Era Vargas - Trabalho
Era Vargas - Trabalho
Era Vargas - Trabalho
EF09HI06) Identificar e discutir o papel do trabalhismo como força política, social e cultural no Brasil, em
diferentes escalas (nacional, regional, cidade, comunidade).
Com a quebra da Bolsa de Nova Iorque, ocorrida em outubro de 1929, iniciou-se uma crise econômica de
escala mundial, esmagando todas as economias com alguma participação nos mercados internacionais, no
caso do Brasil afetou suas exportações de café. Em 1929, lideranças da oligarquia paulista romperam a
aliança com os mineiros, conhecida como política do café com leite, e indicaram outro paulista, Júlio Prestes
como candidato à presidência da República. Em reação, o presidente de Minas Gerais, Antônio Carlos
Ribeiro de Andrada, apoiou a candidatura oposicionista do gaúcho Getúlio Vargas.
TEXTO 03 - Em 1 de março de 1930, foram realizadas as eleições para presidente da República. A vitória
coube ao candidato governista Júlio Prestes. A oposição não se conformou com a derrota nas urnas e, com o
apoio de “ex-tenentes”, começou a conspirar contra o governo. Um fato novo acelerou os acontecimentos:
em julho de 1930, João Pessoa, candidato a vice-presidente na chapa de Vargas, foi assassinado, a mando de
um de seus rivais na política da Paraíba. Aproveitando-se desse fato comovente, em 3 de outubro de 1930,
rebeldes liderados por Getúlio Vargas partiram do Rio Grande do Sul em direção ao Rio de Janeiro, dispostos
a derrubar o governo. Mas, antes que chegassem à capital, uma junta militar derrubou Washington Luís e
entregou o poder a Getúlio Vargas Assim, Júlio Prestes passou a ser o único político eleito presidente da
República do Brasil pelo voto popular a ser impedido de tomar posse.
TEXTO 04 - Getúlio Vargas assumiu a chefia do "Governo Provisório" em 3 de novembro de 1930, data
que marca o fim da República Velha no Brasil.
TEXTO 07 - Pressionado, Vargas nomeou o paulista Pedro de Toledo para o cargo. Apesar disso, os
paulistas continuaram fazendo oposição a Vargas.
Foi quando uma tragédia ocorrida em São Paulo exaltou os ânimos: quatro estudantes (Martins, Miragaia,
Dráusio e Camargo) foram mortos quando atacavam a sede de um jornal pró-Vargas. As iniciais dos nomes
dos estudantes passaram a ser sigla e símbolo do movimento paulista: MMDC.
Então, em 9 de julho de 1932, os paulistas, liderados pelo general Isidoro Dias Lopes e pelo civil Pedro de
Toledo, pegaram em armas contra o governo federal no episódio conhecido como Revolução
Constitucionalista. O jornal O Estado de S. Paulo incentivou e apoiou o movimento paulista contra Varga. O
governo venceu os paulistas em poucos meses. Embora derrotados militarmente, os paulistas se consideraram
“moralmente” vitoriosos, pois o governo convocou uma Assembleia Constituinte que, em 16 de julho de
1934, votou e aprovou a terceira Constituição do Brasil.
TEXTO 11 - Em oposição aos integralistas, foi fundada no Brasil, em 1935, a Aliança Nacional
Libertadora (ANL), uma frente popular liderada pelos comunistas e chefiada pelo ex-capitão Luís Carlos
Prestes. Os principais pontos do programa dos aliancistas eram:
a) o não pagamento da dívida externa brasileira;
b) a nacionalização das empresas estrangeiras;
c) a reforma agrária;
d) a formação de um governo popular.
Em 5 de julho de 1935, Prestes e um grupo de sargentos, cabos e soldados comunistas de Natal, Recife e Rio
de Janeiro promoveram um levante armado contra o governo, chamado à época de Intentona Comunista. O
governo Vargas sufocou o levante e prendeu e torturou os simpatizantes da ANL, comunistas ou não.
TEXTO 13 - Vargas iniciou seu novo governo decretando a extinção de todos os partidos políticos.
Inconformados, os integralistas atacaram o Palácio Guanabara, residência do presidente, em maio de 1938.
Ajudado por sua guarda pessoal, Vargas resistiu ao golpe à bala; a seguir, aproveitou-se do episódio para
mandar prender seus adversários. Mas Vargas não se manteve no poder só por meio da violência; adotou
também um conjunto de políticas públicas nas áreas do trabalho, da educação e da saúde e uma cuidadosa
propaganda para exercer sua dominação.
14 - O TRABALHISMO
Uma característica fundamental da política de Vargas foi o trabalhismo, que consistia em conceder benefícios
reais aos trabalhadores e, ao mesmo tempo, fazer propaganda do que foi concedido, com a intenção de
divulgá-lo e de despertar no trabalhador sentimentos de gratidão e retribuição. Durante o Estado Novo, a
partir de 1942, Vargas divulgou amplamente os direitos trabalhistas, usando os jornais, o rádio e as
comemorações cívicas. Exemplo disso foi o anúncio da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) na festa do
1o de maio de 1943.
TEXTO 15 - Os “encontros” de Vargas com os “trabalhadores do Brasil” no dia 1o de maio (Dia do
Trabalho) eram organizados pelo Ministério do Trabalho. Eles incluíam desfiles escolares, operários e
militares, apresentações de bandas e torneios esportivos. No auge da festa, Vargas discursava. Ele começava
seus discursos sempre com a mesma frase: “Trabalhadores do Brasil...”, e num dado momento anunciava
uma medida que arrancava aplausos da multidão.
TEXTO 18 - Por outro lado, o crescimento industrial desse período deveu-se às decisões de Vargas de
fazer empréstimos à indústria a juros reduzidos, diminuir impostos sobre bens e equipamentos industriais,
abolir impostos interestaduais (facilitando a circulação de matérias-primas para a indústria) e fixar o salário
mínimo (1940), fato que amenizava os conflitos entre empresários e trabalhadores.
TEXTO 19 - O governo Vargas criou também o Conselho Nacional do Petróleo (1938); no ano seguinte,
perfurava-se em Lobato, na Bahia, o primeiro poço de petróleo produtivo do Brasil. Além disso, para
estimular a industrialização, seu governo investiu na criação de grandes empresas dos ramos de:
a) siderurgia: Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em 1941, iniciando naquele mesmo ano a construção
da Usina de Volta Redonda, no Rio de Janeiro;
b) extração de minérios: Companhia Vale do Rio Doce, em 1942, em Minas Gerais, que explorava o minério
de ferro, usado como matéria-prima na indústria siderúrgica;
c) geração de energia: Companhia Hidrelétrica do São Francisco (1945).
TEXTO 20 - O governo Vargas saiu também em defesa da agricultura. Para defender o preço do café,
mandou queimar ou lançar ao mar 30 milhões de sacas, entre 1931 e 1939, e criou um imposto por pés de
café, a fim de inibir novos plantios. Regulando a oferta e protegendo os preços do café, o governo garantia
recursos para a importação de máquinas e equipamentos. Ao mesmo tempo, Vargas optou pela diversificação
da agricultura, incentivando a produção de algodão, açúcar, borracha, cacau e mate. Assim, o café foi
deixando de ser o único produto importante na lista das nossas exportações.
A participação brasileira na Segunda Guerra Mundial contra as ditaduras fascistas contribuiu para aumentar as críticas
ao governo Vargas. No Brasil, muitos passaram a dizer que era preciso combater também a “ditadura varguista”. Em
outubro de 1943, os políticos de Minas Gerais lançaram o Manifesto dos Mineiros, exigindo a democratização do país.
Nesse mesmo ano, estudantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) saíram em passeata contra o governo.
TEXTO 22 - Percebendo que a oposição ao seu governo se fortalecia, Vargas decidiu ele próprio liderar o processo
de democratização do país. No início de 1945, anistiou os condenados políticos e marcou as eleições presidenciais
para dezembro daquele ano. Getúlio, porém, fazia jogo duplo: em público apoiava a candidatura do general Eurico
Gaspar Dutra, às escondidas incentivava o queremismo, movimento popular que, aos gritos de “Queremos Getúlio”,
pedia para ele continuar no poder.
TEXTO 23 - Assustados com a enorme popularidade do ditador, as oposições militares e civis uniram-se para
derrubá-lo. Em 29 de outubro de 1945, tropas lideradas pelo general Góis Monteiro forçaram Vargas a renunciar. O
Estado Novo chegava ao fim.