Modelo de Ação Popular
Modelo de Ação Popular
Modelo de Ação Popular
I - DOS FATOS
No dia 10 de agosto de 2022, ficou sabendo João, que o Exmo. Sr Prefeito Municipal de
Capinas e o Secretário Municipal de Urbanismo, assinaram um decreto municipal, o qual
determinava a demolição, por implosão, do centenário Palácio dos azulejos. Para tal demolição, foi
usado o argumento que o referido prédio está em eminência de desmoronamento.
No entanto, o autor, indignado com a situação, encomendou um laudo (doc 01) feito por
renomado engenheiro, laudo este que atestou estar em perfeitas condições o prédio, não correndo
risco de desabamento.
Ocorre, contudo, que a demolição está designada para o dia 30 de setembro, e isso não pode
ocorrer, de forma alguma, sob pena de prejuízo irreparável ao patrimônio histórico, urbanístico e
cultural, o qual irão sofrer todo cidadão campineiro. Desta forma, por meio de ação popular, requer
o autor a anulação deste decreto, para que seja impedida demolição do prédio histórico.
A ação popular é um ato do estado democrático que garante a participação popular na
fiscalização de atos ilícitos que prejudicam a coletividade, como por exemplo um dano ao
patrimônio histórico e cultural público, portanto constituídos todos os requisitos de legitimidade e
legalidade, propõe-se está ação.
II - DO DIREITO
A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso LXXIII, previu a ação popular como
instrumento hábil de defesa e proteção do meio ambiente e do patrimônio cultural:
“ Art. 5º. LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;”
E por sua vez, o artigo 216, parágrafo primeiro, dispõe que o dever de proteção do
patrimônio cultural brasileiro deverá ser exercido com a colaboração de toda a comunidade:
“ Artigo 216. § 1º. O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá
e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros,
vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e
preservação. “
O ordenamento brasileiro tratou de garantir a mais ampla e plena proteção ao patrimônio
cultural, elevando o direito de acesso a essa riqueza e legado à condição de direito fundamental
positivado na Constituição Federal, que diz:
“ Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:
III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e
cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de
outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à
tecnologia, à pesquisa e à inovação;
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre:
VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
IX – educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa,
desenvolvimento e inovação;
Art. 30. Compete aos Municípios:
IX – promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a
legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e
acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a
difusão das manifestações culturais.
3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, visando
ao desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do poder público que
conduzem à:
I defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;
IV democratização do acesso aos bens de cultura; “
A mesma tutela pode ser encontrada em todas as normas internacionais de proteção ao
patrimônio. Cite-se, como exemplo, a Convenção para a proteção do patrimônio mundial, cultural
e natural, ratificada pelo Decreto n.º 80.978/1977, que assim dispõe:
III - DA LIMINAR
A possibilidade de pedido de tutela de urgência na ação popular está prevista no art. 5º, § 4º
da Lei nº 4717/65, ocasião em que é cabível quando existir probabilidade de direito (“ fumus boni
iuris” ) ou perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (“ periculum in mora “), no caso em
tela, a demolição está prevista para dia 30 de setembro, tendo pouco mais de um mês para tal ato de
destruição, que quando consumado será de fato um irreversível dano cultural e histórico para toda
comunidade Campineira, quiçá Brasileira.
Este início de demolição pode gerar danos irreparáveis ao patrimônio histórico, urbanístico e
cultural, portanto requer-se a revogação de tal decreto para que a demolição não possa ocorrer até
que se tenha um resultado dessa demanda, evitando grave dano irreversível ao patrimônio público.
V - DOS PEDIDOS
Termos em que,
Pede deferimento.
Local, data
Assinatura do advogado
OAB/SP …