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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE LETRAS E COMUNICAÇÃO


FACULDADE DE LETRAS

NARRATIVAS ORAIS DO IMAGINÁRIO AMAZÔNICO

DISCENTES:
Camila Lopes
Daysiane Cruz
Josiele de Souza
Julie Novaes
Marcos Mendes
Patrícia Sousa

Belém/PA
29/09/2018
RESUMO

Neste trabalho, apresentamos a importância da valorização da cultura


amazônica por meio das narrativas orais que permeiam o imaginário dos
habitantes da região. Como forma de manter viva essa tradição numa
sociedade cada vez mais globalizada, que pouco aprecia as culturas
locais, pretendemos estimular a compreensão e produção oral dos alunos
por intermédio da valorização das narrativas orais do imaginário
amazônico, bem como ampliar a percepção de gênero dos alunos ao
explorar as narrativas orais por meio de aulas expositivas dialogadas.
Utilizamos como referencial teórico os trabalhos de Rezende (2014),
Michael Hanke (2003), Marcuschi in: Karwoski, Gaydeczka e Brito (2011) e
Pistori (2013) que permitirão lograr os objetivos pretendidos acerca do
estudo de gêneros e aprendizagem colaborativa, respectivamente. Ao
final, os alunos, ainda que estejam inseridos numa sociedade globalizada,
serão capazes de compreender a importância das narrativas orais para a
preservação da cultura local amazônica e sua difusão para futuras
gerações.

PALAVRAS- CHAVE: Narrativas orais, aprendizagem colaborativa, cultura


amazônica, compreensão e produção oral
INTRODUÇÃO

As narrativas orais constituem um elemento importante da cultura de


um povo e é por meio delas que muitos costumes e conhecimentos
populares são transferidos de geração em geração. As lendas amazônicas,
da mesma forma, constituem-se de mitos e lendas riquíssimos que explicam,
em certa medida, a nossa forma de viver, nossa relação com os rios, com a
floresta, com a natureza em geral. Na tentativa de cuidar da manutenção de
nossa cultura e não perdermos nossa essência de povo da floresta, visto que
muito tem se perdido, as mudanças globais e a falta de quem transmita tais
narrativas, formulamos uma atividade que valorize o uso da oralidade por
meio da prática de recontar as narrativas orais de uma maneira moderna,
adaptada à realidade dos alunos, mas sem perder seu caráter tradicional/oral
de transmissão da cultura.
Durante o desenvolvimento da atividade, espera-se que os alunos
entrem em contato com as narrativas orais mais conhecidas nas
comunidades onde vivem, investigando com pessoas da família e da
vizinhança, ouvindo, gravando e pesquisando a respeito. Dessa forma,
almeja-se também a valorização da cultura local, a aproximação da escola e
da comunidade, a integração de escola e família, mostrando a importância
do conhecimento popular para a cultura e como isso pode ajudar a escola na
produção do conhecimento científico.
Após o período de investigação, passaremos ao período de
socialização das narrativas, a qual permitirá aos alunos recontarem as
narrativas, passando por processos cognitivos importantes como ouvir,
apreender e recontar (observando pronúncia e expressividade durante esse
processo). E como terceiro passo, tem-se a divulgação das narrativas orais,
de maneira que outras pessoas possam ter acesso a essas informações,
fomentando o resgate da nossa cultura.
1.PROBLEMATIZAÇÃO

Ao observarmos o nosso contexto cultural, percebemos um certo


desconhecimento dos alunos a respeito das narrativas orais. Pensando
nisso, decidimos desenvolver atividades para responder: como valorizar as
narrativas orais amazônicas.

2. PÚBLICO ALVO
1ª série do ensino médio

3. OBJETIVOS
3.1. OBJETIVO GERAL:
- Estimular a compreensão e produção oral dos alunos por meio da
valorização das narrativas orais do imaginário amazônico.
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
- Estimular a percepção de gênero dos alunos ao explorar as narrativas
orais;
- Estimular o aluno a ouvir e a narrar histórias;
- Possibilitar que o aluno perceba a diferença entre o discurso oral e
escrito para que possa reproduzir as performances de um narrador tais
como: entonação, timbre de voz, gesticulações entre outros (pronúncia
e expressividade), através das narrativas orais de lendas amazônicas.
- Proporcionar através da criação de vídeos a noção de importância da
mídia para a divulgação do ensino como um recurso que deve ser
utilizado, representado uma fonte de estímulo no processo educativo.
4. JUSTIFICATIVA 

Considerando a proposta sociointeracionista para o ensino de língua,


entendemos que a aprendizagem ocorre por meio das relações sociais e que
pode ser transferida pelo indivíduo mais experiente, desta forma, pretende-se
criar um ambiente de integração entre escola e comunidade, permitindo que
os saberes populares sejam utilizados, inclusive, nas aulas de português.
Acredita-se que a transmissão das lendas também compõe um elemento
importante no trabalho com a oralidade e no desenvolvimento das
competências orais, visto que os alunos terão de ouvir atentamente e
recontar as narrativas, tanto em sala de aula quanto no vídeo para
divulgação.
Objetiva-se que o processo de divulgação na plataforma digital
Youtube seja também uma forma de aproximação de escola e comunidade,
visto que estaremos devolvendo à comunidade o resultado daquilo que
recolhemos, de forma a valorizar os conhecimentos locais e ampliar o
alcance de divulgação de tais narrativas, cuidando, dessa forma, da
manutenção de nossa cultura.
5.DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

Neste trabalho, pediremos aos alunos que conversem com pessoas


experientes de suas famílias e de suas vizinhanças para coletarem narrativas
orais ou lendas. Neste primeiro momento, o objetivo será desenvolver as
competências orais dos alunos, tanto no sentido de investigar e ouvir as
narrativas, quanto no sentido de prepararem-se para recontar, visto que esta
será a segunda atividade em sala de aula.
Com os dados recolhidos, podendo ter sido gravados ou não, os
alunos se reunirão em grupos em sala de aula para apresentarem as
histórias coletadas que serão recontadas no grupo. Em um trabalho
colaborativo, os alunos decidirão qual a narrativa será recontada para os
demais grupos. Após o período de socialização em sala de aula teremos,
pelo menos, seis narrativas orais escolhidas para serem divulgadas. Os
alunos deverão saber que durante a apresentação será avaliada a
entonação, considerando a pronúncia das palavras e a expressividade
dessas palavras.
Como parte da orientação da atividade, visando a divulgação do
trabalho narrativas orais, será feito pelos professores, um tutorial de como
postar vídeos na plataforma digital Youtube. Feito isso, solicitaremos aos
alunos que: recontem as narrativas apresentadas em sala de aula, gravem
vídeos e posteriormente compartilhem no Youtube.
6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Na tentativa de integrar os saberes trazidos pelos alunos ao


conhecimento adquirido na escola, pretende-se ampliar o trabalho da sala de
aula à comunidade local, devolvendo o resultado da atividade como
valorização da cultura. Esta é uma forma de mostrar como aquilo que
aprendemos na escola possui uma função real de uso em nossa vida
cotidiana, além de promover o trabalho cooperativo entre aluno-aluno e
escola-comunidade, utilizando também as novas tecnologias para recontar
nossas lendas, fazendo a integração do antigo e do moderno, sem perder o
caráter oral das narrativas. Neste sentido vê-se que:

A era digital demanda e viabiliza uma aprendizagem mais


colaborativa que exige atividades mais participativas e
adaptadas a cada aluno; uma aprendizagem integradora que
aproxime o pensar do viver; uma aprendizagem de apoio, de
ajuda, por meio da qual os alunos consigam estabelecer
pontes entre o que aprendem e as situações reais. (MORAM,
2013 apud REZENDE, 2014, p. 69).

As narrativas orais são de suma importância para manter viva as


memórias de um povo, sejam elas reais ou fictícias. Tratam-se de descrições
de acontecimentos situados no passado. Desse modo há um esforço
cognitivo tanto de quem conta quanto de quem ouve, já que essas histórias
transcendem tempo e espaço, pois faz referência a algo que não se faz
presente no momento da fala, ou seja, é a representação de algo imaginado,
como assevera Swearingen (1990, 181).
Logo, a narrativa tem dois níveis: o ato de fala (em inglês story) e a
referência aos acontecimentos, aos objetos e às circunstâncias (em inglês
history). Por meio do story, que conta e seleciona os detalhes relevantes, a
history se torna acessível. Porque quem conta precisa dominar a arte de
contar por meio da fluência linguística.
Com efeito, a estrutura interna da narrativa está intrinsecamente
ligada ao discurso como um todo. Por constituir um ato linguístico, a narrativa
é construída tendo como base a coesão argumentativa que envolve
diretamente os parceiros da comunicação. Embora não exista na ciência um
consenso para o termo narrativa, segundo o estudioso Michael Hanke, fica
evidente que narrar é:

uma forma básica de atividade lingüística. É um tipo


próprio da comunicação cotidiana ou, segundo
Wittgenstein, um “jogo de linguagem” (PU 23). Mesmo
Aristóteles já considerava que a narrativa é uma
dentre as formas (schemata) de linguagem. A
habilidade de narrar, sendo específica do ser humano
e sua inteligência, é parte integrante da sua
competência lingüística e simbólica. (HANKE, 2003,
p.118).

Portanto, as narrativas orais desempenham um papel fundamental na


linguagem. As interações cotidianas assumem um caráter relevante por
conta da sua universalidade ao longo da história da humanidade. Ao longo
de sua trajetória, o ser humano foi ampliando o seu leque linguístico e
passou a perceber o valor da retórica para a comunicação com os demais
integrantes da comunidade em que está inserido.
Consideramos a pronúncia das palavras, assim como a
expressividade de determinadas palavras, elementos marcantes de um bom
texto oral. A esse respeito, Pistori (2013), por meio da ótica Aristotélica e
Bakhtiniana, afirma que a pronunciação é um fator importantíssimo para a
retórica visto que esta é observada pelo público e deve se adequar a cada
emoção evidenciada durante a fala. Dessa forma, colocamos como critério
de avaliação para a entonação a pronúncia correta das palavras e a
expressividade na entonação, considerando como expressividade a
interpretação oral de um texto realizada com proficiência.
7. METODOLOGIA

O projeto será desenvolvido por meio de: aulas expositivas dialogadas,


trabalho de pesquisa individual, trabalho de pesquisa em grupo e
socialização de dados em sala de aula culminando com um evento para a
apresentação da produção do projeto à comunidade local.

8. CRONOGRAMA

As atividades serão desenvolvidas em seis aulas.

9. RECURSOS NECESSÁRIOS

Aparelho celular ou gravador, computador.

10. RESULTADOS ESPERADOS 

Pretende-se desenvolver as competências orais dos alunos, cuidando


da manutenção e divulgação da cultura, atingindo não apenas a comunidade
escolar, mas toda comunidade local e outras comunidades que poderão
acessar aos vídeos pela Internet.
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REZENDE, Maria Vidotti de. Aprendizagem colaborativa e mediação


pedagógica em curso de extensão universitária. Periódicos Letras
UFMG. Volume 7. Número 1. Ano: 2014.

HANKE, Michael. 2003. Narrativas orais: formas e funções. Revista


Contracampo, Volume 9, Número 0.

PISTORI, Maria Helena Cruz. Mikhail Bakhtin e Retórica. Um diálogo


possível e produtivo. Revista Rétor. Buenos Aires – Argentina, v. 3 n. 1,
p. 60-85, jun/2013. Disponível em:
<http://www.revistaretor.org/pdf/retor0301_pistori.pdf>. Acesso em: 29 set.
2018.

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