Revisão Economia

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Introdução à economia

Falamos e pensamos em economia com frequência, já que ela consiste em


milhões de pessoas envolvidas em várias atividades como comprar, vender,
trabalhar, contratar, fabricar, produzir, distribuir, alocar etc.
Diariamente, milhões de pessoas efetuam trocas em todos os lugares. Se
ocorrem milhões de trocas, é sinal de que milhões de pessoas estão produzindo
para milhões de pessoas. O objetivo da análise econômica é explicar o que
possibilita à economia mundial e suas diversas partes funcionarem do jeito que
o fazem.
Veja que, quanto mais aprendemos e analisamos a respeito das relações e do
comportamento econômico moderno, mais capacidade temos de direcionar
nossas energias para a produção de bens e serviços que venham a proporcionar
maior nível de satisfação para toda a sociedade.
É bom lembrarmos que o grande desafio da análise econômica é dar um sentido,
uma lógica a todas essas decisões e, por conseguinte, propiciar o entendimento
das consequências no conjunto da economia. A abordagem comumente utilizada
pelos analistas para dar sentido a todo esse conjunto de comportamento
econômico diário envolve alguns procedimentos como:
- Tentar descobrir por que os eventos econômicos ocorrem de uma
determinada forma;
- Analisar fatos econômicos confiáveis para tentar estabelecer relações de
causa e efeito mais ou menos plausíveis;
- Apresentar teorias econômicas formais; e
- Construir modelos econômicos.

Economia do Brasil
A economia brasileira foi considerada, em 2018, a nona economia mundial e a
primeira da América Latina, segundo dados do FMI. Desde 2018 até 2021, o
Brasil caiu 4 posições no ranking mundial até o 4º trimestre de 2021, e no
primeiro trimestre de 2022, retomou o crescimento do PIB e figurou em 9º lugar
no ranking mundial.

O país atingiu o posto de sétima economia mundial em 1995 e se manteve entre


as dez primeiras economias até 2018.

Importante lembrar que os indicadores econômicos não refletem,


necessariamente, bons indicadores sociais.

Economia do Brasil Atual


A economia brasileira atual é diversificada e abrange os três setores: primário,
secundário e terciário. O País há muito abandonou a monocultura ou o
direcionamento unicamente para um tipo de indústria.

Hoje, a economia brasileira é baseada na produção agrícola, o que faz do Brasil


um dos principais exportadores de soja, frango e suco de laranja do mundo.
Ainda é líder na produção de açúcar e derivados da cana, celulose e frutas
tropicais.

Igualmente, possui uma importante indústria de carne, com a criação e abate


de animais, ocupando o posto de terceiro produtor mundial de carne
bovina. (dados abaixo de 2012)

Em termos de indústria de transformação, o Brasil se destaca na produção de


peças para abastecimento dos setores automotivos e aeronáuticos.

Da mesma forma é um dos principais produtores de petróleo do mundo,


dominando a exploração de petróleo em águas profundas. Mesmo assim é
destaque na produção de minério de ferro.

História da Economia Brasileira

O primeiro mercado a ser explorado no território da América por Portugal foi o


pau-brasil (Caesalpinia echinata).

A árvore era encontrada em abundância na costa e através dela, o Brasil recebeu


este nome. Esta espécie tem porte médio, chega a atingir 10 metros de altura e
possui muitos espinhos.

De floração amarela, o pau-brasil tem um tronco avermelhado que após o


processamento era utilizado como corante para tecidos.

A história econômica do Brasil pode ser estudada através de ciclos econômicos.


Estes foram elaborados pelo historiador e economista Caio Prado Jr.(1907-1990)
como uma tentativa de explicar os caminhos da economia brasileira.

Ciclo do Pau-Brasil (1500 – 1530)


O pau-brasil era encontrado na maior parte da costa do litoral brasileiro, numa
faixa que ia do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro. A extração era feita por
mão de obra indígena e obtida através do escambo.

Além do uso para a extração de corante, o pau-brasil era útil na produção de


utensílios em madeira, na confecção de instrumentos musicais e empregado na
construção.

Três anos após o descobrimento, o Brasil já contava com um complexo de


extração da madeira.

Ciclo da Cana-de-Açúcar (1530 – 1700)

Após o esgotamento da oferta de pau-brasil - que ficou praticamente extinto - os


portugueses passaram a explorar a cana-de-açúcar na sua colônia da América.
Este ciclo durou mais de um século e teve impacto significativo na economia
colonial.

Os colonizadores instalaram engenhos para a produção de açúcar no litoral que


era feito através de mão de obra escrava. Os engenhos estavam localizados em
todo Nordeste, mas principalmente em Pernambuco.

Como havia dificuldades em dominar a logística da exploração da cana-de-


açúcar, o suporte para a indústria açucareira foi obtido junto aos holandeses,
que passaram a responsáveis pela distribuição e comercialização do açúcar ao
mercado europeu.

Como monocultura, a exploração da cana era baseada na estrutura de latifúndios


- grandes propriedades de terra - e no trabalho escravo. Este era sustentado
pelo tráfico negreiro, dominado pela Inglaterra e por Portugal.
Os colonizadores também se dedicavam a outras atividades econômicas como
buscar metais preciosos. Isto levou expedições, conhecidas como entradas e
bandeiras, ao interior da colônia a fim de encontrar ouro, prata, diamantes e
esmeraldas.

Ciclo do Ouro (1709 – 1785)

A busca por pedras e metais preciosos teve o ápice no século XVIII, entre 1709
e 1720, na capitania de São Paulo. Nesta época, esta região comportava o que
é hoje Paraná, Minas Gerais, Goiás e o Mato Grosso.

A exploração dos metais e pedras preciosas foi impulsionada pelo declínio da


atividade canavieira, em franca decadência após os holandeses iniciarem o
plantio de cana em suas colônias da América Central.

Com a descoberta de minas e pepitas nos rios de Minas Gerais tem início o
chamado ciclo do ouro. A riqueza que vinha do interior do País influenciou na
transferência da capital, antes em Salvador, para o Rio de Janeiro, a fim de
controlar a saída do metal precioso.

A Coroa Portuguesa sobretaxou os produtos da colônia e cobrava impostos,


denominados quinto, derrama e capitação eram pagos nas Casas de Fundição.

O quinto correspondia a 20% de toda a produção. Já a derrama representava


1,5 mil quilos de ouro que deveriam ser pagos a cada ano sob pena de penhor
compulsório dos bens dos mineradores. Por sua vez, a capitação era a taxa
correspondente a cada escravo que trabalhava nas minas.

A insatisfação dos colonos com a cobrança de impostos, considerada abusiva,


culminou no movimento denominado Inconfidência Mineira, em 1789.

A busca pelo ouro influenciou o processo de povoamento e ocupação da colônia,


alargando os limites do Tratado de Tordesilhas.

Este ciclo perdurou até 1785 coincidindo com o começo da Revolução Industrial
na Inglaterra.

Ciclo do Café (1816 – 1929)

O ciclo do café foi o responsável pelo impulso à economia brasileira do início do


século XIX. Esse período foi marcado pelo intenso desenvolvimento do país, com
a expansão de estradas de ferro, a industrialização e a atração de imigrantes
europeus.

O grão, de origem etíope, era cultivado por holandeses na Guiana Francesa e


chegou ao Brasil em 1720, sendo cultivado no Pará e depois Maranhão, Vale do
Paraíba (RJ) e São Paulo. As lavouras de café também se espalharam por Minas
Gerais e Espírito Santo.
As exportações começaram em 1816 e o produto liderou a pauta exportadora
entre 1830 e 1840.

A grande parte da produção estava no estado de São Paulo. A elevada


quantidade de grãos favoreceu a modernização de modais de transporte,
notadamente ferroviário e portuário.

O escoamento era feito pelos portos do Rio de Janeiro e Santos, que receberam
recursos para adequação e melhorias.

Nesse momento histórico, a mão de obra escrava havia sido abolida e os


fazendeiros não quiseram aproveitar os trabalhadores libertos, a maioria das
vezes por preconceito.

Assim houve necessidade de arranjar mais braços para a lavoura, condição que
atraiu imigrantes europeus, com destaque para os italianos.

Após quase cem anos de prosperidade, o Brasil começou a enfrentar uma crise
de superprodução: havia mais café para vender do que compradores.

Do mesmo modo, ocorre o fim do ciclo cafeeiro em consequência da quebra da


bolsa de Nova York, em 1929. Sem compradores, a indústria cafeeira diminuiu
de importância no cenário econômico brasileiro a partir dos anos 50.

A queda da produção do café também significou um marco para o país no que


tange à diversificação da base econômica.

A infraestrutura, antes utilizada para o transporte de grãos, foi o suporte para a


indústria, que passa a manufaturar produtos de elaboração simplificada, como
tecidos, alimentos, sabão e velas.

Economia e Industrialização Brasileira (1930 – 1954)

O governo de Getúlio Vargas (1882-1954) passa a incentivar a instalação da


indústria pesada no Brasil como a siderurgia e a petroquímica.

Isso provocou o êxodo rural em vários pontos do país, sobretudo no nordeste,


onde a população fugia da decadência rural.

As medidas em benefício da indústria foram favorecidas pela eclosão da


Segunda Guerra Mundial. Ao fim do conflito, em 1945, a Europa estava
devastada e o governo brasileiro investe num moderno parque industrial para se
auto abastecer.

Metas de Kubitschek (1956 – 1961)

A indústria passa a ser o centro das atenções no governo de Juscelino


Kubitschek (1902-1976), que implanta o Plano de Metas, batizado de 50 anos
em 5. JK previa que o Brasil cresceria em 5 anos o que não havia crescido em
50.
O Plano de Metas indicava os cinco setores da economia brasileira para onde
os recursos deveriam ser canalizados: energia, transporte, alimentação,
indústria de base e educação (50 anos em 5 – anos dourados)

Fazia parte também a construção de Brasília e, posteriormente, a transferência


da capital do país.

Milagre Econômico (1968 – 1973)

Durante a ditadura militar, os governos abrem o país a investimentos


estrangeiros que impulsionam a infraestrutura. O Brasil vive, entre 1969 e 1973,
o ciclo denominado Milagre Econômico, quando o PIB cresce 12%.

É nessa fase que são construídas obras de grande impacto, como a ponte Rio-
Niterói, a hidrelétrica de Itaipu e a rodovia Transamazônica.

No entanto, essas obras eram caras e também causam a tomada de


empréstimos a juros flutuantes. Assim, se vivia uma inflação de 18% ao ano e o
crescente endividamento do País, a despeito da geração de milhares de
empregos.

O Milagre Econômico não possibilitou o desenvolvimento pleno, pois o modelo


econômico privilegiou o grande capital e a concentração de renda aumentou.

Por parte do setor primário, a produção de soja já era a partir da década de 70 a


principal commodity de exportação.

Ao contrário de culturas como o café, que demandavam abundante mão de obra,


o cultivo da soja ficou marcada pela mecanização, o que gera desemprego no
campo.

Ainda na década de 70, o Brasil é fortemente impactado pela crise do mercado


internacional do petróleo, que faz o preço dos combustíveis subirem.

Dessa forma, o governo estimula a criação do álcool como combustível


alternativo à frota de veículos nacionais.

A Década Perdida - 1980

O período é marcado pela insuficiência de recursos da União para o pagamento


da dívida externa.

Ao mesmo tempo, o País precisava adaptar-se aos novos paradigmas da


economia mundial, que previa inovações tecnológicas e pelo crescimento da
influência do setor financeiro.

Nesse período, 8% do PIB nacional é direcionado ao pagamento da dívida


externa, a renda per capita fica estagnada e a inflação aumenta
vertiginosamente.
Há, desde então, uma sucessão de planos econômicos para tentar conter a
inflação e retomar o crescimento, sem sucesso. Por isso, os economistas
chamaram os anos 80 de "década perdida".

Observe a evolução do PIB do Brasil de 1965 a 2015:

Dívida Externa e Economia Brasileira

No final do governo militar, a economia brasileira dava sinais de desgaste por


conta dos altos juros cobrados para pagar a dívida externa. O Brasil, assim,
passou a ser o maior devedor entre os países em desenvolvimento.

O PIB despencou de um crescimento de 10,2% em 1980 para 4,3% negativos


em 1981, como atesta o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A solução foi fazer planos econômicos que visassem estabilizar a moeda e


controlar a inflação.

Planos Econômicos (1984 – 1994)


Com a economia em forte recessão, dívida externa e perda do poder de compra,
o Brasil lançava mãos de planos econômicos para tentar recuperar a economia.

Os planos econômicos tentavam desvalorizar a moeda a fim de conter a inflação.


Entre 1984 e 1994, o País teve várias moedas diferentes:

Moeda Período
Cruzeiro Agosto de 1984 e fevereiro de 1986
Cruzado Fevereiro de 1986 e janeiro de 1989
Cruzado Novo Janeiro de 1989 e março de 1990
Cruzeiro Março de 1990 a 1993
Cruzeiro Real Agosto de 1993 a Junho de 1994
Real De 1994 até o presente momento
Plano Cruzado

A primeira medida de intervenção econômica ocorre quando assume o


presidente José Sarney, em janeiro de 1986. O ministro da Fazenda Dilson
Funaro (1933-1989) lança o Plano Cruzado no qual estava previsto o controle da
inflação por meio do congelamento de preços.

Ainda houve os planos Bresser (Promover um choque desinflacionário na


economia evitando os erros do plano cruzado), em 1987 e o Verão (Extinção de
todos os mecanismos de correção monetária, inclusive a URP. – Mudança na
moeda corrente da economia, sendo criado o Cruzado Novo, com paridade de
1:1 com o dólar americano. – Congelamento de preços por tempo
indeterminado), em 1989. Ambos não conseguiram deter o processo
inflacionário e a economia brasileira seguia estagnada.

Plano Collor

Com a eleição de Fernando Collor de Mello, em 1989, o Brasil adotaria ideias


neoliberais, onde abrir a economia nacional era a prioridade.

Igualmente estavam previstas as privatizações de empresas públicas, redução


com o funcionalismo público e aumento da participação de empresários privados
em vários setores econômicos.

No entanto, devido aos escândalos de corrupção, o presidente se viu envolvido


num processo de impeachment que lhe custou o cargo presidencial (1992)

Plano Real

O Brasil contou com 13 planos de estabilização econômica. O último deles,


o Plano Real, previa a troca da moeda para o Real a partir de 1º e julho de 1994,
durante o governo de Itamar Franco (1930-2011).
A implantação do plano ficou sob o comando do ministro da Fazenda, Fernando
Henrique Cardoso. O Plano Real previa o controle efetivo da inflação, o equilíbrio
das contas públicas e o estabelecimento de um novo padrão monetário,
atrelando o valor do real ao dólar.

Desde então, o Brasil entrou numa era de estabilidade monetária que se


manteria pelo século XXI.

ECONOMIA: UMA CIÊNCIA DA ESCASSEZ

“Economia é o estudo das escolhas feitas pelas pessoas diante de situação de


escassez.” (MENDES, 2004).

“A economia é o estudo do homem nos negócios diários de sua vida.”


(MARSHALL, apud MENDES, 2004).

Para melhor definir o que é a economia, será definido primeiro o que é escassez
e recursos e no que eles influenciam nas escolhas que os indivíduos fazem.

Escassez, nada mais é que ter recursos insuficientes para atender a uma
necessidade. E não são somente as grandes organizações que lidam com o
problema da escassez, mas também as pessoas no seu dia a dia. Recursos são
os meios que se utilizam para produzir algo. Mas quando se fala em recursos
logo vem à mente a ideia de dinheiro. Sim, dinheiro é um recurso muito
importante, mas recursos também é tempo, matéria-prima, tecnologia, mão de
obra, entre outros.

Quando se lê um livro se está dedicando tempo para certa atividade, ou seja,


estamos direcionando o recurso de tempo para gerar conhecimento. E ao
dedicar tempo ao livro, se está abrindo mão de alguma outra atividade que
poderia estar sendo realizada neste mesmo espaço de tempo. Isso acontece
porque tempo também é escasso. Temos 24h por dia, mas mesmo assim parece
que não dá de fazer tudo o que desejamos fazer. Ao mesmo passo que uma
grande organização ao fabricar um produto utilizando certa matéria prima abre
mão de produzir algum outro produto porque não se tem tal matéria prima em
abundância.

Por fim, a escassez é gerada então pela alta demanda.

Numa reportagem do Jornal Nacional – G1 (2014) foi mencionado que maior


parte da água consumida vai para a agricultura e a indústria.
E a quantidade de água escondida nos produtos é espantosa, segundo a
organização internacional Water Footprint, que promove o consumo consciente.
Os cálculos levam em conta todo o processo produtivo. Desde a chuva e a
irrigação, no campo, passando pelas indústrias, até chegar à mesa.
Juntos, cafezinho e pão francês já significam 90 litros de água. Um copo de
cerveja, 74. O quilo de tomate, 215 litros. O de açúcar, quase 1.800. Arroz, 2.500.
Carne de frango: 4.300 litros. E carne bovina, 15 mil litros de água em um quilo
de bife. Imagine só: é o equivalente a 340 banhos de cinco minutos. Mais um
motivo para evitar o desperdício. (G1, 2014)

Como sabemos a água é um recurso não renovável muito importante, mas está
em escassez. Ás vezes parece que a água que desperdiçamos é somente esta
que vem para nossas casas, por exemplo, se utiliza 2.500 litros de água.
Se todos nós temos necessidade de comprar roupas, significa que o mercado
tem que dar conta de produzir roupas o suficiente para atender as nossas
necessidades. Então, os recursos para se produzir tais roupas, principalmente a
água, se tornam escassos porque são recursos não renováveis e há uma grande
demanda. Nesse caso, abre-se mão então de ter maior volume de água para
beber, para se ter maior disponibilidade de roupas. Foi falado até agora sobre
recursos escassos, mas não são somente tangíveis, o capital intelectual, por
exemplo, quando pessoas se dedicam a certa atividade numa produção de
produtos, estão muitas vezes deixando de usar esse intelectual em pesquisas
de cura para algumas doenças.

Economia é então essa escolha que se faz quando se tem recursos escassos. E
é divida na micro e na macroeconomia.

A microeconomia estuda as organizações e aquilo que está a sua volta, como


funcionários, fornecedores e consumidores, e estuda também a forma como
suas decisões se relacionam. Ou seja, e microeconomia analisa as ações dos
componentes econômicos privados, desde a produção ao consumo e como
encontram certo equilíbrio, chamada também como teoria dos preços. Em
resumo a microeconomia se concentra nas empresas e nos consumidores, no
comportamento destes e na formação de preço com base na oferta e demanda.

A macroeconomia analisa a economia como um todo. Melhor dizendo, cuida do


que está no externo das empresas, mas que não deixam de influenciar. Por
exemplo, o desempenho econômico do país, como PIB, inflação,
empregabilidade, renda nacional, etc. influenciam também taxas de juros,
impostos, e desenvolvimento social do país.
Em resumo, a microeconomia enxerga uma arvore e a macroeconomia enxerga
toda a floresta.

A economia se ocupa do estudo da ação econômica do homem, envolvendo o


processo de produção, a geração e apropriação da renda, o dispêndio e a
acumulação. Como exemplo, temos a escassez, o mercado, a moeda, preços,
remunerações, emprego, crescimento, entre outros. A economia não pode ainda
ser considerada fechada, uma vez que envolve a ação econômica do homem, é
impossível não relacionar com outras áreas da ciência humana, como filosofia,
ética, história, sociologia, direito, meio ambiente, e outros. Mas a economia
também se firma nos seus conceitos e princípios. Tendo então duas direções,
que a faz assumir um caráter biunívoco. Que quer dizer que a economia se
associa com elementos de outros conjuntos, que no caso, são outros conjuntos
da ciência humana.

AS ESCOLHAS EM ECONOMIA
A Economia é conhecida por ser a “ciência da escolha”. A visão que predomina
nos dias de hoje é a capacidade que os agentes económicos têm em fazer
escolhas racionais, ou seja, conseguem maximizar o seu benefício individual.

A liberdade de escolha é um conceito que gera muita controvérsia, pois pode ser
abordada de forma negativa ou positiva, considerando a posição de cada
pessoa. Mas como é fácil de ver, este conceito não é um dado adquirido pelos
cidadãos. Escolhe quem pode, não quem quer. Por exemplo, um país é uma
entidade política formalmente autónoma e independente. No entanto, as suas
condições reais de escolha dependem da sua situação concreta.

Para percebermos melhor o conceito e as suas posições, temos de ter em conta


o contexto particular, pois este pode condicionar ou não a liberdade de escolha,
neste caso concreto de uma economia ao nível de um país. Ora vejamos:

 Um estado pode liberalizar determinada indústria e esta indústria


desaparecer, pois será destruída (exemplo: liberalização do mercado de
caju em Moçambique);
 Um estado pode criar mecanismos de protecção de vários sectores e
esses serem um enorme sucesso (exemplo: implementação do SNS
Britânico).

Mesmo que o mercado tenha “leis” próprias de funcionamento, não existe


nenhuma “lei” da economia que determine que todas as actividades têm de ser
submetidas às leis de mercado. É sempre possível decidir se uma dada
actividade (ou sector) deve ser sujeita a essas “leis”, pois a escolha colectiva não
tem lugar nas “leis” do mercado.

Na escolha colectiva está sempre envolvida a ideia do bem comum e não


meramente uma opção dos meios que podem levar a determinado fim, porque o
objectivo a que queremos chegar deve ser discutido.

Qual é a relação entre escassez e escolha?


A escassez e a escolha estão fundamentalmente relacionadas porque são forças
motrizes por trás de muitos comportamentos humanos economicamente
orientados. O fato de a maioria dos recursos ser limitada, em certa medida, força
as pessoas a tomar decisões difíceis, e também afeta diretamente o preço das
coisas que as pessoas desejam. Para os fins desta definição, os recursos podem
ser qualquer coisa, desde dinheiro a bens, tempo ou coisas ainda mais abstratas,
como paciência.

A maioria das coisas que as pessoas querem são limitadas, e essa é a razão
pela qual a escassez e a escolha são muito importantes para a teoria econômica.
Por exemplo, são necessários tempo, mão de obra e vários materiais para
construir um aparelho de televisão, e todas essas coisas existem apenas em
quantidades limitadas. Os fabricantes geralmente são forçados a levar essas
coisas em consideração quando precificam itens. Além disso, quando as
pessoas vão comprar um aparelho de televisão, elas tendem a ter uma
quantidade limitada de dinheiro para gastar; portanto, precisam tomar uma
decisão sobre se desejam uma televisão ruim o suficiente para gastar tanto
quanto o fabricante está pedindo.

Uma das variações mais importantes na questão da escassez e da escolha é


que a escassez pode mudar um pouco ao longo do tempo e geralmente há muita
flutuação de preços. Por exemplo, o mau tempo durante a estação de
crescimento pode tornar algumas culturas temporariamente escassas,
aumentando os preços. Isso força as pessoas a fazer escolhas mais difíceis
sobre como usar seu dinheiro na compra de alimentos. Se a escassez se tornar
muito grande e ocorrer uma escassez maciça, os preços geralmente subirão o
suficiente para que apenas pessoas com a maior quantidade de dinheiro possam
comprar um item, e é assim que as decisões sobre a distribuição de itens
escassos são tomadas em muitas economias capitalistas.

Os recursos envolvidos na questão da escassez e escolha não precisam ser tão


simples quanto mão de obra, tempo, dinheiro ou suprimentos. Às vezes, eles
podem ser idéias e sentimentos muito abstratos. Por exemplo, se uma pessoa
tiver que esperar muito tempo para que algo bom aconteça, ou se conseguir algo
muito difícil, sua paciência ou força de vontade poderá se tornar um recurso
escasso. Se ele tiver que gastar muita paciência ou força de vontade, ele pode
simplesmente decidir que o item não vale a pena ser alcançado. Em muitos
casos, os problemas envolvidos na equação de escassez e escolha também
podem ser muito complexos, envolvendo uma combinação de fatores abstratos
e mais substanciais no processo de tomada de decisão.

Você já ouviu falar que determinado produto está em falta no mercado?


Percebeu que alguns produtos, durante a pandemia, aumentaram
exageradamente de preços? Esses fenômenos podem ser explicados através
da Lei da Oferta e Demanda.

O que é a Lei da Oferta e Demanda?


A Lei da Oferta e Demanda – também chamada de Lei da Oferta e Procura – é
uma lei da economia clássica, criada por Adam Smith. Essa lei
busca explicar como funciona um mercado: o que determina o preço e a
quantidade de um produto no mercado.

Como coloca Adam Smith,

O preço de mercado de uma mercadoria específica é regulado pela proporção


entre a quantidade que é efetivamente colocada no mercado [oferta] e a
demanda daqueles que estão dispostos a pagar o preço natural da mercadoria,
ou seja, o valor total da renda fundiária, do trabalho e do lucro que devem ser
pagos para levá-la ao mercado.

Bom, o que é oferta e o que é demanda?


Antes de tudo, precisamos entender o que significa falar em mercado.
Basicamente, mercado é como se denomina um grupo de compradores e
vendedores de determinado bem ou serviço.
Assim, a oferta se refere à quantidade que os vendedores querem e estão
dispostos a vender um produto, portanto, a oferta é determinada pelos
vendedores. Ela é influenciada pelos insumos, tecnologias, custos de produção,
etc.
Já a demanda se refere à quantidade que os consumidores querem e estão
dispostos a comprar determinado bem, ou seja, a demanda é determinada
pelos consumidores. Ela é influenciada pela renda dos cidadãos, preços,
produtos similares, substitutos, entre diversos outros exemplos.

Então, como funciona a Lei da Oferta e Demanda?


Para começarmos, é necessário salientar que iremos utilizar o método Ceteris
Paribus para explicar o funcionamento da Lei da Oferta e Demanda.
E o que é Ceteris Paribus?
No estudo da economia, os economistas utilizam o Ceteris Paribus, da
tradução “todo o resto é constante”, que é um método que considera inalterados
outros fatores que possam influenciar nos modelos e teorias no resultado de
alguma coisa.
No caso da Lei da Oferta e Demanda, são múltiplos os fatores que podem
influenciar na demanda e na oferta do mercado, como o poder aquisitivo da
população, implementação de um imposto, o fator clima, custos de produção,
tecnologias, insumos, entre outros. Utilizando o Ceteris Paribus, assim,
conseguimos explicar como é o funcionamento do mercado usando somente o
ponto de vista da oferta e da demanda.
Portanto, não iremos abordar os outros fatores que possam influenciar a
demanda e a oferta com o intuito de simplificar a explicação.

Lei da Demanda
A Lei da Demanda diz que quanto menor for o preço, maior a quantidade de
consumidores procurando no mercado os produtos que desejam comprar; da
mesma forma, quanto maior for o preço, menor a quantidade de consumidores
procurando no mercado os produtos que desejam comprar.
Portanto, a curva da procura/demanda representada graficamente é
uma curva negativa, ou seja, decrescente. Ela relaciona a quantidade de
consumidores à procura de determinado bem ou produto no mercado com o
preço desse bem ou produto.
Vejamos um exemplo!
Três compradores estão diferentemente dispostos à comprar um fone de ouvido,
dependendo do preço do produto. Vamos supor que em um mercado, se o preço
for 20, os três compradores não estarão dispostos a comprar. Agora, se o preço
for 15, um deles irá comprar; se o preço for 10, dois deles irão comprar; e se o
preço for 5, os três irão comprar.
Simplificando, se o preço for 20, a quantidade demandada é 0 – ou seja,
nenhuma pessoa está disposta a comprar o fone de ouvido por aquele preço. Se
o preço for 15, a quantidade demandada é 1 – ou seja, uma pessoa está disposta
a comprar por esse preço. E assim por diante, como pode ser visto no gráfico
abaixo.
Agora, imagine se o preço do fone de ouvido custasse R$3,00? O número de
consumidores iria aumentar ou a quantidade comprada de fone de ouvido seria
mais do que um por pessoa. Isso significa que dentro desse mercado, com a
redução do preço, os consumidores estariam mais dispostos a comprar ele,
aumentando assim a quantidade comprada desse produto ou o número de
consumidores. Significa que com o fone de ouvido à esse preço, isso ocasionaria
um “excesso de demanda“.

Lei da Oferta
A Lei da Oferta explica que quanto maior for o preço de determinado produto,
mais os vendedores estarão dispostos a vender seu produto, pois assim irão
obter mais lucros. Por outro lado, quanto menor for o preço de determinado
produto em um mercado, menos os vendedores estarão dispostos a ofertar
esse produto.
Portanto, a curva da oferta representada graficamente é uma curva positiva,
ou seja, crescente. Ela relaciona a quantidade do produto colocado no mercado
e o quanto os produtores recebem por ele.

Vejamos um exemplo!
Um vendedor oferta coxinhas pelo preço de R$3,00 a unidade; se ele vender 5
quantidades, ele receberá R$15; se ele vender 10 unidades, ele receberá R$30;
se ele vender 15 unidades, ele receberá R$45.
Agora, imagine se o preço da coxinha custasse R$5,00? O vendedor estaria mais
disposto a ofertar mais quantidades do bem para aumentar seus lucros, portanto,
iria produzir mais coxinhas para vender. Essa situação provocaria,
provavelmente, um “excesso de oferta”.
Vale lembrar que se ocorresse o contrário – se o preço fosse muito baixo -, o
vendedor não estaria disposto a produzir mais, pois iria lucrar pouco ou nada
vendendo o produto.

Equilíbrio de mercado
Agora, vamos pôr em prática os dois conceitos juntos.
Vamos ver dois exemplos! Imagine que o preço unitário da coxinha em
determinado mercado custasse 0,50 (exemplo 1). E em outro custasse R$10,00
(exemplo 2). O que aconteceria em cada um desses casos?
Como explicado anteriormente: quanto menor o preço de um produto, maior
é a quantidade da demanda. Quanto maior o preço de um produto, maior é
a quantidade da oferta.
Portanto, com essas afirmações, poderíamos prever o que provavelmente
aconteceria.
No exemplo 1, é bem provável que não existisse mais coxinha para ser
vendida no mercado, pois a demanda seria muito grande, enquanto que a oferta
seria praticamente inexistente. Lembre-se: com um preço baixo, os
consumidores procuram mais o produto; mas por conta de o preço de venda do
produto ser baixo, os vendedores não ficam tão dispostos a produzi-lo.
Aqui temos um exemplo do chamado “excesso de demanda”. Quando isso
acontece, o mercado precisa encontrar um ponto de equilíbrio para que tanto
a demanda quanto a oferta se estabilizem, de forma que não falte esse produto
no mercado. O movimento natural do mercado é de aumento dos preços. Isso
porque com a demanda muito grande e a oferta muito baixa, os vendedores
aumentarão os preços para conseguirem lucrar, estabilizando, assim, a
demanda e a oferta.
No exemplo 2, é bem provável que não existisse consumidores dispostos a
pagar o preço de R$10 por uma coxinha. Nesse caso, a demanda seria
praticamente inexistente, enquanto a oferta seria alta. Afinal, aqui os vendedores
teriam estímulo para produção, pensando no lucro, mas os consumidores
provavelmente não estariam dispostos a pagar o produto por esse preço.
Aqui temos um exemplo do chamado “excesso de oferta”. Do mesmo modo
como o exemplo anterior, é também necessário que o mercado encontre
o ponto de equilíbrio para que tanto a oferta quanto a demanda se estabilizem,
de forma que haja consumidores dispostos à pagar pela coxinha. O movimento
natural do mercado seria de reduzir os preços, aumentando a demanda pelo
produto e reduzindo o interesse dos vendedores em produzir a coxinha – ou seja,
diminuindo a oferta.
Portanto, equilíbrio é uma situação na qual o preço atingiu o nível em que a
quantidade ofertada é igual a quantidade demandada. Assim, em teoria, o
próprio mercado, naturalmente, tende a estabilizar os preços dos produtos por
causa da lei da oferta e da demanda.
O ponto do gráfico onde a curva da oferta e a curva da procura se cruzam é
chamado de ponto de equilíbrio. Ele indica o preço que o produto precisa ter para
que sua oferta no mercado seja igual à sua procura.

Vamos considerar um exemplo em que a demanda e a oferta da coxinha seja:


(Na demanda)
Se o preço for 0,00, a quantidade demandada é 20
Se o preço for 0,50, a quantidade demandada é 18
Se o preço for 1,00, a quantidade demandada é 16
Se o preço for 1,50, a quantidade demandada é 14
Se o preço for 2,00, a quantidade demandada é 12
Se o preço for 2,50, a quantidade demandada é 10
[…] Se o preço for 5,00, a quantidade demandada é 0,00 = inexistente
(Na oferta)
Se o preço for 4,50 a quantidade ofertada é 18
Se o preço for 4,00, a quantidade ofertada é 16
Se o preço for 3,50 a quantidade ofertada é 14
Se o preço for 3,00, a quantidade ofertada é 12
Se o preço for 2,50, a quantidade ofertada é 10
[…] Se o preço for 0,00, a quantidade ofertada é 0 = inexistente.
Sabendo disso, qual é o ponto de equilíbrio, nesse caso?
A resposta é o preço de R$2,50, pois tanto a quantidade ofertada e demandada
é a mesma pros dois nesse preço.
Isso significa que se o preço da coxinha for R$2,50, o mercado de coxinhas seria,
teoricamente, perfeita, ou seja, a coxinha, no preço de R$2,50, iria suprir
perfeitamente a necessidade do mercado.

E como a Lei da Oferta e Demanda aparece no nosso cotidiano?


Agora, vamos desenvolver como encontramos esses conceitos de oferta e
demanda nas nossas vidas. Essa é uma matéria retirado do Notícias Agrícolas:
Entre os dias 22 e 26/02, os preços do tomate salada longa vida 3A caíram nas
principais centrais de abastecimento acompanhadas pelo Hortifruti/Cepea. A
caixa de 18-20 kg, ficou em R$ 45,26 (-18,8%) na Ceagesp, em R$ 53,42 (-
17,8%) em Campinas/SP, em R$ 53,29 (-4,6%) no Rio de Janeiro/RJ e em R$
41,56 (-18,9%) em Belo Horizonte/MG. A queda nos atacados se deve a diversos
fatores: a temporada de verão ainda está em pico de colheita; há praças com
parte das lavouras em final de ciclo e, portanto, gerando uma maior oferta de
ponteiros; frutos manchados devido às chuvas nas roças, vindos principalmente
de Caçador (SC), Carmópolis de MG e Ribeirão Branco (SP) e menor demanda
atribuída ao final de mês. Atacadistas disseram, ainda, que a maior oferta é de
tomates de qualidade mais fraca e maduros. Para a próxima semana, ainda deve
haver bastante oferta, mas no decorrer do mês de março tende a diminuir com a
desaceleração da safra de verão.
Aqui, vemos claramente a queda do preço desse tipo de tomate por causa
de diversos fatores que ocasionaram o excesso de oferta, enquanto que a
demanda diminuiu. Aqui, é uma situação diferente da apresentada por nós,
afinal utilizamos Ceteris Paribus para entender o funcionamento da lei da oferta
e demanda.
Outro exemplo, retirado do G1 Globo:
O preço da carne de boi subiu 35,22% entre janeiro de 2020 e fevereiro último,
segundo pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP).
De acordo com o estudo, os preços foram puxados por dois motivos: aumento
do gasto do produtor com rações e alta na exportação.
A maior escassez de chuva nos últimos cinquenta anos no centro-oeste, em
2020, reduziu o pasto no campo, segundo Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe). Com isso, o agricultor precisou investir mais em ração.
[…] Mas, com os preços altos, o consumo tende a diminuir. Este é o caso do
motorista de aplicativo, Adão Arruda, que tirou a carne bovina da sua lista de
compras:
“Um dia come filé de frango, peito de frango, faz alguma coisa com frango. Outro
dia omelete bem feitinho, janta… Comprando carne duas, três vezes na semana,
nunca como era antigamente… Todo dia comprava carne… Hoje não dá mais,
não dá.” comenta.
Este movimento pode incentivar uma queda nos preços, segundo o economista
Thiago Carvalho.
Já nessa outra reportagem, vemos um exemplo de redução da demanda por
causa do aumento do preço da carne. Nesse caso, o economista diz que é
provável que tenha uma queda nos preços por causa da redução da demanda.
Ou seja, aqui temos um exemplo prático do equilíbrio de mercado.
Um outro exemplo, também retirado do G1 Globo:
A cesta básica teve alta em 13 das 17 capitais pesquisadas no último mês
[janeiro]
[…] Principais variações [de preço]
Açúcar: com aumento em 15 cidades, o valor cresceu até 12,58% pela redução
na oferta por causa da entressafra e da pressão das usinas para manter a
cotação;
Banana: também com valor maior em 15 capitais de até 20%, as bananas prata
e nanica também passam pela entressafra. Com isso, a oferta é reduzida, e o
preço sobe;
Batata: o tubérculo registrou grandes variações, com alta de até 18,6% e queda
de até 10,71%. O fim da colheita de inverno elevou os preços. Em Santa
Catarina, Paraná e Minas Gerais, mesmo com a intensificação da safra, a
colheita foi dificultada pelas chuvas, afetando também os preços;
Carne bovina: o alimento teve altas de até 6%, mas também registrou quedas
de até 3% pelo país. O aumento reflete a demanda externa elevada e uma
baixa disponibilidade de animais para abate no campo;
Feijão: os aumentos de até 9% podem ser explicados por problemas climáticos
que acabaram reduzindo a disponibilidade do feijão. Além disso, pela redução
na oferta, grãos importados foram colocados no mercado.
Aqui, vemos que diversos fatores influenciaram na oferta e demanda, mas basta
analisarmos simplificadamente que quando a oferta é reduzida, o preço sobe,
e vice versa. De modo contrário funciona a demanda: quando a demanda
aumenta, o preço sobe, e vice-versa.
Outro exemplo que pode estar bem próximo de você é o mercado de cadeiras
de escritório ou gamers. Durante a pandemia de coronavírus, diversos produtos
aumentaram de preço, principalmente desse mercado. Afinal, houve o aumento
da demanda desses bens por conta da modalidade de trabalho adotada durante
o período: o home office.

O que é elasticidade? Como calcular e quais os tipos?

 O que é elasticidade;
 Como calcular;
 Bens elásticos x Bens inelásticos;
 Bens Substitutos;
 Fatores que afetam a elasticidade; e
 Outros tipos de elasticidade.

O que é elasticidade

Elasticidade é a alteração percentual em uma variável, dada uma variação


percentual em outra. Este conceito diz respeito ao quanto de variação na
demanda ocorrerá em face a uma variação no preço de um determinado produto.
Para facilitar a compreensão, vamos supor que alguém vai a um supermercado
comprar picanha e está disposto a gastar R$ 100,00. Se o quilo estiver R$ 40,
ele comprará 2,5 kg, se estiver R$ 30, comprará pouco mais de 3 kg, se estiver
R$ 20, comprará 5kg e assim por diante.

Portanto, uma redução no preço aumenta a quantidade demandada, em


contrapartida, um aumento no preço reduz a quantidade demandada. Esse tipo
de variação é a chamada elasticidade-preço da demanda.

Como calcular

Assim como o conceito, o cálculo da elasticidade é bem simples e feito com a


seguinte fórmula:

Essa função representa uma variação na demanda tendo em vista uma variação
no preço, onde:

Exemplificando, supondo que no início do ano o preço da picanha era de R$ 20


o quilo e sua quantidade demandada era de 20 kg. Agora, o quilo subiu para R$
25 e a quantidade demandada caiu para 10 kg, sendo assim:
A soma de duas vezes o
0,25 dá 0,5, como o sinal é negativo, ele se repete no resultado, ou seja -2.
O sinal negativo serve apenas para demonstrar correlação negativa entre preço
e quantidade. Isto é, para cada variação de 1% no preço da picanha a quantidade
demandada irá variar em 2%. Neste caso, um aumento no preço acarretou em
uma diminuição na demanda.

Além de nos mostrar o percentual de variação do produto, o cálculo da


elasticidade nos permite identificar se um bem é elástico ou inelástico. Vamos
entender o que esse dois conceitos significam?

Bens elásticos x Bens inelásticos

 Bens elásticos

Bens elásticos são aqueles que possuem elasticidade maior que 1. Ou seja,
a variação na demanda é maior do que a variação no preço. Um aumento de
10% em um bem elástico, causará uma diminuição da quantidade demandada
maior do que esse percentual.

No exemplo do tópico anterior, encontramos uma elasticidade igual a 2. Como 2


é maior que 1, a picanha é um bem elástico. Enquanto o preço do bem teve um
aumento de 25%, a quantidade demandada teve uma diminuição de 50%.

O contrário também é verdadeiro, isto é, uma diminuição de 10% no preço do


bem, por exemplo, acarretaria em um aumento maior do que 10% na quantidade
demandada.

Outros exemplos de bens elásticos seriam café, outros tipos de carne, calçados,
roupas e, também, alguns serviços, como salão de beleza, academia,
restaurantes etc. Quando o preço desses produtos ou serviços alteram, as
pessoas tendem a aumentar ou reduzir o consumo.

 Bens inelásticos

Os bens inelásticos são o oposto dos elásticos, ou seja, uma variação no preço
do bem causa uma variação menor na quantidade demandada.

Por exemplo: no ano passado um pacote de um quilo de arroz custava R$ 2,50


nos supermercados e a quantidade demandada para esse produto era de 80 kg.
Quando o preço se elevou para R$ 5 e a quantidade demandada caiu para 75
kg. Neste caso, a elasticidade do bem seria:

Como 0,0625 é menor do que 1, o arroz é um bem inelástico. Sendo assim, uma
variação em seu preço causará uma variação menor na demanda.

Bens inelásticos são considerados bens essenciais, como medicamentos,


energia, água, feijão, sal de cozinha, açúcar, etc. Quando o preço desses
produtos se eleva, as pessoas não diminuem o consumo na mesma proporção.
Da mesma forma, reduções no preço causam um aumento menor na quantidade
demandada.

Bens substitutos

Intuitivamente, é possível definir se um produto ou serviço é inelástico ou


elástico. Mas como? Verificando se existe um bem substituto para ele.

Bens substitutos competem entre si, isto é, em um mercado competitivo o


consumidor irá optar pelo produto A ou B, mas nunca os dois ao mesmo tempo.

Por exemplo, quando o preço da carne bovina aumenta muitas pessoas passam
a demandar mais carne de frango por ser um bem substituto em relação à
bovina. Sendo assim, a existência de bens substitutos próximos fará com que
haja alterações na quantidade demandada caso o preço se eleve.
Em contrapartida, quando um bem é inelástico ele não possui bens substitutos.
Por exemplo, quando o preço de um medicamento aumenta a pessoa que o
utiliza não tem a opção de parar o consumo por ser uma questão de saúde.

Outros tipos de elasticidade

Como já mencionado, existem outros tipos de elasticidade, sendo eles:

 Elasticidade-renda da demanda;
 Elasticidade-preço da oferta; e
 Elasticidade cruzada da demanda.

A seguir, falaremos um pouco sobre cada uma delas.

Elasticidade-renda da demanda

Elasticidade-renda da demanda mede a variação percentual na quantidade


demandada de um bem dado uma variação percentual na renda do
consumidor.

O cálculo é semelhante ao da elasticidade-preço da demanda, no entanto, ao


invés de utilizar o preço e sua variação, utiliza-se a renda (Y) e sua variação (Y).
Se o valor da elasticidade for maior que um, o bem é elástico à renda. Já se for
menor que um e positivo, o bem é inelástico à renda. Se for negativo o bem é
considerado inferior. Mas como assim?

De acordo com a elasticidade-renda, os bens podem ser considerados normais


ou inferiores. Os normais, são aqueles cuja quantidade demandada aumenta
conforme a renda aumenta e vice-versa, um exemplo são produtos eletrônicos.
Em contrapartida, os bens inferiores têm sua demanda reduzida caso haja um
aumento na renda do consumidor, sendo o caso das carnes consideradas de
segunda.

Elasticidade-preço da oferta

Elasticidade-preço da oferta mede o quanto a quantidade ofertada de um


bem varia dada uma variação no seu preço. Ou seja, essa medição verifica o
quão sensível é a oferta em relação às variações no preço. Normalmente, quanto
maior o preço de um produto, maior será a quantidade ofertada do mesmo.

A fórmula para cálculo é a mesma da elasticidade-preço da demanda, bem como


a interpretação. No entanto o resultado será sempre positivo, pois o preço e a
quantidade são proporcionais.

Elasticidade cruzada da demanda

A elasticidade cruzada da demanda mede o quanto a quantidade demandada


de um bem varia dada uma variação no preço de outro bem substituto. Por
exemplo, de quanto seria o aumento na quantidade demandada de margarina
se houvesse um aumento no preço da manteiga.
A fórmula para calcular é a mesma da elasticidade-preço da demanda. Sendo
assim, supondo que no início do ano o preço da manteiga era de R$ 8,00 e a
quantidade demandada por margarina eram 400 unidades. Agora, em outubro,
o preço da manteiga subiu para R$ 10,00 e a demanda por margarina para 480
unidades.

Aplicando na fórmula, encontra-se uma elasticidade igual a 0,8. Isso significa


que, para cada variação percentual de 1% no preço da manteiga, tem-se uma
variação de 0,8% na quantidade demandada da margarina. Por serem bens
substitutos é de se esperar que o aumento do preço de um produto gere aumento
da demanda de seu concorrente.

Dito isso, entender o conceito de elasticidade é muito importante para aqueles


que já tem um negócio ou desejam iniciar. Se você ainda não tem uma ideia de
que tipo de produto deseja oferecer, compreender a diferença entre bens
elásticos e inelásticos pode te auxiliar nessa questão. Uma vez que, produtos
inelásticos apresentam vantagem competitiva no mercado, enquanto os
elásticos são mais concorrenciais.

Demanda, oferta e equilíbrio de mercado (trabalho aplicado como pesquisa


e debate em sala de aula)

Teoria dos Jogos, o Dilema dos Prisioneiros e Estabilidade de Nash


(trabalho aplicado como pesquisa, dinâmica e debate em sala de aula)

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