CINEMA
CINEMA
CINEMA
EMPREENDEDORISMO
Diretor Presidente
Diretor Técnico
Bruno Quick
Eduardo Diogo
Diego Demetrio
Coordenação
Autor
SEBRAE NA
Projeto Gráfico
Sumário
Mercado ................................................................................................................................................... 1
Localização .............................................................................................................................................. 3
Estrutura .................................................................................................................................................. 8
Pessoal .................................................................................................................................................... 9
Equipamentos .......................................................................................................................................... 10
Matéria Prima/Mercadoria ........................................................................................................................ 12
Automação ............................................................................................................................................... 15
Investimentos ........................................................................................................................................... 15
Custos ...................................................................................................................................................... 19
Divulgação ............................................................................................................................................... 21
Informações Fiscais e Tributárias ............................................................................................................ 21
Eventos .................................................................................................................................................... 23
Glossário .................................................................................................................................................. 26
2. Mercado
• Mercado consumidor
O mercado consumidor de cinemas é formado por quem busca nos filmes um
momento de lazer e descontração. O público é composto por homens, mulheres,
adultos, jovens, idosos e crianças. O preço médio do ingresso de cinema em 2018 está
em R$ 15,03, e o público total dos cinemas brasileiros cresceu 45% de 2009 para
2018, passando de 112.6 milhões para 163.4 milhões (Ancine, 2019). O faturamento
bruto com bilheteria em 2018 foi de R$ 2.458 milhões, um crescimento de 95,04% em
relação ao valor arrecadado em 2009 que foi de 1.260 milhões. Os títulos estrangeiros
ainda atraem mais público que os nacionais, bem como geram mais receita de
bilheteria, sendo que 64,21% do títulos exibidos foram estrangeiros, e 35,79%
nacionais (Ancine, 2019). A taxa de ocupação média dos cinemas é de 30%.
Diversos são os fatores que afetam esse tipo de mercado, desde situações
macroeconômicas, que influenciam no poder aquisitivo das pessoas, o surgimento de
outros formatos de entretenimento, como Blue Ray, internet, mídias on-line (como
Netflix), canais de televisão a cabo e o próprio valor do ingresso, que varia conforme a
tecnologia de projeção e as promoções que os empreendimentos realizam. Aplica-se a
política de desconto para estudantes e idosos, conforme a legislação. A sazonalidade
• Concorrência
O mercado concorrencial não é numeroso, dado o alto investimento em estrutura e
equipamentos. A principal ameaça a um pequeno cinema está na proximidade e
concorrência direta com as redes de complexos de cinema. A diferenciação, além da
equiparação da tecnologia dos equipamentos e o preço do ingresso, se darão na
experiência do expectador, no conforto oferecido, nos serviços complementares, na
localização, no acesso ao empreendimento e na seleção de filmes ofertados.
No fim da década de 1970 havia cerca de 3.000 salas de cinema no Brasil. Ao longo
dos anos, esse quantitativo sofreu bastante oscilação, chegando ao número reduzido
de 1.000 salas aproximadamente ao fim de 1997. Devido, principalmente às políticas
governamentais de incentivo promovidas no início da década de 2000, houve um
crescimento no número de salas de cinema.
Segundo dados da Ancine (2019), em 2018, o país contava com 3.467 salas de
exibição, distribuídas em 848 cinemas. Outro dado que aponta o potencial de
crescimento do mercado é que, em 2016, o Brasil é o 60º país na relação número de
habitantes por sala de cinema.
Dados do Data Sebrae (2017) destacam que a grande maioria dos empreendimentos é
de micro ou pequena empresa. As 20 maiores empresas, representam 52,70% da
quantidade de salas exibidoras no país.
A tecnologia também está cada vez mais presente nas salas de cinema. O processo
de transição tecnológica para projeção digital alcançou sua totalidade, atingindo
100,00% do parque exibido; a tecnologia 3D, por sua vez, passou de 109 salas em
2009 para 1.385 em 2017 (Ancine, 2017). Essa tendência no mercado brasileiro segue
a evolução mundial.
• Fornecedor
O mercado fornecedor para as salas de cinema é formado basicamente por empresas
produtoras de filmes, por empresas focadas na distribuição de filmes cinematográficos
e por empresas que fornecem equipamentos para a estruturação das salas de cinema
e dos serviços complementares de alimentação.
3. Localização
A localização é um aspecto determinante do sucesso de um cinema. Os principais
pontos a considerar são:
Em seguida, faz-se:
5. Estrutura
A estrutura de um cinema será dimensionada de acordo com o a quantidade de salas
de exibição e do público estimado para cada sala. A composição básica de um cinema
é formada pelas seguintes áreas:
• Sala de Espera: local em que as pessoas irão aguardar antes do início da sessão;
Para instalação dos espaços acima, o ideal é que se inicie com uma área mínima de
400m2 para um cinema de aproximadamente 100 lugares. Ressalta-se que o cinema
deverá dotar os espaços com layout interativo e agradável, pois a ambientação será
um elemento de diferencial do empreendimento. Assim, é importante a contração de
pessoal qualificado como arquitetos, designers e engenheiros. Considere a
possibilidade de espaço para um crescimento futuro das atividades.
6. Pessoal
O quantitativo de pessoal dependerá da estrutura do cinema, do seu horário de
funcionamento e de seu modelo de negócio. São poucas as funções que necessitam
conhecimento especializado.
Operações
• 2 funcionários para operação de projetor, que deverão ter feito cursos técnicos de
operação de equipamentos de áudio e vídeo ou computação;
• 1 pessoa para realizar a venda dos bilhetes, com no mínimo o ensino médio, e
treinada nos equipamentos de venda;
• 2 pessoas para preparar e vender petiscos e bebidas. Esse serviço pode ser
terceirizado.
Administração
7. Equipamentos
Os equipamentos irão variar de acordo com a estrutura do cinema e da quantidade de
salas de exibição. Assim, para um cinema com apenas uma sala, os equipamentos
necessários são:
Sala de exibição:
• Projetor;
• Sistema de som;
• Tela de projeção;
• Ar-condicionado;
• Isolamento acústico;
• Balcão de atendimento;
• Balcão de vendas;
• Refrigerador;
• Computador e impressora;
• Cofre.
Ressalta-se que a quantidade de equipamentos deverá atentar para o espaço físico no
qual o cinema será estruturado, pois quanto mais salas de exibição oferecer, maior
8. Matéria Prima/Mercadoria
A gestão de estoques no varejo é a procura do constante equilíbrio entre a oferta e a
demanda. Esse equilíbrio deve ser sistematicamente conferido, principalmente por
estes três importantes indicadores de desempenho:
Portanto, o estoque dos produtos deve ser mínimo, visando gerar o menor impacto na
alocação de capital de giro. O estoque mínimo deve ser calculado levando-se em conta
o número de dias entre o pedido de compra e a entrega dos produtos na sede da
empresa.
Já para o principal insumo de um cinema, os filmes, que serão exibidos nas telas das
salas, são essenciais a seleção de títulos e sua variedade, levando em consideração o
perfil do público. Esse será o grande diferencial do cinema.
Os principais gêneros de filmes são: ação, animação, aventura, comédia, cult, curta-
metragem, documentário, drama, faroeste (ou western), ficção científica, guerra,
infantil, musical, policial, romance, suspense e terror.
A Lei de Direitos Autorais deve ser observada, pois esse negócio se configura pela
apresentação pública de obras intelectuais. A projeção de filmes somente poderá
ocorrer se houver prévia e expressa autorização do detentor dos direitos autorais da
obra que será utilizada, que usualmente se dá pelo distribuidor (algumas vezes pelo
produtor) do filme. A violação dos direitos autorais pode gerar sanções como
apreensão e destruição do material, multas de indenizações por perdas e danos
morais e materiais.
As distribuidoras apresentam custos por cópias de cada filme, de modo que elas
tentarão otimizar as vendas. Uma de suas estratégias é oferecer pacotes de filmes que
incluem um título que não interessa muito ao cinema para assegurar outro que é
desejado.
Existe uma pressão das distribuidoras para que os cinemas substituam os projetos
analógicos. Isso porque os custos das cópias diminuem 10 vezes (de R$ 4.500 para
R$ 450), além de não sofrerem com desgastes e possíveis riscos ou quebras.
12. Investimentos
Os investimentos necessários para estruturar um cinema irão variar de acordo com o
porte, a quantidade de salas de exibição e o público esperado. Para uma sala de
Sala de exibição
• 1 Projetor = R$ 96.000,00;
• Sistema de som = R$ 25.000,00;
• 1 Tela de projeção = R$ 20.000,00;
• 100 Poltronas = R$ 50.000,00;
• Ar-condicionado = R$ 12.000,00;
• Sistema de iluminação das salas, de sinalização no piso e de emergência = R$
1.500,00
• Isolamento acústico = R$ 120.000,00;
• 2 porta corta fogo = R$ 8.000,00;
• Mangueira de incêndio = R$ 500,00;
• 2 portas de emergência com barras antipânico = R$ 1.400,00;
• Equipamentos de incêndio, sprinklers, extintores = R$ 1.800,00
Bilheteria
• 1 Computador = R$ 1.500,00
• 1 impressora fiscal = R$ 500,00;
• 2 Refrigerador = R$ 3.000,00;
• 1 Computador = R$ 1.500,00
• 1 impressora fiscal = R$ 500,00;
Além disso, destaca-se que nessa estimativa não se levou em conta o valor do imóvel.
Por haver uma diversidade de preço e tamanhos muito elevados não foi quantificado o
valor do terreno nem da construção civil, sendo esta uma necessidade a ser pensada
de acordo com a localidade onde será estruturado o empreendimento.
Ao investimento inicial, deve-se agregar um valor para capital de giro, que será tratado
em tópico específico, a seguir.
É importante destacar que, por meio da Lei Federal nº 12.599/2012 combinado com a
LEI Nº 13.524, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2017 (Regime Especial de Tributação para
o Desenvolvimento da Atividade de Exibição Cinematográfica – Recine), fica suspensa
a exigibilidade de todos os tributos federais incidentes sobre a aquisição de máquinas,
aparelhos, instrumentos, equipamentos e materiais de construção necessários à
construção ou à modernização de complexos cinematográficos. Os tributos
desonerados são: Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (Cofins), PIS-importação, Cofins-importação,
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente na importação ou no comércio
interno e Imposto de Importação (bens e materiais sem similar nacional). Essa medida
facilita, por exemplo, a digitalização do parque exibidor em operação, além de reduzir
os custos dos investimentos em novas salas. Para aproveitarem esse benefício, as
salas de cinema deverão credenciar previamente seus projetos na Ancine.
O capital de giro é regulado pelos prazos praticados pela empresa. São eles: prazos
médios recebidos de fornecedores (PMF); prazos médios de estocagem (PME) e
prazos médios concedidos a clientes (PMCC).
Quanto maior o prazo concedido aos clientes e quanto maior o prazo de estocagem,
maior será sua necessidade de capital de giro. Portanto, manter estoques mínimos
regulados e saber o limite de prazo a conceder ao cliente pode melhorar muito a
necessidade de imobilização de dinheiro em caixa.
Um fluxo de caixa, com previsão de saldos futuros de caixa deve ser implantado na
empresa para a gestão competente da necessidade de capital de giro. Só assim as
variações nas vendas e nos prazos praticados no mercado poderão ser geridas com
precisão.
Como um cinema demanda uma equipe de pessoal disponível para manter a operação
do negócio, além de haver a necessidade de manutenção constante dos
equipamentos, aquisição de filmes e produtos para comercialização diária, bem como
pagamento por energia, água e outros, faz-se necessário um montante para capital de
giro.
Um valor sugerido, que deve ser melhor definido em um plano de negócios mais
detalhado, é cerca de 30% do montante investido na instalação do empreendimento.
Assim, para um montante de investimento em estrutura da ordem de R$ 370 mil será
necessário, em termos de capital de giro, um valor montante de R$ 111 mil.
Esse valor é uma estimativa, levando em consideração que nos primeiros meses o
volume de faturamento será médio/alto, bem como o de custos. Por isso, valem as
dicas de:
• Se for necessário contrair empréstimos, procurar prazos mais longos e taxas mais
baixas.
• Salários e encargos;
• Assessoria contábil;
• Propaganda e Publicidade;
Eventos, estreia de filmes ou sessões especiais (grupos, escolas, cine maternal etc.)
costuma atrair públicos específicos. Também é usual o desconto no valor do ingresso
em dias e horários de menor fluxo de público, como dias de semana à tarde. Para os
clientes fidelizados, pode ser interessante a compra adiantada de um lote de ingressos
por um preço menor que a soma individual deles, ou um modelo de assinatura, que dá
direito a assistir a um determinado número de filmes por mês.
Pode-se também instalar uma área de vendas de alimentos e bebidas – como pipoca,
chocolates, balas, sucos e refrigerantes – que poderá ser próprio ou operado por
terceirizado, com balcão de atendimento, estruturas móveis ou vending machines,
gerando benefício e comodidade ao público.
Ou, também, considerar um cinema itinerante, em que a estrutura se desloca por meio
Vale ressaltar que sempre é possível propor melhorias e novidades, para isso, é
indicado observar hábitos, ouvir os clientes e criar novos produtos e serviços, com o
objetivo de ampliar os níveis de satisfação dos clientes.
16. Divulgação
A publicidade é um importante instrumento para tornar a empresa e seus serviços
conhecidos pelos clientes potenciais. O objetivo da divulgação é construir uma imagem
positiva diante dos clientes e tornar conhecidos os serviços oferecidos pelo
empreendimento. São várias as mídias disponíveis, e a mais adequada é aquela que
tem melhor aderência ao perfil do público-alvo para influenciar sua decisão, que se
enquadra no orçamento da empresa e que tem maior penetração e credibilidade com o
cliente.
Algumas ações e mídias são pagas e outras gratuitas. O cinema poderá utilizar,
conforme sua estratégia de marketing, anúncios em jornais locais, rádio, revistas,
outdoor, websites próprios e de parceiros, redes sociais e trabalhar a assessoria de
comunicação e imprensa. Parcerias com comércio local, como restaurantes, livrarias e
cafés, também funcionam.
O cinema em si, por sua vez, pode ser um excelente espaço de mídia para outras
empresas se divulgarem. Seja com elemento audiovisual a ser apresentado antes dos
filmes, seja em cartazes impressos ou digitais (monitores ou televisões) pelo cinema. E
a venda desses espaços gera receita para o empreendimento.
Por meio da Lei Federal nº 12.599/2012 foi instituído o Regime Especial de Tributação
para o Desenvolvimento da Atividade de Exibição Cinematográfica – RECINE. Este
regime fiscal tem por objetivo fortalecer a sustentabilidade e a viabilidade econômica
da atividade, especialmente dos projetos financiados com recursos da União. Ela
18. Eventos
• Expocine
• Festival do Rio
ABNT NBR 5626:1998 - Instalação predial de água fria . Esta Norma estabelece
exigências e recomendações relativas ao projeto, execução e manutenção da
instalação predial de água fria. As exigências e recomendações aqui estabelecidas
emanam fundamentalmente do respeito aos princípios de bom desempenho da
instalação e da garantia de potabilidade da água no caso de instalação de água
potável.
21. Glossário
• O número mínimo de lugares em um cinema pode variar entre 100, 200 até 300
lugares;
FLUXO DE CAIXA
PRINCÍPIO DA ENTIDADE
DESPESAS
O empreendedor deve estar sempre atento para as despesas de rotina como água,
luz, material de escritório, internet, produtos de limpeza e manutenção de
equipamentos. Embora pequenas, o seu controle é essencial para que não reduzam a
lucratividade do negócio.
RESERVAS/PROVISÕES
Esse recurso funcionará como um fundo de reserva, o qual será composto por um
percentual do lucro mensal - sempre que for auferido. Para o fundo de reserva em
questão, poderá ser estabelecido um teto máximo. Quando atingido, não haverá
necessidade de novas alocações de recursos, voltando a fazê-las apenas no caso de
recomposição da reserva utilizada. Esse recurso provisionado poderá ser usado para
cobrir eventuais desembolsos que ocorram ao longo do ano.
EMPRÉSTIMOS
UTILIZAÇÃO DE SOFTWARES
As soluções abaixo são úteis para quem quer iniciar um negócio. Pessoas que não
possuem negócio próprio, mas que querem estruturar uma empresa. Ou pessoas que
tem experiência em trabalhar por conta própria e querem se formalizar.
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