Mecânica Clássica - Aula 01

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19/10/2022 17:14 UNINTER

 
 
MECÂNICA CLÁSSICA -
PRINCÍPIO VARIACIONAL
AULA 1

 
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19/10/2022 17:14 UNINTER

Profª Adriana do Rocio Lopes


Steklain Lisbôa

CONVERSA INICIAL

PRINCÍPIO VARIACIONAL

O princípio variacional é contemplado em um dos


estudos mais antigos que existem. Solucionar

problemas variacionais é entender


o funcionamento da natureza, que é guiada por princípios de

máximos e mínimos.
Alguns exemplos de problemas físicos nesse sentido são o caminho percorrido

pela luz, o movimento dos planetas e o movimento dos líquidos e gases. Isso
mostra a importância
do cálculo variacional no nosso dia a dia.

Os métodos gerais do cálculo variacional foram


introduzidos por Fermat, Newton, Leibniz e,

posteriormente, por Euler e


Lagrange. O objetivo desta aula é compreender o princípio variacional,

estudando o problema variacional e as equações de Euler. Vamos deduzir as


equações de Euler para

uma variável independente, para uma variável dependente,


para várias variáveis e para condições

auxiliares. No final da aula, vamos


aplicar a equação de Euler para resolver um problema bem

conhecido da física, a
braquistócrona.

TEMA 1 – PROBLEMA VARIACIONAL

Considere um sistema mecânico, em uma dimensão em que o


caminho vai depender de uma

variável, somente. Nós queremos determinar um


caminho  entre dois valores  tal que

a integral de
linha da função  seja um extremo.

A solução do problema variacional se resume em


determinar a curva na qual a integral dada seja

um extremo, isto é, um máximo


ou um mínimo. Então, queremos determinar os extremos de um

determinado
funcional (que é a função de uma função), mediante um cálculo variacional.

Considere a integral de um funcional J, que


depende de uma função

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Se a trajetória da partícula é dada pela curva que vai


de , a condição de extremo
será:

A derivada da função em relação a um parâmetro deve


ser 0. Essa condição é dita necessária,

mas não suficiente.

TEMA 2 – EQUAÇÃO DE EULER

A equação diferencial de Euler é uma condição para a


existência de um extremo, podendo ser

um máximo ou um mínimo. Na solução para a


equação diferencial de segunda ordem, aparecem

duas constantes arbitrárias que


satisfazem as condições de contorno para que a curva dada por

 passe pelas
extremidades fixas.

A função y, nessa integral, deve ser um mínimo


ou um máximo, isto é,  deve ser a curva que
torna  um extremo, em que  é um parâmetro de
integração, representando a função  de tal

modo que:

A derivada de uma função arbitrária deve ser igual a 0:

Aplicando a derivada à função da integral, temos que:

Substituindo as derivadas pelos termos, eis que:

Simplificando, obtemos:

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Usando a relação matemática:

Substituindo-a na expressão, obtemos:

Rearranjando a equação, há:

E, utilizando o fato de o variacional de J ser 0, haverá:

A equação de Euler, que foi publicada em 1744, fica da forma:

TEMA 3 – EQUAÇÃO DE EULER COM UMA VARIÁVEL


INDEPENDENTE

Podemos chamar também de segunda forma da equação


de Euler a equação de Euler com uma

variável independente, como quando as


funções não dependem explicitamente de x e a derivada

parcial da função f,
em relação a x, é 0: . Para cada função f,
a derivada é dada por:

Como

e substituindo isso na
equação, temos

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Agrupando os dois últimos termos da equação,

que desaparece devido


à equação de Euler:

Como existem casos em que f não vai depender


explicitamente de x, a derivada parcial de f em

relação a x
é 0, então o termo entre parênteses é constante:

TEMA 4 – EQUAÇÃO DE EULER PARA VÁRIAS VARIÁVEIS

A extensão do cálculo de variações para funcionais com


vários graus de liberdade é imediata.

Considere f um funcional de várias


variáveis dependentes:

Podemos simplificar essa fórmula, de modo que:

usando a relação a seguir:

colocando a função na integral do funcional:

fazendo  e o substituindo na
equação anterior:

e, por fim, usando a integração por partes, no segundo termo da


equação:

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O primeiro termo é nulo, pois Considerando todos os


possíveis η(x)

(independentes), para todo α = 0, a única solução possível é que a


expressão entre colchetes seja 0,

então:

Teremos n equações de segunda ordem no tempo,


com

TEMA 5 – EQUAÇÃO DE EULER COM CONDIÇÕES AUXILIARES

Vamos utilizar uma equação auxiliar, denominada de equação


de restrição, considerando o caso:

A equação para o caso de duas variáveis y, z é

Temos uma restrição da forma:

Nesse caso, as variações de y e z, em


relação a α, não são mais independentes e as relações
entre parênteses
não desaparecem para α = 0. Tomando a diferencial de g:

teremos duas funções


que vão depender dos parâmetros

Calculando a derivada parcial de g em relação às


funções antes descritas:

e substituindo isso na
equação anterior, temos:

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Utilizando a fatoração:

obtemos:

Para o funcional de J ser igual a 0, os termos


da integral têm que ser equivalentes:

Com isso, obtemos um conjunto de equações diferenciais:

A solução do problema depende do cálculo de três


funções: y(x), z(x) e λ(x). A função λ(x) é
conhecida como multiplicador indeterminado de Lagrange. Para n
variáveis dependentes com n
condições auxiliares, temos o conjunto de
equações:

NA PRÁTICA

Agora, vamos apresentar um exemplo de


aplicação da equação de Euler em uma dimensão
denominada braquistócrona,
que é o mais famoso problema de cálculo variacional, proposto por

Bernoulli, em
1696.

Considere uma partícula de massa m, que


percorre um caminho curvo, indo de um ponto inicial
 até um ponto . O objetivo é
encontrar a curva que a partícula percorre no menor

tempo possível. Vamos


considerar a velocidade inicial igual a 0 e sem atrito e que a partícula esteja

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sujeita apenas à ação da gravidade. Sabemos que a velocidade no ponto inicial . A energia
potencial
da partícula pode ser escrita por:

Usando o teorema de conservação de energia, há:

Então, obtemos que:

Como e , o elemento , substitui-se tudo na


integral e

Usando a equação de Euler, definimos f como:

Resolvendo, primeiro calculamos a derivada da função,


em relação a y:

Depois, calculamos a derivada da função em relação a :

Aplicamos a derivada total em função de x:

Substituindo-a na equação de Euler e rearranjando,


temos que:

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Portanto, encontramos:

Contudo, esse resultado não nos diz muita coisa. Para


entender o movimento da partícula,

precisamos de uma solução paramétrica,


fazendo uma mudança de variável:
;

isolando dy:

fazendo o cálculo da diferencial de x:

e isolando dx:

obtemos:

Utilizamos as condições de contorno do problema, ;


e ; e somamos:

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Essa equação representa uma cicloide gerada pelo


movimento de um ponto fixo em uma
circunferência de um círculo que gira no lado
positivo.

FINALIZANDO

Nesta aula, introduzimos o princípio variacional e


deduzimos as equações de Euler considerando
várias condições, como variáveis
dependentes e independentes e várias variáveis. Resolvemos o

problema da
braquistócrona, que é o principal problema de princípio variacional.
Demonstramos
ferramentas de cálculo importantes para a resolução de alguns
problemas físicos.

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