Exumação
O que é a exumação e quando ela acontece?
A exumação de corpos consiste na retirada dos restos mortais de alguém do local
onde ele foi sepultado para transferi-lo para outro espaço, outra cidade ou, ainda,
devido a alguma questão judicial.
Na maioria das vezes, essa remoção precisa ser autorizada pela família ou acontecer
sob autorização judicial para casos especiais.
O prazo para que isso aconteça deve respeitar o período mínimo de três anos após o
sepultamento — embora a solicitação possa ser realizada sob circunstâncias especiais.
Outro ponto importante é que a exumação somente deve ser feita após três anos do
sepultamento.
Esse é o tempo padrão, porém, podem existir situações especiais em que esse
período pode ser menor.
O tempo mínimo é estabelecido com base em critérios variados, como a
decomposição dos tecidos. Isso garante que todos os procedimentos serão mais
fáceis de serem executados.
A exumação pode ser requerida em algumas situações, como:
lotação máxima do cemitério e necessidade de transferência do sepultado para
a ossada perpétua;
mudança da família para outra cidade e desejo de levar o falecido,
transferindo-o de cemitério;
imposição da Justiça, em caso de mortes violentas, quando o falecimento está
sendo analisado pela Polícia ou quando as seguradoras necessitam confirmar
a causa da morte para validar o pagamento da apólice, por exemplo;
imposição da Justiça para confirmar a paternidade post mortem; nesses casos,
o corpo precisa ser exumado para a realização da coleta do material genético.
Cassy Mandri Instrutora de Anatomia, Tanatopraxia e Auxiliar de Necrópsia
Como é feita a exumação?
Para que a exumação aconteça, é preciso seguir alguns passos e trâmites legais, que
irão conferir legitimidade ao processo e segurança para todos os envolvidos.
Se é você quem está solicitando a exumação, é preciso esperar o tempo regulamentar
de três anos.
Depois, retirar o Requerimento para Exumação no cemitério e apresentar a certidão de
óbito, RG e CPF que comprovem seu parentesco com o falecido.
Em seguida, você deverá dar entrada do pedido na secretaria reguladora do seu
município e aguardar a autorização.
Nos casos em que o cemitério exige a exumação por falta de espaço ou outros motivos
administrativos, é ele quem deverá apresentar a documentação exigida à Secretaria
da cidade e, claro, indicar à família que o processo ocorrerá em um determinado dia.
A presença da família não é exigida durante a exumação, mas é necessária a
presença de um oficial de saúde e uma autoridade da Justiça, além dos técnicos
responsáveis pela exumação.
Apesar de não ser obrigatória, a presença de pelo menos um familiar ajuda a garantir
que os restos mortais retirados são correspondentes ao túmulo da família e que o
procedimento está sendo feito de acordo com o que rege a lei.
Como se inicia o processo?
O processo começa com a identificação da sepultura e a realização de um registro
fotográfico, bem como dos túmulos vizinhos, para garantir que o corpo exumado é o
correto.
Em seguida, o caixão é identificado e registrado o tamanho, o tipo, os ornamentos, as
etiquetas, as placas de canto e outras informações que as autoridades e os técnicos
julgarem importantes.
Neste momento, também é verificado o estado do caixão, registrando se ele se
encontra intacto ou se já sofreu danos como arrombamentos, tampas superiores ou
laterais rachadas e as condições do local onde o corpo está.
Somente quando todas essas etapas estão concluídas é que a exumação realmente
acontece.
Antes da retirada do corpo, contudo, ele é fotografado ainda dentro do caixão e seus
pertences pessoais são retirados, bem como as roupas (caso elas ainda estejam
presentes).
Cassy Mandri Instrutora de Anatomia, Tanatopraxia e Auxiliar de Necrópsia
Quais são os requisitos obrigatórios para a exumação?
Como você viu, para requerer a exumação de um familiar o procedimento é bem
simples, bastando apenas entrar em contato com a Secretaria responsável da sua
cidade.
Mas esse procedimento pode variar dependendo da situação.
Transferência de cemitério
Se a sua intenção é remover o corpo para transferi-lo para outro cemitério, é preciso
que o sepultado seja membro da sua família, caso contrário, você precisará de uma
autorização de pelo menos um membro da família para a transferência.
Além disso, você deverá apresentar cópia autenticada do seu RG, certidão de óbito e
cópia do contrato de concessão para o caso dos cemitérios particulares.
Se o falecido for da sua família, é preciso apresentar algum documento que comprove
esse parentesco.
Também é preciso contratar uma empresa funerária autorizada que será a
responsável por realizar o transporte do corpo exumado até o outro cemitério.
Transferência para o exterior
Outra situação que pode ocorrer é o desejo da família de transferir o corpo do falecido
para outro país. Nesse caso, é preciso seguir algumas diretrizes em relação ao
transporte dos restos mortais.
Como a morte e o sepultamento aconteceram há mais de 48 horas, é necessário que
os restos mortais sejam embalsamados e a urna usada no transporte deverá ser
impermeável e fechada hermeticamente, além de lacrada.
Também é preciso apresentar uma documentação mais densa, como:
identidade do responsável pelo despacho (que pode ser um membro da família
do falecido ou um responsável legal);
identidade do falecido;
certidão de óbito;
autorização para a remoção dos restos mortais expedida pelo órgão de
Segurança Pública;
declaração de cremação do cadáver;
ata de exumação.
Quando a exumação é proibida?
Se a exumação não for resultado de nenhum dos itens que abordamos acima
(transferência de cemitério, lotação do cemitério ou por ordem judicial), ela é ilegal e
pode ser considerada uma violação de sepultura.
Cassy Mandri Instrutora de Anatomia, Tanatopraxia e Auxiliar de Necrópsia
Além disso, as exumações solicitadas pelos familiares com prazos inferiores a três
anos após o sepultamento também podem não ser autorizadas.
Toda essa proteção existe para garantir o direito ao sepultamento e proteger os entes
queridos de quem já faleceu.
Uma vez que a exumação é proibida sem que haja uma justificativa importante, existe
mais segurança para os entes de pessoas que são sepultadas com bens de valor, por
exemplo, como joias e outros.
Após a exumação nos casos de superlotação dos cemitérios, a família poderá decidir
entre cremar o falecido ou enviá-lo para a ossada perpétua, que geralmente fica
localizada em um ponto mais distante do cemitério.
Para onde vão os ossos após a exumação de cadáver?
Agora que entendemos o que é exumação, é importante compreender também o que
acontece após realizado o procedimento. Isso depende exclusivamente de dois
fatores:
1. o primeiro deles diz respeito às próprias regras do cemitério;
2. os motivos que levaram à exumação é o segundo aspecto a ser considerado.
Assim, se o processo foi realizado em um cemitério municipal, os restos mortais do
ente querido são levados a um espaço publicamente conhecido como ossada
perpétua.
Tratam-se de gavetas específicas para a acomodação dos restos mortais, permitindo
que os familiares permaneçam com o ritual de visitas ao parente.
Quando a exumação acontece em cemitérios particulares ou em jazigos perpétuos,
por sua vez, existe também a opção de abrigar a ossada em um local conhecido como
zincada.
É uma urna de zinco que permanece em um espaço lateral do jazigo. Assim, diante da
necessidade de obter espaço no local para um novo ente querido falecido, a gaveta
pode ser reutilizada sem, de fato, remover os restos mortais de quem ali descansava
até então.
Cremação
Nesse aspecto de entender o que é a exumação e todo o seu processo, os familiares
ainda podem optar por outra opção: trata-se da cremação.
Entretanto, vale observar que esse novo procedimento pode ser realizado apenas em
locais que realizem esse tipo de serviço.
Caso o estabelecimento de sua confiança o ofereça, a cremação é realizada e a
família recebe as cinzas do ente querido, optando assim em fazer o que quiser com os
restos mortais do falecido.
Cassy Mandri Instrutora de Anatomia, Tanatopraxia e Auxiliar de Necrópsia
Entre as opções mais comuns, estão o armazenamento da urna em casa ou a sua
acomodação em um columbário — locais próprios para abrigar as cinzas e,
normalmente, localizado no próprio cemitério.
Cassy Mandri Instrutora de Anatomia, Tanatopraxia e Auxiliar de Necrópsia