Síntese 1 Teste Economia C - 2022 2023
Síntese 1 Teste Economia C - 2022 2023
Síntese 1 Teste Economia C - 2022 2023
Síntese T1
(ATENÇÃO: não dispensa a leitura do manual)
A economia globalizada da atualidade traz problemas acrescidos aos governos, que sentem
escapar-se-lhes o controlo de um processo novo. No entanto, é também a globalização que
tem trazido soluções de crescimento a muitos países, até há poucos anos considerados
subdesenvolvidos, e que hoje já pertencem à categoria de economias emergentes, como a
China ou a Índia.
Em termos de crescimento económico, o distanciamento entre países ricos e pobres é ainda
grande, apesar dos progressos verificados recentemente nos países em desenvolvimento, com
taxas de crescimento do PIB superiores às dos países desenvolvidos.
Noticia
O grupo BRICS supera o G7 ( o grupo dos 7 maiores países capitalistas: EUA, Japão,
Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) e pretende se tornar líder econômico
e político global, artigo de José Eustáquio Diniz Alves
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África, o que era politicamente incorreto. Então foi incluída a África do Sul
(South África) e o termo BRIC ganhou uma letra a mais, se transformando em
grupo BRICS que virou um ator internacional.
Assim, o bloco virou uma sigla geopolítica que se transformou em um grupo que
passou a desafiar a hegemonia do G7 .
O grupo BRICS reúne países muito heterogêneos e foi visto com descrença por
muitos analistas, mas também foi visto como uma versão atualizada de líderes
do Terceiro Mundo. Mas, com a eleição de Jair Bolsonaro no Brasil e o aumento
das divergências entre Índia e China, o BRICS perdeu protagonismo no cenário
da governança internacional, especialmente durante a pandemia da covid-19.
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A tabela a seguir contém a posição de cada um dos BRICS em relação aos demais países
do mundo, considerando algumas variáveis selecionadas.
A melhor colocação, no grupo, é destacada em negrito. - 2018
https://pt.tradingeconomics.com/country-list/gdp-per-capita
3
Crescimento económico e desenvolvimento – conceitos
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A constatação de que existem países com níveis semelhantes de rendimento, mas com
condições de saúde, educação e de cultura diferentes, que se traduzem em níveis de bem-estar
distanciados, permite que se levantem as questões: houve crescimento económico?
A noção de desenvolvimento alerta-nos para a melhoria das condições de vida das populações
em geral, associada a aumentos da produção, à melhoria das condições de saúde, de educação,
de habitação, etc.,
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Leia o texto 1.1.
2.1 Explique por que razões os autores do texto afirmam que «o crescimento pode não ser
sinónimo de bem-estar».
Os autores do texto afirmam que «o crescimento pode não ser sinónimo de bem-estar» porque o
conceito de crescimento apenas contabiliza a perspetiva económica, o que pode não implicar melhorias
noutros domínios como o da saúde, educação, repartição do rendimento ou respeito pelos direitos dos
cidadãos.
2.2 Retire do texto uma expressão que possa conter a noção de desenvolvimento.
Por exemplo: «As questões de justiça e equidade são consideradas dimensões fundamentais
do desenvolvimento.»
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO – QUE RELAÇÃO?
O desenvolvimento humano é o fim – o crescimento económico um meio.
CRESCIMENTOECONÓMICO E DESENVOLVIMENTO
INDICADORES E LIMITES DE UTILIZAÇÃO
INDICADORES SIMPLES
Os indicadores mais utilizados são o RNB per capita, que revela o valor
médio de riqueza por habitante; a esperança média de vida à nascença,
que evidencia o nível de saúde de uma população e os anos de escolarização efetivos e
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esperados, indicadores fundamentais, já que educação e desenvolvimento têm relações
complementares. No entanto, muitos outros indicadores são utilizados para analisar situações de
crescimento económico e de desenvolvimento.
INDICADORES COMPOSTOS
– RNB p.c. real (em dólares PPC) - isto é: RNB per capita, baseado na paridade de poder de
compra;
– Esperança média de vida à nascença;
– Número médio de anos de escolarização efetivos e esperados.
→ Saúde
No critério saúde, é levada em consideração a qualidade de vida, especificamente a esperança
de vida ao nascer. Isso significa que é importante saber quanto da população tem acesso a
medicamentos, vacinas, tratamentos de saúde, entre outros. Essa dimensão também leva em
conta taxas de natalidade, mortalidade infantil e índices de violência, visto que essas taxas estão
relacionadas ao bem-estar social.
Exemplo:
Para se chegar à média da expectativa de vida, que se refere ao critério saúde, estima-se um
valor máximo e um valor mínimo (85 anos e 20 anos) e averigua-se qual é a expectativa de vida
real do lugar. Suponhamos que seja 74 anos.
O cálculo dessa primeira média é feito da seguinte forma:
74 - 20 dividido por 85 - 20 = 0,830
→ Educação
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média esperada para uma criança em idade escolar. São analisadas as taxas de evasão
escolar, repetência e o oferecimento de vagas para as crianças aptas a serem
matriculadas.
Exemplo:
Para se chegar à média do grau de instrução, estipula-se também valores máximos e
mínimos. Espera-se, por exemplo, que 100% da população seja alfabetizada e o mínimo
é que nenhuma pessoa seja alfabetizada, portanto, 0. Especifica-se qual é a taxa de
alfabetização e realiza-se o cálculo
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5.
Apesar de os EUA apresentarem um RNB p.c. mais elevado que a Austrália (52 308 dólares contra 41
524 dólares) os valores que a Austrália apresenta em relação à esperança média de vida e aos anos
de escolaridade esperada são superiores.
Como o IDH é um índice composto por valores relativos à economia, saúde e escolaridade, a Austrália
ultrapassa os EUA ocupando a 2.ª posição contra a 5.ª posição relativa aos EUA.
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IDH – LIMITAÇÕES DO INDICADOR
O IDH dá-nos uma imagem do desempenho nacional médio, em termos do desenvolvimento
humano. No entanto, as médias podem ocultar as grandes disparidades existentes no
interior dos países. As desigualdades que têm por base o rendimento, a riqueza, o género e
outras formas de desvantagens herdadas, podem tornar as médias nacionais em indicadores
de bem-estar humano ilusórios.
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Pode o IDH ser usado para captar as desigualdades de desenvolvimento humano dentro dos
países?
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countryeconomy.com
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B — O setor informal escapa à contabilidade nacional
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8.2 Os indicadores que mais pesaram no cálculo do IDH dos dois
países e que determinaram o seu afastamento em termos de IDH
foram os anos de escolaridade efetivos e esperados.
Apesar das reservas com que deve ser analisado, o Rendimento per capita é um indicador
importante, pois a sua evolução permite-nos perceber a evolução do nível de vida das
populações, em geral.
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Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade (IDHAD), que retira ao IDH as
diferenças decorrentes das desigualdades existentes nos três domínios considerados –
economia, saúde e cultura. Evidentemente que o IDHAD seria numericamente igual ao IDH
caso não se verificassem desigualdades (ou se estas fossem reduzidas) entre a população de
um país.
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10. Apresente as vantagens do recurso dos indicadores IDHAD, IDG e IPM, para melhor aferir
a posição dos países em termos de desenvolvimento humano.
10. O recurso aos indicadores IDHAD, IDG e IPM permite melhor aferir a posição dos países,
em termos de desenvolvimento humano, porque inclui o peso das desigualdades, tanto em
termos de género como de pobreza. A desigualdade é sempre um fator de menor
desenvolvimento.
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IRT Índice de realização tecnológica
Reconhecendo a relação entre cultura, conhecimento e desenvolvimento, têm sido utilizados
indicadores que permitem ler essa interação. O número de utilizadores de internet, o número de
estudantes em ciências e tecnologia, a pesquisa para novos bens, serviços e processos de
produção, o número de patentes concedidas e outros indicadores simples permitiram construir
um outro indicador composto – o Índice de Realização Tecnológica (IRT), que possibilita
avaliar o desempenho dos países na criação e difusão de tecnologia relativamente às
qualificações dos seus recursos humanos. Este índice foi calculado pela primeira vez em
2001, pelo Relatório do Desenvolvimento Humano.
10 economias mais bem classificadas por grupo de renda (classificação) Classificação Índice Global de Inovação 2020
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Classificações gerais e por pilar no IGI 2020
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13. Analise o quadro 1.4 da p. 21 e apresente as principais conclusões relativas a Portugal.
13. O quadro 1.4 permite situar Portugal no conjunto dos principais países, em termos de
inovação e tecnologia. Relativamente à média dos países com elevado IDH, Portugal
evidencia situações diferenciadas, apresentando valores na média ou acima da média quanto
ao n.º de investigadores por milhão de pessoas, n.º de licenciados em ciências e engenharia em
% do total da população, índice de eletrificação e assinantes de telefones fixos e móveis por 100
pessoas. No entanto, relativamente aos itens despesas em I&D em % do PIB, patentes, direitos
de exploração e de licença recebidos, computadores pessoais e utilização da internet, Portugal
ainda se encontra abaixo dos valores do conjunto de países referidos.
O quadro esclarece o item em que Portugal terá de progredir para alcançar outra posição
relativamente à inovação – é o caso das patentes.
Portugal apresenta o valor mais baixo do quadro, inferior mesmo à China e Brasil.
Importante
É necessário que o aumento de riqueza de que o país dispõe seja canalizado para outras áreas
sociais, permitindo o investimento em domínios, como a saúde e a educação. Uma população
com mais saúde, informação e educação é mais produtiva, mais participativa, mais construtiva,
mais preparada para enfrentar a mudança e dela tirar partido.
Naturalmente, uma população mais instruída não discrimina os géneros ou as minorias, antes
sabe que as diferenças representam mais-valias, diferentes maneiras de ver e fazer. Quando um
país consegue que a riqueza material se alie à riqueza cultural e humana, temos um país
desenvolvido. Os indicadores simples e compostos que apresentámos auxiliam-nos na complexa
tarefa de distinguir o simples, mas indispensável, crescimento económico de situações de
desenvolvimento humano.
A Classificação dos países quanto ao seu nível de crescimento/desenvolvimento
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Os conceitos de países ricos e pobres, países desenvolvidos e em desenvolvimento, países
industrializados e emergentes, novos países industrializados e países menos avançados, etc.,
correspondem a classificações utilizadas pelas diferentes organizações internacionais para as
suas análises económicas e sociais. São três as organizações, ou instituições mundiais,
responsáveis por estas classificações que se fundamentam, naturalmente, em critérios ou
parâmetros diferentes. As instituições a que nos referimos são o Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco
Mundial.
Índice mundial de Inovação 2019 elaborado pela empresa Bloomberg, especializada em informação e atualidade econômica
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Critérios utilizados para a classificação dos países
Para o PNUD:
O critério que permite distinguir os países é o do desenvolvimento humano que, como foi
exposto, calcula o indicador composto – Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Os
países aparecem-nos, assim, classificados em:
países de desenvolvimento humano muito elevado, elevado, médio ou baixo.
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FMI e o Banco Mundial, recorrem a critérios diferentes para classificar os países. Os seus
elementos de distinção são, essencialmente, económicos.
O Banco Mundial utiliza a classificação: países de alto rendimento, médio-alto rendimento,
baixo-médio rendimento e baixo rendimento.
O Banco Mundial O Banco Mundial é uma instituição financeira internacional, nascida das
conferências de Bretton Woods, em 1944. O objetivo inicial desta organização, que tinha a
designação de Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), era o
financiamento da reconstrução dos países afetados pela Segunda Guerra Mundial. Esta sua
missão inicial evoluiu, mais tarde, para o auxílio ao financiamento do desenvolvimento dos
países em desenvolvimento.
O FMI foi criado em julho de 1944, quando representantes de 45 países se reuniram na cidade
de Bretton Woods, New Hampshire, no nordeste dos Estados Unidos, chegaram a acordo sobre
um quadro para a cooperação económica internacional, a ser criado depois da II Guerra
Mundial. Acreditavam que tal quadro seria necessário para evitar uma repetição das desastrosas
políticas económicas que tinham contribuído para a Grande Depressão.
O FMI tem desempenhado um papel importante na configuração da economia
mundial, desde o final da II Guerra Mundial.
A Revolução Industrial inglesa de finais do século XVlll teve por origem a acumulação de
capital resultante do comércio inglês com o exterior, que foi possível aplicar a uma série de
inovações técnicas. Estas, por sua vez, integradas numa nova organização da produção em
grandes fábricas e à base de trabalho assalariado, permitiram um crescimento da produção como
até à data não tinha sido possível. Neste acontecimento único da história da Humanidade, de tal
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modo relevante que teve o estatuto de «revolução», encontramos os fatores atrás referidos –
aumento da dimensão dos mercados, progresso técnico e investimento em capital
Outros fatores permitiram e acompanharam o crescimento económico visível nas melhores
condições de vida da população, resultantes, entre outros fatores, da Revolução Agrícola; nos
melhoramentos nos transportes e no aparecimento de um novo quadro de valores assentes na
livre iniciativa, que permitiu a consolidação de um modo de produção específico – o capitalismo
– e de uma nova classe dominante – a burguesia
A expansão das economias capitalistas, a partir de então, alargou-se do continente europeu para
outras zonas do mundo, onde encontrou as condições necessárias ao seu crescimento.
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O gráfico acima põe em evidência a explosão do PIB real per capita, depois de 1800
Originou-se, assim, um considerável processo colonialista que concretizou mais uma etapa
do desenvolvimento do capitalismo, a nível mundial.
Já nos finais do século XIX e princípios do século XX, para além do comércio colonial, que
se vinha caracterizando pela exportação de mercadorias e importação de matérias primas
agrícolas e industriais, assistiu-se à exportação de capitais, primeiro, europeus e, mais tarde,
americanos, para os territórios colonizados.
Foi a fase do capitalismo financeiro associado ao desenvolvimento do capitalismo
monopolista.
Os mercados desempenharam uma função essencial no crescimento económico dos países que
se industrializaram. O início do século XX foi conturbado, culminando com a grave crise de
1929-1933. A Inglaterra que, até à data, tinha sido o motor da primeira Revolução Industrial,
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perdeu a sua posição para os EUA que, ultrapassando a crise, iniciaram um novo período de
crescimento económico com base num novo modelo assente numa nova fonte de energia – o
petróleo – e na produção e consumo de massas. Mais uma vez, inovações, aumento da
dimensão dos mercados e investimento permitiram um novo ciclo de crescimento.
Texto 1.4
O Boom da Economia no Pós – II Guerra Mundial
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- Sistemas de pagamento internacionais, beneficiando de câmbios estáveis, resultantes dos
acordos de Bretton Woods, que instituíram um Sistema Monetário Internacional com paridades
fixas (embora ajustáveis);
- Período de estabilidade a nível mundial, permitindo o desabrochar e a implementação de
todas as inovações tecnológicas de antes da II Guerra, as quais tiveram assim condições de
serem plenamente aproveitadas nos mercados em expansão, devido à reconstituição do stock
de capital que tinha sido destruído na confrontação mundial. Essa destruição permitiu uma
reconstituição inteiramente adequada às novas tecnologias, coisa que não teria acontecido se
a retoma da economia após a II Guerra tivesse sido feita a partir de stocks existentes já
obsoletos e, portanto, com dificuldade de adaptação às novas tecnologias (é conhecida a menor
capacidade de adaptação da indústria britânica, que não foi destruída, às novas condições
económicas do pós-guerra, em relação às economias industriais europeias, que tinham sido
destruídas e recomeçaram do zero). A listagem destas condições mostra, aliás, em nossa
opinião, que a energia barata não foi o único fator determinante do boom. Ela constituiu,
indubitavelmente, uma vantagem para determinadas indústrias consumidoras. Todavia, no seu
conjunto, a parcela global dos custos energéticos da produção económica era demasiado fraca
para que se pudesse dizer que a energia era o único motor de crescimento.
3 - A sociedade de consumo
A nova era industrial iniciada (com destaque para o petróleo como nova fonte de energia e para
as novas indústrias química e metalúrgica) originou novos bens, como o automóvel e o avião.
Mas este novo modelo de produção, matriciado numa nova forma de organização do
trabalho, o taylorismo e o fordismo, não teria tido sucesso se não fosse o escoamento da
produção feito com base no alargamento do mercado interno e, posteriormente, do
mercado externo com o desenvolvimento das exportações. Assim, neste contexto, a sociedade
de consumo, correspondendo à necessidade de alargamento da dimensão dos mercados, teve um
papel determinante no crescimento económico.
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vontade de comprar originou mais possibilidades de produzir, distribuição de mais
rendimento e assim sucessivamente. Estava-se em plena sociedade de consumo.
4 - A integração económica
O alargamento da dimensão dos mercados foi utilizado na construção dos grandes espaços
de integração económica no pós-II Guerra Mundial.
Reconhecendo as vantagens do alargamento dos mercados, o mundo encontra-se, hoje em dia,
dividido em grandes espaços de integração.
Quanto ao espaço europeu, embora a construção europeia tenha tido como lema a preservação e
valorização da paz, as consequências económicas desse projeto demonstram a importância
da integração e alargamento dos mercados dos países-membros.
Portugal, após a sua integração na Comunidade Económica Europeia – CEE, tem apresentado
resultados claros em termos de crescimento económico, devido ao alargamento dos seus
mercados
Análise:
O gráfico permite verificar o aumento do PIB per capita de Portugal após a adesão do país à CEE,
em 1986. Essa evolução foi significativa desde logo, apresentando apenas taxas de crescimento negativas
nos períodos de crise, como em 1993 e sobre tudo a partir de 2000, por exemplo. No entanto, a diferença
entre o momento da adesão (–35% em relação à média europeia) e 2010 (–19% em relação à média
europeia) é representativo da influência do fator integração sobre o crescimento económico.
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5 - Os Novos Países Industrializados
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Estas economias estão muito dependentes do exterior:
- No que diz respeito ao seu financiamento, originando um forte endividamento externo;
- Às oscilações do dólar;
- Sujeito às medidas protecionistas dos países desenvolvidos no escoamento das suas
exportações,
- À importação de tecnologias e à instabilidade financeira provocada pelos ataques dos
especuladores internacionais às moedas.
Podemos, pois, afirmar que a liberalização comercial (como testemunha o grau de abertura ao
exterior) e o Estado autoritário foram condições essenciais para este rápido crescimento
económico. O crescimento destas economias, tanto em termos do seu PIB, como da sua
indústria e exportações, foi dos mais rápidos que a história económica conheceu, ultrapassando
mesmo o dos países industrializados nos seus melhores momentos.
7 - Os países africanos
Ao conjunto dos BRICS podem somar-se os países africanos com taxas de crescimento
económico muito significativas. Neste caso , o crescimento ficou a dever-se a parcerias entre os
países ditos do Sul, acompanhadas de medidas estratégicas, que possibilitaram fortes taxas de
crescimento económico.
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A análise dos gráficos permite registar a evolução da
19.1 repartição do PIB mundial pelos diferentes
Descreva a evolução da repartição do PIB países e agrupamentos, entre 1990 e 2013. Assim,
verifica-se que a UE perde valor passando de 28,5%
mundial pelos diferentes países e para 13,1%; o mesmo sucede com os EUA e o Japão
agrupamentos indicados na figura. que passam de uma posição de 24,7% para 19,3% e
de 10,1% para 5,4%, respetivamente; os BRICS pas-
sam de uma posição de 15,4% para 29,5%.
8 - A globalização
A relação entre a dimensão dos mercados (de que a globalização é o seu expoente) e o
crescimento económico, está intimamente ligado às consequências da estratégia seguida nos
países em desenvolvimento. A abertura dos mercados ao exterior, como estratégia de
crescimento económico, sem qualquer tipo de protecionismo das economias emergentes, tem
tido algumas consequências negativas tais como desemprego e insegurança. Há quem refira as
mesmas consequências nos países desenvolvidos que, por força da deslocalização de muitas
das suas indústrias e serviços para outros países com custos de produção mais baixos, criam
desemprego.
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No sentido de introduzir regras no comércio internacional, foi criada a Organização Mundial do
Comércio (OMC), em 1995, em continuação dos trabalhos do GATT. A Organização Mundial
do Comércio (OMC) é uma organização com sede em Genebra, na Suíça, criada com o
objetivo de supervisionar e liberalizar o comércio internacional. Atualmente fazem parte da
OMC 164 países,
Existe uma relação empírica entre a dimensão dos mercados e o crescimento económico. No
entanto, o desenvolvimento desejável só se verificará se algumas condições forem respeitadas,
o que implica mais regulação dos mercados, respeito pelos direitos das populações e apoios
institucionais.
China
O Estado optou por um processo de reformas gradual:
- Para atração do investimento estrangeiro (IDE),
- Criação de postos de trabalho e promoção das exportações foram estabelecidas zonas
económicas especiais, normalmente em zonas menos densamente edificadas.
- aumentou as competências dos seus trabalhadores e das suas empresas por via da imposição,
às empresas estrangeiras, da participação em empresas comuns e da
transferência de tecnologia.
A China é o maior e maior país exportador do mundo. Com os EUA em segundo lugar, a China tinha
que estar em algum lugar próximo, considerando a guerra comercial que eles estão tendo atualmente. A
China também é conhecida por ser o centro de fabricação de produtos de tecnologia. A alta oferta e o
baixo custo da mão-de-obra proporcionam uma vantagem competitiva no mercado internacional. De fato,
esse aspeto convenceu muitas empresas importantes, como Apple e Samsung, a instalar suas fábricas
na China. Seus Principais parceiros comerciais são: Austrália, Índia, Coreia do Sul, Estados Unidos,
Alemanha e Reino Unido. As vendas de exportação registradas até outubro foram de US $ 2,654 trilhões.
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Incentivo a determinados setores
Índia
Brasil
Durante longos períodos, o Brasil também optou por estratégias económicas viradas para o
mercado interno. Nesses períodos, as empresas que beneficiavam de grandes mercados internos
não eram incentivadas a exportar e a competir nos mercados mundiais. Mas, quando o fizeram,
puderam contar com capacidades desenvolvidas ao longo de décadas. A Embraer, por exemplo,
é o maior construtor mundial de aviões a jato comerciais até 120 lugares, para transporte
regional.
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B – O INVESTIMENTO EM CAPITAL FISICO E HUMANO
INVESTIMENTO
É uma das aplicações da poupança. Consiste na aquisição ou melhoramento dos bens físicos
ou humanos, para aumento da produção e da produtividade.
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o conceito de capital humano, significando este todo o potencial que se pode obter do fator
produtivo força de trabalho. De facto, assim como se investe em novas máquinas, novas
matérias primas e novas formas de produção para melhores resultados produtivos, também se
poderá investir na formação dos trabalhadores, através da educação, formação académica
e profissional, ou ações de formação contínua, para trabalhadores no ativo. Estes serão
mais produtivos, mais aptos para investigação e inovação e mais preparados para os novos
desafios económicos.
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O efeito multiplicador do investimento é mais visível nas economias mais desenvolvidas, em
que a propensão marginal ao consumo é mais baixa que nas restantes.
Nesse sentido, em períodos de recessão económica, o Estado tem chamado a si esta tarefa
que é da responsabilidade da iniciativa privada. Foi o que sucedeu com o programa de obras
públicas que o governo americano levou a cabo para combater a depressão económica de 1929-
1933, e o que sucedeu no final de 2008 e início de 2009, com a intervenção dos governos das
economias mais atingidas pela crise financeira e económica.
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novos bens têm, na sua origem, investimento em capital físico e humano; mas também
contêm uma ideia inicial, muitas vezes visionária, que alavanca todo o processo – referimo-
nos ao papel do empresário.
Educação
A educação é um dos pilares do crescimento económico pela relação quase direta que tem com
a produtividade. Bastará analisar as estatísticas da educação dos países mais desenvolvidos para
nos apercebermos dessa realidade. No entanto, é necessária uma análise mais detalhada, pois os
números podem ocultar uma parte da realidade. Mais escolas, alunos e professores, sim, mas,
acima de tudo, mais competências.
39
Analisar
22. De acordo com o conteúdo do texto 1.8, as condições de entrada de um país na sociedade do
conhecimento assentam na educação, que deverá ser de qualidade, tanto nos conteúdos como
nos métodos de ensino-aprendizagem, e na formação ao longo da vida, para atualização
permanente e ajustamento às necessidades científicas e tecnológicas que a sociedade do
conhecimento exige.
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Portugal continua a gastar menos que a média nos seus alunos
Outro dado negativo analisado pela OCDE é o dos gastos com os alunos
em Portugal.
Segundo a OCDE, em média, o país gasta 9.211 euros por cada aluno dos 1.º e 2.º ciclos
de ensino, e 11.435 euros em cada estudante do 3.º ciclo e ensino secundário. Por
comparação, os países da OCDE gastam, em média, 10.165 euros por cada estudante
dos 1.º e 2.º ciclos e 11.680 euros em cada aluno do 3.º ciclo e ensino secundário.
Cumulativamente, o custo de um aluno dos 6 aos 15 anos em Portugal é de 101.371
euros, enquanto a média dos restantes países da OCDE se situa nos 108.092 euros.
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Formação superior foi determinante na pandemia
A OCDE concluiu também que os benefícios de ter um diploma do ensino superior, no
contexto do mercado de trabalho, fizeram-se sentir de forma muito particular durante a
pandemia de covid-19.
Segundo os dados, entre 2019 e 2020, o desemprego aumentou 2,3 entre os
trabalhadores com o ensino básico e 3,5% para os trabalhadores com o ensino
secundário. No caso dos trabalhadores com qualificações superiores, a taxa
aumentou apenas 1,2%.
Já em 2021, a taxa de desemprego dos trabalhadores com ensino superior desceu mesmo
0,4%, tendo-se mantido constante, face ao ano anterior, entre os trabalhadores com o
ensino básico, e aumentado em 0,8% para os trabalhadores com o ensino secundário
completo.
No capítulo dos trabalhadores qualificados, o setor com a taxa de emprego mais elevada
em 2021 era o das tecnologias de informação e comunicação, com 96% das pessoas
formadas nesta área empregadas. No lado contrário, nos ramos das ciências naturais,
matemática e estatística, a taxa de emprego era de apenas 83%, ou seja, quase uma em
cada cinco pessoas qualificadas nestas áreas estavam desempregadas.
A organização destaca que as qualificações não afetam só as taxas de emprego, mas
também o nível salarial, com os trabalhadores com ensino superior a ganharem, em
média, mais do dobro dos trabalhadores com o ensino básico.
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A Economia do Conhecimento
Reconhecendo a interação entre a nova economia baseada no conhecimento que só a
educação, a investigação, a ciência e a tecnologia podem originar, torna-se fundamental
conhecer os indicadores que as organizações internacionais têm definido como
fundamentais para avaliar o nível que um país ocupa nesse domínio.
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25.1 indique os quatro pilares/indicadores da economia/sociedade do conhecimento.
R:
Os quatro pilares ou indicadores em que assenta a economia/sociedade do conhecimento
são:
- o regime institucional;
- e o incentivo económico;
- a inovação, a escolarização;
- e formação e as novas tecnologias da comunicação e informação.
R:
Embora, de acordo WEF-The Global Competitiveness Report 2014-2015, Portugal se situe acima da
média, relativamente aos outros 143 países considerados na análise, os seus pontos fracos, em termos de
competitividade, são o ambiente macroeconómico (instituições e incentivos económicos), o
desenvolvimento do mercado financeiro, a sofisticação empresarial, a dimensão do mercado e a
eficiência do mercado de trabalho. No entanto, em termos de educação superior, formação, literacia
tecnológica e infraestruturas, Portugal apresenta pontos fortes. Assim sendo, para que a inclusão de
Portugal no mercado mundial seja bem-sucedida, em termos de competitividade, ter-se-á de continuar a
apostar na formação dos recursos humanos, mas também na melhoria dos fatores considerados menos
favoráveis.
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O empresário
Um outro fator que podemos considerar determinante para o crescimento económico, e que se
prende com o capital humano, tem a ver com o papel do empresário como empreendedor –
indivíduo inovador e com visão de futuro, sonhador mas com capacidade de realização.
Foi o economista austríaco Joseph Schumpeter que a ele se referiu como
elemento central no processo de crescimento económico. É o agente que,
mesmo em períodos de recessão, luta pelo «novo».
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46
O PAPEL DOS EMPRESÁRIOS - O EMPREENDORISMO
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humanos das organizações. A capacidade empresarial é também um exemplo de «bom» capital
humano.
- O lucro é o móbil do empresário, a remuneração do risco empresarial.
- O empresário inovador arrasta consigo uma vaga de imitadores que dinamizam a
economia.
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