O Diodo
O Diodo
O Diodo
PROPÓSITO
Compreender o funcionamento e as aplicações do diodo como retificador de meia onda e onda
completa a partir dos conceitos sobre os materiais semicondutores e do processo de dopagem,
bem como reconhecer a importância deste conhecimento para a atuação do engenheiro
elétrico.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
O DIODO SEMICONDUTOR
MÓDULO 1
CARACTERÍSTICAS DO DIODO
SEMICONDUTOR E DO DIODO
RETIFICADOR
INTRODUÇÃO
Para compreender a ideia de materiais semicondutores é fundamental entender a estrutura
atômica. Um átomo é formado por partículas elementares chamadas prótons, elétrons e
nêutrons
NÚCLEO DO ÁTOMO
O núcleo do átomo (círculo mais interno) é onde os prótons e nêutrons estão alocados.
PRÓTONS
Os prótons (P) são as partículas elementares que possuem carga positiva.
NÊUTRONS
Os nêutrons (N) são as partículas elementares neutras, ou seja, que não apresentam carga
(não são positivos ou negativos).
ELÉTRONS
Já os elétrons (E) são as partículas elementares com carga negativa e ficam em camadas
localizadas ao redor do núcleo que juntas formam a chamada eletrosfera.
Quando um átomo apresenta um número de prótons igual ao número de elétrons, sua carga é
neutra. Quando um desequilíbrio ocorre, o átomo apresenta uma carga elétrica positiva se o
número de prótons for maior que o número de elétrons; e negativa se o número de elétrons for
maior que o número de prótons.
DOPAGEM
A última camada da eletrosfera é chamada de camada de valência. Nessa camada estão os
elétrons mais “fracamente” ligados ao átomo do que os elétrons das camadas mais próximas
ao núcleo, podendo ser inseridos ou removidos do átomo.
Veja a seguir o comportamento dos elétrons da camada de valência de acordo com o tipo de
material:
Nos materiais isolantes os elétrons da camada de valência estão fortemente ligados ao núcleo
e, dessa maneira, são materiais que possuem alta resistividade à passagem da corrente
elétrica.
Imagem:Shutterstock.com
Placas de vidro
Imagem: Shutterstock.com
Pepita de ouro
Os materiais semicondutores são aqueles que apresentam uma resistência intermediária, entre
os condutores e os isolantes. Exemplo: germânio, silício etc.
Eles são fundamentais para o processo de dopagem dos materiais. Por exemplo, uma
estrutura formada apenas por átomos de silício (4 elétrons) pode ser dopada com átomos de
fósforo (5 elétrons) ou boro (3 elétrons), o que levará a estrutura a apresentar comportamentos
distintos (Figura 2).
Imagem: Shutterstock.com
Os átomos de silício, assim como os átomos de germânio, possuem 4 elétrons em sua camada
de valência. Quando agrupados entre si, formam uma rede cristalina em que cada átomo une-
se a quatro outros átomos vizinhos através de ligações covalentes:
SAIBA MAIS
DOPAGEM TIPO-N
Uma estrutura formada por átomos de silício (que apresentam 4 elétrons na camada de
valência), ao receber um átomo de fósforo (que apresenta 5 elétrons na camada de valência),
passa a apresentar uma maior condutividade. Isso ocorre porque o fósforo atua como uma
impureza doadora de elétrons.
DOPAGEM TIPO-P
Novamente, pode-se considerar a mesma estrutura formada por átomos de silício. Contudo,
dessa vez, adiciona-se um átomo de boro (que apresenta 3 elétrons na camada de valência).
Essa inserção do boro levará o material a apresentar uma menor condutividade, tendo em vista
que ele atua como uma impureza aceitadora. Isso ocorre porque o boro possui 3 elétrons em
sua camada de valência.
Ao ser inserido no material formado por átomos de silícios, 3 elétrons do silício se conectarão
aos 3 elétrons do boro (ligação covalente) e, assim, uma lacuna se abre, deixando uma ligação
covalente incompleta, tornando-se um semicondutor Tipo-P.
DIODO
A junção de um material Tipo-P com material Tipo-N forma uma junção pn, que é um material
semicondutor, formando um diodo semicondutor de junção (Figura 6).
A região de depleção continua crescendo, pela recombinação entre elétrons livres e lacunas,
até que forma uma barreira de potencial que impede que os elétrons continuem migrando
através da junção.
ATENÇÃO
Quando o material dopado é o silício, essa barreira de potencial a 25oC é de 0,7 V. Quando o
material é o germânio, o potencial é de 0,3 V, também a 25oC.
Tais níveis de tensão representam o potencial necessário para que a migração de elétrons
continue e o diodo conduza corrente elétrica.
POLARIZAÇÃO DO DIODO
A polarização de um diodo é feita através da aplicação de um potencial elétrico nas suas
extremidades. Quando um potencial é aplicado sobre um diodo, se a tensão aplicada no anodo
(material Tipo-P) for maior que o potencial no catodo (material Tipo-N), o diodo é polarizado
diretamente.
POLARIZAÇÃO DIRETA
Quando o diodo é polarizado diretamente (Figura 10), os elétrons livres no material Tipo-N são
repelidos pelos elétrons do terminal negativo da fonte de alimentação e empurrados para a
região de depleção.
Para que esse fluxo de elétrons ocorra (condução de corrente), a tensão da fonte de
alimentação precisa ser superior ao potencial da barreira de depleção.
POLARIZAÇÃO REVERSA
A inversão da polarização sobre o diodo, como na Figura 11, com a conexão do terminal
negativo da fonte no anodo do diodo e o terminal positivo da fonte no catodo, polariza o diodo
reversamente.
Nessa situação, o terminal negativo da fonte atrai os elétrons e o terminal positivo da fonte atrai
as lacunas, aumentando consideravelmente a camada de depleção. Esse aumento torna
praticamente impossível o deslocamento de elétrons através da camada de depleção.
POLARIZAÇÃO DIRETA
Considere o circuito da figura abaixo. Nele, é possível observar uma fonte de tensão contínua
variável alimentando um circuito com um resistor e um diodo semicondutor.
Variando-se a fonte de 0 (zero) até a sua tensão máxima, é possível perceber a variação do
comportamento do diodo através de sua curva característica.
Na curva característica da Figura 13, durante a polarização direta, é possível observar que a
tensão sobre o diodo varia de zero (0) até um valor próximo de 0,7 V, sem que a corrente sobre
o diodo varie consideravelmente.
ATENÇÃO
Isso significa que o diodo, embora polarizado diretamente, não entra em condução, pois a
tensão aplicada sobre ele ainda é insuficiente para superar a barreira de potencial da camada
de depleção, comportando-se como um circuito aberto.
Contudo, ao atingir a tensão de joelho, que corresponde à tensão da barreira de potencial (0,7
V para diodos de silício e 0,3 V para diodos de germânio), o diodo começa a conduzir a
corrente em grande intensidade, comportando-se como um curto-circuito.
POLARIZAÇÃO REVERSA
Nessa condição, o diodo não entra em condução, funcionando como uma chave aberta.
É possível observar que a tensão da fonte é aplicada sobre o diodo até que a tensão de ruptura
do diodo (breakdown voltage – VBV) é atingida. Quando a tensão de ruptura é ultrapassada, a
estrutura do diodo é danificada e o diodo deixa de se comportar como uma chave.
ATENÇÃO
Após a tensão de ruptura, o diodo entra na chamada região zener. Nessa região, a tensão
sobre o diodo permanece quase estável.
Também é possível observar que, apesar de se comportar como uma chave aberta, uma
corrente de fuga (I s) circula pelo diodo. Essa corrente pode ser considerada desprezível por
possuir uma intensidade muito baixa. Entretanto, após a tensão de ruptura, a corrente que
circula pelo diodo aumenta significativamente. Esse aumento na intensidade de corrente sobre
o diodo é chamado de efeito avalanche.
A curva característica completa de um diodo semicondutor pode ser vista na Figura 16.
DIODO IDEAL
Quando um diodo é considerado ideal, ele funciona apenas como uma chave aberta (circuito
aberto) ou uma chave fechada (curto circuito). Assim, para que o diodo entre em condução,
basta que seja diretamente polarizado, desconsiderando-se o potencial da barreira de depleção
(Figura 17).
Quando reversamente polarizado, o diodo ideal apresenta a mesma tensão da fonte e com
corrente nula, como um circuito aberto.
DIODO SIMPLIFICADO
Outra opção de modelo para o diodo é o modelo simplificado, no qual o diodo é visto como
uma fonte de tensão cujo valor do potencial equivale ao potencial da barreira de depleção (0,7
V para o silício e 0,3 V para o germânio). Dessa maneira, quando a tensão da fonte de
alimentação ultrapassa a tensão da fonte que representa o diodo, ocorre a condução da
corrente (Figura 18).
MODELO LINEAR
O modelo linear do diodo é representado por uma fonte de tensão (0,7 V para o silício e 0,3 V
para o germânio) e uma resistência, que representa a resistência interna do diodo:
Assim, para que o diodo entre em condução, é necessário polarizá-lo diretamente e superar a
tensão que representa o diodo, cujo valor do potencial equivale ao potencial da barreira de
depleção.
SAIBA MAIS
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
V − Vdiodo − R ⋅ I = 0
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
V − Vdiodo − R ⋅ 0 = 0
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
V − Vdiodo = 0
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Vdiodo = V
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
ATENÇÃO
Tal ponto é chamado de ponto de corte do diodo e representa a tensão máxima do circuito.
V − Vdiodo − R ⋅ I = 0
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
V − 0 − R ⋅ I = 0
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
V = R ⋅ I
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
V
I =
R
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
ATENÇÃO
Com esses dois pontos, a reta de carga é traçada e observa-se o ponto de cruzamento entre a
reta de carga e a curva característica:
Com esses dados, é possível determinar todos os parâmetros do circuito: tensões, correntes
e potências.
DIODO RETIFICADOR
Uma das principais aplicações do diodo semicondutor é como retificador. Equipamentos
eletrônicos que dependem de tensões contínuas para seu funcionamento só podem ser
conectados na rede elétrica (tensão alternada) com o uso de um circuito retificador.
RETIFICAÇÃO DE MEIA-ONDA
Suponha uma fonte alternada, com um sinal senoidal, alimentando um circuito contendo um
diodo e um resistor:
ATENÇÃO
Considerando o modelo ideal do diodo, ele conduzirá apenas quando polarizado diretamente
pela fonte de alimentação.
Como o diodo foi considerado com seu modelo ideal, sua tensão será nula. Assim, a Equação
2 poderá ser alterada para:
V − Vdiodo − Vr = 0
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
V − 0 − Vr = 0
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Vr = V
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Sendo assim, a tensão da fonte será integralmente aplicada na resistência durante o ciclo
positivo e a tensão no diodo será nula. Observe a tensão na resistência:
Observando-se o circuito durante o ciclo negativo (Figura 26) é possível perceber que o diodo
encontra-se reversamente polarizado.
Desse modo, o diodo irá se comportar como um circuito aberto e a Equação 1 poderá ser
escrita da seguinte forma:
V − Vdiodo − Vr = 0
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
V − Vdiodo − r ⋅ i = 0
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
V − Vdiodo − r ⋅ 0 = 0
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
V − Vdiodo = 0
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Vdiodo = V
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
É possível observar que a tensão da fonte está totalmente aplicada sobre o diodo, que atuará
como um circuito aberto. Portanto, a tensão na resistência será nula:
O valor indicado por um multímetro, quando utilizado para medir a tensão alternada ou a
corrente alternada, é dado pelo seu valor médio. No caso de um sinal retificado de meia-onda,
a tensão média é definida pela Equação 2.
2π
VCC = ∫ (Vpico senωt) dωt = 0,318 ⋅ Vpico
0
(Equação 2)
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Analisando o circuito, verifica-se que, com a condução dos diodos D1 e D4, o ciclo positivo da
fonte de alimentação está integralmente aplicado na carga:
Na figura a seguir, é possível verificar que a tensão na resistência será uma retificação
completa da tensão da fonte nos dois ciclos (positivo e negativo):
2π
VCC = ∫ (Vpico senωt) dωt = 0,636 ⋅ Vpico
0
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
A retificação de onda completa com derivação central (tap central) utiliza um transformador
com derivação central, que corresponde a uma conexão feita até o meio do enrolamento de um
transformador, permitindo que o secundário do transformador seja visto como dois
transformadores idênticos:
Analisando o circuito a seguir, é possível perceber que, devido à derivação central, durante o
ciclo positivo da fonte, o diodo D1 estará diretamente polarizado, enquanto o diodo D2 estará
reversamente polarizado.
As curvas da figura abaixo mostram a tensão no resistor durante o ciclo negativo da tensão da
fonte:
Assim, de maneira similar ao que ocorre na retificação em onda completa, os ciclos positivos e
negativos da tensão da fonte são transmitidos como ciclos positivos para a carga. Contudo, a
tensão no secundário do transformador e, consequentemente na carga, apresentam metade da
amplitude da tensão do primário do transformador:
MÃO NA MASSA
E) VR = 10 V e ID = 18, 6 mA
B) R = 5 kΩ e VR = 20 V
A)
A)
B)
B)
C)
C)
D)
D)
E)
E)
TEORIA NA PRÁTICA
EXEMPLO
RESOLUÇÃO
Conforme visto no tópico Modelos para o diodo, o modelo simplificado de um diodo pode
ser substituído por uma fonte de tensão. Como os diodos considerados são de silício, a
tensão na fonte deverá ser de 0,7 V.
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
VD2 = R1 ⋅ IR1
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
0,7
IR1 = = 0,212 mA
3,3 k
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
VR2 = 18,6 V
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
R2 . IR2 = VR2
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
VR2 18,6
IR2 = =
R2 5,6 k
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Aplicando-se a Lei dos Nós em N1, é possível determinar a correte no diodo D2:
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
ID2 = 3,32 m − 0,212 m
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
ID2 = 3,108 mA
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
DIODO ZENER
Quando polarizado diretamente, o diodo zener se comporta como um diodo comum. Contudo,
quando polarizado reversamente, o diodo zener pode operar em tensões próximas à tensão de
ruptura.
ATENÇÃO
A principal aplicação do diodo zener é manter estável a tensão zener (tensão de ruptura). Para
isso, o diodo zener é propositalmente polarizado reversamente, a fim de produzir uma tensão
estável equivalente à tensão zener.
A polarização reversa do diodo zener é realizada com um circuito composto por uma fonte de
alimentação e um resistor de limitação de corrente.
EXEMPLO
Deseja-se produzir uma tensão de 5,6V para alimentar um circuito (Figura 42). Para tal, utiliza-
se uma fonte de alimentação capaz de fornecer uma tensão acima da tensão zener desejada e
uma resistência limitadora, responsável por receber a tensão excedente (que corresponde à
diferença entre a tensão da fonte e a tensão zener).
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
De maneira similar ao que é feito com os circuitos com diodo, realiza-se a análise por reta de
carga utilizando-se a curva caraterística do diodo zener. Observe:
Figura 43: Curva característica do diodo zener.
Assim, é possível determinar a corrente máxima que atravessará o diodo zener quando
reversamente polarizado.
Já para tensões positivas ou tensões menores que VZ, o diodo zener ideal comporta-se como
um curto-circuito (conduz corrente). Veja:
Figura 44: Curva característica do diodo zener ideal.
O modelo linear do diodo pode ser representado por uma fonte (tensão zener) e uma
resistência, que representa a resistência interna do diodo:
Essas características são fundamentais pois, juntas, definem a potência máxima suportada
pelo diodo zener, como definido pela Equação 4:
P Z = V Z ⋅ IZ
(Equação 4)
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
EXEMPLO
Um diodo zener com tensão de saída de 6 V tolera uma potência máxima de 300 mW. Qual é a
corrente máxima suportada por esse diodo?
P Z = V Z ⋅ IZ
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
PZ
IZ =
VZ
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
300 m
IZ = = 50 mA
6
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Ao inserir uma carga (Figura 46), é possível determinar os parâmetros do circuito observando-
se as situações de operação extrema do diodo zener: cortado e conduzindo.
Quando o diodo zener está cortado (Figura 47), a tensão na carga atinge seu maior valor, pois
toda a corrente fornecida pela fonte de tensão atravessará a carga.
V − VRLimitaçã o − VRL = 0
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
VRL + VRLimitaçã o = V
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
IS ⋅ RL + IS ⋅ RRLimitaçã o = V
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
V
IS =
( RL +RRLimitaçã o )
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
V
R L ⋅ IS = R L ⋅
( RL +RRLimitaçã o )
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
RL
VRL = ⋅ V
( RL +RRLimitaçã o )
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Quando o diodo está reversamente polarizado e operando com a tensão zener, a tensão na
carga será:
VRL = VZ
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
VS −VZ
IS =
RRLimitaçã o
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
VZ
IL =
RL
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
IS = IZ + IL
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
IZ = IS − IL
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Essa determinação é importante quando a fonte de alimentação possui uma tensão variável.
Ela permite calcular a faixa de valores que poderão ser utilizados na resistência de limitação
para garantir a polarização do diodo zener.
ATENÇÃO
Vmínimo − VZ
RS <
ILmá ximo +IZmínimo
(Equação 5)
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
(Equação 6)
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Essa condição garantirá um valor máximo para a resistência de limitação de corrente e
garantirá que sob o zener não circulará uma corrente maior que IZmáximo.
Quando o circuito formado com o diodo zener é alimentado por uma fonte de tensão alternada
(Vca), o diodo apresentará comportamentos diferentes para os níveis de tensão aplicados
sobre ele. Por exemplo, observe o circuito da figura abaixo:
Figura 48: Circuito com o diodo zener e uma fonte de tensão alternada.
Durante o ciclo positivo, enquanto o nível de tensão aplicado pela fonte for insuficiente para a
polarização reversa do diodo (menor do que a tensão zener), o diodo zener é um circuito
aberto.
Quando a tensão atinge o valor zener, o diodo comporta-se como uma fonte de tensão estável
e mantém o nível de tensão aplicado na carga na tensão zener, como pode ser visto a seguir:
Figura 49: Tensões de entrada e de saída do circuito.
ATENÇÃO
Mesmo para valores de tensão de entrada maiores do que a tensão zener, a tensão na saída
permanecerá estável. Quando a tensão de entrada apresenta valores positivos abaixo da
tensão zener, o diodo volta a se comportar como um circuito aberto.
No entanto, quando a tensão na entrada começa seu ciclo negativo, o diodo zener é polarizado
diretamente e, no caso do modelo ideal, poderá ser substituído por um curto-circuito (tensão de
saída nula).
MÃO NA MASSA
TEORIA NA PRÁTICA
EXEMPLO
RESOLUÇÃO
VRL = VZ
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
VRL = 10 V
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
A corrente na carga pode ser definida pela Primeira Lei de Ohm:
VRL = RL . IRL
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
10
IRL = = 8,333 mA
1,2 k
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
A corrente no diodo zener pode ser encontrada através da potência dissipada sobre o diodo:
P Z = V Z . IZ
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
30 m
IZ = = 3 mA
10
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
A Lei dos Nós pode ser aplicada ao N1, permitindo calcular a corrente na resistência de 1 kΩ:
IR = IZ + IRL
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
IR = 8,333 mA + 3 mA
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
IR = 11,333 mA
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
Os diodos semicondutores possuem aplicações diversas. Além de serem utilizados como
retificadores de sinais (Módulo 1), os diodos semicondutores podem ser utilizados como
multiplicadores de tensão, limitadores e grampeadores de tensão contínua.
Além disso, outro tipo de diodo é bastante utilizado como indicador luminoso em painéis e
equipamentos eletrônicos, o diodo emissor de luz ou diodo LED. O diodo infravermelho é um
tipo específico de diodo emissor de luz e possui aplicações diversas.
MULTIPLICADORES DE TENSÃO
São circuitos formados por dois ou mais diodos semicondutores capazes de produzir tensões
contínuas iguais a um múltiplo do valor máximo da fonte de alimentação (que deve ser de
tensão alternada). Observe:
Figura 50: Circuito multiplicador de tensão.
É possível observar dois diodos semicondutores, o que fará com que esse circuito seja capaz
de produzir uma tensão contínua duas vezes maior do que o valor máximo da tensão de
entrada.
VC1 = Vca
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
É possível observar que a tensão sobre o diodo VC2, após alguns ciclos, será próxima de duas
vezes a tensão máxima da fonte alternada (2 Vca).
CIRCUITOS LIMITADORES
Mudar a forma de um sinal.
Proteger circuitos.
A retirada de parte do sinal que esteja acima ou abaixo de determinado valor consiste,
basicamente, em limitar a excursão de um sinal, removendo o trecho de um sinal acima ou
abaixo de dado valor, conforme abaixo:
Durante o ciclo positivo da fonte de alimentação, a tensão no resistor de carga (RL ) será igual
à tensão do diodo D1 (VD1 ).
Caso o diodo seja de silício, será de 0,7 V, e se for um diodo de germânio, será de 0,3 V:
De maneira semelhante, durante o ciclo negativo, a tensão sobre a carga será igual à tensão
do diodo D2 :
Caso deseje-se aumentar os níveis da tensão de limite, deve-se incluir uma fonte de tensão
contínua em série com o diodo. Veja um exemplo:
Assim, o sinal de tensão na saída terá seus valores de limite aumentados para os níveis de
tensão dos diodos somados às tensões das fontes Vcc :
Outra aplicação consiste na limitação da tensão da fonte aplicada sobre uma carga, fazendo
com que o valor da tensão não ultrapasse determinado valor.
CIRCUITO GRAMPEADOR
O circuito grampeador acrescenta uma tensão contínua (Vcc ) a um sinal alternado, conhecido
como offset. Com isso, é possível tornar um sinal alternado (com ciclos positivos e negativos)
em um sinal oscilante positivo. Observe:
Durante o ciclo negativo, o diodo fica diretamente polarizado, aplicando a tensão da fonte
alternada diretamente sobre o diodo e colocando a resistência de carga em curto-circuito, como
pode ser visto:
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
ATENÇÃO
No exemplo anterior, a tensão sobre a carga não apresenta mais valores negativos, embora o
valor do sinal de tensão continue oscilante, conforme a figura a seguir:
Figura 62: Tensão de saída do circuito grampeador.
O diodo emissor de luz, chamado de LED, é um diodo que quando polarizado diretamente
emite luz visível.
Os diodos LED podem emitir luzes nas cores: vermelha, verde, amarela, azul ou vermelha.
Esse diodo pode ainda emitir uma luz infravermelha (não visível ao olho humano) ou ser
multicores.
SAIBA MAIS
Diferentemente dos diodos semicondutores, que são de silício ou germânio, os diodos LED são
de gálio, arsênico ou fósforo. Cada cor possui uma tensão de polarização específica que, ao
ser atingida, emite luz visível.
EXEMPLO
O diodo vermelho apresenta tensão de polarização de 1,8 V a 2,0 V e o diodo azul possui
tensão de polarização de 2,5 V a 3,0 V.
Uma fonte de tensão aplica um potencial sobre o diodo que emite luz após polarizado
diretamente:
FOTODIODO
MÃO NA MASSA
TEORIA NA PRÁTICA
EXEMPLO
Para o circuito da figura a seguir, determine a tensão sobre a resistência de carga do circuito
(R) quando um sinal senoidal de amplitude 20 V é aplicado na entrada do circuito. Considere
VCC = 5 V e o diodo com o modelo ideal.
RESOLUÇÃO
Com a tensão de 5 VCC aplicada sobre o diodo, ele está polarizado diretamente durante todo o
ciclo. Assim, o diodo será considerado um curto-circuito durante todo o ciclo positivo:
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
VRL = Vca + Vcc
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
VRL = Vca + 5
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
VRL = 5 − Vca
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
0 5 5
1 5 4
2 5 3
3 5 2
4 5 1
5 5 0
VRL = 0 V
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo dos três módulos foi possível descrever o que são materiais semicondutores e o
princípio de funcionamento dos diodos semicondutores. Vimos os modelos dos diodos e a
curva de característica dos diodos semicondutores, bem como os diodos como retificadores de
meia onda e onda completa.
Por fim, foram apresentados circuitos diversos com diodos, incluindo os diodos emissores de
luz, fotodiodos, limitadores, multiplicadores de tensão e grampeadores. Vimos que os circuitos
limitadores são utilizados na proteção de circuitos, por exemplo. Já os circuitos multiplicadores,
apresentam tensões de saída proporcionais ao número de diodos utilizados.
PODCAST
Agora, o especialista Raphael de Souza dos Santos encerra falando sobre os principais pontos
abordados.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BOYLESTAD, R. L.; NASHELSKY, L. Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos. 11. ed.
São Paulo: Pearson Education, 2013.
CATHEY, J. J. Dispositivos e circuitos eletrônicos. 1. ed. São Paulo: Makron Books, 1994.
EXPLORE+
Para saber mais sobre estes e outros assuntos...
CONTEUDISTA
Raphael de Souza dos Santos
CURRÍCULO LATTES