Agh Unidade Ii
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ACTIVIDADES
1. O que são:
- Valores morais
- Normas morais
2. Identifica os quatro estágios da consciência moral e dá um exemplo para cada
um.
3. Define e apresenta um exemplo claro para cada conceito:
- Acto humano
- Acto do homem
2.1. Critérios objectivos: Valores e normas morais
Como foi afirmado acima, ética provém do grego ethos e significa costumes, bem como
“carácter” e “modo de ser”. A palavra moral, porém, provém do latim mos ou mores e
também significa costume ou costumes, no sentido de conjunto de normas ou regras
adquiridas por hábito. (Vázquez, 1978, p. 14). Por esta feliz coincidência etimológica e
conceptual, estudiosos há, que preferem afirmar que a ética e a moral são a mesma coisa,
visto que todas dizem respeito aos costumes e ambas tratam das questões teóricas bem como
práticas do agir humano. Outros estudiosos vão mais longe separando uma da outra. Esses
últimos se agarram aos argumentos de que, enquanto a moral estuda os costumes
contextualizados, a ética julga a moral distinguindo o bem do mal.
2.3.3. A intenção
No agir humano «o fim é o termo primeiro da intenção e designa o objectivo buscado
em uma acção. A intenção é um movimento da vontade para um fim; visa ao termo do fazer»
(CIC, 1752). Um acto que, por seu objecto, é “ordenável" a Deus, «atinge sua perfeição
última e decisiva quando a vontade o ordena efectivamente a Deus». A intenção do sujeito
que actua «é um elemento essencial na qualificação moral da acção» (CIC, 1752).
A intenção «não se limita à direcção da cada uma de nossas acções tomadas
isoladamente, mas também pode também ordenar várias acções para um mesmo objectivo;
pode orientar toda a vida para o fim último» (CIC, 1752). «Uma mesma acção pode estar,
pois, inspirada por várias intenções» (ibidem).
«Uma intenção boa não faz nem bom nem justo um comportamento em si mesmo
desordenado. O fim não justifica os meios» (CIC, 1753). «Pelo contrário, uma intenção má
acrescentada (como a vangloria) converte em mau um acto que, de seu, pode ser bom (como
a esmola; cfr. Mt 6, 2-4)» (CIC, 1753).
2.3.4. As circunstâncias
As circunstâncias «são os elementos secundários de um acto moral. Contribuem a
agravar ou a diminuir a bondade ou a malícia moral dos actos humanos (por exemplo, a
quantidade de dinheiro roubado). Podem também atenuar ou aumentar a responsabilidade do
que faz (como actuar por medo à morte)» (CIC, 1754). As circunstâncias «não podem fazer
nem boa nem justa uma acção que de seu é má» (ibidem).
«O acto moralmente bom supõe ao mesmo tempo a bondade do objecto, do fim e das
circunstâncias» (CIC, 1755).
2.4. As acções indirectamente voluntárias
«Uma acção pode ser indirectamente voluntária quando resulta de uma negligencia com
respeito ao que se teria devido conhecer ou fazer» (CIC, 1736).
«Um efeito pode ser tolerado sem ser querido pelo que actua, por exemplo, o
esgotamento de uma mãe à cabeceira de seu filho doente. O efeito mau não é imputável se
não foi desejado nem como fim nem como meio da acção, como a morte acontecida ao
auxiliar a uma pessoa em perigo. Para que o efeito mau seja imputável, é preciso que seja
previsível e que o sujeito tenha a possibilidade evitá-lo, por exemplo, no caso de um
homicídio cometido por um motorista em estado de embriaguez» (CIC, 1737).
Também se diz que um efeito foi realizado com “vontade indirecta" quando não se
desejava nem como fim nem como meio para outra coisa, mas se sabe que acompanha de
modo necessário àquilo que se quer realizar. Isto tem importância na vida moral, porque
ocorre às vezes que há acções que têm dois efeitos, um bom e outro mau, e pode ser lícito as
realizar para obter o efeito bom (querido directamente), ainda que não se possa evitar o mau
(que, por tanto, se quer só indirectamente). Trata-se às vezes de situações muito delicadas,
nas quais o mais prudente é pedir conselho a quem pode o dar.
Um acto é voluntário (e, por tanto, imputável) in causa quando não se escolhe por si
mesmo, mas se segue frequentemente (in multis) de uma conduta directamente querida. Por
exemplo, quem não guarda convenientemente a vista ante imagens obscenas é responsável
(porque o quis in causa) da desordem (não directamente escolhida) de sua imaginação; e
quem luta por viver a presença de Deus quer in causa os actos de amor que realiza sem,
aparentemente, lho propor.
2.5. A responsabilidade
«A liberdade torna ao homem responsável de seus actos na medida em que estes são
voluntários» (CIC, 1734). O exercício da liberdade comporta sempre uma responsabilidade
ante Deus: em todo acto livre de alguma maneira aceitamos ou recusamos a vontade de Deus.
«O progresso na virtude, o conhecimento do bem, e a ascesis acrescentam o domínio da
vontade sobre os próprios actos» (CIC, 1734).
«A imputabilidade e a responsabilidade de uma acção podem ficar diminuídas e
inclusive suprimidas por causa da ignorância, a inadvertência, a violência, o temor, os
hábitos, os afectos desordenados e outros factores psíquicos ou sociais» (CIC, 1735).
2.6. O mérito
«O termo “mérito" designa em general a retribuição devida por parte de uma
comunidade ou uma sociedade à acção de um de seus membros, considerada como obra boa
ou obra má, digna de recompensa ou de sanção. O mérito corresponde à virtude da justiça
conforme ao princípio de igualdade que a rege» (CIC, 2006).
O homem não tem, por si mesmo, mérito ante Deus, por suas boas obras (cfr. CIC,
2007). No entanto, «a adopção filial, fazendo-nos participes pela graça da natureza divina,
pode conferir-nos, segundo a justiça gratuita de Deus, um verdadeiro mérito. Trata-se de um
direito por graça, o pleno direito do amor, que nos faz “co-herdeiros" de Cristo e dignos de
obter a herança prometida da vida eterna» (CIC, 2009).
«O mérito do homem ante Deus na vida cristã provem de que Deus dispôs livremente
associar ao homem à obra de sua graça» (CIC, 2008).