Método Psicanalítico 5
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Freud se inspira na peça grega do Édipo Rei, de No caminho para Tebas, Édipo se envolve em
Sófocles, para elaborar a sua teoria do complexo uma briga com um desconhecido, tendo, como
de Édipo resultado, a morte do homem
É a história do jovem Édipo que, em dúvida Prosseguindo seu caminho, encontra-se com uma
quanto à sua origem, vai à busca de um oráculo, Esfinge às portas de Tebas, que lhe propõe um
o qual lhe adverte sobre o seu destino e profetiza
dizendo que Édipo mataria o seu pai e se casaria enigma. Se Édipo o decifrasse, a cidade se
com a sua mãe livraria da peste que a assolava, caso contrário,
Horrorizado com a fala do oráculo, Édipo ele seria devorado. Tendo decifrado o enigma,
abandona sua cidade em Corinto, onde vivia com Édipo é acolhido como herói, recebendo em troca
seus pais, e vai em direção a Tebas, a fim de o trono de Tebas que estava vago devido à morte
evitar o cumprimento da tão sinistra profecia do rei Laio e, juntamente com o trono, Édipo,
enunciada pelo oráculo
recebe a mão da rainha Jocasta
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O complexo de Édipo é elaborado por Freud em O que se segue na peça mostra que Édipo, ao
1900, na “Interpretação do sonho” descobrir seu ato incestuoso, fura os seus
Para Freud, o importante é o efeito trágico que a olhos, castrando-se do gozo de ver, uma
peça faz ecoar nos espectadores, pois trata-se de consequência lógica da vivência edipiana
um reconhecimento de seus desejos criminosos,
a saber: o assassinato do pai e o incesto com a O mito de Édipo forneceu a Freud a estrutura
mãe de um desejo criminoso que se articula a uma
O complexo de Édipo, em primeiro lugar, vincula proibição de um impossível de ser suportado
a interdição do incesto – ainda que, na peça, não
ocorra isso
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O complexo de castração é uma consequência
lógica do complexo de Édipo
Freud evidencia o complexo de castração nos
textos: “A organização genital infantil” e “A
dissolução do complexo de Édipo”, ambos do ano
O Complexo de Castração de 1924
No primeiro texto, Freud apresenta a primazia do
falo como característica da organização sexual
infantil, em que o órgão genital masculino
representa o falo,. Trata-se da fase fálica no
desenvolvimento sexual, que explica que o pênis
está em posse comum a ambos os sexos,
portanto, o falo é universal
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No texto “Totem e tabu”, Freud (1914) aborda Movidos pelo ódio da proibição, os filhos, em
com mais evidência a interdição universal, já que comum acordo, assassinam o pai gozador. No
o próprio Édipo não tinha o complexo de Édipo entanto, depois do pai assassinado, os
Em “Totem e tabu”, o pai da horda primitiva próprios filhos restauram a interdição da
retinha o gozo total de todas as mulheres, endogamia e erguem um totem para
enquanto seus filhos eram proibidos de gozar simbolizar o pai morto, erigindo a interdição
sexualmente delas do incesto, ou seja, não se goza com a
O gozo do pai primitivo era absoluto e ameaça de mulher do pai, esteja ele vivo ou morto
castração os outros homens, pois ele era o único Nesse mito, verificam-se duas figuras do pai:
que podia gozar, já que seu gozo estava excluído o pai gozador e o pai morto que, após a sua
de interdição morte, assume a função do pai simbólico
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A metáfora paterna
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A problemática do falo O falo, como definido por Lacan, “é a
significação, nenhuma outra significação, que
não a própria significação”. Dito de outra
maneira: “o falo como significado é
A assimetria que há em Édipo, entre menina e justamente o objeto que dá à criança a
menino, deve ser entendida pela assunção do significação das idas e vindas da mãe, isto é,
falo, isto é, ter ou não o falo como o elemento o falo enquanto ela não o tem e enquanto a
pivô, no qual a identificação sexual (e não criança o atribui a ela, na sua fantasia”.
genital) do sujeito se organiza e se diferencia Sendo assim, o falo torna-se pivô da
economia do desejo, na medida em que ele é
o desejo sexual (o que falta à mãe)
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Sobre o seu casamento, diz que, na faculdade, O decorrer de suas sessões foi marcado por
conheceu um rapaz muito bonito e que ele relatos de intrigas familiares. Ela
gostou dela, pois ela sempre chamou muita declaradamente odeia a sua mãe, chegando a
atenção. Assim, eles começaram a namorar, agredi-la fisicamente. Além disso, nutre um amor
ficaram noivos, sem saber o real motivo, pois sexual pelo seu pai. Suas declarações não
brigavam muito, ele vivia na praia e não gostava passam por nenhum crivo de censura
de trabalhar, mas, mesmo assim, casaram-se,
pois queria ter um casamento bem chique e, Portanto, nesse curto recorte de um caso clínico,
além do mais, segundo seu relato, eles juntos é possível notar que, no discurso da paciente, o
fazia um belo casal desejo como causa é esvaziado, pois a vivência
O casamento durou menos de um ano. Um dia ele edipiana que funda o desejo por meio da
saiu e não voltou mais. Seu pai conseguiu anular interdição do incesto não ocorreu. Nesse caso, a
o casamento, e, depois, ela nunca quis ficar com hipótese do diagnóstico estrutural é de uma
ninguém psicose
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O mito de Édipo forneceu a Freud a estrutura de
um desejo criminoso, que se articula a uma
proibição de um impossível de ser suportado. Por
outro lado, por se tratar de um desejo, o sujeito
se divide – rejeitando na consciência o desejo
Finalizando proibido e conservando no inconsciente, “entre
não querer saber e um saber que não cessa de se
escrever”, como declara Quinet (2015)
O complexo de castração é o momento de
instauração da lei, pois, em termos, é a ameaça
de castração que valida a vivência edipiana e
funda a relação do ser humano por meio da
interdição universal, a lei do incesto
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