A Teoria Dos 4 Discursos - Arlete Mourão
A Teoria Dos 4 Discursos - Arlete Mourão
A Teoria Dos 4 Discursos - Arlete Mourão
com/lacanempdf
Lugares fixos:
outro
1
j
Verdade jprodução I
Características desses lugares:
58 Tal como mencionamos anteriormente, o materna foi o neologismo criado por Lacan
a partir da expressão mítema de Claude Lévi-Strauss e da palavra grega mathema,
traduzida por "conhecimento", para operacionalizar conceitos de tal forma que a
transmissão da Psicanálise ficasse preservada. O materna corresponde a uma espécie de
fórmulas que concentram pontos de convergência teórica essenciais para a Psicanálise.
Ele não pode ser expresso oralmente, precisando da escrita para se transmitir. Para
Lacan, transmitir a Psicanálise via maternas permitiria não incorrer no risco do ensino
de um saber pronto, o qual levaria facilmente para a sugestão ou para a religião da
transferência. No uso dos maternas, é necessário um dar de si, quer dizer, só os utiliza
quem parte da experiência vivida na análise. Mais que isso, só quem os utiliza é que se
beneficia do conteúdo transmitido.
Agente: lugar de onde parte o discurso ou de onde o discurso é agen-
ciado, sendo por isso também chamado de lugar dominante. Trata-se de
um lugar em torno do qual tudo se ordena e se estrutura no trabalho 59 pro-
movido pela fala. Não é propriamente o lugar daquele que faz o trabalho,
mas daquilo ou daquele que faz trabalhar - faz falar.
Outro: alteridade irredutível à qual o discurso se dirige. É o lugar do
trabalho dos significantes, da articulação significante, constituindo-se na
sede da bateria significante. Portanto, é o lugar onde se constitui o saber
inconsciente.
Verdade: lugar que fundamenta o discurso, correspondendo a um
enigma sobre o sujeito. É o lugar da castração, da impotência subjetiva,
sendo acessível apenas por um semidizer.
Produção: lugar do resto, do produto engendrado pelo discurso.
(agente· (Outro)
s 52
s a
(Yerdade) li (produção)
(agente) (Outro)
s s1
a s2
(verdade) li (produção)
(agente) (Outro)
a s
S, S,
(verdade) li (produção)
(agente) (Outro)
52 a
s1 s
(verdade) li (produção)
lhar, o estudante tem de produzir algo. Por estar disjunta do seu próprio
significante-mestre, sua produçáo é sua própria divisáo e a sua verdade é
o S 1 do Mestre.
Sendo assim, essa produçáo discursiva permite a concepção de um
sujeito do conhecimento (eu, ego), em oposiçáo a um sujeito do signi-
ficante (sujeito do inconsciente). O que se impõe é um discurso do Eu,
chamado por Lacan de Eucracia.