A Importância Do Projeto Mecatrônico para Um Robô Seguidor de Linha - TCC - Faver, Bernardo
A Importância Do Projeto Mecatrônico para Um Robô Seguidor de Linha - TCC - Faver, Bernardo
A Importância Do Projeto Mecatrônico para Um Robô Seguidor de Linha - TCC - Faver, Bernardo
Faculdade de Engenharia
Engenharia Elétrica – Habilitação em Robótica e Automação Industrial
Juiz de Fora
2022
Bernardo de Oliveira Faver
Juiz de Fora
2022
Ficha catalográfica elaborada através do Modelo Latex do CDC da UFJF
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA
À minha paciente família que torceu sempre por mim, em especial minha mãe
Adriana e meu pai Marcelo. À minha companheira, Karolina, pelo apoio e compreensão.
Ao Dr. Exuperry pela orientação deste trabalho e projeto. À toda equipe da Rinobot em
especial à categoria Seguidor de Linha pela experiência que dividimos juntos nesses anos.
A todos, incluindo os amigos, técnicos de laboratório e professores, que de maneira direta
e indireta contribuíram para minha caminhada até aqui, sempre incentivando e dando
apoio para atingir o próximo passo nesta longa caminhada.
“Não creio que haja uma emoção, mais
intensa para um inventor do que ver suas
criações funcionando. Essa emoção faz você
esquecer de comer, de dormir, de tudo.”
(Nikola Tesla, 1856-1943)
RESUMO
This work is intended to carry out a case study of a competition robot, in the Line Follower
Pro modality, with emphasis on the physical design of the robot, bringing as a basis for
this a contextualization on the subject and a brief explanation of the concepts embedded
in the project. Bringing throughout the study, the difficulties faced by the team involved
in the construction of the robot, the successes, errors and solutions to the problems faced.
Based on this study, the results obtained by the project and the conclusions drawn from
the prototyping process will be highlighted, in order to leave a legacy for those interested
in the subject to have a starting point to be inspired by, avoiding rework.
LPKF Uma máquina CNC destinada a fabricar PCBs. Produzida pela empresa
LPKF Laser & Eletronics.
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2 CONTEXTUALIZAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3.1 Eletrônica Aplicada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3.1.1 Placas de Circuito Impresso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3.1.2 Microcontrolador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.1.3 Sensor infravermelho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.1.4 Modulação por Largura de Pulso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.1.5 Ponte H . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.1.6 Encoder . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.1.7 Reguladores de tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.2 Teoria de controle aplicada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.2.1 Controle de malha fechada contra malha aberta . . . . . . . . . . . . . . 26
3.2.2 controlador Proporcionais Integral Derivativos (PID) . . . . . . . . . . . 27
3.2.3 Controle analógico e digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
5 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
7 Anexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
7.1 Anexo I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
12
1 INTRODUÇÃO
2 CONTEXTUALIZAÇÃO
[...] De qualquer forma, uma competição, seja ela qual for, se mostra como
uma meta, um objetivo tangível para o qual se pode planejar um trabalho
dentro de um horizonte de tempo razoável no contexto escolar. Nesse sentido,
felizmente, algumas competições têm um viés cada vez mais educacional, e não
seguem a definição de “competição” ao pé da letra. De acordo com o dicionário,
competição seria “uma luta, conflito ou oposição”. No contexto da robótica
educacional, cada vez mais se nota que as competições são oportunidades de
encontros, trocas de experiência, colaboração e superação pessoal. De fato,
alguns autores afirmam que competições de robótica estimulam e despertam o
interesse dos estudantes. (ANGONESE et al. 2012, REIS et al. 2012). Além
disso, Miranda e Suanno (2012) explicam que a participação em competições
não motiva apenas os estudantes, mas também os educadores. Cursos que
envolvem competições de robótica e o uso de robôs na sala de aula causam
um aumento significativo no número de matrículas. (ALEMANY, CERVERA
2012) [...]
Essa definição deixa claro que os robôs devem, por natureza, conduzir uma série de
tarefas programadas de maneira autônoma, ou seja, todos os robôs possuem algum grau
de autonomia. Deste modo, quando o termo “robô autônomo” for posteriormente referido
neste trabalho, lê-se: um robô capaz de levar e seu código todas as informações necessárias
para executar a prova proposta pela categoria da competição, sem haver intervenções da
contraparte humana. Em suma, a equipe Rinobot possui em seu quadro de categorias,
apenas aquelas que não envolvem a intervenção por controle remoto. Essa “limitação” a
15
responsáveis por alterar sua direção, eles identificam a linha por de sensores infravermelhos,
geralmente montados na frente do robô e que através do fenômeno da reflexão da luz
diferencial o preto da pista (menor reflexibilidade) em contraste do branco da linha (maior
reflexibilidade).
No próximo capítulo deste trabalho, iremos abordar de forma breve os conceitos
técnicos contidos no desenvolvimento de robôs para esta categoria.
17
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Os robôs da nossa era recorrem à eletrônica para suprir uma ampla gama de suas
necessidades. Nessa sessão serão abordados os conceitos necessários para compreender os
dispositivos eletrônicos embarcados no robô seguidor de linha.
Segundo Michael Möge em seu artigo Como fabricar placas de circuito impresso
(2003)[4]:
Hoje em dia, não é difícil desenhar uma placa de circuito impresso (PCI),
utilizando um computador que esteja a correr um programa apropriado. Mas
depois segue-se o trabalho desagradável e algo complicado de gravar o desenho
no cobre da placa.
3.1.2 Microcontrolador
Assim como um ser vivo, os robôs também devem contar com um "sistema nervoso
central"ou uma central de processamento, capaz de conter uma série de instruções e executar
suas "vontades". Seguindo essa analogia, os microcontroladores são os "cérebros"dos robôs,
onde são armazenados os códigos da programação e de ondem partem as instruções para os
demais componentes do robô como, por exemplo: "ligue os motores", "mude a velocidade
deste motor", "pisque este LED", "aguarde o botão ser pressionado", etc. A seguir, os
autores do artigo A IMPORTÂNCIA DO ARDUÍNO NO PROCESSO DE ENSINO E
APRENDIZAGEM (DIAN, Mauricio de Oliveira; CARRESQUEIRA, Arthur; 2019)[5]
exemplificam muito bem a importância dos microcontroladores na robótica:
informações sobre uma grandeza física que precisa ser mensurada (medida),
como: temperatura, pressão, velocidade, corrente, aceleração, posição, etc.
Um sensor nem sempre tem as características elétricas necessárias para ser
utilizado em um sistema de controle. Normalmente o sinal de saída deve ser
manipulado antes da sua leitura no sistema de controle. Isso geralmente é
realizado com um circuito de interface para produção de um sinal que possa
ser lido pelo controlador.
3.1.5 Ponte H
3.1.6 Encoder
tw
dc = (3.1)
T
Onde tw representa a largura do pulso e T é o período do trem de pulsos.
w×N
f= (3.2)
T
Onde N representa o número de estrias do encoder.
James Watt desenvolveu um controle automático de velocidade para uma máquina centrí-
fuga a vapor. Sendo precedido por diversos outros engenheiros e cientistas como Minorsky
(1922) que desenvolveu controladores automáticos para embarcações e demonstrou que os
sistemas poderiam ser descritos por equações diferenciais, Nyquist (1932) que demonstrou
um método para a obtenção da estabilidade dos sistemas através da resposta de malha
aberta de um sistema alimentado com uma entrada senoidal e Ziegler e Nichols (1940) que
trabalharam em uma maneira de ajustar as constantes de controladores Proporcionais,
Integral e Derivativos (PID).
A teoria de controle, ainda segundo Katsuhiko Ogata (2010), pode ser dividida
em três: a teoria clássica, moderna e robusta. As aplicações desenvolvidas para o projeto
Ratão se encontram fundamentadas nas duas primeiras.
De maneira sucinta e didática, a teoria de controle abrange a análise de um sistema,
geralmente linear, que pode ser descrito contendo um número determinado de entradas
e saídas. Tais sistemas podem ser descritos por equações diferenciais que, de maneira
determinística, convertem as dadas entradas do sistema na saída esperada. Esse processo
é denominado modelagem do sistema.
A teoria de controle se estende além da análise e categorização dos sistemas, se
dedicando a estudar maneiras de se melhorar o sistema, controlando as entradas do sistema
através de variados "controladores"a fim de se obter a saída desejada de maneira mais
estável, rápida e segura.
u(t)
g(t) = (3.3)
y(t)
Laplace, uma operação matemática que leva a equação do domínio do tempo para o da
frequência e vice-versa.
Z ∞
B[f (t)] = f (t) exp−st dx (3.4)
−∞
U (s)
G(s) = (3.5)
Y (s)
O sistema acima, descrito pela sua função de transferência, G(s) está em malha
aberta, ou seja, sua entrada é totalmente independente da saída. Apesar de ser possível
controlar sistemas com esse forma de malha de controle, pode ser adicionado uma retro
alimentação da saída do sistema em sua entrada:
R(s) G(s)
Gmf (s) = = (3.6)
S(s) 1 + G(s)H(s)
O projeto Ratão, teve início no fim de 2017, dentro da categoria Seguidor de Linha.
Até então, a participação da equipe Rinobot em competições de Seguidor de Linha havia
sido realizada com um robô adquirido pela faculdade de engenharia elétrica, fabricado pela
Pololu e chamado de 3pi. Antes da troca da gestão foi definido que o próximo passo para
a equipe seria desenvolver um projeto de um robô autônomo desde o marco zero, passando
pela idealização, fabricação, montagem, testes e validação do robô em competição. Na
época o projeto não havia sido nomeado.
No período que compreende os meses de Novembro de 2017 e Julho de 2018, a
primeira versão do robô, apelidada de Ratão 1.0, foi sendo desenvolvida, seguindo o projeto
e as diretrizes da gestão 2017 da categoria. Nessa fase inicial do projeto, muitos erros
foram cometidos, porém muitas características desse primeiro protótipo sobreviveram até
a versão mais atual do robô.
Uma das características mais marcantes dessa versão era o uso de quatro rodas
para a movimentação do robô, sendo que cada par de rodas era controlado por apenas
um micromotor auxiliado de um sistema de engrenagens de acrílico. O robô possuía
também diversos “andares” onde os componentes se encaixavam de maneira verticalizada,
reduzindo a área ocupada pelo robô. Foram utilizadas também mais de uma Placa de
Circuito Impresso (PCB). Sendo 2 placas principais para o micro controlador e drivers
dos motores e uma placa para os sensores embarcados na parte frontal do robô do robô e
responsáveis por enxergar a linha.
A primeira competição ao qual o robô foi elencado para participar foi a Winter
Challenge de 2018, porém o projeto físico do robô ficou pronto na véspera da competição
e não houve tempo hábil para realizarem testes. Durante a competição, a equipe enviada
para competir teve de realizar diversas modificações de última hora para que o robô
pudesse competir. A programação embarcada no Ratão 1.0 foi uma herança do antigo
robô 3pi, tendo em vista que fazem uso do mesmo micro controlador, o Arduino Nano.
Surpreendentemente, apesar dos contratempos, o desempenho do robô na competição foi
satisfatório, graças ao grande esforço dos membros enviados para a competição.
31
• A conexão entre as partes eletrônicas do robô devem ser realizadas através de trilhas
da PCB, evitando ao máximo o uso de Jumpers
• O uso de diferentes níveis verticais para o robô não é benéfico, apesar de reduzir a
demanda por área para embarcar os componentes, a elevação do centro de massa do
robô é maléfica para seu desempenho
33
4.2.1 Mecânica
Foram realizados dois estudos de cunho mecânico para esta versão do robô, o
primeiro deles foi um estudo de centro de massa. Foi decidido que o centro de massa ótimo
seria o mais próximo do solo possível e ligeiramente a frente do eixo dos motores, para
que quando o robô entrasse em movimento, o centro de massa não se deslocasse para trás
deste mesmo eixo.
A PCB Simétrica em dimensões permitiu a simulação com os componentes em
diferentes posições e o design aprovado foi o com a bateria posicionada na parte posterior
da PCB.
Outro estudo desenvolvido teve o intuito de descobrir qual o modelo exato do
micro motor Pololu adquirido pela equipe. Para tal foram medidos de maneira direta
no Laboratório de Eletrônica da Faculdade de Engenharia (LABEL) com o uso de um
osciloscópio, as "correntes em vazio"e as "correntes de rotor bloqueado"dos motores C.C. Os
valores de corrente ajudaram a corroborar que os motores eram do modelo "30:1 Micrometal
Gear Motor High Power 6V"
35
4.2.2 Eletrônica
magnéticos para a leitura das velocidades de cada motor individualmente, porém por
dificuldades técnicas de execução, não foi possível utilizar esse sensor na versão 2.0 do
robô.
Foi observado ser de grande importância a comunicação contante durante o de-
senvolvimento da parte mecânica do robô e o projeto das placas eletrônicas, visto que a
"anatomia"do robô é profundamente afetada pela alocação dos componentes, sendo ele
mecânicos ou eletrônicos.
Para executar esta versão do projeto, a equipe se preparou para seguir um crono-
grama bem-planejado. Deste modo, a execução da prototipagem das PCBs ocorreu em
paralelo com a confecção das peças do chassi do robô.
A impressão de peças utilizando filamento de poliuretano apresenta alguns desafios
que podem ser vencidos com um pouco de persistência, algumas tentativas podem apre-
sentar defeitos com empeno, desalinhamento ou descamação do filamento, nesses casos
fatores como temperatura, qualidade do filamento e manutenção do bico injetor contam
na qualidade final da impressão. Já as peças confeccionadas em plasticard puderam ser
usinadas na cortadora a laser, transformando o projeto obtido no Solidworks em um
arquivo ".swd"e, por uma porta serial, comunicado com a máquina cortadora.
38
• Caso o projeto fique validado pelos testes em protoboard, o processo prossegue para
a fabricação da PCB, caso falhe retorna-se para o projeto em software.
Quando este protocolo foi seguido, a prototipagem foi feita com êxito e, com o
chassi, foi montado a versão 2.0 do robô.
39
Assim que o robô Ratão 2.0 Foi montado, houve apenas uma semana para os testes
do código e tomadas de tempo na pista de corrida, pois a competição Iron Cup 2019 foi
sediada entre os dias oito e dez de março. Durante a competição, notamos diversos casos
de falha de comunicação e mal contato com o robô. A cada tomada de tempo, devido as
forças sofridas pelos componentes, principalmente na conexão de jumpers entre a PCB
principal e as PCBs dos sensores, era necessário levar o robô para a bancada de testes e
realizar alguns reparos. Outro fator prejudicial foi o pouco tempo que a equipe teve para
testar os códigos e ajustar as constantes do controlador PID, responsável por estabilizar o
robô na linha. Mesmo com esses problemas, o Ratão 2.0 conseguiu finalizar o desafiador
40
O passo dado da versão 1.0 até a 2.0 do robô foi executado com dificuldade, mas
grande aprendizado para os envolvidos. O projeto foi muito aprimorado e o "frame de
testes"cumpriu seu propósito, fazendo possível determinar empiricamente em diferentes
41
percursos, qual a distância ótima entre os sensores e o eixo dos motores. Algumas
escolhas, principalmente na parte eletrônica, foram muito acertadas como a troca do micro
controlador e o abandono dos sensores infravermelhos pré soldados e comercializados.
Porém, as escolhas que deram errado foram as de maior proveito e contribuíram para as
conclusões apresentadas a seguir:
Como foi mencionado anteriormente, essa versão do robô teve seu início no mês de
Maio de 2019, com a primeira etapa sendo a fase de idealização. No momento em que
esse projeto teve início, a categoria estava passando por um período de estabilidade, tendo
seu robô na versão 2.0 disponível para uso da equipe de controle e estratégia, enquanto
a equipe voltada para a montagem teve tempo para desenvolver mais o projeto em seus
estágios iniciais.
Nesta versão, o Ratão passou por grandes modificações mecânicas. O corpo do
robô deixou de ser feito de uma peça de plasticard, seguindo a tendência observada nas
competições de utilizar o próprio fenolite como chassi do bobô. Tal ideia, embora já
tenha sido contemplada anteriormente, não havia sido implementada justamente por não
ter sido obtida as proporções ideais para o sensoriamento. Deste modo, a versão 2.0 do
42
robô contribuiu tal como um passo necessário, antes de ser possível atingir este patamar
construtivo.
Os aprimoramentos eletrônicos no robô também foram bem significativos, dentre
eles cabe ressaltar o uso de componentes "SMD", uso de reguladores de tensão, redução do
tamanho dos sensores para LEDs 3 mm2 e efetiva implementação dos encoders. A adição
de todos esses componentes foram essencial para a evolução do projeto eletrônico, sendo
possível alocar todos os componentes e manter a proporção desenvolvida desde a primeira
versão do robô. Além deste aspecto, a adição dos transdutores magnético acoplado ao
eixo dos motores (encoders) permitiu um maior gral de controle do robô, sendo possível
implementar a lógica de malha fechada com controlador PID de velocidade, individualizada
para cada motor e interna à malha fechada de direcionamento também dotada de um
controle PID.
4.3.1 Mecânica
Foram realizados estudos do centro de massa do robô, nos moldes dos realizados
na versão 2.0. Os componentes foram ajustados no modelo 3D obedecendo ao critério de
43
4.3.2 Eletrônica
O corpo do robô, composto pela PCB em fenolite, ficou com espessura de 0,55 mm
e 18,6051 g de peso. Esse foi o chassi mais leve que conseguimos obter, posteriormente
constatamos que um chassi tão fino tem seu lado negativo, acentuando a fragilidade do
robô e deixando-o mais suscetível a empenos e trincos. Os componentes principais do robô
permaneceram os mesmos do Ratão 2.0 com pequenas alterações, elas serão exemplificadas
na próxima sessão deste capítulo.
Durante a produção dessa versão, o maquinário de produção de placas da faculdade
de engenharia (máquina fresadora LPKF) estava enfrentando uma longa manutenção.
Deste modo a equipe foi forçada a desenvolver uma nova forma de confecção de protótipos
em PCBs utilizando a cortadora a laser do Laboratório de Robótica e Automação da
Faculdade de Engenharia (LABRA).
44
O projeto da PCB do Ratão 3.0 sofreu modificações ao longo de suas versões que
variam desde o formato de seus contornos até a adição e remoção de componentes. Ao todo
foram oito versões, sempre testadas com o processo cunhado durante a segunda versão do
robô.
Os componentes centrais do projeto permaneceram inalterados com a exceção dos
encoders, par de LEDs infravermelhos (que reduziram de tamanho), resistores e LEDs
SMD e o regulador de tensão estudado (AMS1117).
IMAGEM DOS COMPONENTES MENCIONADOS (encoder, par de leds 3mm,
resistores leds e regulador ams)
A implementação dos encoders foi um desafio tanto no sentido de esforço de
46
A terceira versão do projeto Ratão obteve mais êxito do que suas versões anteriores,
seguindo as premissas obtidas com os acertos e erros. A melhor qualidade da construção
do projeto foi determinante para uma longa vida útil de testes e aprimoramento do código,
48
• A caixa de redução dos motores não pode ficar exposta, pois o robô correndo tão
próximo ao chão gera um efeito de aspirador, acumulando rapidamente detritos e
poeira dentro dos dentes da engrenagem.
• A bateria, apesar de leve, deve permanecer bem fixada e sem nenhuma folga, uma
vez que o momento provocado pelas acelerações do robô são suficientes para causar
graves falhas nas conexões de alimentação, danificando as soldas. Uma boa solução
é realizar a imobilização do cabo da bateria antes das soldas, de modo que qualquer
força exercida sobre os cabos não se propague até as soldas, ficando retida na fixação
de segurança.
Como foi exposto neste estudo de caso das diferentes versões do projeto Ratão, os
robôs obtidos por meio do processo de prototipagem demoram muito tempo para serem
desenvolvidos e, dependendo das qualidades do projeto ou da execução de sua montagem,
possuem pouco tempo de vida útil. Um projeto estável o suficiente para ser testado de
maneira exaustiva, contendo os sensores necessários para um estudo de controle detalhado
e com erros reduzidos, foi obtido apenas na terceira versão do projeto com o Ratão 3.0.
No retorno da Winter Challenge 2019, a equipe de controle e estratégia teve, finalmente,
um robô para testar de maneira segura e obter resultados confiáveis para aplicar a teoria
de controle e, com o auxílio dos professores orientadores, obtiveram a tão sonhada "planta
do robô", sendo esta o modelo matemático que descreve o robô, com suas constantes
determinadas pelas características construtivas como peso, momento de inércia, centro
de gravidade e também pelas suas características mecânicas como torque dos motores,
velocidade máxima e aceleração.
Foi implementado a malha composta de controle, contendo três malhas fechadas,
uma para o direcionamento do robô, contendo as duas malhas de maior frequência e menor
nível hierárquico na árvore responsáveis por garantir que os motores respondessem de
maneira adequada ao input de velocidades.
52
Outra melhoria foi o uso dos encoders não só para fechar a malha de controle dos
motores, mas também para realizar a odometria do circuito previamente à tomada de
tempo. Veja por esse lado, antes dessa estratégia ser implementada, o robô percorria o
circuito a cada tomada de tempo sem ter memória de tê-lo feito anteriormente. Com
a estratégia de mapear o circuito antes de realizar as tomadas de tempo efetivamente,
pôde ser utilizado juntamente com filtros dinâmicos no código, uma estratégia baseada na
memória do robô em relação ao circuito. Previamente, o robô distinguia curvas de retas
apenas pela leitura das marcações laterais na pista, com essa estratégia ele pôde modular
o input de velocidade com base nas características do circuito. Acelerando nas retas e
freando gradativamente antes de entrar nas curvas, ou mantendo uma velocidade média
53
Figura 46 – Robô Ratão 4.0 na pista de competição, onde levou o troféu de bronze.
A última versão do robô coroou todo o esforço da equipe ao longo dos mais de
dois anos desenvolvendo o projeto. A obtenção do terceiro lugar no pódio, de certo modo,
foi uma recompensa pelo trabalho e dedicação. Porém, segundo os integrantes da equipe,
serviu como um incentivo para ir ainda mais longe nas competições.
55
5 RESULTADOS
O projeto Ratão, até onde seu caso foi estudado por essa monografia, apresentou
ótimos resultados. Partindo de dezembro de 2017 até abril de 2020, o robô contou com
quatro versões e participou de seis competições ao todo. Os resultados serão abordados
no campo competitivo, no campo da pesquisa, no desenvolvimento dos estudantes que
tiveram contato com o projeto e no campo comunicativo. No âmbito competitivo, é
possível quantificar a melhoria no desempenho do robô. Se verificarmos o resultado obtido
pelo Ratão 2.0 na competição Iron Cup 2019, na sua melhor tomada de tempo, o robô
finalizou o percurso em 17,930 segundos contra 11,670 segundos do vencedor (Nemesis,
Trincabotz), ou seja, seu tempo foi 53,54% maior do que o vencedor. Já na sua versão 3.0
na competição Winter Challenge 2019, o Ratão fez 14,680 segundos contra 9,970 segundos
do vencedor (Nemesis, Trincabotz). Em outras palavras, 47,24% superior. Na última
competição que participou (Iron Cup 2020), o Ratão 4.0 obteve 13,180 segundos contra
12,540 segundos do tricampeão Nemesis (Trincabotz), reduzindo a vantagem para 5,10%
acima do adversário. Essa melhoria expressiva, se deve ao aprimoramento obtido no campo
do controle e estratégia empregados no código do robô, que só pôde ser implementado
graças a uma sólida fundação fornecida pelo projeto mecatrônico do robô, validando a
principal conclusão desta monografia:
6.1 CONCLUSÕES
Essa monografia abordou o projeto Ratão pela ótica do projeto físico do robô(aqui
referido por projeto mecatrônico), porém um tópico que foi apenas introduzido neste
trabalho é o campo do controle e estratégia do robô, tópico este de muita relevância. Outro
aspecto interessante tocado por este trabalho é o de gerenciamento de projetos e pequenas
equipes, campo contido na intercessão dos estudos de administração e engenharias, bem
como os aspectos pedagógicos e a importância de iniciativas como as equipes de competição.
Por fim, a continuação deste trabalho por meio dos estudos de caso dos outros projetos
desenvolvidos na equipe Rinobot.
REFERÊNCIAS
[4] M. Möge, “Como fabricar placas de circuito impresso,” ELEKTOR, p. 59, 2003.
[6] M. Schwartz, Arduino for Secret Agents. Packt Publishing Ltd, 2015.
[7] M. Wendling, “Sensores,” Universidade Estadual Paulista. São Paulo, vol. 2010, p. 20,
2010.
7 Anexos
7.1 Anexo I
Leonardo Olivi
Manuel Maldonado