Estágio Poli 2021 Jovens e Adultos

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FACULDADE FUTURA

POLIANE TOSTA SOUSA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

UBERABA
2021
FACULDADE FUTURA

POLIANE TOSTA SOUSA

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: REFLEXÕES SOBRE O PAPEL DO


PROFESSOR

Relatório de estágio apresentado à disciplina


Estágio Supervisionado, da Faculdade Futura,
no Curso de Licenciatura em Pedagogia como
pré-requisito para aprovação.

UBERABA
2021
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: REFLEXÕES SOBRE O PAPEL DO
PROFESSOR.

RESUMO- Este trabalho visa levantar reflexões e relevância significativa na discussão sobre
educação de jovens e adultos, pois esta é uma forma de educação muito importante para o Brasil,
mas ainda há um grande número de pessoas sem educação básica. Nessa temática, é necessário
destacar o papel dos professores que atuam com esses públicos, objetivando de forma direta e
decisiva o papel da educação de qualidade no processo de construção do conhecimento dos
alunos. Este artigo tem como objetivo levantar os pontos de esclarecimento da educação EJA,
fortalecer a reflexão sobre o papel do professor que atua na educação de jovens e adultos, elencar
os pontos relevantes do método Freiriana na situação de alfabetização e fornecer um guia para a
trajetória de construção do conhecimento. e disseminação. Contribua. Neste novo público, deixe-
os participar de um método de ensino crítico libertador e conversacional.

Palavras-chave: Educação de jovens e adultos, professor, Reflexões


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................5

2. DESENVOLVIMENTO..............................................................................8

3. RELATO DE ESTUDO............................................................................12

4. CONCLUSÃO..........................................................................................14

5. REFERÊNCIAS.......................................................................................15
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1. INTRODUÇÃO

De acordo com as Diretrizes de Educação e Lei Básica (LDB 9394/96), a educação de


jovens e adultos é para aqueles que não têm oportunidade ou não podem continuar a receber o
ensino fundamental e médio na sua idade, por isso o sistema de ensino deve levar em
consideração os seus interesses, experiência, condições socioeconômicas e de trabalho, para
garantir que esses jovens tenham oportunidades educacionais adequadas e gratuitas, e que o
conteúdo da educação formal seja conjugado com a educação profissional. Portanto, a
educação de adultos deve se basear na situação real dos alunos, levando em consideração
suas experiências, opiniões e história de vida

Devido à importância do tema, é necessário destacar que o trabalho docente na


educação de jovens e adultos pode garantir o sucesso, mas também contribuir para o fracasso
escolar, caso a proposta de ensino desenvolvida em sala de aula não esteja adequada aos
discentes. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando o docente desconsidera a faixa etária de
seus alunos e aborda conteúdos de forma infantilizada. Nesse caso, o adulto passa a ser tratado
como uma criança que acaba de ingressar na escola, pois não se considera o seu perfil, nem
que ele traz consigo uma bagagem de experiências e vivências pessoais e profissionais. Muitas
vezes, os jovens e adultos lutam para superar condições de vida bastante precárias como
desemprego, salários baixos, problemas familiares e péssimas condições de vida, que podem
comprometer o processo de alfabetização e educação. Assim, considerando que muitos alunos
da EJA – Educação de Jovens e Adultos – estão em um quadro de desfavorecimento social, o
professor não pode ignorar os conhecimentos e experiências que já possuem.
Este estágio demonstra a importância e estrutura da educação de jovens e adultos, bem
como os métodos de ensino e métodos usados para treinar alunos que precisam incutir
conhecimentos-chave da mesma forma a partir da necessidade de financiamento para pensar,
acompanhar e aplicar. a pessoa pode se livrar da ignorância trazida pela política social,
economia, geografia ou outras condições naturais, torná-los ativos, e começar por si mesmo e
transformar em seu ambiente. Procurou-se também pontuar as características dos métodos de
sucesso educacional apontados por Freire. Tem como objetivo discutir pontos relevantes sobre
o papel do professor na alfabetização de jovens e adultos. Esses pontos precisam ser
considerados no ensino de novos alunos da turma, e enumera algumas notas no método de
ensino de Freire. Essas anotações ajudam e ainda fazem uma grande contribuição para a
formação de alunos no modelo EJA.
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Uma das grandes preocupações da classe dominante brasileira no mundo do trabalho,


não é ter um povo consciente de seus direitos, críticos e sujeitos de ação na sociedade, mas
sim, uma população conformada, alienada, que pense pouco ou quase nada, que seja um
“analfabeto político” (ANTOLOGIA...,2008), pois assim, torna-se mais fácil manter o domínio.
Neste contexto, Oliveira (2005, p. 290) em análise crítica sobre a formação do professor diz que:
[...] as políticas educacionais preocupam-se com a
formação do professor considerando ser este
profissional um contribuinte essencial ao ajuste da
educação às exigências do capital [...]. Sendo assim
a própria formação do professor precisa estar em
sintonia com o discurso proponente, no qual o
domínio da informação e a redução do tempo de
escolarização são pontos estratégicos.

Os dias atuais apresentam para os professores uma jornada de trabalho de três turnos,
vivenciando “o aviltamento de seu trabalho seja no que diz respeito à remuneração, seja naquilo
que se refere às condições de trabalho, marcada pela necessidade de alargamento cada vez
maior da jornada, pela terceirização ou precarização [...]” (RUMMERT, 2006 p. 128), pois, o
professor pertence à classe trabalhadora e, como tal, uma vítima do sistema-capital,
necessitando de uma formação integral e relacionada à sua práxis. Diante de tais perspectivas,
muitas têm sido as questões, entre elas: como tem sido a formação do professor que atua na
Educação de Jovens e Adultos (EJA)? Quem são os alunos da EJA? Quais as expectativas
contemporâneas para a EJA? Como os sujeitos se percebem no processo? A formação de
professores de EJA ainda se dá de forma generalizada, baseada em princípios da educação
básica regular, muitos cursos de formação de professores têm sido realizados totalmente à
distância, em condições precárias. É possível inferir que há certa proposição para tal, pois não é
possível discutir com a TV e não havendo discussão, consequentemente, não há elevação da
consciência ingênua para a crítica. Assim, profissionais formados sem possibilidade de exercício
crítico, retornam à escola para reproduzir a ideologia dominante.
Portanto, é necessário uma compreensão do que é a educação popular (Freire, 1996),
para que haja comprometimento com o processo de transformação da sociedade, com a quebra
de paradigmas impositivos e o ensinar aos jovens e adultos, muitas vezes marginalizados,
apresentando conteúdos significativos e que busquem a emancipação das classes menos
favorecidas.
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Para Moreira (1992), os professores devem ser formados para atuarem como intelectuais
transformadores, sendo necessário que compreendam as relações de poder estabelecidas pelos
dominantes e busquem em conjunto com as classes subalternas a superação dos preconceitos
e predisposições que estão enraizados ao longo dos tempos. 1744 Para que este processo
ocorra, torna-se necessário que o professor ressignifique a sua prática pedagógica, identificando
e compartilhando experiências para a construção de seres críticos, atuando como mediador de
conhecimentos no processo de humanização.
No caso específico da EJA, todos os aspectos já mencionados devem ser acrescidos de
preconceitos, descasos e estereótipos que contribuem para uma formação ainda mais precária.
Diante do exposto, este trabalho pretendeu aprofundar estudos a respeito da EJA, considerando
a trajetória dessa modalidade na história da educação brasileira e os parâmetros postos pelo
mundo neoliberal para os sujeitos envolvidos. A opção metodológica pautou-se pelos
pressupostos da abordagem qualitativa, visto que permite ao investigador uma compreensão
ampla do seu objeto de investigação. Richardson (1999), apresenta que ”[...] a abordagem
qualitativa de um problema, além de ser uma opção do investigador, justifica-se, sobretudo, por
ser uma forma adequada para entender a natureza de um fenômeno social”(p.79).
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2. DESENVOLVIMENTO

Durante muito tempo, portanto, as escolas noturnas eram a única forma de educação de
adultos praticada no país. Paiva, em seu livro Educação Popular e educação de adultos (1983),
faz um paralelo entre as finalidades e objetivos da educação de jovens e adultos e as
preocupações sociais e políticas da sociedade da época do Brasil Colônia, ao afirmar que “a
educação popular colonial é praticamente inexistente, excetuando a ação dos jesuítas e outros
religiosos nos primeiros momentos, quase nenhuma atenção é dada ao problema [...]” (PAIVA,
2003, p. 63)
Assim, a educação para todos desde os primórdios de nossa história política se reveste
de grande descaso político. É importante ressaltar que a educação de jovens e adultos era
carregada de um princípio missionário e caridoso, atender aos considerados “desvalidos”. O
letramento destas pessoas era um ato de caridade das pessoas letradas às pessoas perigosas
e degeneradas. “Era preciso ‘iluminar’ as mentes que viviam nas trevas da ignorância para que
houvesse progresso” (STEPHANOU; BASTOS, 2005, p. 261).
Entendia-se que o analfabeto era um peso e o culpado pelo não desenvolvimento do
país. Os processos de alfabetização em momentos da história política brasileira sempre
estiveram vinculados a interesses de governos em eliminar o analfabetismo com vista a
aumentar também o quantitativo de eleitores.
O educador Paulo Freire traz grandes contribuições para esse debate com introdução de
sua pedagogia chamando a atenção para que o desenvolvimento educativo deva acontecer
contextualizado às necessidades das pessoas educadas, “com” elas e não “para” elas. Percebe-
se nas ideias de Freire a implantação de uma pedagogia dialógica e contextualizada,
provocando no educando a reflexão sobre o seu papel social, sua capacidade de mudar a si e
mudar a realidade social, que lhe imputam a miséria, e a exclusão de usufruto dos bens sociais
como saúde e educação numa sociedade letrada.
A sociedade brasileira ao longo de sua história é marcada pelas desigualdades sociais
que foram constituídas pelas relações estabelecidas entre educação escolar e estrutura social.
No cenário da educação brasileira encontramos diversas reformas educacionais, buscando
assim, quitar uma dívida secular com os excluídos.
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Para Haddad e Di Pierro (2000, p. 109) a exclusão é legitimada na constituição de 1891,


quando “[...] ocorre a garantia da formação da elite, excluindo as camadas sociais
marginalizadas, determinando que os adultos analfabetos não teriam direito ao voto.” Tal fato
caracteriza o período da Primeira República como as mudanças ocorridas na sociedade
corroboraram para que a educação se tornasse o foco central das discussões, gerando assim a
preocupação com a camada da população analfabeta, pois, em 1920 o 1745 percentual de
analfabetos referentes a todas as idades é de 75% . (GHIRALDELLI JUNIOR, 1991, p. 17). Foi a
partir da revolução de 1930, que houve um fator estimulante para o investimento na educação
das classes menos favorecidas. Embora indo de encontro aos interesses da classe dominante e
dos políticos, o voto ficou atrelado ao alfabetizado.
Assim foi necessário que se criassem meios de eliminar o analfabetismo que assolava a
sociedade, tido como um “cancro”. Neste contexto, viveu-se o período do pós-guerra, em que
era necessária uma mão-deobra qualificada e barata para o mercado de trabalho, devido ao
crescente processo de industrialização. A classe burguesa apoiou o novo modelo de
escolarização que emergia, público, gratuito e universal, considerando que novo modelo de
educação escolar incorporava os princípios do liberalismo, pautados no individualismo, na
liberdade, propriedade, igualdade e democracia, marcas predominantes do capitalismo. Assim, a
educação de jovens e adultos começou a delimitar o seu espaço dentro do sistema educacional,
se consolidando como um sistema público de educação obrigatório no Brasil.
Na constituição de 1934, a educação de adultos é mencionada no Art. 150. A
Constituição de 1937, também conhecida como “Polaca”, foi marcada pelo regime ditatorial de
inspiração fascista, excluindo novamente os analfabetos de votarem e retirando a extensão para
a educação de adultos. Segundo Severino (1986, p. 82), o Estado manteve um sistema de
ensino dualista, no qual, “[...] para as elites, as escolas que classificavam socialmente, para os
estratos populares, as escolas que preparavam mais imediatamente para o trabalho.” No ano de
1947, a primeira Campanha Nacional de Educação de adultos, foi realizada pelo Ministério da
Educação e Saúde, visando atender a camada da população analfabeta adulta.
No cenário internacional, em 1949 aconteceu na Dinamarca a I Conferência Internacional
sobre Educação de Adultos. O foco central foram os problemas das nações industrializadas
resultantes do pós-guerra. O Brasil não teve representante. Em 1960, a II Conferência
Internacional de Educação de Adultos no Canadá chamou a atenção para a educação
permanente e a educação de base ou comunitária. No ano de 1965, no Irã, o Congresso
Mundial de Ministros de Educação, discutiu a erradicação do analfabetismo no mundo.
(HADDAD; DI PIERRO, 2000).
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O PAPEL DO DOCENTE NA EDUCAÇÃO DA EJA

A educação no que diz respeito ao contexto de ensino do publico da modalidade da EJA, é


permeada por grandes lutas, fatores excludentes, dentre outros aspectos que fazem parte dessa dura
trajetória na busca pelo direito de aprender. Os meios de educação que depois de um longo tempo lhes
eram oferecido estava mais pautada nos interesses políticos e industriais, do que realmente na intenção
de tornar cidadãos dotados de conhecimentos. Maquiando o ensino, tornando-os analfabetos funcionais.
No entanto, “a educação de jovens e adultos emerge de um movimento de lutas, e conquistas da
educação popular”. (SOEK, HARACEMIV, STOLTZ. 2009, p. 21). Segundo Oliveira:

A educação popular surge no Brasil, na década de 1960, inserido num


contexto histórico de contradição de classes, de lutas, resistências
populares contra a opressão e alienação de uma cultura dominante
sobre a cultura popular. E, nesse processo de resistência, situa-se a
problemática da democratização do ensino público, ou seja, do acesso
ao sistema escolar e da permanência nele pelas camadas populares.
(2003, p. 64)

Na visão de Freire a educação popular dá oportunidades para que o povo participe de


forma ativa na construção do conhecimento, possibilitando a compreensão de ato democrático,
não apenas pelo simples fato de estarem dentro do contexto escolar como sendo um direito de
todos, mais que todas as classe de maneira efetiva sejam participantes na produção do saber. A
modalidade de ensino da EJA é destinada aquelas pessoas que não tiveram acesso à escola no
tempo certo, por ter sido negado o direito a educação básica por diversos fatores seja de caráter
econômico, sócio-político, ou fatores geográficos e culturais. A LDB deixa claro em seu artigo
37, que esta modalidade educacional apresenta-se com caráter inclusivo compensatório. A
educação de jovens e adultos será destinada aqueles que não tiveram acesso ou oportunidades
de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. (BRASIL, 1996, p 42).
Contribuindo com esta colocação Silva, Queiroz, Monteiro, vem acrescentar o seguinte:
A educação de jovens e adultos (EJA) apresenta-se como uma modalidade de ensino que foi
criada pela grande necessidade de oferecer uma chance a mais de vida de pessoas que por
algum motivo não tiveram acesso ao estudo. (2015, p. 2).
Sendo assim faz-se necessário que seja pensado no perfil do profissional docente capaz
de atuar de forma eficaz para com essa modalidade. Uma vez que pensar nos alfabetizandos
desta modalidade de ensino segundo Arroyo (2001, p. 15), é “falar, sobretudo do jovem, adulto,
trabalhador, pobre, negro, oprimido e excluído ”.
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É pensar na classe de trabalhadores que acordam cego, ficam expostos a trabalhos


braçais pesados pessoas que são dadas de alguma forma a opressão capitalista em buscar da
sobrevivência, às vezes pessoas com humildes residências em vários aspectos, dependentes
de varias mobilidades para a sua locomoção, quando se tem comida estes mesmo levam em
suas marmitas, ou se dão o desprazer de terem apenas uma refeição para o dia inteiro de
trabalho, características estas que o profissional da EJA precisa levar em consideração.
O professor deve se valer de vários meios para que os discentes consigam alcançar a
compreensão dos assuntos abordados em sala de aula, conduzindo-os ao processo de superar
os obstáculos que lhes foram apresentados pela vida. “o aluno acaba por demonstrar o desejo
de ser independente e transformar, assim suas dificuldades em um mero intermediário entre o
sonho de crescer e a realidade em que vivem”. (SANTOS, 2012, p. 271).
Dessa forma, faz-se necessário um novo pensar e agir pedagógico que coloque os jovens
e adultos como protagonistas do processo construção de novas concepções de saberes dentro
do contexto de ensino e aprendizagem. É importante destacar que o professor precisa estar
atento, a pesquisa. A construção de conhecimento é permeada a partir da pesquisa por meio da
inquietação pela busca de informações, de respostas pelos questionamentos, abrindo caminho
para que seja possível chegar ao conhecimento verídico. “Toda docência implica pesquisa, e
toda pesquisa implica docência” (FREIRE, 1997, p. 192).
Portanto, é de suma importância que o docente entre de verdade nesse desafio
buscando, propondo, traçando novos percursos metodológicos e práticos educacionais capazes
de forjar uma educação que modifique a vida dos aprendentes em todos os contextos da vida
humana propiciando a saída de uma realidade encasulada, a margem da sociedade, para uma
nova realidade, participante de forma ativa, capaz de modificar o meio em que vive através de
novos conhecimentos adquiridos. A modalidade aqui referida pode garantir o sucesso, mais se a
proposta de ensino desenvolvida em sala de aula não contemplar as necessidades dos
educandos, de forma que abrace as mais variadas faixas etárias enfatizando o ensino, isso
poderá acarretar inúmeros fracassos. O professor deve trabalhar de forma democrática,
utilizando objetivos claros, preocupando-se com o desenvolvimento do aluno, levando em
consideração de que todo ser humano é capaz de aprender
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3. RELATO DE ESTUDO

Nos estudos e reflexões sobre o papel do docente da Educação de Jovens e Adultos,


pudemos perceber que as políticas de educação no Brasil passaram por consideráveis
mudanças e que aos poucos têm assumido maior compromisso com jovens e adultos
brasileiros que não tiveram oportunidade de estudar ou de completar sua escolaridade básica
na idade correta. Discorremos sobre a história da educação de jovens e adultos no país e
percebemos que com as mudanças que foram ocorrendo na sociedade, houve a necessidade
de um olhar voltado para a educação. Com a colaboração e determinações de leis, a educação
passa a ser um direito de todos, incluindo a EJA como uma modalidade de ensino que
perpassa todos os níveis da educação básica do país. Nessa trajetória, algumas conquistas
foram alcançadas como considerável melhoria da qualidade de ensino, maior oportunidade de
acesso e permanência na sala de aula, abordagem específica da legislação sobre o assunto,
tratamento da EJA como uma modalidade de ensino e maior oportunidade para jovens e
adultos galgarem o mundo do trabalho. Tudo isso tem contribuído para a diminuição das
desigualdades sociais no Brasil. Porém, apesar de todos os avanços apontados, ainda se
percebem grandes dificuldades, especialmente relacionadas ao âmbito da atuação docente.

Assim, esse estágio apresenta entraves e possíveis soluções para problemas


relacionados ao processo de planejamento, à falta de recursos didáticos, à gestão no ensino, à
formação continuada dos professores, à relação entre teoria e prática, à articulação e
elaboração do currículo, à dificuldade de compreensão e domínio da leitura e escrita, ao saber
matemático, às questões que envolvem natureza e sociedade, à pertinência das avaliações
aplicadas e às questões de gênero. Pode-se concluir que, ao trabalhar com os alunos da EJA,
o professor deve respeitar a diversidade de seus discentes, considerando os aspectos
socioeconômicos, étnico, de gênero, as experiências profissionais e o contexto cultural, já que
esses alunos fazem parte de um quadro de desfavorecimento social e a procura pela escola
está relacionada a decisões que envolvem suas perspectivas pessoais e melhores condições
de vida.

É destacada a importância da seriedade do trabalho docente na educação de jovens e


adultos, condição indispensável para garantir o sucesso dos alunos no processo de ensino-
aprendizagem. O docente deve trabalhar a partir dos interesses dos alunos e satisfazendo
suas necessidades de aprendizagem. Assim o educador da EJA na contemporaneidade deve
sempre considerar todo contexto social, familiar e profissional de seus discentes em suas
práticas.
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É ainda bastante relevante considerar a importância da boa formação do professor da


EJA. Só com essa condição poderá possibilitar que o indivíduo jovem e adulto seja capaz de
desenvolver suas habilidades, aproveitar as competências adquiridas na educação extra-
escolar e complementar seus estudos com uma educação de qualidade. Sua prática deve
ocorrer em um processo constante de reflexão, trazendo a realidade discente para a sala de
aula de modo que os alunos se identifiquem e também sejam protagonistas nos seus
processos de aprendizagem. Assim, a educação de jovens e adultos deve ser considerada
como uma chave indispensável para o exercício da cidadania na sociedade atual, contribuindo
na formação dos educandos que vivem em tempos de grandes mudanças e inovações.
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4. CONCLUSÃO

Falando sobre o papel do professor e sua prática docente perante o público, cabe
destacar que, para o alcance de objetivos positivos no processo de ensino, a educação é
vista como um meio de transformação da realidade pessoal, porém eles entendem isso só
adquirindo conhecimento, essa transformação tão esperada, principalmente uma
transformação de si mesmo, é possível. Vale ressaltar também que o método educativo
difundido por Paulo Freire tem contribuído significativamente para o sucesso do processo
educativo das disciplinas inseridas nessa modalidade de ensino.

Diante desta pesquisa percebe-se que, não se pode mais ver o ensino voltado para a
EJA como um procedimento em que o professor deposita e o aluno recebe, justamente o que
Freire já dizia ser uma educação bancaria, mas que esse processo na busca e construção de
novos conhecimentos se dá através de variados meios, nesse caminho um dos pilares
relevantes apontados por Paulo Freire é o dialogo entre professor-aluno e vice versa, pois,
ambos aprendem numa troca mutua de conhecimento. Entretanto nota-se que só assim eles
se tornarão agentes transformadores em diferentes contextos . Portanto, permitir aos sujeitos
agir no mundo, dominar a cultura letrada e desempenhar conscientemente o seu papel de
cidadão na sociedade é muito mais do que transmitir conhecimento, é agir como intelectual
capaz de provocar mudanças.
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5. REFERÊNCIAS

ANTOLOGIA poética de Bertolt Brecht. São Paulo: Cultura Brasileira, 2008.


Disponível em: . Acesso em: 15 mar. 2008.

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Conselho Nacional de Educação. Plano


Nacional de Educação. Lei n. 10.172, de janeiro de 2001. Brasília, DF: MEC, 2000d.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários á prática educativa. 40ed.


São Paulo: Ed: Paz e Terra, 1996

GHIRALDELLI JUNIOR, Paulo. História da educação. São Paulo: Cortez , 1991.

HADDAD, Sérgio; DI PIERRO, Maria Clara. Escolarização de jovens e adultos.


Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n.14, p. 108-130, maio/ago. 2000.

Ministério da Educação e Cultura. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes


nacionais para a educação. Brasília, DF: MEC, 2000a. Disponível em: . Acesso em: 02
jun. 2007. ______. Ministério da Educação e Cultura.

SANTOS, Aguinacira Ciebre dos. Ser Educador na EJA: mais que um mediador no
processo de superação e desafios de aprendizagem. Revista Eventos Pedagógicos,
Mato Grosso, v.3, n. especial, p. 268 – 275, Abril. 2012.

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