Auditoria Interna Como Instrumento de Gestão. V2

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INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIASECONÓMICAS E DE GESTÃO


CURSO DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO

AUDITORIA INTERNA COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DO


PLANEAMENTO ESTRATÉGICO

(Uma Abordagem Prática nas Organizações Inácio & Filhos, Lda)

JOANA DE CARVALHO BARROS

LUANDA – VIANA
2022
AUDITORIA INTERNA COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DO
PLANEAMENTO ESTRATÉGICO

(Uma Abordagem Prática nas Organizações Inácio & Filhos, Lda)

Monografia apresentada ao Curso de Contabilidade e


Administração do INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO
DE Angola–ISTA, como pré-requisito para a obtenção
do grau de Licenciatura em Contabilidade e
Administração.

Orientador: Sozinho Carlos, Msc.

VIANA______/_______/2022
Folha de aprovação

JOANA DE CARVALHO BARROS

Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do grau de Licenciatura, no Curso de
Contabilidade e Administração, do Instituo Superior Técnico de Angola – ISTA.

O júri nomeado no Edital nº_____________20____________, está integrado pelos


professores:

Presidente:_______________________________

1º Arguente:______________________________

2º Arguente:______________________________

Depois de lido, discutido e apresentado o trabalho de fim de curso o júri decidiu a


classificação de ___________________Valores.
DEDICATÓRIA

Aos meus pais Rosalino António Barros


Salvador e de Constância Teixeira de Carvalho,
ao meu marido Alfredo Manuel Canguende aos
meus irmãos, amigos e colegas, (em memória)
de Indira Maria de Carvalho Barros.
AGRADECIMENTO

Prestamos os nossos agradecimentos a Deus pai todo-poderoso por nos conceder a graça de
vida e o sustento.
Ao Instituto Superior Técnico de Angola por prover qualidade, confiança e sucesso na
educação.
Ao meu tutor Mestre Sozinho Carlos pela paciência, dedicação, disponibilidade, confiança,
palavras de encorajamento e sugestões para concretização da dissertação.
A empresa Organizações Inácio & Filhos, Lda, por fornecer as informações necessárias e
essenciais para a feitura da monografia.
Aos meus professores Doutor Gaspar João, Doutora Paula Guerras, João Dembo, Mestre

Manuel Quindai, Pedro Gil, entre outros, por educar, ensinar e auxiliaram-me durante o
período de formação.
Aos meus pais Rosalino António Barros Salvador, Constância Teixeira de Carvalho e ao meu
marido Alfredo Manuel Canguende pelo esforço e acompanhamento durante esses anos, pois
apresento os frutos que a muito desejavam. Aos meus irmãos António Barros, Rosalino
Barros João Barros, Indira Barros (em memória), Constância Barros, Fátima Barros,
Domingos Barros, Sónia Salvador, Augusto Salvador e Alícia Salvador e aos demais.
Aos colegas de formação, amigos e a todos que directa ou indirectamente contribuíram para a
feitura da mesma.

Muito Obrigado!
EPÍGRAFE

“A empresa é o lugar onde se aprende que a


mudança é uma oportunidade e as pessoas
crescem enquanto trabalham.”

Charles Handy
RESUMO

Toda organização necessita demonstrar exatidão em suas demonstrações contabilísticas para


garantir segurança aos usuários dessas informações, e por isso se vem destacando, no actual
cenário, a função do Auditor Interno. Esse profissional surge com o intuito de testar a
eficiência e a eficácia dos controlos da organização. A Auditoria Interna, com seu amplo
conhecimento das características das principais áreas corporativas, pode auxiliar as empresas
a adoptar uma abordagem eficaz e completa na gestão empresarial, possibilitando um cenário
de redução sustentável dos custos, além de ajudar a identificar correctamente as oportunidades
de economia e permitir a avaliação do planeamento estratégico da empresa. O presente estudo
objectiva identificar e analisar os factores que fazem a Auditoria Interna uma importante
ferramenta de gestão que auxilia o órgão de gestão avaliar o planeamento estratégico para
incremento de investimentos e influenciar, positivamente, a gestão empresarial, servindo
como principal meio de assessoria. Para atingir os objectivos propostos, foi realizada uma
pesquisa com abordagem qualitativa e quantitativa de forma exploratória mediante um
questionário estruturado de perguntas fechadas aplicado na empresa Organizações Inácio &
Filhos, Lda.

Palavras-Chave: Auditoria interna, planeamento estratégico, órgão de gestão


ABSTRACT
Any organization necessary to demonstrate the accuracy of its accounting accounts to
ensure the safety of the users of this information, and if this appears, no real scenario, a
function of the Internal Auditor. This professional increase in order to test the efficiency
and effectiveness of the organization's risks. Internal Audit, with its extensive knowledge
of the characteristics of the main corporate areas, can help companies to adopt an
effective and complete approach to business management, enabling a scenario of
sustainable cost reduction, in addition to helping to correctly identify the opportunities
for savings and allow an assessment of the company's strategic planning. This objective
study identifies and analyzes the factors that make Internal Audit, an important
management tool that helps the organization or management of evaluation or strategic
planning to increase investments and positively influence business management, serving
as the main means of evaluation. In order to achieve the proposed objectives, a research
with a qualitative and quantitative approach was carried out in an exploratory way
using a structured questionnaire of closed questions applied in the company
Organizações Inácio & Filhos, Lda.

Keywords: Internal audit, strategic planning, management body


LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Departamento da auditoria interna com os funcionários da empresa.......................55


Tabela 2: Participação do auditor nas reuniões
Tabela 3: Como a empresa encara o departamento da auditoria interna
Tabela 4: Melhoria das normas de auditoria interna na instituição
Tabela 5: Auditoria interna no acompanhamento das normas
Tabela 6: Autonomia da auditoria na instituição
Tabela 7: Auditoria interna como influência no resultado
Tabela 8: O trabalho da auditoria na optimização dos resultados
Tabela 9: Qualificação do sector da auditoria interna
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Departamento da auditoria interna com os funcionários.........................................55


Gráfico 2: Participações do auditor nas reuniões
Gráfico 3: Como a empresa encara o departamento da auditoria interna
Gráfico 4: Melhoria das normas da auditoria interna na instituição
Gráfico 5: Auditoria interna no acompanhamento das normas
Gráfico 6: Autonomia da auditoria na instituição
Gráfico 7: Auditoria interna como influência nos resultados
Gráfico 8: O trabalho da auditoria na optimização dos resultados
Gráfico 9: Qualificação do sector da auditoria interna

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................13
1.1. Objecto de Estudo..........................................................................................................13
1.2. Problemática da Pesquisa...............................................................................................13
1.3. Objectivos.......................................................................................................................14
1.3.1. Objectivo Geral........................................................................................................14

1.3.2.Objectivos Específicos.............................................................................................14

1.4. Hipóteses........................................................................................................................15
1.5. Justificativa.....................................................................................................................15
1.6 Delimitação.....................................................................................................................15
1.7. Estrutura do Trabalho.....................................................................................................16
2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................................................17
2.1. Definição de Termos e Conceitos..................................................................................17
2.2. Perspectiva Histórica e Origem da Contabilidade Analítica..........................................17
2.3.Auditoria Interna, Breves Considerações........................................................................20
2.4.Objectivos da Auditoria Interna......................................................................................21
2.5. Perfil do Auditor Interno................................................................................................23
2.6. Métodos e Técnicas de Auditoria Interna......................................................................25
2.7.Fases da Auditoria...........................................................................................................27
2.8.Missão da Auditoria Interna............................................................................................29
2.9. O Controlo Interno.........................................................................................................30
2.10. Objectivos dos Controlos Internos...............................................................................34
2.11. Eficiência do controlo..................................................................................................35
2.12. Limitações do Controlo Interno...................................................................................35
2.13 O Enquadramento da Auditoria Interna para Gestão Eficaz das Empresa....................36
2.14. Erros e Irregularidades.................................................................................................38
2.14.1. Distinção entre erro e irregularidade.....................................................................39

2.14.2 Indícios de erros e irregularidades..........................................................................39

2.15. Evidências de Auditoria...............................................................................................40


2.16. A Importância da Auditoria Interna.............................................................................43
2.17. Papel da Auditoria Interna no Processo Decisório.......................................................44
3. METODOLOGIA DE PESQUISA.......................................................................................49
3.1. Metodologia...................................................................................................................49
3.2. Tipo de Pesquisa.............................................................................................................49
3.2.1. Quanto aos Objectivos.............................................................................................49

3.2.3. Quanto aos Procedimentos Técnicos.......................................................................49

3.2.3 Pesquisa Quanto Abordagem....................................................................................50

3.3. Instrumento de Colecta de Dados...................................................................................50


3.4. População Alvo e Amostra.............................................................................................50
3.5. Unidade Em Análise.......................................................................................................50
3.6. Tratamento dos Dados....................................................................................................50
3.7. Limitação da Pesquisa....................................................................................................51
4. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.............................52
4.1. Caracterização do estudo................................................................................................52
4.1.1 Evolução Histórica da Empresa Organizações Inácio & Filhos, Lda.......................52

4.1. Representação Gráfica de Resultados por cada Questão...................................................55


4.2. Análise e Interpretação de Resultados...........................................................................64
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................65
SUGESTÕES............................................................................................................................67
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA..........................................................................................68
13

1. INTRODUÇÃO

Num mundo cada vez mais global, onde a palavra de ordem é a competitividade, as
empresas sentem a necessidade de obter informações úteis e de forma atempada que lhes
permitam tomar a decisão certas e criar estratégias que lhes permite demarcar-se dos seus
concorrentes. Neste contexto a auditoria interna torna-se muito mais importante, sendo um
instrumento de gestão que auxilia o órgão de gestão traçar estratégias que lhes permite
melhorar a transparência da gestão contribuindo para que esta se torne mais eficaz, eficiente e
fiável. Assim, de acordo com o tema a Auditoria interna como Instrumento de Avaliação do
planeamento estratégico este estudo demonstrou-se, além de um embasamento teórico mais
aprofundado, a obrigatoriedade da auditoria interna em avaliar a estrutura organizacional de
uma entidade.

A auditoria interna tem vindo a assumir um papel de extrema importância, no seio das
organizações na medida em que o reconhecimento da utilidade e relevância desta função
revolucionou a forma de estar das empresas, fazendo com que o campo de atuação das
auditorias se alargasse da vertente contabilístico - financeira para a vertente operacional e
informática, de forma a permitir formular recomendações de melhoria das limitações
identificadas apoiando a gestão no processo decisório, de forma que as decisões sejam
atempadas e adequadas.

1.1. Objecto de Estudo


O objecto de estudo diz respeito aquilo que se pretende conhecer em maior amplitude
e profundidade, «com o objectivo de se encontrar a solução para um problema existente,
eliminar uma dificuldade, ou ainda, aumentar os conhecimentos em uma determinada área de
interesse profissional, contribuindo para o desenvolvimento da ciência» (NASCIMENTO,
2012, p. 38).

O objecto de estudo é o foco central do trabalho, o trabalho teve como foco principal:.

1.2. Problemática da Pesquisa


Segundo Marconi e Lakatos (2003) definem que: A formulação do problema prende-
se ao tema proposto, ela esclarece a dificuldade específica com a qual nos defrontamos e que
pretendemos resolver por intermédio da pesquisa. Para ser cientificamente válido, um
problema deve passar pelo crivo das questões seguintes.
14

A cada dia que passa a auditoria interna se torna cada vez mais necessária,
principalmente devido ao aumento da competitividade entre as empresas, onde os membros da
alta administração através dos mecanismos de gestão podem controlar as operações realizadas
pela empresa, auxiliando-os na análise das perspectivas futuras, tendências de crescimento,
rentabilidade actual e pagamento de dividendos. Assim sendo, levantamos a seguinte pergunta
de partida: Até que ponto a auditoria interna pode servir como instrumento de avaliação
do planeamneto estratégico?

1.3. Objectivos

Depois de definido o tema e o problema, sucede-se a etapa de elaboração dos


objectivos, visto que é de suma importância para o desenvolvimento da pesquisa e o mesmo
está ligado a uma visão global e abrangente do tema. Relaciona-se com o conteúdo intrínseco,
quer dos fenómenos e eventos, quer das ideias estudadas. Vincula-se directamente à própria
significação da tese proposta pelo projecto(MARCONI e LAKATOS, 2003).

1.3.1. Objectivo Geral


De acordo com Carvalho (2009) apud Marconi e Lakatos (2010), o objectivo geral
“foca de forma mais generalizada o tema, ou seja, faz uma abordagem mais alargada e
profunda”.

 Analisar como a auditoria interna tem servido como ferramenta de avaliação


estratégica da empresa Organizações Inácio & filhos, Lda

1.3.2.Objectivos Específicos
O objectivo específico por sua vez, é caracterizado por ser mais concreto, preciso e
limitado, deslocalizando o tema, para o direccionar num espaço e fenómeno preciso (BIAGI,
2005 apud BACHELARD, 2013).

 Compreender os fundamentos teóricos da auditoria interna que evidenciam a


importância da mesma nas decisões dos gestores da empresa em estudo.
 Identificar o planeamento estratégico adoptado pela empresa Organizações Inácio &
Filhos, Lda., e a função dos controlos internos implementados.
 Descrever a relevância da auditoria interna.
15

1.4. Hipóteses

“As hipóteses são suposições ou verdades empíricas concebidas pelo pesquisador em


decorrência de factos observados, na qual podem ser confirmadas ou infirmadas no final da
pesquisa” (LUNA 1997). Com base no problema, levantou se as seguintes hipóteses:

H1- A auditoria Interna não serve como instrumento de avaliação estratégica

H2- A auditoria Interna serve realmente como instrumento de avaliação estratégica.

1.5. Justificativa

Para Cervo e Bervian (2002, p. 127) a justificativa “compreende a apresentação de


forma clara e objectiva as razões de ordens teóricas e práticas que fundamentam a pesquisa.
Justificam-se a escolha do tema, a delimitação realizada e a relação que o pesquisador possui
com ele”.

Na perspectiva de contabilistas ligados a administração, escolhemos este tema porque


ajuda-nos a compreender a duas importantes ferramentas de gestão nomeadamente, a
auditoria interna e o planeamento estratégico, ferramentas estas que fazem parte da nossa área
de formação, o que poderá contribuir para enriquecer o nosso conhecimento e dos outros
estudantes que no futuro poderão aprofundar mais este estudo. Por outro lado e partindo do
princípio de que as empresas têm como objectivos a prestação de serviços a comunidade em
que estejam inseridas, desta feita se cumprirem com as NAGA e forem cada vez mais actuais
e actuantes no que diz respeito ao planeamento estratégico, saberão como aumentar os seus
lucros e definir como ajudar a sociedade.

É um tema bastante sugestivo que esperamos ser de interesse geral.

1.6 Delimitação

Delimitar significa indicar a abrangência do estudo, estabelecer a extensão e


compreensão do assunto.

Este estudo delimita-se na empresa Organizações Inácio & Filhos, Lda., com sede em
Luanda, e foram analisados os exercícios de 2018 e 2019.
16

1.7. Estrutura do Trabalho

No seguinte trabalho abordamos sobre a auditoria interna como instrumento de


avaliação do planeamento estratégico. Este trabalho encontra-se dividido em três partes que
são: Elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais. Nos elementos pré-textuais constam a
capa, contracapa, folha de rosto, dedicatória, agradecimento, epígrafe, resumo, abstract, lista
de figuras e quadros, lista de mapas e tabelas, lista de gráficos e o sumário. Nos elementos
textuais encontramos o primeiro ponto introdutório onde consta o objecto de estudo, a
problemática da Pesquisa, os objectivos, hipóteses, justificativa, delimitação e estrutura do
trabalho, o segundo ponto retrata da fundamentação teórica, onde encontramos a definição de
termos e conceitos, Perspectiva Histórica e Origem da Contabilidade Analítica, Auditoria
Interna Breves Considerações, Objectivos da Auditoria Interna, Perfil do Auditor Interno,
Métodos e Técnicas de Auditoria Interna, Fases da Auditoria, Missão da Auditoria Interna, O
Controlo Interno, Objectivos dos Controlos Internos , Eficiência do controlo, Limitações do
Controlo Interno, O Enquadramento da Auditoria Interna para Gestão Eficaz das Empresa,
Erros e Irregularidades, Evidências de Auditoria, A Importância da Auditoria Interna, Papel
da Auditoria Interna no Processo Decisório no terceiro ponto retrata sobre a metodologia
científica utilizada para a elaboração da mesma que teve como estrutura a pesquisa, Tipo de
Pesquisa, Instrumento de Colecta de Dados, População Alvo e Amostra, Unidade Em Análise,
Tratamento dos Dados, Limitação da Pesquisa e no quarto ponto retratou-se sobre a
Apresentação, análise e discussão dos resultados, Caracterização do estudo, Representação
Gráfica de Resultados por cada questão. Os elementos pós-textuais são: Referências
bibliográficas, apêndices e anexos.
17

2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Definição de Termos e Conceitos

Para Pinho (2007, p. 3), definia auditoria como sendo um exame de documentos e
instrumentos de avaliação contabilísticas, utilizado para testar, verificar, controlar e analisar
as demonstrações contabilísticas, com o objectivo de representar a situação real da entidade
como um todo, servindo com eficiência e eficácia para tomada de decisões imediatas.

Portanto, a auditoria pode ser mais abrangente em seu conceito. Se unir a


especialização, técnica contabilística, o exame de documentos e acrescentarmos um
instrumento de avaliação para tomada de decisões, então podemos dizer que o conceito está
mais abrangente e atingirá seu objectivo maior que é a missão da entidade como um todo.

Segundo Almeida (2008, p.29), a “Auditoria é uma especialização contabilística


voltada a testar a eficiência e eficácia do controle patrimonial implantado com o objectivo de
expressar uma opinião sobre determinado dado”.

Ainda na perspectiva de Almeida (2008), defende que “Auditoria é responsável em


averiguar se os dados e informações apresentados por uma determinada empresa representam
adequadamente sua realidade económica e financeira”.

Boynton, Johnson e Kell (2002, p. 30-31) definem auditoria como um processo


sistemático de obtenção e avaliação objectivas de evidências sobre afirmações a
respeito de acções e eventos económicos, para analisar o do grau de correspondência
entre as afirmações e critérios estabelecidos, e de comunicação dos resultados a
usuários interessados.

Na concepção de Franco e Marra (1992),a“auditoria é o ramo da contabilidade que


verifica a autenticidade das demonstrações contabilística, examina os critérios e
procedimentos adoptados na sua elaboração, e se estes estão de acordo com os princípios da
contabilidade”.

2.2. Perspectiva Histórica e Origem da Contabilidade Analítica

Etimologicamente, a palavra auditoria origina-se do Latim audire (ouvir) e foi


utilizada inicialmente pelos ingleses (auditing) que uma vez traduzido para o português,
significa examinar, corrigir, ajustar, ou certificar um conjunto de procedimentos técnicos para
a revisão da contabilidade. Como se vê, a actividade de auditoria teve origem na Inglaterra, no
tempo em que dominava os mares e o mercantilismo. Quando os ingleses começaram a
investir em diversos locais e países, perceberam que seus investimentos precisavam ser
18

“examinados” ou auditados. Assim sendo, o nome auditor é dado a quem pratica a técnica da
auditoria.

A palavra é de terminologia inglesa (auditing) e deriva do termo auditor, o qual


corresponde a “aquele que ouve”. Conta-se que quando o rei enviava um emissário
com a finalidade de notificar algum súdito de alguma dívida, numa época em que o
papel e a imprensa ainda não eram utilizados, acompanhavam uma pessoa que tinha
por missão comprovar que o referido súdito ouviria a mensagem e era conhecedor
da situação, este era o auditor. Infere-se que o fato de a palavra deste ter fé pública e
servir de comprovação perante terceiros levou posteriormente à aplicação da
nomenclatura para o profissional que passou a atuar no exame de contas cujo
testemunho poderia ser considerado em juízo. (PINHO, 2007, p.5-6).

A “aplicação da auditoria” já era conhecida na longínqua civilização suméria. Na


época, evidentemente, não existiam profissionais para a actividade. A denominação para
quem a praticava, ou seja, o termo auditor, surgiu somente no século XII, na Inglaterra.

Mesmo com a simples e restrita função de examinar registos das transacções


administrativas, sabe-se que, na Idade Média, a auditoria possuía alguma estruturação. Havia
associações com profissionais que, já em 1310, teriam sido contratados para uma auditoria
nos Conselhos Londrinos.No início, a única função da auditoria era examinar os registos
contabilísticos, o que, com o passar de tempo, estaria um tanto ultrapassado. Foi, portanto,
dessa forma lenta, com idéias limitadas, que se originaram as actividades de auditoria.
Passaram-se alguns séculos sem que nenhuma evolução ocorresse. As associações
profissionais que eram encarregadas de executar a função de auditoria trabalham nos
caminhos abertos por colegas precursores. O trabalho era realizado sem inovações. Não
evolui, mas foi de significativa importância para a origem da actividade.

Um fato histórico que muito contribuiu para o crescimento das mais variadas
actividades do homem foi a Revolução Industrial, que também colaborou para a ampliação do
aparato técnico utilizado na actividade da auditoria. Mesmo que de forma indirecta, a
Revolução Industrial imprimiu novas directrizes às técnicas contábeis. Tal facto atingiu
positivamente a auditoria, que sentiu a necessidade de se adaptar para se enquadrar a uma
realidade nova.

Com a Revolução Industrial surgiram diversas novas empresas. Elas rapidamente


cresceram e não mais podiam permanecer fechadas em grupos familiares. Houve um aumento
crescente nas instalações fabris, que exigiam o desenvolvimento paralelo de pontos
importantes dentro de uma organização, como a capacidade administrativa, as novas
tecnologias, o aperfeiçoamento das rotinas internas e o controle de custos. Com essas novas
19

características inerentes às empresas, houve uma evolução nas funções de auditoria, passando
da simples verificação, com o sentido de supervisão, para detectar problemas significativos,
com a criatividade, já apresentando sugestões e/ou soluções.

A Revolução Industrial (1756, na Inglaterra) e expansão do capitalismo, propiciaram


grande impulso para a profissão, devido ao surgimento das primeiras fábricas com o uso
intensivo de capital, geograficamente fora da jurisdição dos proprietários, com a consequente
necessidade de delegação de funções e atividades e atribuições de responsabilidades quanto
ao uso dos recursos produtivos e comerciais.

No ano de 1880, é criada a Associação dos Controladores Públicos Certificados na


Inglaterra (Institute of Chartered Accountants in England and Wales). Em 1886, cria-se nos
Estados Unidos a Associação dos Controladores Públicos Certificados. E em 1894, é criado
na Holanda o Instituto Holandês de Contabilidade Pública.

Paradoxalmente, a primeira associação fundada com o intuito de defender a


integridade profissional do auditor nasceu na Escócia, em 1850. Esta associação, juntamente
com algumas surgidas depois, na Inglaterra e demais países da Europa, em muito contribuiu
para a moralização da auditoria. Somente os associados a tais entidades poderiam executar
tarefas de auditoria.

No início do século XX, surgimento das grandes corporações americanas (Ford,


DuPont) e rápida expansão do mercado de capitais nos Estados Unidos. Crash da
bolsa em 1929, devido à grande depressão econômica nos Estados Unidos, é criado
o Comitê May, um grupo de trabalho instituído com a finalidade de estabelecer
regras de auditoria e contabilidade para as empresas que tivessem suas ações
negociadas em Bolsa de Valores, tornando obrigatória a auditoria contábil
independente das demonstrações contábeis (OLIVEIRA, 2008, p.3).

Outro fato que também contribuiu para a evolução foi à ascendência do sistema
capitalista. O sistema, que possui como característica a concorrência acirrada entre as
empresas, provocou a necessidade de controlos internos radicais, para que se alcançasse
redução nos custos. Dessa forma, a empresa poderia apresentar no mercado um produto mais
competitivo. A partir desse momento, a profissão de auditor tomou impulso.

A norma imposta às empresas pelo sistema capitalista fez com que técnicas de
auditoria, que já haviam evoluído, buscassem maiores aprimoramentos, procurando satisfazer,
da melhor maneira possível, as intenções de controlo para a empresa, em conjunto com a
necessidade de segurança para o aplicador que optou por investir na empresa.
20

A responsabilidade dos “auditores” era basicamente de revisar e conferir valores e


documentos, sendo a função uma extensão da dos auditores públicos. Com o desenvolvimento
da indústria e do comércio, ampliou-se as funções dos auditores internos transformando-se, de
meros “conferentes e revisores”, em “olhos e ouvidos” da Administração, colaborando com a
diretoria para um melhor desempenho administrativo geral, em todos os sectores da entidade.

A Auditoria tem sua importância reconhecido em tempos remoto, já na longínqua


civilização sumérica. Surgiu em decorrência do desenvolvimento dos negócios que, com o
tempo, apresentavam mudanças e precisavam acompanhar o crescimento tecnológico.

2.3.Auditoria Interna, Breves Considerações

A Auditoria Interna é a parte de auditoria que busca desenvolver e avaliar os


sistemas gerências da empresa auditada, a fim de auxiliar a administração e sócios a
cumprir eficazmente suas responsabilidades. Existem inúmeras formas de conceituar
a Auditoria Interna, no entanto foram evidenciadas as principais definições de
acordo com as necessidades da presente pesquisa Attie (1992, p. 28-29).

Ainda Attie (1992, p. 28-29) a Auditoria Interna é uma função independente de


avaliação, criada dentro da empresa para examinar e avaliar suas actividades, como um
serviço a essa mesma organização. A proposta da Auditoria Interna é auxiliar os membros da
administração a desincumbirem-se eficazmente de suas responsabilidades. Paratanto, a
Auditoria Interna lhes fornece análise, avaliações, recomendações, assessoria e informações
relativas às actividades examinadas.

Na visão de Boynton, Johnson e Kell (2002, p. 932) Auditoria Internaé uma actividade
independente, de fornecimento de segurançaobjectiva e de consultoria que visa acrescentar
valor a uma organização e melhorarsuas operações. Trazendo para a organização uma
abordagem sistemática e disciplinada para avaliação e melhora da eficácia de seus processos
de gestão de risco, controle e ajuda-a a atingir seus objectivos.

Conforme os conceitos citados pelos autores, a Auditoria Interna tem um


papelessencial dentro das empresas, é uma actividade independente e de acessória ao
pessoalda administração, voltada para a avaliação, eficiência e eficácia dos sistemas de
gestão.Procura detectar falhas nos processos, corrigi-las e desenvolvê-las a fim de melhorar
asoperações realizadas pela empresa, busca também averiguar se as políticas, metas e
objectivosestão sendo alcançadas.
21

Consiste em controlar as áreas chaves nas empresas a fim de evitar situações que
propiciem fraudes, desfalques e subornos, através de testes regulares nos controles internos
específicos de cada organização.

Em um conceito adaptado da American Accounting Association, a auditoria pode


ser entendida como o campo do saber voltado para o desenvolvimento e para o
aperfeiçoamento do processo sistemático de obtenção de evidências que visa
aquilatar o grau de conformidade das práticas e afirmações frente aos padrões
estabelecidos e à comunicação dos resultados aos diversos interessados. (PINHO,
2007, p.3).

2.4. Objectivos da Auditoria Interna

Quanto aos objectivos, Attie (1992, p.29), sintetiza que a auditoria Interna tem por
objectivo:

 Examinar a integridade e fidedignidade das informações financeiras e


operacionais e os meios utilizados para auferir, localizar, classificar e comunicar
essas informações;
 Examinar os sistemas estabelecidos, para certificar a observância às políticas,
planos, leis e regulamentos que tenham, ou possam ter, impacto sobre operações e
relatórios, e determinar se a organização está em conformidade com as directrizes;
 Examinar os meios usados para a protecção dos activos e, se necessário,
comprovar sua existência real;
 Verificar se os recursos são empregados de maneira eficiente e económica
 Examinar operações e programas e verificar se os resultados são compatíveis com
os planos e se essas operações e esses programas são executados de acordo com o
que foi planeado;
 Comunicar o resultado do trabalho de auditoria e certificar que foram tomadas as
providências necessárias a respeito de suas descobertas.
O objectivo da Auditoria Interna é assistir aos membros da organização no
cumprimento efectivo de suas responsabilidades. A Auditoria Interna fornece
análises, avaliações, recomendações, conselhos e informações concernentes às
actividades examinadas. O objectivo da auditoria inclui promover um efectivo
controle a um custo razoável. Portanto, o objectivo da Auditoria Interna não é
apenas observar como os Controles Internos funcionam, mas também averiguar e
examinar se as informações estão sendoutilizadas com o objectivo de desenvolver as
actividades da empresa. Bem como monitorar e estabelecer planos e métodos de
trabalho para tornar os mecanismos mais eficientes atendendo principalmente aos
interesses dos gestores (ATTIE 1992, p. 29).

Para Goreth (1992, p. 45), a auditoria interna, quando surgiu, possuía o objectivo de
auxiliar os administradores nos controles do cumprimento de normas contabilístico e rotinas
22

internas. Dessa forma, a função tomou perfil de um controle incumbido de avaliar a eficiência
e eficácia dos demais. Essa avaliação deveria ser completa e geral para todas as áreas, já que
a auditoria interna é órgão da administração e, portanto, com neutralidade e autonomia em
relação a qualquer outro sector.

Nesta década, a auditoria interna encontra-se bastante evoluída e, longe de representar


um luxo, é considerada uma necessidade, de forma especial para a empresa de maior porte.
Com directrizes previamente traçadas, a auditoria interna busca, cada vez mais, atender
satisfatoriamente a realização dos mais variados tipos de empresas. Dentro da grande
empresa, ela tem o objectivo de ser os “olhos e ouvidos” da administração, só assim esta
alcançará força actuante nos controles internos até o nível operacional e agindo dessa maneira
facilitará o adequado desempenho das obrigações administrativas.

Assim, pode-se dizer que o objectivo geral do trabalho de auditoria interna consiste em
prestar assistência a todos os membros da administração, no sentido de levar a um
cumprimento eficiente de suas responsabilidades, proporcionando-lhes análises, avaliações,
recomendações e comentários pertinentes às actividades examinadas, participando do
desempenho/resultado da entidade, evidenciando oportunidades internas e externas,
procurando soluções para os problemas identificados e agregando valor ao produto.

Conforme Goreth (1992), dentre os objectivos mais significativos da auditoria interna


pode-se também mencionar os seguintes objectivos:
 Assessorar a administração, por meio de geração de informações para fins da
tomada de decisão nos seus diversos níveis, voltando-se para o exame e avaliação
dos sistemas de controlo, bem como da qualidade do desempenho das áreas,
concorrendo para o integral atendimento dos objectivos empresariais;
 Certificar se foram atingidos os objectivos operacionais e dos negócios e se os
meios utilizados, foram adequados e eficientes, em relação aos custos envolvidos,
prazos estabelecidos e benefícios obtidos;
 Salvaguardar os activos de possíveis prejuízos, decorrentes de fraudes ou erros
involuntários e assegura a exactidão dos activos e passivos;
 Assegurar, constantemente, a validade e integridade dos dados contabilísticos que
deverão ser utilizados pela gerência para tomada de decisões, observando às
políticas, planos, procedimentos, leis;
23

 Promover a eficiência operacional da empresa dentro de normas e rotinas pré-


estabelecidas;
 Evidenciar oportunidades a serem exploradas.
Já na concepção de Attiê (1992, p. 29), pode-se dizer que a auditoria interna tem por
objectivo:

 Examinar a integridade e fidelidade das informações financeiras e operacionais e


os meios utilizados para aferir, localizar, classificar e comunicares informações;
 Examinar os sistemas estabelecidos, para certificar a observância às políticas,
planos, leis e regulamentos que tenham, ou possam ter impacto sobre operações e
relatórios, e determinar se a organização está em conformidade com as directrizes;
 Examinar os meios usados para a protecção dos activos e, se necessário,
comprovar sua existência real;
 Verificar se os recursos são empregados de maneira eficiente e económica;
examinar operações e programas e verificar se os resultados são compatíveis com
os planos e se essas operações e esses programas são executados de acordo com o
que foi planejado;
 E comunicar o resultado do trabalho de auditoria e certificar que foram tomadas as
providências necessárias a respeito de suas descobertas.

2.5. Perfil do Auditor Interno

Os auditores internos têm a responsabilidade de observar as normas de conduta


estabelecidas para a profissão. O Código de Ética do instituo de Auditores Internos estabelece
normas de conduta e fornece bases para reforço das mesmas junto aos membros desse
Instituto. O Código exige alto padrão de honestidade, objectividade, diligência e lealdade a
ser mantido pelos auditores internos.

“Os auditores necessitam possuir conhecimento, capacidade e instrução essenciais à


realização dos exames de auditoria interna” (ATTIE, 2007, p.38).

O auditor interno, dependendo obviamente de onde se encontre na escala hierárquica,


precisa conhecer em maior profundidade determinados itens e especializações. Independente
disso, todo auditor precisa dos seguintes requisitos:
24

 Capacidade para aplicação das normas, procedimentos e técnicas, na execução das


auditorias internas. Significa enfrentar situações que possam ocorrer, sem
necessitar recorrer a outras fontes para assessoria ou pesquisa técnica;
 A capacidade na área de princípios e técnicas contabilísticas são necessária para
os auditores que executam trabalhos com ênfase na contabilidade, registos e
relatórios financeiros;
 Conhecimento dos princípios de administração, para reconhecer e avaliar a
relevância e significado dos eventuais desvios em relação às boas práticas
empresariais;
 Esse conhecimento pressupõe capacidade de resolver situações que possam
ocorrer, reconhecer eventuais desvios relevantes e efectuar a pesquisa necessária
para chegar a soluções viáveis;
 Conhecimento dos fundamentos de contabilidade, economia, direito comercial,
impostos, finanças, métodos quantitativos e sistema de processamento electrónico
de dados. Esse reconhecimento pressupõe capacidade de identificar a existência
de problemas ou a possibilidade de estes ocorrerem e de determinar o que é mais
necessário em termo de pesquisa e assessoria.
De acordo com Attie (2007, p.38), “os auditores internos devem ter habilidades no
trato com as pessoas e em comunicar-se de maneira eficaz, devem entender de relações
humanas e tentar manter um bom relacionamento com os sectores submetidos a exame”.

Os auditores internos necessitam ser capazes de se comunicar bem, oralmente e por


escrito, de modo a transmitir eficazmente assuntos relacionados com as suas actividades e
com as quais se defrontam, especificando, com clareza, a todos os níveis e pessoas que
precisem ser certificados a esse respeito. Devem aprimorar sua capacidade técnica através de
educação contínua, possuem a responsabilidade de continuar sua própria educação
profissional, a fim de manter-se actualizados sobre novos eventos e sobre tudo que se passa
com normas, procedimentos e técnicas de auditoria interna.

O auditor interno deve demonstrar zelo no desempenho das incumbências de


auditoria interna. O zelo profissional implica cuidado e competência razoáveis, não
infalibilidade ou desempenho excepcionalmente bom. Não se exige do auditor
zeloso que faça auditorias pormenorizadas de todas as transacções, mas que realize
exames e verificações em grau e extensão razoáveis. Por esses motivos, o auditor
interno não pode garantir com absoluta segurança que não haja irregularidades ou
inobservância de normas ou princípios (ATTIE, 2007, p. 39).
25

Quando os auditores internos têm motivos razoáveis para suspeitar de deturpações ou


irregularidades intencionais, deve informar a quem de direito, na organização, sobre a
situação. Além do mais, devem fazer recomendações para que se investigue o que for
necessário nas circunstâncias. Após tudo isso, requer-se o acompanhamento do desenrolar dos
fatos para se certificar de que suas responsabilidades foram efectivamente cumpridas.

O auditor interno deve estudar pelo menos o seguinte: o âmbito e a extensão do


trabalho necessário para atingir os objectivos de auditoria, importância relativa ou a
significação de questões às quais se aplicarão os procedimentos de auditoria, adequação e
eficácia dos controles internos e o custo da auditoria, relativamente aos benefícios que dela se
espera obter.

O zelo profissional compreende a avaliação das normas operacionais e a verificação da


aceitação e cumprimento dessas normas. Quando as normas de desempenho operacional são
vagas, deve-se providenciar uma interpretação segura das mesmas. Se os auditores internos
tiverem de interpretar ou seleccionar as normas, devem fazê-lo de comum acordo com os
responsáveis pelo exame das operações. Tal exame corresponde adequação e propriedade das
normas necessárias para se avaliar o desempenho operacional.

2.6. Métodos e Técnicas de Auditoria Interna

As técnicas são os meios ou instrumentos que o auditor utiliza na realização do seu


trabalho e que lhe possibilitam formar uma opinião” A complexidade e o volume das
operações realizadas pelas empresas fazem com que sejam desenvolvidas técnicas de
auditoria específicas, aplicadas por meio de provas selectivas, testes e amostragem. O auditor,
na execução do seu trabalho, socorre-se de um vasto conjunto de procedimentos que o
auxiliam na formação de uma opinião e que variam consoante o tipo de trabalho a realizar,
podendo classificar-se em gerais e específicos. Os procedimentos gerais são os que têm
aplicação em várias fases da execução do exame e compreendem as seguintes técnicas de
verificação:

 Inspecção;
 Observação;
 Entrevista;
 Confirmação;
 Análise;
26

 Cálculo.

A opinião do auditor precisa estar fundamentada em factos comprovados, evidências


factuais e informações irrefutáveis. O auditor precisa avaliar cada elemento quanto à
objectividade, importância, validade e fiabilidade. De uma forma geral, e independentemente
dos seus objectivos e da entidade por ela responsável, qualquer auditoria desenvolve-se
sempre por três grandes fases sequenciais, cuja observância é determinante para o respectivo
sucesso.

O levantamento de informações fornece ao auditor uma visão integrada do objecto de


auditoria, oferecendo elementos que possibilitem o julgamento da possibilidade de execução e
relevância da auditoria e indiquem se deverá ser executada uma auditoria operacional ou uma
avaliação de programa, além de delimitar os objectivos, a extensão e a estratégia
metodológica a ser utilizada.

O levantamento de auditoria compreende as seguintes etapas (TCU, 1998):

 Elaboração do plano de levantamento de auditoria;


 Análise preliminar do objecto de auditoria;

Para que a auditoria possa atingir os seus objectivos deve ser adequadamente planeada
em função do tipo de auditoria a realizar e das informações previamente recolhidas as quais
permitirão estabelecer a natureza, extensão e profundidade dos procedimentos a adoptar e a
oportunidade da sua aplicação. “Um planeamento adequado contribui para assegurar que seja
dedicada atenção apropriada a áreas importantes da auditoria, que problemas potenciais sejam
identificados e resolvidos numa base tempestiva e que o trabalho de auditoria seja
devidamente organizado e gerido a fim de ser executado de uma maneira eficaz e eficiente. O
planeamento adequado também ajuda à devida atribuição de trabalho aos membros da equipa
de trabalho, facilita a direcção e supervisão dos membros da equipa de trabalho e a revisão do
seu trabalho, e ajuda, quando aplicável, na coordenação do trabalho feito por auditores de
componentes e peritos. A natureza e extensão das actividades de planeamento variarão de
acordo com a dimensão e complexidade da entidade, a anterior experiência do auditor com a
entidade, e as alterações nas circunstâncias que ocorram durante o trabalho de auditoria.”

Nesta fase pretende-se obter um estudo preliminar, cujo objectivo é um profundo


conhecimento da entidade a auditar e a elaboração e aprovação do plano global de auditoria.
27

No estudo preliminar, também designado por pré-planeamento, deve-se proceder à recolha e


avaliação prévia da informação, avaliação preliminar dos sistemas e dos controlos, definição
dos objectivos de auditoria em pormenor e determinação das necessidades de recursos e
calendarização da acção. O auditor necessita de elaborar o chamado dossier permanente da
entidade, que integra todas as informações consideradas relevantes pelo auditor e que possam
ter de ser consultadas, no presente ou no futuro.

Relativamente à elaboração e aprovação do plano global de auditoria, deve ser


contemplado o âmbito e a natureza da auditoria, a respectiva calendarização e objectivos, os
critérios e a metodologia a utilizar e a discriminação de todos os recursos indispensáveis à sua
consecução. Constitui, assim, um documento chave, que deve ser preparado em devido tempo
e conter todas as informações necessárias, permanecendo, no entanto, claro e conciso.

2.7.Fases da Auditoria

A equipa de Auditoria Interna deverá compreender e avaliar os controlos internos


existentes em cada área a auditar, com o objectivo de assegurar uma razoável confiança nos
mesmos, assim sendo, as fases da auditoria são os seguintes:

1ª Fase: O Planeamento: É necessário planear as diferentes avaliações o controlo interno,


gestão e risco e Governantes a realizar ao longo do ano, determinar a amplitude, alcance e
frequência, para não deixar que a realização de Auditorias fique a mercê da ocorrência e
algum acontecimento que seja necessário investigar.

Os objectivos do planeamento são estabelecer prioridades face as áreas ou operações a


auditar, rendibilizar os processos, determinar a profundidade os testes e identificar os recursos
necessários e adequados.

É necessário elaborar um plano anual a fim de permitir a realização de exames


adequados e eficientes que facilitem a concretização dos objectivos da actividade de Auditoria
Interna, em tempo razoável, independentemente de acontecimentos imprevisíveis. É difícil
estabelecer um plano padrão de Auditorias, em virtude das diferentes estruturas
organizacionais e estilos de gestão. No entanto, podem-se estabelecer os requisitos mínimos a
terem conta, aquando da elaboração de planos, entre os quais se estacam:

 A Dimensão da entidade;
 O sector de actividade a que pertence;
28

 O correcto tratamento das informações;


 A filosofia de gestão quanto as politicas gerais (proactivas ou não);
 A situação económica financeira da entidade;
 A identificação das funções mais relevantes dentro da entidade e os problemas críticos
(riscos) que possam afectar;
Um planeamento adequado contribui para assegurar que seja dedicada atenção
apropriada a áreas importantes da auditoria, que problemas potenciais sejam identificados e
resolvidos numa base tempestiva e que o trabalho de auditoria seja devidamente organizado e
gerido a fim de ser executado de uma maneira eficaz e eficiente. O planeamento adequado
também ajuda à devida atribuição de trabalho aos membros da equipa de trabalho, facilita a
direcção e supervisão dos membros da equipa de trabalho e a revisão do seu trabalho, e ajuda,
quando aplicável, na coordenação do trabalho feito por auditores de componentes e peritos. A
natureza e extensão das actividades de planeamento variarão de acordo com a dimensão e
complexidade da entidade, a anterior experiência do auditor com a entidade, e as alterações
nas circunstâncias que ocorram durante o trabalho de auditoria.”

Nesta fase pretende-se obter um estudo preliminar, cujo objectivo é um profundo


conhecimento da entidade a auditar e a elaboração e aprovação do plano global de auditoria.
No estudo preliminar, também designado por pré-planeamento, deve-se proceder à recolha e
avaliação prévia da informação, avaliação preliminar dos sistemas e dos controlos, definição
dos objectivos de auditoria em pormenor e determinação das necessidades de recursos e
calendarização da acção. O auditor necessita de elaborar o chamado dossier permanente da

2ª Fase: Preparação da Auditoria: A preparação da Auditoria inclui um programa de


trabalho que é um plano detalhado de práticas comuns de Auditoria e avaliação prévia do
controlo interno e da gestão de risco, baseada nas normas e politicas estabelecidas pela
entidade e nas normas internacionais de auditoria interna geralmente aceites.

O programa de auditoria é uma orientação, um guia para a consecução do trabalho da


actividade de Auditoria Interna. A sua aplicação não assenta em critérios rígidos, podendo a
entidade, que integra todas as informações consideradas relevantes pelo auditor e que possam
ter de ser consultadas, no presente ou no futuro. equipa de Auditoria usá-lo com uma razoável
flexibilidade, ajustando-o aos factos ocorridos.

3ª Fase: Exame Preliminar: A fim de conhecer bem a entidade ou área sujeita a Auditoria, o
auditor interno tem necessidade de efectuar as deslocações, observações, reuniões, recolha
29

documental, etc., que lhe permita obter a descrição preliminar do sistema, da actividade ou do
processo, e acordo com o trabalho a realizar. Pode efectuar uma revisão analítica se
considerar necessário.

A primeira reunião deve ser com o responsável a área sujeita a auditoria e no local a
auditar, a fim de poder efectuar o primeiro esboço do trabalho a executar. Deve também
efectuar a recolha e verificação dos documentos básicos que lhe permitam conhecer e escrever
o sistema, bem como a adequação e eficácia do processo de gestão de risco.

4ª Fase: Exame e Avaliação da Informação: Após se ter avaliado o controlo interno,


reavaliado o risco e reajustado o Programa Preliminar de Auditoria, procede-se a execução do
exame propriamente dito, incluindo todo o tipo de testes. O auditor interno efectua uma
revisão detalhada das operações e, ou, processos e respectivo sistema de controlo interno e
gestão de risco, recorrendo a testes de conformidade que permitam avaliar a concessão e
eficácia do sistema.

5ª Fase: Conclusões e Recomendações: Nesta fase, o auditor deve apresentar explicações


sobre todas as questões suscitadas pelo trabalho anterior e apreciar os seus eventuais efeitos
sobre as condições gerais, com vista à determinação das matérias que serão objecto de
relatório e que, como tal, determinarão, em parte, a respectiva estrutura.

O relatório deve contemplar as actividades e programas ou projectos auditados e


observar, correcta e imparcialmente, os factos constatados. Deverá ser elaborado tendo em
consideração objectivos de clareza, concisão e exactidão, que terão de estar sempre presentes
face à necessidade de apreensão correcta do respectivo conteúdo por parte dos destinatários.

Após ter efectuado o exame e a avaliação, estando na posse da prova suficiente e


adequada, incluindo a eficácia dos controlos internos e de risco, o auditor interno esta em
condições de elaborar as conclusões e efectuar recomendações. As recomendações são o
resultado da auditoria e baseiam-se nas observações e conclusões obtidas durante a realização
do trabalho.

2.8. Missão da Auditoria Interna


Segundo Maria Goreth (1992, p. 37-38), partindo de várias entidades pesquisadas, a
missão da auditoria interna é:
30

Assessorar a administração, por meio de exames adequados e eficazes dos controles


internos da entidade;

 Verificando a integridade e confiabilidade dos sistemas; constatando a


observância das políticas, metas, planos, procedimentos, leis, normas e
regulamentos; garantia da eficiência, eficácia e economicidade do desempenho e
utilização dos recursos, salvaguarda e análise da exactidão dos activos e passivos,
objectivos, planos e meios de execução estabelecidos com compatibilidade das
operações e programas; assessorar a acção de todos os níveis da administração e
de sua equipe de trabalho, contribuindo de forma efectiva para o desempenho de
suas atribuições e responsabilidades, visando cumprir a missão da entidade;
agregar valor aos produtos oferecidos pela entidade;
 Comprova r aos accionistas o grau de confiabilidade do gerenciamento e
condução do negócio por parte dos responsáveis pela entidade.

A acção da auditoria interna deve subsidiar o gestor no estabelecimento de uma


estratégia interna que venha a melhor posicionar a entidade externamente, visando a
identificação de erros e desvios, revisão do controle interno por parte do auditor, exame e
avaliação do planeamento, sistema de organização e de gerenciamento das actividades,
confrontamento do que foi realizado com o planeamento pelo gestor induzindo a um maior
controle de sua área de trabalho. Assim, a empresa só poderá cumprir sua missão se puder
satisfazer as necessidades da organização como um todo, obtendo resultados atractivos para o
investidor.

2.9. O Controlo Interno


O conceito de controlo interno não é um só nem unânime o pensamento sobre o que se
deve entender por controlo interno.

Segundo o AICPA (1999, p.2), o controlo interno pode ser conceituado da seguinte
forma:

“O Controlo Interno compreende o plano de organização e todos os métodos e


medidas, adoptadas numa empresa para proteger o seu activo, verificar a exactidão e
a fidelidade dos seus dados contabilísticos, incrementar a eficiência operacional e
promover a obediência às directrizes administrativas estabelecidas.”

Da definição anterior resulta que o sistema de controlo interno é o plano de


organização e todos os métodos e procedimentos adoptados pela gestão de uma organização
para auxiliar a atingir o objectivo de gestão de assegurar, tanto quanto for praticável, a
31

metódica e eficiente conduta dos seus negócios, incluindo a adesão às políticas da gestão, a
salvaguarda dos activos, a prevenção e detecção de fraudes e erros, a precisão e plenitude dos
registos contabilísticos e a atempada preparação de informação financeira fidedigna.
O Coso (1992) definiu controlo interno como “um processo levado a cabo pelo
Conselho de Administração, Direcção e outros membros da organização com o objectivo de
proporcionar um grau de confiança razoável na concretização dos seus objectivos” em três
categorias:

 Eficácia e eficiência das operações;


 Fiabilidade do relato financeiro;
 Conformidade com leis e regulamentos.

Para Almeida (1996, p. 25), “O controle interno representa em uma organização o


conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com os objectivos de proteger os activos,
produzir dados contabilísticos confiáveis e ajudar a administração na condução ordenada dos
negócios da empresa”.

No contexto de Audibra (1995, p. 28) os controlos internos devem ser entendidos


como qualquer acção tomada pela administração (assim compreendida tanto a alta
administração como os níveis gerais apropriados) para aumentar a probabilidade de que os
objectivos e metas estabelecidas sejam atingidos. A alta administração e a gerência planeiam,
organizam, dirigem e controlam o desempenho de maneira a possibilitar uma razoável certeza
de realização.

Na realidade, estas definições reconhecem que um sistema de controle interno se


projecta além das questões directamente relacionadas com as funções dos departamentos de
contabilidade e de finanças. Sendo assim, sem o perfeito conhecimento do que foi planejado,
é improvável que se faça um controle interno adequado.

O controlo interno é essencial para efeito de todo o trabalho de auditoria e, assim, a


existência de um satisfatório sistema de controlo interno reduz a possibilidade de erros e
irregularidades. Essa indicação está incorporada nas normas de auditoria e reforça a
importância do estudo e da avaliação do sistema de controlo das empresas, pelo auditor, com
base na determinação da natureza, extensão e oportunidade dos exames a serem aplicados.
32

Note-se que a suposição é de que a probabilidade de erros e irregularidades é reduzida,


não eliminada. Dado esse fato, procedimentos de auditoria podem ser restringidos, mas nunca
eliminados pela confiança que se tenha no sistema de controlos internos.

O Controlo Interno é a base de qualquer trabalho de auditoria, pois é através dele que
os auditores podem avaliar o processo de gestão, bem como verificar se os erros
irregularidades estão sendo reduzidos. No entanto com as definições citadas anteriormente
pode-se perceber que um sistema de Controlo Interno se estende além dos assuntos
relacionados directamente as funções da contabilidade e dos departamentos financeiros,
engloba também os aspectos operacionais dentro da organização. A verificação da eficácia e
do cumprimento das normas estabelecidas pelo controlo interno, bem como a sua modificação
ou adaptação a novas circunstâncias, é de responsabilidade da administração da empresa.

Outro facto interessante em relação ao controlo interno é a sua relação com a


Auditoria Interna. É comum confundi-los, entretanto, a diferença entre as duas vertentes são
significantes. Enquanto o controlo interno está voltado para a execução dos objectivos da
empresa, a auditoria interna está mais relacionada a um “trabalho organizado de revisão e
apreciação dos controlos internos”.

Assim, o controlo interno, facilita o trabalho dos auditores internos e também dos
auditores externos, visto que os relatórios emitidos pela empresa se tornaram, mais
confiáveis, devido à aplicação de controlos rigorosos na emissão destes, o que
consequentemente fez com que a quantidade de testes a serem aplicados pela
auditoria interna e posteriormente pela auditoria externa fossem diminuídos (ATTIE,
2010, p.148)

O sistema de controlo interno é essencial para o exercício da actividade operacional de


qualquer empresa, por menor que seja. Por este motivo, a implementação de um adequado
sistema de controlo interno constitui uma responsabilidade dos órgãos de gestão das
empresas. Ao estabelecer um sistema de controlo interno, há que ter em linha de conta a
definição de autoridade e delegação de poder, a segregação, separação e/ou divisão de
funções, o controlo das operações, a numeração dos documentos e a adopção de provas e
conferências independentes. Dentro de uma empresa a definição de autoridade e delegação de
poder visa definir claramente as funções e as relações hierárquicas de todo o pessoal. Nas
grandes empresas e nalgumas médias empresas, tal definição são esquematizadas num
organograma e estabelecida num manual de descrição de funções, num manual de políticas e
procedimentos contabilísticos e num manual de medidas de controlo interno; nas pequenas
empresas, pelo contrário, deve ser bastante variável e flexível.
33

A separação de funções refere – se à conveniência da função contabilística estar


separada da função operacional, de modo a que não seja possível a uma mesma pessoa ter a
seu cargo simultaneamente o controlo físico de um activo e os registos que lhe são adstritos.
Aplica – se não só a pessoas de secções diferentes, mas também a pessoas da mesma secção e
refere – se também à conveniência de ninguém ser responsável por uma operação desde o seu
início até ao seu termo. Uma forma de atingir este objectivo é promover uma rotação
periódica dos empregados de cada secção entre si. Por controlo de operações entende – se
essencialmente a sequência com que decorrem, isto é, o ciclo autorização – aprovação –
execução – registo – custódia, de acordo com os critérios estabelecidos.

A numeração dos documentos (facturas, recibos, ordens de compra, guias de entrada


em armazém, listas ou talões de contagem, entre outros) deve ser sequencial, pois que tal
constitui um factor de controlo bastante importante, dado que possibilita detectar quaisquer
utilizações inapropriadas dos mesmos. Além disso, deve existir um controlo numérico de
todos os documentos recebidos da tipografia de modo a que a sua entrada ao serviço ocorra de
forma sequencial.

A adopção de provas e conferências independentes visa, por um lado actuar sobre o


sistema implementado e, por outro, sobre o trabalho que cada pessoa executa, de modo a obter
- se o menor número de erros possível. De uma forma sintética poder – se – á dizer que um
sistema de controlo interno consiste, fundamentalmente, num plano de organização destinado
a cumprir, entre outros, com os seguintes objectivos:

 Obter informação financeira atempada e fidedigna;


 Proporcionar uma garantia razoável de que as transacções são autorizadas e
executadas de acordo com a delegação de competências e segregação de funções
existente dentro da organização;
 Proporcionar o cumprimento de normas internamente estabelecidas e das diversas
disposições legais;
 Permitir a realização dos objectivos previamente definidos, utilizando da forma
mais eficiente os recursos disponíveis;
 Proporcionar a salvaguarda dos activos da empresa;
 Prevenir e detectar eventuais erros e fraudes;
 Permitir a responsabilização dos diversos intervenientes no processo de
organização e gestão da empresa.
34

O American Institute of Certified Public Accountants (AICPA), caracteriza o


controlo interno em dois grandes tipos de controlo:

Controlo Interno Administrativo, que contém o plano de organização e os procedimentos e


registos que se relacionam com os processos de decisão. É sobretudo um controlo sobre a
eficiência e eficácia das áreas operacionais, tendo apenas uma influência indirecta nas
demonstrações financeiras. Pelo contrário, o Controlo Interno Contabilístico tem grande
influência nas demonstrações financeiras, podendo afectar significativamente os registos
contabilísticos (e consequentemente as demonstrações financeiras finais), razão pela qual
deve merecer uma atenção muito especial quer por parte do auditor interno, quer, sobretudo,
por parte do auditor externo. Especificamente, compreende o plano da organização e os
registos e procedimentos que se relacionam com a salvaguarda dos activos e com a confiança
que inspiram os registos contabilísticos.

Os sistemas Contabilísticos e de controlo interno divergem, naturalmente, de empresa


para empresa e muito significativamente entre uma grande e uma pequena empresa. Há
empresas em que a dimensão não permite uma adequada segregação de funções, nem a
relação custo benefício justifica a implementação dos sistemas considerados adequados.

Conclui-se que o controle interno é responsabilidade de todos nas organizações, e seus


mecanismos devem ser eficazes do ponto de vista dos resultados esperados, e eficientes em
termos de funcionalidade e rapidez de resposta. O controlo interno não deve gerar trabalho
desnecessário tampouco encarecer o tornar pesada a burocracia da

2.10. Objectivos dos Controlos Internos


A definição e a importância do Controlo Interno abrangem vários processos onde o
gestor determina seu objectivo, projecta seus planos para alcançar este objectivo, busca
mecanismos eficientes para controlar.

Na visão de Oliveira, Perez Jr. e Silva (2002, p.84-85), explicitam os principais


objectivos do conjunto de sistema de Controle Interno:
a) Verificar e assegurar os cumprimentos às políticas e normas da companhia, incluindo
o código de éticas nas relações comerciais e profissionais;
b) Obter informações adequadas, confiáveis, de qualidade e em tempo hábil, que sejam
realmente úteis para as tomadas de decisões;
35

c) Comprovar a veracidade de informes e relatórios contabilístico, financeiros e


operacionais;
d) Proteger os activos da entidade, o que compreende bens e direitos;
e) Prevenir erros e fraudes. Em caso de ocorrência dos mesmos, possibilitar a descoberta
o mais rápido possível, determinar sua extensão e atribuições de correctas
responsabilidades;
f) Servir como ferramenta para a localização de erros e desperdícios, promovendo ao
mesmo tempo a uniformidade e a correcção.
2.11. Eficiência do controlo
O auditor, no desempenho da sua actividade, deve garantir o cumprimento dos Princípios
Contabilísticos Geralmente Aceites. Para tal, deverá estabelecer mecanismos de actuação em
diversos aspectos:
 Organização
 Procedimentos Normativos
 Registos e Relatórios
 Auditoria Interna
A eficiência do Controlo deriva da qualidade dos meios humanos, materiais e
metodológicos empregues na actividade de auditoria, bem como da eficiente aplicação das
normas técnicas da contabilidade. O trabalho de auditoria, enquanto actividade a desenvolver
em colaboração e cooperação (pessoal e institucional), implica uma correcta aplicação de
processos organizacionais e de relações humanas, por forma a garantir melhores resultados.

2.12. Limitações do Controlo Interno


A implementação e manutenção de um sistema de controlo interno é uma das mais
importantes responsabilidades do órgão de gestão de qualquer empresa. Porém, o simples
facto de o sistema estar implementado não significa que seja funcional. E mesmo que o seja,
continua a não haver garantia de que a empresa esteja completamente imune à ocorrência de
falhas, erros ou fraudes.

Na realidade existem diversos factores que limitam o controlo interno:

Desinteresse por parte do órgão de gestão na manutenção de um bom sistema de controlo;


36

Dimensão da empresa, na medida em que a implementação de um bom sistema de controlo


interno é mais difícil numa empresa com pouco pessoal do que noutra em que o número de
trabalhadores seja substancialmente mais elevado;

A relação custo/benefício, dado que a implementação de qualquer sistema de controlo


interno acarreta custos, que se vão acumulando à medida que se pretende melhorar o sistema.

Deve-se pôr a hipótese de correr o risco da não implementação de determinadas


medidas de controlo interno, se chegar à conclusão que as vantagens delas resultantes não
justificam os custos da sua implementação;

Existência de erros humanos, conluios e fraudes. Se as pessoas que trabalham numa


empresa não forem razoavelmente competentes e moralmente íntegras, o sistema de controlo
interno será forçosamente falível, por mais sofisticado que seja.

Todavia, uma empresa com um fraco controlo interno é muito mais propícia à
ocorrência destes aspectos negativos do que numa situação inversa, dado que um bom sistema
de controlo interno funciona como dissuasor de irregularidades e de fraudes;

Transacções pouco frequentes. Um sistema de controlo interno é geralmente implementado


para prever transacções correntes, pelo que muitas vezes, as transacções pouco frequentes
escapam a qualquer tipo de controlo;

A crescente utilização de formatos informatizados, com a possibilidade de acesso directo a


ficheiros e bases de dados, deve ser levada em linha de conta aquando da implementação de
um sistema de controlo interno.

2.13 O Enquadramento da Auditoria Interna para Gestão Eficaz das Empresa


Muito se tem falado sobre o actual momento pelo qual passa a função do auditor
interno nas organizações de todo o mundo. É questionada a sua real necessidade nas
organizações, como uma actividade que realmente agregue valor ao negócio e proporcione
rentabilidade e segurança sobre as operações aos accionistas.

Agregar valor, é um somatório de interesses internos e externos que possibilitam um


ganho, não necessariamente o monetário, que se bem aplicados corroboram para a gestão
eficaz da organização como um todo.
37

Outro ponto fundamental para a boa gestão dos trabalhos de auditoria interna, é a
desmistificação entre os funcionários da empresa em que existe uma actividade de auditoria
interna. Sobre a actuação e participação do auditor interno entende-se que este profissional se
encontra na organização como auxílio no desempenho das tarefas dentro da filosofia da
organização, e não como um “dificultador” que está presente apenas para apontar erros, até
porque ambos são parceiros na procura de um resultado comum.

Nesse aspecto, o perfil actual do auditor interno não pode ser o mesmo do passado,
onde era visto como uma pessoa metódica, desagradável, distanciada dos problemas futuros,
debruçando-se apenas sobre os dados passados.

Ao auditor interno vem sendo exigida uma série de conhecimentos diversificados para
o bom desempenho das suas actividades: contabilidade, domínio de técnicas de gestão,
qualidade total, marketing, organização e métodos, planeamento estratégico, informática,
relações humanas, entre outras.

O auditor interno deve ser um componente activo da engrenagem da gestão interna, fazendo
com que as suas observações recolhidas nos trabalhos de campo, sejam úteis e essenciais na
procura de uma adequada gestão de recursos. A sua opinião e visão crítica dos processos,
deve estar alicerçada em evidências que propiciem aos gestores a correcta valoração das
técnicas utilizadas na gestão do negócio, onde a aceitação de mudanças de rumos por parte da
gestão poderá depender da forma de expressão oral e escrita do trabalho desenvolvido pelo
auditor.

Nesse sentido, o auditor interno deve desempenhar a sua actividade com visão
holística e proactiva, antecipando-se aos factos, de modo que a sua opinião seja de
fundamental importância nos rumos da organização. Ao mesmo tempo, deverá estar atento a
novas tendências no mercado em que a sua organização actua. A sua participação na gestão
operacional das organizações deve ir muito além de uma “fiscalização” sobre os processos,
actuando em sintonia com as solicitações do mercado, com metas e estratégias bem definidas,
que é fundamental para a sobrevivência empresarial.

Actualmente, também o perfil do gestor que dispõe de um quadro de auditores internos


deve ser outro, possibilitando a este profissional uma plena autonomia, confiando-lhe
informações actuais, não sendo necessário apurar determinados factos após a sua ocorrência.
38

Perante um futuro incerto, num mundo em mudança com ritmo por vezes muito
acelerado, as organizações têm de observar cada vez mais atenta e continuadamente o seu
meio envolvente, analisar a evolução dos mercados e identificar ameaças e oportunidades,
diagnosticar a sua situação interna e identificar os seus pontos fortes e pontos fracos, definir
os seus objectivos estratégicos, as suas estratégias e políticas globais e analisar
sistematicamente os resultados que vão obtendo.

Para conseguirem uma posição competitiva, vantajosa e sustentada, para serem


rentáveis e até mesmo para sobreviverem, as organizações precisam de ser geridas com
eficácia, de modo a que os objectivos propostos sejam alcançados e, para isso, a auditoria
interna desempenha um papel importante.

Já no entendimento de Rego (2001, p. 19) considera que: “a auditoria interna


preocupa-se, também, com a melhor rentabilização dos recursos disponíveis assim como com
o cumprimento dos objectivos previamente fixados, servindo as organizações na sua
globalidade e não apenas os seus gestores.”

Neste sentido, as actividades de auditoria interna deverão ser planeadas, programadas


e desenvolvidas tendo em conta as preocupações e prioridades da gestão e em concordância
com os objectivos, estratégias e políticas globais definidos, contribuindo para uma gestão
eficaz.

2.14. Erros e Irregularidades


Como consequência da utilização das técnicas de auditoria, poderão surgir provas ou
evidências de erros que conduzirão o auditor a detectar fraudes culposas ou falhas nos
procedimentos de controlos internos. Não existe uma técnica de auditoria voltada para
detecção de fraudes ou erros culposos.

Estes são descobertos como consequência dos testes e extensão dos exames de
auditoria aplicados correctamente. Exemplo: A descoberta de funcionários fantasma na folha
de pagamento decorre do exame da documentação de registos com o nome constante na folha
e outros exames conclusivos.

A selecção das técnicas a serem adoptadas em cada fase do exame depende da


avaliação de diversos factores, muitos dos quais inter-relacionados. Cabe ao auditor
determinar quais os procedimentos aplicáveis em situações específicas e em que extensão eles
deverão ser aplicados em função dos objectivos do órgão/entidade das directrizes
39

administrativas, nível dos seus dirigentes e funcionários, seus controles internos, dos
objectivos a serem atingidos pelos procedimentos e do patamar do risco que o auditor está
propenso a assumir com respeito ao valor dos erros ou irregularidades que eu exame poderá
deixar de detectar.

O trabalho do auditor não é especificamente projectado para desvendar fraudes. Além


do que o administrador público não é essencialmente uma pessoa desonesta. Não é essa a
finalidade da auditoria e não é este o conceito generalizado do administrador público.
Contudo, ao programar e executar seu exame, e ao expressar sua opinião, o auditor deve levar
em conta a possibilidade de erros e irregularidades, inclusive desfalques e outras modalidades
de fraudes.

A prevenção contra fraude, ou os meios para detectá-las tempestivamente, é


responsabilidade do administrador público, a quem compete instalar no sistema de controlo
interno as correspondentes medidas de segurança e de detecção.

2.14.1. Distinção entre erro e irregularidade


O termo “erro” refere-se a práticas administrativas com incorrecções involuntárias e
inclui os aritméticos, os de execução nos registos e elementos contabilístico, desvios
inconscientes ou por desconhecimento das normas contabilístico, e esquecimento ou má
interpretação dos fatos administrativos. Exemplo: má interpretação na escolha de um evento para o
lançamento de vantagem ou desconto.

O termo “irregularidade” refere-se às distorções voluntárias e intencionais nos actos


administrativos e podem resultar de:

 Manipulação de informativos de alteração;


 Interpretação distorcida da legislação;
 Apropriação inédita de activos por administradores, funcionários ou terceiros;
 Incumprimento da legislação.

2.14.2 Indícios de erros e irregularidades


Algumas circunstâncias que poderão induzir o auditor a suspeitar da existência de erro
ou irregularidade incluem, entre outras, as seguintes situações:

 Discrepância nos registos contabilísticos, tais como diferenças entre contas


sintéticas e analíticas;
 Diferenças reveladas por confirmações recebidas de terceiros;
40

 Número de respostas aos pedidos de confirmação directa bem inferior ao


esperado;
 Transacção não suportada por documentação apropriada;
 Transacções não contabilizadas de acordo com instruções genéricas;
 Transacções inusitadas no fim ou próximo do fim do exercício;
 Falta de segregação de função em transacções sensíveis.

2.15. Evidências de Auditoria


Evidência refere-se à informação, ou ao conjunto de informações, utilizada para
fundamentar os resultados de um trabalho de auditoria. A obtenção e análise da evidência é
um processo contínuo incluindo a reunião, análise, interpretação e documentação de dados
factuais com o objectivo de fundamentar os posicionamentos de uma equipe de auditoria.

a) Classificação

Quanto à forma:

Evidências físicas – são as comprovações obtidas através da inspecção “in loco”


realizada pelo auditor e expressam a existência tangível, representada por anotações do
auditor, cópias de documentos ou mesmo fotografias. Comumente as evidências físicas
comprovam, ou não, a consecução das Atitudes Gestionais.

Evidências testemunhais – consiste nas provas obtidas pelo auditor através das
respostas e declarações, tanto de natureza oral, quanto escrita. Na Auditoria Operacional
pública as provas testemunhais escritas têm maior utilidade.

Evidências Documentais: trata-se das comprovações extraídas dos registos


documentais internos ou externos às unidades auditadas. Comumente as evidências
documentais comprovam, ou não, a existência de Actos Administrativos - identificando o tipo
de conduta: se activa ou omissiva. Esta forma de evidência é prova derivada de registos
escritos diversos como manuais de procedimentos, registos contabilísticos, contratos e
documentos de todos os tipos. Os registos são examinados para verificar a ocorrência de
transacções ou eventos por meio de fontes documentais. Os registos podem, também, fornecer
uma descrição do modelo pretendido pelo sistema sob exame.

Finalmente, os resultados registados podem ser analisados como modo de determinar a


eficácia dos controles das operações sob exame.
41

Evidências analíticas – consistem nas provas obtidas através dos trabalhos de


confrontações, comparações, conferências e cálculos realizados pelo auditor. Ex.:
conciliações.

Evidência de reexames – a conformidade das constatações de reexames com as


constatações originais é tipicamente utilizada para verificar a exactidão das medidas e
avaliações. Conferência de preços, extensões ou outros dados são exemplos de procedimentos
usados nesse tipo de prova. O reexame das adições de listas também ajuda conferir a
existência de itens incompletos, já que imprevistos podem indicar inclusões acidentais, duplas
contagens ou omissões. O reexame pode demonstrar se o exame original de um controle foi
eficaz. Um exemplo seria a repetição do cálculo de uma folha de pagamento que um
funcionário tenha executado para verificação.

Quanto à fonte:

Conhecimento profissional – conhecimentos pessoais directos são normalmente


derivados do exame físico do auditor e da observação das actividades. Este tipo de evidência
tende a ser a mais confiável, desde que o auditor possa minimizar o risco de erros de
observação.

Evidência externa – representa a evidência obtida de terceiros que são


organizacionalmente independentes do auditado. Há, evidentemente, graus de independência
organizacional, desde aqueles terceiros que estão no mesmo sector do auditado como aqueles
que não estão. A confiabilidade deste tipo de evidência depende da avaliação do auditor
quanto a sua integridade, competência e objectividade. Onde estes factores não são problema,
a evidência externa é tida como sendo mais persuasiva que a evidência criada dentro da
organização auditada.

Evidência interna – representa a evidência originada na organização auditada. Em


uma auditoria, este é o mais prevalente e económico tipo de evidência a obter. Tende também
a ser a menos confiável (com a evidência oral sendo menos confiável que a documental) das
fontes de evidências.

A confiabilidade depende largamente da determinação do auditor da competência e


integridade do auditado que fornece as informações.
42

Evidências justapostas – esta são a evidência derivada da consistência mútua entre


diferentes partes de uma informação pertencente a uma declaração de controlo. A
confiabilidade das evidências desta fonte depende do grau de consistência encontrado entre
partes separadas da informação, da persuasão, da consistência e da habilidade do auditor em
avaliar a relação entre partes distintas da evidência.

b) Requisitos da evidência

Uma evidência para ser considerada válida, do ponto de vista do trabalho de auditoria,
deve preencher, necessariamente, os seguintes requisitos básicos:

Suficiência - Trata-se de informações que expressam dados factuais completos,


adequados e convincentes, conduzindo os usuários às mesmas conclusões - auditor ou cliente.
Para ser suficiente a evidência deve ser convincente para justificar os conteúdos dos relatórios
de auditoria. A Suficiência é encontrada quando, ambos, auditor e receptor do relatório estão
satisfatoriamente convencidos de que os impactos e conclusões da auditoria são apropriados.
Isso normalmente requer que a quantidade de evidência colectada seja suficiente para também
convencer o auditado, mas em última análise o auditor deve estar mais preocupado em
persuadir o usuário do relatório – aquele que tem o controlo sobre as implementações das
recomendações da auditoria.

Pertinência - Uma evidência é pertinente quando diz respeito ao objetivo da auditoria


realizada e tem uma relação lógica com as constatações e conclusões do auditor.

Fidedignidade - A fidedignidade da evidência está directamente relacionada ao seu


grau de contabilidade, integridade e procedência - significa tratar-se da melhor informação
que se pode obter usando as técnicas apropriadas de auditoria. Diz-se que uma evidência é
fidedigna quando objectiva e livre de parcialidade.

Relevância - Diz respeita directamente ao objecto dos exames e significa que a


informação usada para fundamentar as descobertas e recomendações de auditoria atinge os
objectivos estabelecidos para o trabalho. Relevância dos itens objecto dos exames significa o
grau de relação entre as evidências e os objectivos do auditor. A evidência deve ser relevante
43

para o objectivo específico da auditoria que ela serve e cada objectivo específico deve ser
coberto.

Utilidade - significa que a informação obtida auxilia tanto o auditor a alcançar suas
conclusões como ajuda a Unidade a atingir suas metas e objectivos. A Utilidade ou Validade
refere-se à força ou credibilidade da evidência em dar suporte às conclusões concernentes à
natureza da entidade sob exame.

2.16. A Importância da Auditoria Interna


Com o crescimento das empresas e a consequente diversificação de suas actividades,
surgiu a necessidade de uma actividade que estivesse atenta nas rotinas de trabalho, e se estas
estão sendo habilmente executadas. Com isto, sentiu-se a real necessidade de uma função que
viesse a assessorar a alta administração na garantia dos controles, para corrigir eventuais
desvios ou redireccionar a acção empresarial.

Segundo Paula (1999, p.40), a auditoria interna é importante para a entidade porque:

 É parte essencial do sistema global de controlo interno;


 Leva ao conhecimento da alta administração o retrato fiel do desempenho da
empresa, seus problemas, pontos críticos e necessidades de providências,
sugerindo soluções;
 Mostra os desvios organizacionais existentes no processo decisório e no
planeamento;
 É uma actividade abrangente, cobrindo todas as áreas da empresa;
 São muitas as razões que configuram a importância da auditoria interna,
principalmente quando o sistema é abrangido como um todo, preservando as
entidades contra fraudes e erros.

Para isso, é necessária e fundamental que a auditoria interna tenha sua independência
preservada para atender as características das entidades que estejam em fase de mudança.

Já Attiê (1992, p. 26) defende a importância da auditoria interna como sendo o


momento em que a administração passa a necessitar de alguém que lhes afirme que os
controles e as rotinas de trabalho estão sendo habitualmente executados e que os dados
contabilísticos, com efectividade, merecem confiança.
44

Nesse sentido, entende-se como sendo uma actividade necessária à organização e


desenvolve se a fim de seguir a gerência, concedendo-lhe alternativas, como ferramenta de
trabalho, de controlo, assessoria e administração.

Apesar da relevância dada pelos autores, a importância da auditoria interna para as


empresas privadas, torna-se mais abrangente por estar ligada directamente à directoria e ser
vista como os olhos da mesma em todos os sectores.

A auditoria interna busca orientar os administradores nas tomadas de decisões, visando


a eficiência e eficácia dos controles internos da organização. Através da verificação das
rotinas e procedimentos internos, a auditoria interna deixa de ser um instrumento utilizado
apenas nas evidências de fraudes e erros e passa a ter uma acção preventiva de forma a
optimizar as rotinas operacionais dos processos dentro da empresa.

O auditor deve desempenhar suas actividades com uma visão sistémica, antecipando
os fatos, de modo que sua opinião seja de fundamental importância para a gestão eficaz dos
negócios.

Dentro deste aspecto, faz-se necessária uma melhor divulgação do trabalho


desenvolvido pela auditoria interna e uma consciencialização dos empresários sobre a
necessidade desse trabalho dentro da organização.

2.17. Papel da Auditoria Interna no Processo Decisório


Em evidência sobre o actual momento pelo qual passa a função de auditoria interna
nas organizações de todo o mundo, apesar de uma área temática recente, é questionada a sua
real necessidade nas organizações, como uma actividade que realmente agregue valor ao
negócio e proporcione rentabilidade e segurança sobre as operações aos accionistas.

Agregar valor é um somatório de interesses internos e externos que possibilitam um


ganho, não necessariamente o monetário, que se bem aplicados corroboram para a gestão da
organização como um todo.

Aos profissionais de auditoria interna vem sendo exigida uma série de conhecimentos
diversificados para o bom desempenho das suas actividades: contabilidade, domínio de
técnicas de gestão, qualidade total, marketing, organização e métodos, planeamento
estratégico, informática, relações humanas, entre outros.
45

A auditoria interna torna-se um componente activo da “engrenagem” da gestão


interna, fazendo com que as suas observações, sejam úteis e essenciais na procura de uma
adequada gestão de recursos. A sua opinião e visão crítica dos processos, será alicerçada em
evidências que propiciem aos gestores a correcta valoração das técnicas utilizadas na gestão
do negócio, onde a aceitação de mudanças de rumos por parte da gestão depende da forma
como comunica essa opinião.

Outro ponto fundamental para a auditoria interna é a desmistificação entre os


funcionários da empresa onde existe uma actividade de auditoria interna, em que a sua
actuação e participação se centra como um auxílio no desempenho das tarefas dentro da
filosofia da organização, e não como “dificultando” que está presente apenas para apontar
erros, entendida como parceiros na procura de um resultado comum, isto é a nova cultura de
auditoria interna.

De acordo com Pinheiro (2005) defende que o sucesso da auditoria interna passa por
um processo de alquimia, congregando auditores profissionalmente inteligentes, altamente
motivados e comprometidos com o sucesso da empresa onde estão inseridos, com a
responsabilidade de contribuir para a manutenção de um controle interno sadio e ajustado aos
principais objectivos estratégicos da empresa.

Neste novo contexto a função auditoria interna será um centro de excelência para
formar quadros altamente qualificados, para garantir um sistema de controlo interno eficaz no
seio da empresa e com comportamentos éticos irrepreensíveis.

Nesse sentido, a auditoria interna será uma actividade com visão holística e pró-activa,
antecipando-se aos fatos, de modo que a sua opinião importante nos rumos da organização, e
ao mesmo tempo, estará atento a novas tendências no mercado em que a sua organização
actua.

No dia-a-dia as decisões são tomadas quase a todo o momento. As informações para a


tomada de decisão são necessárias, relevantes, fidedignas tempestivas, para que os resultados
planejados pela gestão sejam alcançados, pois este procura a melhor decisão para a
organização.

A informação é hoje a ferramenta fundamental para o processo de tomada de decisão,


já que é a responsável pelas mudanças implementadas pela gestão. O órgão de gestão, para o
processo de tomada de decisão, pode utilizar modelos de decisão, como ferramentas de
46

gestão, utilizados para identificar o curso de acções futuras. São utilizados, ainda, para
descrever ou representar os dados importantes de um processo e as suas inter-relações.

A partir da escolha de um grupo de variáveis e uma especificação das suas inter-


relações, projectadas para representar um processo ou sistema real, total ou
parcialmente, um modelo é a descrição do funcionamento de um sistema,
representando uma construção em particular, utilizando-se da teoria, a qual lhe serve
como suporte conceitual. (BEUREN, 2000, p.17).

Assim, um modelo deve ser delineado de maneira que, apresente a sua estrutura da
melhor forma possível, caracterizando cada detalhe da operação para que o seu auxílio, como
ferramenta de gestão, possa ser eficiente e eficaz, sem, contudo o confundir com o processo
de tomada de decisão.

O modelo de decisão é um meio para atingir o objectivo, enquanto o processo


decisório é muito mais amplo, e tem etapas definidas e necessárias em níveis administrativos
diferentes.

No processo de tomada de decisão, a maior dificuldade é a incerteza em relação ao


futuro, mas esta pode ser reduzida com um bom modelo de decisão na sua concepção e
implementação alimentadas com informações fidedignas, adequadas e oportunas, a fim de
oferecer um resultado favorável e aceitável acerca de uma decisão.

Com o auxílio da auditoria interna, a gestão alimenta o seu modelo de decisão com
informações adequadas e fidedignas recolhidas e avaliadas diariamente, para que a sua
tomada de decisão seja a mais tempestiva possível.

A concepção de um sistema de informações que auxilie o gestor a melhorar as suas


decisões não depende apenas da identificação dos modelos decisórios dos gestores e das suas
necessidades informativas. Muitas vezes, torna-se necessário repensar o próprio modelo de
decisão, além de utilizar informação adicional para determinar a probabilidade de ocorrência
de cada estado da natureza, a fim de reduzir o problema da incerteza. (BEUREN, 2000, p.21).

A auditoria interna deve conhecer o modelo de gestão adoptado pelo órgão de gestão
da organização, levando à gestão as informações úteis para o objectivo pretendido, para que
com estas informações a tomada de decisão conduza a uma gestão eficaz. Já que a auditoria
interna é conhecedora dos actos ocorridos no passado de uma organização, pode prognosticar
o efeito com a escolha de determinada decisão e, portanto, cabe à auditoria interna
47

desempenhar eficazmente as suas responsabilidades no que diz respeito ao processo de


tomada de decisão, auxiliando os gestores com as informações disponíveis, sejam
quantitativas ou qualitativas. Pode-se inferir que a actividade de auditoria interna no âmbito
da assessoria à gestão, observando o cumprimento das suas normas, vem contribuindo
sobremaneira para a concretização dos resultados das organizações, possibilitando a redução
dos riscos a que as empresas estão expostas no actual cenário empresarial, acrescentando
valor.

Mas se valorizam outras perspectivas do controle interno, a auditoria interna, como


actividade de supervisão, também sente a necessidade de novos desenvolvimentos e
novas perspectivas, para responder eficazmente às novas actividades de controle e a
um aumento de risco generalizado nas organizações, que põe em causa
nomeadamente o próprio princípio (COSO, 2004, p.20).

Nos últimos anos tem-se assistido a uma avalanche de novas exigências de


regulamentação nesta temática reproduzindo uma tendência mundial de fortalecimento das
estruturas de controlo.

Diante da introdução de tantas regulamentações que impõem uma postura de “auto


controlo”, tem aumentado a necessidade de criação ou pelo menos aprimoramento de uma
estrutura efectiva de controlo de riscos, e a auditoria interna reforça o seu papel e a sua
importância nessa conjuntura.

Contudo, para melhor responder a essa nova realidade, as estruturas de auditoria


interna tiveram que passar por um processo de transformações que incidem sobre o alcance
das suas acções e forma de actuar.

Mais do que um meio tradicional de responder à crescente preocupação de aderir às


políticas e aos procedimentos regulamentares, o estabelecimento de uma política efectiva de
auditoria interna passou a representar um dos principais alicerces da estrutura de governanta e
gestão de riscos da organização.

A ampliação do novo papel e do alcance da auditoria interna na gestão de riscos


começa a dar os primeiros passos e a ser reconhecido que não é mais possível conceber uma
abrangente gestão de riscos empresariais sem considerar, de alguma forma, o envolvimento
desta função como instrumento de identificação de vulnerabilidades e, até mesmo, de auxílio
à implementação de processos de correcção e melhoria, contribuindo para a consecução dos
objectivos e metas e consequentemente para a melhoria da competitividade das organizações.
48

Para conseguir uma posição competitiva, vantajosa e sustentada, para serem rentáveis
e até mesmo para sobreviver, as organizações precisam ser geridas com eficácia, de modo a
que os objectivos propostos sejam alcançados e, para isso, a auditoria interna, possui função
de apoio, dotada dos conhecimentos neste domínio, desempenha um papel importante. Rego
(2001, p. 19) considera que a auditoria interna preocupa-se, também, com a melhor
rentabilidade dos recursos disponíveis assim como o cumprimento dos objectivos previamente
fixados, servindo as organizações na sua globalidade e não apenas os seus gestores.

Segundo o autor, é importante frisar que a auditoria assume papel relevante no


contexto da organização, pois atesta a veracidade e fidedignidade das informações
contabilistas da empresa, favorecendo de forma positiva na gestão e tomada de decisões
acertadas.

Sawyer (1988, p.7) “defendia que a função do auditor interno é fazer aquilo que a
direcção gostaria de fazer se tivesse tempo para fazer e soubesse como fazê-lo”.

A importância da auditoria interna nas empresas, em função do atendimento de suas


metas proporcionado por uma cultura sólida e estruturado para melhor proveito de sua
potencialidade. Procurando-se através do crescimento e da diversificação das actividades
económicas que assegurem aos empresários a construção de um património e um retorno
satisfatório e necessário às duas expectativas.

A contabilidade passou a exercer papel preponderante dentro de uma visão ampla dos
administradores para o acompanhamento das decisões que só tornam e permitem o arranjo de
novas decisões que se tornem necessárias para conduzir a empresa às metas definidas.

Os aspectos citados passam a fazer parte não só das preocupações da empresa, como
também dos administradores interessados em ser bem sucedidos em suas funções,
especialmente nos pontos primordialmente importantes que medem a eficiência de cada um.

É quando a auditoria é concebida de forma embrionária concedendo alternativa como


ferramenta de trabalho, de controle, assessoria e administração.
49

3. METODOLOGIA DE PESQUISA

3.1. Metodologia

Metodologia é o estudo dos métodos, ou então as etapas a seguir num determinado


processo, tem como finalidade captar e analisar as características dos vários métodos
disponíveis, avaliar suas capacidades potencialidades, limitações ou distorções e criticar os
pressupostos ou as implicações de sua utilização, além de ser uma disciplina, que estuda os
métodos, a metodologia é também considerada uma forma de conduzir a pesquisa ou um
conjunto de regras para o ensino da ciência e arte.

3.2. Tipo de Pesquisa


“A investigação científica depende de um conjunto de procedimentos intelectuais e
técnicos para que seus objectivos sejam atingidos” (PRODANOV e FREITAS, 2013).

Para o desenvolvimento do trabalho tivemos em conta a classificação de pesquisa


quanto aos objectivos e procedimentos técnicos.

3.2.1. Quanto aos Objectivos


A pesquisa foi exploratória, nesse contexto, indagamos elementos que estão
directamente ligados com o problema de pesquisa, na qual fomos ao fundo da questão para
analisar se a auditoria interna serve para avaliar o planeamento estratégico da empresa
Organizações Inácio & Filhos, Lda.

3.2.3. Quanto aos Procedimentos Técnicos


A pesquisa foi bibliográfica, tivemos como suporte para nossa pesquisa livros
científicos (físicos e virtuais), dicionários, revistas, artigos já publicados. Não obstante
tivemos de recorrer também a conteúdos publicados em internet e fomos bastante selectivos
de formas a granjear informações concisas ao nosso trabalho.

De acordo com Alvarenga (2012, p.43), define pesquisa bibliográfica como o “estudo
sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes
electrónicas, isto é, material acessível ao público em geral”.
50

E pesquisa documental. Neste âmbito analisamos as informações que nos foram


passadas, com relação a grande valia que a auditoria interna fornece as empresas e
apresentamos os mesmos com o realismo na qual nos foram entregues.

3.2.3 Pesquisa Quanto Abordagem


Ainda para Alvarenga (2012) para elaboração deste trabalho de investigação científica
foi aplicada a pesquisa quantitativa que pressupõe a observação de fenómenos, a formulação
de hipóteses explicativas, o controlo de variáveis, a verificação ou rejeição de hipóteses
mediante uma recolha rigorosa de dados, utilização do inquérito por questionário,
posteriormente sujeitos a uma análise estatística e uma utilização de modelos matemáticos
para testar essas mesmas hipóteses.

3.3. Instrumento de Colecta de Dados


Segundo Freixo (2012, p. 219) define colecta de dados como sendo “um plano
preestabelecido e que foi feita uma recolha de informações junto dos participantes com a
ajuda dos instrumentos de medida seleccionados.” Estes instrumentos foram, entrevista,
observação e o questionário. O instrumento que foi utilizado foi o questionário que definido
como uma série ordenada de perguntas foram respondidas por escrito e verbalmente pelo
informante (a pessoa questionada).

3.4. População Alvo e Amostra


Para Silva e Menezes (2001,p.32), formula que a população ou universo da pesquisa é
a totalidade de indivíduos que possuem as mesmas características definidas para um
determinado estudo. Amostra é a parte da população ou do universo, seleccionado de acordo
com a regra ou plano, elas podem ser Probabilísticas e não Probabilísticas, para esse trabalho
a População Alvo foi o departamento de administração e finanças. Do universo de 40 que
compõe os departamentos seleccionados, tivemos uma amostra de 20 entrevistados, cujas
respostas foram apresentamos graficamente em base percentual.

3.5. Unidade Em Análise


O estudo de caso foi realizado na província de Luanda na empresa Organizações
Inácio & Filhos, Lda., no Município de Luanda.
51

3.6. Tratamento dos Dados


São as fontes utilizadas durante a pesquisa, que são: primárias e secundárias. Primárias
o pesquisador, utiliza as variáveis observadas, questionários, onde os dados foram
seleccionados em duas fases e as técnicas para obter a informação e a fonte consistiu na
entrevista pessoal através de um questionário aberto e fechado.

3.7. Limitação da Pesquisa


“Todo o método tem possibilidades e limitações, o pesquisador fará o trabalho,
explicando quais as limitações que o método escolhido oferece, mas que ainda assim o
justificam como o mais adequado aos propósitos da investigação” (VERGARA , 2011, p.63).
52

4. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


4.1. Caracterização do estudo
4.1.1 Evolução Histórica da Empresa Organizações Inácio & Filhos, Lda.
O presente trabalho que nos propomos apresentar, tem como tema Auditoria interna
como instrumento de avaliação estratégica. Assim sendo, decidimos aplicar o nosso caso
prático na Empresa Organizações Inácio & Filhos, Lda.

Organizações Inácio & Filhos, Lda., é uma empresa de Direito Angolano que actua no
sector de comércio Prestação de serviço de segurança privada, na construção civil e
comercialização de combustíveis. Com filias espalhadas em 14 de Angola. Fundada em 1996
na cidade de Luanda, tem a sua sede social na avenida 21 de Janeiro nº 71 Bairro Sagrada
Esperança, Distrito Urbano de Maianga, município de Luanda.

Missão: a sua missão resume-se em "Conquistar a plena satisfação do cliente, colaboradores e


fornecedores, prestando serviços de qualidade e duráveis, conduzindo os negócios de maneira
ética e sendo co-responsável pelo desenvolvimento do país."

Visão: resume-se naquilo que pretende alcançar, a curto médio e longo prazo. Para
Organizações Inácio & Filhos, o objectivo é ser a melhor empresa nas suas áreas de actuação
em Angola e qualidade certificada a nível internacional no futuro.

Valores: Valores, padrões sociais geralmente aceitos ou mantidos num grupo; transparência
no seu negócio, Sigilo profissional, Estabelecer um feedback interno e externo (entre clientes,
fornecedores e colaboradores)
53

Figura 2 – Organograma da empresa


PCA

STAF LINE

Auditoria

Adm. Tecnico Adm. Adm. RH


Financeiro

Direcção de DAF Direcção


Operações Gestão de
pessoas
54

QUESTIONÁRIO

O presente questionário, visa avaliar a influência que a Auditoria interna exerce no


processo de decisão da empresa Organizações Inácio & Filhos, Lda.

Empresa: Organizações Inácio & Filhos, Lda. Desc. Conc


Área coberta: Geral. Data: 03/10/2020 Muito Desc. Muito Conc
Elaborado por: Joana de Carvalho Barros

PERGUNTAS

1-O departamento de Auditoria Interna deve ser desenvolvido a


partir dos próprios funcionários existentes na Instituição? 9 7 3 1
2- O Auditor líder deve participar das reuniões da alta
administração onde estão sendo definidas as estratégias da 2 3 8 7
Instituição, assim como a tomada de decisão?
3- A Empresa deve encarar a existência do departamento de
Auditoria interna como um investimento e não como um 8 2 8 2
custo?
4- O simples facto da existência do Departamento de Auditoria
melhoraria quanto ao atendimento das normas internas da
Instituição, reduzindo o número de erros e inibindo a fraude? 1 3 10 6
5- O departamento de Auditoria Interna é o responsável pela
criação e pelo acompanhamento dos procedimentos internos 8 5 4 3
nas diversas áreas da Instituição?
6- O departamento de Auditoria Interna deve ter a "total
2 5
autonomia" perante os sectores da Instituição? 9 4
7- Com a implantação do departamento de Auditoria Interna,
será notória a melhoria do resultado financeiro da Instituição? 3 2 9 6
8- A Instituição deve acreditar que o trabalho de Auditoria
Interna juntamente com a gestão de riscos pode contribuir para 2 2 9 7
a redução de custos e optimização das receitas?
9- A Instituição deve sempre investir na qualificação do sector 3 2 10 5
de Auditoria Interna?
55

4.1. Representação Gráfica de Resultados por cada questão

Resultado obtido do questionário composto por 9 questões aplicado aos funcionários


da empresa Organizações Inácio & Filhos, Lda.

Gráfico nº01: O departamento de Auditoria Interna deve ser desenvolvido a partir dos
próprios funcionários existentes na Instituição.
Tabela 1: Departamento da auditoria interna com os funcionários da empresa

O departamento de auditoria interna


Frequência Frequência
deve ser desenvoldo apartir dos próprios
Absoluta Relativa
funcionários existentes na instituição
Descordo muito 9 45%
Descordo 7 35%
Concordo muito 3 15%
Concordo 1 5%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pela autora (2020)

Gráfico 1: Departamento da auditoria interna com os funcionários

Fonte: Elaborado pela autora (2020)

Verificou-se no Gráfico 1, que a maioria dos entrevistados não concorda quando se


fala sobre a criação do sector de Auditoria Interna com os funcionários existente na empresa.
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Os profissionais actuantes neste sector são, em grande parte, advindos de fora da instituição,
para garantir de uma alguma forma a imparcialidade.
OBS: Imparcialidade: qualidade da pessoa que julga com neutralidade e justiça;
características de quem não toma partido numa situação.

Gráfico nº2: O Auditor líder deve participar das reuniões da alta administração onde
estão sendo definidas as estratégias da Instituição, assim como as tomadas de decisão.

Tabela 2: participação do auditor nas reuniões

O auditor líder deve participar das


reuniões da alta administração onde Frequência Frequência
estão sendo as estratégias da instituição, Absoluta Relativa
assim como as tomadas de decisão
Descordo muito 2 10%
Descordo 3 15%
Concordo muito 8 40%
Concordo 7 35%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pela autora (2020)

Gráfico 2: Participações do auditor nas reuniões

Fonte: Elaborado pela autora (2020)


A semelhança do gráfico anterior, mais uma vez, a maioria dos entrevistados
concordam da ideia do auditor líder participar nas reuniões da alta administração,
assessorando a tomada de decisões da instituição e participando da definição das estratégias a
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serem definidas. Ressalta-se aqui neste gráfico que a maioria do pessoal entrevistado que
concordaram plenamente da ideia do líder dos auditores participar nas reuniões da alta
administração também concorda que seria fundamental a existência de uma equipa de
auditoria interna para acompanhar passo a passo todas as ocorrências diárias da empresa.

Gráfico nº3 A Empresa deve encarar a existência do departamento de Auditoria interna


como um investimento e não como mais um centro de custos.

Tabela 3: como a empresa encara o departamento da auditoria interna

A empresa deve encarar a existência do


departamento de auditoria interna como Frequência Frequência
um investimento e não como mais um Absoluta Relativa
centro de custo
Descordo muito 8 40%
Descordo 2 10%
Concordo muito 8 40%
Concordo 2 10%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pela autora (2020)

Gráfico 3: como a empresa encara o departamento da auditoria interna

Fonte: Elaborado pela autora (2020)

Nota-se que diante da presente afirmação não existe qualquer dúvida de que a
Instituição possui o entendimento sobre a questão dos custos obtidos com o departamento de
Auditoria Interna. Observa-se que na visão dos entrevistados, vêm a Auditoria como parte
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fundamental de sua administração por declararem o respectivo serviço como um investimento


e não uma fonte de custo. Portanto, do ponto de vista contabilístico, os custos de auditoria não
são contabilizado como investimento na contabilidade, mas, em função dos vários benefícios
oferecidos, a organização vê este sector como uma importante ferramenta de gestão, chegando
a declará-lo como investimento.

Gráfico nº4: O simples fato da existência do Departamento de Auditoria melhoraria


quanto ao atendimento das normas internas da Instituição, reduzindo o número de erros
e inibindo a fraude.

Tabela 4: Melhoria das normas de auditoria interna na instituição

O simples facto da existência d existência


de departamento de auditoria melhoraria Frequência Frequência
quanto ao atendimento das normas Absoluta Relativa
internas da instituição
Discordo muito 1 5%
Discordo 3 15%
Concordo muito 10 50%
concordo 6 30%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pela autora (2020)

Gráfico 4: Melhoria das normas da auditoria interna na instituição

Fonte: Elaborado pela autora (2020)


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O fato de ter um ou mais profissionais responsáveis por essas verificações faz com que
os demais departamentos da organização trabalhem de forma correcta para evitarem as
possíveis chamadas de atenção dos Auditores. Por esta razão, 80% dos entrevistados é de
opinião da existência de um departamento de auditoria interna para melhor acompanhar passo
a passo todas as ocorrências.

Gráfico nº5 O departamento de Auditoria Interna é o responsável pela criação e pelo


acompanhamento dos procedimentos internos nas diversas áreas da Instituição.

Tabela 5: Auditoria interna no acompanhamento das normas

O departamento de auditoria interna é


responsável pela criação e pelo Frequência Frequência
acompanhamento dos procedimentos Absoluta Relativa
internos nas diversas áreas da instituição
Discordo muito 8 40%
Discordo 5 25%
Concordo muito 4 20%
Concordo 3 15%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pela autora (2020)

Gráfico 5: Auditoria interna no acompanhamento das normas

Fonte: Elaborado pela autora (2020)

Neste gráfico, temos uma reacção negativa relativamente a opinião de que os auditores
sejam responsáveis pela criação dos vários procedimentos internos nas diversas áreas da
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empresa, sem olvidar das sugestões e recomendações fundamentais dos auditores para a
eficácia na realização de alguns trabalhos internos.

Gráfico nº6 O departamento de Auditoria Interna deve ter a "total autonomia" perante
os sectores da Instituição.

Tabela6: Autonomia da auditoria na instituição

O departamento de auditoria interna


Frequência Frequência
deve ser a total autonomia perante os
Absoluta Relativa
sectores da instuição
Discordo muito 9 45%
Discordo 4 20%
Concordo muito 2 10%
Concordo 5 25%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pela autora (2020)

Gráfico 6: Autonomia da auditoria na instituição

25%

45%
Discordo muito
Discordo
10% Concordo muito
20% Concordo

Fonte: Elaborado pela autora (2020)

De acordo as percentagens, Verifica-se neste quadro maior inclinação sobre a


possibilidade de não dar total autonomia aos auditores diante dos vários sectores da
instituição. Como vimos, a maioria com 85% dos entrevistados discorda totalmente destas
ponderações 15% discorda, o que significa que toda e qualquer inconveniência encontrada
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pelos auditores durante a execução dos seus trabalhos, deverão informar aos administradores,
sugerindo possíveis soluções, para que estes tomem a decisão final.

Gráfico nº7 Com a implantação do departamento de Auditoria Interna será notória a


melhoria do resultado financeiro da Instituição.

Tabela 7: Auditoria interna como influência no resultado

Com a implementação do departamento


de auditoria interna será notória a Frequência Frequência
melhoria do resultado financeiro da Absoluta Relativa
instituição
Discordo muito 3 15%
Discordo 2 10%
Concordo muito 9 45%
Concordo 6 30%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pela autora (2020)

Gráfico 7: Auditoria interna como influência nos resultados

Fonte: Elaborado pela autora (2020)

No presente gráfico, de acordo os entrevistados, fica claro a ideia de que a maioria dos
participantes consegue ter uma visão mais aberta sobre a Auditoria Interna. Embora não
existindo a possibilidade de os auditores influenciarem directamente no lucro da Instituição,
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ela consegue transmitir essa ideia, uma vez eles estão constantemente fiscalizando os
balancetes e todas as ocorrências da empresa.

Gráfico nº 8 A Instituição deve acreditar que o trabalho de Auditoria Interna


juntamente com a gestão de riscos, podem contribuir para a redução de custos e
optimização das receitas.

Tabela 8: O trabalho da auditoria na optimização dos resultados

A instituição deve acreditar que o


trabalho de auditoria interna juntamente Frequência Frequência
com a gestão de riscos podem contribuir Absoluta Relativa
para a redução de custo
Discordo mito 2 10%
Discordo 2 10%
Concordo muito 9 45%
Concordo 7 35%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pela autora (2020)

Gráfico 8: O trabalho da auditoria na optimização dos resultados

Fonte: Elaborado pela autora (2020)

Apesar do equilíbrio que se verifica entre os que concordam e os que não concordam,
os números mostram uma ligeira vantagem de que a Instituição acredita no trabalho da
Auditoria Interna e em seu potencial para uma correcta gestão de riscos, primando sempre em
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métodos que permitam a diminuição de custos e consequentemente a maximização das


receitas.

Gráfico nº 09 A Instituição deve sempre investir na qualificação do sector de Auditoria


Interna.

Tabela 9: Qualificação do sector da auditoria interna

A instituição deve sempre investir na


Frequência Frequência
qualificação do sector de auditoria
Absoluta Relativa
interna
Discordo muito 3 15%
Discordo 2 10%
Concordo muito 10 50%
Concordo 5 25%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pela autora (2020)

Gráfico 9: Qualificação do sector da auditoria interna

Fonte: Elaborado pela autora (2020)

Neste quadro não restam muitas, quanto mais se investir na formação dos profissionais
de auditoria, mais capacidades e habilidade terão para verificar a autenticidade das
demonstrações contabilística, examinar os critérios e procedimentos adoptados na sua
elaboração.
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4.2. Análise e Interpretação de Resultados

Sintetizando as avaliações da pesquisa, conclui-se que a Auditoria Interna, como


profissão, precisa de pessoas especializadas, treinadas e capacitadas para desenvolver seus
trabalhos na instituição e em todos os seus sectores, e, muito mais que isso, precisa ser uma
pessoa com visão para medir o que acontece em sua volta e preparar-se para o que virá no
futuro.

Dessa forma, a Auditoria Interna tornou-se para as empresas uma importante


ferramenta de gestão. O simples facto de antecipar-se a possíveis erros, faz a instituição
vislumbrar um cenário de possível redução de custos e optimização das receitas, fortalecendo
os trabalhos dentro de qualquer da empresa.

Após a colecta dos questionários aplicados na empresa Organizações Inácio & Filhos,
Lda., pode-se afirmar que a mesma, reconhece o trabalho dos Auditores e que acreditam no
potencial desses profissionais para a organização, pois o sector auxilia directamente na gestão
dos negócios, servindo como principal membro de assessoria para a administração.

Embora não tendo ainda uma equipa de auditoria interna, a Organizações Inácio &
Filhos, Lda., acredita que o sector de Auditoria Interna futuramente será parte integrante da
administração, saindo do antigo conceito, que era apenas para certificar-se de que não havia
desfalques, roubos praticadas por funcionários, em que se trabalhava muito mais nos efeitos
do que nas causas que os possibilitavam.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
No mundo económico actual, onde a globalização da economia é mais que uma
realidade, a aplicação de simples procedimentos técnicos, já não se revelam suficiente para
sobrevivência de qualquer organização, requerendo assim, a implementação de um controlo e
monitorização permanente, onde uma auditoria interna, moderna e voltada para todos os
aspectos de gestão tem uma função sublime e de grande importância.

Da pesquisa feita, compreendemos que a auditoria interna possibilita as empresas a


escolha de acções, de forma construtiva, que proporcionam e até provocam mudanças internas
na empresa. Assim, será recomendável avaliar devidamente tais acções e, com base nessa
avaliação, a empresa deverá ser capaz de saber como proceder, a fim de reforçar os ciclos
virtuosos do sucesso e anular eventuais vicissitudes em que tenham caído.

Em suma, concluímos que a auditoria interna contribui positivamente nos processos


decisórios de empresa Organizações Inácio & Filhos, Lda., pois diminui o nível de incerteza,
possibilitando decisões mais coerentes, demonstrando integridade e fidedignidade dos dados e
auxiliando assim numa melhor tomada de decisão. De registar ainda, que a auditoria interna
acaba por proporcionar melhorias, apoiando os administradores da empresa Organizações
Inácio & Filhos, Lda., nas decisões que visam a consecução dos objectivos com eficiência e
eficácia conforme as rotinas e as operações envolvidas.

Na sequência, realçamos que, o enquadramento teórico do presente trabalho em que


nos propomos elaborar com base nas diversas citações e análises dos resultados, conseguimos
demonstrar a importar a importância de auditoria interna na empresa Organizações Inácio &
Filhos, Lda., e percebemos se devidamente implementado, proporciona decisões acertadas em
tempo ajustado que possibilitam a empresa alcançar os resultados esperados e por conseguinte
contribuir favoravelmente nos processos decisórios.

O objectivo geral do trabalho de auditoria consiste em prestar assistência a todos os


membros da administração, no sentido de levar a um cumprimento eficiente das suas
responsabilidades, proporcionando-lhes análises, avaliações, sugestões e comentários
pertinentes às actividades examinadas, de modo que sua opinião seja fundamental para a
gestão eficaz dos negócios.
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Portanto, durante o período de investigação na empresa Organizações Inácio & Filhos,


Lda., verificamos que os trabalhos de auditoria e os relatórios com os respectivos pareceres
são feitos anualmente, impedindo assim que os problemas sejam detectados em tempo real
para uma possível solução.
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SUGESTÕES

Deste modo, sugerimos a equipa de auditoria da empresa Organizações Inácio &


Filhos, Lda., que os seus relatórios ou pareceres sejam elaborados trimestralmente de modo
obterem informações adequadas, confiáveis, de qualidade e principalmente em tempo recorde,
que sejam realmente úteis para as tomadas de decisões
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APÊNDICES
71

ANEXOS

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