Perfis de Alma Senoidal Proposicao de Me
Perfis de Alma Senoidal Proposicao de Me
Perfis de Alma Senoidal Proposicao de Me
Comissão Examinadora:
____________________________________
Prof. Dr. Gilson Queiroz
DEES-UFMG - (Orientador)
____________________________________
Profa. Dra. Sofia Maria Carrato Diniz
DEES - UFMG
____________________________________
Prof. Dr. Ricardo Hallal Fakury
DEES - UFMG
____________________________________
Prof. Dr. Francisco Carlos Rodrigues
DEES - UFMG
____________________________________
Prof. Dr. Marcilio Sousa da Rocha Freitas
UFOP
____________________________________
Prof. Dr. Julio Fruchtengarten
EPUSP
Ao Prof. Gilson Queiroz, pela orientação firme e eficiente, pela confiança depositada,
pela competência e gentileza em me ensinar. E sobretudo pela amizade demonstrada ao
longo desses anos.
À Prof. Sofia Maria Carrato Diniz, pela competência e gentileza em co-orientar este
trabalho e por me introduzir no “mundo” da Confiabilidade Estrutural.
Aos colegas desta pesquisa, os engenheiros Heinz Hackbarth Júnior, Daniel Gordilho
Souza, Adenilcia Fernanda Grobério Calenzani, Lourdiane Gontijo das Mercês
Gonzaga, Eduardo Lourenço Pinto – em caráter especial ao companheiro de trabalho
Alexander Galvão, pela compreensão, amizade e inesitante ajuda na elaboração deste
trabalho.
Aos professores Walter Siokola (Áustria) e Josep Machacek (República Tcheca) pela
cessão de dados e literatura técnica.
Ao povo brasileiro.
ÍNDICE
SUMÁRIO
RESUMO...........................................................................................................................i
ABSTRACT.....................................................................................................................ii
NOTAÇÕES...................................................................................................................iii
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................1
2.1. Introdução...........................................................................................................18
3. CONFIABILIDADE ESTRUTURAL...................................................................44
3.1. Generalidades.....................................................................................................44
ÍNDICE
4. ANÁLISE EXPERIMENTAL...............................................................................71
6.1. Introdução.........................................................................................................130
7.1. Introdução.........................................................................................................163
7.6.1. Concreto...................................................................................................183
7.10. Ações................................................................................................................195
8. ANÁLISE DA SEGURANÇA..............................................................................201
8.1. Introdução.........................................................................................................201
9. CONCLUSÕES.....................................................................................................225
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................236
ANEXOS
Anexo 1..........................................................................................................................I
Anexo2...................................................................................................................XVII
Anexo 3..............................................................................................................XXXIV
RESUMO
i
RESUMO
O uso de perfis de alma senoidal na construção civil tem crescido nos últimos anos.
Apesar das vantagens que esse tipo de componente estrutural oferece, as normas e
regulamentos internacionais, em especial a norma brasileira ABNT NBR 8800:2008,
ainda não prevêm procedimentos para cálculo e projeto que tratem de todos os
fenômenos envolvidos em seu comportamento estrutural. Isso se deve provavelmente ao
fato de esses perfis terem sido comercialmente introduzidos somente há poucos anos no
mercado da construção civil e ainda pela falta de pesquisas consistentes sobre alguns
fenômenos. Torna-se necessário, portanto, desenvolver recomendações para cálculo e
projeto de estruturas com esse tipo de perfil que possam representar adequadamente seu
comportamento sob os diversos estados limites, a partir dos conceitos e métodos da
Confiabilidade Estrutural. Dentro desse contexto, nesta tese são propostos modelos de
cálculo de vigas de alma senoidal sujeitas aos estados limites de flambagem lateral com
torção (FLT) e flambagem local da mesa (FLM), de vigas mistas de alma senoidal
biapoiadas e semicontínuas sujeitas ao estado limite de plastificação da seção e de
ligações mistas de resistência parcial. No caso de vigas semicontínuas, considera-se
também o estado limite de flambagem lateral com distorção (FLD) na região de
momento negativo. Com esse objetivo, foram realizados estudos teóricos, ensaios
experimentais e análises numéricas. Os modelos propostos baseiam-se numa adaptação
da norma ABNT NBR 8800:2008 e, em alguns casos, da norma estadunidense
ANSI/AISC 360-05, em que se despreza a alma senoidal no cálculo das propriedades
geométricas. Adicionalmente, é abordada a avaliação da segurança das vigas projetadas
conforme um procedimento que incorpora os modelos de cálculo propostos e os
coeficientes de ponderação das resistências e das ações das normas brasileira e
estadunidense. Para isso, são apresentados: (i) os métodos de confiabilidade utilizados;
(ii) as funções de desempenho; (iii) as estatísticas das variáveis básicas; (iv) os índices
de confiabilidade implícitos no procedimento. Com base nos resultados obtidos, mostra-
se que o procedimento proposto conduz a níveis de confiabilidade comparáveis àqueles
dos perfis de alma plana.
ABSTRACT ii
ABSTRACT
The use of sinusoidal-web shapes has been increased in the last years. In spite of the
advantages this type of structural component may offer, the international standards and
specifications as well as the Brazilian standard ABNT NBR 8800:2008 do not provide
design procedures for all the phenomena involved in its structural behavior. This is
probably due to the fact that these shapes have only recently been introduced in the
construction market and also due to the lack of consistent research on some structural
phenomena. As a result, there is a need to develop design recommendations for
structures with such kind of shapes that properly address their behavior under the
various limit states, within the concepts and methods of the Structural Reliability. In this
thesis, calculation models for sinusoidal-web beam under the limit states of lateral-
torsional buckling (LTB) and flange local buckling (FLB) are proposed. Calculation
models for simple supported and semi-continuous composite sinusoidal-web beam as
well as for partial strength composite connections are also proposed. For semi-
continuous composite beams, the model takes into account the possibility of lateral-
distortional buckling (LDB) in the negative moment region. To this aim, theoretical
studies, experimental tests and numerical analyses were performed. The proposed
models are based on an adaptation of Brazilian standard ABNT NBR 8800:2008 and
also eventually on an adaptation of US standard ANSI/AISC 360-05, in which the
sinusoidal web is neglected in computing the geometric properties. Additionally, the
safety assessment of beams designed by a procedure that incorporates the proposed
models and the load and resistance factors of the Brazilian and US standards is
performed. To this end, are presented: (i) the used reliability methods; (ii) the
performance functions; (iii) the statistics of basic variables; (iv) the implicit reliability
indexes. Based on the results, it is shown that the proposed procedure leads to reliability
levels comparable to those of plane-web shapes.
NOTAÇÕES
iii
NOTAÇÕES
Letras gregas
∆us capacidade de deformação da armadura
∆ui capacidade de deformação da mesa inferior
Γ função gama
Σr variável aleatória tensão residual
α relação entre os momentos resistentes da ligação mista e da viga mista;
variável determinística, referente à posição relativa do comprimento da
viga em relação aos limites lp e lr
αaj coeficiente de ajuste
αg fator relacionado à geometria da seção transversal da viga mista
αi cossenos diretores
β índice de confiabilidade; parâmetro que depende das condições de
contorno da alma
βC índice de confiabilidade de Cornell
βHL índice de confiabilidade de Hasofer e Lind
βHLRF índice de confiabilidade de Hasofer-Lind-Rackwitz-Fiessler
βobj índice-objetivo de confiabilidade
βt parâmetro para cálculo da deformação da armadura
χ coeficiente de redução da resistência
δ deslocamento; coeficiente de tendência
δs taxa de armadura (relação As /Ac)
δ0 parâmetro para cálculo da deformação da armadura
ε raiz quadrada da soma dos quadrados de aX
εsmu deformação da armadura envolvida pelo concreto
εsy deformação correspondente à resistência ao escoamento da armadura
εsu deformação correspondente à resistência à ruptura da armadura
ε% erro percentual
ε& taxa de deformação
φ coeficiente de ponderação da resistência da norma estadunidense
φm coeficiente de ponderação da resistência da viga mista da norma
estadunidense
NOTAÇÕES
xi
1
INTRODUÇÃO
desses perfis. As soluções usualmente utilizadas para lidar com esse problema, de
aumentar a espessura da alma e a colocação de enrijecedores transversais, são ambas de
alto custo, sendo geralmente viáveis somente quando se tornam a única opção.
Na busca de soluções para esse problema, chegou-se finalmente aos perfis de alma
corrugada, em especial os de alma senoidal. Esses perfis permitem, de maneira
simultânea e com ganhos de economia, redução de peso e aumento da capacidade de
carga, comparativamente aos perfis tradicionais. Embora já utilizados desde a década de
60, somente com o desenvolvimento de tecnologias de fabricação, notadamente os
processos de controle numérico por computador (CNC) e a robótica, que permitiram a
completa automatização da fabricação, os perfis de alma corrugada puderam ser
produzidos em grande escala e de maneira economicamente viável.
1
www.fronius.at
INTRODUÇÃO 7
Os perfis são produzidos com comprimento máximo de 16,00 m e com apenas duas
espessuras de alma, 2 mm e 3 mm. No primeiro caso, a altura total da onda senoidal (ou
seja, duas vezes a amplitude) é de 40 mm e no segundo caso, de 43 mm; o comprimento
da onda é constante e vale 155 mm. As mesas são constituídas de tiras cortadas a
maçarico, a partir de chapas de largura padronizada, normalmente igual a 2440 mm. As
chapas da alma são obtidas a partir do corte de bobinas de 1000 mm e 1200 mm. Os
aços utilizados são USICIVIL 3502 e USICIVIL 3002 para as mesas e a alma,
respectivamente.
2
Fornecidos pela Usiminas – Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais
INTRODUÇÃO 9
Os perfis de alma corrugada começaram a ser produzidos em 1966 pela empresa sueca
Ranabalken para serem utilizados primordialmente em pontes. Desde então, essa
empresa e outras, como a GLP Corrugated Plate Industry dos Paises Baixos e
principalmente a Zeman, da Áustria, têm construído, além de pontes, os mais diversos
tipos de estruturas com esses perfis no mercado internacional. Ao lado das pontes, os
galpões comerciais e os edifícios industriais tornaram-se a principal aplicação dos perfis
de alma corrugada devido ao excelente comportamento mecânico e à elevada eficiência
estrutural e executiva desses perfis. Outras importantes aplicações dos perfis de alma
corrugada são passarelas, estruturas de correias transportadoras e silos.
Os perfis com corrugação senoidal são pouco utilizados em pontes, mas têm grande
aplicação em passarelas de pedestres, onde os grandes vãos, aliados à baixa intensidade
das cargas, típicos desse tipo de construção, exigem vigas de grande rigidez e pouco
peso para que se tenha um sistema funcional e econômico. A figura 1.16 ilustra o uso
desses perfis em uma passarela de pedestres construída pela Zeman em Viena, Áustria.
INTRODUÇÃO 12
A norma brasileira ABNT NBR 8800 (2008) não aborda perfis de alma corrugada.
Mesmo as normas e regulamentos de abrangência internacional não prevêm
procedimentos para cálculo e projeto de estruturas com perfil de alma corrugada, em
especial a de geometria senoidal, que tratem de todos os fenômenos envolvidos em seu
comportamento estrutural. Isso se deve provavelmente ao fato de esses perfis terem sido
comercialmente introduzidos somente há poucos anos no mercado da construção civil e
ainda pela falta de pesquisas consistentes sobre alguns fenômenos. É necessário,
portanto, desenvolver recomendações para cálculo e projeto que possam representar de
maneira adequada o comportamento de perfis de alma senoidal sob os diversos modos
de falha. De acordo com a tendência de as normas atuais utilizarem métodos
semiprobabilísticos, essas recomendações devem ser desenvolvidas a partir dos
conceitos e métodos da Confiabilidade Estrutural.
3
Nesta tese, valores característicos ou característicos nominais são utilizados indistintamente e
denominados simplesmente valores nominais (ou, em algumas situações, valores caracteristicos).
INTRODUÇÃO
17
2
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL – ESTADO DA ARTE
2.1 Introdução
a Dy
(o valor inteiro mais próximo deve ser usado)
n= (2.6)
h α D y + α 2 D xy + D x
4
α = a menor raiz real da seguinte expressão:
3
27 11 2 4 Dxy Dxy2 Dx
8D α + Dy Dxyα + (11Dx Dy − Dxy )α + (
2
y
8 6
− 3Dx Dxy )α + (
2
− Dx2 ) = 0 (2.7)
4 4 4D y 4 Dy
Easley demonstra que, caso a espessura da chapa corrugada seja pequena, Dy se torna
muito maior que Dx e Dxy, podendo-se fazer a seguinte simplificação, sem perda de
precisão:
1 1
D 4
a D 4 (2.8)
α = x
e n= x
11D y h 11D y
(2.9)
1
adaptada de Elgaaly et al. (1996). 1 kip = 4,448 kN. 1 polegada = 25,4 mm.
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL – ESTADO DA ARTE
22
ainda em conta a forma da corrugação. No caso de uma carga concentrada (P) no meio
do vão (l), a flecha pode ser dada por:
Pl 3 Pl
f = + (2.13)
48 EI 4 S
onde a primeira parcela é a contribuição do momento fletor e a segunda, da força
cortante e
w
S = Gs ht w = G
ht w (2.14)
s
em que G é o módulo transversal do aço, w o comprimento da onda senoidal e s o
desenvolvimento de w (veja-se a figura 1.8 do cap.1).
2
Schwarz (1990). Kraft Der Mittelpresse ≅ Carga central aplicada. Untergurt-Durchbiegung ≅ flecha no
meio do vão (subtraindo-se a média dos deslocamentos dos apoios).
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL – ESTADO DA ARTE
24
3
Schwarz (1990)
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL – ESTADO DA ARTE
25
4
adaptada de Pasternak e Branka (1996)
5
Pasternak e Branka (1996)
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL – ESTADO DA ARTE
26
Para ampliar o estudo foram realizadas análises numéricas via método dos elementos
finitos, levando-se em conta não-linearidades físicas e geométricas. O modelo foi
calibrado com os resultados dos ensaios experimentais, onde se pôde observar boa
correlação entre os dois tipos de análise, sendo que o modo de flambagem encontrado
foi similar ao dos ensaios 2 e 3 – não houve, entretanto, a formação do campo de tração
apresentado pelo ensaio 1. A análise numérica mostrou a ocorrência de flambagem
antes da plastificação do painel apenas na situação de alma extremamente fina, fora dos
limites da prática, com espessura de 0,3 mm e altura de 1500 mm (h/t = 5000).
Com base nesses estudos, Pasternak propõe o uso da fórmula de Easley para o cálculo
da carga crítica (e da tensão crítica, τcr) e sugere o valor de kg = 32,4 para condição de
simples apoio, que deve ser conservadoramente usado em qualquer situação. Esse valor
deriva da aplicação de um redutor (0,9) na expressão original de Easley. A força
cortante resistente (VR) é calculada pela seguinte expressão, proposta por PASTERNAK
(1996), oriunda de modificação do procedimento dado em DASt-Ri 015 (1990):
fy
VR = κ tht (2.15)
3
onde fy é a resistência ao escoamento, h e t são a altura e a espessura da alma,
respectivamente e κt , se λp for maior que 1,0, é dado por:
1
κt =
λ1p,5 (2.16)
6
Pasternak e Branka (1996)
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL – ESTADO DA ARTE
27
7
Branka (1999)
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL – ESTADO DA ARTE
28
fs
kτ , g = 5,34 + (2.21)
ht w
2
q.2 f
kτ ,l = 15,065 + (2.22)
ht w
Segundo o autor, esse procedimento reflete melhor o comportamento e a resistência dos
ensaios em comparação com o método de Pasternak. Vale observar, contudo, que a
análise paramétrica foi realizada sempre com as mesmas dimensões das mesas (250 mm
x 12 mm), que provocaram um grau elevado de engastamento da alma (observe-se o
valor mínimo do coeficiente da equação 2.19, igual a 4 x 15,065 = 60,26 >> 32,4). É,
portanto, prudente não se fazer extrapolação para outras relações altura/espessura da
alma e largura/espessura das mesas, sem ampliar os estudos realizados.
ELGAALY et al. (1996) sugerem que, caso τcr seja superior a 0,8τy, se considere a
ocorrência da flambagem em regime elastoplástico. Propõem que a tensão de
flambagem inelástica (τi) seja calculada com a seguinte expressão:
1
τ i = (0,8τ crτ y ) 2
≤τy (2.23)
De acordo com o critério de resistência de Von Mises, τy deve ser tomado
aproximadamente igual a 60% da resistência ao escoamento do material.
PLAIS (2005) cita que a Codeme Engenharia utiliza o mesmo critério proposto pelo
AISC-LRFD (1999) – ou, atualmente, pelo ANSI/AISC 360-05 (2005) – para o regime
elastoplástico. A resistência é dada por:
τ = ρτ y (2.24)
onde:
1 ∀ λ ≤ λp
(2.25a)
λ p = 0,89
λ p
ρ=λ ∀ λ p < λ ≤ λr sendo (2.25b)
λ = 1,12
r
1 ∀ λ > λr
(2.25c)
λ 2
τy
λ = (2.26)
τ cr
Na formulação acima, adota-se, para o cálculo da tensão crítica (τcr), a equação proposta
por PASTERNAK (1996). Analisando com um pouco mais de atenção, percebe-se que,
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL – ESTADO DA ARTE
29
Conforme observa WANG (2003), muito pouco tem sido estudado e publicado sobre o
comportamento de perfis de alma corrugada submetidos a momento fletor puro.
Segundo ELGAALY et al. (1997), os únicos ensaios experimentais de seu
conhecimento até então foram os realizados em 1993 por Hamilton e Elgaaly. Esses
ensaios (seis ao todo), apresentados e discutidos por ELGAALY et al. (1997), foram
realizados com protótipos conforme mostra a figura 2.10, em que as variáveis foram a
espessura da chapa da alma e a geometria das corrugações. Como se observa na figura,
somente o painel central da alma é corrugado e submetido a momento fletor puro. O
gráfico carga x deslocamento é mostrado na figura 2.11. Todos os protótipos ensaiados
por Hamilton e Elgaaly falharam por escoamento das mesas, seguido de flambagem
vertical da mesa comprimida na direção da alma, com exceção de um, cujo ensaio foi
interrompido por a carga ter atingido a capacidade utilizável do equipamento de teste.
Contudo, acredita-se que o mesmo fenômeno também teria ocorrido com pequeno
aumento da carga aplicada, caso o ensaio não tivesse sido paralisado.
8
adaptada de Elgaaly et al. (1997) 1 in = 25,4 mm
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL – ESTADO DA ARTE
30
A carga última de cada protótipo Ptf e o momento fletor correspondente Men no painel
central estão mostrados na tabela 2.1, juntamente com o momento Myf calculado com a
resistência ao escoamento da chapa da mesa (293 MPa e 376 MPa, respectivamente para
os quatro primeiros e os dois últimos protótipos) desprezando a contribuição da alma.
Mostra-se também na tabela a razão entre esses dois momentos – pode-se observar com
clareza que a contribuição da alma para a resistência a momento fletor é insignificante.
Em seguida aos ensaios experimentais, Hamilton e Elgaaly procederam a análises
numéricas dos protótipos ensaiados, onde se verificou a boa concordância entre as
análises numérica (Mef), teórica (Myf) e experimental (Men), como se depreende da tabela
2.2.
9
adaptada de Elgaaly et al. (1997). 1 kip = 4,448 kN. 1 polegada = 25,4 mm.
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL – ESTADO DA ARTE
31
Essas forças resultantes provocam as seguintes ações nas mesas, considerando que estas
sejam modeladas como vigas (veja-se a figura 2.13):
- componentes horizontais (na direção x-x) de T2(x):
w − a1
Fx ( x ) = T2 ( x ) (2.28)
a2
- componentes horizontais (na direção y-y) de T2(x):
b
Fy ( x ) = T2 (x ) t (2.29)
a2
- momentos transversais (em torno de z-z), provocados pela excentricidade das
forças T1(x):
b
M z ( x ) = T1 (x ) t (2.30)
2
Figura 2.13 – Ações nas mesas causadas pelas tensões de cisalhamento na alma10
10
Hoop (2003). Upper flange=mesa superior. Lower flange=mesa inferior
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL – ESTADO DA ARTE
34
Essas ações causam tensões adicionais nas mesas, normais e de cisalhamento, que
devem ser consideradas no dimensionamento de perfis de alma trapezoidal – veja-se
ASCHINGER e LINDNER (1997) – conforme determinam EN 1993-1-5 (2006) e
DASt-Ri 015 (1990). De acordo com essas normas, essas tensões são levadas em conta,
reduzindo-se a resistência ao escoamento das mesas ao multiplicá-la pelo fator:
σ x (M z )
f T = 1 − 0,4 (2.31)
f yf / γ
onde σx (Mz) é a tensão normal máxima, causada pelos momentos transversais Mz.
Todavia, essas tensões não atingem valores elevados e, em perfis de alma senoidal,
pode-se prescindir de considerá-las em projeto, podendo-se tomar fT = 1,0, como
permite a norma EN 1993-1-5 (2006) – veja-se ainda JOHANSSON et al. (2007).
A flambagem lateral com torção – ou com distorção – de vigas com perfil de alma
corrugada é sem dúvida o fenômeno que recebeu menos contribuição dos pesquisadores
e, conseqüentemente, o que precisa ainda de maior atenção e estudos. Exceto pelos
ensaios executados por LINDNER (1990 e 1992) e PASTERNAK (2004), não se tem
notícia de ensaios experimentais com maior variedade de perfis, tipos diferentes de
corrugação e maior número de protótipos, visando ao estudo de flambagem lateral com
torção (FLT) e com distorção (FLD) em vigas com esse tipo de perfil. WANG (2003)
reporta a execução de ensaios de FLT, porém de caráter especial, haja vista que os
perfis são de um tipo muito particular – as mesas são tubulares –, mas os protótipos,
infelizmente, não falharam por FLT.
Em seus trabalhos, LINDNER (1990 e 1992) propõe que as vigas com perfil de alma
corrugada sejam calculadas pelas mesmas expressões da norma DIN 18800 parte 2
[DIN 18800 (1990)], próprias para perfis de alma plana. Para o cálculo do momento
elástico resistente, Lindner verificou que a constante de torção, J, não difere do valor
clássico dos perfis de alma plana, ao contrário da constante de empenamento, Cw. Com
base em ensaios e estudos desenvolvidos na Universidade Técnica de Berlim,
LINDNER e ASCHINGER (1988 e 1990) propuseram a seguinte equação para o
cálculo da constante de empenamento (veja-se a figura 2.1 para esclarecimentos):
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL – ESTADO DA ARTE
35
C w* = C w + ( c w l 2 ) /( Eπ 2 ) (2.35)
onde:
l = comprimento destravado da viga
Cw* = constante de empenamento do perfil de alma corrugada
Cw = constante de empenamento do perfil, suposto de alma plana
hr2 h 2
cw = (2.36)
8u x (b + d )
h h 2 (b + d ) 3 I ys + I yi
ux = + . (2.37)
2Gbt w 600b 2 E I ys I yi
(2.38a)
I ys = b fs t 3fs / 12 I yi = b fi t 3fi / 12
(2.38b)
Os subscritos fs e fi referem-se às mesas superior e inferior, respectivamente.
Além disso, Lindner afirma que, caso a seção transversal seja sujeita à flambagem local,
deve-se levar em conta a interação entre esta e a flambagem global, de acordo com os
preceitos da norma alemã.
PASTERNAK (2004) reporta a realização de ensaios para estudar o comportamento de
vigas de alma senoidal submetidas à flambagem lateral com torção. Foram ensaiados
dois perfis WT 40-155 (veja-se a subseção 2.2 para denominação), ambos com mesa de
250 mm de largura e espessura de 20 mm, altura de 1000 mm e vão de 6,0 m; a
espessura da alma foi de 2,5 mm e 3,0 mm. A figura 2.14 mostra o modo de falha da
viga de 3,0 mm de espessura, cuja carga última foi de 810 kN e o resultado da análise
numérica, via método dos elementos finitos.
11
Pasternak (2004)
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL – ESTADO DA ARTE
36
12
Fakury et al. (2005)
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL – ESTADO DA ARTE
37
O uso de vigas mistas com perfis de alma corrugada em pontes foi uma evolução natural
das pesquisas com esse tipo de seção. SAYED-AHMED (2001) apresenta uma
interessante descrição de algumas pontes construídas em diferentes países, mostrando
em cada caso os aspectos inovadores dos sistemas adotados e citando as pesquisas e
respectivas publicações que levaram ao seu desenvolvimento.
EL-METWALLY e LOOV (2003) fazem uma revisão e aprofundam as bases teóricas
da resistência ao cisalhamento de vigas com mesas de concreto protendido e alma de
chapa corrugada de aço. Apresentam também os resultados de ensaios de cinco vigas,
fabricadas com mesa superior de concreto armado, mesa inferior de concreto protendido
e alma de chapa de aço, com corrugação em zigue-zague.
MO et al. (2003) ensaiaram vigas-caixão de concreto protendido com alma de aço
corrugada e demonstraram que os modelos analíticos propostos por eles são capazes de
prever o comportamento e a resistência de tais vigas.
Todas as publicações apresentadas acima, entretanto, lidaram com vigas de ponte, em
que apenas a alma era confeccionada com aço, com geometria trapezoidal ou em zigue-
zague. Somente com MOTAK e MACHACEK (2004) foram feitas as primeiras
pesquisas com perfis de alma senoidal projetadas como vigas mistas para uso em pisos
de edifícios, em seu senso convencional, isto é, um perfil de aço – no caso, com alma
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL – ESTADO DA ARTE
38
13
Motak e Machacek (2004)
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL – ESTADO DA ARTE
39
Os resultados dos ensaios são mostrados na tabela 2.4 e comparados com valores
calculados teoricamente por meio do EN 1994-1-1 (2004), desprezando-se a alma
senoidal. Na tabela são apresentados os seguintes valores: ηi = N/Nf , onde N é o número
real de conectores utilizados e Nf é o número mínimo exigido para interação completa;
Fpl.R e FR, respectivamente, a carga que provoca a plastificação total da seção mista do
ensaio EX1 e a carga correspondente à resistência dos conectores do ensaio EX2; Fel.R, a
carga que provoca a início do escoamento da mesa inferior e δR, a flecha no meio do
vão provocada pela carga Fel.R.
14
Motak e Machacek (2004)
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL – ESTADO DA ARTE
40
15
Motak e Machacek (2004)
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL – ESTADO DA ARTE
41
A carga de colapso pôde ser prevista razoavelmente pelo valor teórico do momento de
plastificação. Entretanto, a carga correspondente ao início do escoamento (139,5 kN) foi
apenas de 88% do valor teórico (158,6 kN); após esse valor, o comportamento da viga
foi fortemente não-linear. O deslocamento da viga correspondente à carga teórica foi
cerca de duas vezes superior à esperada.
Já o ensaio EX2 foi encerrado quando apresentou deslocamentos muito grandes ao se
aproximar da máxima carga calculada pela resistência dos conectores, cuja falha foi a
responsável pelo colapso da viga, como se esperava. Também nesse caso não houve
sinais de flambagem da alma nem de interação entre esta e a ação dos conectores. A
carga de colapso atingiu cerca de 95% da prevista e os deslocamentos medidos
acompanharam os teóricos até uma carga de aproximadamente 75% da carga elástica
calculada. A partir daí os deslocamentos aumentaram rapidamente, devido ao grande
deslizamento dos conectores à medida que a carga aplicada se aproximava do valor
teórico, como pode ser observado na figura 2.20 – o deslizamento aumentou
rapidamente após a carga ter atingido aproximadamente 50% do valor teórico elástico.
Veja-se o estado final dos conectores na figura 2.21.
16
Motak e Machacek (2004)
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL – ESTADO DA ARTE
42
17
Motak e Machacek (2004)
18
Machacek e Motak (2006)
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL – ESTADO DA ARTE
43
19
Machacek e Motak (2004)
CONFIABILIDADE ESTRUTURAL 44
3
CONFIABILIDADE ESTRUTURAL
3.1 Generalidades
Os fenômenos que ocorrem em nosso mundo contêm quase sempre uma certa dose de
incertezas, isto é, não podem ser previstos com exatidão. De maneira geral, a repetição
de medidas de um mesmo fenômeno acarreta múltiplos resultados cuja ocorrência sem
qualquer padrão é descrita pelos termos incerteza, aleatoriedade e estocástica
[HALDAR e MAHADEVAN (2000)]. Por exemplo, se diversas barras de aço
nominalmente “idênticas” forem carregadas até o colapso em um ensaio experimental,
cada uma irá falhar sob diferentes valores de carga. A capacidade de carga de uma barra
é, portanto, uma grandeza aleatória, ou, mais formalmente, uma variável aleatória.
Segundo GALAMBOS (1992), as estruturas devem ser seguras e funcionais. A
estrutura de uma edificação, por exemplo, deve ser resistente e possuir rigidez suficiente
para que possa desempenhar bem as funções para as quais foi projetada.
Por segurança, entenda-se a capacidade de que um artefato, seja ele um edifício, uma
ponte ou uma aeronave, não irá falhar durante seu período de vida útil, de maneira a não
paralisar seu uso ou a não causar aos seus usuários e ao público em geral ferimentos,
morte ou grandes perdas econômicas. O termo funcionalidade (ou serviço) significa a
exigência de que a estrutura, sob uso normal, não provoque desconforto ou perdas
econômicas aos seus usuários. Significa também a exigência de que não ocorram
CONFIABILIDADE ESTRUTURAL 45
S≤R
γm (3.2)
onde γm é um coeficiente de segurança aplicado à tensão última ou de referência do
material.
Segundo GALAMBOS (1992), os coeficientes de segurança eram adotados com base
em experiências passadas de sucesso e insucesso aliadas ao senso comum de se adotar
valores maiores quando a tecnologia estava se iniciando, reduzindo-os paulatinamente à
medida que se aumentava a confiança no processo. A interpretação tradicional do
método das tensões admissíveis é a seguinte [DINIZ (2006)]:
─ sob cargas de serviço (nominais), o comportamento da estrutura é elástico e linear;
─ resistência e carregamento são incertos, mas é postulado que um limite superior para
o carregamento e um limite inferior para a resistência podem ser estabelecidos.
Várias objeções a essa maneira de tratar o problema da segurança estrutural podem ser
colocadas, do ponto de vista científico, probabilístico e econômico [GALAMBOS
(1992)]:
─ tensões e deformações nem sempre são lineares; por exemplo, a curva tensão-
deformação do concreto é não-linear mesmo para baixas tensões;
─ efeitos do tempo (fluência e retração do concreto) e efeitos ambientais (corrosão do
aço) introduzem não-linearidades no espaço e no tempo;
─ os efeitos das ações nem sempre são lineares;
─ comportamento carga-deformação pós-escoamento pode ser dúctil, com grande ou
pequena reserva de resistência, ou frágil;
─ em algumas circunstâncias é necessário utilizar a capacidade de absorção de energia
da região não-linear para resistir a terremotos ou a explosões;
─ a chance de exceder o estado limite de início da não-linearidade depende da
variabilidade das cargas, dos materiais e do modelo computacional utilizado; a
confiabilidade dos elementos dentro da estrutura ou de diferentes estruturas pode
então variar consideravelmente;
─ novos materiais de construção e técnicas de projeto podem demandar anos de testes
até que um fator de segurança possa ser definido;
─ todas as ações são assumidas como tendo a mesma variabilidade;
CONFIABILIDADE ESTRUTURAL 48
1
Adaptada ANG e TANG (1984)
2
A área sob cada uma das curvas é igual à unidade
CONFIABILIDADE ESTRUTURAL 55
aleatórias básicas X1, X2,…, Xn, sendo a integração efetuada na região de falha
representada pela inequação g() < 0 (veja-se a figura 3.4).
3
Haldar e Mahadevan (2000)
CONFIABILIDADE ESTRUTURAL 57
p F = P ( Z < 0) (3.9)
Considerando, no caso de estruturas, que Z = R – S [utilizando-se o conceito de margem
de segurança, veja-se ANG e TANG (1984)], onde R e S são, respectivamente, a
resistência e a solicitação, assumidas como variáveis estatisticamente independentes e
com distribuição normal – é evidente que Z também segue a distribuição normal –,
pode-se demonstrar que a probabilidade de falha dependerá da relação entre a média e o
desvio-padrão de Z. Essa relação, comumente conhecida por índice de confiabilidade de
Cornell (βC), é dada por [HALDAR e MAHADEVAN (2000)]:
µz µ − µS
βC = = R
σz σ R2 + σ S2 (3.10a)
n
∂g 1 n n ∂g
Z = g(µX1 , µX2 ,...,µXn) + ∑(Xi − µXi ) + ∑∑(Xi − µi )(X j − µj ) +...
i =1 ∂Xi 2 i=1 j=1 ∂Xi∂X j (3.12)
onde as derivadas são avaliadas nos valores das médias das variáveis básicas (daí a
denominação “mean value”). Truncando a série de Taylor nos termos de primeira
ordem (daí a denominação “first order”), a média pode ser obtida com:
µ z ≅ g ( µ X1 , µ X 2 ,..., µ X n ) (3.13)
o que significa que a média aproximada de primeira ordem de Z pode ser obtida pelo
valor da função avaliada com os valores das médias das variáveis básicas. Se as
variáveis básicas forem estatisticamente independentes, pode-se demonstrar que o
desvio-padrão é dado por [HALDAR e MAHADEVAN (2000)]:
2
∂g
n 2
σ Z ≅ ∑ σ X i (3.14)
i =1 ∂X i
O índice de confiabilidade pode ser calculado por meio da equação 3.10, utilizando-se a
média e o desvio-padrão computados, respectivamente, por meio das equações 3.13 e
3.14. É importante salientar que a função de desempenho é linearizada na média dos
valores das variáveis aleatórias, refletindo o conceito por trás do FOSM [HALDAR e
MAHADEVAN (2000)].
O índice de confiabilidade, entretanto, pode ser relacionado exatamente à probabilidade
de falha somente em algumas situações, como, por exemplo, no caso em que as
variáveis forem estatisticamente independentes e normais e a função de desempenho for
linear. Similarmente, se as variáveis forem lognormais e se a função de desempenho for
um produto ou quociente das variáveis (como, por exemplo, Y = R/S), Z = lnY será uma
função com distribuição normal e a probabilidade de falha também pode ser relacionada
de forma exata ao índice de confiabilidade e calculada pela equação 3.11. Nos casos
gerais, todavia, não há uma relação exata entre a probabilidade de falha e o índice de
confiabilidade – este fornece apenas uma idéia aproximada, porém razoável, dos níveis
de confiabilidade inerentes a um projeto. Comparando-se dois projetos similares, pode-
se dizer que aquele que possui o maior índice β terá a menor probabilidade de falha e,
conseqüentemente, a maior confiabilidade. Esse método, entretanto, pode ser utilizado
para se estabelecer uma série de coeficientes de ponderação das resistências e das
solicitações, estabelecendo assim a consideração das incertezas em uma base lógica e
CONFIABILIDADE ESTRUTURAL 59
racional. O FOSM foi utilizado nas primeiras versões de projeto por estados limites de
diversas normas ou especificações, a saber: AISC (American Institute of Steel
Construction), de 1986, CSA (Canadian Standard Associations), de 1974 e do CEB
(Comitê Euro-International du Béton), de 1976, dentre muitas outras [HALDAR e
MAHADEVAN (2000)].
Todavia, o FOSM apresenta algumas deficiências. O método não usa, mesmo quando
disponíveis, informações sobre a distribuição das variáveis. Além disso, a função de
desempenho é linearizada na média dos valores das variáveis básicas, o que introduz
erros significativos na análise se a função for não-linear, ao desprezar termos de ordem
superior. Porém, a deficiência mais importante é o fato de que os valores dos índices de
confiabilidade obtidos por esse método não se apresentam constantes sob formulações
diferentes, mas mecanicamente equivalentes, do mesmo sistema. Por exemplo, a
margem de segurança definida como R – S < 0 e o fator de segurança definido como
R/S < 1 são mecanicamente equivalentes e devem conduzir a um mesmo valor do índice
de confiabilidade e, conseqüentemente, da probabilidade de falha. Além disso, um
problema de engenharia estrutural pode ser formulado em termos de tensão ou
capacidade, mas deve conduzir a resultados idênticos, independentemente da
formulação escolhida. Todavia, constatou-se que o método apresentado levava a
diferentes índices que dependiam da formulação da equação do estado limite. Para
contornar essa falta de invariância, foi proposta por Hasofer e Lind (1974) apud
HALDAR e MAHADEVAN (2000) uma outra maneira de calcular o índice de
confiabilidade, dando origem ao que se chamou de método avançado de primeira ordem
e segundo momento (AFOSM).
O método, proposto por Hasofer e Lind, é aplicável inicialmente apenas a variáveis
aleatórias normais. Definindo-se as variáveis reduzidas por (figura 3.5):
X i − µ Xi
X i' = ....(i = 1,2,..., n)
σ Xi (3.15)
β HL = (x ) (x )
'* t '*
(3.16)
CONFIABILIDADE ESTRUTURAL 60
Como se pode notar, embora obtido de maneira diferente – por geometria – esse é o
mesmo índice definido pelo FOSM (equação 3.10), se ambas as variáveis R e S forem
normais. Isso quer dizer que se o estado limite for linear e as variáveis aleatórias forem
normais, ambos os procedimentos fornecerão os mesmos valores para o índice de
4
adaptada de Haldar e Mahadevan (2000)
CONFIABILIDADE ESTRUTURAL 61
5
Adaptado de Haldar e Mahadevan (2000)
CONFIABILIDADE ESTRUTURAL 62
xi*
σ XNi =
[
Φ −1 FX i ( xi* ) ] (3.24)
µ XNi = 0 (3.25)
O seguinte algoritmo, apresentado em HALDAR e MAHADEVAN (2000) e utilizado
neste trabalho, explica os passos necessários para se obter o índice de confiabilidade,
incluindo o cálculo dos parâmetros das variáveis normais equivalentes:
Passo 1. Definir a equação do estado limite apropriada.
Passo 2. Assumir um valor inicial para o índice de confiabilidade β. O valor inicial de
3,0 é sugerido.
CONFIABILIDADE ESTRUTURAL 64
Passo 3. Assumir valores iniciais para as coordenadas do ponto de projeto xi*, i = 1, 2,...,
n. Sugerem-se as médias das variáveis aleatórias.
Passo 4. Calcular a média e o desvio-padrão da distribuição normal equivalente
(equações 3.22 a 3.25, no ponto de projeto) de cada variável não normal. Se a
variável for normal, utilizar os valores da média e do desvio-padrão da
distribuição original.
Passo 5. Calcular as derivadas parciais (∂g/∂Xi) avaliadas no ponto de projeto.
Passo 6. Calcular os cossenos diretores αXi no ponto de projeto:
(∂g / ∂X i )* σ XN
αX = i
∑ [(∂g / ∂X )σ ]
i n
N 2* (3.26)
i Xi
i =1
A função de desempenho ou de estado limite pode ser não-linear tanto pela relação não-
linear entre as variáveis como pelo fato de algumas variáveis não serem normais. Um
estado limite linear no sistema original de coordenadas torna-se não-linear quando
transformado para o sistema de coordenadas reduzidas (que é onde a procura do ponto
de menor distância é realizada) se alguma variável não for normal. Também a
transformação de variáveis correlacionadas em variáveis não correlacionadas conduz a
não-linearidades [HALDAR e MAHADEVAN (2000)].
Dependendo se a hiper-superfície de falha original for convexa ou côncava em relação à
origem, a aproximação de primeira ordem poderá estar ou não do lado da segurança,
como pode ser observado na figura 3.8, para o caso de duas variáveis. Para ambas as
situações, o FORM fornecerá o mesmo índice de confiabilidade, mas é óbvio que a
probabilidade de falha da superfície côncava é maior que a da superfície convexa –
nesta, o FORM fica do lado da segurança e naquela, contra.
Se a função densidade de probabilidade conjunta, PDF, das variáveis aleatórias decair
rapidamente à medida que se afasta do ponto de distância mínima, então a aproximação
6
Haldar e Mahadevan (2000)
CONFIABILIDADE ESTRUTURAL 66
7
Adaptado de ANG e TANG (1984)
CONFIABILIDADE ESTRUTURAL 67
8
Adaptado de ANG e TANG (1984)
CONFIABILIDADE ESTRUTURAL 68
xi = FX−1 (u i ) (3.28)
A quinta etapa, no caso da determinação da probabilidade de falha, envolve a equação
3.8, que pode ser reescrita da seguinte forma:
p F = ∫ ...∫ I [ g () < 0] f X ( x1 , x 2 ,..., x3 )dx1dx 2 ...dx n
(3.29)
onde I[g()<0] é um indicador, dado por:
0 se g() > 0
I [ g () < 0] = (3.30)
1 se g () ≤ 0
Nas equações acima, g() é a função de desempenho, avaliada com os valores das
variáveis aleatórias obtidos utilizando-se os números aleatórios gerados segundo a
distribuição prescrita. Utilizando as equações 3.29 e 3.30 e considerando as N
simulações numéricas, a probabilidade estimada de falha ( p̂ F ) pode ser dada por:
N
1
pˆ F = ∑ I [ g () < 0] (3.31)
i =1 N
Em outros termos: se o valor da função g() for menor que zero, significa que houve
falha do sistema – chamando de NF o número de ciclos de simulação em que g() < 0,
então a probabilidade de falha pode ser dada por:
NF
pˆ F = (3.32)
N
A sexta etapa consiste em se verificar a precisão da simulação numérica, pois, como já
explicado, a simulação de Monte Carlo é uma técnica de amostragem e, como tal, sofre
as limitações da teoria de amostragem – os resultados estão sujeitos a erros de
estimativa. Obviamente, a precisão da estimativa depende do número de ciclos de
CONFIABILIDADE ESTRUTURAL 70
1 ( 1 − p̂ F ) p̂ F
V ( pF ) = (3.33)
p̂ F N
( 1 − p̂ F )
ε% = 200% (3.34)
N p̂ F
Ambas as equações acima indicam que o número de ciclos de simulação para se atingir
um certo nível de precisão depende da probabilidade de falha, desconhecida a priori. Na
engenharia estrutural, o valor da probabilidade de falha pode ser muito pequeno, da
ordem de 10-5. Assim sendo, no mínimo 100.000 simulações são necessárias para se
atingir esse valor. No entanto, para uma estimativa confiável, pelo menos 10 vezes esse
valor mínimo seria recomendável [HALDAR e MAHADEVAN (2000)] – isso significa
que se aceita um erro percentual da ordem de 63%. Caso se deseje reduzir o erro para
cerca de 20%, deve-se aumentar o número de ciclos em pelo menos 100 vezes.
Para que se tenha então uma boa precisão, é necessário processar um número de ciclos
de simulação relativamente grande, o que aponta a principal deficiência da simulação de
Monte Carlo em sua forma direta. Nos casos em que não se tem estimativas prévias da
probabilidade de falha, principalmente em sistemas de engenharia mais complexos,
deve-se empregar métodos de tentativa e erro e muitos ciclos de simulação, fazendo
com que a técnica de simulação se torne computacionalmente muito onerosa. Diversas
técnicas de redução de variância, todavia, podem ser empregadas visando à diminuição
do número de ciclos de simulação – veja-se ANG e TANG (1984) e HALDAR e
MAHADEVAN (2000) para mais informações.
ANÁLISE EXPERIMENTAL
71
4
ANÁLISE EXPERIMENTAL
Foram dimensionadas e ensaiadas quatro vigas de aço com alma senoidal constituídas
por seções I duplamente simétricas, fletidas em torno do eixo perpendicular à alma,
sendo duas vigas sem travamento central e duas com travamento central. Dessa forma
foi possível analisar o estado limite último de flambagem lateral com torção (FLT) tanto
no regime elástico quanto no plástico. Para o dimensionamento dos modelos foram
consideradas as prescrições adotadas pela Codeme Engenharia, apresentadas em PLAIS
(2005).
As vigas foram fabricadas pela Codeme Engenharia S.A. com aços USICIVIL 350 e
USICIVIL 300 (veja-se o capítulo 1), respectivamente nas mesas e na alma, situação
típica para perfis de alma senoidal produzidos no mercado brasileiro.
Na união da alma senoidal com as mesas do perfil foi executada solda por arco elétrico,
por meio do processo de soldagem MAG de alto desempenho denominado “T.I.M.E.
Process” da Fronius (assim como todos os protótipos utilizados neste trabalho). As
dimensões nominais das vigas ensaiadas são mostradas na figura 4.1 e apresentadas na
tabela 4.1.
Nas extremidades das vigas foram soldados perfis WT 155x39,5 (recortados de perfis
W 310x79) com furos alongados para possibilitar a colocação de tirantes junto aos
apoios, utilizados para simular a contenção tipo vínculo de garfo durante a execução dos
ensaios. A configuração dos protótipos é mostrada na figura 4.2.
ANÁLISE EXPERIMENTAL
74
As montagens dos ensaios para vigas sem e com contenção central são apresentadas nas
figuras 4.3 a 4.5. Durante os ensaios, as medições de deslocamentos, deformações
específicas e cargas foram executadas, respectivamente, com transdutores de
deslocamentos lineares (DT – “Displacement Transducer”), extensômetros elétricos de
resistência (EER) e transdutores de pressão.
ANÁLISE EXPERIMENTAL 76
Figura 4.3 – Esquema dos ensaios sem travamento central – seção central
Nos apoios das extremidades das vigas foram utilizados pórticos rígidos em forma de U,
conectados às vigas por meio de tirantes, simulando a contenção tipo vínculo de garfo,
que restringe deslocamentos verticais, horizontais perpendiculares ao eixo da viga e
rotações em torno do eixo da viga, mas libera deslocamentos horizontais na direção do
eixo da viga e rotações em torno dos eixos vertical e horizontal perpendicular ao eixo da
viga. Para completar o sistema de apoio, em cada modelo foram utilizados roletes
metálicos entre a viga e o apoio.
ANÁLISE EXPERIMENTAL 77
Figura 4.4 – Esquema dos ensaios com travamento central – seção central
Nos ensaios sem travamento central foi utilizado um sistema com rolos sobre um
cilindro maciço de aço, entre o atuador hidráulico e a viga, como mostram as figuras 4.3
e 4.5. O atuador hidráulico era deslocado horizontalmente com auxílio de um
mecanismo de translação, toda vez que o deslocamento lateral da viga era considerado
excessivo, evitando a ocorrência de momento significativo no atuador. Para os ensaios
com travamento central foi aplicada uma força vertical na parte superior da viga,
distribuída em uma área de aproximadamente 150x150 mm por meio de uma placa
rígida, conforme é mostrado na figura 4.4 e 4.5. Em todos os ensaios os carregamentos
foram realizados com controle de carga, impondo-se sucessivos incrementos de
aproximadamente 5% da força última esperada.
Com base em cálculos prévios, a expectativa era de que ocorresse flambagem lateral
com torção nos ensaios sem contenção central e possivelmente plastificação total das
mesas naqueles com contenção central. Entretanto, conforme mostrado na tabela 4.5 e
na figura 4.7, nos modelos com travamento central ocorreu colapso por flambagem local
da mesa comprimida, para um momento inferior ao de plastificação da seção.
Possivelmente, a maneira pela qual a carga foi aplicada nesses protótipos, ou seja,
diretamente sobre as mesas por meio de uma placa rígida, tenha sido responsável pelo
aparecimento precoce de instabilidade local da mesa comprimida nessa região – veja-se
o capítulo 5.
80
70
60
50
Força (kN)
40
30
20
10
0
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8
Deslocamento vertical (cm)
45
40
35
30
Força (kN)
25
20
15
10
0
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20
Deslocamento vertical (cm)
300
250
200
Força (kN)
150
100
50
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
Deslocamento vertical (cm)
250
200
Força (kN)
150
100
50
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Deslocamento vertical (cm)
cabeça. Quatro protótipos, denominados U1P, U2P, U1M e U2M, foram ensaiados no
LAEES, com dois tipos de laje de concreto armado – laje maciça (U1P e U2P) e laje
mista de aço e concreto (U1M e U2M) e também dois tipos de conexão de cisalhamento
– um conector soldado na linha de centro da mesa superior do perfil (U1P e U1M) e
dois conectores soldados simetricamente em relação à linha de centro (U2P e U2M).
Todos os protótipos foram executados com aço USICIVIL 350 nas mesas e USICIVIL
300 na alma, sempre com o mesmo perfil, PSS 600x150x8x2, considerado típico de
uma viga secundária de um piso em que se utilizassem perfis de alma senoidal.
Os protótipos U1P e U2P são mostrados nas figuras 4.12 e 4.13, respectivamente. A laje
maciça em concreto armado foi a mesma para ambos os modelos e possuía 100 mm de
espessura, tendo um cobrimento de 30 mm para as armaduras positiva e negativa, cujos
diâmetros e disposição estão mostrados na figura 4.12. Como pode ser visto, a única
diferença entre os dois protótipos é o número e a disposição dos conectores – no
protótipo U1P, há somente uma linha, com espaçamento longitudinal de 209 mm e no
protótipo U2P, há duas linhas espaçadas de 80 mm, com o mesmo espaçamento
longitudinal. Em ambos os casos, o diâmetro dos conectores é de 19 mm e a altura, após
a soldagem, de 76 mm.
Os protótipos U1M e U2M são mostrados nas figuras 4.14 e 4.15 respectivamente.
Como pode ser notado, utilizou-se laje mista (laje com fôrma de aço incorporada) com
espessura total de 140 mm. A fôrma tinha espessura de 1,25 mm e altura de 75 mm. A
armadura positiva era constituída apenas pela fôrma de aço incorporada e a armadura
negativa por um painel de tela soldada Q-138, com malha quadrada de diâmetro 4,2
mm, espaçamento de 100 mm e cobrimento de 15 mm, como pode ser visto na figura
4.14. A conexão de cisalhamento foi feita por meio de conectores tipo pino com cabeça,
cujos arranjos estão mostrados nas figuras 4.14 e 4.15. Nesta, havia duas linhas de
conectores, espaçadas de 80 mm na direção transversal, e naquela, uma linha de
conectores, colocada exatamente no eixo da mesa superior do perfil de aço. O
espaçamento longitudinal entre conectores era de 274 mm, em ambos os casos. Também
para esses protótipos foram utilizados conectores de 19 mm e com altura de 76 mm após
a soldagem.
O fornecimento do concreto foi feito por usina especializada, sendo que a resistência
característica à compressão solicitada foi de 20 MPa.
ANÁLISE EXPERIMENTAL 84
(depois da solda)
pino com cabeça N2
76,2
19 mm N1
40 30
100
laje de concreto
616
A A
1 1 1 1
512
256
(b) Corte AA
N3- 12 φ 6,3mm - 482
N3 N4
100
616
19 mm N1
40 30
100
laje de concreto
616
PSS 600x150x8x2
PSS 600x150x8x2
(depois da solda
pino com cabeça
MF-75 esp.: 1,25mm
15
19 mm tela soldada Q138
76.2
140
125
75
laje de concreto
616
A A
1 1 1 1
636
318
(b) Corte AA
x2 220
620
38 -
138/1
P .1- Q
75
laje de concreto
616
A tabela 4.6 fornece os valores das resistências à compressão dos corpos de prova
extraídos do concreto, juntamente com o valor médio da resistência à compressão. A
tabela 4.7 fornece os valores das resistências à tração dos corpos de prova e também o
valor médio da resistência à tração.
As medidas das dimensões reais dos protótipos são mostradas na tabela 4.10. Para a
viga de aço, as grandezas medidas foram largura e espessura das mesas e altura e
espessura da alma. Para a laje de concreto as grandezas medidas foram espessura,
largura e comprimento. Todas essas grandezas foram medidas em três pontos ao longo
do comprimento do protótipo.
A figura 4.16 mostra o arranjo geral dos ensaios, destacando a posição do modelo “U”
em relação ao pórtico de reação. Os modelos foram ensaiados com a laje na parte
inferior da montagem, apoiada em blocos de concreto dispostos diretamente sobre a laje
de reação. Para medir a rigidez rotacional do mecanismo “U” foi necessário projetar um
sistema de aplicação de força que dirigisse simultaneamente forças horizontais de
mesma intensidade e sentidos opostos às mesas das duas vigas. Esse sistema foi
composto por dois atuadores hidráulicos idênticos dispostos na posição horizontal, de
capacidade igual a 46 kN. As forças horizontais foram direcionadas no sentido de abrir
os modelos (movimentação da haste do atuador para fora), causando assim tração na
face da laje de concreto em contato com o perfil de aço e compressão na face oposta. O
aparato geral dos ensaios é mostrado na figura 4.17. Além de relógios comparadores,
foram utilizados também extensômetros elétricos colados em ambos os lados da alma
das vigas dos modelos “U” visando a detectar o momento transversal do início de
escoamento da alma.
ANÁLISE EXPERIMENTAL 88
bfi
150,17 149,52 149,65 149,20 149,79 150,01 150,24 150,23
2,44 2,22 2,30 2,37 2,17 2,41 1,94 2,07
tw 2,57 2,25 2,48 2,07 2,39 2,18 2,32 2,48
2,73 2,30 2,23 2,11 2,28 2,48 1,95 2,38
594,00 601,00 593,00 593,00 591,00 594,00 593,00 593,00
hw 592,00 603,00 592,00 593,00 591,00 592,00 595,00 593,00
592,50 604,00 592,00 593,00 593,00 593,00 593,00 594,00
Média das dimensões
tfs 7,99 7,68 8,44 8,01 8,52 8,50 8,22 8,25
bfs 149,78 149,64 149,35 149,25 150,12 150,30 150,03 149,94
tfi 7,95 7,66 8,40 8,68 9,06 8,91 8,28 8,49
bfi 150,08 149,37 149,49 149,19 149,90 149,90 150,20 150,20
tw 2,58 2,25 2,34 2,18 2,28 2,36 2,07 2,31
hw 592,83 602,67 592,33 593,00 591,67 593,00 593,67 593,33
Notas: 1) dimensões em mm
2) h, b e l são a altura, largura e comprimento da laje de concreto, respectivamente;
tfs e bfs são a espessura e a largura respectivamente da mesa superior do perfil de aço;
tfi e bfi são a espessura e a largura respectivamente da mesa inferior do perfil de aço;
tw e hw são a espessura e a altura respectivamente da alma do perfil de aço
ANÁLISE EXPERIMENTAL 89
Pórtico de reação
Sistema de aplicação
de força
Fu Fu
MODELO "U"
Bloco de Bloco de
concreto Laje de reação concreto
Sistema de
aplicação de força
célula de carga
MODELO “U”
Micro-
Pilarete
computador
auxiliar
Relógios
comparadores SAD
próxima à mesa superior, onde ocorreu o maior valor de momento transversal (veja-se a
figura 4.18-b).
A figura 4.19 mostra a curva momento versus rotação do protótipo U1P. Nesse ensaio,
fissuras devidas à tração do concreto começaram a surgir no centro da laje na face
conectada às mesas das vigas de aço e se propagaram extensivamente por todo o
comprimento da laje, à medida que o carregamento avançava.
6,0
5,0
Momento (kN.m)
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16
Rotação (rad)
Pode-se notar um comportamento linear da curva da laje até o início dessa fissuração
(momento transversal igual a 1,77 kNm) e um patamar de fissuração no ponto de
momento transversal igual a 2,76 kNm até o ponto de momento transversal igual a 3,54
kNm.
A figura 4.20 mostra a curva momento versus rotação do protótipo U2P. Observou-se, a
exemplo do protótipo U1P, um comportamento linear da curva da laje da origem do
gráfico até o início da fissuração da laje (momento transversal igual a 2,38 kNm),
seguido de um patamar de fissuração até um momento transversal igual a 3,23 kNm. As
fissuras devidas à tração do concreto começaram a surgir no centro da laje na face
conectada às mesas das vigas de aço e se propagaram extensivamente por todo o
comprimento da laje, com padrão semelhante ao do protótipo U1P.
5,0
4,5
4,0
3,5
Momento (kN.m)
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
Rotação (rad)
Nos ensaios realizados nos protótipos U1M e U2M, não foram observadas fissuras de
tração no concreto – a fôrma de aço envolveu a região da laje que foi solicitada à tração
durante o ensaio, ocultando ou impedindo-as de se formar no concreto.
A figura 4.21, relativa ao ensaio U1M, e a figura 4.22, relativa ao ensaio U2M, mostram
as curvas momento versus rotação desses protótipos, onde se pode observar um padrão
de comportamento diferente dos ensaios anteriores – não há um patamar de fissuração.
ANÁLISE EXPERIMENTAL 92
6,0
5,0
Momento (kN.m)
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
0,000 0,025 0,050 0,075 0,100
Rotação (rad)
7,0
6,0
5,0
Momento (kN.m)
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
Rotação (rad)
Para estudar o comportamento das ligações mistas de aço e concreto com perfis de alma
senoidal, ensaiaram-se três modelos constituídos por dois perfis ligados entre si através
de um pilar, formando um sistema em T. Fazem parte desse sistema, além dos perfis,
uma chapa de ligação de topo, de altura total (“flush plate”), a laje de concreto com
fôrma de aço incorporada (laje mista), os conectores de cisalhamento tipo pino com
ANÁLISE EXPERIMENTAL 93
Para a transmissão dos esforços entre o perfil metálico e as barras de armadura foram
utilizados conectores de cisalhamento tipo pino com cabeça, aço ASTM A-108
(fy = 345 MPa e fu = 415 MPa), com diâmetro de 19 mm e altura de 135 mm, dispostos
dentro das nervuras da fôrma de aço. A laje mista possuía altura total de 140 mm, sendo
a altura da fôrma igual a 75 mm com capeamento de concreto de 65 mm. O material da
fôrma foi ZAR 280 (fy = 280 MPa). Foram utilizadas 6 barras de armadura φ 12,5 mm,
de aço CA 50 (fy = 500 MPa), paralelas ao perfil metálico e barras φ 4,2 mm, de aço
CA 60 (fy = 600 MPa), dispostas transversalmente ao perfil e espaçadas a cada 200 mm,
conforme se vê na figura 4.24.
A ligação dos perfis metálicos foi realizada por meio de uma chapa de topo de aço
USICIVIL 350, com espessura de 9,5 mm e parafusos φ 19 mm A325, como ilustrado
na figura 4.25. Todos os modelos foram fabricados com a mesma ligação de topo, mas
após a realização dos ensaios dos modelos 1 e 3, optou-se, no ensaio do modelo 2, pela
remoção dos parafusos da linha mais próxima à mesa tracionada para verificar sua
influência no comportamento da ligação.
Foram utilizados extensômetros elétricos de resistência nas barras de armadura mais
próximas ao pilar, na mesa comprimida do perfil e ao longo da altura da alma senoidal
próximo à chapa de topo da ligação. O deslocamento vertical do modelo no meio do
vão, o alongamento da mesa tracionada próximo à ligação da chapa de topo e o
deslocamento da face superior da laje de concreto em relação ao pilar foram obtidos por
meio de transdutores de deslocamentos. Relógios comparadores foram utilizados para a
ANÁLISE EXPERIMENTAL 95
O modelo foi apoiado sobre blocos de concreto e sobre ele posicionou-se um pórtico
transversal com um atuador hidráulico de 2000 kN para a aplicação da carga, conforme
se mostra na figura 4.26.
Inicialmente, foram definidas etapas de 25 kN de aplicação de carga mas, após o
escoamento do aço da armadura, o modelo passou a apresentar deslocamentos sob carga
quase constante, o que conduziu ao estabelecimento de etapas com incrementos de
deslocamentos em torno de 5 mm. Tanto as etapas de carga quanto as etapas de
deslocamento foram alteradas ao longo do ensaio em função da ocorrência de eventos
como o surgimento de fissuras na laje de concreto e a dificuldade de introdução de
ANÁLISE EXPERIMENTAL 97
A parti daí, a seção transversal do perfil não mais permaneceu plana, sujeitando a alma
senoidal a um complexo estado de deformação, tendo-se observado “planificações” da
corrugação em regiões próximas à chapa de topo. Esse fenômeno, similar a um campo
de tração, ocorreu mais acentuadamente em um dos lados da ligação devido à assimetria
ANÁLISE EXPERIMENTAL 99
400
350
Carga Aplicada (kN)
300
250
200
150
100
50
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Deslocamento Vertical (mm)
350
300
Carga Aplicada (kN)
250
200
150
100
50
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Deslocamento Vertical (mm)
350
300
Carga Aplicada (kN)
250
200
150
100
50
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Deslocamento Vertical (mm)
300
250
Carga Aplicada (kN)
150
100
50
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
-6
Deformação (x 10 )
400
350
150
100
50
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Deslocamento Chapa de Topo (mm)
350
300
Carga Aplicada (kN)
150
100
50
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Deslocamento Chapa de Topo (mm)
350
300
Carga Aplicada (kN)
150
100
50
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Deslocamento da Chapa de Topo (mm)
5
ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS ENSAIOS
Neste capítulo são analisados os resultados dos ensaios mostrados no capítulo anterior e
apresentados os modelos numéricos desenvolvidos para ampliar a abrangência da
análise experimental. Esses modelos, utilizando o programa Ansys 2004 versão 9.0
[ANSYS (2004)], foram calibrados para simular os protótipos ensaiados e utilizados
posteriormente em análises paramétricas visando à proposição de métodos de cálculo de
estruturas com perfis de alma senoidal.
Também são tecidos comentários e análises adicionais sobre os ensaios de Machacek e
Motak, apresentados no capítulo 2, que foram utilizados por GALVÃO (2008b) para
calibrar um modelo de elementos finitos de vigas mistas com alma senoidal.
Um modelo de elementos finitos foi desenvolvido por GONZAGA (2008) para simular
os protótipos ensaiados, P5S, P5C, P6S e P6C – utilizaram-se dimensões medidas das
seções transversais, propriedades e condições de contorno reais (veja-se as tabelas 4.2 a
4.4 do capítulo 4). Todos os aparatos auxiliares foram incluídos no modelo que
contemplou também a posição da carga em relação ao centro de cisalhamento da viga.
Todas as chapas foram modeladas usando-se o elemento SHELL 181 de quatro nós, com
exceção da junção da alma senoidal com as mesas, onde foram necessários elementos
ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS ENSAIOS
105
a placa rígida tenha girado levemente, fazendo com que parte da carga fosse aplicada
diretamente na mesa. Para maiores detalhes, veja-se GONZAGA (2008).
Para a análise dos modelos foi feita inicialmente análises de autovalor, determinando-
se, assim, cargas críticas e modos de flambagem. A geometria do modelo foi então
alterada, associando-se as imperfeições geométricas iniciais medidas dos protótipos ao
maior deslocamento do primeiro modo de flambagem lateral com torção, obtido da
análise – veja-se as figuras 5.2 e 5.3 para os protótipos sem e com contenção central,
respectivamente.
Figura 5.2 – Modo de flambagem lateral com torção – sem contenção central
Figura 5.3 – Modo de flambagem lateral com torção – com contenção central
ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS ENSAIOS
107
Para cada modelo, após a correção da geometria, foi feita uma análise plástica
incremental, considerando-se teoria de grandes deslocamentos. Os resultados obtidos,
juntamente com os da análise experimental para efeito de comparação, são apresentados
nas figuras 5.4 a 5.7.
Na tabela 5.1 apresentam-se as relações entre os valores dos momentos últimos (em
kNcm) obtidos das análises numérica e experimental – como se pode observar, há uma
boa correlação entre os dois tipos de análise.
80
70
60
50
Força (kN)
40
Experimental
30 Numérico
20
10
0
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8
Deslocamento vertical (cm)
45
40
35
30
Força (kN)
Experimental
25
Numérico
20
15
10
0
0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75
Deslocamento vertical (cm)
300
250
200
Força (kN)
150
Experimental
100
Numérico
50
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
Deslocamento vertical (cm)
250
200
Força (kN)
150
100
Experimental
Numérico
50
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Deslocamento vertical (cm)
Para os protótipos sem travamento central, a carga última obtida ficou muito próxima da
primeira carga de flambagem da análise linearizada, com seu comportamento
aproximando-se de um modelo clássico de flambagem elástica. Esse comportamento,
igualmente observado em outros trabalhos [FAKURY et al. (2005, 2006a e 2006b),
HACKBARTH JÚNIOR (2006) e SAYED-AHMED (2005a)], é típico também para
vigas de alma plana – veja-se a seção 6.2 do capítulo 6. A consideração de tensões
residuais não influenciou significativamente os resultados – veja-se GONZAGA (2008).
Isso se deve ao fato de os valores do índice de esbeltez dos protótipos encontrarem-se
em regiões onde as tensões residuais têm influência reduzida no comportamento das
vigas: regiões plástica e elástica, para os protótipos com e sem a contenção central,
respectivamente.
Com base em cálculos prévios, a expectativa era de que ocorresse plastificação total das
mesas nos ensaios com contenção central. Entretanto, conforme mostrado no capítulo
anterior, ocorreu colapso por flambagem local da mesa comprimida, para um momento
inferior ao de plastificação da seção. Na análise dos resultados, concluiu-se que a
excentricidade da carga aplicada nesses protótipos provavelmente tenha induzido altas
tensões localizadas na alma. A análise numérica confirmou essa suposição, como
mostrado na figura 5.8 – atingiu-se a resistência ao escoamento da alma nas
proximidades do ponto de aplicação de carga. Devido à perda de rigidez provocada pelo
escoamento, a alma não foi mais capaz de oferecer restrição adequada à mesa
comprimida, provocando o aparecimento precoce de instabilidade local, reduzindo a
carga última esperada.
conectores de cisalhamento e SHELL 181 para modelar o perfil de aço. Nos modelos
com laje mista, a fôrma de aço foi representada por elementos LINK 8. O contato entre a
laje de concreto e a face superior da mesa do perfil de aço foi representado pelo par de
elementos CONTA 173 e TARGE 170.
A relação constitutiva do aço foi considerada elastoplástica bilinear, com módulo
tangente igual a 1/10000 do módulo de elasticidade, obedecendo-se ao critério de
escoamento de Von Mises, com regra de encruamento isotrópico. O comportamento
uniaxial do concreto da laje foi descrito pela curva tensão versus deformação mostrada
na figura 5.8, na qual uma relação linear elástica é assumida até a metade da resistência
à compressão do concreto (0,5fc,j) e uma relação parabólica, de 0,5fc,j até fc,j,
considerando que a resistência à compressão do concreto corresponda a uma
deformação de compressão igual a 0,2% (2‰ na figura), conforme a ABNT NBR 6118
(2007). O critério de falha de William-Warnke, “default” do elemento SOLID 65, foi
adotado para o concreto da laje. Os coeficientes de transferência de cisalhamento para
fissuras abertas e fechadas foram tomados iguais a 0,2 e 0,6, respectivamente. Foi
definido coeficiente de atrito nulo entre as superfícies de contato – veja-se
CALENZANI (2008) para mais detalhes.
fc,j
ε
2
σ = f c , j 1 − 1 −
tensão
2 ‰
0,5fc,j
arc tg Ec
2‰ deformação
Nas figuras 5.10 e 5.11 são mostradas, a título de ilustração, as malhas de elementos
finitos dos modelos U1P e U2M, respectivamente.
ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS ENSAIOS
112
Duas forças concentradas horizontais foram aplicadas na mesa inferior de aço, nas
mesmas posições dos ensaios. O sentido dessas forças também foi o mesmo dos ensaios,
provocando tração na face da laje em contato com o perfil de aço e compressão na face
oposta.
Nas figuras 5.12 a 5.15, são mostrados os resultados das curvas momento versus rotação
das análises numéricas, juntamente com os das análises experimentais, para comparação
– ressalta-se que estas são referentes à rotação total. São mostradas também retas
representando as rigidezes secantes experimentais e numéricas, correspondentes a um
momento em torno de 2/3 do momento último – onde existe apenas uma reta, significa
que as rigidezes são praticamente coincidentes.
7,0
6,0
Momento (kN.m)
5,0
4,0
experimental
3,0 numérico
secante
2,0
1,0
0,0
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25
Rotação (rad)
7,0
6,0
Momento (kN.m)
5,0
4,0
experimental
3,0 numérico
secante exp
2,0
secante num
1,0
0,0
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
Rotação (rad)
7,0
6,0
Momento (kN.m)
5,0
4,0
experimental
3,0 numérico
secante
2,0
1,0
0,0
0,000 0,025 0,050 0,075 0,100
Rotação (rad)
9,0
8,0
7,0
Momento (kN.m)
6,0
5,0
experimental
4,0 numerico
3,0 secante exp
secante num
2,0
1,0
0,0
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
Rotação (rad)
Vale observar que não foi relatada aplicação de carga no sentido de fechar os protótipos
(movimentação da haste do atuador para dentro) – não ocorreu, portanto, tração na face
superior da laje. Nos ensaios com lajes mistas, não houve um patamar visível de
fissuração, haja vista o grande valor da taxa de armadura proporcionada pela fôrma. Isso
explica a grande rigidez encontrada para os protótipos com esse tipo de laje, tanto na
análise experimental quanto na numérica – compare-se os valores de k1 e kp da tabela
6.4 do capítulo 6, referentes às lajes plana e mista. Porém, se o sentido da aplicação de
carga fosse invertido, ter-se-ia valores bastante inferiores aos encontrados. O cálculo
teórico da rigidez fissurada da laje dos protótipos U1M e U2M apresenta valores muito
discrepantes para aplicação de carga em sentidos inversos, dada a grande diferença da
taxa de armadura tracionada em cada caso. Quando o sentido de aplicação da carga
provocar tração na face inferior da laje, a armadura de tração será proporcionada pela
fôrma de aço incorporada, cuja área é bastante superior à da tela soldada, que, por sua
vez, representará a armadura de tração, quando o sentido de aplicação da carga provocar
tração na face superior da laje.
400
350
300
Carga Aplicada (kN)
250
Mesa Esquerda
200
Mesa Direita
150
100
50
0
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
-6
Deformação (x10 )
350
300
Carga Aplicada (kN)
250
Mesa Esquerda
200 Mesa Direita
150
100
50
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
-6
Deformação (x10 )
350
300
Carga Aplicada (kN)
250
Mesa Esquerda
200 Mesa Direita
150
100
50
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
-6
Deformação (x10 )
Resumindo, em ambos os casos, a carga última seria a mesma, representada por Pt.
Porém, o mecanismo de colapso e, conseqüentemente, a capacidade de rotação da
ligação seriam diferentes – no primeiro caso (Pt > Rc), o colapso se daria pela
instabilidade da mesa comprimida e, no segundo (Pt < Rc), por um dos mecanismos de
falha, dados a seguir. Se R’s + Rp > Rc, o colapso ocorreria também por instabilidade da
mesa comprimida; caso contrário (R’s + Rp < Rc), por ruptura das barras da armadura.
As figuras 5.19 a 5.21 ilustram qualitativamente o modelo do mecanismo de falha.
Evidentemente, para a formação do campo de tração, seria necessário o esgotamento da
resistência ao cisalhamento da alma, causado pela ação combinada da força cortante
com a força desenvolvida pela primeira linha de parafusos. Caso contrário, a falha se
daria pela ruptura da armadura.
Força aplicada
Resistência
Rc
Pt
Deslocamento
Resistência
Pt
Rc
R's + Rp
Deslocamento
Figura 5.20 – Carga x deslocamento – segundo caso (Pt < Rc e R’s + Rp > Rc)
ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS ENSAIOS
120
Deslocamento
Figura 5.21 – Carga x deslocamento – segundo caso (Pt < Rc e R’s + Rp < Rc)
Nas figuras 5.23 a 5.25 e na tabela 5.3 são apresentados os resultados obtidos. Observa-
se que as relações entre os dois tipos de análise (numérica/experimental) foram
calculadas para os valores máximos das cargas aplicadas. Os valores teóricos foram
obtidos pela equação 6.28 do capítulo 6.
ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS ENSAIOS
122
400
350
250 Experimental
Numérica
200
Teórica
150
100
50
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Deslocamento Vertical (mm)
350
300
Carga Aplicada (kN)
250
Experimental
200 Numérica
Teórica (Pt)
150
100
50
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Deslocamento Vertical (mm)
400
350
Carga Aplicada (kN)
300
250 Experimental
Numérica
200
Teórica (Pt)
150
100
50
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Deslocamento Vertical (mm)
Apresentam-se ainda, nas figuras 5.26 e 5.27, a visualização das tensões de Von Mises e
de cisalhamento da alma, obtidas da análise numérica. Observa-se, conforme já
comentado, que a tensão na alma, junto à chapa de extremidade, atingiu a resistência ao
escoamento. Nota-se também a inversão das tensões de cisalhamento na região da alma
compreendida entre a primeira linha de parafusos e a mesa tracionada, assim como o
aumento da tensão na região restante, ambos causados pela força desenvolvida pelos
parafusos – vale lembrar que a tensão na alma provocada apenas pela força cortante é
bastante inferior, em torno de 13 kN/cm2.
Na figura 5.28, pode ser observada claramente a formação das charneiras plásticas na
chapa de extremidade, junto à alma, próximo à primeira linha de parafusos e na junção
da chapa com a mesa do perfil – compare-se com o que se observou nos ensaios,
evidenciado pelas linhas de Lüder.
NODAL SOLUTION
STEP=1
SUB =94
TIME=.985414
SEQV (AVG)
DMX =8.736
SMN =.058228
SMX =46.179
MX
Nas figuras 5.32 a 5.34 são apresentados os resultados obtidos para os três ensaios
simulados, juntamente com os experimentais e teóricos (tabela 2.4 do capítulo 2).
Ressalta-se que, para simular o efeito do atrito, foram colocados conectores adicionais
na região de cortante não nulo. Foi utilizado um coeficiente de atrito igual a 0,3;
multiplicando-o pelo valor da força aplicada e dividindo pela resistência nominal dos
conectores, chegou-se aos números de um conector de cada lado, para os ensaios EX1 e
EX2, e de dois, para o ensaio EX3 – veja-se Galvão para mais detalhes.
Na tabela 5.4 apresentam-se ainda as relações numérico/experimental dos resultados
obtidos. Ressalta-se que essas relações foram calculadas para valores de deslocamento
vertical aproximadamente iguais, correspondentes às cargas máximas obtidas nos
ensaios experimentais.
ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS ENSAIOS
128
220
200
180
160
140
Força (kN)
Experimental
120
Numérico
100 Teórico
80
60
40
20
0
0 4 8 12 16 20
Deslocamento (cm)
180
160
140
120
Força (kN)
Experimental
100
Numérico
80
Teórico
60
40
20
0
0 2 4 6 8 10 12
Deslocamento (cm)
560
480
400
Força (kN)
Experimental
320
Numérico
240 Teórico
160
80
0
0 2 4 6 8 10 12
Deslocamento (cm)
6
PROPOSIÇÃO DE MÉTODOS DE CÁLCULO
6.1 Introdução
A norma brasileira ABNT NBR 8800 (2008) não trata especificamente de estruturas
formadas por perfis de alma senoidal – em seu escopo estabelece que os perfis devem ser
laminados, soldados não-híbridos ou com seção tubular, com ou sem costura. Diz
também que, caso sejam usados perfis híbridos, devem ser feitas as adaptações
necessárias e que, para situações ou soluções construtivas não cobertas por ela, devem ser
usados procedimentos aceitos pela comunidade técnico-científica, acompanhados de
estudos para manter o nível de segurança previsto.
Neste capítulo, com base nos ensaios e estudos teóricos realizados, são propostos
modelos de cálculo apropriados para o projeto de vigas sob os estados limites de FLT e
FLM e de vigas mistas de aço e concreto, sob os estados limites de FLD na região de
momento negativo e de plastificação da seção na região de momento positivo. É proposto
ainda um modelo de cálculo de ligações mistas com chapa de topo – veja-se as figuras
4.23 a 4.25. Para tanto, adaptaram-se os conceitos e procedimentos da norma brasileira e
também da norma estadunidense ANSI/AISC 360-05 (2005). Vale lembrar que os
modelos propostos neste capítulo são referentes aos perfis de alma senoidal fabricados
atualmente no Brasil, cujas dimensões e limitações foram apresentadas na subseção 1.1.2
PROPOSIÇÃO DE MÉTODOS DE CÁLCULO
131
do primeiro capítulo, embora possam também ser estendidos ou adaptados para outras
situações.
aço, Iy, Cw e J são, respectivamente, o momento de inércia em torno do eixo que passa
pela alma e as constantes de empenamento e de torção, E é o módulo de elasticidade do
aço, C b é um coeficiente que leva em conta o diagrama de momento fletor,
f r Wx (6.5)
1 M r ( f y r )W x
y
(6.6)
EJ
Wx é o módulo de resistência e r, a tensão residual (tomada igual a 0,3fy).
A norma estadunidense adota basicamente o mesmo método de cálculo, com pequenas
alterações de forma, dentre elas, o coeficiente de ponderação da resistência (), que deve
ser multiplicado pela resistência nominal e corresponde aproximadamente a 1/a.
Esse modelo, segundo GALAMBOS (1983a), é baseado em teorias consolidadas nas
faixas extremas de sua aplicabilidade, isto é, no conceito de se atingir o momento de
plastificação (teoria da plasticidade) em vigas com contenções laterais suficientemente
próximas e na teoria clássica de bifurcação do equilíbrio em vigas com grande
comprimento lateral destravado (teoria de estabilidade elástica). Na faixa intermediária, o
procedimento é baseado numa relação empírica que promove uma transição linear entre o
momento crítico e o momento de plastificação. Esse processo de cálculo foi devidamente
PROPOSIÇÃO DE MÉTODOS DE CÁLCULO
132
1,2
1,1
1,0
0,9
0,8
0,7
M / Mp
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7
Esbeltez Reduzida
Figura 6.1 – Comparação entre ensaios e a formulação das normas
Nesta tese, propõe-se que o mesmo modelo utilizado pela norma brasileira para as vigas
de alma plana seja também utilizado para projeto de vigas de alma senoidal,
desprezando-se, porém, a alma no cálculo das propriedades geométricas.
Para verificar a viabilidade dessa proposição, foi realizada uma ampla pesquisa,
envolvendo diversos pesquisadores, composta de estudos teóricos e ensaios
experimentais, além de uma extensa análise paramétrica utilizando o método dos
elementos finitos. Essa pesquisa iniciou-se com FAKURY et al. (2005, 2006a, 2006b) e
HACKBARTH JÚNIOR (2006) e prosseguiu com QUEIROZ et al. (2006a, 2006b,
2007), GONZAGA (2008) e PIMENTA et al. (2008).
PROPOSIÇÃO DE MÉTODOS DE CÁLCULO
133
Como se pode observar, as normas brasileira e estadunidense não explicitam o efeito das
imperfeições geométricas em sua formulação, ao contrário da norma européia [EN 1993-
1-1 (2005)], que adota para as vigas as mesmas curvas de instabilidade das barras
axialmente comprimidas, que levam em conta, além das tensões residuais, as
imperfeições geométricas por meio do fator de imperfeição veja-se EN 1993-1-1
(2005) para detalhes. Tornou-se necessário, portanto, estudar o efeito das imperfeições
no comportamento de vigas no estado limite de FLT, sob o prisma da formulação das
normas brasileira e estadunidense.
As imperfeições geométricas influenciam significativamente a resistência a FLT,
particularmente na região de média esbeltez, que corresponde à região de comportamento
inelástico. Embora as imperfeições geométricas também desempenhem papel
preponderante na região de grande esbeltez, sua influência é contrabalançada pela
presença inevitável de restrições de extremidade da barra, cujo efeito também é muito
grande nessa região [LEE e GALAMBOS (1962), GALAMBOS (1983b, 2006)]. Por
isso, em muitas normas, a resistência a FLT no domínio da fase elástica ( > r) é
determinada pelo momento crítico da barra [GALAMBOS (1983a), YURA et al. (1978)],
face à boa correlação desse procedimento com os ensaios – veja-se a figura 6.4 para
valores de esbeltez reduzida superiores a 1,2. Essa assertiva também foi confirmada pelos
resultados dos ensaios de FLT apresentados na seção 4.2 do quarto capítulo – nos ensaios
de vigas sem contenção central, que apresentaram comportamento elástico, a carga última
dos protótipos foi apenas ligeiramente inferior à carga crítica (flambagem linearizada)
apresentada pelo modelo de elementos finitos. Comparem-se os valores Mcr e Mue
relativos aos protótipos P5S e P6S da tabela 5.1 do capítulo 5. A relação Mue/Mcr
apresenta os valores de 0,99 e 0,89 para P5S e P6S, respectivamente. Vale lembrar que as
imperfeições iniciais foram de aproximadamente l/1300 e l/450 para os protótipos P5S e
P6S, respectivamente – coerentemente, o protótipo com a maior imperfeição apresentou a
carga última mais distante da carga crítica. Ressalta-se que o alto valor da imperfeição
inicial de P6S é atípico para perfis de alma senoidal (veja-se o capítulo 7) e resultou das
distorções provocadas pelas soldas das ligações – propositadamente, os perfis não foram
desempenados após a fabricação.
PROPOSIÇÃO DE MÉTODOS DE CÁLCULO
134
350000
300000
250000
Momento (Teórica)
200000
150000
100000
50000
0
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000
Momento (Numérica)
1,4
1,2
MNumérica/MTeórica
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
p
1,2
1,1
1,0
0,9
0,8
0,7
M / Mp
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5
Esbeltez Reduzida
250000
200000
Momento (Teórica)
150000
100000
50000
0
0 50000 100000 150000 200000 250000
Momento (Numérica)
1,40
1,20
MNumérica / MTeórica
1,00
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
p
1,2
1,1
1,0
0,9
0,8
0,7
M / Mp
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5
Esbeltez Reduzida
Figura 6.7 – Comparações entre as análises (esbeltez reduzida)
Também para esse estado limite (FLM), a norma brasileira ABNT NBR 8800 (2008)
apresenta o momento resistente de cálculo em função do índice de esbeltez, no caso, da
mesa comprimida, = b/tf. Para as regiões plástica e inelástica, as equações são
exatamente as mesmas do estado limite de FLT, ou seja, as equações 6.1 e 6.2, nas quais
os limites, para os perfis laminados, são dados pelas expressões:
E E (6.7a)
p 0 ,38 r 0 ,83
fy fy r (6.7b)
PROPOSIÇÃO DE MÉTODOS DE CÁLCULO
140
Para a região elástica, o momento resistente é dado pelo momento crítico; tem-se então:
M cr 0,69 EWc
M Rd (6.8)
a a 2
onde Wc é o módulo de resistência relativo à mesa comprimida. Para os perfis laminados,
b é igual à metade da largura da mesa, ou seja, igual a bf /2. As bases teóricas e as
premissas adotadas pela norma brasileira estão resumidas em SOUZA (2006).
Nesta tese, propõe-se que o modelo da norma brasileira para os perfis laminados seja
também utilizado para os perfis de alma senoidal, em que a esbeltez da mesa comprimida
seja calculada por:
b b f / 2 bw / 4
(6.9)
tf tf
Para verificar a viabilidade dessa proposição, utilizaram-se os dados fornecidos por
SOUZA (2006) – nesse trabalho, foi desenvolvido um modelo de elementos finitos capaz
de prever com boa precisão a resistência de vigas de aço, tanto de alma plana quanto de
alma senoidal, referente ao estado limite de flambagem local de mesa. Esse modelo foi
inicialmente verificado por comparações com normas consolidadas e posteriormente
validado por ensaios experimentais realizados por PINTO (2008) – veja-se as figuras 6.8
e 6.9.
Para cobrir um maior espectro de índice de esbeltez, foram escolhidos alguns perfis que
não se enquadravam no domínio de utilização prática, devido a estarem fora dos limites
de produção dos equipamentos de fabricação. Os dados obtidos foram então divididos,
nesta tese, em dois grupos: o primeiro, que reúne todos os perfis analisados por Souza, e
o segundo, com apenas os perfis dentro da faixa de utilização prática.
O modelo numérico foi aplicado a 44 diferentes seções de vigas de alma senoidal,
considerando-se imperfeição inicial de bf /1000, tensão residual de 105 MPa com padrão
similar ao de Lehigh (valor muito elevado para perfis de alma senoidal; veja-se o capítulo
7) e índice de esbeltez calculado pela equação 6.9) variando de 5,4 a 32,8 – veja-se
SOUZA (2006) para detalhes. Os resultados foram então comparados com as previsões
da norma brasileira, considerando-se as seguintes premissas:
─ Desprezou-se a alma senoidal no cálculo das propriedades da seção transversal;
─ Considerou-se tensão residual de 0,3fy, conforme prescrito pelas normas.
PROPOSIÇÃO DE MÉTODOS DE CÁLCULO
141
A análise estatística dos dados conduziu aos valores dos coeficientes de tendência e de
variação conforme apresentado na tabela 6.3. Os resultados podem ser visualizados nas
figuras 6.10 e 6.11 para o primeiro e o segundo grupo, respectivamente. Observa-se boa
correlação entre as análises teórica e numérica, confirmando a viabilidade de utilização
do modelo proposto.
1,2
1,0
0,8
M / Mp
0,6
0,4
0,2
0,0
0 5 10 15 20 25 30 35
Esbeltez da Mesa
1,2
1,0
0,8
M / Mp
0,6
0,4
0,2
0,0
0 5 10 15 20 25 30 35
Esbeltez da Mesa
M R
dist (6.10)
M cr
M R fy fy
M Rd Tds d 3 Aat d 4 Aac d 5 (6.11)
r a a
onde
Tds é a força resistente de tração de cálculo das barras da armadura longitudinal, que
deverá ser tomada igual a:
f ys
Tds As (6.12)
s
As, fys e s são, respectivamente, a área, a resistência ao escoamento e o coeficiente de
ponderação da resistência da armadura longitudinal dentro da largura efetiva da laje;
Aat é a área tracionada da seção do perfil de aço;
Aac é a área comprimida da seção do perfil de aço;
d3 é a distância do centro geométrico da armadura à linha neutra plástica (LNP)
d4 é a distância (braço de alavanca) da força de tração, situada no centro geométrico da
área tracionada da seção do perfil de aço, à LNP;
d5 é a distância (braço de alavanca) da força de compressão, situada no centro geométrico
da área comprimida da seção do perfil de aço, à LNP.
O momento crítico, no caso de existirem duas ou mais vigas paralelas, ligadas à mesma
laje de concreto, formando o mecanismo “U invertido” (veja-se o capítulo 2 e a norma
brasileira para detalhes) pode ser dado pela seguinte equação:
PROPOSIÇÃO DE MÉTODOS DE CÁLCULO
144
C dist k l2
M cr g GJ r EI fi (6.13)
l 2
em que:
G é o módulo de elasticidade transversal do aço;
l é o comprimento da viga entre apoios verticais (exige-se que ambas as mesas do perfil
de aço possuam contenção lateral nesses apoios);
Ifi é o momento de inércia da mesa inferior do perfil de aço em relação ao eixo vertical;
g é um fator relacionado à geometria da seção transversal da viga mista;
Cdist é um coeficiente que depende da distribuição de momentos fletores no comprimento
da viga;
kr é a rigidez rotacional da viga mista, que depende da rigidez transversal do conjunto
formado pela alma do perfil de aço e pela laje, por unidade de comprimento da viga.
O momento fletor resistente de cálculo à flambagem lateral com distorção é dado por:
M Rd ,dist M Rd (6.14)
1 1 1 1
(6.16)
k r k1 k 2 k 3
PROPOSIÇÃO DE MÉTODOS DE CÁLCULO
145
' 3
k1 EI 2 s ( 1 )2 1 b d s3 E s (6.17)
a a 3 nb
0 ,4 E w ( bw ) 2 t w
k2 (6.18)
h
Et 3f
k 3 aj (6.19)
bf
onde
(6.20)
'
b
n s ' 1 2 b 1 A
s s
E
n s a
b n s b bd s Ec
(6.22)
0 ,15 2 ,2 0 ,25 0 ,5
n bw tw bf
aj 0 ,01 1 (6.23)
tf b
n2 bw w
Nessas expressões:
, para vigas de borda, é igual a 2 e, para vigas internas, igual a 3, quando houver apenas
três vigas, ou a 4, quando houver quatro ou mais vigas;
a é a distância entre vigas;
(EI)2 é a rigidez à flexão da seção mista homogeneizada da laje, desprezando o concreto
tracionado (ou seja, é a rigidez fissurada da laje), por unidade de comprimento da viga,
tomada como o menor valor entre a do meio do vão e a de um apoio interno da laje;
b e b’ são, respectivamente, as larguras tracionada e comprimida da laje;
Es e Ew são os módulos de elasticidade dos aços da armadura e da alma do perfil,
respectivamente;
As é a área da armadura de tração da laje na largura b;
ds a distância da face comprimida da laje ao centro geométrico da armadura de tração;
n1 é o número de conectores na seção transversal;
n2 é um número que depende da distribuição de conectores ao longo do comprimento.
PROPOSIÇÃO DE MÉTODOS DE CÁLCULO
146
Fh 2
k3 (6.24)
Supondo que a mesa superior seja apoiada apenas nas bordas (vão igual a bf), a força F
relaciona-se com o deslocamento pela seguinte expressão:
F 12 EI
(6.25)
b f h2
Substituindo 6.25 em 6.24 e lembrando que o momento de inércia I da mesa superior, por
unidade de comprimento da viga, é igual a t 3f / 12 , chega-se a:
Et 3f
k3 (6.26)
bf
U3-P 103 333 209 333 1,00 262 346 298 -13,7 84 0,81
U4-P 107 357 209 333 0,93 262 395 331 -16,3 86 0,80
U5-P 88 264 209 333 1,26 262 220 171 -22,1 69 0,79
U6-P 95 326 209 333 1,02 262 269 190 -29,5 72 0,76
U7-P 131 323 209 333 1,03 455 411 366 -10,9 103 0,79
U8-P 138 355 209 333 0,94 455 489 406 -16,9 106 0,77
U9-P 136 1365 665 1087 0,80 262 381 298 -21,8 115 0,85
U10-P 139 1530 665 1087 0,71 262 406 331 -18,5 120 0,86
U11-P 116 514 363 477 0,93 262 369 298 -19,2 101 0,87
U12-P 118 511 363 477 0,93 262 390 331 -15,2 104 0,88
U15-P 107 381 209 333 0,87 262 395 269 -32,0 81 0,76
U16-P 105 338 209 333 0,99 262 369 298 -19,2 84 0,80
U17-P 84 248 209 333 1,34 262 196 154 -21,5 66 0,79
U18-P 93 334 209 333 1,00 262 254 171 -32,6 69 0,74
U19-P 108 357 209 333 0,93 262 409 379 -7,2 89 0,82
U20-P 140 360 209 333 0,92 455 515 466 -9,5 109 0,78
U21-P 116 259 209 333 1,29 525 269 242 -10,1 92 0,80
U22-P 125 310 209 333 1,07 525 324 269 -17,0 96 0,77
U23-P 133 248 209 333 1,34 910 293 298 1,7 108 0,81
U24-P 149 313 209 333 1,06 910 383 330 -13,9 112 0,75
U25-P 109 236 209 333 1,41 525 234 218 -6,9 89 0,81
U26-P 117 299 209 333 1,11 525 275 242 -11,9 92 0,79
U27-P 140 289 209 333 1,15 525 448 422 -5,8 110 0,79
U28-P 149 320 209 333 1,04 525 555 468 -15,7 113 0,76
U29-P 126 240 209 333 1,39 525 330 380 15,0 107 0,85
U30-P 148 327 209 333 1,02 525 541 422 -22,1 110 0,75
U31-P 101 222 209 333 1,50 525 200 200 -0,2 85 0,85
U32-P 111 299 209 333 1,11 525 244 222 -9,0 89 0,80
U33-P 93 193 209 333 1,73 525 171 180 5,3 82 0,88
U34-P 102 284 209 333 1,17 525 204 200 -2,1 85 0,84
U35-P 119 269 209 333 1,24 525 286 171 -40,2 80 0,67
U36-P 128 305 209 333 1,09 525 344 190 -44,8 84 0,65
U37-P 95 361 209 333 0,92 219 339 302 -10,9 79 0,83
U38-P 125 368 209 333 0,90 379 424 371 -12,5 99 0,79
U39-P 95 357 209 333 0,93 219 339 346 2,2 82 0,86
U40-P 126 363 209 333 0,92 379 436 426 -2,3 102 0,81
PROPOSIÇÃO DE MÉTODOS DE CÁLCULO
149
U3-M 140 2364 1916 2084 0,88 262 351 298 -15,0 130 0,93
U4-M 145 3233 1916 2084 0,64 262 384 331 -13,8 136 0,94
U5-M 118 1762 1916 2084 1,18 262 239 171 -28,4 98 0,83
U6-M 124 2541 1916 2084 0,82 262 265 190 -28,3 104 0,84
U7-M 196 2002 1916 2084 1,04 455 413 366 -11,2 183 0,94
U8-M 205 2440 1916 2084 0,85 455 455 406 -10,6 193 0,94
U9-M 145 5091 5510 6364 1,25 262 341 298 -12,7 136 0,94
U10-M 150 10786 5510 6364 0,59 262 371 331 -10,7 143 0,95
U11-M 140 2237 1378 1584 0,71 262 370 298 -19,5 127 0,91
U12-M 144 2846 1378 1584 0,56 262 400 331 -17,2 132 0,92
U13-M 137 1722 958 1042 0,61 262 395 298 -24,6 122 0,89
U14-M 142 2279 958 1042 0,46 262 440 331 -24,9 127 0,89
U15-M 137 2394 1916 2084 0,87 262 332 269 -19,2 124 0,91
U16-M 142 4054 1916 2084 0,51 262 363 298 -18,0 130 0,92
U17-M 114 1541 1916 2084 1,35 262 223 154 -30,9 92 0,81
U18-M 118 2908 1916 2084 0,72 262 239 171 -28,4 98 0,83
U21-M 183 1851 1916 2084 1,13 525 325 242 -25,5 152 0,83
U22-M 195 2714 1916 2084 0,77 525 365 269 -26,3 163 0,83
U23-M 237 1805 1916 2084 1,15 910 379 298 -21,4 201 0,85
U24-M 258 2909 1916 2084 0,72 910 435 330 -24,2 215 0,83
U25-M 174 1406 1916 2084 1,48 525 297 218 -26,6 143 0,82
U26-M 183 2944 1916 2084 0,71 525 325 242 -25,5 152 0,83
U27-M 239 2052 1916 2084 1,02 525 556 422 -24,2 208 0,87
U28-M 258 3336 1916 2084 0,62 525 671 468 -30,3 219 0,85
U29-M 225 1843 1916 2084 1,13 525 486 380 -21,8 198 0,88
U30-M 244 3170 1916 2084 0,66 525 584 422 -27,8 208 0,85
U31-M 160 1742 1916 2084 1,20 525 259 200 -22,7 135 0,84
U32-M 165 2692 1916 2084 0,77 525 272 222 -18,4 144 0,87
U33-M 152 1043 1916 2084 2,00 525 238 180 -24,4 125 0,82
U34-M 154 2568 1916 2084 0,81 525 243 200 -17,8 135 0,87
média 1,00 obs: a média e o desvio padrão referem-se
desvio padrão 0,287 aos dois tipos de lajes
Observa-se que os modelos com a mesma numeração são equivalentes, diferindo apenas
pelo tipo de laje. Por exemplo, os modelos U3-P e U3-M, cujos tipos de laje são,
respectivamente, plana e mista, possuem o mesmo perfil e o mesmo número e disposição
similar de conectores. Comparando-se os valores de k3 de modelos equivalentes, verifica-
se que são muito próximos – a relação entre eles (mista/plana) apresenta média de 1,10 e
coeficiente de variação de 14%, demonstrando a robustez do modelo de cálculo.
PROPOSIÇÃO DE MÉTODOS DE CÁLCULO
150
0,90
0,80
0,70
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60
Coeficiente de ajuste
Figura 6.13 – Obtenção da equação do coeficiente de ajuste
Segundo a ABNT NBR 8800 (2008), numa ligação mista podem ser considerados três
componentes: a armadura da laje de concreto, os conectores de cisalhamento e a ligação
entre o perfil de aço e o elemento suporte.
Para a ligação mista mostrada na figura 6.14, a norma brasileira apresenta um
procedimento de cálculo completo para vigas compactas, com base no comportamento
dos componentes, sendo que o elemento de apoio pode ser um pilar ou uma viga. Para
isso, devem ser atendidas as seguintes condições, além das apresentadas na figura 6.14
(veja-se a norma brasileira para outras exigências):
─ a distância transversal entre furos da chapa de ligação não pode ser inferior a 6 db e
superior a 0,55 bp, onde db é o diâmetro dos parafusos e bp a largura da chapa;
─ a distância transversal entre furo e borda não pode ser inferior a 1,5 d b;
─ a espessura da chapa não pode ser superior a d b/2, para que a resistência última da
ligação metálica seja comandada pela resistência da chapa e garantir a ductilidade da
ligação mista (desde que atendidas outras condições apresentadas na norma);
─ a resistência dos conectores de cisalhamento na região de momento negativo deve ser
superior à resistência das barras da armadura (interação completa).
Nesta tese, propõe-se que o modelo apresentado na norma brasileira seja utilizado para
o cálculo da ligação mista ilustrada na figura 4.25 do capítulo 4, que atenda as
disposições construtivas exigidas acima, com as seguintes considerações adicionais:
─ desprezam-se a alma no cálculo das propriedades geométricas e, conseqüentemente,
as exigências de que esta seja compacta;
─ considera-se a contribuição da ligação metálica na resistência da ligação mista;
─ a resistência da mesa comprimida deve ser igual ou superior à soma das forças
desenvolvidas pela armadura e pela ligação metálica (veja-se a equação 6.25);
─ consideram-se outros valores para capacidade de rotação disponível e necessária
(veja-se seção 6.7 adiante).
Assim sendo, o momento fletor resistente é dado pela seguinte expressão:
f ys Fb
M Rd As ( H t fi / 2 y )
( h0 t fi / 2 e y ) (6.25)
s a
onde Fb é a resistência da linha superior de parafusos e ey, a sua distância à face interna
da mesa superior do perfil; y é a distância da mesa superior ao eixo das barras da
armadura. A resistência da linha superior de parafusos é obtida a partir do modelo de
cálculo (“Equivalent T-Stubs”) do EN 1993-1-8 (2005), com base nos resultados de um
extenso programa de ensaios realizado na Europa [SCI 207 (1997)]. O modelo considera
três modos de falha da linha de parafusos [veja-se a figura 6.15 e o SCI 207 (1997) para
detalhes]: o modo 1, plastificação completa da mesa do T, ou seja, a formação de quatro
charneiras plásticas, o modo 2, ruptura dos parafusos com plastificação parcial da mesa,
isto é, a formação de duas charneiras plásticas, e o modo 3, ruptura dos parafusos.
Com as disposições construtivas exigidas na norma brasileira, pode-se demonstrar que o
modo de falha predominante na ligação proposta será sempre o modo 1 [veja-se
GONZAGA (2008) e GALVÃO (2008b)] e que, dentre as diversas possibilidades de
formação de charneiras plásticas na ligação, a de menor resistência apresenta
comprimento equivalente no modelo do “T-Stub” (Leq) igual a 4m+1,25e x, onde m e ex
são a distância do furo ao centro da alma e à borda, respectivamente [SCI 207 (1997)].
Sabe-se que o momento de plastificação de cada charneira do T equivalente é igual a:
Leq t 2p f yp
Mp (6.26)
4
PROPOSIÇÃO DE MÉTODOS DE CÁLCULO
153
f ys 1h e y 4 1,25 e x / m f
M Rd As ( h0 y ) 0 1 b p t 2p yp (6.28)
s 2 e y m 1 ex / m a
Essa proposição foi embasada nas pesquisas realizadas em conjunto com Galvão
[GALVÃO (2008b)], como apresentado a seguir.
O modelo de elementos finitos apresentado no capítulo anterior – seção 5.3 – foi utilizado
numa análise paramétrica em que se variaram a seção transversal do perfil, o número de
PROPOSIÇÃO DE MÉTODOS DE CÁLCULO
154
140000
120000
100000
Momento (Teórica)
80000
60000
40000
20000
0
0 20000 40000 60000 80000 100000 120000 140000
Momento (Numérica)
Figura 6.16 – Curva de ajuste perfeito entre as análises (momentos em kNcm)
PROPOSIÇÃO DE MÉTODOS DE CÁLCULO
155
M Rd C ad d yt yc C cd t c / 2 hF d yt (6.30)
para linha neutra no perfil metálico, onde
fy Ta f ck 1 (6.31)
Tad A a Ccd 0,85 bc t c C ad Tad Ccd
a f c 2 a
0,85 ck bc
c (6.34)
d é a altura total do perfil de aço;
d1 é a distância do centro geométrico do perfil de aço até a face superior desse perfil;
yc é a distância do centro geométrico da parte comprimida do perfil de aço até a face
superior desse perfil;
yt é a distância do centro geométrico da parte tracionada do perfil de aço até a face
inferior desse perfil;
hF é a altura da fôrma da laje;
tc é a espessura da laje de concreto acima da fôrma;
bc é a largura efetiva da laje, função do comprimento e do espaçamento das vigas.
Para interação parcial e outras situações, deve-se consultar a norma brasileira.
Novamente, propõe-se que o procedimento da norma brasileira, ilustrado acima, seja
utilizado também para o dimensionamento de vigas mistas com perfil de alma senoidal,
desprezando-se a alma no cálculo das propriedades geométricas. Assim, o momento
fletor resistente de cálculo deve ser calculado pelas expressões 6.29 a 6.34, substituindo-
se d por H.
Ressalta-se que não é prevista a situação de a linha neutra plástica localizar-se na mesa
inferior do perfil. Como a alma não participa da resistência a tensões normais ao eixo da
viga, a única alternativa de localização da LNP no perfil de alma senoidal é na mesa
superior.
PROPOSIÇÃO DE MÉTODOS DE CÁLCULO
156
Para justificar essa proposta, foi realizada, em conjunto com Galvão [GALVÃO
(2008b)], uma ampla análise paramétrica utilizando o modelo de elementos finitos
apresentado no capítulo anterior, devidamente validado por comparação com resultados
experimentais reportados na literatura. Foram processados 130 modelos, buscando varrer
boa parte do espectro utilizado na prática. Variaram-se a altura da seção, a largura e a
espessura das mesas, o vão, inclusive a relação l/dt, da viga mista (onde dt é altura total
incluindo a espessura da laje), a espessura (inclusive a altura da fôrma de aço
incorporada) e a largura efetiva da laje, assim como a resistência característica à
compressão do concreto.
Os resultados da análise são apresentados nas figuras 6.17 e 6.18. Na primeira é mostrada
a curva de ajuste perfeito entre as análises numérica e teórica, onde se utilizou o
momento de plastificação calculado pelo procedimento da norma brasileira, desprezando-
se a alma, e na segunda, a relação entre as análises (numérica/teórica) para cada modelo
processado. Como se observa, obteve-se uma boa correlação entre os dois tipos de
análise, justificando plenamente o procedimento proposto. Os coeficientes de tendência e
de variação da relação numérica/teórica são = 0,98 e V = 0,020.
300000
250000
200000
Momento (Teórica)
150000
100000
50000
0
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000
Momento (Numérica)
Figura 6.17 – Curva de ajuste perfeito entre as análises (momentos em kNcm)
PROPOSIÇÃO DE MÉTODOS DE CÁLCULO
157
1,2
Relação Numérica/Teórica
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
Número do modelo
Figura 6.18 – Relação entre as análises
Segundo a ABNT NBR 8800 (2008), como a resistência última da ligação em um sistema
semicontínuo é sempre menor que o momento plástico negativo da viga mista, a própria
ligação mista tem que garantir a rotação necessária para o desenvolvimento do máximo
momento positivo da viga, quando se utiliza análise plástica.
A capacidade de rotação da ligação é determinada atribuindo-se aos deslocamentos dos
componentes seus valores limites. Assim:
us ui s ( B )
u (6.35)
dy
onde us é a capacidade de deformação da armadura, ui é a capacidade de deformação
da mesa inferior e s(B), a capacidade de deformação dos conectores. Em ligações com
chapa de topo, considera-se que ui = 0.
A capacidade de deformação dos conectores é dada por:
(B)
Fcon
s (B)
2s ( A)
( A)
(6.36)
Fcon
onde:
PROPOSIÇÃO DE MÉTODOS DE CÁLCULO
158
0 ,7QRk
s( A ) (6.37)
k con
( A)
Fcon k cs s ( A ) (6.38)
(B)
Fcon As f ys (6.39)
QRk é a força nominal resistente de um conector, kcon é igual a 100 kN/mm para
conectores de 19 mm e kcs é dado por:
nk con
k cs (6.40)
em que n é o número de conectores na região de momento negativo e
1d y
(6.41)
d s 1
Ia
(6.42)
d s2 As
1nk con L d s2 (6.43)
EI a
ds é a distância do centro geométrico do perfil de aço ao centro geométrico da armadura,
Ia é o momento de inércia do perfil de aço e L-, o comprimento da viga, adjacente ao nó,
na região de momento negativo, podendo ser tomado igual a 15% do vão.
A capacidade de deformação das barras da armadura, que devem ser de aço CA-50 com
diâmetro mínimo de 12,5 mm, é dada por:
us L smu (6.44)
onde
L é o comprimento de referência para levar em conta o efeito do concreto que envolve a
armadura, podendo ser tomado igual a 200 mm, sendo que as distâncias do primeiro
conector até à face e até ao centro do elemento de apoio não podem ser inferiores a 100
mm e 200 mm, respectivamente;
smu é a deformação da armadura envolvida pelo concreto, correspondente ao limite de
resistência, igual a
PROPOSIÇÃO DE MÉTODOS DE CÁLCULO
159
smu sy t sr 0 1 sr
f ys
su sy (6.45)
com
t e 0 iguais a 0,4 e 0,8, respectivamente;
f ctm k c
sr (6.46)
s Es
f ctm k c s Es
sr 1 (6.47)
s Ec
fctm igual à resistência média do concreto à tração e kc podendo ser tomado
conservadoramente igual a 1,0;
s igual à taxa de armadura (relação As /Ac);
Ac igual à área da mesa de concreto;
sy e su iguais às deformações correspondentes à resistência ao escoamento e à resistência
máxima à tração da armadura isolada, respectivamente.
Para mais detalhes e definições deve-se consultar a norma brasileira.
Nesta tese, propõe-se que o procedimento da norma brasileira também seja adotado
para a determinação da capacidade de rotação de ligações mistas com perfil de alma
senoidal, utilizando-se, porém, 70% da deformação última da armadura envolvida pelo
concreto no cálculo da capacidade de deformação das barras da armadura, ou seja:
450
400
350
Momento (kNcm)
300
250
200
Protótipo 1
150 Protótipo 2
Protótipo 3
100
Experimental
50 Teórica
0
0 5 10 15 20 25
Rotação (mrad)
Como se pode observar, há uma boa correlação entre os resultados das análises
experimental, numérica e teórica. Pode-se concluir, portanto, que o procedimento
proposto conduz a resultados suficientemente conservadores para ser utilizado em
projeto.
Em vigas mistas com perfil de alma senoidal, a rotação necessária para o
desenvolvimento do máximo momento positivo da viga é muito inferior à dos perfis de
alma plana. Isso se deve a não ser necessária a plastificação completa do perfil senoidal,
haja vista que a alma não contribui para resistir ao momento fletor. Assim sendo, pode-se
considerar, sem erro significativo, que a rotação de apoio que provoque o início da
plastificação da viga seja a rotação necessária. Haja vista as dimensões usuais dos perfis e
da laje, pode-se considerar que o início da plastificação da viga mista corresponda ao
início do escoamento da mesa inferior (desprezando-se as tensões residuais). Sem erro
apreciável, dentro dos limites usuais dos perfis e das lajes, pode-se considerar que a
resistência da viga mista na região de momento positivo (M+), correspondente ao início
de plastificação da mesa, e o momento de inércia da viga mista (I) sejam aproximados
por:
M A fi f y d t (6.49)
I 0,7 A fi d t2 (6.50)
mrad 0 ,4167( 2 )
l
para DL e 2CL (6.51)
dt
mrad 0,6250( 1 )
l
para 1CL (6.52)
dt
onde
l/d t é a relação entre o vão e a altura total da viga mista;
DL significa carga uniformemente distribuída;
1CL significa uma carga concentrada no centro da viga;
2CL significa duas cargas concentradas nos terços do vão da viga.
O valor mínimo de , conforme a ABNT NBR 8800, deve ser igual a 0,3. Apresenta-se
na tabela 6.6, a capacidade de rotação necessária para = 0,3, = 0,5 e = 0,7.
7
DESCRIÇÃO ESTATÍSTICA DAS VARIÁVEIS BÁSICAS
7.1 Introdução
Neste capítulo são apresentadas e descritas as variáveis básicas envolvidas nos modelos
de cálculo propostos no capítulo anterior. São também determinados a distribuição de
probabilidade de cada variável e seus correspondentes parâmetros estatísticos. Para tal,
foram utilizados dados extraídos da literatura técnica e de um amplo programa de
medições desenvolvido pela Codeme Engenharia, além daqueles obtidos dos ensaios
experimentais apresentados no capítulo quarto. Os dados relativos à geometria e ao
sistema produtivo dos perfis referem-se às dimensões e limitações apresentadas na
subseção 1.1.2 do primeiro capítulo. Embora se trate de um tipo específico de maquinário
e um único produtor (a Codeme Engenharia é o único fabricante de perfis de alma
senoidal no Brasil), observa-se que o sistema produtivo e as tolerâncias dimensionais são
semelhantes aos dos perfis de alma plana adotados internacionalmente. Outro ponto que
merece comentário é que, embora se tenha utilizado somente um tipo de aço na análise
estatística, é sabido que apenas duas usinas siderúrgicas são produtoras de chapas grossas
no Brasil, ambas pertencentes ao mesmo grupo empresarial. Além disso, as demais, que
produzem tiras a quente, que também poderiam ser utilizadas nas mesas dos perfis,
utilizam métodos e normas de produção similares aos das usinas produtoras de chapa
DESCRIÇÃO ESTATÍSTICA DAS VARIÁVEIS BÁSICAS 164
grossa. Assim sendo, acredita-se que os parâmetros estatísticos do aço USICIVIL 350
possam ser representativos também dos parâmetros dos demais aços similares.
O programa de medições consistiu na anotação sistemática das dimensões reais dos perfis
de alma senoidal fabricados no período compreendido entre o segundo semestre de 2006
e o primeiro semestre de 2008. Foram anotadas as seguintes dimensões: altura total,
largura e espessura das mesas superior e inferior e o valor da imperfeição geométrica
inicial (falta de retilineidade) em relação ao eixo de menor inércia – veja-se o anexo 1.
As primeiras medidas dos valores da imperfeição geométrica de alguns perfis estavam
fora da tolerância de fabricação exigida (l/1000, onde l é o comprimento medido do
perfil), devido a um problema de ajuste do equipamento. Dessa forma, os valores
medidos não foram os que efetivamente ocorreram, pois os perfis foram posteriormente
desempenados para adequá-los às tolerâncias exigidas. Para contornar esse problema,
tomou-se, para efeito de cálculo, a tolerância máxima como o valor da imperfeição a ser
utilizada, ou seja, se a imperfeição medida foi superior a l/1000, esta foi tomada como
l/1000. Esse procedimento é claramente a favor da segurança, haja vista que imperfeições
superiores a esse valor não são aceitas pelo controle de qualidade de fabricação. Foram
detectados cerca de 40 casos nessa situação, num universo de mais de 500 perfis
medidos. Vale registrar ainda que, na maior parte dos casos, a falta de retilineidade era
tão pequena (inferior a 1,0 mm) que foi anotada como zero, isto é, inexistente. Nos
cálculos, para evitar inconsistência (divisão por zero), o valor foi tomado igual a 1,0 mm.
Para determinação dos parâmetros relativos à resistência ao escoamento do aço utilizado
nas mesas do perfil, USICIVIL 350, foram utilizados os dados obtidos dos certificados
emitidos pela usina siderúrgica. Não foi considerado necessário estudar as estatísticas
referentes ao aço utilizado na alma, USICIVIL 300, visto que as propriedades da alma
foram desprezadas nos modelos apresentados neste trabalho – veja-se, porém, 7.3 e 7.9.
Ressalta-se que todas as variáveis aleatórias das funções de desempenho (veja-se o oitavo
capítulo) utilizadas nesta tese foram consideradas estatisticamente independentes, isto é,
não correlacionadas – veja-se a seção 7.11.
Para facilitar a visualização e a compreensão das expressões matemáticas, a partir deste
capítulo as variáveis aleatórias serão representadas por letras maiúsculas e as
determinísticas e os valores nominais ou específicos das variáveis aleatórias, por
DESCRIÇÃO ESTATÍSTICA DAS VARIÁVEIS BÁSICAS 165
1
apud Bartlett et al. (2003)
DESCRIÇÃO ESTATÍSTICA DAS VARIÁVEIS BÁSICAS 166
f ys = f yd − 29 (7.2)
o que significa que os valores obtidos dos certificados devem ser reduzidos em 29 MPa.
Em FUKUMOTO e ITOH (1981), podem-se calcular os coeficientes de tendência e de
variação da resistência ao escoamento estática (valores reduzidos em 29 MPa) de 136
ensaios em perfis soldados (mesa de 8 mm e alma de 6 mm) de aço com resistência ao
escoamento nominal de 235 MPa. Os valores encontrados foram: δ = 1,08 e V = 0,053
para as mesas e δ = 1,31 e V = 0,076 para a alma.
No programa de medições realizado na Codeme, foram selecionados aleatoriamente 332
ensaios relatados nos certificados fornecidos pela Usiminas, usina produtora do aço
utilizado nas mesas dos perfis de alma senoidal (USICIVIL 350), no período
DESCRIÇÃO ESTATÍSTICA DAS VARIÁVEIS BÁSICAS 168
60
50
40
Freqüencia
30
20
10
0
320 340 360 380 400 420 440 460 480 500 520
Resistência ao Escoamento Estática (MPa)
0,018
0,016
0,014
0,012
Freqüência
0,010
0,008
0,006
0,004
0,002
0,000
320 340 360 380 400 420 440 460 480 500 520
Resistência ao Escoamento Estática (MPa)
Por ser referente ao mesmo tipo de aço, a variável aleatória resistência ao escoamento da
chapa de extremidade, Fp, pôde ser considerada com os mesmos parâmetros e a mesma
distribuição de F.
De acordo com BJORHOVDE (1972), o módulo de elasticidade do aço pode ser tomado
como uma variável determinística, embora admita que essa propriedade possua, na
realidade, um certo grau de variação. O coeficiente de variação, segundo esse
pesquisador, situa-se na faixa entre 0,001 e 0,005, valor muito pequeno se comparado a
outras variáveis envolvidas no comportamento de um sistema estrutural.
Por outro lado, SCHMIDT e BARTLETT (2002a) assumem que o módulo de
elasticidade seja uma variável aleatória com coeficientes de tendência e de variação
iguais a, respectivamente, 1,038 e 0,026, com base nos ensaios realizados por
CHERNENKO e KENNEDY (1991). Valores de δ = 1,036 e V = 0,045 são sugeridos em
GALAMBOS (1998), com base numa reavaliação dos resultados de 341 ensaios
apresentados por Galambos e Ravindra (1978). FUKUMOTO et al. (1980) encontraram,
para perfis laminados, valores de 1,009 para o coeficiente de tendência e de 0,026 para o
coeficiente de variação. Já para perfis soldados, FUKUMOTO e YTOH (1981)
encontraram valores de 1,046 e 0,010 para os coeficientes de tendência e de variação,
respectivamente. BARTLETT et al. (2003c) apresentam os valores δ =0,993 e V =
DESCRIÇÃO ESTATÍSTICA DAS VARIÁVEIS BÁSICAS 170
Nesta tese, foi considerado que o módulo de elasticidade, E, é uma função linear
(ponderada) dos valores apresentados na tabela 7.2, com exceção dos valores de
Galambos e Ravindra (1978) apud BARTLETT et al. (2003c), por já terem sido
considerados em GALAMBOS (1998). Utilizando teoria de primeira ordem, pode-se
mostrar que os valores dos coeficientes de tendência e de variação são os seguintes:
δ = 1,03 e V = 0,022. Consoante as publicações apresentadas, assumiu-se que a
2
apud Bartlett et al. (2003c)
3
apud Haldar e Mahadevan (2000)
DESCRIÇÃO ESTATÍSTICA DAS VARIÁVEIS BÁSICAS 171
Tabela 7.3 – Parâmetros estatísticos geométricos atuais dos perfis soldados WWF4
dimensão ou
t ,t bf d A Ix Iy rx ry Zx
propriedade f w
n 1805 51 30 107 107 107 107 107 107
δ 1,040 0,998 0,999 1,02 1,01 1,01 0,997 0,996 1,01
V 0,025 0,004 0,002 0,012 0,012 0,014 0,003 0,005 0,011
4
Schmidt e Bartlett (2002a)
DESCRIÇÃO ESTATÍSTICA DAS VARIÁVEIS BÁSICAS 172
5
Chernenko e Kennedy (1991)
DESCRIÇÃO ESTATÍSTICA DAS VARIÁVEIS BÁSICAS 173
120
100
Freqüência
80
60
40
20
0
0,986 0,994 1,002 1,010 1,018 1,026
Valores normalizados
300
250
Freqüência
200
150
100
50
0
0,982 0,986 0,990 0,994 0,998 1,002
Valores normalizados
20
18
16
14
Freqüência
12
10
8
6
4
2
0
0,97 0,99 1,01 1,03 1,05 1,07 1,09 1,11
Valores normalizados
18
16
14
12
Freqüência
10
8
6
4
2
0
0,96 0,98 1,00 1,02 1,04 1,06 1,08 1,10 1,12
Valores normalizados
18
16
14
12
Freqüência
10
0
0,97 1,00 1,03 1,06 1,09 1,12 1,15
Valores normalizados
18
16
14
12
Freqüência
10
8
6
4
0
0,95 0,97 0,99 1,01 1,03 1,05 1,07 1,09 1,11
Valores normalizados
π 2I y Cw J 2
Kt = 1 + 0,0390 l (7.3)
l 2
Iy C w
16
14
12
Freqüência
10
0
0,95 0,97 0,99 1,01 1,03 1,05 1,07 1,09 1,11 1,13 1,15
Valores normalizados
K m = 0,69Wc T 2 B −2 (7.4)
A análise estatística dos dados conduziu aos valores δ = 1,10 e V = 0,066 e à distribuição
de probabilidade normal ou lognormal, por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov para
prova de aderência. Embora a distribuição lognormal tenha se mostrado ligeiramente
melhor, neste trabalho, por facilidade de análise, foi considerada a distribuição normal. A
figura 7.11 ilustra os resultados obtidos.
4
Freqüência
0
0,9 0,94 0,98 1,02 1,06 1,1 1,14 1,18 1,22 1,26 1,3
Valores normalizados
Não houve medições da distância entre os eixos da mesa superior da viga semicontínua e
das barras da armadura da laje na região da ligação mista (y). Portanto, não foram obtidos
dados para se determinar precisamente os parâmetros estatísticos da variável Y. Não foi
julgado necessário, haja vista a pouca influência que essa variável exerce nos resultados
da análise de confiabilidade (veja-se o capítulo 8). A experiência tem mostrado que essa
dimensão é sujeita a erros significativos de execução. Por ser colocada junto à face
superior da laje (armadura negativa), cerca de 25 mm abaixo desta, a armadura fica
sujeita a ser deslocada de sua posição inicial devido a pisoteio durante a fase de
concretagem. Por facilidade de análise, considerou-se que essa variável siga uma
distribuição normal e que haja uma probabilidade muito pequena (aproximadamente
2,5%) de que possam ocorrer valores superiores ao valor nominal. Assumiu-se também
que haja um limite inferior, abaixo do qual a probabilidade de ocorrência de valores seja
também de 2,5 % – arbitrariamente, assumiu-se ainda que esse limite fosse de 60% do
DESCRIÇÃO ESTATÍSTICA DAS VARIÁVEIS BÁSICAS 178
valor nominal, um valor razoável, haja vista que o limite inferior absoluto é a face da
fôrma e a menor relação entre as alturas da fôrma e da laje é de 0,375. Com esses dados
calcularam-se os valores dos coeficientes de tendência e de variação, iguais a 0,80 e 0,25,
respectivamente.
Os dados referentes à espessura da laje (Tc) foram obtidos das pesquisas de lajes mistas
de aço e concreto – veja-se ABNT NBR 8800 (2008) para definições e esclarecimentos –
desenvolvidas no DEES-EE-UFMG, a saber: MELO (1999), SILVA (1999), SOUZA
NETO (2001), CAMPOS (2001), GOMES (2001a), BRENDOLAN (2007). Foram
utilizadas 78 medições realizadas ao longo dos trabalhos que conduziram aos seguintes
valores: δ = 0,99 e V = 0,029. As distribuições de probabilidade normal e lognormal
mostraram-se apropriadas para descrever os dados obtidos, segundo teste de
Kolmogorov-Smirnov. A distribuição normal, todavia, conduziu a uma menor diferença
entre as distribuições acumuladas e, por isso, foi adotada neste trabalho. A figura 7.12
apresenta a distribuição de freqüência e a PDF de Tc.
16
14
12
Freqüência
10
8
6
4
2
0
0,90 0,92 0,94 0,96 0,98 1,00 1,02 1,04 1,06 1,08 1,10
Valores normalizados
e maior que esse valor no meio do vão. No entanto, o uso (muito comum) de contra-
flechas nas vigas pode mudar completamente esse quadro, tornando muito difícil prever
uma distribuição espacial da variação da espessura. Por outro lado, o uso de
equipamentos de última geração para controle e distribuição do concreto sobre as fôrmas
(réguas vibratórias, mira a “laser”, máquinas desempenadoras com controle de espessura,
etc.), cada vez mais comum na execução de lajes mistas, conduzem a uma menor
variação da espessura final da laje. Com isso, considerou-se que os resultados obtidos das
referidas pesquisas são adequados e podem ser utilizados neste trabalho.
A variável hF, altura da fôrma de aço, foi considerada determinística, dada a pequena
variabilidade relativa às demais variáveis envolvidas.
Na análise de dados da imperfeição geométrica, encontrou-se um valor médio de l/3424,
com grande dispersão de resultados – não foi possível determinar uma distribuição de
freqüência conhecida. FUKUMOTO et al. (1980) e FUKUMOTO e ITOH (1981)
mediram as imperfeições geométricas de perfis laminados e soldados, respectivamente, e
chegaram aos seguintes valores médios: l/12500, para os perfis laminados e l/3380, para
os perfis soldados, também com grande dispersão de resultados. Observaram também,
por meio de testes para prova de aderência de qui-quadrado e Kolmogorov-Smirnov, que
a distribuição de extremos tipo III (distribuição de Weibull) era uma boa aproximação
para os valores medidos.
Perfis estruturais e chapas de aço contêm tensões que surgem e permanecem durante a
transformação do aço em um produto acabado. Chamadas de tensões residuais, são
derivadas de deformações plásticas que resultam essencialmente do resfriamento não-
uniforme da peça [PIMENTA (1997)]. Sendo de origem essencialmente térmica, as
tensões residuais são influenciadas pelo módulo de elasticidade, pelo coeficiente de
dilatação linear do material e pelo gradiente de temperatura. Assim sendo, a magnitude e
a distribuição das tensões residuais dependem do tipo de seção transversal, da
temperatura de laminação, corte ou soldagem, das condições de resfriamento, dos
métodos de retificação das peças e das propriedades inerentes ao tipo de metal. Por outro
DESCRIÇÃO ESTATÍSTICA DAS VARIÁVEIS BÁSICAS 180
6
adaptada de Pimenta (1997)
DESCRIÇÃO ESTATÍSTICA DAS VARIÁVEIS BÁSICAS 181
Diversos estudos foram realizados para se determinar o efeito das dimensões da seção
transversal dos perfis nas tensões residuais [veja-se PIMENTA (1997) para maiores
detalhes]. Foi demonstrado que a soldagem tem uma maior influência na distribuição e
magnitude das tensões residuais de perfis pequenos e médios do que na de perfis pesados.
Na figura 7.14, pode-se notar a grande diferença entre as tensões residuais dos perfis
12H79 e 14H202, de massa 118,5 kg/m e 322,4 kg/m, respectivamente. Na junção entre a
mesa e a alma, o efeito da solda nas chapas mais finas do perfil 12H79 é claramente
evidenciado pela presença de maior tensão residual de tração. Os mesmos estudos
demonstram que o tipo de solda utilizado não é um fator significativo na formação das
tensões residuais – observou-se que a quantidade de calor introduzida no processo é o
fator primordial. Nos casos em que a dimensão da solda representa uma menor
percentagem da área transversal do perfil, o calor imposto por unidade de volume
também é menor, reduzindo a magnitude das tensões residuais, e vice-versa.
Figura 7.14 – Comparação das tensões residuais dos perfis 12H79 (a) e 14H202 (b)7
7
adaptada de Pimenta (1997) 1ksi = 6,895 MPa
DESCRIÇÃO ESTATÍSTICA DAS VARIÁVEIS BÁSICAS 182
10%. É preciso ressaltar que essa conclusão baseia-se em dados que foram extraídos de
ensaios em perfis de mesma seção transversal, não levando em conta a natureza aleatória
global da magnitude e padrão das tensões residuais em diferentes tipos de perfis,
conforme cada processo de fabricação, como, por exemplo, perfis laminados, perfis
soldados com chapa de bordas laminadas, de bordas cortadas a maçarico, etc.
Os resultados apresentados por BJORHOVDE (1972) referem-se a perfis H,
originalmente destinados a serem usados como pilar, não devendo ser diretamente
estendidos a perfis I, típicos de vigas. FUKUMOTO e ITOH (1981) realizaram medições
de tensões residuais em 34 perfis I soldados, nominalmente idênticos, onde se constatou a
diferença no padrão de distribuição das tensões nas mesas em comparação com o dos
perfis H. A grande magnitude das tensões de tração, que se aproximam do valor da tensão
de escoamento do aço na vizinhança da solda, e sua distribuição em mais da metade da
área das mesas, juntamente com a presença de pequenos valores de tensão de compressão
nas bordas das mesas, são a principal diferença em relação ao que se observa nos perfis
H. Há que se levar em conta, entretanto, as pequenas dimensões da seção estudada. Visto
que as chapas componentes das mesas foram obtidas por meio de corte a maçarico, seria
de se esperar que em suas bordas aparecessem tensões residuais de tração. Entretanto, a
grande energia introduzida pelo processo de soldagem, haja vista a dimensão dos dois
filetes de solda (6 mm) e as pequenas dimensões das mesas (largura de 100 mm e
espessura de 8 mm), induziu o aparecimento de tensões de compressão que sobrepujaram
as tensões iniciais de tração devidas ao corte. Em perfis soldados com maiores dimensões
de mesa e principalmente em perfis de alma senoidal, em que a energia de soldagem é
muito baixa (a dimensão da solda não ultrapassa 3 mm e ocorre em apenas um lado da
alma) não ocorre essa inversão.
Os valores médios das tensões residuais de compressão encontrados por FUKUMOTO e
ITOH (1981), normalizados pela tensão de escoamento medida, foram 0,12 e 0,466 para
a média e o coeficiente de variação, respectivamente – o alto valor do coeficiente de
variação é devido ao baixo valor encontrado para a média. Segundo CHERNENKO e
KENNEDY (1991), com base na revisão dos trabalhos de diversos pesquisadores, o
coeficiente de variação das tensões residuais de perfis formados por chapas cortadas a
maçarico pode ser tomado aproximadamente igual a 0,30.
DESCRIÇÃO ESTATÍSTICA DAS VARIÁVEIS BÁSICAS 183
7.6.1 Concreto
A resistência do concreto, como se sabe, depende do grau e do controle de qualidade
empregado em sua produção. Conforme Mirza (1979) apud DINIZ e FRANGOPOL
(1997), para concreto de resistência normal, abaixo de 27,6 MPa, o coeficiente de
variação pode ser tomado igual a 0,10, 0,15 e 0,20 para controle de qualidade excelente,
médio e baixo, respectivamente.
De acordo com ABNT NBR 6118 (2007), a resistência característica do concreto, fck, é
tomada como sendo o valor que tem apenas 5% de probabilidade de não ser atingido
pelos corpos de prova retirados de um dado lote de material. A ABNT NBR 12655
(1996) estabelece a seguinte relação entre o valor característico e o valor médio da
resistência (considera-se que a distribuição seja normal):
f ck = f cm (1 − 1,645V ) (7.5)
Na falta de maiores informações sobre as estatísticas do concreto, diversos autores
utilizam a equação 7.5 e os valores do coeficiente de variação, conforme a qualidade de
DESCRIÇÃO ESTATÍSTICA DAS VARIÁVEIS BÁSICAS 184
4,0
3,5
3,0
Freqüência
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
0,75 0,85 0,95 1,05 1,15 1,25 1,35 1,45 1,55 1,65 1,75
Valores normalizados
4
Freqüência
0
0,80 0,85 0,90 0,95 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25 1,30 1,35 1,40 1,45
Valores normalizados
16
14
12
Freqüência
10
0
0,80 1,02 1,06 1,10 1,14 1,18 1,22 1,26
Valores normalizados
50
45
40
35
Freqüência
30
25
20
15
10
5
0
0,93 0,94 0,95 0,96 0,97 0,98 0,99 1,00 1,01 1,02 1,03
25
20
Freqüência
15
10
0
0,91 0,93 0,95 0,97 0,99 1,01 1,03 1,05 1,07
35
30
25
Freqüência
20
15
10
0
0,92 0,94 0,96 0,98 1,00 1,02 1,04 1,06
6
Freqüência
0
0,75 0,85 0,95 1,05 1,15 1,25 1,35
18
16
14
12
Freqüência
10
8
6
4
2
0
1,00 1,04 1,08 1,12 1,16 1,20
35
30
25
Freqüência
20
15
10
0
0,92 0,94 0,95 0,97 0,98 1,00 1,01 1,03 1,04
Embora o perfil de alma senoidal seja um perfil soldado cujas largura e altura possam ser
executadas com qualquer medida, não é isso o que ocorre geralmente na prática. A altura
da alma é padronizada de acordo com os submúltiplos das larguras-padrão de bobinas,
sendo as seguintes as utilizadas: 400 mm, 500 mm, 600 mm, 800 mm, 1000 mm e 1200
mm. As larguras das mesas são padronizadas em 150 mm, 200 mm, 250 mm, 300mm e
350 mm. Teoricamente, também é possível qualquer combinação entre essas larguras e as
espessuras utilizadas, que são 6,30 mm, 8,0 mm, 9,5 mm, 12,5 mm, 16,0 mm e 19,0 mm.
Porém, para evitar distorções iniciais de fabricação muito pronunciadas e para evitar que
a resistência da seção fique muito comprometida por flambagem local da mesa, são
utilizadas apenas 24 combinações entre largura e espessura de mesa – em conjunto com
as seis alturas disponíveis, chega-se a um total de 144 seções.
Considerando que sejam utilizadas apenas as 144 seções, ao se escolher um perfil com
resistência de cálculo maior ou igual aos efeitos das ações aplicadas (obedecendo-se aos
critérios das normas), consegue-se quase sempre uma capacidade extra, devido a haver
uma quantidade discreta de seções para resistir ao efeito das ações, que é uma função
contínua. As relações entre o momento fletor resistente das seções e o momento aplicado
em função do momento aplicado (em kNcm) são mostradas na figura 7.24, considerando
que a viga esteja lateralmente travada ao longo do vão.
1,30
1,25
Coef. Discretização
1,20
1,15
1,10
1,05
1,00
5000 50000 95000 140000 185000 230000 275000
Momento Fletor
As linhas verticais que definem o lado esquerdo de cada pico representam o ponto de
transição onde a capacidade de cada seção se torna insuficiente e a seção próxima mais
resistente deve ser selecionada. A relação entre o momento resistente da seção e o
momento atuante é denominada coeficiente de discretização (Dc) e, embora não esteja
explicitamente considerada nas formulações propostas, pode ser tratada como mais uma
variável aleatória que influencia a variabilidade da resistência. Vale lembrar que a largura
de 130 mm e a espessura de 4,75 mm, embora sejam possíveis, não foram utilizadas na
análise, pois são pouco utilizadas na prática.
O coeficiente de discretização não foi considerado na calibração da norma estadunidense,
embora pareça haver uma tendência para sua utilização em versões futuras [BARTLETT
et al. (2003c)]. Também não foi considerado na calibração da norma canadense – veja-se
KENNEDY e GAD ALY (1980) –, um procedimento conservador, conforme se afirma
no Memorando Técnico 10 do SSRC [GALAMBOS (1998)]. Foi, entretanto, utilizado na
calibração dos fatores de ponderação de resistência de elementos de pontes [KENNEDY
e BAKER (1984)] e está sendo proposta sua utilização na calibração dos coeficientes de
ponderação da resistência das versões futuras da norma canadense [SCHMIDT e
BARTLETT (2002b)].
A análise estatística dos dados mostrados na figura 7.24 conduziu aos valores de 1,04
para a média do coeficiente de discretização (igual ao coeficiente de tendência, já que,
evidentemente, o valor nominal do coeficiente de discretização é igual a 1,0) e de 0,0437
para o desvio padrão – conseqüentemente, o coeficiente de variação é de 0,042. Teste de
qui-quadrado para prova de aderência indica que a distribuição de extremos de Weibull é
uma boa aproximação para os dados obtidos, como se observa na figura 7.25.
A título de comparação, apresentam-se os valores utilizados por Schmidt e Bartlett para o
fator de discretização na análise de flexão de vigas com perfis soldados WWF, fabricados
no Canadá: média de 1,04 e coeficiente de variação de 0,031. Na calibração da norma de
pontes, Kennedy e Baker utilizaram os valores de δ = 1,06 e V = 0,039
As análises de confiabilidade apresentadas no próximo capítulo foram realizadas com e
sem o coeficiente de discretização, pois se pode alegar que existe sempre a possibilidade
de se empregarem valores de largura e altura de perfis diferentes daqueles utilizados no
cálculo de Dc – veja-se o anexo 1. Além disso, índices de confiabilidade calculados sem o
DESCRIÇÃO ESTATÍSTICA DAS VARIÁVEIS BÁSICAS 193
30
25
20
Freqüência
15
10
0
1,00 1,02 1,04 1,06 1,08 1,10 1,12 1,14 1,16 1,18 1,20 1,22 1,24
Coeficiente de Discretização
Os dados iniciais da variável Kr, que mede a rigidez rotacional da viga mista no estado
limite de flambagem lateral com distorção, foram obtidos de CALENZANI (2008).
Como mostrado no capítulo anterior, nesta tese foi proposta uma formulação diferente da
apresentada por esse autor, tornando necessária uma nova análise estatística dos dados.
Os parâmetros estatísticos dessa variável foram calculados em duas etapas, similarmente
aos dos coeficientes profissionais. Na primeira, foram obtidos os coeficientes de
tendência e de variação das razões entre os resultados das análises experimental e
numérica e entre os resultados das análises numérica e teórica. Na segunda etapa,
obtiveram-se os parâmetros estatísticos e a distribuição de freqüência, por meio de
simulação de Monte Carlo, considerando as equações teóricas propostas. No processo de
simulação, foram utilizadas as estatísticas das variáveis básicas dessas equações.
Finalmente, o coeficiente de tendência de Kr foi calculado pelo produto dos três
coeficientes de tendência encontrados e o coeficiente de variação, pela raiz quadrada da
soma dos quadrados dos coeficientes de variação obtidos. Mais uma vez, assumiu-se que
esse procedimento não alterasse o padrão de distribuição de freqüência da variável.
DESCRIÇÃO ESTATÍSTICA DAS VARIÁVEIS BÁSICAS 194
Os valores das razões entre os resultados obtidos das análises experimental e numérica
variaram entre 0,89 e 0,99 (tabela 5.2), sendo que os menores valores são referentes à
conexão com dois conectores de cisalhamento na seção. Os coeficientes de tendência e de
variação foram δ = 0,95 e V = 0,050. Já os valores das razões entre os resultados obtidos
das análises numérica e teórica, conforme mostrado no capítulo anterior, foram
conservadores e um pouco mais dispersos (tabela 6.4), como pode ser avaliado pelos
parâmetros obtidos: δ = 1,33 e V = 0,075.
A formulação teórica proposta para o cálculo da rigidez rotacional, dada no capítulo
anterior, é aqui reproduzida novamente, por facilidade. A expressão de cálculo de Kr é
dada pela equação abaixo:
1 1 1 1
= + + (7.6)
K r K1 K 2 K 3
onde K1 é a rigidez à flexão da laje, K2, a rigidez à flexão da alma e K3, a rigidez da
conexão de cisalhamento, todas por unidade de comprimento da viga. As expressões de
cálculo de K1, K2 e K3 são dadas pelas equações abaixo:
α 1 b' Ω 3 3
K1 = s
R ( 1 − Ω ) 2
+ Ds E s (7.7)
a 3 Nb
0,4 E w ( bw ) 2 Tw
K2 = (7.8)
H
ET f3
K 3 = Aaj (7.9)
Bf
onde
b ' as Es
Ω = NRs 1 + 2 b − 1 Rs = N= (7.10)
b' NRs b bDs Ec
a
2 ,2 0 ,5
bw
0 ,15 0 ,25
n Tw Bf
Aaj = 0 ,01 1
Tf b (7.13)
n2 bw w
Na simulação de Monte Carlo, foram gerados 5000 números aleatórios para cada variável
aleatória pertinente às equações acima, de acordo com a respectiva distribuição de
DESCRIÇÃO ESTATÍSTICA DAS VARIÁVEIS BÁSICAS 195
8
7
6
Freqüência
4
3
0
0,8 0,84 0,88 0,92 0,96 1 1,04 1,08 1,12 1,16 1,2
Coeficiente de Tendência
7.10 Ações
Neste trabalho são tratadas apenas as ações de gravidade – ação permanente (“dead load”
D) e ação variável (acidental, “live load” L). Na falta de dados e análises estatísticas das
ações de gravidade no Brasil, utilizaram-se os fornecidos em GALAMBOS et al. (1982).
Esses dados foram os utilizados no desenvolvimento e calibração dos coeficientes de
ponderação das ações da ASCE 7-05 (2006). Essa norma e suas edições anteriores foram
DESCRIÇÃO ESTATÍSTICA DAS VARIÁVEIS BÁSICAS 196
Conforme comentado no início deste capítulo, considerou-se que todas as variáveis das
funções de desempenho utilizadas nesta tese são estatisticamente independentes. Essa
consideração, se óbvia para algumas variáveis, como a resistência ao escoamento dos
aços, resistência à compressão do concreto, módulo de elasticidade do aço, etc., requer
uma análise um pouco mais apurada para outras. Nesta seção, são apresentados alguns
estudos para verificar a ocorrência de correlação entre algumas variáveis e, caso
afirmativo, quantificá-la. De acordo com HALDAR e MAHADEVAN (2000), duas
variáveis podem ser consideradas estatisticamente independentes se o seu coeficiente de
correlação, calculado com valores obtidos por técnicas de amostragem, for inferior a ±0,3
e perfeitamente correlacionadas se o coeficiente for superior a ±0,9.
O primeiro caso a ser analisado é se há correlação entre as variáveis H0 e Af. À primeira
vista, poder-se-ia afirmar que há uma chance dessa correlação existir, pois ambas as
variáveis dependem da espessura das mesas, Tf, embora sua influência em H0 seja muito
pequena, haja vista as dimensões dos perfis. Torna-se necessário, portanto, quantificar o
valor dessa correlação. Utilizando as ferramentas da planilha Excel [MICROSOFT
(2000)], calculou-se o valor do coeficiente de correlação (ρ) dos dados das duas
variáveis, obtidos do programa de medições. O valor encontrado foi ρ = 0,06, muito
baixo, denotando independência estatística entre as duas variáveis – veja-se a figura 7.27.
A fi H 0 1
Y0 = = H0 (7.15)
A fi + A fs 1 + A fs / A fi
Por meio da análise dos dados obtidos da simulação de Monte Carlo, utilizada para
determinar a distribuição de freqüência de Kr, e considerando a variação dos parâmetros
que influenciam a rigidez rotacional da viga mista, verificou-se que a correlação entre
essas duas variáveis pode ou não ser significativa, dependendo da relação entre K1, K2 e
K3. Quando o valor de Kr for muito influenciado por K1 ou K2, ou seja, quando os valores
de K1 ou K2 forem muito inferiores ao de K3, o coeficiente de correlação é muito
pequeno, podendo atingir até 0,16 (figura 7.29) – nesse caso, pode-se dizer que as
variáveis são estatisticamente independentes. Por outro lado, quando o valor de K3 for
muito inferior aos outros dois, o coeficiente de correlação pode ser de até 0,69, denotando
correlação significativa entre as variáveis – veja-se a figura 7.30.
Assim sendo, para manter todas as variáveis como não correlacionadas, criou-se então
uma nova variável denominada Kre, definida pelo produto de Kr por E. Foi realizada nova
simulação de Monte Carlo, de onde foram obtidos valores dos coeficientes de tendência e
de variação, que também não oscilaram muito com a relação entre os valores nominais
das variáveis – para efeito desta tese, podem-se adotar os valores δ = 1,05 e V = 0,063.
Foi realizado teste de Kolmogorov-Smirnov para prova de aderência, que demonstrou que
a distribuição lognormal pode ser utilizada – veja-se figura 7.31. Com os parâmetros
referentes às relações entre as análises experimental e numérica e entre esta e a teórica
(como apresentado na seção 7.9), chega-se finalmente aos valores de δ = 1,33 e V =
0,109, que foram utilizados na análise de segurança da formulação proposta. No capítulo
seguinte, a título de ilustração e para verificar como a correlação influencia os resultados
nesse caso, são comparados os valores obtidos com Kr e E, consideradas não
correlacionadas, aos obtidos com a nova variável Kre.
7,0
6,0
5,0
Freqüência
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
0,82 0,86 0,90 0,94 0,98 1,02 1,06 1,10 1,14 1,18 1,22 1,26 1,30 1,34
Coeficiente de Tendência
8
ANÁLISE DA SEGURANÇA
8.1 Introdução
Observa-se que na norma brasileira γD, γL, Dn e Ln são denominados γg, γq, Fgk e Fqk , respectivamente.
1
ANÁLISE DA SEGURANÇA 203
φRn / c φR
Ln = = n (8.4a)
1,38γ D / q + γ L cγ
R /(γ c) R /γ
Ln = n m = n m
γD /q+γL cγ (8.4b)
l −lp
α= (8.7a)
lr − l p
Região elástica:
g (⋅) = PDc K t E − c( D + L) (8.8)
onde
π 2I y Cw J 2
Kt = 1 + 0,0390 l (8.9)
l 2
Iy C w
Vale lembrar que, nas expressões das funções de desempenho, a primeira parcela
corresponde à resistência e a segunda, à solicitação – veja-se a equação 8.1.
λ − λp
α= (8.7b)
λr − λ p
Na região elástica, a função de desempenho é dada por:
g( ⋅ ) = PDc K m E − c( D + L ) (8.10)
onde
K m = 0,69WcT 2 B −2 (8.11)
se o valor de χ (veja-se a equação 8.12 adiante) ficar constante e igual a 1,0, se λdist for
igual ou inferior a 0,4. Neste trabalho, λdist foi considerado uma variável determinística,
similarmente ao comprimento da viga no estado limite de FLT.
Nas fases plástica e inelástica, são previstos dois casos:
─ o primeiro, quando a linha neutra plástica estiver na mesa inferior da viga (LNFi);
─ o segundo, quando a linha neutra plástica estiver na mesa superior (LNFs).
A título de simplificação, considerou-se que a linha neutra plástica encontra-se sempre no
eixo das mesas, inferior ou superior. Como a espessura máxima da chapa da mesa
utilizada é de 19,0 mm e a menor altura da seção é de 400 mm, observa-se que o erro
introduzido nessa simplificação é de pequena monta, podendo ser desprezado na análise.
Vale lembrar que a localização da linha neutra plástica na alma, baseada nas tensões, é
indefinida, isto é, há um “salto” em sua posição da face interna da mesa inferior até a face
interna da mesa superior, pelo fato de a alma não participar da resistência a tensões
normais na direção do eixo da viga. Não são previstos casos em que a linha neutra se
localize acima da mesa superior. Assim sendo, as equações propostas no capítulo 6
conduzem às funções de desempenho, como se segue.
Regiões plástica e inelástica (LNFi):
g (⋅) = Pχ [ A f FH 0 + a s Fs ( H 0 + Y )] − PLM [a s Fs ( H 0 + Y ) + c s B pT p2 F p ] (8.12)
onde cs, dada pela expressão:
1 h0 n e y 4 + 1,25 e x / m
cs = − 1 (8.13)
2 e y m 1 + ex / m
é uma variável determinística (as distâncias m, ex e ey foram consideradas determinísticas)
e PLM é o coeficiente profissional referente ao estado limite de plastificação da ligação
mista. Ressalta-se que, como foi utilizada a análise global plástica, a solicitação para o
cálculo da flambagem lateral com distorção é determinada a partir da resistência da
ligação mista, conforme prescreve a ABNT NBR 8800 (2008) – veja-se a seção 6.4 do
capítulo 6. Observa-se ainda que, como λdist foi considerado uma variável determinística,
a variável χ também o é – veja-se as equações 6.15a e 6.15b do capítulo 6.
Regiões plástica e inelástica (LNFs):
ANÁLISE DA SEGURANÇA 206
g ( ⋅ ) = Pχ ( A f FH 0 + As Fs Y ) − PLM [ a s Fs ( H 0 + Y ) + c s B p T p2 F p ] (8.14)
É necessário dizer que, nas equações 8.12 e 8.14, a variável Af se refere às mesas
superior e inferior, respectivamente.
Região elástica:
1 1
g ( ⋅ ) = Pc r ( K re ) 2 ( I fi ) 2 − PLM [ a s Fs ( H 0 + Y ) + c s B p T p2 F p ] (8.15)
Nesta seção são apresentados os resultados das análises de segurança via FORM e via
simulação de Monte Carlo, em forma de tabelas e de gráficos para uma melhor
visualização. Na tabela 8.1 encontram-se os coeficientes de ponderação das ações e da
resistência das normas estadunidense e brasileira que foram utilizados nesta tese. Na
tabela 8.2 apresentam-se resumidamente os parâmetros de todas as variáveis aleatórias
ANÁLISE DA SEGURANÇA 207
que foram utilizados nas análises, com exceção dos referentes aos coeficientes
profissionais – observa-se que estes foram apresentados na tabela 7.7 do capítulo anterior.
4,00
β1
Índice de Confiabilidade
3,75
3,50 β2
3,25
3,00
2,75
2,50
2,25
2,00
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Relação de carga q
4,00
3,75 β1
Índice de Confiabilidade
β2
3,50
3,25
3,00
2,75
2,50
2,25
2,00
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
Relação de Carga q
Na tabela 8.4 apresentam-se os resultados da fase inelástica, para α = 0,5. Lembra-se que
o valor de α varia de 0,0 a 1,0, correspondendo, respectivamente, aos limites das regiões
plástica e elástica. À medida que se reduz seu valor, o índice de confiabilidade da região
inelástica tende ao da região plástica. Por outro lado, quanto maior o valor de α, maior se
torna o índice de esbeltez – conseqüentemente, o índice de confiabilidade aproxima-se do
índice da região elástica. Nas figuras 8.3 e 8.4 são apresentados os resultados oriundos
das análises FORM. Também na região inelástica, ambos os métodos (FORM e
simulação de Monte Carlo) fornecem praticamente os mesmos índices de confiabilidade.
Da mesma forma, na tabela 8.5 e nas figuras 8.5 e 8.6 mostram-se os resultados obtidos
da região elástica. Novamente, observa-se que os índices de confiabilidade calculados
pelos dois métodos são similares.
4,00
3,75 β1
Índice de Confiabilidade
β2
3,50
3,25
3,00
2,75
2,50
2,25
2,00
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Relação de Carga q
4,00
β1
Índice de Confiabilidade
3,75
β2
3,50
3,25
3,00
2,75
2,50
2,25
2,00
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
Relação de Carga q
4,00
3,75 β1
Índice de Confiabilidade
β2
3,50
3,25
3,00
2,75
2,50
2,25
2,00
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Relação de Carga q
4,00
3,75 β1
Índice de Confiabilidade
β2
3,50
3,25
3,00
2,75
2,50
2,25
2,00
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
Relação de Carga q
4,00
Índice de Confiabilidade
3,75 β1
β2
3,50
3,25
3,00
2,75
2,50
2,25
2,00
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Relação de Carga q
4,00
Índice de Confiabilidade
3,75 β1
β2
3,50
3,25
3,00
2,75
2,50
2,25
2,00
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
Relação de Carga q
4,00
Índice de Confiabilidade
3,75
primeiro grupo
3,50 segundo grupo
3,25
3,00
2,75
2,50
2,25
2,00
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
Relação de Carga q
Para a região inelástica, foram utilizados valores dos parâmetros determinísticos (veja-se
o anexo 2) que conduziram aos menores índices de confiabilidade – ressalta-se que a
influência desses parâmetros é pequena. Para a região elástica, os índices foram
calculados para valores extremos dos parâmetros q0 e ν2. No limite inferior, q0 e ν2
foram tomados iguais a 0,083 e 1,00, respectivamente, e no limite superior, iguais a 0,25
e 0,07.
Nas figuras 8.10 e 8.11 apresenta-se a visualização gráfica dos índices referentes aos
casos de localização da linha neutra na mesa inferior (LNFi) e na mesa superior (LNFs),
respectivamente. Nas figuras 8.12 e 8.13 visualizam-se os índices de confiabilidade
calculados para a região elástica. Observa-se que os índices estão em função dos
coeficientes de tendência e de variação.
5,5
5,0
Índice de Confiabilidade
4,5
4,0
3,5
3,0
2,5 V=0,025
2,0 V=0,050
V=0,075
1,5
V=0,100
1,0
0,90 0,95 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20
Coeficiente de Tendência
5,5
5,0
Índice de Confiabilidade
4,5
4,0
3,5
3,0
2,5 V=0,025
2,0 V=0,050
V=0,075
1,5 V=0,100
1,0
0,90 0,95 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20
Coeficiente de Tendência
5,5
5,0
Índice de Confiabilidade
4,5
4,0
3,5
3,0
2,5 V=0,025
2,0 V=0,050
V=0,075
1,5
V=0,100
1,0
0,90 0,95 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20
Coeficiente de Tendência
5,5
5,0
Índice de Confiabilidade
4,5
4,0
3,5
3,0
2,5 V=0,025
V=0,050
2,0
V=0,075
1,5 V=0,100
1,0
0,90 0,95 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20
Coeficiente de Tendência
Os resultados referentes aos calculados via FORM (β1), são ilustrados nas figuras 8.14 e
8,15, para LNL e LNFs, respectivamente. Pode-se demonstrar que os parâmetros q1 e q2
praticamente não têm influência no valor do índice de confiabilidade – veja-se a seção
seguinte.
ANÁLISE DA SEGURANÇA 217
4,25
4,00
ANSI/AISC
Índice de confiabilidade
3,50
3,25
3,00
2,75
2,50
2,25
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Relação de carga q
Figura 8.14 – Índices de confiabilidade PVM-LNL
3,75
3,50 ANSI/AISC
Índice de confiabilidade
NBR 8800
3,25
3,00
2,75
2,50
2,25
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Relação de carga q
Figura 8.15 – Índices de confiabilidade PVM-LNFs
Uma análise interessante que pode ser feita é verificar como a esbeltez no estado limite
de FLT, ou em outros termos, o parâmetro α, afeta a confiabilidade da viga. Na tabela
8.4, comparem-se os valores de β1 relativos ao modelo da norma brasileira, obtidos com
o coeficiente de discretização, com seus similares apresentados na tabela 8.11, para α =
ANÁLISE DA SEGURANÇA 218
Nesta tese, a variável hF foi considerada determinística, visto que o processo de produção
do “steel deck” – em série e com equipamento automático – conduz a diferenças
dimensionais insignificantes, em comparação com as demais variáveis. No entanto,
optou-se por considerá-la como aleatória na determinação das equações de estado limite –
veja-se a subseção 8.3.8 – para estudar sua influência nos índices de confiabilidade do
estado limite de plastificação da viga mista (PVM). A tabela 8.14 apresenta os valores de
ANÁLISE DA SEGURANÇA 220
β obtidos arbitrando-se parâmetros estatísticos para hF, para modelo da norma brasileira e
relação de carga q = 2,0. Foram utilizados os valores dos parâmetros determinísticos ν =
0,15 e q1 = 1,0. Vale lembrar que os valores apresentados nas tabelas 8.9 e 8.10 da seção
anterior foram obtidos com δ = 1,00 e V = 0,000.
Apresentam-se, nas figuras 8.16 e 8.17, índices de confiabilidade referentes a PVM para
casos de localização da linha neutra na mesa superior (LNFs), obtidos via FORM,
variando-se os parâmetros para demonstrar sua influência – foram utilizados os valores
mostrados na tabela 8.16.
ANÁLISE DA SEGURANÇA 221
4,25
β1
4,00
β2
Índice de confiabilidade
3,75 β3
β4
3,50
3,25
3,00
2,75
2,50
2,25
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Relação de carga q
4,25
4,00 β1
β2
Índice de confiabilidade
β3
3,75 β4
3,50
3,25
3,00
2,75
2,50
2,25
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
Relação de carga q
δ M δ Pδ F γ
ln
β≅
ln( µ R / µ S )
= φ (1,38δ D / q + δ L )
1 (8.20a)
V R2 + VS2 2 (1,38δ DV D / q ) 2 + (δ LV L ) 2 2
VM + V P + V F +
2 2
(1,38δ D / q + δ L ) 2
δ M δ Pδ F γ
ln
β≅
ln( µ R / µ S )
= ( δ D / q + δ L ) / γ a
1 (8.20b)
V R2 + VS2 2 ( δ DV D / q ) 2 + ( δ LV L ) 2 2
VM + V P + V F +
2 2
( δ D / q + δ L )2
No caso da região plástica de FLT, pode-se representar a resistência nominal por zxnfy
(veja-se a equação 8.5) e tomar os parâmetros estatísticos de M e F pelos seus
correspondentes de F e Zx dados na tabela 8.4 – não se confunda F da equação 8.19
(coeficiente de fabricação) com F da tabela 8.4 (resistência ao escoamento). De maneira
similar, para a região elástica, a resistência pode ser representada por ktnen (veja-se a
equação 8.8) e os parâmetros de M e F podem ser tomados pelos de E e Kt da tabela 8.4.
Já para a região inelástica, a função de desempenho dada pela equação 8.6, sem a
consideração do coeficiente de discretização, pode ser reescrita como:
g (⋅) = PZ x J − c( D + L) (8.21)
onde
J = F − αΣ r (8.22)
Dessa forma, representando a resistência nominal por zxnjn, os parâmetros estatísticos de
M são calculados por teoria de primeira ordem, utilizando a equação 8.22 e os parâmetros
de F e Σr da tabela 8.4, e resultam iguais a δ = 1,20 e V = 0,087. Na tabela 8.17,
apresentam-se os resultados obtidos. Ressalta-se que os resultados da região inelástica
referem-se a α = 0,5.
Consistentemente, os valores de β decrescem da fase plástica para a fase elástica,
seguindo o padrão encontrado nas análises via FORM e simulação de Monte Carlo.
Observa-se, comparando os resultados da tabela 8.17 com os referentes a β2 das tabelas
8.5 a 8.7, que os resultados obtidos pelos três métodos são próximos, sendo que os
obtidos pelo FOSM são um pouco mais elevados. As figuras 8.18 e 8.19 ilustram a
ANÁLISE DA SEGURANÇA 224
4,00
Plástica-FOSM
3,75 Plástica-FORM
Índice de confiabilidade
Elástica-FOSM
3,50 Elástica-FORM
3,25
3,00
2,75
2,50
2,25
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Relação de carga q
4,25
Plástica-FOSM
4,00
Plástica-FORM
Índice de confiabilidade
3,75 Elástica-FOSM
Elástica-FORM
3,50
3,25
3,00
2,75
2,50
2,25
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
Relação de carga q
9
CONCLUSÕES
estadunidense. Esse fato indica que os coeficientes de ponderação das ações de gravidade
utilizados na norma brasileira deveriam ser revisados, a partir de um necessário e amplo
programa de obtenção de dados estatísticos das ações no Brasil.
Outro ponto que merece ser comentado é que o uso do coeficiente de discretização
contribuiu para o aumento dos índices de confiabilidade, conforme se afirmou
anteriormente (seção 7.8 do sétimo capítulo). Observou-se ainda que o valor absoluto
desse aumento é praticamente constante, independentemente da relação de carga – veja-
se as figuras 8.1 a 8.8. Assim, proporcionalmente, os maiores aumentos ocorreram nas
situações que apresentaram os menores valores do índice de confiabilidade. Esse fato
pôde ser observado também em BARTLETT et al. (2003c).
Os índices de confiabilidade apresentados no capítulo anterior foram avaliados e
comparados com os valores mínimos implícitos nas normas brasileira e estadunidense
para os perfis de alma plana – 2,6 podendo chegar a 2,4 nos casos em que a relação de
carga q for elevada [veja-se comentário B.3.3 da ANSI/AISC 360-05 (2005)] e nos casos
de vigas sujeitas a FLT no regime elástico [veja-se GALAMBOS (1983a)]. Em
GALAMBOS (2006), afirma-se que os índices de confiabilidade das vigas projetadas de
acordo com a ANSI/AISC 360-05 (2005) para as faixas usuais de combinação de cargas
são superiores a 2,5.
Observa-se que os índices referentes ao estado limite de flambagem lateral com torção
(FLT), nas regiões plástica e inelástica, foram todos superiores ao valor mínimo de 2,6,
inclusive aqueles obtidos com relação de carga elevada. Já para a região elástica, nota-se
que os índices calculados sem o coeficiente de discretização, utilizando o modelo da
norma brasileira para relação de carga entre 2,5 e 3,0, apresentaram valores inferiores a
2,6, porém iguais ou superiores a 2,4.
Também para os estados limites de FLM e PVM (plastificação da viga mista), todos os
índices apresentaram valores iguais ou superiores a 2,6 em todas as regiões e situações
pesquisadas.
Pode-se concluir, portanto, que a confiabilidade de vigas de alma senoidal sujeitas a
FLT e FLM, assim como de vigas mistas biapoiadas no estado limite de plastificação,
projetadas segundo o procedimento proposto nesta tese, está adequada e compatível com
os níveis inerentes às vigas de alma plana.
CONCLUSÕES 228
4,50
4,00
Índice de Confiabilidade
3,50
3,00
2,50
2,00
γ = 1,35
1,50
1,00 γ = 1,50
0,50
0,00
0,90 0,95 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20
Coeficiente de Tendência
Neste trabalho, foram propostos modelos de cálculo de vigas de alma senoidal relativos
aos estados limites de flambagem lateral com torção (FLT) e flambagem local da mesa
(FLM). Também foram propostos modelos de cálculo de vigas mistas biapoiadas e
semicontínuas com esse tipo de perfil, inclusive com a consideração, quando aplicável,
de flambagem lateral com distorção (FLD). Utilizando os conceitos e métodos da
Confiabilidade Estrutural, verificou-se a segurança dos procedimentos propostos que
incorporam, além dos modelos de cálculo, os coeficientes de ponderação das ações e das
resistências fornecidos nas normas técnicas.
Os resultados alcançados e as principais conclusões são resumidos a seguir.
1. Nos ensaios de FLT, verificou-se que a resistência das vigas de alma senoidal na
região de comportamento elástico aproxima-se bastante da resistência calculada pelo
momento crítico. Nos ensaios com contenção central, a maneira de aplicação da carga
alterou o mecanismo de colapso esperado da viga, de plastificação da seção para
flambagem local da mesa. Desenvolveu-se um modelo de elementos finitos para
simular o comportamento dos protótipos. Os resultados numéricos obtidos foram
comparados com os experimentais, obtendo-se boa correlação entre os dois tipos de
análise.
2. Os resultados obtidos com os ensaios de FLD foram adequados para se calcular as
rigidezes secantes dos protótipos correspondentes a um momento de 2/3 do momento
último. Por meio de um modelo de elementos finitos, obtiveram-se rigidezes secantes
que foram comparadas com as experimentais – concluiu-se que o modelo foi capaz de
simular adequadamente o comportamento observado nos ensaios.
3. Nos ensaios de ligação mista observou-se que a participação da ligação metálica
tornou-se mais efetiva após o escoamento das barras da armadura. O colapso dos
protótipos ocorreu por flambagem inelástica da mesa comprimida, após o
aparecimento de um mecanismo de campo de tração na alma. Esse fenômeno resultou
da distorção excessiva da alma, em conseqüência do aumento da deformação da chapa
de topo provocada pela força desenvolvida na primeira linha de parafusos, após o
início da formação dos mecanismos de charneiras plásticas. Essa força provocou um
aumento da tensão de cisalhamento vertical da alma junto à chapa de extremidade,
CONCLUSÕES 231
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Abbas et al. (2006) – Abbas, H.H., Sauce, R., Driver, R.G., “Behavior of Corrugated
Web I-Girders Under In-Plane Loads” – Journal of Engineering Mechanics,
ASCE, 2006, Estados Unidos da América.
Abbas et al. (2007) – Abbas, H.H., Sauce, R., Driver, R.G., “Simplified Analysis of
Flange Transverse Bending of Corrugated Web I-Girders Under In-Plane
Moment and Shear” – Engineering Structures, Elsevier, 2007, Reino Unido.
ABNT NBR 8681 (2003) – “Ações e Segurança nas Estruturas” – Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT), 2003, Rio de Janeiro, Brasil.
ABNT NBR 6118 (2007) – “Projeto de Estruturas de Concreto-Procedimento” –
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), 2007, Rio de Janeiro, Brasil.
ABNT NBR 8800 (2008) – “Projeto de Estruturas de Aço e de Estruturas Mistas de Aço
e Concreto de Edifícios” – Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),
2008, Rio de Janeiro, Brasil.
AISC-LRFD (1999) – “Load and Resistance Factor Design Specification for Structural
Steel Buildings” – 3rd edition, AISC – American Institute of Steel Structures,
Chicago, Illinois, 1999, Estados Unidos da América.
AISI (2007) – “North American Specification for the Design of Cold-Formed Steel
Strucutural Members” – 2007 edition, AISI – American Iron and Steel Institute,
2007, Estados Unidos da América.
Alisibramulisi (2006) – Alisibramulisi, A.B., “Analysis of Corrugated Web Beam to
Column Extended End Plate Connection using Lusas Software” – Tese de
Mestrado, Universiti Teknologi Malaysia, 2006, Malásia.
Anami et al. (2005) – Anami, K., Sause, R., Abbas, H.H. “Fatigue of Web-Flange Weld
of Corrugated Web Girders: Influence of Web Corrugation Geometry and Flange
Geometry on Web-Flange Weld Toe Stresses” – International Journal of Fatigue
Vol.27, pag. 373-381, Elsevier, 2005, Londres, Reino Unido.
Anami e Sause (2005) – Anami, K., Sause, R. “Fatigue of Web-Flange Weld of
Corrugated Web Girders: Analytical Evaluation of Fatigue Strength of
Corrugated Web-Flange Weld” – International Journal of Fatigue Vol.27, pag.
383-393, Elsevier, 2005, Londres, Reino Unido.
Ang e Tang (1984) – Ang, H.S., Tang, W.H. “Probability Concepts in Engineering
Planning and Design – Decision, Risk and Reliability” Vol. 2, John Willey &
Sons, 1984, Estados Unidos da América.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 237
Bjorhovde et al. (1978) – Bjorhovde, R., Galambos, T.V. e Ravindra, M.K. “LRFD
Criteria for Steel Beam-Columns” – Journal of the Structural Division, ASCE,
Vol. 104, No. ST9, 1978, Estados Unidos da América.
Branka (1999) – Branka, P., “Tragverhalten von Trager mit Schlanken, Ebenen und
Profilierten Stege” – Dissertação de Doutorado – Universidade de
Brandemburgo, 1999, Cottbus, Alemanha.
Brendolan (2007) – Brendolan, G., “Análise do Comportamento e da Resistência de um
Sistema de Lajes com Fôrma de Aço Incorporada” – Dissertação de Mestrado,
PROPEEs-UFMG, 2007, Belo Horizonte, Brasil.
Calenzani et al (2007) – Calenzani, A.F.G.,Fakury,R.H., Paula, F.A., Rodrigues, F.C.,
Queiroz, G., Pimenta, R.J. “Determinação da Rigidez Rotacional de Vigas Mistas
de Alma Senoidal no Estado Limite de Flambagem Lateral com Distorção” –
CMNE/CILAMCE, 2007, Porto, Portugal.
Calenzani (2008) – Calenzani, A.F.G., “Proposição de Procedimento para a
Determinação da Rigidez Rotacional de Vigas Mistas Contínuas e Semicontínuas
com Perfis de Alma Senoidal” – Tese de Doutorado, 2008, PROPEEs-UFMG,
Belo Horizonte, Brasil.
Campos (2001) – Campos, P.C., “Efeito da Continuidade no Comportamento e na
Resistência de Lajes Mistas com Fôrma de Aço Incorporada” – Dissertação de
Mestrado, 2001, PROPEEs-UFMG, Belo Horizonte, Brasil.
Castanheira (2004) – Castanheira, A.M., “ Avaliação da Confiabilidade de Vigas
Dimensionadas pela NBR 8800” – Dissertação de Mestrado, 2004, PPGEC,
Departamento de Engenharia Civil, UFOP, Ouro Preto, Brasil.
Castro (1997) – Castro, L.A., “Análise da Segurança no Projeto de Estruturas: Método
dos Estados Limites” – Dissertação de Mestrado, EESC-USP, 1997, São Carlos,
Brasil.
CAN-CSA-S16-1 (2003) – “Limit States Design of Steel Structures” – The Canadian
Standards Association, 2003, Ontario, Canadá.
Chernenko e Kennedy (1991) – Chernenko, D.E., Kennedy, D.J.L. “An Analysis of the
Performance of Welded Wide Flange Columns” – Canadian Journal of Civil
Engineering, Vol.18, pag.537-555, 1991, Canadá.
DASt-Ri 015 (1990) – “Deutscher Ausschuss für Stahlbau: DASt-Richtlinie 015 –
Träger mit schlanken Stegen” – Stahlbau-Verlagsgesellschaft, 1990, Colônia,
Alemanha.
DIN 18800 (1990) – “DIN 18 800 Teil 2: Stahlbauten; Stabilitätsfälle, Knicken von
Stäben und Stabwerken”, 1990, Alemanha.
Diniz e Frangopol (1997) – Diniz, S.M., Frangopol, D.M., “Reliability Bases for High
Strength Concrete Columns” – Journal of Structural Engineering, ASCE, 1997,
Estados Unidos da América.
Diniz (2006) – Diniz, S.M.C. “A Confiabilidade Estrutural e a Evolução das Normas
Técnicas” – VI Simpósio da EPUSP, 2006, São Paulo, Brasil.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 239
Driver et al. (2006) – Driver, R.G., Abbas, H.H., Sauce, R., “Shear Behavior of
Corrugated Web Bridge Girder” – Journal of Structural Engineering, ASCE,
2006, Estados Unidos da América.
Easley (1975) – Easley, J. T., “Buckling Formulas for Corrugated Metal Shear
Diaphragms” – Journal of the Structural Division, pp. 1403-1417, 1975, Estados
Unidos da América.
Elgaaly et al. (1996) – Elgaaly, M., Seshadri, A. & Hamilton, R. W., “Shear Strength of
Beams with Corrugated Webs” – Journal of Structural Engineering, pp. 390-397,
1996, Estados Unidos da América.
Elgaaly et al. (1997) – Elgaaly, M., Seshadri, A. & Hamilton, R. W., “Bending Strength
of Steel Beams with Corrugated Webs” – Journal of Structural Engineering, pp.
772-782, 1997, Estados Unidos da América.
Elgaaly e Seshadri (1997) – Elgaaly, M. & Seshadri, A., “Girders with Corrugated
Webs Under Partial Compressive Edge Loading” – Journal of Structural
Engineering, pp. 783-790, 1997, Estados Unidos da América.
Elgaaly e Seshadri (1998a) – Elgaaly, M. & Seshadri, A., “Steel Buit-up Girders with
Trapezoidally Corrugated Webs” – Engineering Journal, AISC, First Quarter,
1998, Estados Unidos da América.
Elgaaly e Seshadri (1998b) – Elgaaly, M. & Seshadri, A., “ Depcting the Behavior of
Girders with Corrugated Webs up to Failure using Nonlinear Finite Element
Analysis” – Advances in Engineering Software, Elsevier, Vol.29, No.3, 1998,
Reino Unido.
Ellingwood et al. (1982) – Ellingwood, B., MacGregor, J.G.,Galambos, T.V., Cornell,
C.A., “Development of a Probability-Based Load Criterion for American
National Standard A58” – NBS Special Publication 577, National Bureau of
Standards, United States Department of Commerce, Washington, D.C., Estados
Unidos da América.
Ellingwood et al. (1982) – Ellingwood, B., MacGregor, J.G.,Galambos, T.V., Cornell,
C.A., “Probability-Based Load Criteria: Load Factors and Load Combinations” –
Journal of the Structural Division, ASCE, Vol. 108, No. ST5, 1982. Estados
Unidos da América.
El-Metwally e Loov (2003) – El-Metwally, A., Loov, R.E. “Corrugated Steel Webs for
Prestressed Concrete Girders” – Materials and Structures, Vol. 36, pag. 127-134,
2003, Canadá.
EN 1990 (2002) – “Eurocode 0: Basis of Structural Design” – European Committee for
Standardization, 2002, Bruxelas, Bélgica.
EN 1993-1-1 (2005) – “Eurocode 3: Design of Steel Structures – Part 1-1: General
Rules and Rules for Buildings” – European Committee for Standardization, 2005,
Bruxelas, Bélgica.
EN 1993-1-5 (2006) – “Eurocode 3: Design of Steel Structures – Part 1-5: Plated
Structures Elements” – European Committee for Standardization, 2006, Bruxelas,
Bélgica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 240
Galambos (1983a) – Galambos, T.V. “A World View of Beam Stability and Design
Practice” – Proceedings of SSRC Annual Meeting, 1983, Estados Unidos da
América.
Galambos (1983b) – Galambos, T.V. “Reliability of Axially Loaded Columns” –
Engineering Structures, Elsevier, Vol.5, No1, 1983, Reino Unido.
Galambos (1998) – Galambos, T.V. “Guide to Stability Design Criteria for Metal
Structures” – John Willey & Sons, 5ª edição, 1998, Estados Unidos da América.
Galambos (1992) – Galambos, T.V. “Engineering Safety – Design Codes” – McGraw-
Hill, 1992, Estados Unidos da América.
Galambos (2006) – Galambos, T.V. “Reliability of the Member Stability Criteria in the
2005 AISC Specification” – Engineering Journal, AISC, Fourth Quarter, 2006,
Estados Unidos da América.
Galvão (2008a) – Galvão, A. “Estudo de Vigas Mistas Biapoiadas e Semicontínuas com
Perfis de Alma Senoidal” – Projeto de Tese de Doutorado, PROPEEs-UFMG,
2008, Belo Horizonte, Belo Horizonte, Brasil.
Galvão (2008b) – Galvão, A. “Estudo de Vigas Mistas Biapoiadas e Semicontínuas com
Perfis de Alma Senoidal” – Tese de Doutorado (em preparação), PROPEEs-
UFMG, 2008, Belo Horizonte, Brasil.
Gomes et al. (1997) – Gomes, H.M., Awruch, A.M., Rocha, M.M., “Análise da
Confiabilidade no Projeto de Estruturas de Concreto Armado” – XXVIII Jornadas
Sulamericanas de Engenharia Estrutural, Vol. 1, 1997, São Carlos, Brasil.
Gomes (2001a) – Gomes, L.C., “Estudo do Sistema de Lajes Mistas com Fôrma de Aço
Incorporada Empregando Concreto Estrutural Leve” – Tese de Mestrado,
PROPEEs-UFMG, 2001, Belo Horizonte, Brasil.
Gomes (2001b) – Gomes, H.M., “Técnicas de Avaliação da Confiabilidade em
Estruturas de Concreto Armado” – Tese de Doutorado, PPGEC-UFRGS, 2001,
Belo Horizonte, Brasil.
Gonzaga (2008) – Gonzaga, L.G.M. “Análise numérico-experimental de flambagem
lateral com torção e de ligações em vigas com perfis de alma corrugada senoidal”
–Tese de Doutorado, PROPEEs-UFMG, 2008, Belo Horizonte, Brasil.
Gulvanesian et al. (2002) – Gulvanesian, H., Calgaro, J.A., Holicky, M., “Designers’
Guide to EN 1990 - Eurocode: Basis of Structural Design” – Thomas Telford
Publishing, 2002, Londres, Reino Unido.
Hackbarth Júnior (2006) – Hackbarth Júnior, H. “Estudo da Flambagem Lateral com
Torção de Vigas de Aço de Alma Senoidal” – Dissertação de Mestrado,
PROPEEs-UFMG, 2006, Belo Horizonte, Brasil.
Haldar e Mahadevan (2000) – Haldar, A., Mahadevan, S., 2000. “Probability,
Reliability and Statistical Methods in Engineering Design” John Wiley & Sons,
2000, New York, Estados Unidos da América.
Hoop (2003) – Hoop, H. G. de, “Girders with Corrugated Webs” – Literature Study,
Tese de Mestrado, 2003, Holanda.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 242
Machacek e Tuma (2002) – Machacek, J., Tuma, M., “Fatigue Life of Girders with
Undulating Webs” – Eurosteel 2002, Coimbra, Portugal.
Machacek e Tuma (2006) – Machacek, J., Tuma, M., “Fatigue Life of Girders with
Undulating Webs” – Journal of Constructional Steel Research, 62, 168-177,
Elsevier, 2005, Reino Unido.
Machacek e Motak (2006) – Machacek, J., Motak, J., “Stripcon Shear Connectors in
Composite Girders” – SSRC Conference – 2006, Lisboa, Portugal.
Melchers (1999) – Melchers, R. E., “Structural Reliability – Analysis and Prediction,
John Wiley & Sons, 1999, Reino Unido.
Melo (1999) – Melo, C.B.F., “Análise do Comportamento e da Resistência do Sistema
de Lajes Mistas” – Dissertação de Mestrado, 1999, PROPEEs-UFMG, Brasil.
Mendera e Kuchta (2003) – Mendera, Z., Kuchta, K., “Analysis of the Behaviour of
Steel Girders with Corrugated Webs in the Light of Testing” – XLIX Konferencja
Naukowa KILiW PANiKN PZITB “Krynica 2003”, Band 2, 213-220, 2003,
Polônia.
Microsoft (2000) – “Microsoft Office Excel 2000” – Microsoft Corporation, 2000,
Estados Unidos da América.
Mo et al. (2003) – Mo, Y.L., Jeng, C.H., Krawinkler, H. “Experimental and Analitical
Study of Innovative Prestressed Concrete Box-Girder Bridges” – Materials and
Structures, Vol.36, pag. 99-107, Canadá.
Motta e Malite (2002) – Motta, L.A.C., Malite, M. “Análise da Segurança no Projeto de
Estruturas: Método dos Estados Limites” – Cadernos de Engenharia de Estruturas
nº 20, pag. 1-32, 2002, EESC-USP, São Carlos, Brasil.
Motak e Machacek (2004) – Motak, J., Machacek, J., “Experimental Behaviour of
Composite Girders with Steel Undulating Web and Thin-Walled Shear
Connectors Hilt Stripcon” – Journal of Civil Engineering and Management
(English Editions), Vol. X, No.1, 45-49, 2004, Lituânia.
Nogueira (2006) – Nogueira, H.A.T., “Avaliação da Confiabilidade de Pilares Curtos
em Concreto Armado Projetados Segundo a NBR 6118:2003” – Tese de
Mestrado, PROPEEs-UFMG, 2006, Belo Horizonte, Brasil.
Novak e Machacek (1998) – Novak, R., Machacek, J., “Girders with Undulating Webs”
– CTU Report (em tcheco), Department of Steel Structures, CTU (Czech
Technical University in Prague), 1998, Praga, República Tcheca.
Novak e Machacek (1999) – Novak, R., Machacek, J., “Local Buckling of Undulating
Webs” – Department of Steel Structures, CTU (Czech Technical University in
Prague), 1999, Praga, República Tcheca.
Novak e Machacek (2000) – Novak, R., Machacek, J., “Design Resistance of
Undulating Webs under Patch Loading” – Proceedings of the 3rd International
Conference “Coupled Instabilities in metal Structures CIMS’2000, 371-378,
2000, Lisboa, Portugal.
Oliveira (2004) – Oliveira, W.L.A., “Análise Teórica e Experimental de Pilares de
Concreto Armado sob Ação de Força Centrada com Resistência Média à
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 244
Queiroz et al. (2006a) – Queiroz, G., Gonzaga, L.G.M., Fakury, R.H., Rodrigues, F.C.,
Pimenta, R.J. “Lateral-Torsional Buckling of Sinusoidally-Corrugated Web
Beams” – SSRC Conference – 2006, Lisboa, Portugal.
Queiroz et al. (2006b) – Queiroz, G., Gonzaga, L.G.M., Fakury, R.H., Rodrigues, F.C.,
Pimenta, R.J. “Flambagem Lateral com Torção em Vigas com Perfil de Alma
Corrugada Senoidal” – XXVII Congresso Ibero-latinoamericano de Mecânica
Computacional – XXVII CILAMCE, 2006, Belém, Brasil.
Queiroz et al. (2007) – Queiroz, G., Gonzaga, L.G.M., Fakury, R.H., Rodrigues, F.C.,
Pimenta, R.J. “Flambagem Lateral com Torção em Vigas com Perfis de Alma
Senoidal” – REM: Revista Escola de Minas, Vol. 60, No.2, 2007, Ouro Preto,
Minas Gerais, Brasil.
Queiroz (2007) – Queiroz, F.D., “Finite Element Analysis of Composite Beams: The
Influence of Different Levels of Shear Connection” – Tese de Doutorado,
Imperial College, 1997, Londres, Reino Unido.
Ramberger (1989) – Ramberger, G., “Uber Die Berechnung von Geschweissten I-
Tragern mit Stegen aus Gewellten Blechen” – Technische Universitat Wien,
Institut fur Stahlbau, 1989, Alemanha.
Ramberger (1990) – Ramberger, G., 2.“Uber Die Berechnung von Geschweissten I-
Tragern mit Stegen aus Gewellten Blechen” – Technische Universitat Wien,
Institut fur Stahlbau, 1990, Alemanha.
Ravindra e Galambos (1978) – Ravindra, M.K., Galambos,T.V. “Load and Resistance
Factor Design for Steel” – Journal of the Structural Division, ASCE, Vol. 104,
No. ST9, 1978, Estados Unidos da América.
Robra (1997) – Robra, J., “Untersuchung des Tragverhaltens von Rahmenecken: Träger
als Wellstegträger - Eckblech als Schlankes Wellblech” – Fakultät für
Bauingenieurwesen und Architektur - Lehrstuhl für Stahlbau – Cottbus, 1997,
Alemanha.
Romero (2007) – Romero, D.V.S., “Reforço à Flexão de Vigas de Concreto Armado
por Meio de Protensão Externa” – Dissertação de Mestrado, COPPE-UFRJ, 2007,
Rio de Janeiro, Brasil.
Saal e Ehlbeck (1995) – Saal, H., Ehlbeck, J., “Bericht Nr. 943040 Untersuchengen zur
Einlentung Dynamischer Lasten in Wellstegtrager WTB-750 300*12, 1995,
Universitat Karlsruhe, Karlsruhe, Alemanha.
Salaberry (2005) – Salaberry, R.D., “Limite de Deformação das Fibras de Carbono
Usadas no Reforço à Flexão de Vigas de Concreto Armado” – Dissertação de
Mestrado, COPPE-UFRJ, 2005, Rio de Janeiro, Brasil.
Santos (2006) – Santos, E.W.F., “Reforço de Vigas de Concreto Armado à Flexão por
Encamisamento Parcial” – Dissertação de Mestrado, COPPE-UFRJ, 2006, Rio de
Janeiro, Brasil.
Sause et al. (2006) – Sause, R. Abbas, H.H., Driver, R.G., Anami, K., Fisher, J.W.
“Fatigue Life of Girders with Trapezoidal Corrugated Webs” – Journal of
Structural Engineering, ASCE, Vol. 132, No. 7, 2006, Estados Unidos da
América.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 246
Tall (1964) – Tall, L., “Recent Development in the Study of Column Behaviour” –
Journal of the Institute of Engineers, vol. 36, No. 12, 1964, Estados Unidos da
América.
Tall (1966) – Tall, L., “Welded Built-up Columns” – Fritz Engineerig Laboratory
Report No. 321.2, Lehigh University, 1966, Bethlehem, Estados Unidos da
América.
Timoshenko e Gere (1961) – Timoshenko, S.P., Gere, J.M. “Theory of Elastic Stability”
MacGraw-Hill, 2ª edição, 1961, Nova York, Estados Unidos da América.
Trahair (1993) - Trahair, N.S., “Flexural-Torsional Buckling of Structures”, E & FN
Spon, 1993, Londres, Reino Unido.
Trauner e Peherstorfer (2006) – Trauner, T., Peherstorfer, H., “Prüfbericht – Tragender
Wellstegträger” – Institut für Brandschutztechnik und Sicherheitsforschung,
Bericht Nr. 06090412, 2006, Alemanha
Tuma e Machacek (2003) – Tuma, M., Machacek, J., “Fatigue Life of Girders with
Undulating Webs” (em tcheco) – Programa de Estudos de Doutoramento,
Universidade Técnica de Praga, 2003, Praga, República Tcheca.
Yura et al. (1978) – Yura, J.A., Galambos, T.V., Ravindra, M.K. “The Bending
Resistance of Steel Beams” – Journal of the Structural Division, ASCE, Vol. 104,
No. ST9, 1978, Estados Unidos da América.
Zeman (1999) – Zeman & Co Gesellschaft mbh, “Corrugated Web Beam” – Technical
Documentation, 1999, Viena, Áustria.
ANEXO 1 I
A1
MEDIÇÕES
NOMINAL MEDIDO
Item
h bf tf tw L d bf1 bf2 tf1 tf2 e
48 800 170 9,5 2,0 10174 817 170 172 9,7 9,6 29
49 800 170 9,5 2,0 10174 817 170 169 9,6 9,6 10
50 800 170 9,5 2,0 10174 817 170 172 9,6 9,7 8
51 800 170 9,5 2,0 10174 817 169 171 9,5 9,5 10
52 800 170 9,5 2,0 10174 818 171 170 9,6 9,6 5
53 800 170 9,5 2,0 10174 818 170 172 9,4 9,6 5
54 800 150 6,3 2,0 7246 811 151 153 6,6 6,5 6
55 800 170 9,5 2,0 2564 819 172 170 9,8 9,9 0
56 800 150 6,3 2,0 7246 810 150 150 6,5 6,6 8
57 800 170 9,5 2,0 2564 818 172 172 9,8 9,8 0
58 800 150 6,3 2,0 7246 810 152 152 6,6 6,6 7
59 800 170 9,5 2,0 2564 819 170 172 9,8 9,8 0
60 800 150 6,3 2,0 7246 811 151 150 6,5 6,5 10
61 800 170 9,5 2,0 2564 818 170 170 9,8 9,7 0
62 800 150 6,3 2,0 7246 812 149 152 6,6 6,4 14
63 800 170 9,5 2,0 2564 817 171 172 9,8 9,8 0
64 800 150 6,3 2,0 7246 811 150 150 6,5 6,5 6
65 800 170 9,5 2,0 2564 817 172 172 9,8 9,6 0
66 800 150 6,3 2,0 7246 811 152 150 6,6 6,4 10
67 800 170 9,5 2,0 2564 819 170 172 9,8 9,6 0
68 800 150 6,3 2,0 7246 812 152 150 6,3 6,5 6
69 800 170 9,5 2,0 2564 818 172 171 9,9 9,8 0
70 800 150 6,3 2,0 7246 811 150 152 6,5 6,5 8
71 800 170 9,5 2,0 2564 818 171 172 9,8 9,9 0
72 800 150 6,3 2,0 7246 812 151 152 6,4 6,6 6
73 800 170 9,5 2,0 2564 818 172 170 9,8 9,7 0
74 800 150 6,3 2,0 7246 811 150 152 6,5 6,6 5
75 800 170 9,5 2,0 2564 818 171 171 9,5 9,8 0
76 800 150 6,3 2,0 7246 812 150 150 6,6 6,5 9
77 800 170 9,5 2,0 2564 818 171 172 9,8 9,7 0
78 800 150 6,3 2,0 7246 812 150 152 6,6 6,6 8
79 800 170 9,5 2,0 2564 818 172 171 9,5 9,6 0
80 800 150 6,3 2,0 7736 806 152 150 6,6 6,5 10
81 800 170 9,5 2,0 2431 818 170 171 9,8 9,9 0
82 800 150 6,3 2,0 7736 805 152 152 6,5 6,6 6
83 800 170 9,5 2,0 2431 818 172 171 9,5 9,5 0
84 800 150 6,3 2,0 7736 806 152 152 6,5 6,5 9
85 800 170 9,5 2,0 2431 818 172 172 9,8 9,8 0
86 800 150 6,3 2,0 7736 806 152 152 6,6 6,5 9
87 800 170 9,5 2,0 2431 818 170 170 9,8 9,8 0
88 800 150 6,3 2,0 7736 805 151 152 6,5 6,5 12
89 800 170 9,5 2,0 2431 818 172 170 9,8 9,9 0
90 800 150 6,3 2,0 7736 805 150 152 6,4 6,5 10
91 800 170 9,5 2,0 2431 818 172 172 9,7 9,7 0
92 800 150 6,3 2,0 7736 806 152 152 6,6 6,6 10
93 800 170 9,5 2,0 2431 818 172 172 9,8 9,9 0
94 800 150 6,3 2,0 7736 806 151 152 6,4 6,6 10
95 800 170 9,5 2,0 2431 818 171 172 9,7 9,8 0
ANEXO 1 IV
NOMINAL MEDIDO
Item
h bf tf tw L d bf1 bf2 tf1 tf2 e
96 800 170 9,5 2,0 10174 818 172 172 9,6 9,6 12
97 800 170 9,5 2,0 10174 818 172 172 9,6 9,6 10
98 800 150 6,3 2,0 7246 806 150 150 6,5 6,5 10
99 800 170 9,5 2,0 2564 818 172 171 9,8 9,8 0
100 800 150 6,3 2,0 7246 810 152 151 6,6 6,5 10
101 800 170 9,5 2,0 2564 818 172 172 9,7 9,9 0
102 800 150 6,3 2,0 7246 806 151 152 6,4 6,5 9
103 800 170 9,5 2,0 2564 818 172 170 9,6 9,5 0
104 800 150 6,3 2,0 7246 806 151 152 6,5 6,5 8
105 800 170 9,5 2,0 2564 818 172 172 9,7 9,7 0
106 800 170 9,5 2,0 9817 818 170 172 9,6 9,4 4
107 800 170 9,5 2,0 9817 818 172 172 9,6 9,6 10
108 800 170 9,5 2,0 9817 818 170 172 9,6 9,4 16
109 800 170 9,5 2,0 9817 818 171 172 9,6 9,5 12
110 800 170 9,5 2,0 9817 818 172 170 9,6 9,5 18
111 800 170 9,5 2,0 9817 817 170 171 9,6 9,6 4
112 800 170 9,5 2,0 9817 817 170 171 9,5 9,5 7
113 800 170 9,5 2,0 9817 816 170 172 9,5 9,6 3
114 800 170 9,5 2,0 9817 818 170 170 9,6 9,6 4
115 600 150 12,5 2,0 2384 617 148 150 12,5 12,5 0
116 600 150 12,5 2,0 2384 617 148 150 12,5 12,5 0
117 600 150 12,5 2,0 2384 617 148 150 12,5 12,5 0
118 600 150 12,5 2,0 2384 617 148 150 12,5 12,5 0
119 600 150 12,5 2,0 2384 618 150 150 12,5 12,5 0
120 600 150 12,5 2,0 2384 618 150 150 12,5 12,5 0
121 600 150 12,5 2,0 2384 620 150 150 12,5 12,5 0
122 600 150 12,5 2,0 2384 617 150 150 12,5 12,5 0
123 500 150 6,3 2,0 8141 508 152 152 6,5 6,5 10
124 500 150 6,3 2,0 2848 506 152 152 6,5 6,5 3
125 500 150 6,3 2,0 8141 508 150 150 6,4 6,4 9
126 500 150 6,3 2,0 2848 508 150 150 6,4 6,4 0
127 500 150 6,3 2,0 11433 508 152 152 6,5 6,5 9
128 500 150 6,3 2,0 728 508 152 152 6,5 6,5 0
129 500 150 6,3 2,0 10692 506 150 150 6,5 6,5 10
130 500 150 6,3 2,0 10692 506 150 151 6,5 6,5 10
131 500 150 6,3 2,0 8141 506 150 150 6,4 6,4 10
132 500 150 6,3 2,0 2848 506 150 150 6,4 6,4 0
133 600 150 6,3 2,0 7830 608 150 150 6,4 6,4 0
134 600 150 9,5 2,0 2270 615 150 150 9,5 9,5 0
135 600 150 6,3 2,0 7830 608 152 152 6,3 6,3 4
136 600 150 9,5 2,0 2270 614 149 150 9,7 9,7 0
137 600 150 6,3 2,0 7830 608 150 150 6,5 6,5 5
138 600 150 9,5 2,0 2270 614 150 150 9,7 9,7 0
139 600 150 6,3 2,0 7830 608 152 152 6,4 6,4 5
140 600 150 9,5 2,0 2270 615 150 150 9,6 9,6 0
141 600 250 9,5 2,0 6144 615 251 251 9,7 9,7 0
142 600 250 8,0 2,0 2270 610 251 251 8,3 8,3 0
143 600 150 6,3 2,0 7830 608 152 152 6,4 6,4 5
ANEXO 1 V
NOMINAL MEDIDO
Item
h bf tf tw L d bf1 bf2 tf1 tf2 e
144 600 150 9,5 2,0 2270 615 153 153 9,8 9,8 0
145 600 150 6,3 2,0 7830 608 151 151 6,5 6,5 6
146 600 150 9,5 2,0 2270 615 153 153 9,7 9,7 0
147 600 150 6,3 2,0 7307 610 152 152 6,4 6,4 5
148 600 150 9,5 2,0 2164 615 152 152 9,7 9,7 0
149 600 150 6,3 2,0 7307 610 150 150 6,4 6,4 6
150 600 150 9,5 2,0 2164 615 150 150 9,7 9,7 0
151 800 300 9,5 2,0 9243 818 300 299 9,7 9,8 3
152 800 300 9,5 2,0 9243 817 301 299 9,8 9,8 0
153 800 300 9,5 2,0 9243 819 301 302 9,7 9,6 0
154 800 300 9,5 2,0 9243 818 302 303 9,8 9,8 0
155 1000 160 8,0 2,0 1173 1009 160 160 8,45 8,49 0
156 1000 160 8,0 2,0 1173 1009 160 160 8,45 8,49 0
157 1000 160 8,0 2,0 1173 1009 160 160 8,45 8,49 0
158 1000 160 8,0 2,0 1173 1009 160 160 8,45 8,49 0
159 1000 160 8,0 2,0 1173 1009 160 160 8,45 8,49 0
160 1000 160 8,0 2,0 5427 1009 160 160 8,45 8,49 0
161 1000 160 9,5 2,0 10646 1012 160 161 9,58 9,57 0
162 1000 160 9,5 2,0 10646 1011 161 160 9,61 9,54 0
163 1000 160 9,5 2,0 10646 1010 161 161 9,57 9,56 0
164 1000 160 9,5 2,0 10646 1011 162 159 9,67 9,59 2
165 1000 160 9,5 2,0 10646 1011 160 161 9,57 9,52 2
166 1000 160 12,5 2,0 2119 1017 160 162 12,99 12,85 0
167 1000 160 12,5 2,0 2879 1017 160 162 12,99 12,85 0
168 1000 160 12,5 2,0 2490 1017 160 162 12,76 12,84 0
169 1000 160 12,5 2,0 1728 1017 160 162 12,82 12,9 0
170 1000 160 12,5 2,0 1342 1017 160 162 12,78 12,82 0
171 1200 250 12,5 2,0 6481 1220 251 252 12,7 12,72 0
172 1000 250 12,5 2,0 5735 1018 250 250 12,77 12,77 1
173 1000 250 12,5 2,0 5735 1018 251 251 12,77 12,73 0
174 1000 250 12,5 2,0 5735 1017 250 250 12,88 12,81 0
175 1000 250 12,5 2,0 5735 1017 252 250 12,8 12,86 0
176 1000 250 12,5 2,0 5735 1018 250 250 12,77 12,89 0
177 1000 200 8,0 2,0 11967 1007 200 200 8,37 8,38 2
178 1000 200 8,0 2,0 11967 1007 202 201 8,34 8,34 2
179 1000 200 8,0 2,0 11967 1007 202 200 8,32 8,32 2
180 1000 200 8,0 2,0 11967 1007 200 200 8,38 8,35 3
181 1000 200 8,0 2,0 11967 1008 203 201 8,41 8,38 2
182 1000 200 8,0 2,0 11967 1007 200 201 8,34 8,51 2
183 1000 200 8,0 2,0 11967 1007 202 201 8,41 8,46 0
184 1000 200 8,0 2,0 11967 1007 202 200 8,36 8,42 0
185 1000 200 8,0 2,0 11967 1007 201 201 8,31 8,34 2
186 1000 200 8,0 2,0 11967 1007 204 202 8,4 8,44 0
187 1000 200 8,0 2,0 11967 1007 201 200 8,34 8,2 2
188 1000 200 8,0 2,0 11967 1007 201 202 8,4 8,32 2
189 1000 200 8,0 2,0 11967 1006 200 200 8,42 8,41 2
190 800 150 6,3 2,0 7190 807 152 151 6,59 6,81 0
191 800 150 6,3 2,0 7190 807 150 150 6,84 6,68 0
ANEXO 1 VI
NOMINAL MEDIDO
Item
h bf tf tw L d bf1 bf2 tf1 tf2 e
192 800 150 6,3 2,0 7190 807 150 151 6,71 6,82 0
193 800 150 6,3 2,0 7190 807 152 150 6,71 6,88 0
194 800 150 6,3 2,0 7190 807 153 151 6,8 6,77 0
195 800 150 6,3 2,0 7190 807 150 152 6,82 6,67 0
196 800 150 6,3 2,0 7190 807 151 152 6,89 6,7 0
197 800 150 6,3 2,0 7190 807 151 151 6,61 6,71 0
198 800 150 6,3 2,0 7190 807 150 150 6,96 6,7 0
199 800 150 6,3 2,0 7190 807 150 150 6,71 6,85 0
200 800 200 9,5 2,0 8401 812 201 201 9,69 9,71 0
201 800 200 9,5 2,0 8401 813 200 201 9,56 9,45 0
202 800 200 9,5 2,0 8200 812 200 200 9,61 9,56 0
203 800 200 9,5 2,0 8200 812 201 201 9,49 9,51 0
204 800 200 9,5 2,0 8200 812 201 201 9,71 9,65 0
205 800 150 6,3 2,0 7111 807 152 150 6,64 6,79 0
206 800 150 6,3 2,0 7111 807 154 153 6,62 6,59 0
207 800 150 6,3 2,0 7111 807 150 150 6,64 6,49 0
208 800 150 6,3 2,0 7111 807 153 151 6,62 6,63 0
209 800 150 6,3 2,0 7111 807 151 152 6,66 6,61 0
210 800 150 6,3 2,0 7111 807 150 150 6,65 6,68 0
211 800 150 6,3 2,0 7111 807 150 150 6,6 6,67 0
212 800 150 6,3 2,0 7111 807 152 152 6,6 6,61 0
213 800 150 6,3 2,0 7111 807 151 150 6,64 6,6 0
214 800 150 6,3 2,0 7111 807 151 150 6,54 6,69 0
215 800 150 6,3 2,0 7111 807 150 150 6,59 6,68 0
216 800 150 6,3 2,0 7111 807 150 150 6,67 6,78 0
217 800 150 6,3 2,0 7111 807 151 153 6,65 6,64 0
218 800 150 6,3 2,0 7111 807 152 152 6,68 6,73 0
219 800 150 6,3 2,0 7111 807 150 150 6,61 6,63 0
220 800 150 6,3 2,0 7111 807 150 150 6,66 6,83 0
221 800 150 6,3 2,0 7111 807 153 152 6,63 6,78 0
222 800 150 6,3 2,0 7190 807 151 151 6,6 6,67 0
223 800 150 6,3 2,0 7190 807 151 150 6,55 6,58 0
224 800 150 6,3 2,0 7190 807 150 150 6,57 6,68 0
225 800 150 6,3 2,0 7190 807 150 150 6,59 6,75 0
226 800 150 6,3 2,0 7190 807 152 152 6,61 6,74 0
227 800 150 6,3 2,0 7190 807 150 152 6,67 6,67 0
228 800 150 6,3 2,0 7190 807 153 151 6,67 6,95 0
229 600 200 8,0 2,0 9702 612 202 200 8,27 8,46 1
230 600 200 8,0 2,0 9702 612 200 200 8,47 8,56 0
231 600 200 8,0 2,0 9702 612 202 201 8,33 8,53 0
232 600 200 8,0 2,0 9702 612 201 200 8,44 8,32 0
233 600 200 8,0 2,0 9702 612 200 200 8,39 8,43 0
234 600 200 8,0 2,0 9702 612 200 200 8,38 8,39 1
235 600 200 8,0 2,0 9702 612 201 202 8,3 8,42 0
236 600 200 8,0 2,0 9702 612 201 201 8,45 8,38 0
237 600 200 8,0 2,0 9702 612 199 201 8,39 8,49 0
238 600 200 8,0 2,0 9702 612 201 202 8,44 8,46 0
239 600 200 8,0 2,0 9702 613 200 200 8,42 8,37 0
ANEXO 1 VII
NOMINAL MEDIDO
Item
h bf tf tw L d bf1 bf2 tf1 tf2 e
240 1000 300 9,5 2,0 11598 1009 299 300 9,8 9,86 0
241 1000 300 9,5 2,0 11598 1009 300 300 9,84 9,86 0
242 1000 300 9,5 2,0 11598 1009 298 300 9,81 9,74 1
243 1000 300 9,5 2,0 11598 1009 300 300 9,75 9,62 0
244 1000 300 9,5 2,0 11598 1009 301 300 9,69 9,67 0
245 1000 300 9,5 2,0 11598 1009 300 300 9,77 9,7 1
246 1000 300 9,5 2,0 11598 1011 299 301 10 9,93 0
247 1000 300 9,5 2,0 11598 1011 301 302 9,81 9,78 0
248 1000 300 9,5 2,0 11598 1010 298 300 9,82 9,95 0
249 1000 300 9,5 2,0 11598 1010 299 300 9,82 9,65 0
250 1000 300 9,5 2,0 11598 1010 299 300 9,79 9,58 0
251 1000 300 9,5 2,0 11598 1010 300 300 9,81 9,77 0
252 1000 300 9,5 2,0 11598 1010 301 300 9,81 9,89 0
253 800 150 6,3 2,0 4993 807 150 151 6,71 6,95 0
254 800 150 6,3 2,0 4993 807 150 150 6,71 6,68 0
255 800 150 6,3 2,0 4993 807 150 150 6,61 6,67 0
256 800 150 6,3 2,0 4993 807 151 152 6,63 6,71 0
257 800 150 6,3 2,0 4993 807 149 150 6,69 6,69 0
258 800 150 6,3 2,0 4993 807 150 150 6,7 6,68 0
259 800 150 6,3 2,0 4993 807 152 150 6,6 6,65 0
260 800 150 6,3 2,0 7190 807 150 150 6,7 6,68 0
261 800 150 6,3 2,0 7190 807 150 151 6,57 6,62 0
262 800 150 6,3 2,0 4993 807 150 150 6,67 6,92 0
263 800 150 6,3 2,0 4993 807 150 150 6,58 6,81 0
264 800 150 6,3 2,0 4993 807 151 151 6,72 6,81 0
265 800 150 6,3 2,0 4993 807 150 151 6,63 6,61 0
266 800 150 6,3 2,0 4993 807 150 150 6,67 6,65 0
267 800 150 6,3 2,0 7190 807 150 151 6,75 6,67 0
268 800 150 6,3 2,0 7190 807 151 149 6,69 6,81 0
269 600 150 6,3 2,0 9123 609 152 151 6,77 6,68 0
270 600 150 6,3 2,0 9123 609 152 152 6,9 6,91 0
271 800 150 6,3 2,0 7190 809 150 150 6,67 6,62 0
272 800 150 6,3 2,0 7190 806 150 150 6,74 6,56 0
273 800 150 6,3 2,0 7190 806 150 150 6,65 6,68 0
274 800 150 6,3 2,0 7190 807 153 151 6,55 6,73 0
275 800 150 6,3 2,0 7190 807 151 150 6,58 6,78 0
276 800 150 6,3 2,0 7190 807 150 151 6,71 6,58 0
277 800 150 6,3 2,0 7190 807 150 150 6,58 6,5 0
278 800 150 6,3 2,0 7190 807 150 151 6,75 6,61 0
279 800 150 6,3 2,0 7190 807 150 150 6,69 6,67 0
280 800 150 6,3 2,0 7190 807 152 151 6,98 6,54 0
281 800 150 6,3 2,0 7190 807 152 151 6,69 6,62 0
282 800 150 6,3 2,0 7190 807 150 150 6,71 6,67 0
283 800 150 6,3 2,0 7190 807 151 151 6,94 6,72 0
284 800 150 6,3 2,0 7190 807 150 150 6,5 6,95 0
285 800 150 6,3 2,0 7190 807 151 150 6,38 6,72 0
286 800 150 6,3 2,0 7190 807 150 150 6,57 6,63 0
287 800 150 6,3 2,0 7190 807 150 150 6,63 6,75 0
ANEXO 1 VIII
NOMINAL MEDIDO
Item
h bf tf tw L d bf1 bf2 tf1 tf2 e
288 800 150 6,3 2,0 7190 807 150 151 6,72 6,39 0
289 800 260 9,5 2,0 9056 813 260 260 9,64 9,6 0
290 800 260 9,5 2,0 9056 813 260 260 9,81 9,81 0
291 800 260 9,5 2,0 9056 813 260 260 9,77 9,61 0
292 500 250 8,0 2,0 11434 513 251 250 8,34 8,34 2
293 500 250 8,0 2,0 11434 512 252 251 8,31 8,36 0
294 500 250 8,0 2,0 11434 513 251 251 8,36 8,32 1
295 500 250 8,0 2,0 11434 512 253 253 8,4 8,38 1
296 400 150 6,3 2,0 9708 407 152 152 6,7 6,61 0
297 400 150 6,3 2,0 9708 407 152 150 6,67 6,62 0
298 400 150 6,3 2,0 9829 407 150 150 6,61 6,64 0
299 1200 300 19,0 3,0 7141 1231 301 300 19,19 19,14 0
300 1200 300 19,0 3,0 7141 1230 300 300 19,11 19,13 0
301 1200 300 19,0 3,0 7141 1230 300 300 19,2 19,16 0
302 1200 300 19,0 3,0 7141 1230 301 300 19 19,16 0
303 1200 300 19,0 3,0 7141 1230 300 300 18,94 18,99 0
304 1200 300 19,0 3,0 7141 1230 300 302 19,24 19,18 0
305 1200 300 19,0 3,0 7141 1230 300 300 18,96 19,15 0
306 1200 300 19,0 3,0 7141 1230 300 300 18,94 19 0
307 1200 300 19,0 3,0 7141 1230 300 300 18,97 19,02 0
308 1200 300 19,0 3,0 7141 1230 302 300 19,04 19 0
309 1200 300 19,0 3,0 7141 1230 302 301 19,11 19,19 0
310 600 200 8,0 2,0 9702 612 201 201 8,45 8,45 0
311 1200 300 19,0 3,0 7141 1230 300 300 19,15 19,09 0
312 1200 300 19,0 3,0 7141 1230 300 300 18,7 18,94 0
313 1200 300 19,0 3,0 7141 1231 301 300 19,32 19,34 0
314 1200 300 19,0 3,0 7141 1231 300 300 19,34 19 0
315 600 200 8,0 2,0 9702 612 200 200 8,38 8,4 1
316 500 250 9,5 2,0 3076 512 253 251 9,67 9,49 0
317 500 250 9,5 2,0 3076 512 253 251 9,67 9,49 0
318 500 250 9,5 2,0 3076 512 250 250 9,79 9,9 0
319 500 250 9,5 2,0 3076 512 250 251 9,78 9,82 0
320 500 250 9,5 2,0 3076 512 250 250 9,8 9,81 0
321 500 250 9,5 2,0 3076 512 251 251 9,69 9,54 0
322 500 250 9,5 2,0 3076 512 251 250 9,7 9,63 0
323 500 250 9,5 2,0 3076 512 253 251 9,8 9,85 0
324 500 250 9,5 2,0 3076 512 252 250 9,57 9,63 0
325 500 250 9,5 2,0 3076 512 252 250 9,66 9,53 0
326 800 150 6,3 2,0 10978 808 151 151 6,7 6,81 1
327 800 150 6,3 2,0 10978 807 150 152 6,77 6,76 1
328 800 150 6,3 2,0 10978 807 150 152 6,71 6,77 0
329 800 150 6,3 2,0 10978 807 152 152 6,79 6,77 1
330 800 150 6,3 2,0 10978 807 151 151 6,69 6,71 1
331 800 150 6,3 2,0 10978 807 150 150 6,7 6,7 1
332 1000 300 12,5 3,0 7141 1017 300 302 12,4 12,43 0
333 1000 300 12,5 3,0 7141 1017 300 300 12,41 12,54 0
334 1000 300 12,5 3,0 7141 1017 301 300 12,31 12,42 0
335 1000 300 12,5 3,0 7141 1017 303 301 12,42 12,45 0
ANEXO 1 IX
NOMINAL MEDIDO
Item
h bf tf tw L d bf1 bf2 tf1 tf2 e
336 1200 250 16,0 2,0 10232 1224 252 250 16,33 16,4 0
337 1200 250 16,0 2,0 10232 1224 250 251 16,3 16,2 0
338 1200 250 16,0 2,0 10232 1224 250 250 16,41 16,32 0
339 1200 250 16,0 2,0 10232 1224 251 249 16,21 16,08 0
340 1200 250 16,0 2,0 10232 1224 250 250 16,3 16,41 0
341 1200 250 12,5 2,0 8142 1217 251 251 12,71 12,68 0
342 1200 250 12,5 2,0 7936 1217 251 251 12,56 12,59 0
343 1200 250 12,5 2,0 7936 1217 250 250 12,63 12,65 0
344 1200 250 12,5 2,0 7936 1217 250 250 12,77 12,65 0
345 1200 250 12,5 2,0 7936 1218 250 250 12,72 12,62 0
346 1200 250 12,5 2,0 7936 1218 250 250 12,64 12,53 0
347 1200 250 16,0 2,0 7807 1225 250 251 16,15 16,45 0
348 1200 250 12,5 2,0 8142 1217 250 250 12,69 12,68 0
349 1200 250 12,5 2,0 7936 1217 250 249 12,72 12,75 0
350 1200 250 12,5 2,0 7936 1217 250 250 12,72 12,79 0
351 1200 250 12,5 2,0 6934 1217 250 250 12,75 12,71 0
352 1200 250 16,0 2,0 7807 1225 250 250 16,33 16,31 0
353 1200 250 16,0 2,0 7807 1225 250 250 16,17 16,33 0
354 1200 250 16,0 2,0 7807 1225 252 250 16,36 16,25 0
355 1200 250 16,0 2,0 7807 1225 249 250 16,31 16,17 0
356 1200 250 16,0 2,0 7807 1225 250 251 16,16 16,1 0
357 1200 250 16,0 2,0 7807 1225 251 251 16,25 16,51 0
358 1200 250 12,5 2,0 7936 1217 250 250 12,69 12,72 0
359 1200 250 12,5 2,0 7936 1217 250 250 12,66 12,69 0
360 800 150 6,3 2,0 10978 807 150 151 6,76 6,83 1
361 800 150 6,3 2,0 10978 807 151 150 6,72 6,8 1
362 800 150 6,3 2,0 10978 807 150 150 6,69 6,82 0
363 800 150 6,3 2,0 10978 807 153 151 6,7 6,82 1
364 800 150 6,3 2,0 10978 806 150 150 6,72 6,75 1
365 800 150 6,3 2,0 10978 806 150 151 6,59 6,63 1
366 800 150 6,3 2,0 10978 807 151 151 6,52 6,57 0
367 800 150 6,3 2,0 10978 807 152 150 6,68 6,69 1
368 800 150 6,3 2,0 10978 806 150 150 6,64 6,73 1
369 800 150 6,3 2,0 10978 807 150 151 6,63 6,69 0
370 800 150 6,3 2,0 10978 807 151 153 6,72 6,6 1
371 800 150 6,3 2,0 10978 809 152 152 6,77 6,72 1
372 800 150 6,3 2,0 10978 807 151 150 6,82 6,89 1
373 800 150 6,3 2,0 10978 807 150 150 6,71 6,9 0
374 800 150 6,3 2,0 10978 807 150 150 6,6 6,72 0
375 800 150 6,3 2,0 10978 807 150 152 6,67 6,67 0
376 800 150 6,3 2,0 10978 806 152 152 6,69 6,52 0
377 800 150 6,3 2,0 10978 808 152 150 6,75 6,72 0
378 800 150 6,3 2,0 10978 807 150 150 6,83 6,72 0
379 800 150 6,3 2,0 10978 808 151 150 6,77 6,79 1
380 800 150 6,3 2,0 10978 808 150 150 6,82 6,72 1
381 800 150 6,3 2,0 10978 807 151 152 6,74 6,77 0
382 800 150 6,3 2,0 10978 807 150 150 6,73 6,8 0
383 800 150 6,3 2,0 10978 807 150 150 6,6 6,75 0
ANEXO 1 X
NOMINAL MEDIDO
Item
h bf tf tw L d bf1 bf2 tf1 tf2 e
384 800 150 6,3 2,0 10978 808 150 152 6,74 6,8 0
385 800 150 6,3 2,0 10978 808 150 150 6,77 6,75 1
386 1000 300 12,5 3,0 7141 1017 301 300 12,31 12,45 0
387 1000 300 12,5 3,0 7141 1017 301 301 12,32 12,75 0
388 1000 300 12,5 3,0 7141 1018 300 300 12,35 12,52 0
389 1000 300 12,5 3,0 7141 1018 300 300 12,37 12,63 0
390 1000 300 12,5 3,0 7141 1018 300 300 12,22 12,48 0
391 1000 300 12,5 3,0 7141 1018 302 300 12,22 12,32 0
392 1000 300 12,5 3,0 7141 1018 300 300 12,14 12,41 0
393 1000 300 12,5 3,0 7141 1018 301 300 12,75 12,78 1
394 1000 300 12,5 3,0 7141 1018 302 302 12,55 12,81 0
395 1000 300 12,5 3,0 7141 1018 300 301 12,7 12,52 0
396 1000 300 12,5 3,0 7141 1018 302 301 12,33 12,41 0
397 1000 300 12,5 3,0 7141 1018 300 300 12,33 12,43 0
398 800 200 9,5 2,0 8200 812 200 200 9,8 9,65 0
399 800 200 9,5 2,0 8200 812 200 200 9,81 9,81 0
400 800 200 9,5 2,0 8200 812 199 200 9,89 9,77 0
401 800 200 9,5 2,0 8200 812 200 201 9,83 9,86 0
402 800 200 9,5 2,0 8200 812 201 201 9,84 9,79 0
403 800 200 9,5 2,0 8200 812 200 200 9,77 9,78 0
404 800 200 9,5 2,0 8200 812 201 202 9,81 9,71 0
405 800 200 9,5 2,0 8200 812 200 200 9,9 9,61 0
406 800 150 6,3 2,0 7111 807 150 150 6,68 6,64 0
407 800 150 6,3 2,0 7111 806 149 150 6,57 6,7 0
408 800 150 6,3 2,0 7111 807 150 150 6,67 6,6 0
409 800 150 6,3 2,0 7111 807 153 151 6,61 6,57 0
410 800 150 6,3 2,0 7111 807 152 150 6,57 6,6 0
411 800 150 6,3 2,0 7111 807 150 150 6,67 6,65 0
412 800 150 6,3 2,0 7111 807 150 150 6,67 6,59 0
413 800 150 6,3 2,0 7111 807 152 150 6,66 6,73 0
414 800 150 6,3 2,0 7111 807 150 150 6,64 6,73 0
415 800 150 6,3 2,0 7111 807 149 153 6,65 6,68 0
416 800 150 6,3 2,0 7111 807 150 150 6,6 6,72 0
417 800 150 6,3 2,0 7111 807 153 151 6,63 6,63 0
418 800 150 6,3 2,0 7111 807 151 150 6,71 6,69 0
419 800 150 6,3 2,0 7111 807 150 150 6,64 6,58 0
420 800 150 6,3 2,0 7111 807 150 150 6,63 6,6 0
421 800 150 6,3 2,0 7111 807 151 152 6,64 6,67 0
422 800 150 6,3 2,0 7111 807 149 150 6,62 6,52 0
423 800 150 6,3 2,0 7111 807 150 150 6,63 6,64 0
424 800 150 6,3 2,0 7111 807 152 152 6,62 6,53 0
425 800 150 6,3 2,0 7111 807 150 151 6,59 6,5 0
426 800 150 6,3 2,0 7111 807 150 150 6,61 6,67 0
427 800 150 6,3 2,0 7111 807 150 150 6,63 6,65 0
428 600 250 9,5 2,0 13032 614 250 251 9,6 9,6 0
429 600 250 9,5 2,0 13032 614 250 250 9,6 9,6 0
430 600 250 9,5 2,0 13032 614 250 250 9,6 9,6 0
431 600 250 9,5 2,0 13032 614 250 250 9,6 9,7 0
ANEXO 1 XI
NOMINAL MEDIDO
Item
h bf tf tw L d bf1 bf2 tf1 tf2 e
432 600 250 9,5 2,0 13032 614 250 250 9,7 9,7 0
433 1000 200 8,0 2,0 11967 1007 200 200 8,1 8,3 0
434 1000 200 8,0 2,0 11967 1007 200 200 8,1 8,3 0
435 1000 200 8,0 2,0 11967 1007 200 200 8,1 8,1 0
436 1000 200 8,0 2,0 11967 1007 200 200 8,3 8,2 0
437 1000 200 8,0 2,0 11967 1007 200 202 8,3 8,1 0
438 1000 200 8,0 2,0 11967 1007 201 202 8,3 8,1 0
439 800 150 6,3 2,0 11027 806 150 150 6,6 6,6 0
440 800 150 6,3 2,0 11027 806 150 150 6,7 6,6 0
441 800 150 6,3 2,0 15096 806 152 150 6,7 6,7 0
442 800 150 6,3 2,0 15096 806 151 150 6,6 6,7 0
443 800 150 6,3 2,0 14789 806 154 150 6,6 6,7 0
444 800 150 6,3 2,0 14789 809 150 150 6,6 6,7 0
445 800 150 6,3 2,0 7571 806 150 150 6,6 6,6 0
446 800 150 9,5 2,0 10125 813 153 151 9,6 9,6 0
447 600 300 9,5 2,0 10032 614 302 300 9,6 9,6 0
448 1200 300 12,5 2,0 10848 1219 300 300 12,9 12,9 0
449 600 350 9,5 2,0 13100 613 352 351 9,7 9,6 0
450 600 350 9,5 2,0 13100 613 350 350 9,7 9,6 0
451 600 350 9,5 2,0 13326 613 350 350 9,6 9,6 0
452 600 350 9,5 2,0 12826 613 353 350 9,6 9,6 0
453 600 350 9,5 2,0 12826 613 351 349 9,6 9,7 0
454 600 350 9,5 2,0 12826 613 350 350 9,7 9,7 0
455 1200 250 16,0 2,0 12034 1223 248 250 16,1 16,1 0
456 1200 250 16,0 2,0 12034 1223 250 250 16,1 16,1 0
457 1200 250 16,0 2,0 12034 1223 250 250 16,1 16 0
458 1200 250 16,0 2,0 12034 1224 250 248 16,2 16,1 0
459 1200 250 16,0 2,0 12034 1223 250 251 16,2 16,1 0
460 1200 250 16,0 2,0 12034 1223 251 249 16,1 16,3 0
461 1200 250 16,0 2,0 12034 1224 249 248 16,1 16,2 0
462 1200 250 16,0 2,0 12034 1223 250 250 16,1 16,1 0
463 1200 250 16,0 2,0 12034 1223 250 251 16,2 16,2 0
464 1200 250 16,0 2,0 12034 1223 248 250 16,2 16,2 0
465 1200 250 16,0 2,0 12034 1223 250 250 16,3 16,1 0
466 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 250 250 16,1 16,2 0
467 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 250 250 16,2 16,1 0
468 1200 250 16,0 2,0 12034 1223 250 250 16,2 16,1 0
469 1200 250 16,0 2,0 7807 1224 251 250 16 16,2 0
470 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 250 250 16 16,1 0
471 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 250 250 16 16 0
472 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 250 250 16,1 16,1 0
473 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 251 250 16 16,1 0
474 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 251 251 16,1 16,1 0
475 1200 320 19,0 3,0 3911 1232 320 318 18,7 18,7 0
476 1200 320 19,0 3,0 3911 1232 320 318 18,8 18,8 0
477 1200 320 19,0 3,0 3911 1232 320 318 18,9 18,9 0
478 1200 320 19,0 3,0 3911 1232 319 320 18,7 18,9 0
479 1200 320 19,0 3,0 3911 1232 319 320 18,9 18,9 0
ANEXO 1 XII
NOMINAL MEDIDO
Item
h bf tf tw L d bf1 bf2 tf1 tf2 e
480 1200 320 19,0 3,0 3911 1232 319 320 18,9 18,9 0
481 1200 320 19,0 3,0 3911 1235 321 320 19,3 19,2 0
482 1200 320 19,0 3,0 3911 1235 321 320 19,5 19,7 0
483 1200 320 19,0 3,0 3911 1235 321 320 18,9 19 0
484 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 250 251 16 16,1 0
485 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 250 250 16,1 16,7 0
486 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 251 251 16 16,1 0
487 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 252 251 16 16,5 0
488 1200 250 16,0 2,0 7807 1224 250 250 16 16 0
489 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 250 250 16 16 0
490 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 250 251 16,2 16 0
491 1200 250 16,0 2,0 7807 1224 250 250 16,1 16,1 0
492 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 250 250 16 16 0
493 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 250 250 16 16 0
494 1200 250 16,0 2,0 7807 1225 250 250 16 16 0
495 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 250 250 16 16 0
496 1200 250 12,5 2,0 7936 1218 247 250 12,8 12,7 0
497 1200 250 12,5 2,0 7936 1216 250 250 12,6 12,7 0
498 1200 250 12,5 2,0 7936 1216 250 247 12,7 12,7 0
499 1200 250 12,5 3,0 3720 1216 249 249 12,6 12,6 0
500 1200 250 12,5 3,0 3720 1216 249 249 12,6 12,6 0
501 1200 250 12,5 3,0 3720 1216 249 249 12,6 12,6 0
502 1200 250 12,5 2,0 7936 1216 250 249 12,8 12,5 0
503 1200 250 12,5 2,0 7936 1216 250 250 12,9 12,7 0
504 1200 250 12,5 2,0 7936 1216 250 250 12,5 12,6 0
505 1200 250 12,5 2,0 7936 1216 249 249 12,5 12,7 0
506 1200 250 12,5 2,0 7936 1216 249 249 12,6 12,8 0
507 1200 250 12,5 2,0 7936 1216 249 250 12,7 12,4 0
508 1200 250 12,5 2,0 7936 1216 251 249 12,6 12,6 0
509 1200 250 12,5 2,0 7936 1216 249 250 12,7 12,9 0
510 1200 250 12,5 2,0 7936 1216 250 250 12,6 12,7 0
511 1200 250 12,5 2,0 7936 1216 249 251 12,4 12,6 0
512 1200 250 12,5 2,0 7936 1216 250 250 12,6 12,6 0
513 1200 250 12,5 2,0 7936 1216 250 250 12,5 12,7 0
514 1200 250 12,5 2,0 7936 1216 250 251 12,5 12,5 0
515 1200 250 12,5 2,0 7936 1216 250 249 12,9 12,6 0
516 1200 250 12,5 2,0 7936 1216 249 249 12,8 12,9 0
517 1200 250 12,5 2,0 7936 1216 250 250 12,9 12,9 0
518 1200 250 12,5 2,0 7936 1216 252 250 12,6 12,9 0
519 1200 250 12,5 2,0 7936 1216 248 250 12,8 12,6 0
520 1200 250 12,5 2,0 7936 1216 250 250 12,3 12,4 0
521 1200 250 12,5 2,0 7936 1216 249 250 12,4 12,5 0
522 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 250 250 16,1 16,1 0
523 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 251 251 16,1 16,1 0
524 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 250 250 16,2 16 0
525 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 252 250 16,1 16,2 0
526 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 251 250 16 16 0
527 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 250 251 16 16,1 0
ANEXO 1 XIII
NOMINAL MEDIDO
Item
h bf tf tw L d bf1 bf2 tf1 tf2 e
528 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 250 250 16 16,1 0
529 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 250 250 16,3 16,3 0
530 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 250 250 16,6 16,3 0
531 1200 250 16,0 2,0 7807 1223 250 251 16 16,1 0
532 1200 320 19,0 3,0 4050 1233 320 320 19,4 19,4 0
533 1200 320 19,0 3,0 4050 1233 320 320 19,4 19,4 0
534 1200 320 19,0 3,0 4050 1233 321 321 19,1 19,2 0
535 1200 320 19,0 3,0 4050 1233 321 320 19,2 19,2 0
536 1200 320 19,0 3,0 4050 1233 320 319 19,2 19,2 0
537 1200 320 19,0 3,0 4050 1233 320 320 19,4 19,4 0
538 1200 320 19,0 3,0 4050 1233 320 320 19,5 19,5 0
539 600 300 9,5 2,0 8569 614 300 300 9,5 9,6 0
540 600 300 9,5 2,0 8569 614 300 300 9,6 9,6 0
541 600 300 9,5 2,0 7249 614 300 300 9,6 9,6 0
542 600 300 9,5 2,0 7249 615 301 302 10 9,6 0
543 600 300 9,5 2,0 7249 614 300 300 10 9,6 0
544 600 250 8,0 2,0 7127 612 252 252 8 8,1 0
545 600 250 8,0 2,0 7127 612 252 250 8 8,1 0
546 600 250 8,0 2,0 7127 612 250 251 8 8 0
547 600 250 8,0 2,0 7127 612 250 250 8 8,1 0
548 600 250 8,0 2,0 7127 612 249 250 8 8 0
549 600 250 8,0 2,0 7127 612 250 250 8,2 8,1 0
550 600 250 8,0 2,0 7127 612 250 250 8,1 8 0
551 600 250 8,0 2,0 7127 612 250 250 8,1 8,2 0
552 600 250 8,0 2,0 7127 612 250 250 8,1 8,1 0
553 600 250 8,0 2,0 7127 612 250 250 8 8,1 0
554 600 250 8,0 2,0 7127 611 250 250 8,2 8,1 0
555 600 250 8,0 2,0 7127 611 250 250 8 8 0
556 600 250 8,0 2,0 7968 612 250 250 8,5 8,5 0
557 600 250 8,0 2,0 7968 612 253 251 8,4 8,5 0
558 600 250 8,0 2,0 7968 612 252 251 8,5 8,3 0
559 600 250 8,0 2,0 7968 612 250 250 8,5 8,4 0
560 600 250 8,0 2,0 7968 612 248 250 8,5 8,3 0
561 600 250 8,0 2,0 7968 612 250 250 8,5 8,5 0
562 600 250 8,0 2,0 7968 612 250 250 8,4 8,5 0
563 600 250 8,0 2,0 7968 612 250 249 8,4 8,3 0
564 600 250 8,0 2,0 7968 612 250 249 8,4 8,5 0
565 600 250 8,0 2,0 7968 612 250 250 8,3 8,6 0
566 600 250 8,0 2,0 7968 612 250 250 8,3 8,5 0
567 600 250 8,0 2,0 7968 612 252 250 8,3 8,4 0
568 600 250 8,0 2,0 7968 612 250 250 8,3 8,4 0
569 600 250 8,0 2,0 7968 612 250 250 8,3 8,4 0
570 600 250 8,0 2,0 7968 612 250 251 8,3 8,3 0
571 600 250 8,0 2,0 7968 612 252 251 8,3 8,3 0
572 600 250 8,0 2,0 7968 612 250 250 8,3 8,3 0
573 600 250 8,0 2,0 7968 612 250 250 8,4 8,3 0
574 600 250 8,0 2,0 7968 612 250 249 8,4 8,3 0
ANEXO 1
XIV
fy fy fy fy fy fy
Item Item Item
(dinâmico) (estático) (dinâmico) (estático) (dinâmico) (estático)
115 428 399 159 436 407 203 458 429
116 419 390 160 432 403 204 427 398
117 395 366 161 489 460 205 443 414
118 421 392 162 493 464 206 449 420
119 419 390 163 470 441 207 455 426
120 400 371 164 445 416 208 466 437
121 436 407 165 442 413 209 479 450
122 458 429 166 405 376 210 528 499
123 411 382 167 442 413 211 466 437
124 403 374 168 451 422 212 422 393
125 402 373 169 441 412 213 449 420
126 353 324 170 456 427 214 452 423
127 409 380 171 455 426 215 448 419
128 413 384 172 376 347 216 410 381
129 424 395 173 442 413 217 476 447
130 398 369 174 427 398 218 463 434
131 403 374 175 449 420 219 478 449
132 442 413 176 470 441 220 497 468
133 409 380 177 418 389 221 432 403
134 426 397 178 441 412 222 430 401
135 412 383 179 452 423 223 458 429
136 426 397 180 445 416 224 435 406
137 435 406 181 438 409 225 438 409
138 426 397 182 444 415 226 402 373
139 435 406 183 449 420 227 448 419
140 398 369 184 448 419 228 416 387
141 411 382 185 438 409 229 416 387
142 419 390 186 416 387 230 413 384
143 429 400 187 415 386 231 430 401
144 418 389 188 402 373 232 440 411
145 428 399 189 412 383 233 435 406
146 424 395 190 421 392 234 413 384
147 431 402 191 414 385 235 438 409
148 412 383 192 420 391 236 429 400
149 413 384 193 436 407 237 439 410
150 420 391 194 418 389 238 423 394
151 468 439 195 445 416 239 430 401
152 447 418 196 447 418 240 431 402
153 471 442 197 427 398 241 427 398
154 468 439 198 450 421 242 358 329
155 487 458 199 437 408 243 446 417
156 468 439 200 458 429 244 452 423
157 486 457 201 458 429 245 447 418
158 426 397 202 431 402 246 452 423
ANEXO 1
XVI
fy fy fy fy fy fy
Item Item Item
(dinâmico) (estático) (dinâmico) (estático) (dinâmico) (estático)
247 453 424 276 430 401 305 420 391
248 460 431 277 424 395 306 411 382
249 432 403 278 422 393 307 419 390
250 425 396 279 454 425 308 397 368
251 484 455 280 435 406 309 406 377
252 414 385 281 423 394 310 419 390
253 420 391 282 456 427 311 419 390
254 448 419 283 461 432 312 435 406
255 444 415 284 457 428 313 399 370
256 427 398 285 444 415 314 375 346
257 442 413 286 450 421 315 410 381
258 418 389 287 402 373 316 435 406
259 432 403 288 407 378 317 427 398
260 450 421 289 424 395 318 438 409
261 423 394 290 410 381 319 394 365
262 411 382 291 409 380 320 450 421
263 431 402 292 375 346 321 423 394
264 419 390 293 410 381 322 421 392
265 452 423 294 452 423 323 403 374
266 471 442 295 397 368 324 415 386
267 440 411 296 425 396 325 430 401
268 439 410 297 410 381 326 440 411
269 428 399 298 422 393 327 408 379
270 454 425 299 410 381 328 427 398
271 475 446 300 375 346 329 409 380
272 445 416 301 410 381 330 502 473
273 473 444 302 424 395 331 413 384
274 461 432 303 418 389 332 408 379
275 433 404 304 421 392
ANEXO 2 XVII
A2
EQUAÇÕES DE ESTADO LIMITE
Distribuição lognormal:
x*
δ XN =
x* 1 1
1 − ln ( )
− ln 1 + V X2
(A.1)
x n xn δ X 2
V XN =
x* (
ln 1 + V X2 ) (A.2)
xn δ XN
ANEXO 2 XVIII
Distribuição de Weibull:
x * x *
Φ −1 FX φ Φ −1 FX
x* x n x n
δ XN = − (A.3)
xn x*
f X
xn
x*
φ Φ −1 FX
1 n
x
V XN = (A.4)
δ XN x*
f X
xn
onde
V −1, 08
x* x* 1 X
FX = 1 − exp − (A.5)
x x w
n n 1
V −1, 08 −1 V −1, 08
x * V X−1,08 x* 1 X
x* 1 X
f X =
x w
exp − (A.6)
x w
xn w1 n 1 n 1
δX
w1 =
1 (A.7)
Γ1 + −1,08
VX
e Γ é a função gama.
Distribuição de Gumbel:
δ XN =
x*
xn
−
π
6
[ ( )] { [ (
δ X V X Φ −1 exp − e − m φ Φ −1 exp − e − m exp m + e − m )]} ( ) (A.8)
V XN =
1
π
6
{ [ (
δ X V X φ Φ −1 exp − e −m exp m + e −m )]} ( ) (A.9)
δ XN
onde
ANEXO 2 XIX
π 1 x * 0,5772 6
m= − δ X 1 − V X (A.10)
6 δ X VX x n π
δ XN = δ X (A.11)
V XN = V X (A.12)
a Xi a Xi
α Xi = =
n 2
1/ 2
ε (A.13)
∑ a X i
i =1
onde
∂g ( ⋅ ) N ∂g ( ⋅ ) N N
a Xi = σ Xi = δ X i V X i xin (A.14)
∂X i ∂X i
e xin é o valor nominal da variável Xi.
Da mesma forma, a equação 3.29, pode ser reescrita como:
ANEXO 2 XX
x*i
xin
(
= δ XNi 1 − α X i β V XNi ) (A.15)
Nas subseções seguintes, para cada estado limite considerado, serão apresentadas as
equações específicas que definem as funções de desempenho no estado limite, isto é, na
condição em que se tenha g(ּ) = 0, que serão utilizadas tanto nas análises via FORM
quanto nas simulações de Monte Carlo.
Ressalta-se que foram utilizadas as funções de desempenho apresentadas no capítulo 8 –
equações 8.5 a 8.18 –, juntamente com as expressões que relacionam a resistência e a
solicitação de cálculo fornecidas nas normas brasileira e estadunidense – equações 8.3 e
8.4 do capítulo 8.
São apresentadas ainda as equações específicas que definem os cossenos diretores e as
coordenadas do ponto de projeto. Observa-se que, conforme a metodologia FORM, todas
as funções são avaliadas no ponto de projeto.
z *x f * φ 1,38 d * l *
−
p* d c*
z xn f y 1,38γ D / q + γ L q D + L =0 (A.16a)
n n
Ressalta-se que os valores nominais das variáveis P e Dc são unitários e por isso não
w2zforam explicitados na equação acima.
Os valores dos cossenos diretores são calculados com:
z*x f * δ PN VPN a P
αP = d c* = (A.17)
z xn f y ε ε
ANEXO 2 XXI
z *x f * δ Dc VDc a Dc
N N
α Dc = p* = (A.18)
z xn f y ε ε
f * δ Z x VZ x a Z x
N N
α Zx = p *
d c* = (A.19)
fy ε ε
z *x δ FN V FN a F
αF = p *
d c* = (A.20)
z xn ε ε
1,38 φ δ DN V DN a D
αD = − = (A.21a)
q 1,38γ D / q + γ L ε ε
φ δ LN V LN a L
αL = − = (A.22a)
1,38γ D / q + γ L ε ε
onde ε é dado pela equação:
ε = a P2 + a D2 c + a Z2 x + a F2 + a D2 + a L2 (A.23)
Nas subseções seguintes, não serão mais apresentadas as equações de ε, que é sempre
dado pela raiz quadrada da soma dos quadrados de aX – veja-se a equação A.13.
As coordenadas do ponto de projeto são:
(
p* = δ PN 1 − α P β V PN ) (
d c* = δ DNc 1 − α Dc βVDNc )
z *x
z xn
= δ Zx
N
(
1 − α Z x β VZNx ) f*
fy
(
= δ FN 1 − α F βV FN ) (A.24)
a
(A.29)
d*
dn
(
= δ DN 1 − α D β V DN ) l*
ln
(
= δ LN 1 − α L β V LN )
Usando-se a equação 8.4b e o modelo de estado limite da ABNT NBR 8800 (2008), as
equações A.16a, A.21a e A.22a modificam-se para:
z *x f * 1 1 d * l*
p * d c* − + =0 (A.16b)
z xn f y γ a (γ D / q + γ L ) q Dn Ln
1 1 δ DN V DN
αD = − (A.21b)
q γ a (γ D / q + γ L ) ε
ANEXO 2 XXII
1 δ LN V LN
αL = − (A.22b)
γ a (γ D / q + γ L ) ε
z *x f* σ* φ 1,38 d * l *
− 0,3α r − =0
p* d c*
z xn fy σ rn 1,38γ D / q + γ L q D +L (A.30a)
n n
z *x f* σ* 1 1 d * l*
p * d c* − 0,3α r − + =0 (A.30b)
z xn fy σ rn γ a (γ D / q + γ L ) q Dn Ln
onde o fator 0,3 é a relação entre os valores nominais da tensão residual (σrn) e da
resistência ao escoamento (fy).
Os cossenos diretores são dados por:
z *x f* σ* δ PN V PN
α P = d c* − 0 ,3α r (A.31)
z xn fy σ rn ε
z* f* σ* δ DNc V DNc
α Dc =p x * − 0 ,3α r (A.32)
z xn fy σ rn ε
f* σ* δ ZNx VZNx
α Zx = p *
d c* − 0 ,3α r (A.33)
σ rn ε
fy
z *x δ FN V FN
α Σ r = −0 ,3αp* d c* (A.34)
z xn ε
O cosseno diretor referente à variável F permanece dado pela equação A.20 e os
referentes às variáveis D e L continuam sendo dados, respectivamente, pelas equações
A.21a, A.21b (ANSI/AISC), A.22a e A.22b (NBR 8800). Observa-se que, caso α seja
tomado igual a zero, as equações acima tornam-se iguais às suas correspondentes da
região plástica.
ANEXO 2 XXIII
σ *r
σ rn
(
= δ ΣNr 1 − α Σ r β VΣNr ) (A.35)
As demais permanecem dadas pelas equações A.23 a A.28. Nas subseções seguintes, não
serão mais explicitadas as equações das coordenadas do ponto de projeto, haja vista que
são expressas sempre de acordo com a equação A.15, “mutatis mutandis”, ou seja,
alteram-se apenas os índices e os símbolos das variáveis correspondentes.
k t* e* φ 1,38 d * l *
−
p* d c*
k t en 1,38γ D / q + γ L q D + L =0 (A.36a)
n n
k t* e * 1 1 d * l*
p * d c* − + =0 (A.36b)
k tn en γ a (γ D / q + γ L ) q Dn Ln
k t* e* δ PN V PN
α P = d c* (A.37)
k tn en ε
k t* e* δ Dc V Dc
N N
α Dc =p *
(A.38)
k tn en ε
e* δ Kt V Kt
N N
α Kt = p *
d c* (A.39)
en ε
k t* δ EN V EN
α E = p* d c* (A.40)
k tn ε
Os demais cossenos diretores são dados pelas equações A.21a, A.22a (ANSI/AISC),
A.21b e A.22b (NBR 8800).
ANEXO 2 XXIV
k m* e* φ 1,38 d * l *
−
p* d c*
k m en 1,38γ D / q + γ L q D + L =0 (A.41a)
n n
k m* e * 1 1 d * l*
p *
d c* − + =0 (A.41b)
k mn en γ a (γ D / q + γ L ) q Dn Ln
k m* e* δ PN V PN
α P = d c* (A.42)
k mn en ε
k m* e* δ Dc V Dc
N N
α Dc = p* (A.43)
k mn en ε
e* δ K m V K m
N N
α Km = p *
d c* (A.44)
en ε
k m* δ EN V EN
α E = p* d c* (A.45)
k mn ε
Os demais cossenos diretores são dados pelas equações A.21a, A.22a (ANSI/AISC),
A.21b e A.22b (NBR 8800).
χ
a fn f y hon
γa
+
a s f ys (h0 n + y n )
γs
[ ]
− γ n a s f ys (h0 n + y n ) + c s b pn t pn f yp = 0
2
(A.46)
em que γs é o coeficiente de ponderação da resistência do aço da armadura e γn é o
coeficiente de ajustamento. Definem-se as seguintes relações determinísticas:
ANEXO 2 XXV
(A.47)
a fn f y h0 n c s b pn t 2pn f yp y
ν1 = ν2 = q0 = n a
a s f ys (h0 n + y n ) a s f ys ( h0 n + y n ) h0 n
(A.49)
Vale lembrar que a área da armadura as é uma variável determinística. Utilizando a
equação A.46 e as relações acima, pode-se demonstrar que a função de desempenho
(equação 8.12 do capítulo 8) no estado limite, avaliada no ponto de projeto, pode ser
escrita da seguinte forma:
R( ⋅ ) − S ( ⋅ ) = 0 (A.50)
onde
a*f f * h* 1 f s* ho* y*
R( ⋅ ) = p ν 1
* 0
+ + q0 (A.51)
a fn f y h0 n 1 + q 0 f ys h0 n y n
b*p t *p f p*
2
p*LM 1 f s* ho* y *
S( ⋅ ) = + q0 +ν 2 (A.52)
χ 1 + q 0 f ys h0 n y n b pn t pn f yp
(1 + ν 2 )γ n γ a γ s
χ= (A.53)
γ a + ν 1γ s
A equação de estado limite acima é valida dentro do intervalo 0 ≤ λdist ≤ 1,5 ou, em
termos do fator de redução, 0,39 ≤ χ ≤ 1,0. Isso significa que, dados os valores dos
coeficientes de ponderação, as relações ν1 e ν2 devem ser adequadamente tomadas para
que o fator de redução χ, avaliado pela expressão A.53, fique dentro desse intervalo. Vale
lembrar que a área da mesa nas equações acima refere-se à mesa superior.
Fez-se um estudo dos valores que as relações ν1 e ν2 podem assumir na prática,
considerando os perfis disponíveis, a largura e espessura das chapas e a área das barras de
armadura normalmente utilizadas nas ligações mistas, restritos à condição de que se tenha
a linha neutra plástica da viga mista na mesa inferior. Essa condição é garantida,
considerando os valores práticos estudados, se ν1 estiver dentro dos intervalos mostrados
na tabela A.1, em função da relação q0. Os valores de ν2 situam-se entre os valores
mostrados na tabela. Os valores de cs encontram-se no intervalo [5,0 20,0].
ANEXO 2 XXVI
Os cossenos diretores podem ser expressos por meio das seguintes equações:
f * h0* δ A f V A f
N N
α Af = p ν1*
(A.55)
f y h0 n ε
a*f f * 1 f s* p*LM 1 f s* δ H 0 V H 0
N N
*
α H0 = p ν1 + − (A.57)
a fn f y 1 + q 0 f ys χ 1 + q 0 f ys ε
* f s* q0 p*LM q 0 f s* δ YN VYN
αY = p − (A.59)
f ys 1 + q 0 χ 1 + q0 f ys ε
b*p t *p f p* δ PN V PN
2
1 1 f s* ho* y * LM LM
α PLM =− + q0 +ν 2 (A.60)
χ 1 + q 0 f ys h0 n y n b pn t pn f yp
ε
f p* δ BNp V BNp
2
p LM t p
*
α Bp =− ν2 (A.61)
χ t pn f yp
ε
ANEXO 2 XXVII
b*p t *p f p* δ T p VT p
N N
p LM
α T p = −2 ν2 (A.62)
χ b pn t pn f yp ε
2
δ FNp V FNp
p LM b p t p
* *
α Fp =− ν (A.63)
χ 2 b pn t pn
ε
χ
a fn f y hon
γa
+
a s f ys y n
γs
[ ]
− γ n a s f ys (h0 n + y n ) + c s b pn t pn f yp = 0
2
(A.64)
onde γn é um coeficiente de ajustamento, podendo ser tomado igual a 1,35 [ABNT NBR
8800 (2008)]. Lembra-se que, neste caso, a área da mesa refere-se à mesa inferior. Pode-
se demonstrar também que a função de desempenho (equação 8.14) no estado limite,
avaliada no ponto de projeto, pode ser escrita conforme a equação A.50, onde se tem:
*
a*f f * h0* q f s* y *
R( ⋅ ) = p ν 1 + 0 (A.65)
a fn f y h0 n 1 + q 0 f ys y n
ho* b*p t *p f p*
2
p* 1 f s* y *
S ( ⋅ ) = LM
h + q + ν (A.66)
χ 1 + q 0 f ys 0
y
2
b t pn f yp
0 n n pn
A variável χ e as relações ν1 e ν2 permanecem dadas pelas equações anteriores (LNFs).
Os cossenos diretores podem ser expressos por meio das seguintes equações:
* a*f f * p* 1 f s* δ H 0 VH 0
N N
α H0 = p ν1 − LM
(A.68)
a fn f y χ 1 + q0 f ys ε
ANEXO 2 XXVIII
q ho* * δ N V N
y * p*LM 1 y Fs Fs
α Fs = p* 0 − h
+ q0 (A.69)
1 + q 0 y n χ 1 + q0 0n y n ε
c r (k ren )1 / 2 (i fin )1 / 2
γa
[ ]
− γ n a s f ys (h0 n + y n ) + c s b pn t 2pn f yp = 0 (A.70)
1/ 2
i *fi
1/ 2
k*
R (⋅) = p * re (A.71)
i fin
k rn
ho* b*p t *p f p*
2
p*LM 1 f s*
y *
S( ⋅ ) =
ψ 1 + q 0 f ys h + q0 y + ν 2 b t f yp
(A.72)
0n n pn pn
ψ = γ a γ n (ν 2 + 1) (A.73)
Pode-se mostrar também que os cossenos diretores são expressos por:
ANEXO 2 XXIX
1/ 2
i *fi
1/ 2
k* δ PN VPN
α P = re (A.74)
i fin ε
k rn
−1 / 2 1/ 2
*
1 * k re i *fi δ KNre VKNre
α K re = p (A.75)
2 k rn i fin
ε
−1 / 2
1 k*
1/ 2
i *fi δ INfi VINfi
α I fi = p * re (A.76)
2 k rn i fin ε
ho* b*p t *p f p* δ PN V PN
2
1 1 f s* y * LM LM
α PLM =− h + q0 y + ν 2 b t (A.77)
ψ 1 + q 0 f ys f yp ε
0n n pn pn
ho* y * δ Fs V Fs
N N
p*LM 1
α Fs =− + q0 (A.78)
ψ 1 + q0 h y n ε
0n
1 f s* δ H 0 VH 0
N N
p*LM
α H0 =− (A.79)
ψ 1 + q0 f ys ε
p*LM q 0 f s* δ YN VYN
αY = − (A.80)
ψ 1 + q 0 f ys ε
f p* δ BNp V BNp
2
p LM t p
*
α Bp =− ν (A.81)
ψ 2 t pn f yp
ε
b*p t *p f p* δ T p VT p
N N
p LM
α T p = −2 ν2 (A.82)
ψ b pn t pn f yp ε
2
δ FNp V FNp
p LM b p t p
* *
α Fp =− ν (A.83)
ψ 2 b pn t pn
ε
ANEXO 2 XXX
a * f * y 0* hF* t c* 1
−
φm 1,38 d * l *
+ +
p* q
a n f y y 0 n hFn
2 q1
t cn Q 1,38γ / q + γ q D + L =0 (A.84a)
D L n n
a * f * y 0* hF* t c* 1
− 1 1 d * l*
+ + q1
Q γ (γ / q + γ ) q D + L = 0
*
p q2 (A.84b)
a n f y y 0 n hFn t cn a D L n n
t cn y0n (A.85)
q1 = q2 = Q = 1 + q1 + q 2 a
2hFn hFn (A.87)
Os cossenos diretores podem ser avaliados pelas equações:
a* f * y*0 h*F t *c 1 δ PN V PN
αP = q + + q (A.88)
a n f y y 0 n hFn Q ε
2 1
t cn
f* y* h* t* δ NV N
α A = p* q 2 0 + F + q1 c 1 A A (A.89)
fy y hFn t cn Q ε
0n
a* y* h* t* δ N V N
αF = p * q 2 0 + F + q1 c 1 F F (A.90)
an y hFn t cn Q ε
0n
a* f * q 2 δ Y0 VY0
N N
α Y0 = p* (A.91)
an f y Q ε
a* f * 1 δ H F V H F
N N
α H F = p* (A.92)
an f y Q ε
a* f * q1 δ Tc VTc
N N
α Tc =p *
(A.93)
an f y Q ε
Os cossenos diretores referentes às variáveis ação permanente e ação variável são dados
pelas equações A.21a e A.22a (ANSI/AISC), A.21b e A.22b (NBR 8800),
respectivamente.
ANEXO 2 XXXI
Um ponto que merece comentário é que se optou por considerar HF como aleatória nas
formulações acima, mesmo sendo essa variável considerada determinística, com o intuito
de estudar sua influência nos resultados da análise de confiabilidade. Para considerá-la
determinística na análise, basta fazer os valores dos coeficientes de tendência e de
variação iguais, respectivamente, a 1,0 e 0,0. Com isso, a coordenada do ponto de projeto
normalizado fica igual a 1,0 e o cosseno diretor, igual a zero.
Ressalta-se que o limite de aplicabilidade das equações apresentadas, isto é, que a linha
neutra esteja localizada na laje, é dada pela condição de que a resistência da viga de aço
seja igual ou inferior à resistência da laje de concreto. Essa condição, em termos
nominais, é expressa pela inequação:
a n f y ≤ 0,85 f ck bc t cn (A.94)
Pode-se demonstrar que essa condição, em termos de valores de cálculo, pode ser
expressa por:
q2
ν≤ (A.95)
1 + q1
onde
a fn f y h0 n
ν= (A.96a)
0,85bc f ck t cn (hFn + 0,5t cn )
a fn f y h0 n γc
ν= (A.96b)
0,85bc f ck t cn (hFn + 0,5t cn ) γ a
para os modelos de estado limite segundo as normas estadunidense e brasileira,
respectivamente. Vale lembrar que γa e γc são os coeficientes de ponderação da
resistência do aço e do concreto, respectivamente, e que bc é uma variável determinística.
A seguir, são apresentados os valores que as relações q1 e q2 podem apresentar na prática.
A relação q1 encontra-se normalmente dentro do intervalo [0,4 1,0], em função das
alturas da forma e da capa de concreto empregadas. Dentro da faixa de utilização, pode-
se mostrar que q2 varia entre 2,5 e 17,0 – apesar da faixa ser ampla, isso tem pouca
importância, pois essa relação não interfere de maneira significativa nos valores do índice
de confiabilidade – veja-se o capítulo 8.
ANEXO 2 XXXII
φ m a fn f y h0 n + 0,85bc f ck t cn hF + t cn − c(γ D Dn + γ L Ln ) = 0
1
(A.97a)
2
fy f ck 1
a fn h0 n + 0,85bc t cn hF + t cn − c(γ D Dn + γ L Ln ) = 0 (A.97b)
γa γc 2
Pode-se demonstrar que as equações de estado limite são expressas pela equação A.50,
onde se deve ter:
a f * f * h* f * t * 1 h*F t *c 1
R( ⋅ ) = p ν * 0
+ c c + q (A.98)
a fn f y h0 n f ck t cn 1 + q1 hFn 1 + ν
1
t cn
φm 1,38 d * l *
S (⋅) = + (A.99a)
1,38γ D / q + γ L q Dn Ln
1 1 d * l*
S( ⋅ ) = + (A.99b)
γ a(γ D / q+γL ) q Dn Ln
a f * f * h* f c* t *c 1 h*F t *c 1 δ PN V PN
α P = ν 0
+ + q1 (A.100)
a fn f y h0 n f ck t cn 1 + q1 hFn t cn 1 + ν
ε
f * h0* 1 δ A f V A f
N N
α Af =pν *
(A.101)
f y h0 n 1 + ν ε
1 δ H F VH F
N N
f c* t *c 1
α H F = p* (A.106)
f ck t cn 1 + q1 1 + ν ε
Os cossenos diretores referentes às variáveis ação permanente e ação variável
permanecem sendo dadas pelas equações A.21a e A.22a (ANSI/AISC), A.21b e A.22b
(NBR 8800), respectivamente.
A condição de validade das expressões acima é dada também pelo parâmetro ν, da
seguinte forma:
q2 q 1
≤ν ≤ 2 (A.107)
1 + q1 1 + q1 2 y 0n / h0 n − 1
A segunda inequação refere-se à condição de que a linha neutra não pode se localizar na
mesa inferior. Os valores que o parâmetro ν podem apresentar na prática dependem dos
perfis, das alturas da forma e da capa de concreto e da largura efetiva da laje, além dos
valores da resistência ao escoamento do aço e da compressão do concreto e dos
respectivos coeficientes de ponderação. Pode-se mostrar que ν está contido no intervalo
entre 0,15 e 30,0 – veja-se no capítulo 8 que esse parâmetro não interfere de maneira
significativa nos valores do índice de confiabilidade, a partir de valores superiores a 2,0.
ANEXO 3 XXXIV
A3
APRESENTAÇÃO DAS FERRAMENTAS COMPUTACIONAIS