Síntese 1 Teste Economia C - 2022 2023

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Disciplina: Economia C 12SE

Síntese T1
(ATENÇÃO: não dispensa a leitura do manual)

Unidade 1 - Crescimento e desenvolvimento:


1.1. Crescimento económico e desenvolvimento: conceitos e indicadores
1.2. O crescimento económico Moderno

1.1 Crescimento económico e desenvolvimento: conceitos e indicadores

A problemática do crescimento económico e do desenvolvimento constitui uma das


preocupações fundamentais da Humanidade.
É com base no crescimento das economias que as populações poderão ter acesso a mais
bens e serviços e a um melhor nível de vida e de bem-estar. Por isso, a Economia deverá ser
a ciência da procura desse bem-estar, encontrando as leis e as soluções para as dificuldades que
os povos vão enfrentando ao longo dos tempos.

A economia globalizada da atualidade traz problemas acrescidos aos governos, que sentem
escapar-se-lhes o controlo de um processo novo. No entanto, é também a globalização que
tem trazido soluções de crescimento a muitos países, até há poucos anos considerados
subdesenvolvidos, e que hoje já pertencem à categoria de economias emergentes, como a
China ou a Índia.
Em termos de crescimento económico, o distanciamento entre países ricos e pobres é ainda
grande, apesar dos progressos verificados recentemente nos países em desenvolvimento, com
taxas de crescimento do PIB superiores às dos países desenvolvidos.

Noticia
O grupo BRICS supera o G7 ( o grupo dos 7 maiores países capitalistas: EUA, Japão,
Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) e pretende se tornar líder econômico
e político global, artigo de José Eustáquio Diniz Alves

O termo BRIC foi inventado pelo economista Jim O’Neill, do banco de


investimento Goldman Sachs, em 2001, com o objetivo de orientar as empresas e
os investidores mundiais como ganhar dinheiro com os grandes países
“emergentes” do mundo: Brasil, Rússia, Índia, China.
Estes quatro países estão entre aqueles da comunidade internacional com maior
território ou maior população. O termo fez grande sucesso, especialmente no
período do superciclo das commodities (são mercadorias primárias de origem
agrícola, pecuária, mineral e ambiental que fornecem matérias-primas importantes para a
produção industrial). Mas no acrônimo original (BRIC) não havia nenhum país da

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África, o que era politicamente incorreto. Então foi incluída a África do Sul
(South África) e o termo BRIC ganhou uma letra a mais, se transformando em
grupo BRICS que virou um ator internacional.

Assim, o bloco virou uma sigla geopolítica que se transformou em um grupo que
passou a desafiar a hegemonia do G7 .

O grupo BRICS reúne países muito heterogêneos e foi visto com descrença por
muitos analistas, mas também foi visto como uma versão atualizada de líderes
do Terceiro Mundo. Mas, com a eleição de Jair Bolsonaro no Brasil e o aumento
das divergências entre Índia e China, o BRICS perdeu protagonismo no cenário
da governança internacional, especialmente durante a pandemia da covid-19.

Contudo, em termos econômicos, o BRICS continuou apresentando maiores taxas


de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e ultrapassou o G7 em 2020. O
gráfico abaixo, com dados do FMI em poder de paridade de compra, mostra que,
em 1980, o G7 representava cerca de 50% do PIB global e o grupo BRICS
representava cerca de 10%, mas na atual década o G7 caiu para menos de 30% e
o BRICS superou os 30% do PIB global.
O BRICS representa cerca de 1/3 da economia global, 40% da população
mundial, 18% do comércio mundial e contribui com 50% do crescimento
econômico mundial.

Presidente da Índia: Draupadi Murmu

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A tabela a seguir contém a posição de cada um dos BRICS em relação aos demais países
do mundo, considerando algumas variáveis selecionadas.
A melhor colocação, no grupo, é destacada em negrito. - 2018

https://pt.tradingeconomics.com/country-list/gdp-per-capita

MAS OS BENEFÍCIOS NÃO SE TÊM ESTENDIDO A TODOS….


Os países menos avançados da África Subsariana continuam incluídos no grupo dos países mais
pobres do mundo e, mesmo os que têm beneficiado de taxas de crescimento significativas, não
têm repartido equitativamente os resultados desse crescimento ou não têm sentido os
benefícios desse crescimento, pelo que se verificam grandes desigualdades e dificuldades
económicas internas com consequências sobre a saúde, a educação e as condições de vida em
geral. Para além do referido, há ainda a considerar grandes diferenças entre os países
relativamente aos direitos dos cidadãos. Tem havido progressos económicos (por exemplo, a
nível do crescimento) mas não há, certamente, desenvolvimento, porque não há respeito pela
dignidade humana.

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Crescimento económico e desenvolvimento – conceitos

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A constatação de que existem países com níveis semelhantes de rendimento, mas com
condições de saúde, educação e de cultura diferentes, que se traduzem em níveis de bem-estar
distanciados, permite que se levantem as questões: houve crescimento económico?

Qual a distinção relativamente ao conceito de desenvolvimento?

A noção de desenvolvimento alerta-nos para a melhoria das condições de vida das populações
em geral, associada a aumentos da produção, à melhoria das condições de saúde, de educação,
de habitação, etc.,

A noção de crescimento económico refere-se apenas a aumentos quantitativos e regulares do


produto nacional a preços constantes, isto é, em termos reais, sem significativos efeitos de
arrastamento sobre o bem-estar da população, nomeadamente no que diz respeito às condições
de vida ou à garantia e respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais dos
cidadãos.

CRESCIMENTO DIFERENTE DE DESENVOLVIMENTO:

CRESCIMENTO (fenómeno quantitativo): refere-se ao aumento do produto nacional a


preços constantes.
DESENVOLVIMENTO (fenómeno qualitativo): refere-se à melhoria das condições de vida
da população em geral, associada ao aumento da produção, melhores condições de saúde, mais
educação…

O desenvolvimento pressupõe alterações a nível estrutural:


- Demográficas
- Económicas
- Técnicas
- Sociais
- Culturais
- Políticas…

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Leia o texto 1.1.
2.1 Explique por que razões os autores do texto afirmam que «o crescimento pode não ser
sinónimo de bem-estar».
Os autores do texto afirmam que «o crescimento pode não ser sinónimo de bem-estar» porque o
conceito de crescimento apenas contabiliza a perspetiva económica, o que pode não implicar melhorias
noutros domínios como o da saúde, educação, repartição do rendimento ou respeito pelos direitos dos
cidadãos.

2.2 Retire do texto uma expressão que possa conter a noção de desenvolvimento.
Por exemplo: «As questões de justiça e equidade são consideradas dimensões fundamentais
do desenvolvimento.»
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO – QUE RELAÇÃO?
O desenvolvimento humano é o fim – o crescimento económico um meio.

CRESCIMENTOECONÓMICO E DESENVOLVIMENTO
INDICADORES E LIMITES DE UTILIZAÇÃO

INDICADORES SIMPLES

A distinção entre crescimento económico e desenvolvimento tem sido objeto de inúmeras


discussões, pois muitos dos critérios utilizados não são suficientemente objetivos. O
desenvolvimento tem sido definido pelos países ocidentais, industrializados e ricos, de uma
forma quase ideológica, ou seja, só se considera desenvolvido o país que apresente
características semelhantes às suas, incluindo as maneiras de pensar, sentir e agir. No
entanto, não sendo uma questão consensual, existem indicadores que nos permitem avaliar o
crescimento económico de um país, assim como o seu nível de desenvolvimento, de uma forma
bastante objetiva.

Os indicadores mais utilizados são o RNB per capita, que revela o valor
médio de riqueza por habitante; a esperança média de vida à nascença,
que evidencia o nível de saúde de uma população e os anos de escolarização efetivos e

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esperados, indicadores fundamentais, já que educação e desenvolvimento têm relações
complementares. No entanto, muitos outros indicadores são utilizados para analisar situações de
crescimento económico e de desenvolvimento.

INDICADORES COMPOSTOS

O Índice de Desenvolvimento Humano – IDH

O desenvolvimento é um fenómeno complexo, que se estende a diferentes áreas sociais,


pelo que, qualquer indicador, por si só, é insuficiente para classificar um país em estudo.
A necessidade de compreender melhor a situação de cada país explica o esforço das
organizações internacionais, ligadas à problemática do desenvolvimento, em encontrar
indicadores mais completos que permitam medir o desenvolvimento, a partir de informações de
diferente natureza, ultrapassando as análises puramente económicas.
Dessa preocupação surgiram os indicadores compostos, Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH), utilizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que
combina informações económicas, sociais e culturais. Partindo de informações referentes aos
diversos domínios do social, este indicador dá-nos uma ideia mais aproximada da realidade
social, económica e cultural de um país, isto é – do seu desenvolvimento humano.
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O ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH) - Inclui os seguintes índices:

– RNB p.c. real (em dólares PPC) - isto é: RNB per capita, baseado na paridade de poder de
compra;
– Esperança média de vida à nascença;
– Número médio de anos de escolarização efetivos e esperados.

Critérios do IDH: o que ele leva em consideração?


O IDH leva em consideração três importantes critérios que indicam o desenvolvimento social
de um país, relacionados especificamente à qualidade de vida. São eles:

→ Saúde
No critério saúde, é levada em consideração a qualidade de vida, especificamente a  esperança
de vida ao nascer. Isso significa que é importante saber quanto da população tem acesso a
medicamentos, vacinas, tratamentos de saúde, entre outros. Essa dimensão também leva em
conta taxas de natalidade, mortalidade infantil e índices de violência, visto que essas taxas estão
relacionadas ao bem-estar social.
Exemplo:
Para se chegar à média da expectativa de vida, que se refere ao critério saúde, estima-se um
valor máximo e um valor mínimo (85 anos e 20 anos) e averigua-se qual é a expectativa de vida
real do lugar. Suponhamos que seja 74 anos.
O cálculo dessa primeira média é feito da seguinte forma:
74 - 20 dividido por 85 - 20 = 0,830

→ Educação

No critério educação, leva-se em consideração o nível de conhecimento da população,


ou seja, o grau de instrução. Isso significa que são analisadas as taxas de alfabetização e
a escolarização (educação infantil, educação fundamental, ensino médio e superior), que
indicam a média de anos escolares de um adulto (a partir de 25 anos), bem como a

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média esperada para uma criança em idade escolar. São analisadas as taxas de evasão
escolar, repetência e o oferecimento de vagas para as crianças aptas a serem
matriculadas.
Exemplo:
Para se chegar à média do grau de instrução, estipula-se também valores máximos e
mínimos. Espera-se, por exemplo, que 100% da população seja alfabetizada e o mínimo
é que nenhuma pessoa seja alfabetizada, portanto, 0. Especifica-se qual é a taxa de
alfabetização e realiza-se o cálculo

→ PIB per capita


No critério renda, leva-se em consideração a qualidade de vida segundo o Produto Interno
Bruto per capita (PIB per capita), que se refere ao total de bens e serviços produzidos durante
um ano pelo país dividido pelo número de habitantes, indicando assim o que cada pessoa
produziu. Esse critério reflete o padrão de vida de cada habitante.
Exemplo:
O mesmo é feito para a média da qualidade de vida, que é realizada de acordo com um
logaritmo de rendimento e o PIB per capita, utilizando também um valor máximo e mínimo.

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5.
Apesar de os EUA apresentarem um RNB p.c. mais elevado que a Austrália (52 308 dólares contra 41
524 dólares) os valores que a Austrália apresenta em relação à esperança média de vida e aos anos
de escolaridade esperada são superiores.
Como o IDH é um índice composto por valores relativos à economia, saúde e escolaridade, a Austrália
ultrapassa os EUA ocupando a 2.ª posição contra a 5.ª posição relativa aos EUA.

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IDH – LIMITAÇÕES DO INDICADOR
O IDH dá-nos uma imagem do desempenho nacional médio, em termos do desenvolvimento
humano. No entanto, as médias podem ocultar as grandes disparidades existentes no
interior dos países. As desigualdades que têm por base o rendimento, a riqueza, o género e
outras formas de desvantagens herdadas, podem tornar as médias nacionais em indicadores
de bem-estar humano ilusórios.

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Pode o IDH ser usado para captar as desigualdades de desenvolvimento humano dentro dos
países?

A — O rendimento per capita é uma média


O rendimento per capita, por ser um valor médio, oculta as desigualdades na repartição do
rendimento. Para obviar este inconveniente é usual recorrer-se a outros instrumentos de medida.
De entre eles, destaca-se a Curva de Lorenz e o Índice de Gini.

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countryeconomy.com

As Comores, são uma república federal insular, que compreende três


das quatro ilhas principais do Arquipélago das Comores, no
Oceano Índico, localizado no extremo norte do Canal de
Moçambique na costa oriental da África.

7.1 O Índice de Gini, que retrata a forma como o


rendimento é repartido entre os membros de uma
sociedade, tem relação com a posição dos países no
IDH. Quanto maior a desigualdade, maior o
Índice de Gini e pior a posição do IDH.
7.2 Situações de desigualdade na repartição do
rendimento são sempre reveladoras de mau
desenvolvimento humano por impedirem que parte da
população tenha acesso à educação, saúde, habitação,
cultura e bem-estar.

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B — O setor informal escapa à contabilidade nacional

O setor informal da economia, no caso dos países subdesenvolvidos, apresenta valores


significativos. Este setor da economia é constituído por atividades que escapam à
Contabilidade Nacional, como o trabalho doméstico, a produção destinada ao autoconsumo, a
produção não declarada de atividades de pouca importância económica, como o pequeno
comércio e por atividades ilícitas, como o tráfico de armas e estupefacientes, que nalguns países
representam valores elevados. Em períodos de crise económica, as atividades económicas
não declaradas atingem valores elevados.

C — As externalidades não são contabilizadas


Os efeitos decorrentes de determinados factos económicos têm consequências positivas ou
negativas sobre a vida das populações. No primeiro caso, designam-se por externalidades
positivas (como os efeitos de médio ou longo prazo de um investimento na educação) e, no
segundo caso, externalidades negativas (como os efeitos nefastos na saúde pública de uma
indústria poluente). Como as externalidades não são contabilizadas, não são reveladas situações
que podem indiciar «bom» desenvolvimento (caso das externalidades positivas) ou «mau»
desenvolvimento (caso das externalidades negativas).

D — O desenvolvimento humano ultrapassa a dimensão económica


o indicador RNB per capita não é suficiente para avaliar o desenvolvimento de um país. De
facto, países com RNB real per capita muito próximos oferecem valores de IDH bastante
afastados.

8.1. Enquanto os EUA ocupam a 5.ª posição no IDH, a Arábia


Saudita ocupa a 34.ª posição, apesar de os valores dos seus RNB
p.c. estarem muito próximos (52 308 dólares para os EUA e 52 109
dólares para a Arábia Saudita). A razão prende-se com o facto de os
outros indicadores da Arábia Saudita – esperança média de vida e
número de anos de escolaridade efetivos e esperados serem
inferiores. Como o IDH é calculado com base nos indicadores
simples atrás indicados, o resultado pesa a favor dos EUA.

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8.2 Os indicadores que mais pesaram no cálculo do IDH dos dois
países e que determinaram o seu afastamento em termos de IDH
foram os anos de escolaridade efetivos e esperados.

Apesar das reservas com que deve ser analisado, o Rendimento per capita é um indicador
importante, pois a sua evolução permite-nos perceber a evolução do nível de vida das
populações, em geral.

Outros indicadores compostos – IDHAD, IDG, IPM e IRT


Apesar de ser determinado a partir de informações de diferente natureza, o Índice de
Desenvolvimento Humano tem-se mostrado, ainda assim, insuficiente para explicar
contradições e disparidades nos países, nomeadamente no que se refere ao problema dos
Direitos Humanos. De facto, em alguns países que apresentam um valor elevado deste indicador
continuam a verificar-se situações que não dignificam o ser humano. Incluem-se neste caso as
desigualdades de género e a pobreza.

IDHAD, IDG E IPM

Considerando, então, a necessidade de encontrar indicadores mais elaborados que reflitam de


facto a situação da população relativamente ao desenvolvimento, foram criados novos
indicadores compostos como o Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à
Desigualdade (IDHAD), o Índice de Desigualdade de Género (IDG) e o Índice de Pobreza
Multidimensional (IPM).

IDHAD - Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade


O Índice de Desenvolvimento Humano é considerado um indicador «potencial» de
desenvolvimento, dado que pode ser enviesado por situações de desigualdade dentro dos
países. Para corrigir estes desvios foram criados índices cujo objetivo é eliminar dos valores do
IDH aquilo que as desigualdades provocam. É, assim, criado o Índice de

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Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade (IDHAD), que retira ao IDH as
diferenças decorrentes das desigualdades existentes nos três domínios considerados –
economia, saúde e cultura. Evidentemente que o IDHAD seria numericamente igual ao IDH
caso não se verificassem desigualdades (ou se estas fossem reduzidas) entre a população de
um país.

IDG - Índice de Desigualdade de Género


Outro indicador composto importante no que se refere à avaliação do nível de desenvolvimento
humano de uma população prende-se com as desigualdades de género. O Índice de
Desigualdade de Género (IDG) reflete a desvantagem das mulheres em diversos domínios,
como o das capacidades, da atividade económica e da saúde reprodutiva.
O IDG varia entre o valor 1 (máxima desigualdade) e 0 (valor que refletiria igualdade de
género).

IPM - Índice de Pobreza Multidimensional


Outro indicador composto que identifica, no seio das famílias, diferentes privações relativas à
saúde, educação e padrões de vida é o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM). Este
indicador avalia a população que é pobre em diferentes domínios ajustados à intensidade
das privações, o que ultrapassa a pobreza decorrente apenas dos rendimentos

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10. Apresente as vantagens do recurso dos indicadores IDHAD, IDG e IPM, para melhor aferir
a posição dos países em termos de desenvolvimento humano.
10. O recurso aos indicadores IDHAD, IDG e IPM permite melhor aferir a posição dos países,
em termos de desenvolvimento humano, porque inclui o peso das desigualdades, tanto em
termos de género como de pobreza. A desigualdade é sempre um fator de menor
desenvolvimento.

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IRT Índice de realização tecnológica
Reconhecendo a relação entre cultura, conhecimento e desenvolvimento, têm sido utilizados
indicadores que permitem ler essa interação. O número de utilizadores de internet, o número de
estudantes em ciências e tecnologia, a pesquisa para novos bens, serviços e processos de
produção, o número de patentes concedidas e outros indicadores simples permitiram construir
um outro indicador composto – o Índice de Realização Tecnológica (IRT), que possibilita
avaliar o desempenho dos países na criação e difusão de tecnologia relativamente às
qualificações dos seus recursos humanos. Este índice foi calculado pela primeira vez em
2001, pelo Relatório do Desenvolvimento Humano.

10 economias mais bem classificadas por grupo de renda (classificação) Classificação Índice Global de Inovação 2020

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Classificações gerais e por pilar no IGI 2020

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13. Analise o quadro 1.4 da p. 21 e apresente as principais conclusões relativas a Portugal.
13. O quadro 1.4 permite situar Portugal no conjunto dos principais países, em termos de
inovação e tecnologia. Relativamente à média dos países com elevado IDH, Portugal
evidencia situações diferenciadas, apresentando valores na média ou acima da média quanto
ao n.º de investigadores por milhão de pessoas, n.º de licenciados em ciências e engenharia em
% do total da população, índice de eletrificação e assinantes de telefones fixos e móveis por 100
pessoas. No entanto, relativamente aos itens despesas em I&D em % do PIB, patentes, direitos
de exploração e de licença recebidos, computadores pessoais e utilização da internet, Portugal
ainda se encontra abaixo dos valores do conjunto de países referidos.
O quadro esclarece o item em que Portugal terá de progredir para alcançar outra posição
relativamente à inovação – é o caso das patentes.
Portugal apresenta o valor mais baixo do quadro, inferior mesmo à China e Brasil.
Importante
É necessário que o aumento de riqueza de que o país dispõe seja canalizado para outras áreas
sociais, permitindo o investimento em domínios, como a saúde e a educação. Uma população
com mais saúde, informação e educação é mais produtiva, mais participativa, mais construtiva,
mais preparada para enfrentar a mudança e dela tirar partido.
Naturalmente, uma população mais instruída não discrimina os géneros ou as minorias, antes
sabe que as diferenças representam mais-valias, diferentes maneiras de ver e fazer. Quando um
país consegue que a riqueza material se alie à riqueza cultural e humana, temos um país
desenvolvido. Os indicadores simples e compostos que apresentámos auxiliam-nos na complexa
tarefa de distinguir o simples, mas indispensável, crescimento económico de situações de
desenvolvimento humano.
A Classificação dos países quanto ao seu nível de crescimento/desenvolvimento

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Os conceitos de países ricos e pobres, países desenvolvidos e em desenvolvimento, países
industrializados e emergentes, novos países industrializados e países menos avançados, etc.,
correspondem a classificações utilizadas pelas diferentes organizações internacionais para as
suas análises económicas e sociais. São três as organizações, ou instituições mundiais,
responsáveis por estas classificações que se fundamentam, naturalmente, em critérios ou
parâmetros diferentes. As instituições a que nos referimos são o Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco
Mundial.

Índice mundial de Inovação 2019 elaborado pela empresa Bloomberg, especializada em informação e atualidade econômica

Portugal sobe um lugar na edição de 2019 do European Innovation Scoreboard (EIS 2019

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Critérios utilizados para a classificação dos países

Para o PNUD:
O critério que permite distinguir os países é o do desenvolvimento humano que, como foi
exposto, calcula o indicador composto – Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Os
países aparecem-nos, assim, classificados em:
países de desenvolvimento humano muito elevado, elevado, médio ou baixo.

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FMI e o Banco Mundial, recorrem a critérios diferentes para classificar os países. Os seus
elementos de distinção são, essencialmente, económicos.
O Banco Mundial utiliza a classificação: países de alto rendimento, médio-alto rendimento,
baixo-médio rendimento e baixo rendimento.

O Banco Mundial O Banco Mundial é uma instituição financeira internacional, nascida das
conferências de Bretton Woods, em 1944. O objetivo inicial desta organização, que tinha a
designação de Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), era o
financiamento da reconstrução dos países afetados pela Segunda Guerra Mundial. Esta sua
missão inicial evoluiu, mais tarde, para o auxílio ao financiamento do desenvolvimento dos
países em desenvolvimento.

O FMI classifica os países em: países avançados, países emergentes e países em


desenvolvimento. A utilização de uma classificação ou outra depende dos objetivos da análise.

O FMI foi criado em julho de 1944, quando representantes de 45 países se reuniram na cidade
de Bretton Woods, New Hampshire, no nordeste dos Estados Unidos, chegaram a acordo sobre
um quadro para a cooperação económica internacional, a ser criado depois da II Guerra
Mundial. Acreditavam que tal quadro seria necessário para evitar uma repetição das desastrosas
políticas económicas que tinham contribuído para a Grande Depressão.
O FMI tem desempenhado um papel importante na configuração da economia
mundial, desde o final da II Guerra Mundial.

1.2. O CRESCIMENTO ECONÓMICO MODERNO

1.2.1 Fontes de crescimento económico

O crescimento económico pressupõe a conjugação de diversos fatores, entre os quais


salientamos alguns dos mais importantes, como o aumento da dimensão dos mercados interno e
externo, o investimento em capital físico e humano e o progresso técnico. As circunstâncias
específicas do tempo e do lugar têm mostrado a função determinante de um ou outro fator que
se constitui como motor de arranque. No entanto, é da articulação entre diferentes variáveis que
o motor funciona e se torna sustentável.

A Revolução Industrial inglesa de finais do século XVlll teve por origem a acumulação de
capital resultante do comércio inglês com o exterior, que foi possível aplicar a uma série de
inovações técnicas. Estas, por sua vez, integradas numa nova organização da produção em
grandes fábricas e à base de trabalho assalariado, permitiram um crescimento da produção como
até à data não tinha sido possível. Neste acontecimento único da história da Humanidade, de tal

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modo relevante que teve o estatuto de «revolução», encontramos os fatores atrás referidos –
aumento da dimensão dos mercados, progresso técnico e investimento em capital
Outros fatores permitiram e acompanharam o crescimento económico visível nas melhores
condições de vida da população, resultantes, entre outros fatores, da Revolução Agrícola; nos
melhoramentos nos transportes e no aparecimento de um novo quadro de valores assentes na
livre iniciativa, que permitiu a consolidação de um modo de produção específico – o capitalismo
– e de uma nova classe dominante – a burguesia
A expansão das economias capitalistas, a partir de então, alargou-se do continente europeu para
outras zonas do mundo, onde encontrou as condições necessárias ao seu crescimento.

FATORES DE CRESCIMENTO ECONÓMICO MODERNO:


A – O AUMENTO DOS MERCADOS INTERNO E EXTERNO;
B - O INVESTIMENTO EM CAPITAL FÍSICO E HUMANO;
C - O PROGRESSO TÉCNICO.

A – O AUMENTO DA DIMENSÃO DOS MERCADOS

1 - Da Revolução Industrial à II Guerra Mundial


Um mercado mais alargado, interno ou externo, significa a possibilidade de mais produção,
mais economias de escala, mais emprego, mais rendimento e, consequentemente, mais bem-
estar. Naturalmente, na base de mais produção estarão a investigação, a inovação e o
investimento.
O conjunto e a articulação destes fatores darão origem ao crescimento económico.

O desenvolvimento do capitalismo após a Revolução Industrial deveu-se ao papel das colónias.


Os países europeus, recorrendo aos seus territórios colonizados, beneficiaram, até à
independência desses territórios, de mercados, não só de abastecimento de matérias-primas a
preços insignificantes, como de exportação de mercadorias.

Com a Revolução Industrial, e em menos de dois séculos, o nível de crescimento económico


dos países que se industrializaram atingiu valores surpreendentes, sobretudo se pensarmos na
lenta evolução verificada até àquela data: o nível de vida das populações cresceu 15 vezes, o
volume das trocas internacionais aumentou mais de 100 vezes e a produção industrial foi
multiplicada por mais de 2000.

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O gráfico acima põe em evidência a explosão do PIB real per capita, depois de 1800

A Revolução Industrial e a lógica deste novo modo de produção assentaram:


- Na diminuição incessante dos custos de produção
- No aumento constante do consumo. Para tal, foram necessárias novas matérias-primas e
novos mercados. Assim, a Europa, necessitada de produtos que alimentassem as suas
indústrias, orientou-se de forma sistemática para os continentes africano e asiático.

Originou-se, assim, um considerável processo colonialista que concretizou mais uma etapa
do desenvolvimento do capitalismo, a nível mundial.
Já nos finais do século XIX e princípios do século XX, para além do comércio colonial, que
se vinha caracterizando pela exportação de mercadorias e importação de matérias primas
agrícolas e industriais, assistiu-se à exportação de capitais, primeiro, europeus e, mais tarde,
americanos, para os territórios colonizados.
Foi a fase do capitalismo financeiro associado ao desenvolvimento do capitalismo
monopolista.

O desenvolvimento do capitalismo exigia a sua expansão contínua, como forma de manter o


processo de capitalização. Nesse sentido, a fim de aproveitar a mão de obra barata (a
escravatura tinha sido oficialmente abolida) e de reduzir os custos de transporte, assistimos à
constituição, nos territórios ultramarinos, de filiais dos grandes monopólios capitalistas e
ao advento de uma nova fase do capitalismo, a do capitalismo monopolista de Estado, em
que empresas e governos concorriam, entre si, na conquista e domínio dos mercados coloniais,
nos quais se desenvolveu fortemente um conjunto de atividades ligadas à exportação.

Os mercados desempenharam uma função essencial no crescimento económico dos países que
se industrializaram. O início do século XX foi conturbado, culminando com a grave crise de
1929-1933. A Inglaterra que, até à data, tinha sido o motor da primeira Revolução Industrial,

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perdeu a sua posição para os EUA que, ultrapassando a crise, iniciaram um novo período de
crescimento económico com base num novo modelo assente numa nova fonte de energia – o
petróleo – e na produção e consumo de massas. Mais uma vez, inovações, aumento da
dimensão dos mercados e investimento permitiram um novo ciclo de crescimento.

2 - O pós-II Guerra Mundial


Com o processo de descolonização operado após a II Guerra Mundial e consolidada a paz,
as economias desenvolveram-se com base nos fatores já referidos – inovação tecnológica,
investimento e aumento da dimensão dos mercados, tanto interno, como externo. O período
imediatamente a seguir à conclusão da II Guerra Mundial gerou uma expansão das economias
que até hoje é considerado o de maior crescimento da História.

Texto 1.4
O Boom da Economia no Pós – II Guerra Mundial

Enquanto o petróleo substitui gradualmente o carvão e a eletromecânica clássica substitui a


máquina a vapor, a mecanização criou bens de equipamentos e estendeu-se aos bens de
consumo. O modelo difundiu largamente produtos como o automóvel e os eletrodomésticos,
enquanto a química se afirmava como um outro ramo de ponta. Estava-se então num boom
económico nos países industrializados, o qual gerou o mito do crescimento económico
imparável. Esse boom ficou, em suma, a dever-se aos seguintes fatores:
- Energia barata (petróleo), de fácil manejo,
- Utilização e transporte, facto raro na história da Humanidade;
- Crescente liberalização das trocas no comércio internacional, e a adequada especialização
industrial e a consequente divisão internacional do trabalho;

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- Sistemas de pagamento internacionais, beneficiando de câmbios estáveis, resultantes dos
acordos de Bretton Woods, que instituíram um Sistema Monetário Internacional com paridades
fixas (embora ajustáveis);
- Período de estabilidade a nível mundial, permitindo o desabrochar e a implementação de
todas as inovações tecnológicas de antes da II Guerra, as quais tiveram assim condições de
serem plenamente aproveitadas nos mercados em expansão, devido à reconstituição do stock
de capital que tinha sido destruído na confrontação mundial. Essa destruição permitiu uma
reconstituição inteiramente adequada às novas tecnologias, coisa que não teria acontecido se
a retoma da economia após a II Guerra tivesse sido feita a partir de stocks existentes já
obsoletos e, portanto, com dificuldade de adaptação às novas tecnologias (é conhecida a menor
capacidade de adaptação da indústria britânica, que não foi destruída, às novas condições
económicas do pós-guerra, em relação às economias industriais europeias, que tinham sido
destruídas e recomeçaram do zero). A listagem destas condições mostra, aliás, em nossa
opinião, que a energia barata não foi o único fator determinante do boom. Ela constituiu,
indubitavelmente, uma vantagem para determinadas indústrias consumidoras. Todavia, no seu
conjunto, a parcela global dos custos energéticos da produção económica era demasiado fraca
para que se pudesse dizer que a energia era o único motor de crescimento.

3 - A sociedade de consumo
A nova era industrial iniciada (com destaque para o petróleo como nova fonte de energia e para
as novas indústrias química e metalúrgica) originou novos bens, como o automóvel e o avião.
Mas este novo modelo de produção, matriciado numa nova forma de organização do
trabalho, o taylorismo e o fordismo, não teria tido sucesso se não fosse o escoamento da
produção feito com base no alargamento do mercado interno e, posteriormente, do
mercado externo com o desenvolvimento das exportações. Assim, neste contexto, a sociedade
de consumo, correspondendo à necessidade de alargamento da dimensão dos mercados, teve um
papel determinante no crescimento económico.

A primeira Sociedade de consumo


A primeira sociedade de consumo (1950-1968) sucedeu a um período de penúria e
caracterizava-se pela abundância de produção a que foi necessário dar escoamento. O
aumento do rendimento decorrente da produção em massa, que se seguiu à II Guerra Mundial,
elevou o poder de compra das populações, o que lhes permitiu a aquisição de mais bens e
serviços.
A instituição do Estado-Providência veio reforçar a possibilidade de aquisição das famílias.
Este processo é reforçado pelas «ordens de produção» que as famílias deram à indústria. Mais

28
vontade de comprar originou mais possibilidades de produzir, distribuição de mais
rendimento e assim sucessivamente. Estava-se em plena sociedade de consumo.

4 - A integração económica
O alargamento da dimensão dos mercados foi utilizado na construção dos grandes espaços
de integração económica no pós-II Guerra Mundial.
Reconhecendo as vantagens do alargamento dos mercados, o mundo encontra-se, hoje em dia,
dividido em grandes espaços de integração.
Quanto ao espaço europeu, embora a construção europeia tenha tido como lema a preservação e
valorização da paz, as consequências económicas desse projeto demonstram a importância
da integração e alargamento dos mercados dos países-membros.
Portugal, após a sua integração na Comunidade Económica Europeia – CEE, tem apresentado
resultados claros em termos de crescimento económico, devido ao alargamento dos seus
mercados

Análise:
O gráfico permite verificar o aumento do PIB per capita de Portugal após a adesão do país à CEE,
em 1986. Essa evolução foi significativa desde logo, apresentando apenas taxas de crescimento negativas
nos períodos de crise, como em 1993 e sobre tudo a partir de 2000, por exemplo. No entanto, a diferença
entre o momento da adesão (–35% em relação à média europeia) e 2010 (–19% em relação à média
europeia) é representativo da influência do fator integração sobre o crescimento económico.

29
5 - Os Novos Países Industrializados

Os Novos Países Industrializados Outro exemplo da importância do alargamento do mercado


para o crescimento económico pode ser observado nos chamados Novos Países
Industrializados (NPI), cuja estratégia de crescimento económico se baseou na
industrialização para exportação.
Estão, neste caso, países como a Coreia do Sul, Hong Kong, Taiwan, Singapura, Malásia,
Tailândia, Filipinas, China e Índia, na Ásia; Brasil, Argentina, México e Chile, no
continente americano.
A característica comum a estes países é a taylorização maciça da força de trabalho, da qual
destacamos salários baixos, horários pesados, ausência de férias, fraca proteção social e,
em muitos deles, trabalho infantil. Este tipo de «organização científica do trabalho» permitiu
preços muito competitivos nos bens de exportação, que rapidamente conquistaram o
mercado internacional.

A competitividade da mão de obra, os baixos custos de produção para os bens de


exportação, assim como a dimensão do mercado, deram origem a economias de escala que
funcionam como alimento do motor do processo de acumulação.
Nestas economias, verificamos uma profusão de bens que tiveram origem na indústria têxtil
e eletrónica ligeira. À medida que a industrialização se expandiu, ramos como a siderurgia, a
química, a construção e reparação navais, os bens de equipamento, etc., tornaram-se dos
mais dinâmicos. Como os salários são baixos e o consumo também, a poupança interna tem
reforçado a acumulação. Esta situação pode, no entanto, ser ultrapassada pela necessidade de
passar à produção de outro tipo de bens mais intensivos em capital.

30
Estas economias estão muito dependentes do exterior:
- No que diz respeito ao seu financiamento, originando um forte endividamento externo;
- Às oscilações do dólar;
- Sujeito às medidas protecionistas dos países desenvolvidos no escoamento das suas
exportações,
- À importação de tecnologias e à instabilidade financeira provocada pelos ataques dos
especuladores internacionais às moedas.
Podemos, pois, afirmar que a liberalização comercial (como testemunha o grau de abertura ao
exterior) e o Estado autoritário foram condições essenciais para este rápido crescimento
económico. O crescimento destas economias, tanto em termos do seu PIB, como da sua
indústria e exportações, foi dos mais rápidos que a história económica conheceu, ultrapassando
mesmo o dos países industrializados nos seus melhores momentos.

6 - Os BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China


Os BRIC são países que, pela sua elevada dimensão demográfica, representam grandes
mercados internos. Neste caso, a uma industrialização baseada em mão de obra abundante e
barata, poder-se-á associar um mercado consumidor interno que sustenta o seu forte
crescimento económico, já iniciado com base no alargamento do mercado externo, como no
caso da China. A República da África do Sul, pelas semelhanças que tem com os BRIC, tem
sido integrada neste conjunto de países, que passou a designar-se por BRICS.

7 - Os países africanos
Ao conjunto dos BRICS podem somar-se os países africanos com taxas de crescimento
económico muito significativas. Neste caso , o crescimento ficou a dever-se a parcerias entre os
países ditos do Sul, acompanhadas de medidas estratégicas, que possibilitaram fortes taxas de
crescimento económico.

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A análise dos gráficos permite registar a evolução da
19.1 repartição do PIB mundial pelos diferentes
Descreva a evolução da repartição do PIB países e agrupamentos, entre 1990 e 2013. Assim,
verifica-se que a UE perde valor passando de 28,5%
mundial pelos diferentes países e para 13,1%; o mesmo sucede com os EUA e o Japão
agrupamentos indicados na figura. que passam de uma posição de 24,7% para 19,3% e
de 10,1% para 5,4%, respetivamente; os BRICS pas-
sam de uma posição de 15,4% para 29,5%.
8 - A globalização
A relação entre a dimensão dos mercados (de que a globalização é o seu expoente) e o
crescimento económico, está intimamente ligado às consequências da estratégia seguida nos
países em desenvolvimento. A abertura dos mercados ao exterior, como estratégia de
crescimento económico, sem qualquer tipo de protecionismo das economias emergentes, tem
tido algumas consequências negativas tais como desemprego e insegurança. Há quem refira as
mesmas consequências nos países desenvolvidos que, por força da deslocalização de muitas
das suas indústrias e serviços para outros países com custos de produção mais baixos, criam
desemprego.

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No sentido de introduzir regras no comércio internacional, foi criada a Organização Mundial do
Comércio (OMC), em 1995, em continuação dos trabalhos do GATT. A Organização Mundial
do Comércio (OMC) é uma organização com sede em Genebra, na Suíça, criada com o
objetivo de supervisionar e liberalizar o comércio internacional. Atualmente fazem parte da
OMC 164 países,
Existe uma relação empírica entre a dimensão dos mercados e o crescimento económico. No
entanto, o desenvolvimento desejável só se verificará se algumas condições forem respeitadas,
o que implica mais regulação dos mercados, respeito pelos direitos das populações e apoios
institucionais.

O comércio global e o crescimento das economias


A integração nos mercados mundiais
Um elemento comum aos países em rápido desenvolvimento do Sul tem sido o
reforço das capacidades das pessoas e das competências das empresas, a par
da abertura aos mercados mundiais. Têm, desta forma, conseguido obter fatores de produção
intermédios e bens de capital a preços mundiais competitivos, adotar know-how e tecnologia
estrangeiros e tirar partido dos mesmos nas vendas nos mercados mundiais.

Integração gradual e faseada


Em lugar de se abrirem de repente aos mercados mundiais, alguns dos países
mais bem-sucedidos optaram por uma abertura gradual à medida que a situação o exigia.

China
O Estado optou por um processo de reformas gradual:
- Para atração do investimento estrangeiro (IDE),
- Criação de postos de trabalho e promoção das exportações foram estabelecidas zonas
económicas especiais, normalmente em zonas menos densamente edificadas.
- aumentou as competências dos seus trabalhadores e das suas empresas por via da imposição,
às empresas estrangeiras, da participação em empresas comuns e da
transferência de tecnologia.

A China é o maior e maior país exportador do mundo. Com os EUA em segundo lugar, a China tinha
que estar em algum lugar próximo, considerando a guerra comercial que eles estão tendo atualmente. A
China também é conhecida por ser o centro de fabricação de produtos de tecnologia. A alta oferta e o
baixo custo da mão-de-obra proporcionam uma vantagem competitiva no mercado internacional. De fato,
esse aspeto convenceu muitas empresas importantes, como Apple e Samsung, a instalar suas fábricas
na China. Seus Principais parceiros comerciais são: Austrália, Índia, Coreia do Sul, Estados Unidos,
Alemanha e Reino Unido. As vendas de exportação registradas até outubro foram de US $ 2,654 trilhões.

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Incentivo a determinados setores
Índia

1. Agricultura e alimentos: de país de fome a exportar milhões de toneladas


No ano 2020-21, a produção total de cereais foi de 308,7 milhões de toneladas, suficiente para alimentar toda a sua
população, manter um bom stock de segurança, podendo ainda vender mais de 20 milhões de toneladas.
2. A indústria farmacêutica
As capacidades desenvolvidas e a longa experiência fizeram da Índia uma presença crescente na indústria
farmacêutica global. É o maior fornecedor de genéricos, com 20% do mercado mundial, em volume; fornece 62% da
procura global de vacinas. Em remédios, é o terceiro produtor mundial em volume e 14.º em valor (os custos de
produção e os preços de venda são baixos). As exportações foram de $24,44 bn, em 2020-21, com 70% de genéricos.
A Índia tem o maior número de laboratórios farmacêuticos "aprovados" pela US-FDA, fora dos EUA, com 3 mil
empresas farmacêuticas, com uma rede de 10 500 instalações de produção. Ela oferece 60 mil marcas de genéricos
em 60 categorias terapêuticas. A sua indústria de API-Active Pharmaceutical Ingredients é a terceira maior do
mundo.
3. TIC - Tecnologias de Informação e Comunicação e I&D - Investigação e Desenvolvimento: pilares da
exportação
É aqui que a Índia tem vindo a brilhar, com altas exportações de TI. em 2020-21. O setor conta com mais de 4,6
milhões de especialistas.
Nas Telecom, têm hoje mais de 1180 milhões de linhas de rede móvel ativas, cerca de 750 milhões de utilizadores de
internet e 600 milhões de smartphones que aumentam em 25 milhões por trimestre. O efeito de escala conta muito e,
por isso, o custo de aquisição do sistema e de comunicação é o mais baixo do mundo! Trabalham nas Telecom à volta
de 4 milhões de técnicos.
A abundância de pessoas formadas para a I&D faz que as multinacionais estabeleçam os seus GCC - Global Captive
Centres de I&D na Índia

Brasil
Durante longos períodos, o Brasil também optou por estratégias económicas viradas para o
mercado interno. Nesses períodos, as empresas que beneficiavam de grandes mercados internos
não eram incentivadas a exportar e a competir nos mercados mundiais. Mas, quando o fizeram,
puderam contar com capacidades desenvolvidas ao longo de décadas. A Embraer, por exemplo,
é o maior construtor mundial de aviões a jato comerciais até 120 lugares, para transporte
regional.

34
35
B – O INVESTIMENTO EM CAPITAL FISICO E HUMANO

INVESTIMENTO
É uma das aplicações da poupança. Consiste na aquisição ou melhoramento dos bens físicos
ou humanos, para aumento da produção e da produtividade.

Até à década de 1970, quando os economistas se referiam a investimento tinham em conta


o investimento em capital físico, isto é, equipamento, máquinas e ferramentas, matérias-
primas, instalações, etc.
Com os economistas Kenneth Arrow, Theodore Schultz e Gary Beckere,
(todos galardoados com o Prémio Nobel para a Economia: 1971 – 1979 e 1992), desenvolve-se

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o conceito de capital humano, significando este todo o potencial que se pode obter do fator
produtivo força de trabalho. De facto, assim como se investe em novas máquinas, novas
matérias primas e novas formas de produção para melhores resultados produtivos, também se
poderá investir na formação dos trabalhadores, através da educação, formação académica
e profissional, ou ações de formação contínua, para trabalhadores no ativo. Estes serão
mais produtivos, mais aptos para investigação e inovação e mais preparados para os novos
desafios económicos.

Investimento em capital físico


A importância do investimento físico na atividade económica é reconhecida por todos.
Para que a atividade produtiva possa continuar, é necessário substituir ou aumentar os bens
de equipamento e as matérias-primas que se vão desgastando durante o processo produtivo. Para
tal, parte do rendimento criado pelas empresas deverá ser destinada ao investimento em
capital físico – novas instalações, máquinas e outros equipamentos, materiais e outras matérias
subsidiárias irão dar lugar a uma nova produção

O investimento reveste-se, assim, de uma importância determinante na dinâmica


económica. A importância do investimento para o crescimento económico pode ser
avaliada através do multiplicador do investimento, que relaciona a aplicação de capital feita
com o seu resultado – aumento da produção, do emprego e, consequentemente, do bem-estar
geral da população.

EFEITO DO MULTIPLICADOR DO INVESTIMENTO


A um aumento do investimento corresponde, num primeiro momento, um aumento do
produto de igual valor, mas, pelo efeito multiplicador, esse acréscimo de investimento
produzirá no futuro maiores quantidades de produto e rendimento devido à propensão marginal
para consumir.

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O efeito multiplicador do investimento é mais visível nas economias mais desenvolvidas, em
que a propensão marginal ao consumo é mais baixa que nas restantes.

Nesse sentido, em períodos de recessão económica, o Estado tem chamado a si esta tarefa
que é da responsabilidade da iniciativa privada. Foi o que sucedeu com o programa de obras
públicas que o governo americano levou a cabo para combater a depressão económica de 1929-
1933, e o que sucedeu no final de 2008 e início de 2009, com a intervenção dos governos das
economias mais atingidas pela crise financeira e económica.

O investimento em capital fixo com o objetivo de crescimento é a materialização da


investigação científica e tecnológica. É possível constatar empiricamente a relação entre o
investimento das economias avançadas e o seu crescimento económico. No entanto, para
termos novas tecnologias, teremos de ter a montante quem as idealize e conceba, isto é, teremos
de ter conhecimento humano. Ter-se-á, então, de investir primeiro em capital humano.

Investimento em capital humano

A competitividade “moderna” assenta no conhecimento


O investimento em capital humano é decisivo para se alcançar o crescimento económico.
O capital humano está na base da investigação científica e tecnológica, utilização de novas
tecnologias e maior capacidade organizacional, necessária para uma gestão mais eficiente das
empresas.
Daí a importância do investimento imaterial em educação e da formação ao longo da vida.

Capital humano: potencial do fator produtivo da força de trabalho.

As economias modernas atuais caracterizam-se por um poder de compra e um desejo de


inovação extremo. Um produto de «hoje» é um produto novo. Os novos bens, por oposição
aos bens que os antecederam, caracterizam-se pela novidade na forma e no conteúdo, pelas
novas características, pelo barato, pelo prático e útil, e menos pela duração e qualidade. Os

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novos bens têm, na sua origem, investimento em capital físico e humano; mas também
contêm uma ideia inicial, muitas vezes visionária, que alavanca todo o processo – referimo-
nos ao papel do empresário.

A abertura das economias ao exterior, no sentido de conquistarem mais


consumidores e alcançarem o desejado crescimento económico, e a globalização que enquadra
as trocas atuais, exigem uma maior capacidade de vencer a concorrência. Tal só será possível
pela aposta numa educação de qualidade que, por sua vez, proporcionará capacidade de
investigação científica e tecnológica e possível aplicação em novos bens e serviços. Por outro
lado, é absolutamente necessário que as empresas sejam organizadas e geridas de forma
mais eficiente. Em qualquer dos casos, o investimento imaterial em educação é uma das
condições de arranque.

Educação
A educação é um dos pilares do crescimento económico pela relação quase direta que tem com
a produtividade. Bastará analisar as estatísticas da educação dos países mais desenvolvidos para
nos apercebermos dessa realidade. No entanto, é necessária uma análise mais detalhada, pois os
números podem ocultar uma parte da realidade. Mais escolas, alunos e professores, sim, mas,
acima de tudo, mais competências.

39
Analisar

22. De acordo com o conteúdo do texto 1.8, as condições de entrada de um país na sociedade do
conhecimento assentam na educação, que deverá ser de qualidade, tanto nos conteúdos como
nos métodos de ensino-aprendizagem, e na formação ao longo da vida, para atualização
permanente e ajustamento às necessidades científicas e tecnológicas que a sociedade do
conhecimento exige.

As novas competências, necessárias à competitividade das economias atuais, exigem


investigação científica e técnica e a sua aplicação a novos produtos e novos processos de
fabrico. Na «nova economia», a atividade produtiva é mais exigente – recursos físicos e
imateriais têm de ter mais qualidade e qualificação. Dito com mais rigor, os bens deverão subir
na cadeia de valor pela vertente física – através de novos processos de fabrico e novos bens – e
pela vertente imaterial – através do conhecimento.
Os trabalhadores deverão ser escolarizados e ter competências específicas para as novas
exigências profissionais. A produção é hoje mais «intelectual» – por detrás de bens que
parecem simples há muita investigação científica. Apropriar, utilizar e criar recursos em
conhecimento é a condição para a criação de bens com mais valor acrescentado (e, portanto,
mais interessantes para produtores e consumidores, mas, também, no comércio entre países).

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Portugal continua a gastar menos que a média nos seus alunos
Outro dado negativo analisado pela OCDE é o dos gastos com os alunos
em Portugal.
Segundo a OCDE, em média, o país gasta 9.211 euros por cada aluno dos 1.º e 2.º ciclos
de ensino, e 11.435 euros em cada estudante do 3.º ciclo e ensino secundário. Por
comparação, os países da OCDE gastam, em média, 10.165 euros por cada estudante
dos 1.º e 2.º ciclos e 11.680 euros em cada aluno do 3.º ciclo e ensino secundário.
Cumulativamente, o custo de um aluno dos 6 aos 15 anos em Portugal é de 101.371
euros, enquanto a média dos restantes países da OCDE se situa nos 108.092 euros.

Os gastos públicos na educação são também inferiores em Portugal relativamente à


média da organização. No total, os gastos na educação, desde o ensino básico ao
superior, representaram 10% dos gastos do Governo em 2019, número inferior aos
10,6% registados nos outros países.
Em percentagem, o setor da educação representa 4,8% do PIB nacional, valor
ligeiramente inferior à média da OCDE (4,9%). A organização salienta, no entanto, que
essa percentagem aumentou em 0,3% entre 2008 e 2019.
Um dado positivo adicional que a instituição cita é o de que o investimento na educação
aumentou 12% nesse período, número que se compara favoravelmente com o do
crescimento do PIB, que foi de apenas 5%.

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Formação superior foi determinante na pandemia
A OCDE concluiu também que os benefícios de ter um diploma do ensino superior, no
contexto do mercado de trabalho, fizeram-se sentir de forma muito particular durante a
pandemia de covid-19.
Segundo os dados, entre 2019 e 2020, o desemprego aumentou 2,3 entre os
trabalhadores com o ensino básico e 3,5% para os trabalhadores com o ensino
secundário. No caso dos trabalhadores com qualificações superiores, a taxa
aumentou apenas 1,2%.
Já em 2021, a taxa de desemprego dos trabalhadores com ensino superior desceu mesmo
0,4%, tendo-se mantido constante, face ao ano anterior, entre os trabalhadores com o
ensino básico, e aumentado em 0,8% para os trabalhadores com o ensino secundário
completo.
No capítulo dos trabalhadores qualificados, o setor com a taxa de emprego mais elevada
em 2021 era o das tecnologias de informação e comunicação, com 96% das pessoas
formadas nesta área empregadas. No lado contrário, nos ramos das ciências naturais,
matemática e estatística, a taxa de emprego era de apenas 83%, ou seja, quase uma em
cada cinco pessoas qualificadas nestas áreas estavam desempregadas.
A organização destaca que as qualificações não afetam só as taxas de emprego, mas
também o nível salarial, com os trabalhadores com ensino superior a ganharem, em
média, mais do dobro dos trabalhadores com o ensino básico.

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A Economia do Conhecimento
Reconhecendo a interação entre a nova economia baseada no conhecimento que só a
educação, a investigação, a ciência e a tecnologia podem originar, torna-se fundamental
conhecer os indicadores que as organizações internacionais têm definido como
fundamentais para avaliar o nível que um país ocupa nesse domínio.

O Banco Mundial classifica as economias dos diferentes países membros segundo um


indicador composto – o Knowledge Economy Index (KEI) que representa a capacidade
de um país ou região para competir na Economia do Conhecimento.

O KEI assenta em quatro subindicadores que representam os quatro pilares de uma


economia do conhecimento, estes, por sua vez, decompostos em indicadores simples.

42
43
25.1 indique os quatro pilares/indicadores da economia/sociedade do conhecimento.
R:
Os quatro pilares ou indicadores em que assenta a economia/sociedade do conhecimento
são:
- o regime institucional;
- e o incentivo económico;
- a inovação, a escolarização;
- e formação e as novas tecnologias da comunicação e informação.

25.2 Relacione as características da «Nova Economia» com a sociedade e a Economia do


Conhecimento.
R:
A «Nova Economia» caracteriza-se pela instabilidade dos mercados, pela inovação e qualidade dos seus
bens e pela precariedade do emprego. Reconhecendo estas características, a economia correspondente terá
de ser baseada no conhecimento para dar resposta às novas solicitações do mercado, o que implica a
formação ao longo da vida.
25.3 Identifique os pontos fortes e fracos da economia portuguesa em termos de
competitividade, e apresente conclusões sobre a inclusão de Portugal no mercado global.

R:
Embora, de acordo WEF-The Global Competitiveness Report 2014-2015, Portugal se situe acima da
média, relativamente aos outros 143 países considerados na análise, os seus pontos fracos, em termos de
competitividade, são o ambiente macroeconómico (instituições e incentivos económicos), o
desenvolvimento do mercado financeiro, a sofisticação empresarial, a dimensão do mercado e a
eficiência do mercado de trabalho. No entanto, em termos de educação superior, formação, literacia
tecnológica e infraestruturas, Portugal apresenta pontos fortes. Assim sendo, para que a inclusão de
Portugal no mercado mundial seja bem-sucedida, em termos de competitividade, ter-se-á de continuar a
apostar na formação dos recursos humanos, mas também na melhoria dos fatores considerados menos
favoráveis.

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O empresário

Um outro fator que podemos considerar determinante para o crescimento económico, e que se
prende com o capital humano, tem a ver com o papel do empresário como empreendedor –
indivíduo inovador e com visão de futuro, sonhador mas com capacidade de realização.
Foi o economista austríaco Joseph Schumpeter que a ele se referiu como
elemento central no processo de crescimento económico. É o agente que,
mesmo em períodos de recessão, luta pelo «novo».

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O PAPEL DOS EMPRESÁRIOS - O EMPREENDORISMO

Joseph Schumpeter, economista austríaco (1883-1950):


Para além do trabalho e do capital, referiu um terceiro fator produtivo - a capacidade
empresarial. Salientou o papel desse agente económico, capaz de organizar recursos físicos e

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humanos das organizações. A capacidade empresarial é também um exemplo de «bom» capital
humano.
- O lucro é o móbil do empresário, a remuneração do risco empresarial.
- O empresário inovador arrasta consigo uma vaga de imitadores que dinamizam a
economia.

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