Filosofia 1º Teste
Filosofia 1º Teste
Filosofia 1º Teste
Por representação entende-se o ato através do qual algo toma intencionalmente o lugar de outra coisa.
Platão e Aristóteles entendiam que o tipo de representação envolvido na produção artística consistia simplesmente na imitação
(mimesis). É a teoria mimética da arte. Algo é uma obra de arte se e só se imita um original (def.); e é tanto mais artística quanto
mais/melhor imitar o original.
Contudo, se todas as obras de arte são imitações, nem todas as imitações são obras de arte: a imitação é uma condição necessária,
mas não suficiente para a obra de arte. A teoria da arte como imitação tem sido criticada por ser demasiado restritivista, pois exclui
desta classificação muitas obras de arte que não assentam no caráter mimético, como, por exemplo, as formas de arte abstrata.
Objeções à teoria da arte como representação
> Não apresenta uma definição de arte
«Se algo é arte, então é representação» significa que todas as obras de arte são representação, mas não significa que só a
arte é representação.
O conceito é muito abrangente, inclui coisas que não são arte, por exemplo, os sinais de trânsito.
> Contraexemplos
A ideia de que a representação é uma condição necessária da arte é muito discutível.
Há muitas obras de arte que não representam nada.
A TEORIA EXPRESSIVISTA (defendida por R. G. Collingwood - 1889-1943)
Representante principal desta teoria: Leão (Lev) Tolstoi, escritor (Romancista) russo e mais tarde a teoria foi reformulada por Robin
Collingwood. Teorias expressivistas: a arte é expressão de sentimentos ou emoções. «Algo é arte se e só se
1) isso foi produzido por alguém com o intuito de exprimir as suas emoções individuais
2) de modo a clarificá-las.» (Exprimir = clarificar)
Tese: Algo é obra de arte se e só se transmite as emoções/sentimentos do seu criador ao público.
Questão: Toda a forma de expressão de sentimentos é obra de arte?
Evocar: contra-argumentos/Exemplos.
A expressão de emoções: As emoções:
• é a essência da arte; • não são gerais, são específicas;
• é um esforço do artista para clarificar as suas emoções. • não está em causa apenas se o artista sente insatisfação;
• mas também que insatisfação é essa.
A arte do ofício
R. G. Collingwood: algumas coisas normalmente consideradas como arte não o são. (Arte ≠ ofício) Existe:
• a «arte autêntica», aquilo que genuinamente é arte;
• e aquilo que não é arte, mas sim, «ofício».
Por exemplo, dizer «arte do carpinteiro» é usar inadequadamente a palavra arte.
A carpintaria transforma um material num produto seguindo um plano previamente estabelecido.
O artífice sabe o que quer fazer antes de o fazer.
Os artistas:
• não têm um plano prévio;
• só ganham consciência do que estão a expressar durante o processo de construção ou criação.
A arte do entretenimento
Collingwood: É incorreto designar como arte a música, o cinema ou o teatro quando têm por objetivo o entretenimento. Porquê?
Procura provocar emoções previamente concebidas no público. A «arte» do entretenimento não é arte autêntica, é, sim, uma
forma de ofício.
A TEORIA HISTÓRICA (proposta pelo filósofo norte-americano Jerrold Levinson (nascido em 1948)
A teoria histórica é uma teoria não-essencialista.
Teoria da arte como renovação histórica. Trata-se de uma reformulação da teoria institucional, acrescentando como exigências a
Intenção (do artista) de integração na História (critério recursivo) da Arte de uma obra que é sua Propriedade.
Tal como a teoria institucional, Jerrold Levinson defende:
é possível indicar condições necessárias e suficientes da arte;
essas características não são intrínsecas às obras de arte, mas sim um aspeto contextual.
Este aspeto contextual é o caráter histórico ou retrospetivo da arte. Todas as obras de arte se relacionam de modo intencional com
as anteriores. Por vezes, Levinson refere-se à sua teoria como histórico-intencional.
Jerrold Levinson:
Um objeto (ou atividade) é arte na medida em que o seu autor quer que este seja encarado como o foram as obras de arte do
passado e estas, por sua vez, são arte porque os seus autores queriam que elas fossem encaradas como foram encaradas as obras
de arte anteriores.
Essa intenção de inserir as obras numa tradição histórica explica a unidade e a continuidade da arte ao longo dos séculos.
INTENÇÃO:
sem a intenção, a semelhança de uma obra com as obras do passado poderia dever-se ao acaso;
essa intenção tem de ser firme e duradoura para poder transparecer na própria obra.
A relação com o passado não significa:
que as obras imitem as obras do passado;
que se inspirem nas obras do passado.
Se assim fosse, a arte não mudaria. Mas é facto que muda, e muito.