Doenças Transmitidas Por Carrapato
Doenças Transmitidas Por Carrapato
Doenças Transmitidas Por Carrapato
1
Leonardo Augusto Kohara Melchior
Conselho Editorial
Profa. Dra. Ageane Mota da Silva (Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Acre)
Prof. Dr. Amilton José Freire de Queiroz (Universidade Federal do Acre)
Prof. Dr. Edson da Silva (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri)
Profa. Dra. Denise Jovê Cesar (Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Santa Catarina)
Prof. Dr. Francisco Carlos da Silva (Centro Universitário São Lucas)
Prof. Dr. Humberto Hissashi Takeda (Universidade Federal de Rondônia)
Prof. Msc. Herley da Luz Brasil (Juiz Federal – Acre)
Prof. Dr. Jader de Oliveira (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho)
Prof. Dr. Leandro José Ramos (Universidade Federal do Acre – UFAC)
Prof. Dr. Luís Eduardo Maggi (Universidade Federal do Acre – UFAC)
Prof. Msc. Marco Aurélio de Jesus (Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Rondônia)
Profa. Dra. Mariluce Paes de Souza (Universidade Federal de Rondônia)
Prof. Dr. Paulo Sérgio Bernarde (Universidade Federal do Acre)
Prof. Dr. Romeu Paulo Martins Silva (Universidade Federal de Goiás)
Prof. Dr. Renato Abreu Lima (Universidade Federal do Amazonas)
Prof. Msc. Renato André Zan (Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Rondônia)
Prof. Dr. Rodrigo de Jesus Silva (Universidade Federal Rural da Amazônia)
A886
ISBN: 978-65-86283-03-7
DOI: 10.35170/ss.ed.9786586283037
www.sseditora.com.br
Ótima leitura!
Patricia Fernandes Nunes da Silva Malavazi
CAPÍTULO. 1........................................................................................................... 12
CAPÍTULO. 2.......................................................................................................... 52
CAPÍTULO. 3........................................................................................................... 65
CAPÍTULO. 5........................................................................................................... 93
ORGANIZADORES............................................................................................... 349
ÍNDICE REMISSIVO ............................................................................................. 351
1. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Instituto de Biociências, Departamento
de Biologia Geral e Aplicada, Rio Claro, SP, Brasil.
2. Universidade Federal do Acre (UFAC), Centro de Ciências Biológicas e da Natureza, Rio Branco, AC, Brasil.
RESUMO
Os carrapatos são organismos hematófagos obrigatórios, pois precisam sugar o sangue
dos seus hospedeiros (mamíferos, aves, répteis, anfíbios e até mesmo outros carrapatos),
sua fonte de alimento. O sucesso da hematofagia dos carrapatos deve-se à atividade de
suas glândulas salivares, que têm por função a produção da saliva. Os carrapatos vêm
sendo incluídos no segundo grupo mais importante de Arthropoda transmissores de
patógenos causadores de doenças. Os mesmos têm sido reportados como vetores de vírus,
bactérias, protozoários, fungos e nematódeos, agentes causadores de doenças como
doença de Lyme, encefalite, febre maculosa, erliquioses ou anaplasmoses, consideradas
ameaças para a saúde humana e animal em geral. Durante o processo de parasitismo, os
carrapatos precisam se fixar firmemente à pele do seu hospedeiro, o que facilita a
transmissão de agentes infecciosos via repasto sanguíneo que serão transportados através
da hemolinfa para órgãos como o intestino, glândulas salivares e o ovário dos carrapatos.
Devido à importância desses ectoparasitas no cenário de transmissão de infecções para os
animais em geral, o presente capítulo tratará da breve descrição de quais são as doenças
transmitidas por carrapatos mais comuns em animais e humanos. Aqui também serão
relatados sinais clínicos e sintomas, formas de contágio, diagnóstico e tratamento destas
enfermidades, informações estas que podem auxiliar no entendimento destes ectoparasitas
como protagonistas na transmissão de graves doenças para os seus hospedeiros que
podem ser os animais pertencentes aos diversos grupos, incluindo humanos.
Palavras-chave: Carrapatos, Doenças transmissíveis e Infecção.
ABSTRACT
Ticks are blood-sucking organisms, as they need to suck the blood of their hosts (mammals,
birds, reptiles, amphibians and even other ticks) their food source. The success of tick
haematophagy is due to the activity of their salivary glands, whose function is the production
of saliva. Ticks have been included in the second most important group of Arthropoda pests
in terms of the transmission of disease-causing pathogens. They have been reported as
1. INTRODUÇÃO
Figura 1. Esquema mostrando a infestação de cão por ninfas (A) e adultos (B) de
carrapatos Rhipicephalus sanguineus.
Fonte: imagem modificada de https://www.vecteezy.com/vector-art/372413-dog-silhouette-vector-illustration.
Os estudos que vêm sendo desenvolvidos com essa temática em carrapatos têm
demonstrado que a transmissão dos patógenos e suas consequentes doenças se dá por
meio do contato do carrapato com um hospedeiro que já se encontra infectado e que possui
o patógeno no seu sistema, transformando os ectoparasitas em reservatório de
microrganismos e com rota de distribuição interna, passando, via hemolinfa, do intestino
para as glândulas salivares e para o ovário dos mesmos (CAMARGO-MATHIAS, 2018).
Assim, tão logo se fixem em hospedeiros já infectados, os carrapatos por meio da ingestão
do sangue contaminado receberão os microrganismos, os quais serão transportados pela
hemolinfa preferencialmente para as células do intestino, onde se multiplicarão e poderão
seguir rota também para outros órgãos internos dos carrapatos. As glândulas salivares
constituem outro órgão que é susceptível à instalação dos microrganismos patogênicos
onde os mesmos se multiplicam, tornando os carrapatos além de “reservatório”, o
“transmissor” dos agentes patogênicos (HAJDUŠEK et al., 2013) via salivação.
De maneira geral, os ciclos de alimentação e a relação carrapato-hospedeiro
contribuem com as rotas de transferência de patógenos nos sistemas internos dos
carrapatos e dos organismos por eles parasitados. Por essa razão, o presente capítulo
tratará da breve descrição de quais são as doenças mais comuns que afetam animais
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 ANAPLASMOSE
2.1.4. Diagnóstico
2.1.5. Tratamento
2.1.6. Prevenção
Uso de calças compridas de cor clara enfiadas nas meias ou nas botas e camisas
de mangas compridas, impedindo o contato da pele com os carrapatos;
Utilização das trilhas demarcadas no caso passeios ou caminhadas, evitando as
margens que geralmente contém capim;
Após frequentar esses locais, examinar sempre a parte de trás dos joelhos, as
axilas, o couro cabeludo, a virilha, a cintura, a nuca e atrás das orelhas, locais
de preferência para instalação dos carrapatos;
Caso encontre algum carrapato aderido ao corpo, retirá-lo usando uma pinça de
pontas finas com movimentos circulares e nunca esmagando o ectoparasita
entre as unhas.
Quando se trata dos animais de estimação, algumas medidas devem ser adotadas,
tais como: manter em dia as vacinas, colocar coleiras anticarrapatos e utilizar repelentes,
cuja orientação adequada para cada animal deve ser indicada por um médico veterinário.
Em bovinos, algumas medidas podem ser adotadas, tais como:
2.2 BABESIOSE
2.2.3.1. Subclínica
2.2.3.2. Aguda
2.2.3.3. Hiperaguda
2.2.4. Diagnóstico
2.2.6. Prevenção
2.3 BORRELIOSE
Segundo Melendez et al. (2014), o pesquisador Willy Burgdorfer foi quem isolou o
agente etiológico da doença e destacou quais eram os animais preferenciais para sua
instalação:
2.3.3. Diagnóstico
Penicilina;
Tetraciclina;
Macrólido;
Cefalosporinas de 2ª e 3º geração.
Sabe-se que no Brasil, aproximadamente 44% dos domicílios possuem pelo menos
um cachorro, contemplando cerca de 29 milhões de residências. A título de exemplo,
especificamente na região centro-oeste do país, segundo os dados disponibilizados, esta
encontra-se classificada em segundo lugar na média nacional.
Esses dados bastante significativos quanto a presença de animais no ambiente
domiciliar, vem remeter à necessidade de se prestar atenção nas patologias por eles
transmitidas, dentre as quais está a erliquiose, uma das principais doenças infecto-
contagiosas, também conhecida como Pancitopenia Canina Tropical, Febre Hemorrágica
Canina ou Tifo Canino. Atualmente essa patologia é denominada de Erliquiose Tropical
Canina, sendo a mesma causada por uma bactéria da ordem Rickettsiales e do gênero
Ehrlichia spp., um parasita intracelular obrigatório de células sanguíneas, não importando
se as mesmas se encontrem no estágio maturo ou imaturo.
Quando se trata especificamente da erliquiose canina, a espécie da bactéria
envolvida nessa patologia que acomete os cães é a Ehrlichia canis, nome dado em
homenagem ao bacteriologista alemão Paul Ehrlich. Sua forma de transmissão para os
cães (ou ainda aos lobos, raposas e chacais) dá-se por meio da picada de carrapatos da
espécie Rhipicephalus sanguineus sensu lato (s.l.), ou carrapatos marrons dos cães, que
por sua vez se contaminam quando picam um primeiro cachorro já parasitado e assim
2.4.2.1. Aguda
Após o animal ter sido picado pelo carrapato vetor já infectado, haverá um período
de incubação da bactéria, que pode variar de 7 a 21 dias, quando a bactéria se multiplicará
e quando o organismo do hospedeiro estará envolvido com as estratégias de defesa na
tentativa de se livrar da doença e, consequentemente, da bactéria. Cabe ressaltar ainda
que esse pode ser um período em que a doença não tenha ainda se manifestado,
clinicamente falando, visto os sinais serem muito leves ou até mesmo inespecíficos, e que
incluem: apatia, sangramentos pontuais, perda de apetite. No entanto, por meio de exames
clínicos laboratoriais poder-se-á notar alterações importantes nos parâmetros sanguíneos,
inclusive na diminuição do número de células da linhagem branca do sangue.
No caso do organismo hospedeiro do carrapato não conseguir debelar a doença, por
meio da eliminação da bactéria de seu sistema, os sinais clínicos tenderão a ficar cada vez
mais evidentes, fato esse que dar-se-á num período de uma a três semanas após a
infecção.
Assim, de forma geral, os principais sintomas que poderão ser detectados nos
organismos infectados pela bactéria na fase aguda da doença compreendem:
Febre;
Fraqueza;
Dispneia (dificuldade de respirar);
Redução do apetite ou anorexia;
Perda de peso;
Depressão;
Surgimento de manchas na pele (petéquias e equimoses);
2.4.2.2. Subclínica
Essa é considerada ser uma fase com características assintomáticas. Nessa etapa
da evolução da doença, a bactéria persiste no organismo do animal e os títulos de
anticorpos no mesmo são ainda elevados. Esse cenário poderá persistir durante anos, o
que poderá ser monitorado através de exames de sangue, quando alterações poderão ser
constatadas, não ficando, no entanto, evidentes as manifestações clínicas.
Estudos realizados com animais que se encontravam nessa fase da doença,
indicaram a possibilidade de ocorrência de alguns tipos de complicações, dentre as quais:
depressão, hemorragias, surgimento de edemas de membros, perda de apetite e ainda a
palidez das mucosas. Os resultados também sugeriram que nesta fase da doença seria
comum o animal infectado apresentar sinais muito semelhantes àqueles observados na
fase aguda, muito embora, com menor intensidade caracterizando assim a presença de
apatia, e maior susceptibilidade a aquisição de infecções secundárias.
2.4.2.3. Crônica
2.4.3. Diagnóstico
2.4.4. Tratamento
Apesar da erliquiose ser uma doença severa e agressiva, tem se considerado que o
seu tratamento seja relativamente simples, consistindo basicamente na administração de
antibióticos, muito embora a melhor estratégia resida no fato de se tentar evitar que a
doença se instale, preservando dessa forma os animais.
Os estudos que tratam desta temática indicam que durante todo o período em que o
animal se encontra em tratamento que o proprietário não ofereça nem leite e nem seus
derivados ao animal infectado, uma vez que esses produtos interagem com o antibiótico
diminuindo ou inibindo sua ação.
A constante diminuição das áreas de matas naturais dentro das propriedades rurais
vem sendo um importante motivo para o maior impacto ambiental, uma vez que além de
comprometer o solo, nascentes e leitos fluviais acaba desabrigando inúmeras espécies de
animais silvestres que, com maior constância tem migrado para os centros urbanos, muitas
vezes em busca de alimento e de abrigo. Esta migração transitória, da zona rural para os
centros urbanos, como por exemplo dos gambás, de pequenos roedores, das raposas, das
antas e das capivaras, acaba tornando-se motivo de atenção e de grande preocupação do
ponto de vista da saúde pública, visto que estes animais são considerados potenciais
reservatórios para os vetores de inúmeras doenças infecciosas tais como Dengue, Febre
Amarela, Zika, Chikungunya, Leptospirose e Febre Maculosa (FM).
A Febre Maculosa é uma doença infecciosa aguda, estreitamente relacionada ao
meio ambiente humano, com incidência em ascensão e de sério risco epidemiológico
principalmente devido à alta taxa de letalidade quando não tratada adequadamente.
Diversos estudos epidemiológicos em quase todos os continentes, já relataram casos de
pacientes ao redor do mundo que contraíram tal infecção, exceção feita nas regiões da
Antártida, porém com maiores incidências nos países ocidentais, particularmente, Estados
Unidos, México, Costa Rica, Colômbia, Brasil e Argentina (LABRUNA, 2004).
A FM foi descrita pela primeira vez no final do século XIX, por Howard Taylor Ricketts,
tendo sido encontrada numa região de cadeias montanhosas (Rocky Montain), nos Estados
Amblyomma aureolatum;
Amblyomma dubitatum;
Amblyomma ovale;
Amblyomma sculptum (Amblyomma cajennense sensu lato).
2.5.2. Epidemiologia
2.5.3. Transmissão
Os sintomas mais comuns que podem ser observados no caso da infecção pela FM
incluem:
2.5.6. Diagnóstico
Evitar que a contaminação por patógenos ocorra seria o melhor modo de prevenir a
instalação desse tipo de doença. Assim, segundo os órgãos reguladores da saúde pública
as orientações indicam:
2.6.1. Epidemiologia
Essa doença infecciosa tem histórico subclínico por não apresentar sintomas bem
definidos. Quando estes surgem, geralmente podem também estar associados a patologias
imunossupressoras pré-existentes, com altas taxas de morbidade e mortalidade entre os
caninos, principalmente das áreas rurais.
Ela foi primeiramente reportada em 1905, na Índia. No Brasil, os primeiros estudos
epidemiológicos dataram de 1976, por meio da publicação de diversos artigos científicos
que apontaram o H. canis como sendo o principal agente etiológico da hepatozoonose
canina. Ainda no Brasil, sua prevalência é muito variável e está estreitamente relacionada
2.6.2. Transmissão
2.6.4. Diagnóstico
Dipropionato de imidocarb;
Toltrazuril;
Clindamicina;
Doxiciclina;
Diminazeno;
Primaquina;
Tetraciclinas;
Trimetoprim-sulfonamida.
Segundo Nelson & Couto (2015) nenhum fármaco até agora disponível foi capaz
promover a eliminação completa dos protozoários das células leucocitárias do hospedeiro.
Desta forma, a recorrência de recidivas ainda continua sendo motivo de constante
vigilância.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
4. REFERÊNCIAS
ALMEIDA, R.A.M.B., FERREIRA, M.A., BARRAVIERA, B., HADDAD JR, V. The first
reported case of human tick paralysis in Brazil: a new induction pattern by immature stages.
The Journal of Venomous Animals and Toxins including Tropical Diseases, v. 18, n.4,
p. 459-461, 2012.
ALMOSNY, N.R.P. Hemoparasitoses em pequenos animais domésticos e como
zoonoses. 1ª ed. L. F. Livros, 2002.
Francinea Alves Fonseca Souza1,2, Bianca Moreira Silva1, Saulo Henrique Weber2,
Gervásio Henrique Bechara2
1.Dexter Latina Indústria e Comércio de Produtos Químicos, São José dos Pinhais, Paraná, Brasil;
2.Escola de Ciências da Vida, Programa de Pós-graduação em Ciência Animal, Pontifícia Universidade
Católica do Paraná-PUCPR, Curitiba, Paraná, Brasil.
RESUMO
O carrapato do cão Rhipicephalus sanguineus é um ectoparasita hematófago obrigatório
pertencente ao filo Artropopoda, classe Aracnida, família Ixodidae e subfamília
Rhipicephalinae. De distribuição cosmopolita, é a espécie de carrapato mais comumente
encontrada em cães domésticos, sendo vetores de Babesia canis, Ehrlichia canis,
Hepatozoon canis e Rickettsia rickettsii, dentre outros biopatógenos. Atualmente, os
carrapatos têm sido controlados por acaricidas químicos e, em menor escala através de
produtos botânicos, biológicos e vacinas. Recentemente, avaliamos de forma comparativa
pelo teste do pacote de larvas (TPL), a eficácia entre quatro concentrações do ingrediente
ativo (i.a.) de espinosade (20, 40, 80 e 120 μg i.a.) e indoxacarbe (70, 140, 280, 420 μg i.a.)
no controle do carrapato do cão R. sanguineus. A mortalidade larval induzida pelo
espinosade foi significativamente maior do que a do Indoxacarbe nas concentrações a partir
de 40,0 μg i.a., todavia este último precisa ser testado em concentrações mais altas para
alcançar eficácia acima de 90%.
Palavras-chave: Pacote de larvas, Controle de carrapato e Acaricida químico
ABSTRACT
The brown dog tick Rhipicephalus sanguineus is a mandatory hematophagous ectoparasite
belonging to the phylum Artropopoda, class Aracnida, family Ixodidae and subfamily
Rhipicephalinae. Of cosmopolitan distribution, it is the tick species most commonly found in
urban dogs, being vectors of Babesia canis, Ehrlichia canis, Hepatozoon canis and
Rickettsia rickettsii, among other biopathogens. Currently, ticks have been controlled by
chemical mites and, to a lesser extent, by botanical, biological and vaccine products.
Recently, we compared the larval pack test (LPT) comparatively, the effectiveness between
four concentrations of the active ingredient (a.i.) of spinosad (20, 40, 80 and 120 μg a.i.) and
indoxacarb (70, 140, 280, 420 μg a.i.) in the control of the tick of the dog R. sanguineus.
Larval mortality induced by spinosad was significantly higher than that of Indoxacarb at
1. INTRODUÇÃO
1.1 ERLIQUIOSE
1.2 BABESIOSE
1.3.1 Amitraz
Composto utilizado desde o final dos anos 60, tem ação octopaminérgica que é
semelhante à ação adrenérgica em mamíferos ao causar estimulação de monoamina
oxidase e da proteína G pela ligação aos receptores de octopamina, induzindo a síntese de
cAMP e cGMP com alteração da fisiologia intracelular.
Compostos que não possuem ação no sistema nervoso, agem por inibição da
fosforilação oxidativa. Utilizados como anti-helmínticos, especialmente nematódeos
gastrointestinais e podem ser eficazes contra artrópodes hematófagos. O butóxido de
piperonil, um inibidor da oxidase, utilizado como sinergista para piretróides encontrados em
algumas formulações inseticidas / acaricidas, é pouco empregado em fármacos de uso
veterinário.
1.3.10 Isoxazolinas
2. RELATO DE CASO
O médico veterinário tem disponível uma série de moléculas com ação sobre os
carrapatos, permitindo eleger fármacos com diferentes modos de ação, formas
farmacêuticas, vias de administração e biodisponibilidades. Além disso, os compostos
carrapaticidas sintéticos têm efeito inicial rápido e, a associação entre moléculas, tempo de
uso, vazio sanitário e tratamento no ambiente, permitem estender o prazo de inocuidade
carrapaticida nos cães por meses e em casos urbanos até o controle permanente da
infestação. Protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas podem ainda incorporar vacinas,
medicamentos, promotores de crescimento e suplementos alimentares para mitigar danos
causados por doenças transmitidas por carrapatos (DTCs) em animais e humanos, que
associados as novas tecnologias disponíveis em controle e diagnósticos garantem a
assertividade do tratamento.
4. REFERÊNCIAS
CHANDRA, S.; et al. The brown dog tick Rhipicephalus sanguineus sensu Roberts, 1965
across Australia: Morphological and molecular identification of R. sanguineus. l.tropical
lineage. Ticks and Tick-borne Diseases, v.11, n.1, p.e101305, 2020.
COLES T. B.; DRYDEN M.W. Insecticide/acaricide resistance in fleas and ticks infesting
dogs and cats. Parasites & Vectors, v.7, p.e8, 2014.
DANTAS-TORRES, F.; LATROFA, M.S.; ANNOSCIA, G., GIANNELLI, A.; PARISI, A.;
OTRANTO, D. Morphological and genetic diversity of Rhipicephalus sanguineus sensu lato
from the New and Old Worlds. Parasitology & Vectors, v.6, p.e213, 2013.
JONES, E.O.; GRUNTMEIR, J.M.; HAMER, S.A.; LITTLE, S.E. Temperate and tropical
lineages of brown dog ticks in North America. Veterinary Parasitology, v.7, p.58-61, 2017.
LABRUNA, M.B.; FUGISAKI, E.Y.M PINTER, A.; DUARTE, J.M.B.; SZABÓ, M.J.P. Life
cycle and host specificity of Amblyomma triste (Acari: Ixodidae) under laboratory conditions.
Experimental and Applied Acarology, v. 30, n. 3, p. 305-316, 2003.
LOW, V.L.; PRAKASH, B.K. First genetic characterization of the brown dog tick
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NAVA, S.; BEATI, L.; et al. Rhipicephalus sanguineus (Latreille, 1806): Neotype designation,
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OLIVEIRA, P.R,; CALLIGARIS, I.B.; ROMA, C.G.C.; BECHARA, G.H.; PIZANO, M.A.;
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ZEMTSOVA, G.E.; APANASKEVICH, D.A.; REEVES, W.K.; HAHN, M.; SNELLGROVE, A.;
LEVIN, M.L. Phylogeography of Rhipicephalus sanguineus sensu lato and its relationships
with climatic factors. Experimental Applied Acarology, v.69, p.191-203, 2016.
Carla Juliana Ribeiro Dolenga1,2, Alan dos Anjos1,2, Ursula Yaeko Yoshitani2,
Marcelo Beltrão Molento1,2
RESUMO
O carrapato Rhipicephalus microplus é um ectoparasita cosmopolita que causa graves
problemas ao bem-estar de bovinos. O diagnóstico para determinar a eficácia de produtos
para o controle deste parasito, pode ser feito com testes in vitro. O objetivo desse trabalho
foi verificar a eficácia de Diclorvós e Cipermetrina; Deltametrina; Cipermetrina, Clorpirifós e
Citronelal; e Amitraz in vitro e associar com dados de diferentes sistemas de manejo.
Fêmeas adultas do carrapato foram coletadas em três fazendas no Paraná, uma intensiva
de bovinos leite (LEI), uma intensiva de bovinos de corte (COR) e uma agroecológica de
bovinos de leite (AGRO). Testes in vitro foram realizados para comparar a postura dos ovos
(teste de imersão em adultos – TIA) e o teste de eclodibilidade de ovos (TEO), em triplicata.
O manejo sanitário, com produtos químicos (LEI e COR) e sem o seu uso (AGRO) foram
considerados nas análises. A eficácia no TIA foi de, LEI: 20, 20, 33 e 67%, COR: 10, 10, 60
e 80%, e AGRO: 37, 77, 100 e 90%, e para o TEO foi, LEI: 20, 52, 87 e 82%, COR: 20, 23,
33 e 48%, e AGRO: 87, 87, 100 e 100%, para os produtos descritos acima,
respectivamente. A eficácia em AGRO foi alta para todos os produtos testados, refletindo
15 anos sem o uso de acaricidas sintéticos. Este fato demonstra uma significativa ausência
de pressão seletiva sobre a população de carrapatos, permitindo uma diluição fenotípica
para a susceptibilidade de medicamentos de diferentes grupos químicos. O uso dos testes
in vitro anualmente garante o diagnóstico da resistência e permite a indicação correta de
produtos eficazes pelo tempo que for necessário.
Palavras-chave: Testes in vitro, Fêmeas adultas, Resistência parasitária e Bovinos.
ABSTRACT
The tick Rhipicephalus microplus is a cosmopolitan ectoparasite that causes great welfare
problems in cattle. The in vitro test is used to determine the efficacy of products in the
parasite populations. The objective of this work was to verify the effectiveness of Dichlorvos
and Cypermethrin; Deltamethrin; Cypermethrin, Chlorpyrifos and Citronelal; and Amitraz,
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAL E MÉTODO
Os dados obtidos para as três propriedades (AGRO, COR e LEI) foram analisadas
com o software R Core Team (2019). Os pressupostos, dentre eles, de homogeneidade das
variâncias e a normalidade foram avaliados pelo teste de Barlett e pelo método de Shapiro-
Wilk, respectivamente. Modelos de regressão linear foram desenvolvidos para avaliar a
variação estatística entre as eficácias dos produtos testados para cada fazenda. A análise
de resíduos, normalidade e o coeficiente de determinação (R²) foram realizadas para
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 RESULTADOS
Tabela 1. Eficácia acaricida média com desvio padrão* nas propriedades** avaliadas, em
cada etapa do biocarrapaticidograma#.
Proprie- Produtos***
Teste Média
dades CN P1 P2 P3 P4
± DP
AGRO 3±6 aC 37 ± 40 aBC 77 ± 6 aAB 100 ± 0 aA 90 ± 0 aA 61 ± 10
TIA COR 20 ± 10 aB 10 ± 0 aB 10 ± 10 bB 60 ± 0 bA 80 ± 26 aA 36 ± 9
LEI 10 ± 10 aB 20 ± 10 aB 20 ± 26 bB 33 ± 12 cAB 67 ± 21 aA 30 ± 16
AGRO 12 ± 8 aB 87 ± 15 aA 87 ± 14 aA 100 ± 0 aA 100 ± 0 aA 77 ± 7
TEO COR 12 ± 3 aA 20 ± 0 bA 23 ± 3 bA 33 ± 12 bA 48 ± 45 aA 27 ± 13
LEI 17 ± 8 aD 20 ± 9 bCD 52 ± 24 abBC 87 ± 8 aA 82 ± 6 aAB 52 ± 11
AGRO 0±0 aB 86 ± 16 aA 98 ± 1 aA 100 ± 0 aA 100 ± 0 aA 77 ± 3
Eficácia
COR 0±0 aA 11 ± 1 bA 14 ± 5 bA 26 ± 13 bA 56 ± 46 aA 21 ± 13
Geral
LEI 0±0 aC 6 ± 5 bBC 41 ± 29 bB 84 ± 9 aA 81 ± 11 aA 42 ± 11
* Letras minúsculas representam as variações estatísticas (p<0.05) entre propriedades (linhas), para cada teste isolado, enquanto as
letras maiúsculas demonstram as diferenças entre produtos (colunas). **AGRO: agroecológica, COR: corte, e LEI: leite. *** CN: controle
negativo, P1: diclorvós 45% + cipermetrina 5%, P2: deltametrina 2,5%, P3: cipermetrina 15% + clorpirifós 25% + citronelal 1%, e P4:
amitraz 12,5%. #TIA: teste de imersão de adultos, TEO: teste de eclosão de ovos e eficácia geral.
3.2 DISCUSSÃO
Os dados obtidos neste estudo mostraram uma grande variação na eficácia dos
diferentes acaricidas em bovinos, sob manejo distinto. O principal fator para essas
diferenças foi o sistema adotado pelas fazendas: agroecológico, com tratamento orgânico
ou homeopático, e intensivo, com tratamento frequente e sequencial de acaricidas. Os
testes TIA e TEO, são regularmente utilizados para determinar a eficácia de produtos
acaricidas. Os dados revelaram as eficácias destes para cada uma das fazendas, indicando
diferentes perfis de sensibilidade nas diferentes etapas do biocarrapaticidograma. Essa
variação foi relatada por Higa et al. (2020), por apresentarem variação de eficácia geral
entre os tratamentos, com o uso de produtos isolados, como a cipermetrina (26,2%), ou na
4. CONCLUSÃO
5. AGRADECIMENTOS
6. REFERÊNCIAS
BRITO, L.G.; BARBIERI, S.B.; ROCHA, R.B.; OLIVEIRA, M.S.; RIBEIRO, E.S. Evaluation
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João Silvestre da Silva Neto1, Roberto Alves Bezerra¹, Paulo Wbiratan Lopes da
Costa2, Vinícius Longo Ribeiro Vilela1,2, Thais Ferreira Feitosa¹
1. Instituto Federal da Paraíba (IFPB), Departamento de Medicina Veterinária, Sousa, Paraíba, Brasil;
2. Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Programa de Pós-Graduação em Ciência e Saúde
Animal, Patos, Paraíba, Brasil.
RESUMO
Ehrlichia spp. e Babesia spp. são os principais agentes causadores de hemoparasitoses
em cães no Brasil, sendo transmitidos pelo carrapato vermelho do cão (Rhipichephalus
sanguineus) e sua incidência, intimamente relacionada com a presença deste vetor no
ambiente. Os animais que desenvolvem a erquiliose e babesiose apresentam quadros
clínicos de anemia, trombocitopenia, apatia, anorexia, êmese e hemorragia. O diagnóstico
confirmatório é realizado através de exames complementares, como avaliação de
esfregaço sanguíneo em lâmina, reação em cadeia da polimerase (PCR) e teste rápido
imunocromatográfico. O objetivo desse estudo foi realizar o diagnóstico de
hemoparasitoses causadas por Ehrlichia spp. e Babesia spp. em animais atendidos no
Hospital Veterinário (HV) do IFPB, através da utilização de testes rápidos
imunocromatográficos anti-Ehrlichia canis e avaliação de esfregaços sanguíneos em
lâmina. Verificou-se que, dentre os 40 animais testados, 19 (47,5%) foram positivos para
hemoparasitoses em pelo menos um dos testes de diagnóstico, sendo 18 (45%) positivos
para E. canis e apenas um animal (2,5%) positivo para Babesia spp. Houve diferença
percentual entre sexos, na qual, fêmeas apresentaram-se mais prevalentes para Ehrlichia
spp. Concluiu-se que é elevada a casuística de hemoparasitoses em cães atendidos no
HV/ IFPB, sendo que a erliquiose apresentou-se como a mais frequente. O teste rápido
imunocromatográfico foi o método que apresentou maior eficácia para o diagnóstico de
erliquiose.
Palavras-chave: Imunocromatografia, Hemoparasitose e Rickettsiaceae.
ABSTRACT
Ehrlichia spp. and Babesia spp. are the main causative agents of hemoparasitosis in dogs
in Brazil, being transmitted by the dog red tick (Rhipichephalus sanguineus) and their
incidence, closely related to the presence of this vector in the environment. Animals that
develop erquiliosis and babesiosis have clinical signs of anemia, thrombocytopenia, apathy,
anorexia, emesis and hemorrhage. Confirmatory diagnosis is made through complementary
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODO
O animal em questão era uma fêmea, com 3 meses de idade, sem raça definida,
errante, para avaliação clínica, na qual, dentre outras alterações, foi levantada a suspeita
clínica para hemoparasitose, pois apresentava presença de carrapatos, linfoadenopatia de
linfonodos palpáveis, palidez de membranas mucosas, hiporexia, desidratação e letargia;
sinais clínicos esses que estão incluídos nos citados por Souza et al. (2012) e Nelson e
Couto (2015). Com a amostra da paciente em questão, foi realizado o teste rápido para
erliquiose, o qual concluiu como não reagente (negativo), e realizado o esfregaço
sanguíneo, que após observado em microscópico óptico, encontrou-se a mórula de
Ehrlichia spp. no interior de um neutrófilo, achado esse que segundo Silva (2015), fecha o
diagnóstico de maneira clara e definitiva. O teste rápido foi repetido após 7 dias do início
do tratamento, o qual também foi negativo.
Em apenas oito dos 19 cães positivos foi possível visualizar mórulas de Ehrlichia
spp. no interior de monócitos/linfócitos. O baixo número de positivos no esfregaço
sanguíneo em relação aos confirmados pelo teste rápido 44,4% (8/18), pode ser atribuída
a fase da doença que o animal se encontra, pois segundo Hibbler et al., (1986), a detecção
de mórulas de E. canis no esfregaço sanguíneo é incomum, exceto na fase aguda da
doença. Nelson e Couto (2015) cita ainda que há maiores chances de encontrar mórulas
em amostras provenientes de sangue periférico.
Nos 19 animais que foram positivos para Ehrlichia spp. ou Babesia spp., os sinais
clínicos encontrados também foram citados por Vidotto e Trapp (2004), Nakaghi et al.,
(2008), Chiari (2010), Souza et al., (2012) e Nelson e Couto (2015), sendo que os três
principais constatados foram presença de carrapatos (ixidiose), apatia e anorexia/hiporexia
(Tabela 2).
Tabela 2. Principais sinais clínicos apresentados pelos animais que foram positivos à
Ehrlichia spp. ou Babesia spp.
Sinal clínico Quantidade de animais Porcentagem
Presença de carrapatos 18 94,7%
Apatia 17 89,5%
Anorexia/Hiporexia 15 78,9%
Palidez de mucosas 14 73,7%
Êmese 11 57,9%
Hipertermia 9 47,4%
Linfoadenopatia 9 47,4%
Hemorragias 7 36,8%
Trombocitopenia 73,7%
Anemia 42,1%
Leucopenia 26,3%
Leucocitose 21,1%
A anemia encontrada nos animais positivos para Ehrlichia spp., corroboram com
Chiari (2010) quando cita que a anemia ocorre devido à leucopenia na fase aguda e à
hipoplasia da medula óssea na fase crônica. Para Vidotto e Trapp (2004), na babesiose
pode ser constada anemia hemolítica como principal achado nos animais.
5. REFERÊNCIAS
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n. 1, p. 1-12, 2011.
RESUMO
Análise das informações disponíveis revela que o surgimento da infecção pelo
Trypanosoma cruzi via transmissão oral tem caráter habitual no ciclo endêmico primitivo
desse parasito. Achados recentes revelaram em 2012 uma primeira morte por transmissão
oral de T. cruzi no Espírito Santo, Brasil, notificada em criança na área rural de Guarapari.
Nesse contexto, o presente estudo avaliou a presença de infecção natural por T. cruzi entre
cães de áreas rurais de Iconha, município localizado ao sul do Espírito Santo, Brasil.
Diagnóstico sorológico da infecção por T. cruzi foi realizado em cães residentes em
domicílios e peridomicílios notificados pela Secretaria de Vigilância Sanitária do Espírito
Santo com triatomíneos infectados por Trypanosoma spp. durante o período de 2014 a
2017. Havia 34 triatomíneos das espécies Triatoma vitticeps e Panstrongyllus geniculatus
previamente notificados como positivos para Trypanosoma spp. entre um total de 106
espécimes identificados como T. vitticeps, P. geniculatus, Panstrongyllus megistus e
Triatoma tibiamaculata. No total, 31 cães foram avaliados quanto à presença de infecção
por T. cruzi, dos quais nove residiam em domicílios e 22 eram pertencentes a famílias de
peridomicílios dos locais com triatomíneos positivos. Anticorpos específicos de T. cruzi
foram detectados em amostras sorológicas de 10 cães (32,26% de positividade). Nossos
resultados indicaram um novo e interessante achado do ciclo endêmico de T. cruzi no sul
do Espírito Santo, uma vez que porcentagem considerável de cães que vivem nas
proximidades de seres humanos foram detectados como importante reservatório de T. cruzi
para manutenção da infecção de triatomíneos.
Palavras-chave: Trypanosoma cruzi, Diagnóstico sorológico e Doença de Chagas canina.
ABSTRACT
Analysis of available information reveals that emergence of Trypanosoma cruzi infection by
oral transmission has a habitual character in the primitive endemic cycle of this parasite.
Recent findings revealed in 2012 a first death by oral transmission of T. cruzi in Espírito
Santo state, Brazil, notified in a child from a rural area of Guarapari. In this context, the
present study proposes to evaluate the presence of natural T. cruzi infection amongst dogs
1. INTRODUÇÃO
Os soros dos cães foram obtidos através de coleta de sangue por punção da veia
cefálica. A coleta de sangue ocorreu no local de residência dos cães através da utilização
de material estéril e adequado ao peso e porte do animal (seringas descartáveis com
capacidade de 1mL, 3mL, 5mL ou 10mL e agulhas de calibre 0,55x20mm), com realização
de contenção adequada, assepsia do local (tricotomia e aplicação de álcool 70º com
algodão hidrófilo) e utilização de equipamento de proteção individual (luvas de
procedimento, óculos de proteção e vestimenta).
A centrifugação do material para obtenção do soro foi realizada com o auxílio da
centrífuga Bio Eng BE6000 no laboratório de análises infectocontagiosas da Vigilância
Epidemiológica do munícipio de Iconha, Espírito Santo. Os soros foram separados em tubos
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 RESULTADO
3
Absorbância (nm)
2
ponto de corte
0
Reagentes Limítrofes Não reagentes
60
Percentual de cães
50
40
30
20
10
0
Postivos Limítrofe Negativos
3.3 DISCUSSÃO
4. CONCLUSÃO
5. AGRADECIMENTOS
6. REFERÊNCIAS
BARR, S.C.; VAN BEEK, O.; CARLISLE-NOWAK, M.S.; LOPEZ, J.W.; KIRCHHOFF, L.V.;
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RESUMO
O Trypanosoma cruzi é um protozoário comum na América Latina, causador da doença de
Chagas em humanos e capaz de infectar várias outras espécies de mamíferos. Atualmente
a Amazônia brasileira apresenta o maior número de surtos da doença e estudos para avaliar
a transmissão do parasito neste bioma são necessários para entender a participação de
distintas espécies de mamíferos como reservatórios. Este capítulo tem como objetivo
apresentar uma revisão bibliográfica sobre a importância de cães no ciclo de transmissão
do protozoário em diferentes estados brasileiros, a partir da procura de termos em bancos
de dados eletrônicos. Ceará, Pará e Tocantins são considerados áreas de risco para a
Tripanossomíase Americana canina. Estudos na região norte do Brasil devem ser
ampliados devido à baixa quantidade de levantamentos epidemiológicos e uma
determinada área pode ser monitorada periodicamente se for considerada em risco. O
papel do cão no ciclo de transmissão do T. cruzi no ambiente doméstico permanece incerto.
Palavras chave: Doença de chagas, Tripanossomíase e Zoonose.
ABSTRACT
Trypanosoma cruzi is a common protozoan in Latin America, which causes Chagas disease
in humans and is capable of infecting several other species of mammals. Currently ,the
Brazilian Amazon has the largest number of outbreaks of the disease and studies to
evaluate the transmission of the parasite in this biome are necessary to understand the
participation of different species of mammals as reservoirs. This chapter aims to present a
bibliographic review on the importance of dogs in the protozoan transmission cycle in
different Brazilian states, based on the search for terms in electronic data bases. Ceará,
Pará and Tocantins are considered areas of risk for canine American trypanosomiasis.
Studies in the northern region of Brazil should be expanded due to the low number of
epidemiological surveys and a risk area can be monitored periodically. The role of the dog
in the T. cruzi transmission cycle in the domestic environment remains uncertain.
Keywords: Chagas disease, Tripanossomiasis and Zoonosis.
2. MATERIAIS E MÉTODO
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Vinte e três ensaios sorológicos de T. cruzi foram realizados para detectar cães
brasileiros naturalmente infectados. Treze (13/23; 56,52%) estudos realizaram pelo menos
duas metodologias diferentes para T. cruzi e onze investigaram também anticorpos anti-
Leishmania spp. Considerando isso, o alcance da exposição do T. cruzi em cães brasileiros
é de 4,08-53%. Vinte e uma pesquisas sorológicas aplicaram ensaios para Leishmania.
4. CONCLUSÃO
5. REFERÊNCIAS
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2018.
RESUMO
Leishmania spp. são um grupo de protozoários parasitos obrigatórios, aonde estão
incluídas algumas espécies que são agentes etiológicos de importantes doenças
conhecidas como leishmanioses. As leishmanioses constituem um grande problema de
Saúde Pública em vários países tropicais e subtropicais, incluindo o Brasil. A forma clínica
mais grave da doença, conhecida como leishmaniose visceral (LV), é causada pelo agente
etiológico Leishmania (Leishmania) infantum, transmitida no Brasil por vetores do gênero
Lutzomyia, e tendo o cão como o principal reservatório no ambiente urbano. Atualmente,
está claro, que os gatos também podem ser infectados por parasita do gênero Leishmania,
entretanto, a infecção geralmente ocorre sem manifestações clínicas, o que pode dificultar
a obtenção de dados epidemiológicos da doença nessa espécie. Métodos moleculares e
sorológicos vem sendo utilizados no diagnóstico da infecção nos felinos, contudo, os
resultados ainda são muito diversos e difíceis de serem comparados. Desde a primeira
evidência da transmissibilidade de L. (L.) infantum ao vetor flebotomíneo, a partir de gatos
domésticos, por xenodiagnóstico, o gato passou a ser considerado um potencial
reservatório da doença em regiões endêmicas de LV. Gatos naturalmente infectados e com
sintomatologia sugestiva de leishmaniose felina (LF) como alterações dermatológicas,
aumento de linfonodos e magreza foram capazes de transmitir L. (L.) infantum ao vetor
Lutzomyia (Lutzomyia) longipalpis. Todavia, o real papel dessa espécie na cadeia
epidemiológica da LV, ainda não é totalmente conhecido.
Palavras-chave: Gatos, Leishmaniose visceral e Leishmania infantum
ABSTRACT
Leishmania spp. are a group of obligatory parasitic protozoa, including some species that
are etiologic agents of important diseases known as leishmaniases. Leishmaniases are a
1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 EPIDEMIOLOGIA
Mello (1940) 1940 PA Zona do Aurá D 1 Parasitológico Presente - - 100% Leishmania spp.
RIFI;
Sherlock (1996) 1996 BA Jacobina - 53 Presente 0% - 1,88% Leishmania spp.
Parasitológico
Passos et al. Belo PCR; Leishmania
1996 MG D 1 Presente - 100% 100%
(1996) Horizonte Parasitológico (Viannia) spp.
Simões-Mattos et
2001 CE Fortaleza A 84 ELISA - 10,70% - - L. infantum
al. (2001)
Schubach et al.
2004 RJ Rio de Janeiro D 2 Parasitológico Presente - - 100% L. braziliensis
(2004)
RIFI; PCR;
Savani et al. (2004) 2004 SP Cotia D 1 Presente 100% 100% 100% L. infantum
Parasitológico
Campo
Souza et al. (2005) 2005 MS D 1 Parasitológico Presente - - 100% L. amazonensis
Grande
Silva et al. (2008) 2008 RJ Rio de Janeiro D 8 RIFI; PCR Ausente 25% 25% - L. infantum
Silva et al. (2014) 2014 PE Petrolina A/D 153 ELISA Presente 3,90% - - L. infantum
RIFI;
Costa et al. (2014) 2014 RN Natal - 52 - 3,80% - 0% L. infantum
Parasitológico
Oliveira G. et al. 4,06% -
2015 PA Belém D 443 DAT; RIFI - - - Leishmania spp.
(2015) 5,64%
Oliveira T. et al. Ilha Solteira; 13,50
2015 SP A 52 PCR Ausente - - Leishmania spp.
(2015) Pirassununga %
Figueiredo et al. RIFI; ELISA; 14,7% -
2016 RJ Rio de Janeiro D 34 Presente - 8,82% L. braziliensis
(2016) Parasitológico 20,6%
Metzord et al. Campo PCR;
2017 MS A/D 100 Presente - 6% 4% L. infantum
(2017) Grande Parasitológico
Londrina;
15,8% - Leishmania spp.
Matos et al. (2018) 2018 PR Telêmaco A/D 679 ELISA; RIFI - - -
43,4% .
Borba
Rocha et al. (2019) 2019 MA São Luís D 105 RIFI; PCR Presente 30,48% 8,60% - L. infantum
Headley et al.
2019 MT Cuiabá D 2 Parasitológico Presente - - 100% Leishmania spp.
(2019)
Bezerra et al.
2019 RN Mossoró D 91 RIFI; PCR Presente 15,38% 0% - Leishmania spp.
(2019)
Pedrassani et al. RIFI; PCR;
2019 SC Canoinhas D 30 Ausente 6,60% 0% 0% Leishmania spp.
(2019) Parasitológico
ELISA; RIFI;
15,06% -
Silva (2019) 2019 SP Ilha Solteira A 166 PCR; Presente 3,61% 2,41% L. infantum
53,61%
Parasitológico
ELISA; RIFI; 29,8% -
Leonel et al. (2020) 2020 SP Ilha Solteira A 94 - 0% - Leishmania spp.
PCR 32,0%
Legenda: (A) Abrigo; (D) Domiciliado; (RIFI) Reação de Imunofluorescência Indireta; (PCR) Reação em
Cadeia pela Polimerase; (ELISA) Ensaio Imunoenzimático ligado à Enzima; (DAT) Teste de Aglutinação
Direta; (MAT) Teste de Aglutinação Modificado.
Assim como ocorre na leishmaniose visceral canina (LVC), os gatos infectados por
L. (L.) infantum podem não apresentar sinais clínicos da doença durante anos ou mesmo
2.3 DIAGNÓSTICO
2.4 XENODIAGNÓSTICO
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As pesquisas recentes mostram que os gatos domésticos sofrem com a infecção por
diferentes espécies de Leishmania spp., dentre elas L. (L.) infantum, agente etiológico da
LV. Uma vez que sofrem com a doença clínica causada por esse parasito e podem
transmiti-lo aos vetores competentes, os gatos não só não são apenas hospedeiros
acidentais, como podem fazer parte da cadeia de transmissão do agente. O diagnóstico da
infecção nessa espécie pode ser feito por técnicas parasitológicas, sorológicas e
moleculares, mas o ideal é a combinação de mais de uma forma de diagnóstico, para uma
maior acurácia.
4. REFERÊNCIAS
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p.2055116916630002, 2016.
Trícia Maria Ferreira de Sousa Oliveira1,4, João Augusto Franco Leonel1, Julio Cesar
Pereira Spada2, Diogo Tiago da Silva2,5, Nuno Wolfgang Balbini Pereira1, Rodrigo
Martins Soares1, Wilma Aparecida Starke-Buzetti3
RESUMO
As leishmanioses são doenças causadas por protozoários flagelados do gênero Leishmania
com capacidade de infectar diversas espécies de mamíferos. Dessa forma, em seu padrão
de transmissão zoonótico, essas doenças possuem diversos tipos de hospedeiros silvestres
e domésticos. Quase um século após o primeiro caso de equino infectado por Leishmania
spp. na América Latina ter sido relatado, casos de equídeos infectados por esses
protozoários têm sido reportados em vários estados brasileiros. No Brasil, casos de
leishmaniose em equídeos foram associados à infecção por Leishmania (Leishmania)
braziliensis e Leishmania (Leishmania) infantum (agentes etiológicos de leishmaniose
cutânea e visceral em seres humanos, respectivamente). A infecção por Leishmania spp.
em equídeos, na maioria das vezes, não apresenta sinais clínicos, mas alguns animais
infectados podem manifestar lesões cutâneas. Com apenas um estudo de xenodiagnóstico
realizado, jumentos (Equus asinus) foram capazes de superar a infecção experimental por
L. (L.) infantum, não transmitindo, em condições laboratoriais, o parasita ao vetor
competente de leishmaniose visceral (LV) no Brasil, Lutzomyia (Lutzomyia) longipalpis.
Palavras-chave: Equídeos, Equus spp. e Leishmanioses
ABSTRACT
Leishmaniases are a group of diseases caused by flagellate protozoa of the Leishmania
genus, capable of infecting several species of mammals. Thus, in zoonotic transmission
pattern, theses parasites have different wild and domestic hosts. A century after the first
case of horses infected by Leishmania spp. in Americas reported, cases of equids infected
by protozoa have been reported in several Brazilian states. In Brazil, cases of leishmaniasis
1. INTRODUÇÃO
2.1 EPIDEMIOLOGIA
Vexenat et al.
1986 BA Valença E. asinus 1 Parasitológico Presente - - 100% L.braziliensis
(1986)
Aguilar, Rangel e Nova E. asinus
1986 RJ 26 Parasitológico Presente - - 30.8% Leishmania spp.
Deane (1986) Iguaçu caballus
Falqueto,
Santa L. braziliensis
Varejão e Sessa 1987 ES E. caballus 14 Parasitológico Presente - - 7,14%
Leopoldina complex
(1987)
Aguilar et al. Nova
1987 RJ - 1 Parasitológico Presente - - 100% L. braziliensis
(1987) Iguaçu
Oliveira-Neto et Nova
1988 RJ - 26 Parasitológico Presente - - 30,8% L. braziliensis
al. (1988) Iguaçu
Legenda: (RIFI) Reação de Imunofluorescência Indireta; (PCR) Reação em Cadeia pela Polimerase; (ELISA)
Ensaio Imunoenzimático ligado à Enzima; (DAT) Teste de Aglutinação Direta; (PCRq) PCR em tempo real.
A infecção por Leishmania spp. em equídeos pode não apresentar sinais clínicos,
como também é capaz de produzir uma variedade de lesões cutâneas (SOARES et al.,
2013). Müller et al. (2009) e Limeira et al. (2019), descrevem a sintomatologia da doença
nesses animais, como pápulas ou nódulos isolados e/ou múltiplos que evoluem para
úlceras com a presença de crostas, alopecia, exsudato e prurido devido ao processo
inflamatório. Na maior parte das vezes, as lesões estão presentes na cabeça, orelha,
pescoço, tórax, abdômen, escroto e membros, regiões em que há poucos ou nenhum pelo,
o que facilita o acesso do vetor (LIMEIRA et al., 2019). Reforçando esses dados, Soares
(2012) encontrou lesão ou alteração dermatológica como nódulo ou alopecia em equinos.
No estudo de Spada (2019), magreza, alopecia local e lesões cutâneas crostrosas e/ou
com pústulas apesar de observadas, não foram correlacionadas com a soropositividade
dos cavalos. De modo geral, todos os relatos da doença nos equinos são relacionados a
lesões cutâneas com pouca frequência de visceralização, independentemente da espécie
infectante (FERNÁNDEZ-BELLON; SOLANO-GALLEGO; BARDAGÍ, 2006; LIMEIRA et al.,
2019). Sendo assim, qualquer lesão pápulo-nodular e/ou ulcerada deve ser considerada no
diagnóstico diferencial de leishmaniose nos equídeos vivendo ou procedentes de áreas
endêmicas (SOARES et al., 2013).
Poucos são os estudos sobre a leishmaniose em equinos, e sua correlação com os
exames hematológicos. Para a leishmaniose visceral canina (LVC), os achados mais
constantes são anemia normocítica, normocrômica e não regenerativa (REIS et al., 2006).
Hiperproteinemia e trombocitopenia em cães e gatos reagentes também já foram
reportados (MEDEIROS et al., 2008; SILVA, 2019). No trabalho de Spada (2019), a análise
dos valores médios e desvio padrão dos índices hematológicos não mostrou valores fora
dos padrões de referência para a espécie, independente do status sorológico e/ou
molecular para Leishmania spp. Esses dados diferem do encontrado por Soares (2012),
que verificou nos grupos de animais soropositivos maiores índices no hematócrito, volume
globular médio (VGM) e hemoglobina corpuscular média (HCM), demostrando
característica regenerativa. Na LVC, é comum o comprometimento renal levando à
proteinúria e aumento sérico de ureia e creatinina (ETTINGER; FELDMAN; 2004),
entretanto essas alterações não foram relacionadas aos equinos positivos para Leishmania
spp. em exames sorológicos e/ou moleculares (SPADA, 2019).
2.3 DIAGNÓSTICO
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
ACOSTA, I.C.L.; COSTA, A.P.; GENNARI, S.M.; MARCILI, A. Survey of Trypanosoma and
Leishmania in wild and domestic animals in an atlantic rainforest fragment and surroundings
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Brasília, 2017.
1. Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO), Faculdade de Medicina Veterinária, Teresópolis, Rio
de Janeiro, Brasil;
2. Universidade Federal Fluminense (UFF), Programa de Pós Graduação em Medicina Veterinária, Niterói,
Rio de Janeiro, Brasil;
3. Universidade Federal Fluminense (UFF), Departamento de Microbiologia e Parasitologia, Instituto
Biomédico, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil;
RESUMO
A tricomoníase felina é uma infecção parasitária causada pelo protozoário Tritrichomonas
foetus, que habita o intestino grosso dos gatos domésticos. A doença se manifesta como
uma diarreia crônica e recorrente, acompanhada comumente de muco e sangue. O seu
diagnóstico é um desafio na clínica de pequenos animais, uma vez que o parasito não pode
ser detectado em exames parasitológicos realizados na rotina. O tricomonadídeo T. foetus
apresenta a forma evolutiva de trofozoíto, estrutura sensível e pouco resistente no
ambiente. Além disso, tal parasito é morfologicamente idêntico a outro protozoário que
acomete os felinos, o Pentatrichomonas hominis. Assim, preconiza-se que o diagnóstico
seja feito por meio do exame direto e/ou cultura fecal, com subsequente confirmação por
meio da identificação molecular (PCR e sequenciamento nucleotídico). Nas últimas
décadas, os relatos de tricomoníase felina em todo o mundo aumentaram
consideravelmente, porém eles devem ser analisados com cautela, uma vez que muitos
desses não foram confirmados por técnica de biologia molecular.
Palavras-chave: Tritrichomonas foetus, Tricomonadídeo e Diarreia;
ABSTRACT
Feline tricomonosis is a parasitic infection caused by the protozoan Tritrichomonas foetus,
wich colonizes portions of the large intestine of domestic cats. The disease manifests as
chronic and recurrent diarrhoea with mucus and fresh blood. The diagnosis is a challenge
in the small animal clinic, since the parasite cannot be detected in routine parasitological
exams. The trichomonad T. foetus presents the evolutionary form of trophozoite, sensitive
structure and little resistant in the environment. In addition, this parasite is morphologically
identical to another protozoan that affects cats, Pentatrichomonas hominis. Thus, it is
recommended that the diagnosis be made through direct examination and / or fecal culture,
with subsequent confirmation through molecular identification (PCR and nucleotide
sequencing). In recent decades, reports of feline trichomonosis worldwide have increased
considerably, but they must be analyzed with caution, since many of these have not been
confirmed by molecular biology technique.
Keywords: Tritrichomonas foetus, Tricomonad and Diarrhea.
2. REVISÃO DE LITERATURA
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
4. REFERÊNCIAS
Patricia Riddell Millar1, Igor Falco Arruda2, Bethânia Ferreira Bastos3, Otílio Machado
Pereira Bastos1, Maria Regina Reis Amendoeira2
RESUMO
A toxoplasmose é uma zoonose de distribuição mundial, causada pelo
protozoário Toxoplasma gondii, que parasita animais homeotérmicos. Os felídeos,
domésticos e silvestres, apresentam um papel fundamental na epidemiologia dessa
parasitose, uma vez que atuam como únicos hospedeiros definitivos do parasito, atuando
também como hospedeiros intermediários. A infecção pelo T. gondii pode ser
assintomática ou apresentar sintomatologia variada, inclusive podendo levar seus
hospedeiros a óbito. Porém, na maioria dos casos, o hospedeiro apresenta reação imune
significativa, celular e humoral, determinando a produção de anticorpos, tornando assim a
infecção crônica, assintomática. A soroprevalência da infecção, para humanos e felinos,
varia muito de acordo com a região, sendo influenciada por diversos fatores, como a
geografia do local, população estudada, hábitos de vida e técnica sorológica utilizada. Os
felídeos, quando atuam como hospedeiros definitivos, são os responsáveis pela produção
e disseminação de oocistos, com consequente perpetuação do T. gondii no meio ambiente
e na cadeia alimentar. No entanto, é importante esclarecer que existem outras formas do
homem se infectar, como por meio de ingestão de carne crua ou malcozida. Este correto
entendimento é fundamental para desmitificar o papel do gato como vilão, buscando o
estabelecimento de medidas eficazes de prevenção da infecção humana e de outros
animais. Assim, possibilita-se a redução da transmissão pelo controle dos elementos
envolvidos na cadeia de transmissão.
Palavras-chave: Gatos domésticos, Transmissão e Toxoplasmose.
ABSTRACT
Toxoplasmosis is a zoonosis of worldwide distribution, caused by the protozoan Toxoplasma
gondii, which parasites warm-blooded animals. Domestic and wild felids play an important
key in the epidemiology of the disease, since they are the definitive hosts of the parasite,
also acting as intermediate hosts. Toxoplasma gondii infection can be asymptomatic or
1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO DE LITERATURA
A estreita convivência entre gatos e seres humanos vêm sendo relatada em diversos
estudos com diferentes populações. Com o número crescente de gatos de companhia,
principalmente nas grandes cidades, tem aumentado a exposição, tanto do homem quanto do
gato, a agentes de zoonoses como bactérias, fungos e parasitos, muitas delas de caráter
emergente, como a infecção pelo T. gondii.
Com relação ao tratamento, na fase crônica dessa protozoose, não existem
medicamentos eficazes. As drogas utilizadas atuam contra taquizoítos, sendo recomendável,
portanto, apenas para os casos agudos sintomáticos, de gestantes em fase aguda, de
toxoplasmose ocular ativa e de indivíduos imunocomprometidos com toxoplasmose sintomática
(NEVES, 2012). Na escassez de tratamento para eliminar os cistos teciduais de animais e
humanos, que se mantêm viáveis por longo tempo, tal infecção pode ser reativada em casos
de imunocomprometimento (MONTANO et al., 2010).
O conhecimento adequado gerado pela educação em saúde é a única estratégia capaz
de reduzir os riscos de exposição e consequente prevenção da toxoplasmose, visto que não
existe vacina e o tratamento da doença não é 100% eficaz. A eficiência de um programa que
envolve mudanças de hábitos de vida está associada à ampla e repetida divulgação impressa
Ingerir carne e derivados cárneos bem cozidos; esta é considerada uma das medidas
preventivas mais importantes, pois os cistos de T. gondii podem ficar viáveis por dias na
carne à temperatura de geladeira, entretanto, tornam-se inviáveis ao congelamento a
temperaturas iguais ou superiores a -12º C ou a temperaturas superiores a 67ºC;
Ingerir frutas, legumes e verduras muito bem lavadas, pois estes alimentos podem estar
sujos de terra contaminada com oocistos;
Ingerir leite fervido ou pasteurizado;
Lavar mãos com água e sabão após manipular alimentos crus, após manipular terra,
tanques de areia e ter contato com gatos;
Evitar contato com gatos vadios ou desconhecidos;
Evitar que insetos, como moscas e baratas entrem em contato com os alimentos, pois
podem atuar como transportadores de estruturas infectantes do T. gondii;
Com relação às fezes dos felinos, é recomendado o recolhimento diário, evitando que o
oocisto permaneça mais de 24 horas no ambiente e tenha tempo de evoluir; não envolver
gestantes e indivíduos imunocomprometidos nesta tarefa;
Tanques de areia devem ser cobertos quando fora de uso pelas crianças, afim de se
evitar que gatos defequem e contaminem o local;
Luvas devem ser utilizadas ao se trabalhar com terra ou areia;
Gestantes devem fazer, periodicamente, exames sorológicos no sentido de detectar o
mais precocemente possível uma eventual primo-infecção no decorrer da gestação;
Adoção de boas práticas de produção dos animais de abate, procurando evitar sua
exposição a oocistos, por meio de medidas como: cobrir os depósitos de grãos e
alimentos, não permitir a entrada de gatos nas instalações, roedores devem ser
controlados com rodenticidas e não com gatos.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
4. REFERÊNCIAS
RESUMO
A giardíase é uma enfermidade cosmopolita, ocasionada por um protozoário flagelado que
acomete o intestino delgado de hospedeiros vertebrados. A transmissão do agente
etiológico do gênero Giardia spp. ocorre por meio de fômites contaminados, veiculação
hídrica, via fecal-oral e contato direto. Ovinos jovens são mais afetados, principalmente sob
sistema de manejo intensivo (confinamento), em condições sanitárias inadequadas. As
perdas econômicas, em detrimento da referida infecção, são de grande magnitude.
Importante evidenciar que tanto animais sem manifestações clínicas ou com quadros
sintomáticos podem eliminar cistos de Giardia no ambiente e disseminar esta parasitose
para o rebanho. Dada a limitação na identificação de espécies/“Assemblage” de Giardia a
partir de técnicas parasitológicas e imunológicas, o diagnóstico baseado na biologia
molecular, como a reação em cadeia pela polimerase e suas variantes, seguida de
sequenciamento automático de ácidos nucleicos, oferece uma alternativa eficiente para a
diferenciação desses organismos. Os Assemblages mais comumente detectados por
análises genéticas são o E e o B. A terapia medicamentosa de eleição é o fenbendazole e
até o momento, não existe vacina comercial para ruminantes. Assim, pode ser considerada
de fundamental importância, a elucidação da epidemiologia deste parasito, que
compromete a cadeia produtiva dos rebanhos nas ovinoculturas e que representa um tema
relevante no contexto da Saúde Única.
Palavras-chave: Cordeiros, Giardíase e Ruminantes.
ABSTRACT
Giardiasis is a cosmopolitan parasitic disease, occcasioned by a flagellated protozoan that
parasites the small intestine of vertebrates hosts. Transmission of Giardia spp. occurs
through waterborne, contaminated fomites, fecal-oral route and direct contact. Sheep,
especially the youngest, presente elevated parasitárian prevalence, mainly under intensive
management system (confinement), in inadequate sanitary conditions. The economic losses
caused by Giardia infection are of great relevance. Both animals with subclinical infections
or symptoms that show symptoms may eliminate Giardia cysts in the environment,
1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1 ETIOLOGIA
2.3 EPIDEMIOLOGIA
2.4 PATOGENIA
2.5 DIAGNÓSTICO
O tratamento com benzimidazóis é o de eleição nas infecções por Giardia, tanto para
humanos (TAYLOR; COOP; WALL, 2017) quanto para animais (GEURDEN;
VERCRUYSSE; CLAEREBOUT, 2010; TAYLOR; COOP; WALL, 2017). Porém, se a
posologia e os períodos de administração do fármaco não forem respeitados, aumentam
as chances de recidivas (JACOBSON et al., 2016). Os resultados do uso deste princípio
ativo por três dias consecutivos em rebanhos ovinos tem demonstrado eficácia terapêutica
(ALOISIO et al., 2006). Tratamentos com ervas medicinais também podem ser
empregados, porém, nenhum estudo foi realizado para comprovar a eficácia nos animais,
em condições naturais (GEURDEN; VERCRUYSSE; CLAEREBOUT, 2010). A
paromomicina, que é um aminoglicosídeo, tem sido utilizada com efetividade no tratamento
desta doença em ruminantes (TAYLOR; COOP; WALL, 2017; BLANCO et al., 2017).
2.7 CONTROLE
A vacinação é tida como uma ótima alternativa, pois, parece proteger o animal, por
longo período, de infecções, além de quebrar a cadeia de transmissão, diminuindo a
excreção de cistos de Giardia spp. e a consequente contaminação ambiental. No entanto,
muito ainda precisa ser elucidado para síntese de imunógenos para animais de produção
(GEURDEN; VERCRUYSSE; CLAEREBOUT, 2010). Comercialmente, existe uma vacina
denominada GiardiaVax®, empregada nas infecções por G. duodenalis, em cães e gatos.
Este produto tem propiciado a redução dos sinais clínicos, da patogênese, excreção fecal
de cistos e da diarreia (os dois últimos em animais vacinados ainda jovens) (TAYLOR;
COOP; WALL, 2017).
Muitos são os fatos que impactam negativamente a Saúde Única no que concerne à
contaminação ambiental por cistos de Giardia. Além do solo, a maioria das águas; tanto
doce quanto salgada estão contaminadas, a irrigação agrícola frequentemente ocorre com
água contendo cistos de Giardia (FAYER; DUBEY; LINDSAY, 2004), o esterco resultante
das atividades pecuárias geralmente não tem a destinação correta, e muitas vezes pode
contaminar, com assemblages zoonóticos, as bacias hidrográficas (XIAO, 1994; FAYER;
DUBEY; LINDSAY, 2004), além do fato, de muitos países, principalmente os
subdesenvolvidos, não apresentarem tratamento adequado de esgoto (FAYER; DUBEY;
LINDSAY, 2004). Outro fato que precisa ser levado em consideração para Saúde Única, é
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
4. REFERÊNCIAS
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Vanessa dos Santos Miranda1, Vanessa Resende Souza Silva1, Mariana Ferreira
Silva1, Flávia Batista Ferreira França1, Tiago Wilson Patriarca Mineo1
RESUMO
A neosporose é uma doença causada pelo parasito intracelular obrigatório Neospora
caninum, que utiliza canídeos como hospedeiros definitivos e diversas espécies de
mamíferos e aves como hospedeiros intermediários. A neosporose possui distribuição
mundial e relevância veterinária devido a transtornos neuromusculares causados em cães
e desordens reprodutivas em bovinos. Atualmente, não existem protocolos de tratamento
ou vacinas eficazes contra a infecção e por isso essa doença gera impactos econômicos
significativos. Apesar de não haver protocolos terapêuticos ou vacinais contra a infecção,
a literatura científica demonstra que respostas imunes de padrão Th1 são cruciais para o
controle da infecção. O presente texto visa revisar a literatura com os aspectos relacionados
a biologia do protozoário, a doença causada pela infecção, resposta imune e diagnóstico,
com a intenção de auxiliar futuros trabalhos com foco terapêutico e de prevenção contra a
neosporose.
Palavras-chave: Neospora caninum, Neosporose e Resposta imune.
ABSTRACT
Neosporosis is a disease caused by an obligate intracellular parasite Neospora caninum
that has canids as definitive hosts and a variety of warm-blooded animals as intermediate
hosts. Neosporosis has a worldwide distribution and has a significant veterinary importance,
as cattle are its most important intermediate hosts, and there are currently no effective
treatment protocols or vaccines against the infection leading to huge economic losses. The
major clinical consequences of the infection are neuromuscular diseases symptoms in dogs
and abortions in intermediate hosts. A Th1-skewed cellular immune response in the
beginning of the infection is crucial to control the parasite. In that sense, this text aims to
review aspects of Neospora caninum, neosporosis, immune responses and diagnosis, in
order to aid future work on treatments and prevention protocols against the infection.
Keywords: Neospora caninum, Neosporosis and Immune responses.
2. REVISÃO DE LITERATURA
Após alguns ciclos de multiplicação do parasito e pela pressão exercida pelo sistema
imune do hospedeiro, taquizoítos dão origem a bradizoítos e formam novos cistos teciduais
(GOODSWEN et al., 2013). Quando os cistos são ingeridos por hospedeiros definitivos,
bradizoítos são liberados, invadem células epiteliais do intestino delgado e culminam com
o desenvolvimento da fase sexuada (gamogonia) com produção final de oocistos não
esporulados (imaturos ou não infecciosos) que são eliminados com as fezes.
No ambiente, sob condições ótimas de oxigenação, temperatura e umidade, ocorre
a esporogonia, levando ao desenvolvimento de oocistos esporulados. Dessa forma, a
transmissão horizontal de N. caninum para os bovinos e demais hospedeiros intermediários
pode ocorrer pela ingestão de cistos teciduais ou pela ingestão de oocistos, através de água
ou alimentos contaminados (LINDSAY; DUBEY, 2020).
Uma vez no organismo dos hospedeiros, Neospora caninum tem como mecanismo
de sobrevivência a invasão celular para evadir do sistema imune do hospedeiro. Os
principais modelos de estudo atuais são células bovinas e murinas, com a intenção de
elucidar os mecanismos de controle da infecção (GOODSWEN et al., 2013).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A neosporose é uma das doenças que leva a grandes perdas econômicas na área
da bovinocultura, por ser causa de abortos e problemas reprodutivos. Desta forma torna-se
importante entender como essa doença infecciosa capaz de interferir na reprodução animal
se comporta no hospedeiro. Esse capítulo teve como objetivo reunir as principais
informações científicas disponíveis na literatura a respeito da relação parasito-hospedeiro
envolvida na neosporose, dando visibilidade a esta doença desconhecida por muitos
pecuaristas e fornecendo base de pesquisa para estudantes e profissionais da área.
Pesquisadores tem procurado entender as funções imunes que influenciam o controle da
infecção e o desenvolvimento da doença. Assim pesquisas relacionadas com a ativação da
resposta imune durante a infecção podem contribuir para o desenvolvimento de métodos
profiláticos e terapêuticos que sejam eficazes contra a neosporose, a fim de prevenir a
propagação da infecção, visando aumentar os escores reprodutivos na criação de
ruminantes e induzindo, por consequência, melhorias de rendimento e competitividade
externa neste importante setor da economia nacional.
5. REFERÊNCIAS
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Carolina Caetano dos Santos1, Sara Patron da Motta1, Natalia Soares Martins1,
Mirian Pinheiro Bruni1, Bruna Baccega1, Jeronimo Lopes Ruas2, Camila Belmonte
Oliveira1, Nara Amélia da Rosa Farias1
RESUMO
Os pombos (Columba livia) estão entre os animais de maior adaptação nos centros
urbanos, sendo responsáveis por uma série de transtornos sociais e doenças. Eles
representam um potencial risco para saúde pública, pela capacidade de transmissão de
agentes zoonóticos. C. livia é também o principal reservatório do protozoário Trichomonas
gallinae, sendo responsável pela distribuição mundial do parasito. A tricomoníase aviária
está entre as doenças mais antigas relatadas em hospedeiros silvestres. Esta parasitose
causa lesões caseosas obstrutivas no trato respiratório e digestório superior, podendo ser
letal. Várias espécies de aves, domésticas e silvestres, podem ser infectadas devido à baixa
especificidade do parasito por seus hospedeiros. Os pombos, quando infectados,
geralmente apresentam-se assintomáticos. Entretanto, estes hospedeiros apresentam
papel epidemiológico fundamental na disseminação do parasito, tanto para aves da mesma
espécie, quanto para outros grupos. Essa relação parasito e hospedeiro exige maior
enfoque científico, visto que as populações de pombos são crescentes em regiões urbanas
e peri-urbanas de todo o mundo. Somado a isso, por tratar-se de um parasito pouco
específico, T. gallinae gera problemas para populações de diversas espécies de aves,
especialmente as rapinantes.
Palavras-chave: Tricomoníase aviária, Columba livia e Epidemiologia.
ABSTRACT
Pigeons (Columba livia) are amongst the most adapted animals in urban centers and are
responsible for several social disturbances and diseases. They represent a potential risk to
public health due to their ability to transmit zoonotic agents. C. livia is also the main reservoir
of the protozoan Trichomonas gallinae, being, therefore, responsible for the global
distribution of this parasite. Avian trichomoniasis is among the oldest diseases reported in
wild animal hosts. This parasitic disease causes obstructive caseous lesions in the upper
1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
núcleo
membrana ondulante
axóstilo
um flagelo posterior
hidrogenossomas
Troca de alimentos
durante a corte
Os pombos são originários da Europa, norte da África, Oriente Médio e Ásia (SICK,
1997; MOUTINHO et al., 2015). Foram introduzidos no Brasil, durante o século XVI, pela
família real portuguesa (LABANHARE; PERRELLI, 2007), a princípio como aves
domésticas de ornamentação, mas muitos foram soltos para enfeitar as cidades, outros
fugiram e se tornaram parcialmente selvagens (BENCKE, 2007). Trata-se, pois, de uma
espécie exótica invasora em nosso país.
Como são descendentes do “pombo das rochas”, encontraram, nas áreas urbanas,
excelentes locais para se abrigar e criar seus filhotes, similares aos de sua origem. São
exemplos desses esconderijos, torres de igrejas, marquises de prédios, beirais, forros de
casas, caixas de ar condicionado e imóveis abandonados (MOUTINHO et al., 2015).
Sua alimentação é variada, constituindo-se principalmente de grãos, sementes e
insetos. Porém podem ingerir restos de alimentos humanos encontrados nos lixos, o que
propicia sua permanência no ambiente urbano (SCHULLER, 2005).
2.4 DIAGNÓSTICO
O diagnóstico clínico, em aves vivas ou post mortem, é presuntivo, uma vez que os
sinais são comuns a outras enfermidades. O diagnóstico confirmatório se dá com a
visualização do protozoário em exame microscópico (AMIN et al., 2014). Além disso, a
grande maioria das aves infectadas podem permanecer assintomáticas, devido a infecções
causadas por cepas virulentas ou a uma menor susceptibilidade do hospedeiro. Há
diferentes métodos que podem ser utilizados para detectar T. gallinae, variando tanto na
sua sensibilidade quanto na especificidade.
O diagnóstico de T. gallinae é comumente realizado através de exame direto. Após
a coleta de secreção oral com swab, suspende-se o material em solução salina tamponada,
sobre uma lâmina e observa-se a motilidade dos trofozoítos sob microscopia óptica (10x),
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
4. REFERÊNCIAS
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Bruna Baccega1, Carolina Caetano dos Santos1, Alexia Brauner de Mello2, Filipe
Obelar Martins2, Yan Wahast Islabão2, Nara Amélia da Rosa Farias1, Camila
Belmonte Oliveira1
RESUMO
Este estudo resultou de uma pesquisa bibliográfica enfocando tratamentos alternativos com
produtos naturais contra tricomoníase aviária. A tricomoníase aviária é uma doença
parasitária causada pelo protozoário Trichomonas gallinae. Este parasito acomete mais
comumente filhotes, podendo ser responsável por surtos da doença em populações de
aves. O tratamento para essa enfermidade é realizado com os fármacos da família dos
nitroimidazóis. A utilização de óleos essenciais, extratos de plantas juntamente com a
nanotecnologia representa uma fonte de potenciais princípios ativos.
Palavras-chave: Aves, Fitoterapia, Nanotecnologia e Protozoário.
ABSTRACT
This study resulted from a bibliographical research focusing on alternative treatments with
natural products against avian trichomoniasis. Avian trichomoniasis is a parasitic disease
caused by the protozoan Trichomonas gallinae. This parasite most commonly affects chicks,
and may be responsible for outbreaks of the disease in bird populations. The treatment for
this disease is performed with drugs from the nitroimidazole family. The use of essential oils,
plant extracts together with nanotechnology represents a source of potential active
principles.
Keywords: Birds, Phytotherapy, Nonotecnology and Protozoa.
1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO DE LITERATURA
A tricomonose tem um efeito negativo no hospedeiro, mas, tal como muitas doenças
que afetam populações silvestres, o impacto a nível da população é difícil de medir
(FORRESTER; FOSTER, 2009).
Estima-se que a razão pela qual a população de aves silvestres é afetada pela
tricomonose seja pela concentração destes animais em comedouros/bebedouros, também
frequentados pelos animais que transportam a doença, principalmente Columbiformes,
especialmente a Rola-turca (Streptopelia decaoto). Outra explicação possível para este
aumento de tricomonose é o aumento do número de Columbiformes em áreas urbanas e
suburbanas, havendo, possivelmente, uma disseminação da tricomonose nesses locais
(FORRESTER; FOSTER, 2009).
Pombos-torcazes comuns (Columba palumbus) infectados com uma estirpe não
patogênica de T. gallinae não apresentavam lesões, mas apresentavam níveis baixos de
massa corporal e reservas de gordura (VILLANÚA et al., 2006). Os autores concluíram que,
embora não sendo fatal para estes indivíduos, estes efeitos poderiam levar a uma elevada
suscetibilidade à predação ou outras doenças e, consequentemente, exercer um impacto
negativo na população. Adicionalmente, os autores afirmaram que o aumento da
suscetibilidade de indivíduos infectados à predação iria tornar-se um risco elevado de
exposição das aves de rapina à infeção por T. gallinae (FORRESTER; FOSTER, 2009).
O efeito da tricomonose em populações de Falcões peregrinos (Falco peregrinus),
que se alimentavam de Columbiformes, foi avaliado, tendo sido concluído que, apesar de
existir evidência que alguns falcões e outras aves de rapina estavam infectados com a
doença, o impacto na população era negligenciável (FORRESTER; FOSTER, 2009).
2.6 EXTRATOS
4. REFERÊNCIAS
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Magnólia da Silva¹, Cássia Oliveira Rego¹, Laize Tomazi¹, Ricardo Evangelista Fraga¹
1. Laboratório de Biologia Celular e Molecular, Universidade Federal da Bahia, Campus Anísio Teixeira –
UFBA, Vitória da Conquista, BA, Brasil;
2. Laboratório de Zoologia, Universidade Federal da Bahia, Campus Anísio Teixeira – UFBA, Vitória da
Conquista, BA, Brasil.
RESUMO
O cativeiro propicia ao animal silvestre um quadro de estresse, que pode comprometer seu
sistema imunológico e desta forma favorecer o aparecimento das parasitoses
gastrointestinais. Além da relação parasita-hospedeiro, existem interferências dos fatores
ambientais influenciando na contaminação e recontaminação do hospedeiro. O presente
estudo teve por objetivo avaliar a eficácia do Praziquantel no controle dos parasitos
gastrointestinais em primatas, como também avaliar a influência das características dos
recintos na efetividade do tratamento. Foram avaliados os materiais fecais de 34 animais
alocados em três diferentes ambientes, que passaram por exames antes da aplicação do
vermífugo e subsequentemente com 7, 14, 21, 60 e 120 dias após a aplicação. Para tanto
foram realizados os métodos: Direto, Sedimentação Espontânea e Willis. Os parasitas
encontrados, foram Strongyloide sp., Ancylostoma sp. e Enterobius sp. A vermifugação com
Praziqualtel 120mg/kg (Dose única) foi eficiente no controle dos parasitas em condições
favoráveis como foi visto no ambiente I. No entanto, para os ambientes II e III ocorreram
influências direta de fatores ambientais na permanência ou reinfecção dos animais,
demonstrando que fatores ambientas podem interferir na manutenção da saúde de primatas
cativos, sendo necessário avaliações periódicas das condições sanitárias dos animais e
estruturais dos recintos.
Palavras-chave: Primatas, Parasitas Gastrointestinais e Anti-helmíntico.
ABSTRACT
Captivity provides the wild animal with a picture of stress, which can compromise its immune
system and thus favor the appearance of gastrointestinal parasites. In addition to the
parasite-host relationship, there are interferences from environmental factors influencing
contamination and recontamination of the host. The present study aimed to evaluate the
effectiveness of Praziquantel in the control of gastrointestinal parasites in primates, as well
as to evaluate the influence of the characteristics of the enclosures on the effectiveness of
the treatment. Fecal material from 34 animals allocated in three different environments were
evaluated, which were examined before the vermifuge application and subsequently at 7,
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODO
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 RESULTADOS
Figura 2. Frequências das Amostras infectadas por ovos e larvas seja por Strongyloide
sp, Ancylostoma sp. e Enterobius sp. ao longo do período de tratamento nas diferentes
condições de recinto.
3.1 DISCUSSÃO
4. CONCLUSÃO
5. AGRADECIMENTOS
6. REFERÊNCIAS
BICCA-MARQUES, J.C.; FREITAS, D.S. The role of monkeys, mosquitoes, and humans in
the occurrence of a yellow fever outbreak in a fragmented landscape in south BRAZIL:
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1. Laboratório de Biologia Celular e Molecular, Universidade Federal da Bahia, Campus Anísio Teixeira,
Instituto Multidisciplinar em Saúde – UFBA, Vitória da Conquista, BA, Brasil;
2. Laboratório de Zoologia, Universidade Federal da Bahia, Campus Anísio Teixeira, Instituto Multidisciplinar
em Saúde – UFBA, Vitória da Conquista, BA, Brasil.
RESUMO
O tráfico de animais silvestres representa um grave problema para a biodiversidade
brasileira. As condições sanitárias em que os animais são capturados, mantidos e
transportados para chegarem ao consumidor final podem contribuir com o surgimento ou
intensificar agravos, como as infecções parasitárias. O presente trabalho teve como objetivo
realizar um levantamento dos principais parasitas gastrointestinais que acometem aves
silvestres resgatadas do tráfico e mantidas em um Centro de Triagem de animais Silvestres
na Bahia. Para tanto, amostras fecais de 112 aves foram coletadas em triplicatas com
intervalos de 15 dias, totalizando 336 amostras. Foram realizadas duas técnicas (Exame
direto e sedimentação espontânea). Foi possível identificar que no Saltator similis, os
Coccídeos foram os parasitos mais prevalentes, totalizando 100% das amostras
analisadas. Nos Eupsittula cactorum, o parasita mais encontrado foi a Capillaria sp.,
totalizando 91,66% das amostras nas três coletas. Nas Ara ararauna 11,90% de Ascaridia
galli, em Amazona aestiva foi observado 52,92% das amostras parasitado por Capillaria sp.
Nos Ramphastos toco foram encontrados Coccídeos em 16,66%. Nos Caracara plancus foi
encontrado 16,66% das amostras por Capillaria sp. Nas Athene cunicularia e Cariama
cristata foi observado um parasitismo por Coccideos com 75% e 8,33% das amostras,
respectivamente. A identificação dos parasitas gastrointestinais orienta o tratamento e o
manejo mais adequado para cada espécie, tornando-se uma ferramenta para a avaliação
sanitária de animais silvestres, e consequentemente para a conservação.
Palavras Chaves: Sanidade Animal, Parasitas, Tráfico e Aves Silvestres.
ABSTRACT
Trafficking in wild animals represents a serious problem for Brazilian biodiversity. The health
conditions in which animals are captured, kept and transported to reach the final consumer
can contribute to the emergence or intensify diseases, such as parasitic infections. The
present work aimed to carry out a survey of the main gastrointestinal parasites that affect
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODO
Cariamiformes
Falconiformes
Galliformes
Aracuã-de-Barriga-
Ortalis araucuan (Spix, 1825) Branca 2
Passeriformes
Piciformes
Psittaciformes
Papagaios-
Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) verdadeiros 41
Strigiformes
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 RESULTADOS
Das 336 amostras de fezes analisadas 210 (62,5%) foram positivas. Alguns destes
parasitas estão ilustrados na figura 2.
Trichostrongylus
Balantidium sp. Coccídio E. coli Hymenolepis sp. A. galli Capillaria sp. Heterakis sp.
sp.
Cariamiformes
Cariama
- 8,33 - - - - - -
cristata
Falconiformes
Caracara
- 16,66 - - - 16,66 - -
plancus
Galliformes
Ortalis
- - - - - - - -
araucuan
Passeriformes
28,3
10,83 100 - 25 65,83 3,33 13,33
Saltator similis 3
Piciformes
Pteroglossus
- - - - - - - -
aracari
Ramphastos
- 12,50 - - - - 16,66 -
toco
Psittaciformes
Amazona
- 34,61 - 0,64 7,69 65,38 1,92 -
aestiva R.F.*
Amazona 69,0
- 32,14 4,76 - 40,47 16,66 -
aestiva R.D.** 4
11,9
- 35,71 - - 28,56 19,04 -
Ara ararauna 0
Eupsittula
- 49,07 - - - 91,66 - 4,62
cactorum
Strigiformes
Athene
- 75 - - - 33,33 - -
cunicularia
*R. F. – Papagaios Recinto de Fora; **R. D. – Papagaios Recinto de Dentro. Dados apresentados em
percentual (%).
Figura 3. Análise de cluster das espécies de aves amostradas função da fauna parasitária
encontrada nas fezes dos animais provenientes do CETAS de Vitória da Conquista- Bahia.
Índice de Similaridade Jaccard. A. aestiva. F. – Papagaios Recinto de Fora; A. aestiva. R. D. – Papagaios
Recinto de Dentro.
3.2 DISCUSSÃO
4. CONCLUSÃO
Este estudo demostra que as aves em cativeiro oriundas do tráfico são acometidas
por uma grande variedade de parasitas, abrangendo helmintos e protozoários. As
porcentagens encontradas desses animais são altas. A ordem Passeriforme que
corresponde os trinca-ferros foi a mais parasitada.
Os animais silvestres são portadores de várias espécies de parasitas, inclusive
várias que causam zoonoses, isso reforça o cuidado que os tratadores, biólogos e
veterinários do CETAS devem ter com esses animais. O manejo adequado é
imprescindível, para que nem ovos e cistos de parasitas possam ser transmitidos por água
ou alimento. Então, a manutenção dos recintos é de suma importância, deve-se sempre
mantê-los bem higienizados e desinfectados para que não possa expor a essas parasitoses
os animais nem os homens.
Portanto, é importante observar e identificar esses parasitas, e saber qual método
de manejo ou tratamento adequado para cuidar dessas aves parasitadas. Pois esses
animais precisam ser reintroduzidos na natureza, e não podem levar essas doenças
parasitárias de cativeiro para o seu ambiente natural, para que não tenha um desequilíbrio
ecológico, podendo trazer perdas imensuráveis na biodiversidade.
5. AGRADECIMENTOS
6. REFERÊNCIAS
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RESUMO
Foi realizada a identificação de positividade de fezes de equinos para ovos de
endoparasitas por meio da avaliação de amostras de fezes de animais da raça Mangalarga
Marchador. As análises foram realizadas em 112 amostras de fezes oriundas de quatro
municípios vizinhos localizados na região Centro Oeste do Estado de Minas Gerais, obtidas
de animais com idades variando de dois meses a 16 anos, de ambos os sexos. A contagem
média de ovos por grama de fezes (OPG) foi de 376 OPG. Dentre os animais positivos,
26,7 % estavam parasitados por mais de um parasito, sendo o gênero Strongylus ssp.
(55,77%) o de maior prevalência.
Palavras-chave: Diagnóstico, Helmintos, Equinos e Tratamento.
ABSTRACT
The identification of positivity of equine feces for endoparasites eggs was done by the
analysis of fecal samples from animals of the Brazilian horse breed Mangalarga Marchador.
The analyses were done in 112 samples from feces arising from four counties nearby
situated in the Midwest of Minas Gerais, acquired from animals varying between two months
to 16 years old, both genders. The average amount of eggs per gram (EPG) was 376 EPG.
Among the positive animals, 26,7% were parasitized by more than one parasite, in which
the Strongylus spp. kind had the main prevalence (55,7%).
Keywords: Diagnostic, Helminth, Horses and Treatment.
1. INTRODUÇÃO
1.2 ANTI-HELMÍNTICOS
1.3 DIAGNÓSTICO
2. MATERIAIS E MÉTODO
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados apresentaram uma média de 348 ovos/g de fezes, sendo que 26,7%
dos animais apresentaram mais de um parasita, mostrando uma grande incidência da
associação dos helmintos do gênero Strongylus ssp. (61,58%). Observou-se que animais
criados de forma extensiva são mais susceptíveis a verminoses principalmente por
pequenos estrôngilos, mostrando a grande dificuldade encontrada nas propriedades em
controlar endoparasitas. Animais de uma mesma propriedade e criados no mesmo sistema
são acometidos pelos mesmos endoparasitas, provavelmente pelo contado, como por
exemplo, em pastagens, assim transmitindo ovos de um animal para outro.
Não foram observadas diferenças significativas quando se comparou o sexo, sendo
(53,56%) machos. Em relação a idade, animais jovens mostraram uma grande infestação
de grandes estrôngilos, parasitas da mucosa do intestino grosso e que utiliza o sangue
como nutriente, (48,8%), e os animais mais velhos apresentaram maior associação de
Strongylus ssp (68,54%).
Em 83% das propriedades nunca tinha sido realizado um exame de fezes na tropa,
nem mesmo em animais mais valiosos como doadoras de embrião e animais de exposição.
Sendo um procedimento rotineiro a vermifugação descontrolada a cada seis messes de
todos os animais da propriedade. Os responsáveis relataram utilizar essa prática por não
conhecimento das vantagens do uso do OPG no tratamento dos endoparasitas. A maioria
das propriedades utilizava, há anos, o mesmo anti-helmíntico supostamente levando a uma
alta resistência parasitária e um baixo nível de combate as verminoses, como descrito por
Molento (2005), sobre a resistência parasitária.
Foi observado ainda que animais com alta infestação de helmintos apresentavam
um escore corporal abaixo do ideal e alguns proprietários relataram que esses animais
recebiam uma suplementação nutricional alta e que mesmo assim tinham muita dificuldade
de recuperar o escore ou até mesmo não conseguiam ter essa recuperação.
Os resultados apresentaram uma média de 376 ovos/g de fezes, sendo que 26,7 %
dos animais apresentaram mais de um parasita, mostrando uma grande incidência da
associação dos helmintos do gênero Strongylus ssp. (55,77%). Observou-se que animais
criados de forma extensiva são mais susceptíveis a verminoses principalmente por
pequenos estrôngilos, mostrando a grande dificuldade em controlar endoparasitas
encontrada nas propriedades. Não foram observadas diferenças significativas quando se
comparou o sexo, sendo 52,85% fêmeas. Em relação a idade, animais jovens mostraram
uma grande infestação de grandes estrôngilos, parasitas da mucosa do intestino grosso e
que utiliza o sangue como nutriente, (48,8%), e os animais mais velhos apresentaram maior
associação de Strongylus ssp. (71,4%). O estudo mostrou que animais de uma mesma
propriedade e criados no mesmo sistema são acometidos pelos mesmos endoparasitas,
isso se deve pelo contado, como por exemplo, em pastagens, assim transmitindo ovos de
um animal para outro, muitas das propriedades utilizava, a anos, o mesmo anti-helmíntico
levando assim a uma alta resistência parasitária (Molento, 2005) e um baixo nível de
combate as verminoses (Molento, 2005). Em 90% das propriedades nunca tinha sido
realizado um exame de fezes na tropa, nem mesmo em animais mais valiosos como
doadoras de embrião e animais de exposição. Sendo um procedimento rotineiro a
vermifugação descontrolada a cada seis messes de todos os animais da propriedade. Os
responsáveis relataram utilizar essa prática por não conhecimento das vantagens do uso
do OPG no tratamento dos endoparasitas. Foi observado ainda que animais com alta
infestação de helmintos apresentavam um escore corporal abaixo do ideal e alguns
proprietários relataram que esses animais recebiam uma suplementação nutricional alta e
que mesmo assim tinham muita dificuldade de recuperar escore ou até mesmo não
conseguiam ter essa recuperação.
5. REFERÊNCIAS
Patrizia Ana Bricarello1, Giuliano Pereira de Barros1,2, Laura Livia Arias Avilés1
RESUMO
Miíases são lesões ocasionadas pelo parasitismo de larvas de dípteros nos tecidos vivos
de humanos ou animais. No Brasil, Cochliomyia hominivorax (Coquerel, 1858) e
Dermatobia hominis (Lennaeus Jr, 1781) são as principais espécies causadoras de miíases.
As peculiaridades da biologia de cada espécie de díptero repercutem em grandes
diferenças no parasitismo, na forma de apresentação clínica e no tratamento das miíases.
Estes aspectos variam de acordo com o agente etiológico da miíase. A mosca D. hominis
causa uma miíase obrigatória do tipo nodular ou furuncular, a larva parasita se localiza no
tecido subcutâneo e a infestação comumente é denominada de “berne”. Nas miíases por
C. hominivorax, centenas de larvas podem parasitar a mesma ferida. Estas afecções são
denominadas de “bicheiras”. A falta de conhecimento básico em entomologia médica pelos
profissionais da saúde pode repercutir em consequências sérias a saúde dos pacientes. O
presente estudo foi construído sob o prisma da medicina tropical e tendo como objetivo
fornecer informações relevantes aos profissionais da saúde sobre as miíases de
importância médica e veterinária que ocorrem no Brasil. São apresentados aspectos
relacionados a biologia dos agentes etiológicos, a prevenção e o tratamento das miíases
que ocorrem em nosso país com abordagens tanto da medicina interna quanto da saúde
pública e coletiva. O controle de miíases deve abordar ações de caráter público e privado,
envolvendo diferentes profissionais da área de saúde, além de pesquisadores em geral,
para alcançar a saúde ideal para seres humanos, animais e meio ambiente.
Palavras-chave: Cochliomyia hominivorax, Dermatobia hominis e Zoonoses parasitárias.
ABSTRACT
Myiasis are lesions caused by parasitism of dipteran larvae in the living tissues of humans
or animals. In Brazil, Cochliomyia hominivorax (Coquerel, 1858) and Dermatobia hominis
(Lennaeus Jr, 1781) are the main species that cause myiasis. The peculiarities of the biology
in each species of diptera bring about great differences in parasitism, in the form of clinical
presentation, as well as in myiasis treatment. These aspects vary according to the etiologic
agent of myiasis. The D. hominis fly causes an obligatory nodular or furuncular myiasis, the
parasitic larva is located in the subcutaneous tissue and the infestation is commonly named
“warble”. In myiasis caused by C. hominivorax, hundreds of larvae can parasitize the same
wound. These conditions are named “screwworms”. The lack of basic knowledge in medical
1. INTRODUÇÃO
A ordem Diptera faz parte do filo Arthropoda. Neste grupo estão mais de 80% de
todas as espécies de animais invertebrados do mundo. Essa ordem contém muitos insetos
de importância veterinária, alguns por serem ectoparasitas, outros endoparasitas, porque
suas larvas parasitam tecidos de hospedeiros vivos. São vetores de doenças de altas taxas
de incidência ou morbidade. Dípteros são insetos que por definição apresentam um par de
asas funcionais e são sempre holometabólicos, ou seja, possuem ciclo de vida completo
(ovo, larva, pupa e adultos).
Os insetos que fazem parte desta ordem são os mosquitos, as moscas, os
flebotomíneos e as mutucas. Moscas e mosquitos compreendem uma das ordens mais
abundantes da Classe Insecta, com 150.000 espécies descritas até o momento, distribuídas
em 150 famílias e aproximadamente 10.000 gêneros (FRANCESCONI; LUPI, 2012). Os
dípteros constituem de 12 a 15% das espécies de animais do planeta e estão presentes em
todos os habitats conhecidos, exceto em oceanos e regiões do extremo Ártico e Antártica
(MARCONDES, 2011).
A ordem Diptera é dividida em duas subordens, Nematocera e Brachycera. Os
Nematocera contêm a maioria das famílias de moscas que se alimentam de sangue e que
servem como vetores para uma variedade de doenças causadas por vírus, protozoários e
helmintos, especialmente os Culicidae (FOLEY; RUEDA; WILKERSON, 2007).
Os Brachycera são compostos de infraordens. A infraordem Muscomorpha ou
“Cyclorrhapha” (termo usado em classificações não filogenéticas), contém todas as
espécies que causam miíase específica e a maioria das espécies responsáveis pela miíase
facultativa, particularmente as espécies dentro da Sub-Seção Calyptratae
(FRANCESCONI; LUPI, 2012).
Tabela 1. Classificação clínica das miíases de acordo com sua localização anatômica
no paciente segundo Zumpt (1965), Patton (1921) e James (1947).
ZUMPT (1965) PATTON (1921) JAMES (1947)
Sanguinívoro Chupar sangue Chupar sangue
Dérmica/Subdérmica Destruição de tecidos Furuncular
Migração subdérmica Rastejando
Traumático/ferida
Anal/Vaginal
Nasofaríngeo Infestações das passagens da Nariz, boca e seios nasais
cabeça Aural
Ocular
Intestinal Intestinal/Urogenital Entérico
Anal/Vaginal
Urogenital Intestinal/Urogenital Bexiga e vias urinárias
Anal/Vaginal
Fonte: (HALL; WALL, 1995).
Tabela 2. Classificação das miíases de acordo com a relação parasitária dos dípteros
com o hospedeiro.
Grupo Subgrupo
Específico ou Parasita dependente Primário Pode iniciar miíase.
obrigatório obrigatoriamente do Secundário Incapaz de iniciar miíase, mas pode
hospedeiro durante parte estar envolvida quando o hospedeiro
do seu ciclo de vida é infestado por outras espécies
Semi-específico ou Parasita não dependente Primário Vida normalmente livre, mas pode
facultativo obrigatoriamente do iniciar miíase
hospedeiro para Secundário Vida normalmente livre e incapaz de
completar o seu ciclo de iniciar miíase, mas pode estar
vida envolvida quando o hospedeiro é
infestado por outras espécies
Terciário Vida normalmente livre, mas pode
estar envolvida em miíase quando o
hospedeiro está próximo da morte
Acidental ou Larvas de vida normalmente livre que podem ser ingeridas acidentalmente com
pseudomiíase alimentos e causar reações patológicas
Fonte: Adaptado de Francesconi e Lupi (2012).
2. REVISÃO DE LITERATURA
Os bovinos são os animais mais acometidos pela dermatobiose (MUNIZ et al., 1995).
Esse parasito é originário da América, e está presente em toda América Latina. No Brasil,
este agente está presente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Os principais prejuízos
4. AGRADECIMENTOS
5. REFERÊNCIAS
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João Pedro Barreto de Souza Leite1, Jossiara Abrante Rodrigues2, Paulo Wbiratan
Lopes da Costa2, Thais Ferreira Feitosa1, Vinícius Longo Ribeiro Vilela1,2
1. Instituto Federal da Paraíba (IFPB), Departamento de Medicina Veterinária, Sousa, Paraíba, Brasil;
2. Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Programa de Pós-Graduação em Ciência e Saúde
Animal, Patos, Paraíba, Brasil.
RESUMO
A Febre Aftosa (FA) é uma doença viral infectocontagiosa ocasionada por sete tipos de
vírus, denominados como A, O, C, ASIA-1, SAT-1, SAT-2 e SAT-3, pertencente à família
Picornaviridae, gênero Aphtovirus, de caráter agudo, contagioso e febril, que acomete
naturalmente animais domésticos e selvagens de casco fendido. O presente trabalho é do
tipo retrospectivo e teve como objetivo analisar o índice médio de cobertura vacinal da
Febre Aftosa na espécie bovina no município de Sousa-PB, no período de 2012 a 2017. Foi
realizada uma análise quantitativa dos dados que foram obtidos junto a Unidade Local de
Sanidade Animal e Vigilância. O município apresentou uma cobertura vacinal satisfatória
durante o tempo de estudo. O ano de menor cobertura vacinal foi 2015, com 85,75% do
rebanho efetivamente vacinado, enquanto o ano de 2013 atingiu os maiores índices de
cobertura, 95,86%. Entretanto, durante todo o período estudado o número de propriedades
fiscalizadas não superou 1%. O presente trabalho sugere uma maior atenção quanto à
ampliação da fiscalização da Defesa Agropecuária nas etapas de vacinação contra febre
aftosa no Município de Sousa.
Palavras-chave: Aphtovirus, Medicina Veterinária Preventiva e Ruminantes.
ABSTRACT
Foot and Mouth Disease (FMD is an infectious-contagious viral disease caused by seven
types of virus, known as A, O, C, ASIA-1, SAT-1, SAT-2 and SAT-3, belonging to the family
Picornaviridae, genus Aphtovirus, of an acute, contagious and feverish character that
naturally affects domestic and wild animals of split hoof. This is a retrospective study and
aims to analyze the average index of vaccination coverage of FMD in the bovine species in
the municipality of Sousa-PB, from 2012 to 2017. A quantitative analysis of the data obtained
with Local Animal Health and Surveillance Unit. The municipality had a satisfactory
vaccination coverage during the time of study. The year with the lowest vaccination
coverage was 2015, with 85.75% of the herd effectively vaccinated, while the year of 2013
reached the highest coverage rates, 95.86%. However, during the entire period studied the
1. INTRODUÇÃO
A Febre Aftosa (FA) é uma doença infectocontagiosa causada por um vírus da família
Picornaviridae, gênero Aphtovirus, que acomete naturalmente animais biungulados
domésticos como: bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos, suínos, além de animais selvagens
como cervos e capivaras (BROOKSBY, 1982).
O vírus é resistente às condições ambientais normais e possui rápida disseminação,
sendo inativado apenas por baixos e altos valores de pH, luz solar e temperaturas muito
elevadas. A transmissão ocorre através do contato de animais sadios com uma fonte de
infecção, que pode ser outros animais, pessoas, objetos, veículos, vestimentas, utensílios,
instalações, solo e água (BRASIL, 2018).
Existem sete estirpes distintas do agente causador da febre aftosa no mundo: A, O,
C, SAT 1, SAT 2, SAT 3 e o Ásia 1, a imunidade contra uma estirpe não protege contra as
outras (RIGON; GROFF; CAVAGNI, 2014). Dentre os principais sintomas que os animais
desenvolvem, destaca-se a febre, seguida pela formação de vesículas bolhosas na mucosa
bucal, úbere e espaço interdigital (UCHÔA, 2017).
Segundo critérios propostos pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), as
regiões e países são classificados de acordo com a presença ou ausência da FA. Para um
determinado estado ou país ter direito ao acesso a novos mercados mais competitivos, que
remunerem melhor, seja em nível regional, nacional ou internacional, um dos critérios mais
importantes é a aquisição de um selo de status sanitário perfeito obtido através da
erradicação da FA (BRASIL, 2017).
No Brasil, foi implantado o Programa Nacional para Erradicação da Febre Aftosa
(PNEFA) que tem como fundamento primordial promover a imunização em massa da
população bovina e bubalina, através de uma vacina aprovada pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e sob supervisão oficial. Outras espécies
domésticas susceptíveis (ovinos, caprinos e suínos) são vacinadas somente em casos de
surtos (BRASIL, 2017).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
70%
16000
60%
12000 50%
40%
8000
30%
20%
4000
10%
0 0%
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Anos
Espera-se, com passar dos anos, que estas ações resultem na adesão voluntária
dos produtores à vacinação, sem a necessidade da presença oficial, estabelecendo-se
assim, uma consciência popular sobre a importância da mesma (TIERZO et al., 2010).
Segundo Tierzo et al. (2010), em uma pesquisa realizada durante o período de 2006
a 2007, sobre a cobertura vacinal do rebanho bovino em dezoito municípios que fazem
parte da região Agreste do Rio Grande do Norte, foi constatado que o aumento do número
de vacinações assistidas foi imprescindível para o aumento da cobertura vacinal nesta
região.
Desta forma, torna-se indispensável um maior investimento por parte do governo para
o fortalecimento na fiscalização da Defesa Agropecuária nas etapas de vacinação contra
febre aftosa no Município de Sousa, diante dos resultados apontados nas campanhas
vacinais dos anos de 2012 ao segundo semestre de 2017.
O município necessita de uma maior atuação do serviço oficial na fiscalização e
assistência das propriedades da região, sugerindo que se determine um percentual mínimo
de propriedades a serem fiscalizadas e assistidas, considerando o número de propriedades
cadastradas no munícipio e sabendo da impossibilidade de se realizar a fiscalização em
todas as propriedades registradas.
5. REFERÊNCIAS
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2017.
Felipe Boniedj Ventura Alvares¹, Roberto Alves Bezerra1, Paulo Wbiratan Lopes da
Costa2, Lídio Ricardo Bezerra de Melo2, Jossiara Abrante Rodrigues2, Thais Ferreira
Feitosa¹, Vinicius Longo Ribeiro Vilela1,2
1. Instituto Federal da Paraíba (IFPB), Departamento de Medicina Veterinária, Sousa, Paraíba, Brasil;
2. Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Programa de Pós-Graduação em Ciência e Saúde
Animal, Patos, Paraíba, Brasil.
RESUMO
A mosca-dos-chifres ou Haematobia irritans é um díptero hematófago, ectoparasito
principalmente descrito em bovinos, causando severos danos à produção, tais como perda
de peso, menor tempo ao pasto e prejuízos na indústria de curtumes. Pelo fato de serem
raros os relatos de infestação em outras espécies animais, este trabalho teve como objetivo
descrever casos de infestação por H. irritans em ovinos e caprinos no semiárido paraibano.
Foram visitadas duas propriedades, nas quais os produtores se queixavam do
aparecimento de moscas que causavam inquietude em seus animais. As propriedades se
localizavam em Nazarezinho e Paulista, semiárido da Paraíba, e eram produtoras de
caprinos e ovinos, respectivamente. Foram coletadas moscas diretamente dos animais e
enviadas ao Laboratório de Parasitologia Veterinária do IFPB – campus Sousa para
análises morfológicas. As moscas avaliadas foram caracterizadas como pertencentes à
espécie H. irritans, constituindo caso raro de infestação em ovinos e o primeiro relato de
infestação em caprinos. De acordo com os resultados encontrados neste trabalho, é
possível haver infestação por H. irritans em ovinos e caprinos no semiárido paraibano.
Palavras-chave: Caprinocultura, Muscídeos e Ovinocultura.
ABSTRACT
The Horn Fly or Haematobia irritans is a hematophagous diptera, ectoparasite mainly
described in cattle, causing damage to the production, such as weight loss, less time grazing
and harming the tannery industry. As the reports on other animal species are scarce, this
study had the objective of describing infestation cases by H. irritans in sheep and goats in
the semi-arid region of Paraíba. Two farms were visited, in which the farmers complained
about the appearance of flies that caused restlessness in their animals. The farms were
located in Nazarezinho and Paulista, semi-arid of Paraíba State, and produced goats and
sheep, respectively. Flies were collected directly from the animals and sent to the
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODO
Figura 1. Ovino da raça Santa Inês, três anos de idade, fêmea, recém-parida, infestada
por H. irritans em Paulista, semiárido da Paraíba.
A: vista lateral esquerda da ovelha, com presença de moscas no dorso do animal; B: vista aproximada das
moscas parasitando a ovelha (B).
Figura 2. Caprino da raça Boer, quatro anos de idade, macho, infestado por H. irritans em
Nazarezinho, semiárido da Paraíba.
A: vista fronto-lateral esquerda, com presença de moscas no dorso do animal; B: vista aproximada das
moscas parasitando o caprino.
4. CONCLUSÃO
5. REFERÊNCIAS
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Parasitology, v.23, n.4, p.488-494, 2014.
A
Acaricida químico: 52.
Anti-Helmíntico: 61, 258, 260, 261, 262, 269, 292, 194 e 295.
Aphtovirus: 327 e 328.
Aves: 13, 15, 27, 35, 40, 154, 177, 178, 179, 185, 208, 226, 227, 229, 230, 231, 232, 233,
234, 235, 236, 241, 242, 243, 244, 245, 251, 262, 268, 274, 276, 277, 279, 280, 281, 282,
283, 284, 285 e 286.
B
Bovinos: 18, 20, 21, 22, 23, 24, 27, 35, 65, 66, 67, 68, 72, 76, 128, 175, 198, 208, 209, 210,
211, 212, 213, 214, 216, 217, 267, 290, 303, 310, 312, 315, 316, 327, 328, 329, 333, 337,
338, 343 e 344.
C
Cães: 17, 18, 22, 24, 29, 30, 40, 41, 42, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 59, 60, 61, 62, 80, 81, 82,
83, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 93, 94, 96, 97, 98, 99, 100, 101, 102, 103, 104, 105, 106, 110,
111, 112, 113, 114, 115, 116, 117, 118, 119, 127, 128, 134, 135, 136, 152, 152, 154, 155,
164, 200, 203, 208, 209, 210, 213, 218, 267, 302, 303, 312, 316 e 338.
Carrapatos: 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 25, 26, 27, 28, 29, 35, 36, 38, 39,
40, 41, 43, 44, 45, 46, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 60, 61, 62, 65, 66, 68, 69, 72, 73, 74, 75,
76, 87 e 88.
Caprinocultura: 337 e 338.
Cochliomyia hominivorax: 297, 298, 302, 303, 305, 307 e 311.
Columba livia: 226, 227, 235 e 2141.
Cordeiros: 194, 195 e 198
D
Dermatobia hominis: 297, 298, 302, 303, 312, 313, 314 e 315.
Doença de Chagas: 93, 94, 95, 96, 102, 103, 104, 105, 110, 111, 112, 115 e 119.
Doenças transmissíveis: 12.
E
Equinos: 18, 23, 35, 128, 148, 149, 151, 152, 154, 198, 289, 290, 291, 292, 293 e 338.
F
Fitoterapia: 68 e 241.