Turismo Cidadao No Centro Histórico de Pelotas
Turismo Cidadao No Centro Histórico de Pelotas
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ISSN: 1983-6554
RESUMO:
Este artigo tem como objetivo analisar o passeio a pé no centro Histórico de Pelotas
enquanto uma prática de turismo cidadão. Elaborado à luz da concepção de turismo
cidadão, essa pratica visa incentivar a comunidade a conhecer o patrimônio
histórico-cultural de sua cidade, em especial do Centro Histórico. Constata-se que
muitas vezes o próprio cidadão desconhece sua cidade, sua história e o passeio a
pé no centro histórico é uma experiência para o turista cidadão, pois desperta a
curiosidade do olhar desse turista, tornando-o não apenas um espectador do lugar
onde vive, mas tornam-se responsáveis pela preservação desse espaço.
1 CONTEXTO DA AÇÃO
A cidade é um local de convivência entre pessoas que ali se fixam, e
produzem no dia-a-dia simbologias, valores e bens que acabam identificando seu
povo e particularizando-o por meio de sua história. Contudo ocorre que nesta
construção cultural, diversos interesses vêm ameaçando as cidades e os que nelas
vivem. Fatores econômicos movidos por um processo globalizador cada vez mais
acentuado e massificante, permitem a banalização da cultura. Isso acaba tendo
como consequência o desestímulo à manutenção de valores culturais próprios de
cada comunidade, em benefício de regras massificadas.
Desta maneira, verifica-se um crescente desinteresse dos cidadãos pela sua
história, memoria, patrimônio material, usos e costumes, o que acaba acarretando a
falta de identidade entre cidadão e sua cidade.
Durante a realização do Projeto de Extensão “Visitas Pedagógicas” do Curso
de Bacharelado em Turismo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), partiu-se
da ideia de turismo cidadão, cada vez mais preocupado com o valorização do lugar,
da sua história, sua memória e sua identidade. Foi quando passou-se a buscar
efetivamente mecanismos que pudessem garantir a reflexão da própria comunidade
sobre a temática do Patrimônio e do Turismo através da educação patrimonial,
abrangendo tanto as questões culturais quanto ambientais e promovendo o exercício
da cidadania em suas mais diversas formas. Nesse artigo será apresentado o
passeio a pé enquanto prática de turismo cidadão no centro Histórico de Pelotas.
O turista cidadão é aquele morador da localidade que vivencia
práticas sociais, no seu tempo rotineiro, dentro de sua cidade, de
forma não rotineira, onde é provado em relação à cidade. Turista
cidadão é aquele que resgata a cultura da sua cidade fazendo uso do
estranhamento da mesma. Este estranhamento inicia no momento
em que o indivíduo descobre no espaço cotidiano outras culturas,
outras formas étnicas e outras oportunidades de lazer e
entretenimento. Quando se encontra na situação de turista cidadão
este sujeito aprende a utilizar os espaços ambientais, culturais,
históricos, comerciais e de entretenimento com uma percepção
diferenciada do seu cotidiano (GASTAL; MOESCH, 2007, p. 65).
de Pelotas, onde destaca-se que o local foi construído com outra finalidade e que lá
foi assinada a abolição da escravatura em Pelotas.
Ao apresentar o prédio do Antigo Banco do Brasil é possível fazer uma
comparação entre antigo e atual já que ao olhar para o lado pode-se ver a nova
sede do banco, um edifício que possui um estilo arquitetônico completamente
diferente do antigo.
Na sequência do roteiro nos direcionamos ao Grande Hotel, as Casas
Geminadas, o Casarão Assumpção, Teatro Guarany, Casarão 02, Casarão 06,
Casarão 08, Casa de Pompas Fúnebres, Casa da Banha, Clube Caixeiral, Teatro
Sete de Abril e Biblioteca Pública. Ao observar as edificações discute-se sobre a
relevância delas na época em que foram construídas e tiveram suas funções
originais. Destaca-se que também são enfatizadas as relações sociais existentes
nos séculos XIX e XX, principalmente entre elite e escravos.
Durante o percurso entramos no Mercado Público, nos Casarões 02, 06 e 08
e ocasionalmente na Biblioteca Pública, na Prefeitura e no Grande Hotel. Desse
modo, os turistas cidadãos podem perceber esses patrimônios enquanto
representantes de uma coletividade e compreender o significado e a relevância
dessas edificações.
Para finalizar o passeio adentra-se na Praça Coronel Pedro Osório onde
aproveita-se os recursos ali existentes para ampliar as discussões sobre a história e
a memória de Pelotas - tem-se, por exemplo, bustos, estátuas e placas
homenageando fatos históricos e personagens de diversas áreas de atuação,
plantas como o pau-brasil, árvore que dá o nome ao país, relógio-solar e o chafariz
Fonte das Nereidas no centro da praça que veio da França com objetivo de fornecer
água para a população do entorno. Neste momento, ressalta-se que cada um destes
é, atualmente um atrativo turístico de Pelotas, assim como todo o Centro Histórico.
Segundo Castrogiovanni (2001, p. 24), o olhar para as cidades propicia
prazeres e descobertas:
Olhar para as cidades é sempre um prazer especial por mais comum
que possa ser o panorama urbano. A cidade é uma construção física
e imaginária, compreende um lugar e faz parte do todo geográfico. O
tecido urbano é dinâmico e está inserido no processo histórico de
uma sociedade. [...] A cada instante, há mais do que os olhos podem
ver, do que o olfato pode sentir ou do que os ouvidos podem escutar.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No ano de 2016 a equipe que atuou no Projeto foi composta de 03 docentes,
17 discentes, 01 servidora técnico-administrativa e 01 bolsista. As atividades são
realizadas no Centro Histórico de Pelotas (caminhada a pé e visita em alguns
prédios). Em 2016 foram realizadas 16 visitas pedagógicas ao Centro Histórico de
Pelotas, onde foram atendidas 12 instituições/Grupos, atingindo um público de 400
crianças, 60 adolescentes e 180 adultos.
Durante a realização do roteiro constata-se que muitas vezes o próprio
cidadão desconhece sua cidade, sua história. Assim, entende-se que o passeio a pé
no centro histórico é uma experiência para o turista cidadão, pois desperta a
curiosidade do olhar desse turista, tornando-o não apenas um espectador do lugar
onde vive, mas tornam-se responsáveis pela preservação desse espaço. O centro
histórico de uma cidade tem um importante papel no que se refere à identidade e
memória de um povo, pois, ali é o início de tudo, o núcleo formador e multiplicador
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REFERÊNCIAS
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Ed. ARIEL SA.. 1997, 1a. ed.
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In:CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos; GASTAL, Susana. Turismo Urbano. São
Paulo: Contexto, 2001.
GASTAL, Susana; MOESCH, Marutschka Martini. Turismo, Políticas Públicas e
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GOODEY, Brian. Olhar múltiplo na interpretação dos lugares. In: MURTA, Stela
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