A Região Sul do Brasil situa-se abaixo do imagens é a área classificada como Floresta Estacional
Trópico de Capricórnio, em uma zona temperada Semidecidual de Vegetação Secundária (NO do Estado).
essencialmente influenciada por sistemas meteorológicos Além deste tipo de vegetação perder as folhas no período
transientes de latitudes médias. Ao observar a seco ou frio (o que pode permitir que o efeito do solo
variabilidade da precipitação na região Sul, a partir das influa na resposta), esta é uma área onde a atividade
médias sazonais desta variável geradas para o período de agropecuária é forte (A). Nesta área os valores de NDVI
estudo, a primavera destaca-se como estação mais são mais baixos do que em outras localidades do Estado,
chuvosa, seguida do verão e outono. O inverno é a estação principalmente na primavera.
mais seca. Durante a primavera e o outono, destaca-se
Os resultados obtidos (não mostrados) confirmam também a região do Planalto de Ponta Grossa, ou Campos
que as chuvas são bem distribuídas no Rio Grande do Sul Gerais (B), no Paraná, com valores de NDVI muito
NDVI
0,40 0,20
0,20
0,00 0,00
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Outubro
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Novembro
Junho
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Março
Outubro
Abril
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Setembro
Dezembro
-0,20
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Março
-0,40
meses
meses
0,60
0,80
NDVI
0,40 0,60
NDVI
0,20 0,40
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Agosto
Novembro
Março
Junho
Julho
Outubro
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Janeiro
Fevereiro
Setembro
Dezembro
-0,20
Maio
Agosto
Novembro
Março
meses meses
Fig. 8 - Variabilidade de NDVI durante o ano de Fig. 9 - Variabilidade de NDVI durante o ano de
2005 das classes de vegetação estabelecidas pelo 2005 das classes de vegetação estabelecidas pelo
IBGE. Floresta Estacional Semidecidual; Floresta IBGE. Savana; Floresta Ombrófila Densa; Área de
Estacional Decidual Tensão Ecológica.
0,20
0,00
Junho
Julho
Outubro
Abril
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Fevereiro
Setembro
Dezembro
Maio
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Março
-0,20
-0,40
meses
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Junho
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demais.
Julho
Outubro
Abril
Janeiro
Fevereiro
Setembro
Dezembro
Maio
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Março
0,5
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2003
0,4 2004
0,00
0,3 2005
Junho
Julho
Outubro
Abril
Janeiro
Fevereiro
Setembro
Dezembro
Maio
Agosto
Novembro
Março
0,2 2006
-0,20
0,1
0
meses
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0,3 2002
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2005
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meses
ndvi
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2001
0,3
0,2 2002
0,1 2003
Fig. 12 - Variação de NDVI em área de de Floresta 0 2004
2005
Ombrófila Densa, ao longo dos meses nos anos de
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2006
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2000 a 2006. Gráfico gerado a partir de imagens
ov
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D
NDVI/MODIS (amostras de 3 X 3 pixels). meses
ndvi
0,5
secos) em 2000 e um El Niño (durante o qual há o 0,4
2003
2004
aumento das chuvas) em 2005, esses pontos extremos 0,3
0,2 2005
podem estar relacionados a esses eventos. Aparentemente, 0,1 2006
0
neste caso o NDVI é mais sensível às condições de
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Se sto
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inverno que às de verão.
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meses
Floresta de Transição
1
0,9 Mata de Araucária
0,8
2000
0,7 2001 0,9
0,6 2002 0,8 2000
ndvi
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0,1 2003 0,4 2001
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2005
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2003
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meses
Fig. 15 - Variação de NDVI em área de Mata
Ciliar, ao longo dos meses nos anos de 2000 a
2006. Gráfico gerado a partir de imagens Fig.17 - Variação de NDVI em área de Floresta
NDVI/MODIS (amostras de 3 X 3 pixels). Ombrófila Mista, ao longo dos meses nos anos de
2000 a 2006. Gráfico gerado a partir de imagens
Nas áreas de Estepe (sudoeste do RS) os valores NDVI/MODIS (amostras de 3 X 3 pixels).
mais baixos da média de NDVI ocorrem no final do
inverno provavelmente porque nos meses desta estação as 5. CONCLUSÕES
temperaturas no extremo sul são muito baixas. É uma área
de sazonalidade bastante estável, nota-se que a variação é As imagens NDVI do produto MOD-13,
a mesma em todos os anos estudados (Figura 16). MODIS-Terra, foram eficientes na observação da variação
sazonal das diferentes coberturas vegetais presentes na
Região Sul e na identificação de anomalias na resposta da
Estepe
vegetação. A análise da correlação entre o comportamento
0,8 da vegetação e variáveis climáticas em escala regional não
0,7
0,6
2000
foi abrangente ou aprofundada o suficiente para incitar
0,5
ndvi
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2006
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te
v
meses
foi possível observar a sazonalidade de determinados tipos
de vegetação, as variações mais finas são mascaradas
pelos altos valores apresentados pelo índice de vegetação.
Fig. 16 - Variação de NDVI em área de Estepe, ao
O número de variáveis envolvidas na compreensão de
longo dos meses nos anos de 2000 a 2006. Gráfico
determinados processos também está relacionado à escala
gerado a partir de imagens NDVI/MODIS
de análise, dimensão da área e resolução dos dados
(amostras de 3 X 3 pixels).
disponíveis. Não foram abordadas neste trabalho, por
exemplo, questões como tipo de solo, altitude ou
As regiões de Floresta Ombrófila Mista (Figura
declividade, que seriam cabíveis na análise das amostras.
17) são as que possuem sazonalidade mais marcante, até
porque nessas áreas a variabilidade climática é mais forte,
com temperatura média de 18°C e 3 a 6 meses de média
inferior a 15°C.
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