Caderno Direito Administrativo
Caderno Direito Administrativo
Caderno Direito Administrativo
META 01
DIREITO ADMINISTRATIVO
META 01
SUMÁRIO
SUMÁRIO .......................................................................................................................................................... 3
DIREITO ADMINISTRATIVO – META 01.................................................................................................... 5
QUAL DEVE SER O FOCO? ....................................................................................................................................5
1. ORIGEM, NATUREZA JURÍDICA E OBJETO DO DIREITO ADMINISTRATIVO .................................5
2. EVOLUÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO .............................................................................................6
3. INFLUÊNCIAS DO DIREITO ESTRANGEIRO: ...............................................................................................6
4. CRITÉRIOS DA ADMINISTRAÇÃO:.................................................................................................................7
4.1. Tendências atuais do Direito Administrativo ........................................................................................9
4.2. Transadministrativismo ...............................................................................................................................9
5. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO ................................................................................................. 10
6. INTERPRETAÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO .............................................................................. 13
7. SISTEMAS DE CONTROLE DA ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA ......................................................... 14
8. SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO ............................................................................................................... 15
8.1. Administração Pública Extroversa e Introversa ................................................................................ 16
9. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................................................. 16
9.1. Regime Jurídico Administrativo .............................................................................................................. 16
9.2. Princípios x regras ...................................................................................................................................... 18
9.3. Princípios Explícitos do Direito Administrativo ................................................................................. 19
9.4. Outros princípios administrativos .......................................................................................................... 32
QUESTÕES PROPOSTAS .................................................................................................................................... 57
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TEMA DO DIA
interesse público.
eficiência)
O caso Blanco marca a origem do Direito Administrativo. Trata-se do clássico fato de uma
criança Agnes Blanco, de 5 anos, atropelada por uma vagonete da companharia de manufatura de
fumo da França. Em razão do conflito existente entre o Tribunal Administrativo e o Tribunal Judicial,
a Corte de Conflitos entendeu que a competência, haja vista a presença de serviço público, era do
Tribunal Administrativo.
Por sua vez, no plano normativo, a Lei do 28 pluviose do ano VIII de 1800 é a certidão de
nascimento do direito administrativo
O Direito Administrativo compõe o ramo do Direito Público, pois tem como características e
princípios marcantes a Supremacia do Interesse Público (relações jurídicas verticalizadas), a
Indisponibilidade do Interesse Público e a Legalidade.
Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro, o Direito Administrativo nasceu em fins do século XVIII
e início do século XIX, não significando que inexistissem anteriormente normas administrativas, uma
vez que onde quer que exista o Estado existem órgãos encarregados do exercício de funções
administrativas.
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Nesse sentido, o Estado é pessoa jurídica de direito público, ainda que atuando na seara do
Direito privado. Assim, o Estado pode atuar no direito público ou no direito privado; no entanto,
sempre ostenta a qualidade de PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO.
O Direito Administrativo tem por objeto as relações por ele disciplinadas, a saber:
Administração Patrimonialista: Não havia diferença entre os interesse pessoais dos agentes
públicos e os interesses da própria administração;
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Às vezes cai em prova e ajuda a resolver determinadas questões, motivo pelo qual é
importante abrir um tópico rápido acerca das influências do direito estrangeiro no direito
administrativo brasileiro.
Direito francês - herdou o conceito de serviço público, a teoria dos atos administrativos com o
atributo da executoriedade, as teorias sobre responsabilidade civil do Estado, o princípio da
legalidade, a teoria dos contratos administrativos, as formas de delegação da execução de
serviços públicos, a ideia de que a Administração Pública se submete a um regime jurídico de
direito público, derrogatório e exorbitante do direito comum, que abrange o binômio
autoridade/liberdade.;
Direito inglês (Sistema da common law) - o direito administrativo brasileiro herdou o princípio
da unidade de jurisdição, o mandado de segurança e o mandado de injunção, o princípio do
devido processo legal, inclusive, mais recentemente, em sua feição substantiva, e que
praticamente se confunde com o princípio da razoabilidade. Em fins do século XX, também
herdou do sistema common law o fenômeno da agencificação e a própria ideia de regulação.
4. CRITÉRIOS DA ADMINISTRAÇÃO:
O direito administrativo é ramo jurídico, e como tal, se dedica ao estudo das regras e normas,
sendo caracterizada como ciência normativa, impositiva que define os limites dentro dos quais a
gestão pública pode ser executada. Várias foram as correntes/teorias que buscaram definir o direito
administrativo. Nessa linha, vejamos as principais delas:
Crítica: A grande crítica do critério legalista foi desconsiderar a carga normativa dos princípios.
Dessa forma só era valorado o que estivesse em lei.
Crítica: O Direito Administrativo não se resume à disciplina do Poder Executivo, afinal, todos os
Poderes administram, embora, para alguns, isso constitua missão atípica. E mais: no Poder Executivo,
nem tudo é objeto do Direito Administrativo, como são as funções de governo, regidas pelo Direito
Constitucional.
c) Critério das relações jurídicas: O Direito Administrativo é a disciplina das relações jurídicas entre
a Administração e o particular.
Crítica: Devemos recordar que outros ramos do direito, de igual modo, regulam a relação jurídica
entre particular e Estado, por exemplo, os contratos privados pactuados que são regidos pelo
direito civil.
d) Critério do Serviço Público (França): O Direito Administrativo teria por objetivo a disciplina
jurídica dos serviços públicos => Escola do Serviço Público (Leon Duguit).
Crítica: Referido conceito é bastante restrito, isto porque, na atualidade, a ideia de prestação de
serviço público vem sofrendo restrições, de modo que a administração pública não se limita tão
somente a execução dessa prestação. O Estado faz muitas atividades além da mera prestação do
serviço público, sendo este último apenas uma das facetas. Por exemplo, atua na exploração de
atividade econômica na busca do interesse público.
Crítica: Essa posição apresenta-se como a mais correta, porém não consegue abranger
integralmente o conceito da matéria, de forma que não é adotada de forma majoritária.
Crítica: não posso definir algo pelo que ele não é. Embora não tenha um erro grosseiro, ele não
pode ser usado como forma de conceituação do direito administrativo.
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g) Critério Funcional: O Direito Administrativo é ramo jurídico que estuda e analisa a disciplina da
função administrativa, esteja ela sendo exercida pelo executivo, legislativo, judiciário ou por
delegação estatal.
Direta: não se confunde com a função jurisdicional, que é indireta por depender de
provocação. Desse modo, ao se falar que a atuação é direta quer-se dizer que ela atua de
ofício, não dependendo de provocação. Reitero, NÃO depende de provocação para que
haja atuação administrativa, ela é DIRETA.
Concreta: diferente da legislativa, que é geral e abstrata - não atinge pessoas específicas,
a função administrativa é concreta porque se materializa em casos concretos.
Imediata: realiza os fins do Estado (necessidades do Estado). Quem define os fins do
Estado, por sua vez, é o Direito Constitucional.
Para Rafael Oliveira (2018, p. 58), o Direito Administrativo tem sofrido profundas
transformações, cabendo destacar as seguintes mutações e tendências: a) Constitucionalização e
aplicação do princípio da juridicidade; b) Relativização de formalidades e ênfase no resultado; c)
Elasticidade do Direito Administrativo, com diálogo com outras disciplinas; d) Consensualidade e
participação; e) Processualização e contratualização da atividade administrativa; f) Publicização do
Direito Civil e privatização do Direito Administrativo; e g) Aproximação entre a Civil Law e a Common
Law.
4.2. Transadministrativismo
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Diogo de Figueiredo Moreira Neto adota a tese de que existe um novo ramo do Direito
Administrativo denominado transadministrativismo.
A doutrina costuma apontar a existência de cinco fontes principais deste ramo do Direito,
quais sejam: a lei, a jurisprudência, a doutrina, os princípios gerais e os costumes.
▪ Doutrina – Fonte secundária: forma o sistema teórico de princípio aplicável ao Direito Positivo.
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Elementos do costume:
OBSERVAÇÃO:
Para o autor Rafael Carvalho, “ressalvado o costume contra legem, o costume é fonte autônoma do
Direito Administrativo. A releitura do princípio da legalidade, com a superação do positivismo, a
textura aberta de algumas normas jurídicas e a necessidade de consideração da realidade social na
aplicação do Direito demonstram que os costumes devem ser considerados como fontes do Direito
Administrativo”, pg. 25.
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Em alguns casos, o caráter vinculante dos precedentes tem previsão legal expressa, como
a LC 73/1993, ao dispor que o parecer aprovado e publicado com o despacho presidencial vincula
a Administração Federal, cujos órgãos e entidades ficam obrigados a lhe dar fiel cumprimento.
Resumindo...
1) Constituição
FONTES FORMAIS 2) Lei
3) Regulamento e outros atos normativos da
Administração Pública.
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(1) Desigualdade entre a administração e o particular (desigualdade jurídica) - Toda vez que
se interpreta uma norma do direito administrativo, devemos recordar que existe uma
desigualdade jurídica, posto que a Administração atua com supremacia em face ao particular
(princípio da supremacia do interesse público sobre o privado).
(2) Presunção de legitimidade dos atos praticados pela Administração - Os atos praticados
pela administração são presumivelmente legítimos, ou seja, presume-se que ele foi praticado
em conformidade com o ordenamento jurídico (lembre-se: atributo do ato administrativo:
presunção de legitimidade e de veracidade, trata-se de presunção relativa).
(3) Necessidade de discricionariedade – A discricionariedade é indispensável para que o
administrador possa concretizar a norma geral e abstrata prevista.
Analogia: NÃO pode ser utilizada para fundamentar a aplicação de sanções ou gravames aos
particulares, especialmente no campo do poder de polícia e poder disciplinar.
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Dualidade de jurisdição;
Proíbe o conhecimento, pelo Poder Judiciário, de atos ilícitos praticados pela Administração,
ficando os atos sujeitos à jurisdição especial do contencioso administrativo.
8. SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO
A expressão Administração Pública pode ser analisada sob seu aspecto formal/ subjetivo/
orgânico ou sob seu aspecto material/objetivo.
“Por sua vez, administração pública (em letra minúscula), considerada com
base no critério material ou objetivo se confunde com a função administrativa,
devendo ser entendida como atividade administrativa exercida pelo
Estado, designando a atividade consistente na defesa concreta do
interesse público”.
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Resumindo:
9. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
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correto afirmar que o princípio que fundamenta o exercício desse poder da Administração é:
Princípio da supremacia do interesse público.
O princípio da supremacia do interesse público não se radica em dispositivo específico da
CR/88, ainda que inúmeros aludam ou impliquem manifestações concretas dele. (DPC MG,
2018).
O administrador, quando gere a coisa pública conforme o que na lei estiver determinado,
ciente de que desempenha o papel de mero gestor de coisa que não é sua, observa o princípio
da indisponibilidade do interesse público.
A supremacia do interesse público sobre o privado e a indisponibilidade do interesse público
se constituem em supraprincípios, que refletem a dualidade existente no exercício da função
administrativa.
9.2.1. Princípios
Hoje são consideradas normas jurídicas primárias. Assim seu estudo ganhou força e
importância nos últimos anos.
Possuem grau de abstração maior do que as regras, pois admitem uma série indefinida de
aplicações.
São Mandamentos de otimização, que determinam a realização de algo na maior medida
possível dentro das possibilidades jurídicas e fáticas existentes, admitindo aplicação
gradativa.
Colisão de princípios: ponderação de interesses no caso concreto.
Condensam os valores fundamentais da ordem jurídica, e se irradiam sobre todo o sistema
jurídico, garantindo-lhe harmonia e coerência.
Encerram ideias centrais de um sistema e dão sentido lógico e harmonioso às demais normas
que regulamentam o Direito Administrativo, possibilitando sua melhor organização.
CATEGORIAS
Princípios fundamentais: Representam decisões políticas estruturais do Estado, servindo de
matriz para todas as demais normas constitucionais;
Princípios gerais: Em regra, são importantes especificações dos princípios fundamentais,
possuindo menor grau de abstração e irradiando-se sobre todo ordenamento jurídico. Ex: Princípio
da isonomia e da legalidade.
Princípios setoriais ou especiais: Se aplicam a determinado tema, capítulo ou título da
Constituição. Ex: L.I.M.P.E – Art. 37 CF (princípios explícitos da Constituição/88)
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9.2.2. Regras:
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência
Obs.: Além dos princípios expressos pelo Direito Administrativo existem princípios implícitos (ou
reconhecidos) extraídos pela interpretação sistemática reconhecidos pela jurisprudência e doutrina.
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O administrador público somente pode atuar conforme determina a lei (subordinação à lei).
Note a flagrante diferença entre os regimes jurídicos de direito público e direito privado, posto
que, neste último é possível realizar tudo o que a lei não proíbe, ao passo que, no primeiro, o
administrador somente pode atuar mediante previa autorização legal.
Já caiu em prova e foi considerada incorreta a seguinte assertiva: Em consonância com o princípio
da legalidade, estatuído no artigo 37, caput, da CR/88, a Administração Pública pode fazer tudo o
que a lei não proíbe.
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Considerações importantes:
III) Legitimidade: É o ato que observa não só as formalidades prescritas ou não defesas em lei,
mas se há adequação aos princípios da boa administração, dentro de padrões razoáveis, morais
e dos princípios constitucionalmente reconhecidos.
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IV) Economicidade: Foco no binômio custo/ benefício em face do meio utilizado para satisfação
social, junto ao controle de eficiência da gestão financeira, para atingir melhor índice de
resultado.
Segundo o Prof. Celso Antônio Bandeira de Melo (Curso de Direito Administrativo, 26ª Ed.,
pág. 105 e 126-136), é possível apontar três restrições excepcionais ao princípio da legalidade:
a) Estado de defesa;
b) Estado de sítio e
c) Medida provisória.
Nesses três casos, deve a Administração atuar, mesmo que não haja lei regulamentando sua
atuação, o que revela a mitigação da obrigatoriedade do princípio da legalidade.
Pelo princípio da impessoalidade, a atuação da administração pública deve ser imparcial, não
visando beneficiar ou prejudicar pessoa determinada, tendo em vista que a sua atuação está voltada
à busca do interesse público em geral.
Reflete a necessidade de uma atuação que não discrimina as pessoas, seja para benefício ou
para prejuízo. Possui duas acepções:
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ii. Proibição de promoção pessoal: Vedação do exercício da máquina pública para atingir
interesses particulares.
Art. 37, § 1º, CF: A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou
de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens
que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
JURISPRUDÊNCIA. STF. RE. 191668. Supremo entendeu que a inclusão de slogan de partido político
na publicidade dos atos governamentais também ofende o art. 37§1º da Constituição Federal.
OBSERVAÇÃO:
Súmula Vinculante 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou
por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa
jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em
comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta
em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido
o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
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Atuação segundo padrões éticos de probidade e decoro. Exige honestidade, lealdade, boa-fé
de conduta no exercício da função administrativa. Não se confunde com a “moral social”.
Odete Medauar aponta que a ação popular é um dos instrumentos constitucionais para
sancionar a inobservância da moralidade, uma vez que pode ser proposta por qualquer cidadão para
anular ato lesivo à moralidade administrativa.
R.: De acordo com o STF, nepotismo significa “proteção”, “apadrinhamento”, que é dado pelo
superior para um cônjuge, companheiro ou parente seu, contratado para o cargo ou designado para
a função em virtude desse vínculo. Isso ofende a moralidade. Ressalta-se que o nepotismo é vedado
em qualquer dos Poderes da República por força dos princípios constitucionais da impessoalidade,
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Todavia, o art. 11, § 5º, da Lei 8.429/92, estabelece que não se configurará improbidade a
mera nomeação ou indicação política por parte dos detentores de mandatos eletivos, sendo
necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do agente.
Dissecando a Súmula Vinculante 13 e o dispositivo legal (art. 11, inciso XI, da Lei nº 8.429/92)
para facilitar a memorização:
R: Cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau,
inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de
direção, chefia ou assessoramento
Cônjuge,
Companheiro
Parente em linha reta,
Parente colateral até o 3ª grau, inclusive
Parente por afinidade até o 3º grau, inclusive
da autoridade nomeante ou
de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção,
chefia ou assessoramento
R.: Para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na
Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas viola a
Constituição Federal
Cargo em comissão
Cargo em confiança
Função gratificada
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Vamos relembrar...
A parte final da súmula proíbe o nepotismo no ajuste, mediante redesignações recíprocas. Não pode
na mesma pessoa jurídica, mas também não pode trocar de parentes, não pode nepotismo cruzado.
A União concede um cargo comissionado para um primo do governador, e o governador para um
irmão do presidente. Redesignações recíprocas é o nepotismo cruzado, o que é vedado.
Nessa situação hipotética, foi respeitado o princípio da moralidade administrativa, por não
se ter contrariado a vedação ao nepotismo, somente na nomeação de
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A) Ana.
B) Lúcio e na de Tatiana.
C) Lúcio e na de Ana.
D) Ana e na de Tatiana.
E) Tatiana.
I. A vedação ao nepotismo não exige a edição de lei formal para coibir a prática, dado que
essa proibição decorre diretamente dos princípios contidos no Art. 37, caput, da
Constituição Federal.
II. Nos termos do Art. 37, § 6º, da Constituição Federal, não se caracteriza a
responsabilidade civil objetiva do Estado por danos decorrentes de crime praticado por
pessoa foragida do sistema prisional, quando não demonstrado o nexo causal direto entre
o momento da fuga e a conduta praticada.
III. É constitucional a legislação que delega o poder de polícia a pessoas jurídicas de direito
privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente
público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em
regime não concorrencial.
IV. A publicidade dos programas, obras e serviços dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social, sendo vedada a publicização de nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores
públicos.
A) Apenas II e IV.
B) Apenas I, II e III.
C) Apenas I, III e IV.
D) Apenas II, III e IV.
E) I, II, III e IV.
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Impõe a divulgação e exteriorização dos atos do poder público, guardando relação com o
princípio democrático, ao possibilitar o controle social sobre os atos públicos. Em outras palavras: a
atuação da Administração pública deve ser sempre o mais transparente possível!
Ressalta-se ainda que a publicidade também representa condição de eficácia dos atos
administrativos, de modo que estes só começam a produzir efeitos a partir de sua publicidade. Assim,
enquanto o ato não é publicado, o particular não toma conhecimento deste, e sem tomar ciência, não
pode praticar e/ou observá-lo. Logo, não tem capacidade de ser eficiente, daí porque se fala que a
publicidade é um pressuposto de eficácia.
É possível restringir a publicidade em casos excepcionais, conforme Artigo 5º, LX, CF:
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
Frise-se que a Lei nº 12. 527/11 (Lei de Acesso à informação) prevê a possibilidade de
restrição ao fornecimento de informações, se imprescindíveis à segurança da sociedade ou do
Estado.
Ultrassecreta: 25 anos;
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Secreta: 15 anos;
Reservada: 5 anos.
Por fim, com fundamento no princípio da publicidade, o STF decidiu ser legítima a possibilidade
de divulgação de vencimentos dos servidores públicos com relação nominal. Veja:
STF (Info 782): É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela
Administração Pública, dos nomes de seus servidores e do valor dos correspondentes
vencimentos e vantagens pecuniárias. A divulgação dos vencimentos dos servidores, a ser
realizada oficialmente, constitui informação de interesse público que não viola a intimidade
e a segurança deles, uma vez que esses dados dizem respeito a agentes públicos em
exercício nessa qualidade.
A publicidade tem grande abrangência, não só pela divulgação oficial, mas também para
conhecimento e fiscalização interna de seus agentes.
Instrumentos: habeas data (art. 5º, LXXII, CF); direito à informação (art. 5º, XXXIII, CF);
certidões (art. 5º, XXXIV, ‘b’, CF).
A publicidade também é apontada pela doutrina como requisito de eficácia dos atos
administrativos.
Enunciado 15 da I Jornada de Direito Administrativo CJF/STJ: A administração pública
promoverá a publicidade das arbitragens da qual seja parte, nos termos da Lei de Acesso à
Informação.
Mazza afirma que a publicidade dos atos administrativos tem a finalidade de: exteriorizar a
vontade da Administração Pública divulgando seu conteúdo para conhecimento público; presumir o
conhecimento do ato pelos interessados; tornar exigível o conteúdo do ato; desencadear a produção
de efeitos do ato administrativo; dar início ao prazo para interposição de recursos; indicar a fluência
dos prazos de prescrição e decadência; impedir a alegação de ignorância quanto ao conteúdo do ato,
e; permitir o controle de legalidade do comportamento.
Inserido pela EC 19/98, para substituir a Administração Pública burocrática pela gerencial,
tendo em vista a necessidade de efetivação célere das finalidades públicas elencadas no
ordenamento jurídico.
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Nesse sentido, o princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com
presteza, perfeição e rendimento funcional, sua aplicação orienta e serve de fundamento para a
construção de uma concepção de Administração Pública Gerencial.
A eficiência ganhou roupagem de direito expresso, mas ela já era exigida como princípio
implícito e já existia de forma expressa no art. 6º da lei 8987/95, que trata de serviço público. Esse
art. 6º traz o conceito de serviço adequado, exigindo a eficiência. Vejamos:
De acordo com Rafael Oliveira, a concretização dos resultados, sempre que possível, deve ser
realizada através de processo político-participativo: planejamento - planos de ação, orçamento e
prioridades, com destaque para participação da população por meio de audiências e consultas
públicas; execução - medidas concretas para satisfação dos resultados previamente delimitados, e;
controle - os órgãos controladores não devem se restringir à legalidade formal na análise da
juridicidade da ação administrativa, devendo levar em consideração os demais princípios e o alcance
dos resultados esperados.
- Exemplo de aplicação: avaliação periódica de desempenho dos servidores públicos (Art. 41,
CF):
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avaliação especial de desempenho - art. 41, §4º, “como condição para aquisição da
estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para
esse fim”.
avaliação periódica de desempenho - art. 41, III, da CF “mediante procedimento de avaliação
periódica de desempenho, na forma da lei complementar, assegurada ampla defesa”.
regra limitadora com gastos de pessoal (art. 169, CF).
Já caiu em prova e foi considerada CORRETA a seguinte assertiva: Tanto o modo de atuação do
agente público quanto o modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública, a fim
de alcançar os melhores resultados, são aspectos a serem considerados na definição do princípio da
eficiência
Segundo Rafael Oliveira, existe polêmica quanto à existência ou não de diferenças entre os
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. No entanto, tem prevalecido a tese da
fungibilidade entre os citados, os quais se entremeiam através de ideais de igualdade, justiça
material e racionalidade, traduzindo-se com relevantes instrumentos de contenção dos possíveis
excessos cometidos pelo Poder Público.
A razoabilidade é a coerência, lógica, congruência, equilíbrio, tendo sempre por base o padrão
do homem médio. Ela proíbe os excessos, as condutas insensatas. O administrador tem que agir com
bom senso, com equilíbrio.
OBSERVAÇÃO:
Subdivide-se em 03 subprincípios:
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ATENÇÃO!
Assim, pelo princípio, há uma primazia de soluções e decisões que atendam ao interesse
coletivo, em detrimento do interesse de um único indivíduo ou grupo seleto de indivíduos.
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Nesse sentido, faz-se relevante um julgado do STJ que, apesar de ter sido tomado com base
na Lei 8.666/93, pode ser aplicado à Lei 14.133/21. Vejamos:
Poder-dever da Administração rever os seus próprios atos, seja para anulá-los ou revoga-los.
A Administração pode ser provocada para rever seus próprios atos, podendo ser feito o controle de
ofício também; diferentemente do Poder Judiciário, que não pode atuar no exercício do controle das
atividades estatais sem que haja provocação para tanto.
1 REsp 1.356.260-SC, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 7/2/2013 (Informativo nº 0516).
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revogá-los ou para anulá-los, fala-se que este controle pode ser de legalidade ou de mérito. Quando
ilegal o ato será anulado, quando inoportuno ou inconveniente será revogado.
Ressalta-se que o princípio da autotutela não afasta a possibilidade de controle de legalidade
pelo Poder Judiciário (não afasta a tutela jurisdicional), em razão do Sistema de Jurisdição Una.
Entendimento importantes:
Súmula 346 STF: A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula 473 STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornam ilegais, porque dêles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicial.
Já caiu em prova e foi considerada correta a seguinte afirmativa: A autotutela caracteriza-se por
permitir que a Administração Pública reveja seus próprios atos, revogando-os por motivo de
interesse público (oportunidade e conveniência), assim como anulando os atos inquinados pela
ilicitude.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
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A Administração Pública deve observar algum requisito quando for anular atos ilegais?
A Administração Pública pode anular seus próprios atos quando estes forem ilegais. No
entanto, se a invalidação do ato administrativo repercute no campo de interesses individuais, faz-
se necessária a instauração de procedimento administrativo que assegure o devido processo
legal e a ampla defesa. Assim, a prerrogativa de a Administração Pública controlar seus próprios
atos não dispensa a observância do contraditório e ampla defesa prévios em âmbito
administrativo. STF. 2ª Turma. RMS 31661/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 10/12/2013
(Info 732). STF. Plenário. MS 25399/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 15/10/2014 (Info
763).
Além disso, o art. 54 da lei 9.784/99 estipula que o direito da Administração de anular
os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis aos destinatários decai em 5 anos,
contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má fé.
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Estados e dos Municípios deve ser tratado por meio de legislação a ser editada por cada um desses
entes, em virtude da autonomia legislativa que gozam para regular a matéria em seus territórios.
No entanto, o STJ entende que, se o Estado ou o Município não possuir em sua legislação
previsão de prazo decadencial para a anulação dos atos administrativos, deve-se aplicar, por
analogia integrativa, o art. 54 da Lei nº 9.784/99. Essa conclusão é baseada nos princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade. O entendimento acima resultou na edição da Súmula 633
do STJ. Vejamos:
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No mesmo sentido STJ julgou: Mesmo depois de terem se passados mais de 5 anos, a
Administração Pública pode anular a anistia política concedida quando se comprovar a ausência
de perseguição política, desde que respeitado o devido processo legal e assegurada a não
devolução das verbas já recebidas. (STF. Plenário. RE 817338/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado
em 16/10/2019 - Info 956)
Ademais, o prazo decadencial do art. 54 da Lei nº 9.784/99 não se aplica quando o ato a
ser anulado afronta diretamente a Constituição Federal. Veja:
OBSERVAÇÃO:
Recentemente, STF decidiu que, em regra, o prazo decadencial para que a Administração
anule atos administrativos inválidos é de 5 anos, aplicável a todos os entes federativos, por força
do princípio da isonomia, ou seja:
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STF. Plenário. ADI 6019/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão
Min. Roberto Barroso, julgado em 12/4/2021 (Info 1012).
Tem expressa previsão no art. 2º, parágrafo único, da Lei n. 9.784/99, que regula o processo
administrativo no âmbito federal, in verbis:
Segundo Maria Di Pietro, o direito administrativo brasileiro herdou do direito alemão (já caiu
em prova) a inspiração para aplicação do princípio da segurança jurídica, especialmente sob o
aspecto subjetivo da proteção à confiança.
Quanto ao princípio da segurança jurídica, pode ele ser analisado em duas acepções. Em
sentido objetivo, estabelece limites à retroatividade dos atos estatais, impedindo que prejudiquem
o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (art. 5º, XXXVI, da CF). Pode ser invocado
tanto pelo Estado quanto por particulares. Em sentido subjetivo, é também denominado de princípio
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Objetivo Subjetivo
estabilização do ordenamento jurídico proteção a confiança das pessoas em relação às
expectativas geradas por promessas e atos
estatais. É princípio autônomo.
A noção de proteção da confiança legítima aparece como uma reação à utilização abusiva de
normas jurídicas ou atos administrativos que surpreendam bruscamente o seu destinatário. Um
exemplo de aplicação do princípio da legítima confiança diz respeito à impossibilidade de devolução
de valores recebidos de boa-fé por servidores públicos, em virtude de errônea interpretação de lei
pela Administração:
STJ (Info 579): Os herdeiros devem restituir os proventos que, por erro
operacional da Administração Pública, continuaram sendo depositados em
conta de servidor público após o seu falecimento. Não se analisa aqui se o
herdeiro estava ou não de boa-fé. O herdeiro é obrigado a devolver porque
ele não tem qualquer razão jurídica para ficar com aquele dinheiro em
prejuízo da Administração Pública. Não havia nenhuma relação jurídica entre
o herdeiro e o Estado. O fundamento aqui é o princípio que veda o
enriquecimento sem causa (art. 884 do CC).
A proteção à confiança só pode ser invocada pelo particular, nunca pelo Estado. Em nome do
princípio da proteção à confiança legítima, é possível obter a manutenção de atos administrativos
ilegais, sempre com o objetivo de preservar a paz social e a estabilidade das relações.
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Não impede que o poder público realize novas interpretações em relação às normas jurídicas
e às disposições legais atinentes a suas condutas. O que se proíbe é que esta nova interpretação
retroaja, de forma a prejudicar situações previamente consolidadas no ordenamento jurídico.
Vale ressaltar a importância da boa-fé trazida por Rafael Oliveira como princípio semelhante
à segurança jurídica, vez que a boa-fé deve pautar a atuação do Estado e do particular.
Nos termos do art. 54 da Lei n. 9.784/99, a Administração tem o prazo de 5 anos para anular
seus atos defeituosos, quando favoráveis aos destinatários, salvo comprovada má-fé. Por isso, após
a prazo de 5 anos, estando o servidor de boa-fé, o princípio da segurança jurídica promove a
incorporação definitiva da vantagem ao patrimônio do beneficiário proibindo a retirada do benefício.
Especificamente no que tange à confiança legítima, faz-se necessário pontuar uma de suas
decorrências, a teoria dos atos próprios, ou venire contra factum proprium. Segundo Rafael Oliveira
(grifos nossos),
A partir de tais balizas indicadas por Rafael Oliveira, vê-se que um ato da Administração não
pode prevalecer se for contraditório a ato válido anterior, emanado da mesma pessoa jurídica (e não
de pessoa jurídica distinta, haja vista inexistir hierarquia). O professor dá, ainda, dois exemplos: não
pode a Administração multar um veículo por irregularidades encontradas assim que devidamente
finalizados a vistoria e o licenciamento; e não pode o Município deixar de lotear imóveis urbanos que
ele mesmo alienou aos particulares.
Assim, conforme citado acima, a teoria dos atos próprios constitui vertente específica do
princípio da confiança legítima, com aplicação equivalente à vedação do venire contra factum
proprium no direito civil, em um paralelo com a boa-fé objetiva que deve informar todas as relações
jurídicas.
Os atos administrativos são protegidos por uma presunção relativa (juris tantum) de que foram
praticados em conformidade com o ordenamento jurídico. Por isso, até prova em contrário, os atos
administrativos são considerados válidos para o Direito, cabendo ao particular o ônus de provar
eventual ilegalidade na sua prática. Em razão dessa presunção, mesmo que o ato administrativo
tenha vício de ilegalidade (ato nulo) fica garantida sua produção de efeitos, até o momento de sua
retirada por meio da invalidação.
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Está expressamente previsto no art. 6º, § 1º, da Lei n. 8.987/95, e seu fundamento reside no
fato de a prestação de serviços públicos ser um dever constitucionalmente estabelecido (art. 175 da
CF/88), localizando-se, portanto, acima da vontade da Administração Pública, que não tem escolha
entre realizar ou não a prestação.
CF, Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob
regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação
de serviços públicos.
Entretanto, o art. 6º, § 3º, da Lei n. 8.987/95, de acordo com o entendimento doutrinário
majoritário e da jurisprudência do STJ, autoriza o corte no fornecimento do serviço, após prévio aviso,
nos casos de:
OBSERVAÇÃO:
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O aviso prévio dado através de comunicado em rádio de amplo alcance satisfaz as condições
de aviso prévio, haja vista se tratar de um dos meios mais populares e o de maior alcance público,
motivo pelo qual há de se reconhecer a validade e eficácia do ato administrativo. Veja a
jurisprudência do STJ nesse sentido:
OBSERVAÇÃO:
A interrupção por inadimplemento do usuário não pode paralisar serviços essenciais, como,
por exemplo, corte de energia elétrica do hospital público/iluminação pública. Nos chamados
“serviços essenciais”, mantém-se o serviço e prossegue com a cobrança paralelamente.
Nesse sentido, vale destacar que, recentemente, o STJ entendeu que é possível o corte de
energia elétrica por fraude no medidor, DESDE que sejam observados alguns requisitos.
14.015/2020 Alterou a Lei nº 8.987/95 e a Lei nº 13.460/2017 para deixar mais explícito que é
possível a interrupção do serviço público em caso de inadimplemento do usuário, desde que ele seja
previamente avisado.
a) o direito de greve dos servidores públicos será exercido nos termos e nos limites definidos
em lei específica (art. 37, VII, da CF). Lembre-se que o policial civil não pode fazer greve!!!
Policias civis são proibidos de fazer greve. O exercício do direito de greve, sob
qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os
servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública.
STF. Plenário. ARE 654432/GO, Rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 5/4/2017 (repercussão geral) (Info 860).
Explicação via Dizer o Direito (muito importante para fundamentar em uma prova discursiva!)
muito pouco), mas sim por conta do direito de toda a sociedade à garantia da
segurança pública, à garantia da ordem pública e da paz social.
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta
Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis,
imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da
necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo
contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.
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Impõe à Administração Pública o dever de indicação dos pressupostos de fato e de direito que
determinaram a prática do ato (art. 2º, parágrafo único, VII, da Lei n. 9.784/99). Assim, a validade do
ato administrativo está condicionada à apresentação por escrito dos fundamentos fáticos e jurídicos
justificadores da decisão adotada.
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OBSERVAÇÃO 1:
Ex.: parecer opina pela possibilidade de prática de ato de demissão de servidor, ao demitir o
servidor, a autoridade não precisa repetir os fundamentos explicitados pelo parecer, bastando, na
fundamentação do ato de demissão, declarar a concordância com os argumentos expedidos no ato
opinativo.
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OBSERVAÇÃO 2:
Teoria dos Motivos Determinantes – afirma que o motivo apresentado como fundamento fático
da conduta vincula a validade do ato administrativo. Assim, se for comprovado que o alegado
pressuposto de fato é falso ou inexistente, o ato torna-se nulo.
OBSERVAÇÃO 3:
A existência real de um motivo de fato alegado para a realização de ato administrativo vincula o
administrador, sendo um pressuposto de validade deste mesmo ato.
Se um ato administrativo é realizado com motivo de fato inexistente, mesmo que exista motivação,
ele é considerado ilícito com base na teoria dos motivos determinantes. (DPC ES, 2019).
Art. 5º, LV, CF.: aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes.
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A respeito dessa Súmula Vinculante, houve recente decisão do STF dispondo que não há de
se falar em contraditório e ampla defesa no julgamento de legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria. Posto que ultrapassado o prazo decadencial de 5 anos, a contar da chegada do
processo na Corte, considera-se que a aposentadoria ou pensão fora registrada tacitamente, não
havendo mais a possibilidade de alteração pela Corte de Contas.
Vejamos:
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3) nos contratos administrativos, com a vigência da Nova Lei de Licitações e Contratos (Lei nº
14.133/2021), passou a ser permitido expressamente a utilização de meios alternativos de
prevenção e resolução de controvérsias relacionadas a DIREITOS PATRIMONIAIS DISPONÍVEIS,
como as questões relacionadas ao restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro do
contrato, ao inadimplemento de obrigações contratuais por quaisquer das partes e ao cálculo de
indenizações, vejamos:
LEI Nº 14.133/2021:
Art. 151. Nas contratações regidas por esta Lei, poderão ser utilizados
meios alternativos de prevenção e resolução de controvérsias,
notadamente a conciliação, a mediação, o comitê de resolução de disputas
e a arbitragem.
Parágrafo único. Será aplicado o disposto no caput deste artigo às
controvérsias relacionadas a direitos patrimoniais disponíveis, como as
questões relacionadas ao restabelecimento do equilíbrio econômico-
financeiro do contrato, ao inadimplemento de obrigações contratuais por
quaisquer das partes e ao cálculo de indenizações.
Art. 152. A arbitragem será sempre de direito e observará o princípio da
publicidade.
Art. 153. Os contratos poderão ser aditados para permitir a adoção dos
meios alternativos de resolução de controvérsias.
Art. 154. O processo de escolha dos árbitros, dos colegiados arbitrais e dos
comitês de resolução de disputas observará critérios isonômicos, técnicos e
transparentes.
As referidas hipóteses reforçam a ideia de que, assim como ocorre com a supremacia do
interesse público, a indisponibilidade também é relativa.
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O princípio da intranscendência subjetiva significa que não podem ser impostas sanções e
restrições que superem a dimensão estritamente pessoal do infrator e atinjam pessoas que não
tenham sido as causadoras do ato ilícito
Existem julgados do STF afirmando que se a irregularidade no convênio foi praticada pelo
gestor anterior e a gestão atual, depois que assumiu, tomou todas as medidas para ressarcir o erário
e corrigir as falhas (exs: apresentou todos os documentos ao órgão fiscalizador, ajuizou ações de
ressarcimento contra o antigo gestor etc.), neste caso, o ente (Estado ou Município) não poderá ser
incluído nos cadastros de inadimplentes da União.
Assim, segundo esta acepção, o princípio da intranscendência subjetiva das sanções proíbe
a aplicação de sanções às administrações atuais por atos de gestão praticados por
administrações anteriores.
Segundo o Min. Luiz Fux, “não se pode inviabilizar a administração de quem foi eleito
democraticamente e não foi responsável diretamente pelas dificuldades financeiras que acarretaram
a inscrição combatida”. Logo, deve-se aplicar o princípio da intranscendência subjetiva das sanções,
impedindo que a Administração atual seja punida com a restrição na celebração de novos convênios
ou recebimento de repasses federais. Nesse sentido: STF. 1ª Turma. AC 2614/PE, AC 781/PI e AC
2946/PI, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 23/6/2015 (Info 791).
O STJ comunga também desse entendimento, exigindo sempre que a gestão sucessora tenha
tomado as providências cabíveis à reparação dos danos eventualmente cometidos. Por isso, editou
a súmula 615. Vejamos:
Além do caso acima explicado, o princípio da intranscendência subjetiva das sanções pode ser
aplicado também nas situações em que uma entidade estadual/municipal (ex: uma autarquia)
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descumpriu as regras do convênio e a União inscreve não apenas essa entidade, como também o
próprio ente (Estado/Município) nos cadastros restritivos.
Nesse sentido: (...) O postulado da intranscendência impede que sanções e restrições de ordem
jurídica superem a dimensão estritamente pessoal do infrator. Em virtude desse princípio, as
limitações jurídicas que derivam da inscrição, em cadastros públicos de inadimplentes, das
autarquias, das empresas governamentais ou das entidades paraestatais não podem atingir os
Estados-membros, projetando, sobre estes, consequências jurídicas desfavoráveis e gravosas, pois
o inadimplemento obrigacional – por revelar-se unicamente imputável aos entes menores
integrantes da administração descentralizada – só a estes pode afetar.
A União é parte legítima para figurar no polo passivo das ações em que
Estado-membro impugna inscrição em cadastros federais desabonadores
e/ou de restrição de crédito
Caso concreto O Estado do Amapá possui débitos com o INCRA e com o
IBAMA, duas autarquias federais. Em razão desses débitos, o Estado foi
inserido no SIAFI, no CADIN e no CAUC, cadastros de inadimplência
mantidos pela União. Tanto o INCRA como o IBAMA ajuizaram execução
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Referências bibliográficas:
QUESTÕES PROPOSTAS
Sobre Agentes Públicos e Princípios e Regime Jurídico Administrativo, é correto afirmar que são
entes da Administração Indireta as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as
sociedades de economia mista, e as subsidiárias destas duas últimas. As subsidiárias não dependem
de autorização legislativa justamente por integrarem a Administração Pública Indireta.
COMENTÁRIO
B – CF – Art. 37, XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias
das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em
empresa privada;
Errado
COMENTÁRIO
RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA ISONOMIA SALARIAL CONCEDIDA
PELO PODER PÚBLICO COM BASE EM PARECER DA PROCURADORIA- GERAL DO ESTADO
DO ACRE. VERBA DE REPRESENTAÇAO CONFERIDA AOS PERITOS CRIMINAIS DESDE 1993.
SUPRESSAO POR AUSÊNCIA DE PREVISAO LEGAL PREPONDERANCIA DO PRINCÍPIO DA
SEGURANÇA JURÍDICA E DA RAZOABILIDADE. CONVALIDAÇAO DOS EFEITOS JURÍDICOS.
INTERREGNO DE MAIS DE DEZ ANOS. REDUTIBILIDADE SIGNIFICATIVA DOS PROVENTOS.
RECURSO ORDINARIO PROVIDO.
1. O poder-dever da Administração de invalidar seus próprios atos encontra limite temporal no
princípio da segurança jurídica, pela evidente razão de que os administrados não podem ficar
indefinidamente sujeitos à instabilidade originada do poder de autotutela do Estado, e na
convalidação dos efeitos produzidos, quando, em razão de suas consequências jurídicas, a
manutenção do ato atenderá mais ao interesse público do que sua invalidação.
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2. A infringência à legalidade por um ato administrativo, sob o ponto de vista abstrato, sempre
será prejudicial ao interesse público; por outro lado, quando analisada em face das circunstâncias
do caso concreto, nem sempre a sua anulação será a melhor solução. Em face da dinâmica das
relaç6es jurídicas sociais, haverá casos em que o próprio interesse da coletividade será melhor
atendido com a subsistência do ato nascido de forma irregular.
3. O poder da Administração, destarte, não é absoluto, na seara da invalidação de seus atos, de
forma que a recomposição da ordem jurídica violada está condicionada primordialmente ao
interesse público, O decurso do tempo ou a convalidação dos efeitos jurídicos, em certos casos, é
capaz de tornar a anulação de um ato ilegal claramente prejudicial ao interesse público, finalidade
precípua da atividade exercida pela Administração.
4. O art. 54 da Lei 9.784/99, aplicável analogicamente ao presente caso, funda-se na importância
da segurança jurídica no domínio do Direito Público, estipulando o prazo decadencial de 5 anos
para a revisão dos atos administrativo.<. viciosos {sejam eles nulos ou anuláveis) e permitindo, a
contrário sensu, a manutenção da eficácia dos mesmos, após o transcurso do interregno mínimo
quinquenal, mediante a convalidação ex ope temporis, que tem aplicação excepcional a situações
típicas e extremas, assim consideradas aquelas em que avulta grave lesão a direito subjetivo,
sendo o seu titular isento de responsabilidade pelo ato eivado de vício.
5. A efetivação do ato que reconheceu a isonomia salarial entre as carreiras de Perito Legal e
Delegado de Polícia do Estado do Acre, com base apenas em parecer da Procuradoria-Geral do
Estado, e o transcurso de mais de 5 anos, por inusitado que se mostre, consolidou uma situação
fática para a qual não se pode fechar os olhos, vez que produziu consequuências jurídicas
inarredáveis.
Precedente do Pretório Excelso.
6. Recurso Ordinário provido, para cassar o ato que suprimiu a verba de representação percebida
pelos recorrentes.
RMS 24430 / AC
RECURSO ORDINARIO EM MANDADO DE SEGURANÇA
2007/0142581-3. Julgamento em 03/03/2009
Certo.
O princípio da juridicidade, por constituir uma nova compreensão da ideia de legalidade, acarretou o
aumento do espaço de discricionariedade do administrador público.
COMENTÁRIOS
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DIREITO ADMINISTRATIVO
META 01
ERRADO
COMENTÁRIOS
Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro, deve-se entender a constitucionalização do Direito
Administrativo “em dois sentidos: (a) elevação, ao nível constitucional, de matérias antes
tratadas por legislação infraconstitucional; (b) irradiação dos efeitos das normas
constitucionais por todo o sistema jurídico"
Fonte: Maria Sylvia Zanella di Pietro. Direito Administrativo.
CERTO
COMENTÁRIOS
Pode-se observar que tais elementos supramencionados na questão contribuem para a
democratização da administração pública, já que a processualização do direito administrativo
proporciona a observância da ampla defesa e do contraditório; a participação do cidadão na
gestão pública auxilia o controle dos atos administrativos pela população, e; o princípio da
transparência promove a publicidade e a motivação dos atos.
CERTO
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META 01
administrativa da União, à Lei n.º 8.112/1990 e aos poderes administrativos, julgue o item que se
segue.
A lei é considerada a fonte primordial do direito administrativo brasileiro, razão por que esse ramo
do direito público nacional se encontra codificado, ou seja, as normas administrativas estão reunidas
em um só corpo de leis.
COMENTÁRIOS
ERRADO
Lei estadual que tenha por objetivo isentar servidores públicos do pagamento de taxa de inscrição
COMENTÁRIOS
É inconstitucional lei estadual que isenta servidores públicos da taxa de inscrição em concursos
públicos promovidos pela Administração Pública local, privilegiando, sem justificativa razoável
STF. Plenário. ADI 5818/CE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, redator do acórdão Min. Dias Toffoli,
julgado em 13/5/2022 (Info 1054). STF. Plenário. ADI 3918/SE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
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META 01
CERTO
Ana, servidora pública com cargo comissionado, praticou irregularidade funcional. Caio, chefe de
administrativo dirigido a Caio, visando impugnar a decisão com base no princípio da razoabilidade,
por entender que a punição foi desproporcional em face do ato praticado. Além disso, Ana alegou
que não poderia ser punida, porquanto os servidores comissionados não se sujeitam ao processo
disciplinar.
Federal.
COMENTÁRIOS
Constituição Federal, mas estão previstos na Lei 9.784/1999, que regula o processo
ERRADO
COMENTÁRIOS
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DIREITO ADMINISTRATIVO
META 01
“A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
CERTO
Dada a origem francesa do direito administrativo pátrio, a jurisprudência, no Brasil, assim como
COMENTÁRIOS
ERRADO
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