Artigo Justiça Socioambiental
Artigo Justiça Socioambiental
Artigo Justiça Socioambiental
Resumo: O modelo de desenvolvimento praticado Brasil é reflexo das imposições feitas pela
economia de mercado e foi intensificado ao longo do tempo pelo alto consumo da vida
moderna. Nesse sentido, o presente estudo busca analisar o desenvolvimento sob a
perspectiva de Celso Furtado e de Ana Maria Nusdeo, e ainda racionalizar se esse modelo de
desenvolvimento que hoje é aplicado no Brasil é nocivo ao meio ambiente. Para tanto, será
realizada uma análise do atual paradigma de justiça ambiental.
Palavras-chave: Direito Ambiental; economia; desenvolvimento; Justiça.
Abstract: The development model practiced in Brazil is a reflection of the impositions made
by the market economy and has been intensified over time by the high consumption of
modern life. In this sense, the present study seeks to analyze development from the
perspective of Celso Furtado and Ana Maria Nusdeo, and also to rationalize whether this
development model that is applied today in Brazil is harmful to the environment. Therefore,
an analysis of the current paradigm of environmental justice will be carried out.
Keywords: Environmental Law; economy; development; Justice.
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Mestrando no Programa de Pós-graduação em Direito e Justiça Social da Universidade Federal do Rio Grande
(PPGDJS/FURG). Pós-Graduado em Ciências Criminais pela Universidade Luterana do Brasil. Pós-Graduado em
Direito e Processo do Trabalho e Direito Previdenciário pela Universidade Estácio de Sá. Integrante do Grupo de
Pesquisa CNPq Transnacionalização e Direitos Humanos, coordenado pelo Professor Doutor Eduardo Pitrez de
Aguiar Corrêa. Advogado. E-mail: [email protected].
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1 INTRODUÇÃO
O autor Celso Furtado, muito embora sua obra não seja tão atual, ainda carrega
consigo algumas inquietações e arguições sobre o tema que não foram superadas na
atualidade e também formula algumas possíveis estratégias para solucionar, em parte, os
problemas estruturais que o Brasil enfrenta até hoje.
Como forma de reflexão crítica, tem nos faltado essa política voltada para as
camadas sociais mais fragilizadas economicamente, e ao longo prazo a solução que se exige
acaba se tornando um grande empecilho para reverter o quadro de pobreza da população
brasileira, visto que o que é gerado são políticas momentâneas de governo, programas com
o intuito de angariar votos, quando na realidade o que é preciso é uma sólida política de
Estado.
Mas para que se possa pensar em um real desenvolvimento, não se pode apenas
focar em questões que versem sobre desigualdades econômicas, mas também, em
programas educacionais robustos que forneçam uma estrutura intelectual satisfatória para o
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Esse é apenas um dos questionamentos que surgem através do autor, sob essa
premissa, talvez se a população estivesse guiada por um sistema tributário mais justo
permitir-se-ia pensar numa mudança de quadro, obtendo um sistema tributário que tivesse
o foco em uma justiça social, onde o setor da economia de maior rentabilidade fosse
tributado de forma mais elevada, do mesmo modo ocorresse uma maior incidência
tributária no consumo de bens supérfluos e ocorresse a tributação das grandes fortunas, que
está inclusive prevista na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
A desigualdade no Brasil deve ser analisada não somente por este viés pecuniário,
mas também da perspectiva ambiental, ainda que recente, estudiosos se debruçam ao
analisar a convergência entre zonas de degradação ambiental e a favelização, uma vez que
não se tem uma efetiva articulação no campo social e ambiental (ACSELRAD, 2009).
O capital, de acordo com essa sua tendência, move-se para além tanto das
fronteiras e dos preconceitos nacionais quanto da divinização da natureza, bem
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Por óbvio que a sociedade não retrocederá e nem se almeja um retrocesso, mas sim
um decrescimento, contudo a necessidade de se buscar um desenvolvimento inteligente e
sustentável não fica restrito somente aos anseios dos utópicos, muito pelo contrário, a busca
pelo desenvolvimento aliado a preservação ambiental é medida que se impõe pela própria
natureza como uma condicionante da manutenção da espécie humana. Nesta esteira,
cumpre ventilar os ensinamentos de Wienke:
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ACOSTA, Alberto. O bem viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. São Paulo:
Autonomia Literária, Elefante, 2016.
ACSELRAD, Henri; MELLO, Cecília Campello do A.; BEZERRA, Gustavo das Neves. O que é
justiça ambiental. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.
NUSDEO, Ana Maria de Oliveira. Direito ambiental e economia. Curitiba: editora Juruá,
2018.
WIENKE, Felipe Franz. Pagamento por serviços ambientais: uma estratégia para a transição
agroecológica. Rio Grande: Ed. da FURG, 2019.