Relicitação (Lei 13448)
Relicitação (Lei 13448)
Relicitação (Lei 13448)
448/2017
2) Siglas utilizadas:
MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); BL (base
legal, etc).
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o Esta Lei estabelece diretrizes gerais para prorrogação e relicitação dos contratos de
parceria definidos nos termos da Lei no 13.334, de 13 de setembro de 2016 , nos setores rodoviário,
ferroviário e aeroportuário da administração pública federal, e altera a Lei no 10.233, de 5 de junho de
2001, e a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995.
Art. 2o A prorrogação e a relicitação de que trata esta Lei aplicam-se apenas a
empreendimento público prévia e especificamente qualificado para esse fim no Programa de
Parcerias de Investimentos (PPI).
CAPÍTULO II
§ 1o As prorrogações previstas no caput deste artigo poderão ocorrer por provocação de
qualquer uma das partes do contrato de parceria e estarão sujeitas à discricionariedade do órgão ou
da entidade competente.
§ 3o Para fins do disposto nesta Lei, e desde que já não tenha sido prorrogado anteriormente,
o contrato de parceria poderá ser prorrogado uma única vez, por período igual ou inferior ao prazo
de prorrogação originalmente fixado ou admitido no contrato.
I - quanto à concessão rodoviária, a execução de, no mínimo, 80% (oitenta por cento) das obras
obrigatórias exigíveis entre o início da concessão e o encaminhamento da proposta de prorrogação
antecipada, desconsideradas as hipóteses de inadimplemento contratual para as quais o contratado
não tenha dado causa, conforme relatório elaborado pelo órgão ou pela entidade competente;
Art. 8o Caberá ao órgão ou à entidade competente, após a qualificação referida no art. 2 o desta
Lei, realizar estudo técnico prévio que fundamente a vantagem da prorrogação do contrato de
parceria em relação à realização de nova licitação para o empreendimento.
IV - a modelagem econômico-financeira;
VII - os valores devidos ao poder público pela prorrogação, quando for o caso.
Art. 9o Sem prejuízo das demais disposições desta Lei, as prorrogações dos contratos de
parceria no setor ferroviário também serão orientadas:
III - pela garantia contratual de capacidade de transporte a terceiros outorgados pela Agência
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), garantindo-se o direito de passagem, de tráfego mútuo e
de exploração por operador ferroviário independente, mediante acesso à infraestrutura ferroviária e
aos respectivos recursos operacionais do concessionário, garantida a remuneração pela capacidade
contratada.
§ 1o Os níveis de capacidade de transporte deverão ser fixados para cada ano de vigência do
contrato de parceria prorrogado, e caberá ao órgão ou à entidade competente acompanhar o seu
atendimento pelo contratado.
§ 4o O nível de saturação a que se refere o inciso I do caput deste artigo será determinado ao
contratado pelo poder concedente.
Art. 10. As prorrogações de que trata o art. 5o desta Lei deverão ser submetidas previamente a
consulta pública pelo órgão ou pela entidade competente, em conjunto com o estudo referido no art.
8o desta Lei.
Parágrafo único. A consulta pública será divulgada na imprensa oficial e na internet e deverá
conter a identificação do objeto, a motivação para a prorrogação e as condições propostas, entre
outras informações relevantes, fixando-se o prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias para
recebimento de sugestões.
Art. 11. Encerrada a consulta pública, serão encaminhados ao Tribunal de Contas da União o
estudo de que trata o art. 8 o desta Lei, os documentos que comprovem o cumprimento das exigências
de que tratam os incisos I e II do § 2 o do art. 6o desta Lei, quando for o caso, e o termo aditivo de
prorrogação contratual.
CAPÍTULO III
Art. 13. Com o objetivo de assegurar a continuidade da prestação dos serviços, o órgão ou a
entidade competente poderá realizar, observadas as condições fixadas nesta Lei, a relicitação do
objeto dos contratos de parceria nos setores rodoviário, ferroviário e aeroportuário cujas disposições
contratuais não estejam sendo atendidas ou cujos contratados demonstrem incapacidade de adimplir
as obrigações contratuais ou financeiras assumidas originalmente.
Art. 14. A relicitação de que trata o art. 13 desta Lei ocorrerá por meio de acordo entre as
partes, nos termos e prazos definidos em ato do Poder Executivo.
§ 2o Sem prejuízo de outros requisitos definidos em ato do Poder Executivo, a instauração do
processo de relicitação é condicionada à apresentação pelo contratado:
Art. 15. A relicitação do contrato de parceria será condicionada à celebração de termo aditivo
com o atual contratado, do qual constarão, entre outros elementos julgados pertinentes pelo órgão ou
pela entidade competente:
§ 1o Também poderão constar do termo aditivo de que trata o caput deste artigo e do futuro
contrato de parceria a ser celebrado pelo órgão ou pela entidade competente:
I - a previsão de que as indenizações apuradas nos termos do inciso VII do § 1 o do art. 17 desta
Lei serão pagas pelo novo contratado, nos termos e limites previstos no edital da relicitação;
§ 2o As multas e as demais somas de natureza não tributária devidas pelo anterior contratado
ao órgão ou à entidade competente deverão ser abatidas dos valores de que trata o inciso I do § 1 o
deste artigo, inclusive o valor relacionado à outorga originalmente ofertada, calculado conforme ato
do órgão ou da entidade competente.
§ 4º O procedimento de cálculo a que se refere o § 3º deste artigo e sua conferência não obstam
o processo licitatório de que trata o art. 13 desta Lei, nos termos de regulamento. (Incluído pela Lei
nº 14.368, de 2022)
§ 5º Caso o valor inicial ofertado a título de outorga, na sessão de leilão da relicitação, seja
menor que o valor do pagamento, ao anterior contratado, da indenização referente a bens reversíveis
não amortizados ou depreciados, a União custeará a diferença, observadas as regras fiscais e
orçamentárias. (Incluído pela Lei nº 14.368, de 2022)
Art. 16. São impedidos de participar do certame licitatório da relicitação de que trata esta Lei:
Parágrafo único. As vedações de que trata este artigo também alcançam a participação das
entidades mencionadas:
Art. 17. O órgão ou a entidade competente promoverá o estudo técnico necessário de forma
precisa, clara e suficiente para subsidiar a relicitação dos contratos de parceria, visando a assegurar
sua viabilidade econômico-financeira e operacional.
IV - a modelagem econômico-financeira;
§ 2o A metodologia para calcular as indenizações de que trata o inciso VII do § 1 o deste artigo
será disciplinada em ato normativo do órgão ou da entidade competente.
§ 3o Sem prejuízo das disposições do contrato de parceria, o órgão ou a entidade competente
poderá consultar os financiadores do contratado sobre possíveis contribuições para os estudos
relacionados à relicitação do empreendimento.
Art. 18. O órgão ou a entidade competente submeterá os estudos de que trata o art. 17 desta
Lei a consulta pública, que deverá ser divulgada na imprensa oficial e na internet, contendo a
identificação do objeto, a motivação para a relicitação e as condições propostas, entre outras
informações relevantes, e fixará prazo de no mínimo 45 (quarenta e cinco) dias para recebimento de
sugestões.
Art. 19. Encerrada a consulta pública, os estudos de que trata o art. 17 desta Lei deverão ser
encaminhados ao Tribunal de Contas da União, em conjunto com os documentos referidos no art. 14
desta Lei.
Art. 20. Na hipótese de não acudirem interessados para o processo licitatório previsto no art.
13 desta Lei, o contratado deverá dar continuidade à prestação do serviço público, nas condições
previstas no inciso II do caput do art. 15 desta Lei, até a realização de nova sessão para recebimento
de propostas.
§ 2º O prazo de que trata o § 1º deste artigo poderá ser prorrogado por sucessivas vezes, desde
que o total dos períodos de prorrogação não ultrapasse 24 (vinte e quatro) meses, mediante
deliberação do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República
(CPPI). (Redação dada pela Lei nº 14.368, de 2022)
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 21. A Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001, passa a vigorar com as seguintes alterações:
..............................................................................................
..............................................................................................
....................................................................................” (NR)
“Art. 34-A. As concessões e as suas prorrogações, a serem outorgadas pela ANTT e pela
Antaq para a exploração de infraestrutura, precedidas ou não de obra pública, ou para prestação de
serviços de transporte ferroviário associado à exploração de infraestrutura, poderão ter caráter de
exclusividade quanto a seu objeto, nos termos do edital e do contrato, devendo as novas concessões
serem precedidas de licitação disciplinada em regulamento próprio, aprovado pela Diretoria da
Agência.
...................................................................................” (NR)
##Atenção: Pela leitura do art. 22 da Lei 13.448, fica superada qualquer dúvida acerca da não
aplicabilidade, aos contratos de concessão comum, administrativa e patrocinada, dos limites de
25% do valor inicial atualizado do contrato para acréscimos ou supressões que se fizerem nas
obras, serviços ou compras, e de 50% para acréscimos no caso de reforma de edifício ou de
equipamento. Parece ter passado desapercebida, mas tal alteração legislativa é absolutamente
vital para a sobrevida dos contratos de parceria. Isso porque finalmente acolhe a inquestionável
distinção entre os regimes jurídicos das obras/serviços e das concessões/parcerias público-
privadas no tocante aos limites à mutabilidade contratual. Especificamente, o artigo 22 significa
reconhecer que, nos contratos de parceria, a incerteza na execução do objeto contratual -
decorrente sobretudo do extenso prazo contratual e das implicações que o decorrer do tempo
têm sobre a execução do contrato - é latente. E o problema da incerteza somente pode ser
equacionado com flexibilidade. A regra dos §§ 1o e 2o do art. 65 da Lei no 8.666/1993 jamais foi
apropriada para contratos de parceria, no sentido de conferir a necessária flexibilidade para
adequação contratual no transcorrer do tempo. Nesse sentido, o afastamento dos limites à
mutabilidade contratual sobre as concessões confere a necessária versatilidade ao gestor público
para lidar com as incertezas inerentes aos contratos de parceria. Aliás, por tudo isso, é certo que a
regra do artigo 22 deve ser aplicável a todos os contratos de parceria – federais, estaduais e
municipais – e não apenas àqueles integrantes do PPI. Isso não significa dizer que agora inexiste
qualquer limite às alterações contratuais que tenham por objeto a modernização, adequação,
aprimoramento ou ampliação dos serviços concedidos. A não incidência dos §§ 1o e 2o do art. 65
da Lei no 8.666/1993 sobre os contratos de parceria significa apenas que aquelas balizas não são
aplicáveis; outros limites decorrem do ordenamento jurídico e a norma do artigo 22 da Lei
13.448 deve ser interpretada sistematicamente com as demais disposições legais aplicáveis à
matéria. (Fonte: http://www.direitodoestado.com.br/colunistas/gabriela-miniussi-engler-
pinto/a-revolucao-silenciosa-o-fim-dos-limites-a-mutabilidade-dos-contratos-de-concessao).
##Atenção: ##TJAL-2019: ##FCC: As concessões comuns não estão sujeitas aos limites
estabelecidos pela Lei 8.666/1993, conforme determina o art. 22 da Lei 13.448/17. Em outras
palavras, os limites da alteração unilateral previstos nos §§ 1º e 2ºdo art. 65 da Lei 8.666/93 não se
aplicam às concessões de serviços públicos (comuns e PPP’s).
§ 1o O órgão ou a entidade competente poderá, de comum acordo com os contratados, buscar
soluções para todo o sistema e adotar medidas diferenciadas por contrato ou por trecho ferroviário
que considerem a reconfiguração de malhas, admitida a previsão de investimentos pelos contratados
em malha própria ou naquelas de interesse da administração pública.
§ 2o Para efeito do disposto no § 1o deste artigo, admitir-se-ão, entre outras medidas,
observada a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro dos ajustes:
§ 3o Nos termos e prazos definidos em ato do Poder Executivo, as partes promoverão a
extinção dos contratos de arrendamento de bens vinculados aos contratos de parceria no setor
ferroviário, preservando-se as obrigações financeiras pagas e a pagar dos contratos de arrendamento
extintos na equação econômico-financeira dos contratos de parceria.
§ 5o Ao contratado caberá gerir, substituir, dispor ou desfazer-se dos bens móveis
operacionais e não operacionais já transferidos ou que venham a integrar os contratos de parceria
nos termos do § 3o deste artigo, observadas as condições relativas à capacidade de transporte e à
qualidade dos serviços pactuadas contratualmente.
§ 6o Ao final da vigência dos contratos de parceria, todos os bens necessários à execução dos
serviços contratados e vinculados à disponibilização de capacidade, nos volumes e nas condições
pactuadas entre as partes, serão revertidos à União, respeitado o equilíbrio econômico-financeiro do
contrato, cabendo indenização no caso da parcela não amortizada do investimento, exceto nos casos
de projetos associados ou de empreendimentos acessórios aprovados nos termos do art. 34 desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 14.273, de 2021)
§ 7o O disposto no inciso XVII do caput e no § 4o, ambos do art. 82 da Lei n o 10.233, de 5 junho
de 2001, não se aplica às hipóteses previstas neste artigo.
Art. 27. Os contratos de parceria do setor ferroviário poderão abranger a construção de novos
trechos ou ramais ferroviários, com a extensão necessária para atender polos geradores de carga,
mediante requerimento do concessionário e anuência do poder concedente.
§ 1o Para os fins do disposto no caput deste artigo, exige-se a apresentação de estudo que
demonstre a viabilidade técnico-econômico-financeira do projeto.
§ 2o O estudo mencionado no § 1o deste artigo deverá demonstrar, em relação ao novo trecho,
a inexequibilidade econômica de sua exploração segregada do contrato de parceria.
§ 3o Os investimentos realizados por conta e risco do contratado para a viabilização de novos
trechos ou ramais ferroviários não gerarão indenização por ocasião do término do contrato.
Art. 30. São a União e os entes da administração pública federal indireta, em conjunto ou
isoladamente, autorizados a compensar haveres e deveres de natureza não tributária, incluindo
multas, com os respectivos contratados, no âmbito dos contratos nos setores rodoviário e ferroviário.
§ 1o Excluem-se da compensação de que trata o caput deste artigo os valores já inscritos em
dívida ativa da União.
§ 2o Os valores apurados com base no caput deste artigo poderão ser utilizados para o
investimento, diretamente pelos respectivos concessionários e subconcessionários, em malha própria
ou naquelas de interesse da administração pública.
§ 3o A parcela dos investimentos correspondente aos valores compensados não poderá ser
utilizada para fins de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato e indenização.
§ 4o O órgão ou a entidade competente realizará estudo técnico que fundamente a inclusão
dos novos investimentos ou serviços a serem considerados, podendo valer-se para tanto de estudos
técnicos realizados pelo respectivo parceiro contratado.
Art. 31. As controvérsias surgidas em decorrência dos contratos nos setores de que trata esta
Lei após decisão definitiva da autoridade competente, no que se refere aos direitos patrimoniais
disponíveis, podem ser submetidas a arbitragem ou a outros mecanismos alternativos de solução de
controvérsias.
§ 1o Os contratos que não tenham cláusula arbitral, inclusive aqueles em vigor, poderão ser
aditados a fim de se adequar ao disposto no caput deste artigo.
§ 4o Consideram-se controvérsias sobre direitos patrimoniais disponíveis, para fins desta Lei:
Art. 32. Nos casos em que houver estudo ou licitação em andamento para substituição de
contrato em vigor e não haja tempo hábil para que o vencedor do certame assuma o objeto do
contrato, o órgão ou a entidade competente fica autorizado a estender o prazo do contrato,
justificadamente, por até 24 (vinte e quatro) meses, a fim de que não haja descontinuidade na
prestação do serviço.
Art. 34. Quando se mostrar necessário à viabilidade dos projetos associados ou dos
empreendimentos acessórios, admitir-se-á que a exploração de tais projetos ou empreendimentos
ocorra por prazo superior à vigência dos respectivos contratos de parceria.
Art. 36. Admitir-se-á, para a execução dos contratos de parceria, a constituição de subsidiária
integral tendo como único acionista sociedade estrangeira.
MICHEL TEMER
Mauricio Quintella
Dyogo Henrique de Oliveira
Grace Maria Fernandes Mendonça