Geoprocessamento - 2

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GEOPROCESSAMENTO AMBIENTAL

CONCEITO DE GEOPROCESSAMENTO

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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:

1. Esclarecer o que representa e como se aplica o geoprocessamento ambiental.

Nesta aula, vamos apresentar conceitos e bases necessárias para um entendimento inicial do que representa o

geoprocessamento ambiental e como ele se aplica.

Bons estudos!

1 Introdução
Antes de nos aprofundarmos no Geoprocessamento, vamos saber como ele surgiu?

A obtenção de dados e informações sobre a distribuição geográfica de recursos minerais, propriedades, plantas e

animais sempre foi uma parte importante das atividades das sociedades organizadas.

No entanto, até recentemente, isso era feito apenas em documentos e mapas manuscritos, o que limitava as

análises, impossibilitando a combinação de diversos mapas e bancos de dados para gerar novas informações.

O desenvolvimento da tecnologia de informática, que aconteceu de forma simultânea, na segunda metade deste

século, tornou-se possível armazenar e representar tais dados e informações em ambiente computacional, tendo

abertura para o surgimento do Geoprocessamento (Câmara, Davis e Monteiro, 2001).

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2 Geoprocessamento
Como definir Geoprocessamento?

O termo geoprocessamento é utilizado para denominar o processamento de dados georreferenciados por meio

de processos computacionais.

Um dado georreferenciado possui, além da sua informação fundamental (quantidade de algum recurso, por

exemplo), a sua localização.

Quando adicionamos a informação de localização a um dado, ou seja, quando georreferenciamos este dado,

podemos processá-lo com recursos computacionais de forma a produzir mapas da região de interesse onde seja

possível visualizar simultaneamente a quantidade do recurso e a sua localização.

Mais do que isso, podemos construir mapas superpondo diversas outras informações que considerarmos

relevantes, desde que estejam disponíveis, claro.

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Os sistemas especializados em geoprocessamento, capazes de construir os chamados mapas temáticos, que

superpõem as informações de acordo com a necessidade e solicitação do usuário, são conhecidos como sistemas

de informações geográficas (SIG) ou, em inglês, GIS (Geographical Information System).

Esses sistemas são complexos, pois reúnem recursos de bancos de dados não convencionais, de computação

gráfica, de processamento de imagens, de geografia e de conhecimento específico da área, exigindo uma equipe

multidisciplinar para a sua implantação.

Para iniciarmos os estudos do Geoprocessamento, precisamos conhecer um pouco sobre os mapas.

Eles são construídos a partir das chamadas bases cartográficas, que estabelecem regras para a criação deste tipo

de representação da realidade.

Para entender esse processo, devemos começar a organizar nosso pensamento a partir da forma da terra.

Você sabe como surgiu a percepção de que se tratava de uma superfície esférica na Grécia Antiga?

No século XVII, o francês Jean Richer realizou uma experiência interessante: confrontou o desempenho de dois

relógios idênticos, dotados de pêndulos de um metro, sendo que um foi instalado em Caiena, na Guiana Francesa

e outro em Paris, França.

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Logo percebeu que o relógio da Guiana atrasava cerca de dois minutos e meio por dia em relação ao instalado na

Europa.

Lançando mão do princípio da Gravitação Universal, desenvolvido por Isaac Newton, conseguiu estabelecer a

diferença entre a gravidade experimentada em Paris e a da Guiana, próxima da linha do Equador, responsável

pela diferença entre os relógios.

Concluiu então que, na zona equatorial, o raio da terra é maior do que o medido do centro até os polos.

Estas observações indicaram que a forma da terra é aproximadamente esférica, pois foi detectado um

achatamento nos polos. Com isso, um termo bastante utilizado para definir a forma da terra é o geoide.

Para os estudos matemáticos de representação do planeta (Geodésia), torna-se necessário estabelecer um

sistema de coordenadas que seja capaz de localizar um ponto na superfície da terra.

Optou-se pelo elipsoide de revolução como forma de referência do modelo de representação.

A criação de uma carta ou mapa exige, antes de tudo, o estabelecimento de parâmetros para correlacionar cada

ponto da superfície da Terra a um ponto da carta e vice-versa.

Os diversos métodos empregados para se obter essa correspondência de pontos constituem os sistemas de

projeções cartográficas.

Vários sistemas de representação da Terra foram desenvolvidos e passaram a ser chamados de sistemas

geodésicos de referência.

Estes sistemas estabelecem uma relação matemática entre um ponto da superfície e o elipsoide de referência.

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3 Sistema Geodésico Brasileiro (SGB)
O Brasil adotou um sistema próprio estabelecido em normas específicas.

O SGB é composto por redes de:

4 Sistemas de coordenadas
Como a localização de um ponto na superfície da Terra é estabelecida?

Por duas posições principais, medidas no elipsoide de referência que representa o planeta: latitude e longitude,

que são referenciadas a dois planos definidos pelo Equador e pelo Meridiano de Greenwich.

Latitude (Ø): representa o ângulo formado entre dois segmentos de reta fictícios com origem no centro do

elipsoide de referência. O primeiro tem como destino o ponto de interesse, e o segundo é a projeção do primeiro

segmento no plano formado pela linha do Equador.

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Longitude (λ): representa o ângulo formado entre dois segmentos de reta fictícios com origem no centro do

elipsoide de referência. O primeiro tem como destino o ponto de interesse, e o segundo é a projeção do primeiro

segmento no plano formado pelo Meridiano de Greenwich.

Atenção

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Os ângulos que definem latitude e longitude devem ser fornecidos em graus, minutos e segundos.

Para identificar o hemisfério na latitude, utiliza-se N e S (Norte e Sul). Já na longitude, utiliza-se W (oeste, do

inglês west) e E (leste, do inglês east). Convencionou-se que o norte é associado ao sinal positivo (+) e o sul ao

negativo (-). Da mesma forma, o leste (E) foi associado ao positivo (+), e o oeste (W) ao negativo (-).

5 Sistema Universal Transversal de Mercator (UTM)


Provavelmente o sistema mais difundido nos SIGs, o sistema UTM utiliza uma forma de projeção cartográfica que

trabalha com paralelos retos e meridianos retos e equidistantes, publicada em 1569 por Gerhard Kremer,

conhecido como Mercator.

O sistema UTM adota coordenadas métricas planas ou plano-retangulares, que podem ser identificadas nas

margens das cartas acompanhando uma rede de quadrículas planas.

Sua origem é definida pelo cruzamento da linha do Equador com um meridiano denominado Meridiano Central

(MC).

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Na projeção do sistema UTM, o cilindro é secante com relação à esfera, gerando duas linhas não distorcidas. Com

isto, na região central (± 180 km do MC) verifica-se um encolhimento da região projetada e as demais aparecem

“maiores” do que deveriam.

Em medidas de áreas e distâncias que se utilizem de coordenadas planas do sistema UTM, essas considerações

devem ser observadas.

O modelo é composto por 60 cilindros de eixo transverso, obtidos através da rotação do mesmo no plano do

equador, com amplitudes de 6º de longitude, a partir do Antemeridiano (180º) de Greenwich.

Assim são gerados 60 cilindros, onde cada um deles representa um fuso, conforme a figura.

Saiba mais
Rede altimétrica. Disponível em: https://www.ibge.gov.br
Rede planimétrica. Disponível em: https://www.ibge.gov.br
Conceitos básicos sobre posicionamento por satélites artificiais. Disponível em: http://www.
dsr.inpe.br/vcsr/files/Apresentacao_GPS.pdf
Latitude e longitude das cidades brasileiras. Disponível em: https://www.apolo11.com/latlon.
php?uf=rj&cityid=19
Calculadora geográfica (converte coordenadas e calcula distâncias). Disponível em:
http://www.dpi.inpe.br/calcula/
Cartografia – coordenadas geográficas. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?x-yt-
ts=1422579428&v=RxLrXbGH82A&x-yt-cl=85114404&feature=player_embedded
UTM Projections. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?
v=wXHwfTchLaE&list=PLjP5S6SplAy4aCZTNIhSkDsjYLIJ-IWLk&index=26
Projeções cartográficas. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YJ9NW7nnloU
Animação da projeção de Mercator. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?
v=E43g5EMxaTg&list=PLSfHj8toBl183XJbJkqLSNWhZroSC4HGl&index=10

O que vem na próxima aula


Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos:
• Conceitos e a evolução das tecnologias de geoprocessamento;
• Conceitos de espaço e relações espaciais;
• Tecnologias relacionadas e tipos de dados em geoprocessamento.

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CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Identificou os conceitos e bases necessárias para um entendimento inicial do que representa e como se
aplica o geoprocessamento ambiental.

Referências
INPE. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. 2011. Disponível em: http://www.inpe.br/institucional

/sobre_inpe/historia.php

Medeiros, A. M. L. Artigos sobre conceitos em Geoprocessamento (e-book). Setembro de 2012. Disponível em:

http://andersonmedeiros.com

Medeiros, J. S.; et al. Geoprocessamento: teoria e aplicações. In: Monteiro, A.M.V.; et al. Introdução à Ciência da

Geoinformação. São José dos Campos: INPE, 2001.

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