Lista Coerencia e Coesao Medio 99 Questoes
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[Médio]
Questão 01)
O OLHAR TAMBÉM PRECISA APRENDER A ENXERGAR
A frase “Não quer dizer que a gente não se emocione apenas por ser exposto
a um clássico absoluto” é pouco clara. Mantendo-se a coerência com a linha
de argumentação do texto, uma frase mais clara seria: “Não quer dizer que:
a) algum de nós se emocione pelo simples fato de estar diante de uma obra
clássica”.
b) a primeira aparição de um clássico absoluto venha logo a nos emocionar”.
c) nos emocionemos já na primeira reação diante de um clássico
indiscutível”.
d) o simples contato com um clássico absoluto não possa nos emocionar”.
e) tão-somente em nossa relação com um clássico absoluto deixemos de
nos emocionar”.
Questão 02)
A única frase em que a correlação de tempos e modos NÃO foi corretamente
observada é:
a) Segundo os Correios, se a greve terminar amanhã, as entregas serão
normalizadas em 13 dias.
b) Para que o agricultor não se limitasse aos recursos oficiais, as fábricas
também criaram suas próprias linhas de crédito.
c) Um dos seus projetos de lei exigia que os professores e servidores das
universidades fizessem exames antidoping.
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d) Na discussão do projeto, o deputado duvidou que o colega era o autor da
emenda.
e) A Câmara Municipal aprovou a lei que concede descontos a multas e juros
que estão em atraso.
Questão 03)
As quatro frases abaixo podem ser corretas ou incorretas. Verifique quais
apresentam, ou não, infração de regras gramaticais e/ou restrições
estilísticas e, observando cuidadosamente o número de cada questão,
assinale:
01. O arroz parboilizado, o agulhinha com coloração amarela, segundo o
proprietário da arrozeira, contém mais vitaminas do que o agulhinha
branco.
02. O médico, que defendia a descriminação do aborto, havia dito: “Sou a
favor de que o aborto saia já do Código Penal!”
03. Um agente de segurança daquele “shopping” surpreendeu, há uns dias
atrás, um caixa fraudando a empresa em cumplicidade com uma amiga.
04. Previsão: céu nublado, com períodos de chuva forte todo dia em lugares
isolados.
Questão 04)
Assinale a opção que melhor reestrutura – gramaticalmente e estilisticamente
os seguintes grupos de frases:
a) O pé-de-pato, calçado com este formato, caso seja adaptado aos pés dos
nadadores, permitir-lhes-á um rápido deslocamento na água.
b) Se for adaptado aos pés, o pé de pato, calçado de borracha com forma
de pé-de-pato, permite os nadadores deslocarem com rapidez na água.
c) O pé-de-pato, calçado de borracha com forma de pé-de-pato, permite um
rápido deslocamento na água aos nadadores, desde que o mesmo esteja
adaptado aos seus pés.
d) Calçado de borracha com a forma de pé de pato, desde que se o adapte
aos pés, o pé-de-pato porque os nadadores se desloquem com rapidez
na água.
e) O pé-de-pato, calçado de borracha com forma de pé de pato, permite aos
nadadores, se adaptado aos pés, rápido deslocamento na água.
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Questão 05)
Assinale a opção que completa corretamente as lacunas:
Questão 06)
No texto abaixo sobre as eleições em São Paulo, há ambigüidade no último
período, o que pode dificultar o entendimento.
A ambigüidade deve-se:
a) à inadequação na ordem das palavras.
b) à ausência do sujeito verbal.
c) ao emprego inadequado dos substantivos.
d) ao emprego das palavras na ordem indireta.
e) ao emprego inadequado de elementos coesivos.
Questão 07)
“Sem a reforma agrária não há como resolver a desnutrição desse povo
brasileiro.”
“O grande mal desse povo brasileiro é ter nascido pobre.”
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Questão 08)
“A menos que a violência tenha um fim, muitas pessoas inocentes
morrerão sem saber o porquê.” Observando a oração destacada, aponte a
opção que possui essa mesma circunstância.
a) Desde que você chegou à cidade, todos os aceitaram com muito carinho.
b) Mesmo que tenha cometido enganos, o perdão é um direito de todos.
c) Desde que conheça seus direitos, dificilmente alguém o prejudicará.
d) Mal restabelecemos a verdade, outros problemas complicaram nossa
vida.
Questão 09)
TEXTO II
Chego do mato vendo tanta gente de cara triste pelas ruas, tanto silêncio
de derrota dentro e fora das casas, como se o gosto da vida se tivesse
encerrado, de vez, com as cinzas do finado carnaval dos últimos dias.
Imperdoável melancolia de quem sabe, e sabe muito bem, que esta
deliciosa cidade não é samba, apenas; que o Rio, alma do Brasil, afina
também seus melhores sentimentos populares por outra paixão não menos
respeitável – o futebol.
Esse abençoado binômio, carnaval-futebol, é que explica e eterniza a
alma esférica da gente mais alegre de nosso alegre País.
Por que, então, chorar a festa passada se ao breve ciclo da fantasia do
samba logo se segue a ardente realidade do futebol? Desmontaram o
palanque por onde desfilou a elite do samba? E daí? Lá está o Maracanã,
rampas gigantescas, assentos intermináveis, tudo pronto para o grande
desfile de angústias e paixões que precedem a glória de um chute. Agora
mesmo, alguém me veio dizer, contente, que a grama está uma beleza, de
área a área, e que, com as últimas chuvas, o verde rebentou verdíssimo.
Salgueiro, Fluminense, Mangueira, Flamengo, Império, Botafogo -
milagrosa alternação de emoções na vida de uma cidade; passos e passes
de uma gente que curtiu seu amor ao mesmo tempo no contratempo de um
tamborim e no instante infinito de um gol.
Mal se foi o Salgueiro, já vem chegando o Flamengo, preto e vermelho,
apontando, ardente, na boca do túnel que se abre para a multidão em delírio.
Couro de gato, bola de couro, quicando e repicando pela glória de uma
cidade que não tem por que chorar tristezas.
(Armando Nogueira) Rio.
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c) Esse abençoado binômio, que eterniza carnaval-futebol, explica e
eterniza a alma esférica da gente mais alegre de nosso alegre País.
d) É que esse abençoado binômio, carnaval-futebol, explica e eterniza a
alma esférica da gente mais alegre de nosso alegre País.
e) A explicação desse abençoado binômio, carnaval-futebol, é que eterniza
a alma esférica da gente mais alegre de nosso alegre País.
Questão 10)
O número 1
Questão 11)
Observe a pontuação e a colocação de palavras nas frases que se seguem.
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Escrevendo, só, quatro cartas.
Questão 12)
Gostava de jipe, não de automóvel, e dirigia com extrema cautela. Evitava
o centro urbano, e quando tinha de ir até lá, descrevia longas voltas e
terminava a pé, para não se expor ao tráfego desembestado das ruas
principais. Os filhos riam, pondo em dúvida sua capacidade no volante. Mas
todos arrebentavam a máquina, ao usá-la, e ele tinha como pequena glória
nunca ter dado uma batida.
Como pequena glória. Porque as maiores eram as que lhe vinham do sítio.
Possuíra fazenda, agora tinha sítio. E ficava feliz quando o jipe tropicador o
levava para a modesta pasárgada. Esquecendo-se da idade, punha exagero
de moço – trinta anos depois – em capinar, plantar, podar; se chovia,
plantava mentalmente. Orgulhava-se de produzir não só frutas tropicais
como subtropicais. Um cruzamento de espécies, determinando novo sabor,
nova forma ou colorido, era uma festa para ele. O sítio confinava com uma
fazenda; matava saudades do antigo latifúndio ouvindo, à distância, o vozeio
dos vaqueiros, o urro do jumento, pontual como um relógio.
Bacharel? Sim, fizera o curso de Direito, tirara diploma, se necessário
lutava contra empresas poderosas, e vencia, sem ligar muito a isso.
Guardava os livros essenciais ao exercício da profissão, só esses, no
pequeno armário envidraçado. Sua consulta constante era às sementes, à
terra, ao tempo; nem se lembrava mais de que, na mocidade, cultivara as
letras, escrevera poemas em prosa neo-simbolistas, induzira o irmão menor
a seguir o ofício de juntar palavras. Em 1959 bateu um recorde negativo,
escrevendo só quatro cartas, profissionais e concisas.
Anos e anos escoados na cidadezinha natal, entre problemas pequenos
e grandes que nunca se resolviam. [...] Mudou de terra e de vida.
Carlos Drummond de Andrade
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b) Ele era bacharel, que fizera o curso de Direito e na mocidade as letras,
onde escrevia poemas em prosa, mas agora era a terra que ele dedicava-
se embora, consultando as condições do tempo e das sementes, e
escrevendo somente quatro cartas profissionais e concisas, guardando
os livros num pequeno armário envidraçado, para vencer as demandas.
c) Um bacharel que guardava os livros num pequeno armário envidraçado
era ele que agora dedicava-se ao cultivo da terra, e consultava o tempo
e as sementes – com a atividade das letras do passado esquecidas –
nem escrevia mais, só algumas cartas profissionais e concisas, capaz de
vencer as demandas contra as empresas poderosas.
d) Como bacharel era na mocidade quem escrevia poemas em prosa que
esqueceram, mudando-se para o cultivo da terra, com os livros
guardados num pequeno armário envidraçado – se necessário nas
demandas contra empresas poderosas – consultando as condições do
tempo e das sementes, com o que escrevia quatro cartas profissionais.
e) Tinha feito poemas em prosa na mocidade e era bacharel e abandonou-
os, com os livros guardados num pequeno armário envidraçado – onde
agora consultava as condições do tempo e das sementes, sem
demandas com as empresas poderosas – e dedicava-se a terra e apenas
algumas cartas cultivando-as, e não mais a atividade literária.
Questão 13)
Observe:
I. “Todo romancista, todo poeta, quaisquer que sejam os rodeios que possa
fazer à teoria literária, deve falar de objetos e fenômenos mesmo que
imaginários, exteriores e anteriores à linguagem: o mundo existe e o
escritor fala, eis a literatura.”
II. “O objeto da crítica é muito diferente; não é o ‘mundo’, é um discurso, o
discurso de um outro: a crítica é discurso sobre um discurso.”
Questão 14)
“O Personagem sem dimensões
Quando começa uma novela na TV, eu dou uma espiada no primeiro capítulo
para reencontrá-los. E de vez em quando eles voltam. O Milionário de Bom
Coração. A Jovenzinha Mimada. A Vizinha Fofoqueira (...). E assim por
diante.”
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Assim inicia o texto de Braulio Tavares, no Jornal da Paraíba, 25/06/06. Nele,
a) há um processo de contradição, pelo uso lingüístico de expressão de
registros que se estranham, a exemplo de “espiada” (popular) e do
emprego de pronome oblíquo culto, como los.
b) a progressão temática é mantida através de um processo chamado de
catáfora, pelo qual certas palavras “sem conteúdo semântico” se
interpretam por meio de outras expressões posteriores.
c) há um erro no uso de expressões pronominais sem referência, como os
pronomes pessoais los e eles, que não têm antecedentes aos quais se
relacionem.
d) há uma inadequação na grafia de certas palavras, como Milionário, Bom,
Coração, e tantas outras que, não sendo nomes próprios, não poderiam
vir grafadas com letras iniciais maiúsculas.
e) a pontuação é viciosa, tendo em vista um certo número de expressões
que deveriam vir entre vírgulas ( , ) e foram colocadas entre pontos ( . )
como se fossem frases.
Questão 15)
Assinale a opção que corresponde à frase cuja redação é clara, correta,
concisa e coerente:
a) O casamento bem-sucedido entre a eletrônica e a informática trouxe um
monstro que aonde chega e onde passa, interrompe carreiras, destrói
sonhos, envenena mentes e consome vidas, e este verdadeiro monstro
foi o desemprego institucional, o qual prometia que as máquinas que ele
geraria substituiria o homem e lhe daria mais tempo para o lazer.
b) O casamento bem-sucedido da eletrônica com a informática, trouxe um
verdadeiro monstro, que onde chega e onde passa, interrompe carreiras,
destrói sonhos, envenena mentes e consome vidas, sendo o mesmo o
desemprego institucional, que, ao contrário, prometia gerar as máquinas,
que substituiriam o ser humano no trabalho para dar, a este, mais tempo
e lazer.
c) Ao invés de inaugurar, como parecia, a tão almejada era em que as
máquinas assumiriam as funções do ser humano e lhe dariam mais tempo
para o lazer, o casamento bem-sucedido da eletrônica com a informática
trouxe o desemprego institucional, um verdadeiro monstro que, aonde
chega e por onde passa, interrompe carreiras, destrói sonhos, envenena
mentes e consome vidas.
d) Em vez de assumir as funções do ser humano para dar a este mais tempo
para o lazer, as máquinas, fruto bem-sucedido do casamento da
eletrônica com a informática, trouxe um verdadeiro monstro – o
desemprego institucional, que onde chega e por onde passa interrompe
carreiras, destrói sonhos, envenena mentes e consome vidas.
e) Um verdadeiro monstro que aonde chega e por onde passa interrompe
carreiras, destrói sonhos, envenena mentes e consome vidas, foi que o
casamento bem-sucedido entre a eletrônica com a informática gerou, ao
produzir o desemprego institucional, ao contrário do que prometia que as
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máquinas, fazendo o trabalho do ser humano, daria a este mais tempo
para o lazer.
Questão 16)
A respeito do livro O Palhaço e a Rosa, de Francisco Vasconcelos. assinale
a opção em que o assunto do conto (ou parte dele) NÃO está adequadamente
explicado, apresentando erro de qualquer natureza:
a) Zequinha, filho da preta Zefa, vê uma carteira de dinheiro que, tendo caído
do bolso de alguém, se encontra sob o banco da praça. Sente-se tentado
a furtá-la e, não resistindo aos impulsos, pega a carteira, mas foi flagrado
praticando esse gesto condenável – “O Boleiro”.
b) Nemézio está no apartamento para o qual mudou-se há dois meses. Não
tem amigos, não conhece os vizinhos e se sente entediado. Que fazer?
Desce, apanha um táxi e não sabe para onde ir. Depois, reflete sobre a
inutilidade de seu gesto e manda o motorista voltar – “A Fuga”.
c) É a história de uma moça apaixonada por um homem que não percebe
seus sentimentos. Mesmo em férias, não consegue livrar-se da obsessão.
De fértil imaginação, pensa que ele a possui e a beija. Logo, outros
pensamentos dela se apossam: vê-se num hospital, sendo tratada por
médicos. Ela morre e o homem amado foi preso, pois fora ele quem a
assassinara – “O Palhaço e a Rosa”.
d) Godofredo está estudando, embora não preste muita atenção ao assunto
das provas. Distrai-se ouvindo marchinhas de carnaval. Com boa
vontade, debruça-se sobre os cadernos, mas depois tem sua atenção
novamente desviada por algumas formigas sobre cujas atividades ele se
põe a filosofar – “Aula prática”.
e) Tiago veio do interior para estudar Direito na capital. Suas dificuldades
financeiras lhe prejudicam os estudos, mas ele não desiste. Seu sonho é
formar-se e progredir na vida, fazendo carreira na magistratura – “O
Concurso”.
Questão 17)
Os parágrafos abaixo estão fora de ordem.
Assinale a alternativa em que a seqüência dos números corresponde à
seqüência lógica desses parágrafos. O texto original, redigido por Hélio
Schwartsman para a Folha de S. Paulo, sofreu muitas adaptações e não mais
corresponde à opinião do autor.
1 Ele cometeu em sua declaração pelo menos dois grandes pecados
epistemológicos. Falou em “todos os testes” sem dizer quais e fez uma
generalização apressada.
2 Podemos concluir que as forças da civilização exigem que abandonemos
essa forma primitiva de pensar e utilizemos a razão e não reações
instintivas no trato com outros seres humanos. É isso que Watson, mesmo
com toda a sua genialidade científica, não foi capaz de fazer.
3 Os testes a que o laureado se referiu são provavelmente as tabelas de
Richard Herrnstein e Charles Murray publicadas em “The Bell Curve” (a
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curva do sino ou a curva normal), de 1994, um dos livros mais explosivos
e criticados da década passada.
4 James Watson, o co-descobridor da molécula de DNA e ganhador do
Nobel de 1953, pisou na bola. Declarou que africanos são menos
inteligentes do que ocidentais.
5 Quanto à generalização, o fato é que é em princípio errado prejulgar
alguém por características (reais ou supostas) que não observamos
nessa pessoa, mas no grupo ao qual consideramos que ela pertence.
a) 4/2/1/3/5.
b) 4/5/2/1/3.
c) 4/1/3/5/2.
d) 5/2/3/4/1.
e) 2/4/1/3/5.
Questão 18)
Assinale a opção em que houve quebra da simetria da construção
(paralelismo), em prejuízo do estilo e da coesão do enunciado:
a) A Amazônia é importante para o mundo tanto por sua notável
biodiversidade, mas também porque possui enorme riqueza cultural
expressa pelo grande número de grupos indígenas que a habitam.
b) Se o chefe levar o espírito de racionalização até os níveis mais baixos da
administração e der condições de aperfeiçoamento aos subordinados, ele
conseguirá aumentar o grau de segurança individual e diminuir os custos
de produção.
c) Apesar de as autoridades estarem empenhadas no combate à
criminalidade e de populares já terem feito justiça com as próprias mãos,
a maré de latrocínios nas grandes cidades continua alta, o que parece
indicar que o problema é muito mais social do que policial.
d) Trata-se de pessoa inteligente e capaz de agradar a todos pela extrema
simpatia que a envolve.
e) A empresa alegou não estar em boa situação financeira e não poder
conceder a majoração dos salários dos seus empregados, dados os
elevados encargos sociais que já suporta.
Questão 19)
O carnaval carioca é uma beleza, mas mascara, com seu luxo, a miséria
social, o caos político, o desequilíbrio que se estabelece entre o morro e a
Sapucaí. Embora todos possam reconhecer os méritos de artistas plásticos
que ali trabalham, o povo samba na avenida como um herói de uma grande
jornada. E, acrescente-se, há manifestação em prol de processos judiciais
contra costumes que ofendem a moral e agridem a religiosidade popular. O
carnaval carioca, porque se afasta de sua tradição, está se tornando
desgracioso, disforme, feio.
(Adaptado de João Bosco Ribeiro. Redação Científica)
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Com relação a este fragmento adaptado de João Bosco Ribeiro, assinale o
que for correto.
01) Há falta de coerência entre a afirmativa inicial e a final.
02) A oração subordinada que se inicia com "embora" não apresenta coesão
textual em relação à oração principal.
04) O texto não se constitui como um todo porque apresenta diversas
informações e várias direções.
08) Não é possível entender o objetivo principal do texto.
16) O texto não apresenta completude, inteireza e unidade.
Questão 20)
Identifique a ordem em que os períodos devem aparecer, para que
constituam um texto coeso e coerente. (Texto de Marcelo Marthe: Tatuagem
com bobagem. Veja, 05 mar. 2008, p. 86.)
I. Elas não são mais feitas em locais precários, e sim em grandes estúdios
onde há cuidado com a higiene.
II. As técnicas se refinaram: há mais cores disponíveis, os pigmentos são de
melhor qualidade e ferramentas como o laser tornaram bem mais simples
apagar uma tatuagem que já não se quer mais.
III. Vão longe, enfim, os tempos em que o conceito de tatuagem se resumia
à velha âncora de marinheiro.
IV. Nos últimos dez ou quinze anos, fazer uma tatuagem deixou de ser
símbolo de rebeldia – de um estilo de vida “marginal”.
Questão 21)
Assinale as alternativas em que os conectivos destacados estão empregados
adequadamente.
01. Você monta sua programação para assistir na hora que quiser, portanto
os comerciais permanecem.
02. A televisão acabou com a carreira de muitos galãs famosos que recebiam
milhares de cartas enviadas por mulheres perdidamente apaixonadas.
04. As produções que ocupam a maior parte dos horários nas tevês
comerciais são os filmes baratos e, além disso, de enredo duvidoso.
08. A grande maioria dos telespectadores prestava atenção à trama, mas não
compreendia absolutamente nada.
16. Sua TV vai mostrar as cores e detalhes do jogo. Em outras palavras, um
tira-teima de 90 minutos.
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Questão 22)
INIMIGO OCULTO
dizem que
em algum ponto do cosmos
Ferreira Gullar
*(O silêncio eterno desses espaços infinitos me assusta)
a) Nos versos “um pedaço negro de rocha” / “voa em nossa direção” (versos
4-6), o uso do pronome possessivo “nossa” rompe o vínculo entre o eu
lírico e os leitores.
b) Em “dizem que” (verso 1), a expressão do sujeito gramatical, na terceira
pessoa do plural, sem antecedente textual claro, evidencia que o eu lírico
se vale de uma outra voz para expressar o fato.
c) Nos versos “e quaisquer que sejam os desvios / e extravios / de seu
curso” (versos 14-16), o pronome possessivo “seu” se reporta ao verso
“em algum ponto do cosmos”. (verso 2)
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d) O apagamento do objeto direto oracional em “não se sabe se” (verso 20)
inviabiliza a referência a “inimigo oculto”. (título)
e) A combinação da preposição “de” com o pronome “eles”, empregado
como pronome possessivo em “deles resultará” (verso 17), encaminha
textualmente as consequências das “curvaturas do espaço-tempo”.
(versos 8-9)
Questão 23)
Assinale verdadeira (V) ou falsa (F) em cada uma das afirmativas
relacionadas a estruturas gramaticais do texto.
A sequência correta é
a) V - V - V.
b) F - F - F.
c) V - F - V.
d) F - F - V.
e) V - V - F.
Questão 24)
TEXTO V
1
O homem pensa ter na Cidade a base de toda a sua grandeza e só nela
tem a fonte de toda a sua miséria. Vê, Jacinto! Na Cidade perdeu ele a força
e beleza harmoniosa do corpo, e se tornou 5esse ser ressequido e
escanifrado ou obeso e afogado em unto, de ossos moles como trapos, de
nervos trêmulos como arames, com cangalhas, com chinós, com dentaduras
de chumbo, sem sangue, sem fibra, sem viço, torto, 10corcunda esse ser em
que Deus, espantado, mal pôde reconhecer o seu esbelto e rijo e nobre
Adão!
Na Cidade findou a sua liberdade moral : cada manhã ela lhe impõe uma
necessidade, e cada 15necessidade o arremessa para uma dependência:
pobre e subalterno, a sua vida é um constante solicitar, adular, vergar,
rastejar, aturar; rico e superior como um Jacinto, a sociedade logo o enreda
em tradições, preceitos, 20etiquetas, cerimônias, praxes, ritos, serviços mais
disciplinares que os de um cárcere ou de um quartel... A sua tranquilidade
(bem tão alto que Deus com ela recompensa os santos) onde está, meu
Jacinto?
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25
Sumida para sempre, nessa batalha desesperada pelo pão ou pela fama,
ou pelo poder, ou pelo gozo, ou pela fugidia rodela de ouro!
Eça de Queiroz
Vocabulário
escanifrado - magro, enfraquecido
unto - gordura
chinós - cabeleira postiça, peruca
TEXTO VI
1
Este grafite está estampado ali no Parque dos Patins, um lugar muito
frequentado pelo público infantil, na Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio. Veja
só. É uma mulher fantasiada, com um fuzil atravessado nas costas, uma
metralhadora na mão esquerda e uma pistola na 5direita. Lá no fundo, dá
para ver o morro do Corcovado e o Cristo Redentor. Deve haver quem ache
que é arte de rua. A coluna acha um horror. É apenas mais um retrato que
emporcalha a paisagem carioca. Com todo respeito.
Anselmo Gois.O Globo, 29/06/2010.
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demonstrativo “este” e do advérbio “ali” (Texto VI, ref. 1) aproximam
espacialmente o narrador da imagem destacada no grafite.
d) o uso da vírgula marca a enumeração de verbos substantivados (Texto
V, ref. 15); a vírgula usada na descrição da mulher fantasiada (Texto VI,
ref. 1) encadeia a enumeração de ações simultâneas.
e) a palavra “Cidade” escrita com maiúscula (Texto V, ref. 1) produz um
sentido de especificidade; a expressão “Parque dos Patins” (Texto VI,
ref. 1), com maiúsculas, nomeia um substantivo de valor irrestrito.
Questão 25)
Justifique o emprego das formas linguísticas abaixo, presentes nos textos da
1ª QUESTÃO, e indique o referente de cada unidade, quando o caso o
permitir:
Questão 26)
A questão abaixo apresenta cinco propostas diferentes para a redação de um
período. Selecione a opção que corresponde ao período cuja redação atende
aos critérios de correção, clareza e concisão.
Questão 27)
“Tá legal
(1) Eu aceito o argumento
(2) Mas não me altere o samba tanto assim [...]”
(Paulinho da Viola, 1975)
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a) (1) condição de (2);
b) (2) causa de (1);
c) (2) adição a (1);
d) (1) alternativa a (2);
e) (2) concessão de (1).
Questão 28)
Leia estes trechos, atentando para os conectivos neles destacados:
TRECHO 1
Ouvimos o ferrolho da porta que dava para o corredor interno; era a mãe
que abria. Eu, uma vez que digo tudo, digo aqui que não tive tempo de soltar
as mãos da minha amiga...
MACHADO DE ASSIS, J. M. Dom Casmurro. São Paulo: Globo, 1997. p. 67.
TRECHO 2
Fomos jantar com a minha velha. Já lhe podia chamar assim, posto que
os seus cabelos brancos não o fossem todos nem totalmente; e o rosto
estivesse comparativamente fresco.
MACHADO DE ASSIS, J. M. Dom Casmurro. São Paulo: Globo, 1997. p.165.
Questão 29)
Leia o seguinte texto, para atender ao que se pede:
Conversa de abril
Rubem Braga*
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a) Reescreva o seguinte trecho, dando-lhe características narrativas e
empregando a terceira pessoa do plural, em lugar da segunda:
“Tenho no bolso um caderno de notas. Quereis que vos descreva essas
montanhas e vales, e o que fazem os seres humanos neste tempo de
primavera?”
b) Tendo em vista as informações contidas no excerto, o início do texto –
“É abril” – é coerente com o emprego do pronome este, em “neste tempo
de primavera”? Explique.
Questão 30)
Em uma das manchetes de jornal, é possível fazer dupla leitura. Aponte-a:
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capacidade de bordar dava-lhes uma dignidade e um aval. Não queria que
me discriminassem, conversei com elas de igual para igual, mostrando-lhes
os pontos que minha pequena mão infantil executara.
(JARDIM, Rachel. O penhoar chinês. 4 ed. Rio de Janeiro: José Olympio,
1990.)
Questão 31)
A expressão “…abelhas alegres” (11º período) justifica, especificamente, a
significação expressa, no 9º período, com:
a) “Mulheres de meia-idade…”
b) “…para bordar tapeçarias…”
c) “…selecionando animadamente e com grande competência os novelos…”
d) “…comparando as cores com os riscos trazidos…”
e) “…medindo o tamanho do bastidor”.
Questão 32)
Considerando ainda o período abordado na questão anterior, assinale a
alternativa que, completando a oração abaixo, apresenta a relação mais
coerente entre as idéias.
O coordenador do curso de Comunicação Social mencionou que,
a) à medida que muitos universitários saem para o mercado de trabalho, o
Vale do Paraíba tem potencial de absorver os formandos, pois ainda é um
mercado inexplorado.
b) como muitos universitários saem para o mercado de trabalho, o Vale do
Paraíba tem potencial de absorver os formandos, pois ainda é um
mercado inexplorado.
c) há muitos universitários saindo para o mercado de trabalho, de modo que
o Vale do Paraíba tem potencial de absorver os formandos, pois ainda é
um mercado inexplorado.
d) muitos universitários saem para o mercado de trabalho; portanto, o Vale
do Paraíba tem potencial de absorver os formandos, pois ainda é um
mercado inexplorado.
e) embora muitos universitários estejam saindo para o mercado de trabalho,
o Vale do Paraíba tem potencial de absorver os formandos, pois ainda é
um mercado inexplorado.
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TEXTO: 3 - Comum às questões: 33, 34
Nas questões a seguir você deve indicar a opção que melhor preenche as
lacunas, observando a propriedade das palavras ou locuções, a correção
gramatical, a coerência e a seqüência das idéias.
Questão 33)
“O repouso é uma das grandes armas ……… se utiliza a medicina; ………
ele traz, embutidas ………, múltiplas respostas nocivas.”
a) curativas – das quais – por isso – nele mesmo
b) contraditórias – de que – todavia – por si próprias
c) terapêuticas – de que – entretanto – em si próprio
d) tradicionais – do qual – por conseguinte – em si próprias
e) benéficas – com que – não obstante – por si mesmas
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Questão 34)
“Mesmo nas economias mais influenciadas pelo ideário liberal, o poder
público dispõe de instrumentos legais para ……… a cartelização da oferta de
certos itens, prática que se torna particularmente ……… no caso ………
controles grupais ……… produtos que não podem ser substituídos
facilmente, ainda que tenha seus preços majorados.”
a) promover – benéfica – desses – comercializarem
b) fomentar – vantajosa – destes – comerciarem
c) coibir – nefasta – de esses – incidirem sobre
d) impedir – suscetível – de os – sobrevierem em
e) moderar – benigna – dos – traficarem com
1
A polêmica criada em torno da publicação das charges do profeta Maomé
por jornais europeus só escancarou o 2profundo abismo entre dois mundos
que há séculos tentam apenas se entender, ao contrário de se compreender.
O 3Islamismo tem sido tão cercado de mitos nos últimos anos, que ficou
estabelecida uma cortina de fumaça entre o mundo 4ocidental e oriental.
Cortina esta que propaga a desinformação e a mentira. Mas há um fato
ironicamente positivo. 5Finalmente, no século 21, é que Ocidente e Oriente
descobriram algo em comum – ambos são intolerantes e ambos 6praticam a
liberdade de expressão, cada um à sua maneira. • •
7
Os jornais, ao publicarem as charges, praticaram sua liberdade de
expressão, e as manifestações pelo mundo 8contra as mesmas charges
também foram atos de mesma liberdade. Ora, cada ser humano tem o direito
de expressar 9livremente seus sentimentos e opiniões. Isto aconteceu de
ambas as partes e seria positivo se tudo ficasse resumido a este 10panorama.
Mas, negativamente, foram intolerantes os jornais que caracterizaram todo e
qualquer muçulmano como 11terrorista. E igualmente intolerantes foram as
manifestações no mundo islâmico que queimaram embaixadas e ameaçaram
a 12vida de ocidentais. Ambos, portanto, erraram. • •
13
Os muçulmanos sentiram-se ofendidos de duas formas. A tradição da
religião islâmica sempre defendeu a não 14representação da figura de
Maomé. Outra ofensa foi a idéia de vincular Maomé ao terrorismo. A
generalização que é dada 15aos muçulmanos não corresponde à verdade. O
Islamismo, tanto quanto as outras religiões e crenças do mundo, prega a
16
paz entre os povos e reconhece Jesus Cristo e Moisés como os outros dois
grandes profetas de Deus. Os povos do Oriente 17Médio, sejam eles cristãos,
judeus ou muçulmanos, são muito mais ligados à religião do que o ocidental.
Ela tece seus 18modos de vida e rege até suas leis. É natural, portanto, que
reagissem como reagiram, embora tenham se excedido.
19
[...] • •
20
A imprensa ocidental erra ao associar terrorismo com religião. O
terrorismo é independente de religião. Bin Laden 21Al Qaeda nada
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representam para a imensa maioria dos povos islâmicos. Suas causas,
supostamente religiosas, não têm 22legitimidade. Mas se aproveitaram de um
contexto social e político para difundir uma propaganda contra o Ocidente e,
23
assim, trazer mais simpatizantes, geralmente pessoas frustradas e
desesperadas que nada têm a perder. • •
24
Os muçulmanos querem, isto sim, perspectivas de um futuro melhor e
que se traduza em mais democracia, mais 25paz na região, menos
discriminação contra sua fé e mais tolerância. E a imprensa, portanto, deveria
cumprir com seu papel 26de construção da paz e aproximar estes dois
mundos. No mínimo, se preocupar com a ética profissional, que faltou para
os 27editores dos jornais europeus, e seguir o velho princípio do jornalismo, o
de sempre ouvir os dois lados, mas que, 28infelizmente, só tem sido aplicado
quando convém. Se a imprensa quer ter um papel decisivo na globalização,
em que 29culturas devem compreender outras, ela precisa trazer
conhecimento e não apenas informações e estereótipos. E para que 30não
ocorram a violência e a intolerância, governos e imprensa devem buscar a
aproximação com o Oriente, promovendo 31uma democracia feita por árabes
e para os árabes, não uma importada, feita em laboratório, como a que ocorre
no Iraque. 32Só assim haverá uma verdadeira liberdade de expressão que
acabará com a intolerância, e não aumentá-la como vem 33acontecendo. 33
27 February, 2006 [adapt]
http://www.leindependant.org/showPost.php?post_id=9 [acessado em 4 de
julho de 2006]
Questão 35)
No processo de transformação de uma frase da forma afirmativa para a
negativa, ou vice-versa, nem todos os conteúdos são afetados. Algumas
informações são compartilhadas pelas formas afirmativa e negativa de uma
frase. Com relação a esse fato, analise as seguintes asserções.
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Estão corretas
a) apenas I e II.
b) apenas I e III.
c) apenas II e III.
d) apenas III.
e) I, II e III.
Questão 36)
Considerando o uso dos elementos lingüísticos no texto, responda às
questões que se seguem:
a) Indique a que expressões se referem os termos sublinhados nos
fragmentos abaixo:
“Mas lá vêm eles novamente e eu sei o que vou fazer”:
“Até achava que aqui batia um coração”:
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b) Em “Reinstalar o sistema”, o prefixo (re-) do verbo “reinstalar” tem o
mesmo sentido que nas seguintes palavras: “regredir e recuar”? Justifique
sua resposta.
c) Em “Aonde estão meus olhos de robô?”, há uma inadequação lingüística
em relação à norma culta.
Identifique-a e reescreva o enunciado de modo a desfazer tal problema.
1
Os jovens brasileiros acabam tendo de tomar uma decisão para a qual
não estão ainda maduros: a escolha da profissão. Eles são capazes de
prestar no mesmo ano, simultaneamente, exame para faculdades de Direito,
Economia e Cinema. Que segurança tem uma menina de 16 anos quando
opta por fazer vestibular de Engenharia de Produção? Para a maioria do
quase 1,3 milhão de brasileiros que entram anualmente nas faculdades
públicas e privadas, o vestibular acaba sendo apenas um expediente para
tentar 5garantir a empregabilidade futura, e não exatamente a escolha de uma
profissão. O resultado disso é um prejuízo de tempo, recursos humanos e
dinheiro, público ou privado. (...)
Nos EUA, essa escolha é feita com mais maturidade por dois motivos.
Primeiro, não existe ensino superior gratuito. Quem não pode pagar tem de
conseguir uma bolsa, geralmente reembolsável no futuro. Ter de pagar pela
faculdade obriga o jovem a amadurecer suas decisões. Não há a mordomia
tipicamente brasileira de fazer uma ou duas faculdades, em geral à custa do
10
contribuinte e em prejuízo de alguém que poderia aproveitar melhor o
investimento público da sociedade.
O fato de a formação universitária nos EUA ser marcadamente dividida
em duas etapas também contribui para escolhas mais maduras. A primeira
fase é o equivalente a nossos ciclos básicos de dois anos, que são genéricos
para áreas parecidas. A grande maioria dos jovens dá um tempo após esse
período, antes de entrar na etapa seguinte. Então, com 20 e poucos anos, é
feita a escolha mais importante, quando os alunos se matriculam
especificamente na fase de qualificação para o diploma universitário de 15sua
preferência, o equivalente ao ciclo profissional de nossas universidades.
O estudante Melchisedeck Lemos, de Coroaci, Bahia, me pergunta por e-
mail: “Como lidar com esta decisão necessária e radical?”. Seria bom criar
passos intermediários entre o fim do ensino médio e o vestibular, mesmo que
demore de um a três anos. Primeiro, vá arranjar opções de ganhar dinheiro
e experiência de vida. Ainda que seja como balconista de shopping ou office
boy. Busque alta fluência em internet e inglês. Faça cursos livres. Viaje para
o exterior. Aprenda a se virar, talvez fazendo salada num 20restaurante em
Londres, faxina na Holanda, limpeza de escritório em Tóquio ou cursos
gratuitos nas escolas públicas da Alemanha.
Ganhe um começo de biografia que fará você orgulhoso de sua juventude.(...)
(NEVES, Ricardo. Revista Época, 11/06/2007,p.66, com adaptação)
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Questão 37)
Assinale com V (verdadeira) ou F (falsa) as afirmações:
A seqüência correta é:
a) VVFF
b) FFVV
c) VFFV
d) VFVV
e) FVFV
Texto A
O maiúsculo e o minúsculo
(1)
É lastimável quando alguém simplifica em demasia as realidades
complexas: perde a proporção dos fatos e se põe a fazer afirmações
desprovidas de qualquer fundamento. Enquanto essas simplificações
permanecem nos limites estritos do idiossincrático, parece não haver maiores
problemas, afinal cada um acredita naquilo que bem lhe apraz. Contudo,
quando essas simplificações ultrapassam tais limites e começam a sustentar
ações com repercussão para além do idiossincrático, a situação se torna, no
mínimo, preocupante.
(2)
É o que tem ocorrido ultimamente com certa discussão em torno da
língua. Nessa área, há, sem dúvida, questões maiúsculas a serem
enfrentadas. O Brasil precisa desencadear um amplo debate com vista à
elaboração de uma nova política lingüística para si, superando os efeitos
deletérios de uma situação ainda muito mal resolvida entre nós.
(3)
Essa nova política deverá, entre outros aspectos, reconhecer o caráter
multilingüe do país (o fato de o português ser hegemônico não deve nos
cegar para as muitas línguas indígenas, européias e asiáticas que aqui se
falam, multiplicidade que constitui parte significativa do patrimônio cultural
brasileiro). Ao mesmo tempo, deverá reconhecer a grande e rica diversidade
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do português falado aqui, vencendo, de vez, o mito da língua única e
homogênea.
(4)
Será preciso incluir, nessa nova política, um combate sistemático a
todos os preconceitos lingüísticos que afetam nossas relações sociais e que
constituem pesado fator de exclusão social. E incluir, ainda, um incentivo
permanente à pesquisa científica da complexa realidade lingüística nacional
e à ampla divulgação de seus resultados, estimulando com isso, por exemplo,
um registro mais adequado, em gramáticas e dicionários, da norma-padrão
real, bem como das demais variedades do português, viabilizando uma
comparação sistemática de todas elas, como forma de subsidiar o acesso
escolar (hoje tão precarizado) ao padrão oral e escrito.
(5)
Apesar de termos essas tarefas maiúsculas à frente, foi uma questão
minúscula que, a partir de uma grosseira simplificação dos fatos, acabou por
tomar corpo em prejuízo de todo o resto: a presença de palavras da língua
inglesa em nosso cotidiano.
(6)
Uma observação cuidadosa e honesta dos fatos nos mostra que,
proporcionalmente ao tamanho do nosso léxico (composto por cerca de 500
mil palavras), esses estrangeirismos não passam de uma insignificante gota
d’água (algumas poucas dezenas) num imenso oceano.
(7)
Mostra-nos ainda mais (e aqui um dado fundamental): muitos deles,
pelas próprias ações dos falantes, estão já em pleno refluxo (a maioria terá,
como em qualquer outra época da história da língua, vida efêmera).
(Carlos Alberto Faraco. Folha de S. Paulo. 13/05/2001.)
Questão 38)
Para a manutenção da unidade temática do texto A e de sua coerência, o
autor lançou mão de diversos recursos léxico-gramaticais, conforme
passamos a comentar em seguida.
I. No âmbito da coesão por conjunções e expressões adverbiais, merece
destaque o emprego de contudo (1º. parágrafo – sentido de concessão),
de ao mesmo tempo (3º parágrafo – sentido de tempo anterior) e de como
(final do último parágrafo – sentido de causalidade).
II. Algumas retomadas referenciais, como em “tais limites”, “ampla
divulgação de seus resultados”, “estimulando com isso”, “esses
estrangeirismos”, “comparação sistemática de todas elas”, funcionam
como nós da seqüência coesiva do texto. Nessa dimensão, portanto, os
pronomes desempenham um papel fundamental.
III. O paralelismo à vista no período com que se inicia o quarto parágrafo
(“Será preciso incluir, nessa nova política, um combate sistemático a
todos os preconceitos lingüísticos que afetam nossas relações sociais e
que constituem pesado fator de exclusão social.”) também representa um
recurso sintático-semântico da coesão e da coerência do texto.
IV. A expressão “nova política” foi repetida no texto. Essa recorrência teve
como função marcar a concentração do texto em um dos tópicos
abordados. Dessa forma, a repetição de palavras destaca-se como um
dos recursos que promovem a continuidade do texto.
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V. A metáfora do penúltimo parágrafo reitera a idéia de que a inclusão de
palavras estrangeiras no léxico do português não representa uma das
tarefas mais significativas da lingüística no Brasil.
[...] O Bispo era tão grande, nos rôxos, na hora de se beijar o anel dava um
medo. Quem ficava mais vezes de castigo era ele, Miguilim; mas quem
apanhava mais era a Chica.
A Chica tinha malgênio — todos diziam. Ela aprontava birra, encapelava no
chão, capeteava; mordia as pessoas, não tinha respeito nem do pai. Mas o
pai não devia de dizer que um dia punha ele Miguilim de castigo pior,
amarrado em árvore, na beirada do mato. Fizessem isso, ele morria da
estrangulação do medo? Do mato de cima do morro, vinha onça. Como o pai
podia imaginar judiação, querer amarrar um menino no escuro do mato? Só
o pai de Joãozinho mais Maria, na estória, o pai e a mãe levaram eles dois,
para desnortear no meio da mata, em distantes, porque não tinham de comer
para dar a eles. Miguilim sofria tanta pena, por Joãozinho mais Maria, que
voltava a vontade de chorar. [...]
(ROSA, João Guimarães. Manuelzão e Miguilim. 21.ed. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1967. p. 38.)
Questão 39)
Analisando os elementos responsáveis pela coesão textual no fragmento
acima, pode-se afirmar que
01. o nome Miguilim, no segmento “Quem ficava mais vezes de castigo era
ele, Miguilim”, poderia ser retirado sem prejuízo para a compreensão do
texto.
02. na oração “o pai e a mãe levaram eles dois”, considerando o uso da norma
padrão da língua, os termos eles dois deveriam ser substituídos pelo
pronome lhes.
03. em “Mas o pai não devia de dizer que um dia punha ele Miguilim de castigo
pior”, o operador argumentativo mas introduz um enunciado que
apresenta uma idéia oposta à do período anterior.
04. as orações “Fizessem isso, ele morria da estrangulação do medo?” se
ligam numa relação de condicionalidade.
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TEXTO: 9 - Comum à questão: 40
1
“Graças a Deus, nunca fui de ler livro.” A frase, definitiva, é de uma das
ilustres celebridades criadas no laboratório do "BBB", um tal de Fernando.
É má política ficar indignado com aquilo que já sabemos não ser digno de
atenção, mas, ainda assim, por vezes a estupidez dá tais sustos na gente
que é difícil ficar impassível.
5
Neste caso, o mais intrigante não é, evidentemente, o fato de o moço não
ser de “ler livros”. A cultura escrita não goza lá de muito prestígio entre nós,
brasileiros, falando de maneira bem genérica. Se consideramos o
microcosmo do “BBB” — gente jovem, considerada bonita, com pendores
exibicionistas, ambição de se tornar celebridade e propensa a ganhar
dinheiro fácil —, o índice deve tender a quase zero.
O mais revelador é o alívio com que ele se expressa, como a dizer:
“Graças a Deus não fui 10amaldiçoado com essa estranhíssima vontade, esse
gosto bizarro, esse defeito de caráter”. Qual é, exatamente, a ameaça que se
pensa haver nos livros, ficamos sem saber, mas o temor de pertencer ao
esquisito grupo daqueles que “são de ler livro” fala por si só.
Por outro lado, é nesses momentos de espontaneidade real que o “BBB”
tem algum interesse. Embora aqueles que chegaram ao programa não
sejam, a rigor, representativos de nada, nessas brechas 15escapa o que vai
na cabeça dessas moças e rapazes, de certa forma parecidos com os que
estão do lado de fora. O desprestígio do conhecimento letrado é marca funda
da sociedade brasileira — e, quando é formulado com tanta veemência e
clareza, é preciso prestar atenção.
Enquanto isso, na universidade de Aguinaldo Silva, o pau come. Na
novela “Duas Caras”, a instituição de ensino é palco de uma luta renhida entre
aqueles que “querem estudar” — para vencer na 20vida, não mais do que
isso; estudar aqui tem um valor de troca muito claro — e o bando de
baderneiros e oportunistas, identificados como “de esquerda”, que querem
tumultuar o projeto “eficiente” do reitor, um ex-militante convertido ao ensino
privado.
Todos estudam lá — as mulatas sestrosas da favela, as patricinhas do
condomínio, a mulher adulta que volta à sala de aula. Só não se sabe, ao
certo, o que se estuda — embora haja gente empunhando livros e cadernos,
não há uma indicação sequer (nem nos diálogos, nem nas trajetórias dos
personagens) de que, em uma universidade, ao contrário dos shoppings do
ensino, deva se produzir conhecimento e que o conhecimento de verdade é
transformador. Justamente o que deve temer o “brother” Fernando.
Folha de São Paulo, 3/2/2008
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Questão 40)
“. . . por vezes a estupidez dá tais sustos na gente que é difícil ficar
impassível.” (linha 4)
TEXTO 1
Uns certos profundíssimos filólogos negam-nos, a nós brasileiros, o direito
de legislar sobre a língua que falamos. Parece que os cânones desse idioma
ficaram de uma vez decretados em algum concílio celebrado aí pelo século
XV. Esses cânones só têm o direito de infringi-los quem nasce da outra
banda, e goza a fortuna de escrever nas ribas históricas do Tejo e Douro ou
nos amenos prados do Lima e do Mondego.
Nós, os brasileiros, apesar de orçarmos já por mais de dez milhões de
habitantes, havemos de receber a senha de nossos irmãos, que não passam
de um terço daquele algarismo. Nossa imaginação americana, por força terá
de acomodar-se aos moldes europeus, sem que lhe seja permitido revestir
suas formas originais.
Sem nos emaranharmos agora em abstrusas investigações filológicas,
podemos afirmar que é este o caso em que a realidade insurge-se contra a
teoria. O fato existe, como há poucos dias escreveu o meu distinto colega em
uma apreciação por demais benévola. É vã, senão ridícula, a pretensão de o
aniquilar. Não se junge a possante individualidade de um povo jovem a
expandir-se ao influxo da civilização, com as teias de umas regrinhas
mofentas.
Desde a primeira ocupação que os povoadores do Brasil, e após eles seus
descendentes, estão criando por todo este vasto império um vocabulário
novo, à proporção das necessidades de sua vida americana, tão outra da
vida européia.
Nós, os escritores nacionais, se quisermos ser entendidos de nosso povo,
havemos de falar-lhe em sua língua, com os termos ou locuções que ele
entende, e que lhe traduzem os usos e sentimentos. Não é somente no
vocabulário, mas também na sintaxe da língua, que o nosso povo exerce o
seu inauferível direito de imprimir o cunho de sua individualidade,
abrasileirando o instrumento das idéias.
(José de Alencar. O Nosso Cancioneiro. In: Obra Completa. v. 4. Rio de
Janeiro: J. Aguilar, 1960, p. 965-966. Adaptado.)
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Questão 41)
Analise o que se afirma a seguir, acerca das funções discursivas
desempenhadas por elementos lingüísticos presentes no Texto 1.
a) 1, 2 e 3
b) 2, 3 e 4
c) 1, 3 e 4
d) 1, 2 e 4
e) 1e4
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Questão 42)
Considerando-se a coesão textual estabelecida no fragmento e a obediência
ao padrão culto da língua, a oração que, aparentemente, lhe era estranho
(linha 3) poderia ser construída assim:
a) que o era, aparentemente, estranho.
b) que era-o, aparentemente, estranho.
c) que, aparentemente, era estranho a ela.
d) que, aparentemente, era estranho a ele.
01
Protógenes - Sonegação fiscal, e outros crimes que por 02ventura...
formação de quadrilha e informação 03privilegiada. Foram esses crimes...
04
Voz - A estrutura principal desse inquérito que você 05instaurou é a questão
do laudo que trata da gestão 06fraudulenta mais a corrupção?
07
Protógenes - Isso é. Esse inquérito está sequinho. Eu já 08tenho... Como é
que ele se materializou? Ele se 09materializa com análise do laudo, análise
do HD que as 10informações passadas que foi estratificado através 11desse
laudo da Justiça Federal (...)
12
Corte (...)
13
Troncon – Outra coisa importante deixar muito claro, esses 14inquéritos
estão tombados na DELEFIN (Delegacia de 15Crimes Financeiros), o Ricardo
Saad tá aqui, que pedi 16que ele participasse porque ele está como chefe da
17
DELEFIN, o superintendente tá dizendo que ele vai 18permanecer, se
(inaudível) vai ou não, 19independentemente de quem ta aqui quem não tá,
se é 20(inaudível) (...)
21
Protógenes - Deixa eu só fazer uma ressalva...
22
Troncon – Deixa eu concluir. Então olha só, o local do 23crime é aqui, pelo
menos parte dele, (inaudível) o 24inquérito é tombado lá, então pô, tem que
ter um 25alinhamento uma simetria completa com a chefia da 26delegacia,
com a DECOR (Delegacia de Combate ao 27Crime Organizado), com o
superintendente, com o 28DELEFIN e comigo.
29
Seqüência reunião
30
Protógenes - E até mesmo depois da academia eu não 31pretendo. Minha
proposta é, eu fico até o final da 32operação, até o final... eu criei um problema
para os 33meus colegas delegados, que é um grande problema, e 34acredito
para você também, e a minha proposta é essa, 35permanecer minha
vinculação no seu gabinete 36(Troncon) a sua disposição até o final desse
trabalho, 37para não ficar aquela pecha que Brasília vem fazer 38operação
nos Estados e deixa no meio do caminho, as 39minhas nunca ficaram no meio
do caminho, as minhas 40nunca ficaram e a exemplo dessa não vai ficar... (...)
Disponível no site
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2008/07/17/leia_e_ouca_os_trechos_d
as_gravacoes_divulgadas_pela_policia_federal_1451610.html. Acesso em
18 de agosto de 2008.
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Questão 43)
Este texto transcrito faz parte das três seqüências do áudio da reunião da
Policia Federal, quando o delegado Protógenes Queiroz comenta sua
decisão de se afastar da presidência do inquérito da Operação Satiagraha. É
possível ouvir também o Diretor de Combate ao Crime Organizado, Roberto
Troncon.
Considerando que a transcrição do evento comunicativo constitui-se de um
discurso informal, podemos afirmar que:
Carioca da gema
1
Carioca, carioca da gema seria aquele 2que sabe rir de si mesmo.
Também por isso, 3aparenta ser o mais desinibido e alegre dos 4brasileiros.
Que, sabendo rir de si e de um 5tudo, é homem capaz de se sentar no meio
6
fio e chorar diante de uma tragédia.
7
O resto é carimbo.
8
Minha memória não me permite 9esquecer. O tio mais alto, o meu tio-avô
10
Rubens, mulherengo de tope, bigode frajola, 11carioca, pobre, porém
caprichoso nas roupas, 12empaletozado como na época, empertigado,
13
namorador impenitente e alegre e, pioneiro, a 14me ensinar nos bondes a
olhar as pernas 15nuas das mulheres e, após, lhes oferecer o 16lugar. Que
havia saias e pernas nuas nos 17meus tempos de menino.
18
Folgado, finório, malandreco, vive de 19férias. Não pode ver mulher
bonita, 20perdulário, superficial e festivo até as 21vísceras. Adjetivação vazia...
E só idéia 22genérica, balela, não passa de carimbo.
23
Gosto de lembrar aos sabidos, 24perdedores de tempo e que jogam
conversa 25fora, que o lugar mais alegre do Rio é a 26favela. É onde mais se
canta no Rio. E, aí, o 27carioca é desconcertante. Dos favelados 28nasce e se
organiza, como um milagre, um 29dos maiores espetáculos de festa popular
do 30mundo, o Carnaval.
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31
O carimbo pretensioso e generalizador 32se esquece de que o carioca
não é apenas o 33homem da Zona Sul badalada – de 34Copacabana ao
Leblon. Setenta e cinco por 35cento da população carioca moram na Zona
36
Centro e Norte, no Rio esquecido. E lá, sim, o 37Rio fica mais Rio, a partir
das caras não 38cosmopolitas e se o carioca coubesse no 39carimbo que lhe
imputam não se teriam 40produzido obras pungentes, inovadoras e
41
universais como a de Noel Rosa, a de Geraldo 42Pereira, a de Nélson
Rodrigues, a de Nélson 43Cavaquinho... Muito do sorriso carioca é 44picardia
fina, modo atilado de se driblarem os 45percalços.
46
Tenho para mim que no Rio as ruas 47são faculdades; os botequins,
universidades. 48Algumas frases apanhadas lá nessas bigornas 49da vida, em
situações diversas, como 50aparentes tipos-a-esmo:
51
“Está ruim pra malandro” – o 52advérbio até está oculto.
53
“Quem tem olho grande não entra na 54China.”
55
“A galinha come é com o bico no 56chão.”
57
“Tudo de mais é veneno.”
58
“Negócio é o seguinte: dezenove não 59é vinte.”
60
“Se ginga fosse malandragem, pato 61não acabava na panela.”
62
“Não leve uma raposa a um 63galinheiro.”
64
“Se a farinha é pouca o meu pirão 65primeiro.”
66
“Há duas coisas em que não se pode 67confiar. Quando alguém diz
‘deixe comigo’ ou 68‘este cachorro não morde’.”
69
“Amigo, bebendo cachaça, não faço 70barulho de uísque.”
71
“Da fruta de que você gosta eu como 72até o caroço.”
73
“A vida é do contra: você vai e ela 74fica.”
75
Como filosofia de vida ou não, 76vivendo em uma cidade em que o
excesso de 77beleza é uma orgia, convivendo com belezas 78e mazelas, o
carioca da gema é um dos 79poucos tipos nacionais para quem ninguém é
80
gaúcho, paraibano, amazonense ou paulista.
81
Ele entende que está tratando com 82brasileiros.
(João Antônio. Ô, Copacabana)
Questão 44)
Uma importante função das expressões referenciais é redefinir o elemento
referido. Ao longo do texto, novas expressões vão substituindo as anteriores
e, assim, transformando esse elemento. Assinale a opção em que a frase
destacada apresenta elemento referencial que desempenha essa função.
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TEXTO: 14 - Comum à questão: 45
01
Em 1837, após longa viagem a bordo do navio 02britânico H.M.S. Beagle,
com o objetivo de fazer um 03levantamento dos recursos e da cartografia das
04
costas setentrionais da América do Sul, Darwin 05passou a escrever suas
primeiras notas sobre a 06origem das espécies. (...)
07
Considerando a variação de cada indivíduo de 08uma população, Darwin
chegou à conclusão de que 09alguns estariam mais aptos que outros e assim
10
venceriam a competição pela sobrevivência. Os 11indivíduos mais
adaptados ao meio possuiriam 12variações vantajosas em relação aos
demais. A esse 13processo Darwin denominou seleção natural.
14
(...)
15
Durante a década de 1840, consciente das 16implicações de seu
trabalho sobre a tese da imutabilidade 17das espécies e sobre os preceitos
religiosos, 18Darwin estudou minuciosamente os mecanismos da 19evolução,
baseando-se na teoria da seleção natural, 20sem publicar suas ideias. (...)
Seu livro A origem das 21espécies foi finalmente lançado em 1859, sendo o
22
mais vendido daquele ano, com uma tiragem de 1250 23exemplares. Apesar
das provas detalhadas apresentadas 24nessa publicação, as ideias de Darwin
encontraram 25fortes oponentes, tanto na comunidade científica 26quanto na
religiosa. (...)
27
Sua teoria passou a ser totalmente aceita pelo 28meio científico apenas no
século 20, quando 29pesquisadores encontraram as publicações do monge e
30
botânico austríaco Johann Gregor Mendel (1822-311884), o qual descobrira
a transmissão hereditária 32dos caracteres.
ABRÃO, Maria Sílvia. Navegando pelo mundo, Darwin revolucionou
a ciência. Disponível em: http//educação uol.com.br/
ciências/ Acesso em: 04/05/2009 (fragmento adaptado).
Questão 45)
Analise as possibilidades de reescrita do primeiro parágrafo do texto,
apresentadas abaixo.
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do qual percorreu a costa setentrional da América do Sul coletando
informações sobre recursos e sobre a cartografia.
a) I.
b) II.
c) III.
d) IV.
e) II e IV.
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que seja durante toda a vida? Provavelmente morreríamos de angústia...De
solidão.
Para a Professora Ana Lúcia C. R. Novelli, autora que trata dessas
questões, "a língua são os primeiros traços de identificação da humanidade
no homem. Ao se perceber como habitante da linguagem, o homem rompe
com o estado inicial da natureza, na qual estão inseridos os animais e os
próprios homens ao nascerem, e ingressa no estado de cultura resultante da
organização social e do partilhamento da vida em comum”. Segundo essa
autora, o homem difere dos animais a partir do momento em que percebe a
necessidade do uso da linguagem. Na linguagem e pela linguagem é que "o
homem vai se constituir como sujeito. É desta forma que a linguagem, ao
viabilizar a relação das pessoas, vai permitir o retorno sobre si como
individualidade distinta possibilitando, então, a comunicação inter-humana”.
Ou, ainda, "é exatamente em torno da linguagem que o pensamento, a
consciência e a reflexão se articulam e possibilitam a organização do mundo
pelos homens que, por isso, se tornam capazes de estabelecer uma relação
de autonomia e a sua própria vivência nesse mundo organizado”.
(Luciana Arruda. http://kplus.cosmo.com.br/materia.asp?co=199&rv=
Literatura. Acessado em 14/08/2008. Adaptado).
Questão 46)
No texto, é visível o emprego de recursos sintático-semânticos que
promovem a sua coesão. Analise, sob esse ângulo, os comentários a seguir.
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São CORRETOS apenas os comentários feitos na alternativa
Disparidades raciais
Questão 47)
Uma análise do texto Disparidades raciais nos revela que existe coesão
entre seus vários segmentos. Por exemplo:
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4. em: “o analfabetismo no Rio de Janeiro era muito maior entre negros com
mais de 70 anos do que entre os de menos de 40 anos. Essa queda,
porém, ainda não se traduziu ...”, a expressão sublinhada leva o leitor a
voltar ao texto precedente. Instaura-se, assim, um nexo coesivo.
5. a proximidade de sentido entre palavras como ‘negro’, ‘branco’; ‘racial’,
‘etnia’; ‘analfabetismo, ‘ensino superior’ é um indicativo da unidade
temática do texto.
Estão corretas:
a) 1, 2, 3, 4 e 5
b) 1, 3, 4 e 5 apenas
c) 1, 2, 4 e 5 apenas
d) 2 e 3 apenas
e) 4 e 5 apenas
1
(...) Nada mais pop do que buscar uma definição na Wikipédia de cultura
pop:
“Cultura em Massa ou Cultura Pop é a cultura vernacular – isto é, do
povo – que existe 5numa sociedade moderna. O conteúdo da cultura popular
é determinado em grande parte pelas indústrias que disseminam o material
cultural, como, por exemplo, as indústrias do cinema, televisão, música e
editoras, bem como os 10veículos de divulgação de notícias (...).”
Essa definição é bem funcional, principalmente na questão das fontes de
cultura pop e na interação entre o produto e o consumidor. Talvez a principal
falha dessa síntese 15(...) seja quando diz uma cultura “do povo”. O termo
“cultura popular” parece ter, pelo menos no Brasil, um sentido muito distinto
de cultura pop, a ponto de esses dois segmentos praticamente se oporem na
opinião do público. Isto é, enquanto a 20cultura popular parece remeter ao
passado, ao tradicional, a cultura pop sempre tenta se relacionar com o que
é novidade. (...)
Sabe aquela música que não saía da sua cabeça? Aquele trecho de livro
que você anotou 25para não esquecer? O filme a que toda vez que você
assiste lembra daquela garota? O gibi que você leu e nunca esqueceu? Uma
das principais características da cultura pop é esta: ser como um chiclete,
algo tão cativante que gruda em você 30sem que você entenda o porquê. Fica
mais interessante ainda quando você pensa: “Mas por que eu gosto disso?
Isso é uma droga!” (...)
E é justamente isso, coisas simples, feitas para massas, que, às vezes, a
gente até se 35envergonha de dizer que conhece, mas que fazem parte da
nossa vida, adquirindo um significado único que ninguém pode tomar de você
e que dificilmente outra pessoa verá do mesmo jeito.
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Outra questão interessante é um certo 40paradoxo de temporalidade que
envolve a cultura pop. Ao mesmo tempo em que são produtos para um
determinado momento, ligados intimamente ao tempo em que foram criados,
esses livros, gibis, músicas e filmes, grudam de tal forma nas 45pessoas que
elas não os esquecem. Mais do que isso, algumas dessas pessoas
escreverão, filmarão, cantarão em algum momento e vão usar essas
referências do “passado”, pois fazem parte delas. Então acabamos entrando
em um eterno ciclo de 50autorreferenciação, criando uma teia onde vários
elementos de cultura pop, independente do tempo, se conectam. (...)
Enfim, a cultura pop é rica, complexa e, acima de tudo, divertida e
cativante. Por isso nós 55vivemos acompanhando-a (...).
(Adaptação do texto disponível em
<http://www.popbaloes.com/mats/cultpop.html>.
Acesso em 16/10/2009).
Questão 48)
Assinale o que for correto a respeito dos elementos linguísticos do texto.
Atenção! Cuidado! Alerta! Não acredite nos puristas que andam declarando
nos meios de comunicação que os linguistas são defensores do “vale-tudo”
na língua. Esse é mais um dos muitos argumentos falaciosos que eles
utilizam para desqualificar os resultados das pesquisas científicas e as
propostas de renovação da pedagogia de língua inspiradas em critérios mais
racionais e menos dogmáticos, e em posturas políticas menos intolerantes e
mais democráticas.
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É claro que, numa perspectiva exclusivamente linguística, de análise da
língua em seu funcionamento interno, tudo tem o seu valor. Afinal, como nada
na língua é por acaso, então toda e qualquer manifestação linguística está
sujeita a regras e tem sua lógica interna: não há razão para atribuir maior ou
menor valor à forma linguística A ou à forma linguística B. Seria algo tão
inaceitável quanto um zoólogo achar que as borboletas têm maior valor que
as joaninhas e que, por isso, as joaninhas devem ser eliminadas... Para o
cientista da linguagem, toda manifestação linguística é um fenômeno que
merece ser estudado, é um objeto digno de pesquisa e teorização, e se uma
forma nova aparece na língua, é preciso buscar as razões dessa inovação,
compreendê-la e explicá-la cientificamente, em vez de deplorá-la e condenar
seu emprego.
Mas o linguista consciente também sabe que a língua está sujeita a
avaliações sociais, culturais, ideológicas, e que precisa também ser estudada
numa perspectiva sociológica, antropológica, política etc. Nessa perspectiva,
existem formas linguísticas que gozam de maior prestígio na sociedade,
enquanto outras – infelizmente – são alvo de estigma, discriminação e até de
ridicularização. As mesmas desigualdades, injustiças e exclusões que
ocorrem em outras esferas sociais – no que diz respeito, por exemplo, ao
sexo da pessoa, à cor da pele, à orientação sexual, à religião, à classe social,
à origem geográfica etc. – também exercem seu peso sobre a língua ou, mais
precisamente, sobre modos particulares de falar a língua.
BAGNO, Marcos. Não é errado falar assim! –
São Paulo: Parábola, 2009, p.35-36.
Questão 49)
Mais relevante do que saber em que classe gramatical uma palavra se
enquadra é saber que função essa palavra desempenha no texto e que efeito
de sentido provoca no discurso. Nessa perspectiva, assinale a alternativa
correta.
a) No trecho: “Não acredite nos puristas que andam declarando nos meios
de comunicação que os linguistas são defensores do “vale-tudo” na
língua. Esse é mais um dos muitos argumentos falaciosos que eles
utilizam para desqualificar os resultados das pesquisas científicas (...).”,
os pronomes destacados levam o leitor a realizar um movimento de
retomada no texto, o que promove a coesão entre fragmentos desse
trecho.
b) No trecho: “Afinal, como nada na língua é por acaso, então toda e
qualquer manifestação linguística está sujeita a regras e tem sua lógica
interna:”, o termo destacado é uma conjunção que, nesse contexto, tem
valor comparativo.
c) No trecho: “É claro que, numa perspectiva exclusivamente linguística, de
análise da língua em seu funcionamento interno, tudo tem o seu valor.”, a
expressão ‘É claro’ expressa um sentido adverbial de dúvida e suposição.
d) O último parágrafo é iniciado com uma conjunção: “Mas o linguista
consciente também sabe que a língua está sujeita a avaliações sociais,
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culturais, ideológicas, (...).”, que cumpre a função de intensificar a
referência feita ao número de ‘linguistas conscientes’.
e) No trecho: “existem formas linguísticas que gozam de maior prestígio na
sociedade, enquanto outras – infelizmente – são alvo de estigma,
discriminação e até de ridicularização.”, o advérbio destacado indica o
modo como as formas linguísticas são discriminadas.
Pergunta-me com muita seriedade uma moça jornalista qual é o meu maior
desejo para o ano de 1950. E a resposta natural é dizer-lhe que desejo muita
paz, prosperidade pública e particular para todos, saúde e dinheiro aqui em
casa. Que mais há para dizer?
Mas a verdade, a verdade verdadeira que eu falar não posso, aquilo que
representa o real desejo do meu coração, seria abrir os braços para o mundo,
olhar para ele bem de frente e lhe dizer na cara: Te dana!
Sim, te dana, mundo velho. Ao planeta com todos os seus homens e bichos,
ao continente, ao país, ao Estado, à cidade, à população, aos parentes,
amigos e conhecidos: danem-se! Vou para longe me esquecer de tudo, vou
a Pasárgada ou a qualquer outro lugar.
Isso eu queria. Chegar junto do homem que eu amo. [...] Chegar junto ao
respeitável público. (...) Chegar junto à
pátria e dizer o mesmo: o doce, o suavíssimo, o libérrimo Te dana! Dizer Te
dana! ao dinheiro, ao bom nome, ao respeito, à amizade e ao amor.
Desprezar parentela, irmãos, tios, primos e cunhados, desprezar o sangue e
os laços afins, me sentir como filho de oco de pau, sem compromisso nem
afetos.
Mas não faço. Queria tanto, mas não faço. O inquieto coração que ama e se
assusta e se acha responsável pelo céu e pela terra, o insolente coração não
deixa. De que serve, pois, aspirar à liberdade? O miserável coração nasceu
cativo e só no cativeiro pode viver. O que ele deseja é mesmo servidão e
tranquilidade: quer reverenciar, quer ajudar, quer vigiar, quer se romper todo.
Tem que espreitar os desejos do amado, e lhe fazer as vontades, e
atormentá-lo com cuidados e bendizer os seus caprichos, e dessa submissão
e cegueira tira sua única felicidade.
Tem que cuidar do mundo e vigiar o mundo, e gritar os seus brados de alarme
que ninguém escuta e chorar com antecedência as desgraças previsíveis e
carpir junto com os demais as desgraças acontecidas; não que o mundo lhe
agradeça nem saiba sequer que esse estúpido coração existe. Mas essa é a
outra servidão do amor em que ele se compraz – o misterioso sentimento de
fraternidade que não acha nenhuma China demasiado longe, nenhum negro
demasiado negro, nenhum ente demasiado estranho.
(...) E assim, em vez da bela liberdade e da solidão, a triste alma tem mesmo
é que se debater nos cuidados, vigiar e amar e acompanhar medrosa e
impotente a loucura geral.
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(...) Prisão de sete portas, cada uma com sete fechaduras, trancadas com
sete chaves, por que lutar contra as tuas grades?
O único desabafo é descobrir o mísero coração dentro do peito, sacudi-lo um
pouco e botar na boca toda a amargura do cativeiro sem remédio, antes de
o apostrofar. Te dana, coração, te dana!
(Rachel de Queiroz. As cem melhores crônicas brasileiras.
Seleção de Joaquim Ferreira dos Santos. São Paulo: Objetiva, p.
74-76. Adaptado.)
Questão 50)
Nada no texto é aleatório. Todas as escolhas são comunicativamente
funcionais. Por exemplo, no texto:
00. o conectivo sublinhado em: “Mas não faço. Queria tanto, mas não faço”,
marca a contradição em torno da qual os sentimentos da autora são
expressos.
01. em: “Mas não faço. Queria tanto, mas não faço”, ocorre a elipse dos
sujeitos dos verbos sublinhados, embora fosse mais adequada ao nível
formal do texto sua explicitude na superfície.
02. os pronomes sublinhados em: “O único desabafo é descobrir o mísero
coração dentro do peito, sacudi-lo um pouco (...) antes de o apostrofar”,
têm o mesmo referente textual.
03. a expressão destacada em: “De que serve, pois, aspirar à liberdade?”,
tem um valor explicativo..
04. a figura de linguagem presente em “Te dana, coração!” ocorreu outras
vezes no texto, como em” “Prisão de sete portas...”.
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camadas sociais mais baixas. A consciência do problema ainda é incipiente,
embora a Organização Mundial de Saúde tenha declarado a obesidade uma
epidemia global que ameaça principalmente os países em desenvolvimento.
Dos 6 bilhões de habitantes do planeta, 1,7 bilhão está acima do peso. A
exportação do modelo americano de progresso - urbanização, proliferação
de carros, junk food e longas jornadas de trabalho em frente ao computador
- leva países emergentes, como Brasil, Índia e África do Sul, a um paradoxo.
Em duas gerações, grande parte da população passou da desnutrição à
obesidade porque teve acesso a grande quantidade de comida barata e ruim,
industrializada, cheia de gorduras e açúcar.
O resultado é desastroso: as pessoas ganham peso sem acumular
nutrientes essenciais. A classe média e os ricos encontram meios eficazes
de combater a obesidade, responsável por 30% das mortes no Brasil. Podem
pagar por programas de emagrecimento e atividade física não acessíveis aos
menos favorecidos. Por isso, cada vez mais a obesidade estará relacionada
à pobreza. 'A fome é uma tragédia que precisa ser combatida, mas a
obesidade atinge ainda mais gente no Brasil e acarreta um ônus mais
elevado’, comenta o endocrinologista Alfredo Halpern, um dos fundadores da
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade.
A gravidade da situação exige um esforço articulado de saúde pública e
medidas criativas.
(http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT590194-1653,00.html)
Questão 51)
Todo texto é marcado por uma continuidade e uma unidade que se
manifestam, desde a sua superfície, pelo uso de diferentes recursos lexicais
e gramaticais. Essa continuidade e essa unidade constituem as propriedades
da coerência e da coesão do texto. Nesse sentido, analise as observações
que são feitas a seguir.
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V. Como conclusão, o texto fala em: “A gravidade da situação”. Mas que
‘situação’? O autor supõe que o leitor, encadeando diferentes pontos do
texto, é capaz de identificar o objeto que está sendo referido na expressão
grifada.
Questão 52)
No trecho “semelhante à de macacos”, fica subentendida uma palavra já
empregada na mesma frase. Um recurso linguístico desse tipo também está
presente no trecho assinalado em:
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TEXTO: 22 - Comum à questão: 53
1
A idéia do expatriamento para o vale do Amazonas tinha um ponto fraco:
só podia ser voluntária e o negro não se mostrava inclinado a trocar a
cidadania americana por outra qualquer. O processo científico de
embranquecê-los aproximava-os dos brancos na cor, embora não lhes
alterasse o sangue nem o encarapinhamento dos cabelos. O 5
desencarapinhamento constituía o ideal da raça negra, mas até ali a ciência
lutara em vão contra a fatalidade capilar. Se isso se desse, poderia o caso
negro entrar por um caminho imprevisto, a perfeita camouflage do negro em
branco. Tal saída, entretanto, era apenas um sonho dos imaginativos
impenitentes. E, como a repartição do país em duas zonas não fosse forma
aceita pelos brancos, iam os Estados Unidos entrar no seu 10 88º período
presidencial com o mesmo problema que 339 anos antes preocupara o
grande George Washington.
Enquanto Miss Jane falava, naquele tom impessoal e frio de sábio a fazer
conferência pública, toda ela cérebro e cultas expressões na boca, eu,
humano que sou, envolvia-a nos meus ternos olhares de carneiro amoroso,
e essa minha excessiva 15 atenção à parte corpórea da encantadora vidente
me fez perder muita coisa interessante das suas revelações. Distraía-me,
preso àquele lindo presente de olhos azuis sempre a pairar pelas eras
futuras. Quando, por exemplo, ela entrou a descrever o tipo dos negros
descascados do ano 2228, confesso que perdi metade das suas
observações. Achavame no momento a namorar o mimoso lóbulo da sua
orelha esquerda, onde brincava um 20 raio de sol. Esse fio de luz acendia-lhe
em ouro a penugem finíssima e o tornava do róseo translúcido de certos veios
da ágata. Perdi-me no gracioso pedacinho de carne, como a sua dona
andava perdida em plena despigmentação do século XXIII. A poesia falou em
mim e uma imagem lírica entreabriu a pieguice das suas pétalas.
Monteiro Lobato, em O presidente negro, p. 121 e 122.
Questão 53)
Analise as proposições.
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negros descascados” (ref. 15); quanto para se referir à Miss Jane mulher:
“lindo presente de olhos azuis” (ref. 15), “brincava um raio de sol” (ref. 15
e 20), “róseo translúcido de certos veios da ágata” (ref. 20), “gracioso
pedacinho de carne” (ref. 20), entre outros.
IV. O autor usa a conotação em “A poesia falou em mim e uma imagem lírica
entreabriu a pieguice das suas pétalas.” (ref. 20), para mostrar a paixão
que o narrador nutre por Miss Jane.
Science Fiction
Questão 54)
Na primeira estrofe, é possível observar a ocorrência de um recurso
discursivo indicado pelos vocábulos “me” e “consigo”.
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TEXTO: 24 - Comum à questão: 55
EX-MARIDO MATA MULHER E LEVA CORPO PARA MÃE
01
Dia das mães e o coração de dona F. L. 02ficou angustiado ao ver o
corpo da filha sendo 03jogado em seus pés. J. S., 23, foi morta com um
04
golpe de faca, pelo ex-marido identificado como 05M. O. R., 23, que não
pensou em deixar seus 06dois filhos órfãos de mãe. O crime aconteceu na
07
manhã desse domingo (9), na rua T. S., bairro J. 08C., depois de uma
discussão entre os dois.
09
As testemunhas informaram à Polícia que 10o casal estava em um bar
próximo à residência 11deles quando iniciaram uma briga e, logo em
12
seguida, M. matou a jovem. A família de J. 13relatou que o assassino,
depois de matá-la, foi 14entregar, com maior frieza, o corpo da vítima na
15
residência da mãe dela e, em seguida, fugiu. 16Segundo os parentes de J.,
ele chegou com a 17jovem nos braços e a jogou no chão, na casa da 18mãe.
Dona F. presenciou a filha morrendo, pois 19ela ainda respirava com
dificuldade quando ele a 20deixou, como se tivesse lutando para conseguir
21
sobreviver.
Questão 55)
Levando-se em conta os aspectos de coesão e coerência, é verdadeiro
afirmar que
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Questão 56)
Expressões como forremo-nos e imaginamo-la indicam tratar se de uma
narração que
Questão 57)
A alternativa que apresenta legítima afirmação, sempre considerado o
contexto, é:
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b) (ref. 20) Transpondo Esse termo se impôs no Ocidente para a voz
passiva, a forma correta é “Impuseram esse termo no Ocidente”.
c) (ref. 20) Na expressão mesmo depois, mesmo exprime ideia de inclusão.
d) (ref. 20) O termo independente exerce a mesma função sintática
exercida pelo segmento destacado em “Concedeu- lhe o abono
prometido”.
e) (ref. 20) Ora foi empregado com o mesmo valor e função notados na
frase “Ora é um cavalheiro, ora surpreende pela deselegância”.
O PAVÃO
1
Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas
cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas
cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há
são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta como em um
prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.
5
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de
matizes com um mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor;
seu grande mistério é a simplicidade.
Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada; de tudo que
suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos
recebendo a luz de teu olhar. Ele me 9cobre de glória e me faz magnífico.
Rubem Braga
Questão 58)
No trecho da crônica de Rubem Braga, os elementos coesivos produzem a
textualidade que sustenta o desenvolvimento de uma determinada temática.
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TEXTO: 28 - Comum à questão: 59
MEMORIAL DE AIRES
(Machado de Assis)
Ora bem, faz hoje um ano que voltei definitivamente da Europa. O que
me lembrou esta data foi, estando a beber café, o pregão de um vendedor
de vassouras e espanadores. “Vai vassouras! Vai espanadores!” Costumo
ouvi-lo outras manhãs, mas desta vez trouxe-me à memória o dia do
desembarque, quando cheguei aposentado à minha terra, ao meu Catete, à
minha língua. Era o mesmo que ouvi há um ano, em 1887, e talvez fosse a
mesma boca.
Questão 59)
A expressão inicial do texto – ora bem – tem valor de:
a) conjunção conclusiva;
b) palavra denotativa de situação;
c) advérbio de modo;
d) palavra de realce;
e) conjunção explicativa.
Soneto de Despedida
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Questão 60)
A coesão sequencial de um texto pode se dar pela presença de elementos
que estabelecem referência. Assinale a alternativa que apresenta erro
quanto ao referente de cada elemento anafórico identificado no poema.
a) “Larguei-as pela jovem madrugada” – o termo sublinhado refere-se a
“lua” e “mulher”
b) “Perdida uma” - o termo sublinhado refere-se a “jovem madrugada”
c) “Uma nua na terra” - o termo sublinhado refere-se a “mulher”
d) “outra no céu.” - o termo sublinhado refere-se a “lua”
e) “dei-o” - o termo sublinhado refere-se a “pensamento”
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Questão 61)
A compreensão de um texto deriva, sobretudo, de sua inserção em um
contexto social de interação. Isso não significa que seja irrelevante o material
linguístico que o constitui. Assim, articulando os elementos contextuais e o
material linguístico do Texto 1, podemos afirmar que:
Estão corretas:
a) 1, 2, 3 e 5 apenas
b) 2, 3 e 4 apenas
c) 3 e 5, apenas
d) 1, 2 e 4, apenas
e) 1, 2, 3, 4 e 5
1
O problema da identidade nacional coloca-se de forma incisiva e
recorrente aos intelectuais da América Latina antes mesmo da constituição
de suas nações independentes. Qual o caráter dessa população de brancos
colonizados, vivendo em meio a negros boçais e índios indolentes?
Questionavam-se nossos 5pensadores, informados pelas teorias
sociobiológicas e racistas vigentes no século XIX. Ou quais as
características dessas civilizações miscigenadas, crioulizadas, híbridas,
transculturais, que se estabeleceram nos trópicos? Vêm se perguntando
teóricos das mais diversas correntes culturalistas desde o início do século
passado até dias correntes (ABDALA JÚNIOR, 2004).
10
No Brasil, a discussão sobre a identidade nacional tornou-se, talvez,
mais recorrente do que nos seus vizinhos latino-americanos; em primeiro
lugar, pelo tamanho continental do país e o processo histórico de sua
ocupação, que envolveu não apenas o colonizador português, mas também
diversas etnias indígenas e africanas, afora outros migrantes europeus e
asiáticos, além dos fortes fluxos 15migratórios internos; em segundo lugar,
pela pobreza, ou mesmo inexistência, de um campo intelectual no Brasil
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colonial, imperial e republicano até, no mínimo, os anos 30, o que sempre
dificultou reflexões críticas e independentes no país, bem como sua
sistematização e permanência. É vastamente conhecida a proibição da
metrópole portuguesa no que diz respeito à criação de instituições de
20
ensino — seja qual for o nível — de editoras, de jornais, enfim, de toda
instituição produtora de bens simbólicos na sua colônia americana. As coisas
só começam a mudar, e muito lentamente, com a vinda de D. João VI e toda
sua corte, em 1808, para tomar um impulso considerável para a época no
período de D. Pedro II — impulso motivado pela preocupação do Imperador
em estabelecer 25alguns elementos iniciais de nacionalidade.
São exemplos desse melhoramento da vida intelectual e artística e de
constituição mínima do campo cultural no século XIX: a vinda da Missão
Artística Francesa, as bolsas de estudos concedidas aos artistas, a criação
do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia Imperial de Belas-
Artes, da Biblioteca 30e do Museu Nacional, entre outros.
O período da velha Primeira República não facilita este processo
constitutivo. Diante de um excipiente mercado de bens simbólicos,
sobressai, em todo esseperíodo, a forte dependência de nossos artistas e
pensadores em relação aos aparelhos estatais (raramente ligados a
questões culturais), configurada nas 35sinecuras, ou seja, em cargos no
funcionalismo público que permitem sua sobrevivência material.
A situação se diversifica a partir do período getulista, com a construção
institucional na área da cultura, o fortalecimento de indústrias culturais —
como a cinematográfica, a radiofônica, a editorial e a jornalística — e com o
surgimento 40das primeiras universidades, permitindo alguma independência
aos nossos produtores simbólicos.
De todo modo, na sociedade brasileira, em que, historicamente, a
representação política é pouco firme, essa debilidade marca a identidade de
seus intelectuais e artistas. Para Marilena Chauí (1986), esses oscilam entre
a posição 45de “Ilustrados”, donos da opinião pública, ou de “Vanguarda
Revolucionária” e educadora do povo. Contudo, há, em ambas, a opção pelo
poder e pela tutela estatais.
O que se propõe neste ensaio é discutir as políticas federais de cultura,
tendo como recorte temático a discussão acerca da identidade, da
diversidade e da 50diferença. O recorte temporal privilegiará aqueles
momentos de nossa história republicana nos quais, se não há políticas
culturais claramente definidas, se percebe um forte investimento (político,
simbólico e financeiro) no setor: o período Vargas, o regime militar e os
governos FHC e Lula.
Por política cultural, se entendem não apenas as ações concretas, mas
55
também, a partir de uma concepção mais estratégica, “o confronto de
ideias, as lutas institucionais e as relações de poder na produção e
circulação de significados simbólicos.” (MCGUIGAN, 1996, p. 1). Nesse
sentido, elas são criativas e propositivas, ao produzirem discursos, e
detentoras de poder simbólico atuante no campo cultural.
BARBALHO, Alexandre. Políticas culturais no Brasil: identidade e
diversidade sem diferença.
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In: RUBIM, Antônio Albino Canelas; BARBALHO, Alexandre (Orgs.).
Políticas
culturais no Brasil. Salvador: EDUFBA, 2007. (Coleção CULT). Adaptado.
Questão 62)
São verdadeiras as proposições sobre os termos transcritos:
01. “colonizados” (ref. 1), “boçais” (ref. 1) e “indolentes” (ref. 1) são adjetivos
que desqualificam as origens da sociedade brasileira.
02. “que” (ref. 5), “que” (ref. 10) e “que” (ref. 35) têm a mesma função nos
contextos linguísticos em que se inserem.
04. “Vêm se perguntando” (ref. 5), “sobressai” (ref. 30) e “se percebe” (ref.
50) identificam-se quanto à posição na sentença e à função que
apresentam no período.
08. “No Brasil” (ref. 10), “enfim” (ref. 20) e “Por política cultural” (ref. 54)
exercem a mesma função em seus respectivos contextos.
16. “pelo” (ref. 10) e “pela” (ref. 15) exercem funções distintas nos contextos
em que se inserem.
32. “se” (ref. 50) e “se” (ref. 50) desempenham, no contexto, o mesmo papel
morfossintático.
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A oposição entre “certo” e “errado” muitas vezes corresponde, no fundo,
à oposição – essa, sim, legítima – entre língua falada e língua escrita. É fato
(e, portanto, temos que respeitar) que a gente não escreve como fala. E se
é um fato, deve figurar em algum ponto de uma gramática completa da
língua. Mas se é errado escrever me dá ele aí em uma carta formal de pedido
de emprego, é igualmente errado sentar na mesa do bar e dizer dê-me esse
copo. Cada variedade da língua é apropriada em seu contexto próprio, e os
falantes sabem isso muito bem, tanto é que empregam com toda a
segurança a variedade adequada à situação do momento: ninguém fala
como escreve, e ninguém escreve como fala.
Isso, já que é um fato, merece ser descrito e eventualmente ensinado.
Mas note-se a diferença: não se trata de dizer que me dá ele aí é “errado”,
mas que é uma forma coloquial, usada na fala. Diga-se, de passagem, que
as formas faladas são usadas em uma variedade muito maior de situações,
em ocasiões muito mais numerosas, por um número muito maior de falantes
do que as formas escritas. Assim, elas são as representantes mais genuínas
da língua do Brasil. [...]
Diz-se, às vezes, que os linguistas são permissivistas para quem “tudo
vale, desde que haja comunicação.” Não é verdade. Por exemplo,
praticamente ninguém questiona a conveniência de se ensinar o uso do
português padrão escrito, desde que limitado aos contextos em que ele é
socialmente aceito. O português padrão é, queiramos ou não, a nossa língua
erudita, e, no que pese seu caráter exclusivamente escrito, está aí para ficar.
O que se defende é o respeito aos fatos: a língua falada também existe e
constitui um objeto de estudo interessante e importante.
Um linguista, portanto, não deve fazer julgamentos de valor a respeito de
seu objeto de estudo – para ele, qualquer variedade da língua tem interesse,
desde que realmente exista e seja usada (ou tenha sido usada) por uma
comunidade. Uma pessoa que não consegue se libertar da sensação de que
certas formas da língua são “feias”, “erradas” ou de alguma maneira
desagradáveis deveria procurar outra profissão que não a de linguista ou
professor de línguas.
(PERINI, Mário A. Princípios de linguística descritiva: introdução
ao pensamento gramatical. São Paulo: Parábola, 2006, p.21-23.
Adaptado.)
Questão 63)
O entendimento da coerência de um texto decorre, em muito, das relações
de sentido estabelecidas ao longo de seu percurso. No texto, por exemplo,
concorrem para a sua coerência:
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03. as retomadas pronominais, que promovem a continuidade das
referências feitas, como em: “Cada variedade da língua é apropriada em
seu contexto próprio, e os falantes sabem isso muito bem”.
04. as relacões de hiperonímia responsáveis por nexos de equivalência
semântica entre duas ou mais expressões, como em: “Diz-se, às vezes,
que os linguistas são permissivistas para quem ‘tudo vale’, desde que
haja comunicação”.
Questão 64)
“Um linguista parte sempre dos fatos, e a cada passo verifica suas teorias
em confronto com eles: se muitos falantes dizem ‘chipanzé’, então ele
precisa registrar esse fato, e levá-lo em conta em sua descrição e teorização.
E se todo mundo diz ‘me dá ele aí’, essa é uma estrutura legítima da língua
falada do Brasil [...].”
00. Ao optar pela indefinição em “um linguista”, o autor sinaliza para o leitor
que está fazendo referência a um certo linguista mencionado
anteriormente no texto.
01. A opção de inserir o advérbio indicador de tempo no trecho “Um linguista
parte sempre dos fatos” tem o efeito de deixar a afirmação mais
contundente.
02. No trecho: “e a cada passo verifica suas teorias em confronto com eles”,
este último pronome tem como referente a expressão “muitos falantes”,
que vem em seguida.
03. Ao selecionar a expressão destacada no trecho: “E se todo mundo diz
‘me dá ele aí’...”, o autor pretendeu fazer uma generalização.
04. O autor faz uma caracterização do termo ‘língua’ quando escreve “língua
falada do Brasil”.
João, o telegrafista
João telegrafista.
Nunca mais que isso,
estaçãozinha pobre
havia mais árvores pássaros
5 que pessoas.
Só tinha coração urgente.
Embora sem nenhuma
promoção.
A bater a bater sua única
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10 tecla.
Elíptico, como todo
telegrafista.
Cortando flores preposições
para encurtar palavras,
15 para ser breve na necessidade.
Conheceu Dalva uma Dalva
não alva sequer matutina
mas jambo, morena.
Que um dia fugiu – único
20 dia em que foi matutina –
para ir morar cidade grande
cheia luzes joias.
História viva, urgente.
II
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seu soluço telegráfico.
Vocabulário:
telegrafia s. f. 1 processo de telecomunicações que transmite textos escritos
(telegramas) por meio de um código de sinais (código Morse), através de fios
(...).
telegráfico adj. 1 relativo a telégrafo ou à telegrafia 2 transmitido ou recebido
pelo telégrafo 3 relativo a telegrama; semelhante a um telegrama 4 fig. Muito
conciso, condensado, muito lacônico (...)”. (HOUAISS, Antônio, VILLAR,
Mauro de Sales. Dicionário HOUAISS da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2001.)
Código Morse. Primeiro estágio das comunicações digitais; uma forma de
código binário em que todos os caracteres estão codificados como pontos e
traços.
Questão 65)
O escritor Gustavo Bernardo afirma que “toda linguagem é simultaneamente
pletórica (abundante) e insuficiente”. (BERNARDO, G. O livro da metaficção.
Rio de Janeiro: Tinta Negra, 2010.)
Relacionando a afirmativa acima à coesão e à coerência, descreva, com
foco em repetições e ausências, como se estabelece a conectividade textual
no poema de Cassiano Ricardo.
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Apesar da cautela em relação à ampliação do Conselho de Segurança,
Obama citou avanços na política externa brasileira. No discurso no salão
leste do Palácio do Planalto, ele ressaltou as recentes reformas que
fortaleceram a posição brasileira nos organismos multilaterais, como o G-20,
grupo das 20 maiores economias do mundo. “Os Estados Unidos não
apenas reconhecem a emergência do Brasil, como apoiam essa emergência.
Por isso, transformamos o G20 no principal fórum econômico para que o
Brasil tenha voz mais potente”, afirmou Obama.
Em relação à segurança, o presidente norte americano mencionou o
trabalho conjunto dos dois países para enfrentar a crise humanitária no Haiti,
as parcerias para combate ao tráfico de drogas e anunciou a criação de um
centro conjunto de segurança nuclear.
Obama destacou a assinatura de acordos nas áreas de ciência e
tecnologia, comércio e intercâmbio acadêmico. Segundo ele, essas
parcerias resultarão em oportunidades para os dois países: “Lançamos
bases para uma cooperação que durará décadas”.
Disponível em:
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-03-19/estadosunidos-
apoiam-ascensao-do-brasil-no-cenario-internacionaldiz-obama.
Acesso em: 16-04-2011. [Adaptado].
Questão 66)
A alternativa que combina corretamente as frases a seguir em um só
período, sem alterar a ordem e o sentido lógico, mas fazendo as adaptações
necessárias, é:
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TEXTO: 35 - Comum à questão: 67
Questão 67)
Sobre o emprego de conectivos no texto, considere as afirmativas a seguir.
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TEXTO: 36 - Comum à questão: 68
1
Com o advento da internet, criam-se novos mecanismos para quem
busca ser uma celebridade ou tornar-se, pelo menos, conhecido. Um
exemplo disso é a utilização das redes sociais – o Facebook, Twitter e o
Orkut, entre outros – pelos aspirantes a famosos, que desejam alcançar os
seus quinze minutos de fama – previstos por Andy Warhol em 1960 –, por
meio da utilização dessas ferramentas. Essas redes, que surgiram
prioritariamente como um 5agente para a integração social, criam um
ambiente propício para o exibicionismo e o voyerismo (prática que consiste
no prazer a partir da observação de outras pessoas), onde ser contemplado
é o que importa.
Sobre essa prática, Paula Sibília, professora do Instituto de Artes e
Comunicação Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
comenta que a rede tem proporcionado uma espécie de democratização na
busca pelo estrelato. “A internet oferece um outdoor com espaço para todos:
nessas vitrines mais populares, qualquer um 10pode ser visto como tem
direito. As opções são inumeráveis e não cessam de se multiplicar: blogs,
fotologs, Orkut, Facebook, MySpace, Twitter, Youtube e um longo etcétera”.
O temor da chamada “invasão de privacidade”, segundo a professora, dá
espaço para o quase oposto: o aparecer, ser visto, contemplado e admirado.
Para ela, o exibicionismo na rede ocorre a partir da necessidade que as
pessoas têm de serem vistas, e como uma forma de confirmação de que
existem e estão vivas. As pessoas mostram-15se como um personagem,
saciando a voracidade e a curiosidade de outras. “Tudo aquilo que antes
concernia à pudica intimidade pessoal tem se ‘evadido’ do antigo espaço
privado, transbordando seus limites, para invadir aquela esfera que antes se
considerava pública. O que se busca nessa exposição voluntária, que anseia
alcançar as telas globais, é se mostrar, justamente: constituir-se como um
personagem visível. Por sua vez, essa nova legião de exibicionistas satisfaz
outra vontade geral do público contemporâneo: o desejo de espionar e
consumir vidas alheias”.
20
Cláudia da Silva Pereira, professora do Centro de Ciências Sociais, da
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, também acredita que na
internet se cria um espaço para que as pessoas vivam outros personagens
e consigam, deste modo, uma espécie de autorrealização pessoal.
“Podemos ser ali o que desejarmos, construindo perfis de acordo com o que
projetamos ser o ideal. Ou não. Afinal, a internet abre ainda mais espaço
para condutas sociais desviantes que raramente poderiam se concretizar na
vida off-line. Aderir a comunidades politicamente 25incorretas, criar perfis
falsos ou transitar por comunidades que consideramos ‘exóticas’ pode ser
uma ótima maneira de buscar a experimentação e, consequentemente, a
realização, da mesma forma”, conclui.
Sibília aponta ainda para a ruptura de um padrão de vida em que os muros
já não protegem mais a privacidade individual. “Das webcams até os
paparazzi, dos blogs e fotologs até YouTube e MySpace, das câmeras de
vigilância até os reality shows e talk shows, a velha intimidade transformou-
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se em outra coisa. E agora está à vista de todos. 30Ou, pelo menos é isso o
que conseguem aqueles afortunados: os famosos”. Já Pereira lembra que a
“espetacularização” do cotidiano atinge a todos, invariavelmente, ao
utilizarem essas ferramentas sociais, levando a uma maior permissividade
com relação ao que é restrito ou irrestrito, ao que é público e ao que é
privado. “A própria ideia de fronteira é imprecisa em se tratando de internet.
É evidente que existe a opção de se compartilhar ou não da intimidade na
internet, existe até mesmo a opção de não participar de redes sociais on-
line, mas esta já parece ser 35uma escolha que limita o trânsito em diversos
espaços sociais. A superexposição nas redes sociais on-line tem seus
reflexos na vida off-line, assim como a simples ausência”.
Outra rede social em que a exposição está presente e nem sempre de
maneira benéfica é o Youtube. Inúmeros são os casos de pessoas que se
tornam famosas por meio da utilização dessa ferramenta, sem se importarem
em ser reconhecidos por postarem vídeos de gosto duvidoso ou grotesco,
confirmando a obsessão de muitos na busca 40pela fama a qualquer custo.
“Esses sujeitos têm fortalecido o hábito de serem reconhecidos pelo que
fazem de transgressão e não por respeitarem a ordem social. Em toda
prática de desvio de conduta, sempre podemos acreditar que o meio ou a
ferramenta apenas facilitou o ato, que na verdade já havia no sujeito que o
praticou uma predisposição para fazê-lo. Infelizmente, os valores de
determinados grupos sociais são refletidos nessas práticas e as
consequências podem ser a banalização desses atos, aumentando as
probabilidades de legitimá-las”, lembra Khater. Para ela, as 45pessoas não
devem permitir que o virtual se sobreponha ao real. “Nós, seres humanos,
precisamos da realidade, pois somos seres eminentemente sociais. Quando
o virtual se sobrepõe ao real, nos sentimos vazios, pois sabemos da nossa
necessidade de real aprovação em nosso meio social”.
Ainda, na contramão dos que buscam o reconhecimento, muitos famosos
e celebridades encontram nas redes sociais uma forma de se aproximar das
pessoas comuns, do seu público, de seus fãs. Artistas, jornalistas, músicos
50
e público interagem de uma maneira mais natural. “É praticamente
imperativo que uma celebridade mantenha um perfil no Twitter ou no
Facebook, caso contrário ela simplesmente não existe no ambiente on-line.
Desta forma, o público se aproxima daqueles que o sociólogo e filósofo
Edgar Morin um dia chamou de ‘olimpianos’, aqueles que se veem obrigados
a descer de seus altares dos meios de comunicação de massa para interagir
em 140 caracteres com as pessoas ‘comuns’. O fã torna-se íntimo do ídolo,
o que retira dessa relação grande parte de sua magia”, 55defende Pereira.
Para Francisco Rüdiger, docente do Departamento de Filosofia da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), as celebridades, ao
migrarem para as redes sociais, têm seus carismas submetidos a testes
cotidianos e banais. “As redes sociais abriram aos fãs a possibilidade de
articular, mais ampla e cotidianamente, o culto de seus ídolos mas, por outro
lado, atraíram estes últimos para um terreno onde sua capacidade de
gerenciar a própria 60imagem e influência é muito mais fraca ou instável. As
celebridades não podem ficar fora das redes, se quiserem continuar sendo
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celebridades, mas a redução da distância que assim se instala, converte-se
em fonte de perigo para sua condição”, acredita.
Ferrari aponta para o fim do antigo esquema celebridade-mídia-público.
Pois, agora, os fãs podem interagir diretamente com seus ídolos (e vice-
versa), sem precisar de intermediário. “As mídias sociais tiraram os
intermediários, 65ou seja, a grande mídia. Hoje uma celebridade interage
diretamente com seus fãs pelo Twitter, Facebook, MySpace etc. O feedback
é instantâneo”, conclui.
Disponível em: <http://www.comciencia.br/comciencia/handler.php?
section=8&edicao=59&id=751&tipo=0>.
Acesso em: 12 de set. 2010. (Texto modificado)
Questão 68)
Assinale a alternativa correta.
01
Um Maracanã de floresta acaba de desaparecer. 02Isso desde que você
começou a ler este texto, há um 03segundo. Amanhã, neste mesmo horário,
você levará 04a vida como sempre – esperamos. Mas os integrantes 05de 137
espécies de plantas, animais e insetos, 06não. Eles terão o destino que 50
mil espécies por ano 07têm: a extinção. Argumentos como “15 Maracanãs de
08
mata tropical devastados desde o início deste parágrafo” 09são fortes, mas
nem sempre suficientes. Só 10que existe outro, talvez ainda mais persuasivo:
dinheiro 11não dá em árvore, mas árvore dá dinheiro.
12
Hoje, manter uma floresta em pé é negócio da 13China. Em uma área
estratégica perto do rio Yang Tsé, 14o governo chinês paga US$ 450 aos
fazendeiros por 15hectare reflorestado. O objetivo é conter as enchentes
16
que alteram o fluxo de água do rio. Equilíbrio ecológico, 17manutenção do
ecossistema, mais espécies preservadas, 18esses são os objetivos do
Partido Comunista 19Chinês? Não. Trata-se de um investimento.
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20
O reflorestamento mantém o curso do rio estável 21e as árvores,
sozinhas, aumentam a quantidade de 22chuva – as plantas liberam vapor
d’água durante a 23fotossíntese. Resultado: mais água no Yang Tsé. O 24que
isso tem a ver com dinheiro? A água alimenta turbinas 25das hidrelétricas
distribuídas pelo rio – inclusive 26a megausina de Três Gargantas, 50% maior
que Itaipu, 27que abriu as comportas em 2008.
28
Investindo em reflorestamento, os chineses agem 29de forma
pragmática. Pagar fazendeiros = mais árvores. 30Mais árvores = mais água
no rio. Mais água = 31mais energia elétrica barata (ainda mais no país que
32
inaugura duas usinas a carvão por semana para dar 33conta de crescer
como cresce). Mais energia barata, 34mais produção para a economia – e
dinheiro para pa35gar os reflorestadores. O final dessa equação é surreal
36
para os padrões brasileiros. A China, nação que mais 37polui e que mais
consome matéria-prima, tem índice 38de desmatamento zero. Abaixo de
zero, até: eles plan39tam mais árvores do que derrubam.
REZENDE, Rodrigo. Revista Superinteressante, março, 2011.
Questão 69)
Analisando algumas passagens do texto, NÃO é correto afirmar que
Questão 70)
Os pronomes que e lhes, da oração – que lhes foram confiados –, fazem
referência, respectivamente, às palavras:
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c) população; Bruzundanga.
d) interesses da população; governantes da Bruzundanga.
e) acendrado carinho; governantes.
O lado certo
Carlos Heitor Cony
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de maneira compatível. As pessoas muitas vezes usam a mesma senha para
muitas contas.
Os consumidores não protegem suas identidades online, e as empresas têm
forte incentivo comercial para recolher o máximo possível de informações.
O advento das redes sociais tornou essa tendência ainda mais preocupante.
As companhias querem encorajar usuários a compartilhar informações, e por
isso o esquema de proteção de dados não é muito propício em termos de
privacidade. Isso cria vulnerabilidades.
As companhias têm interesse em tratar com seriedade a segurança. Os
efeitos de uma violação de privacidade sobre a reputação de uma companhia
podem ser severos, como a Sony descobriu.
Mas também existe interesse público em jogo, dada a extensão da troca de
informações e das transações conduzidas nas redes sociais.
É preciso que existam regras mais claras quanto à propriedade dessas
informações. O mais importante é que precisa ser mais fácil para os usuários
remover essas informações da internet.
Não há nada de errado em que usuários troquem informações pessoais por
serviços, mas eles precisam saber que é isso que estão fazendo e
compreender as consequências caso algo de errado aconteça.
Folha de S.Paulo, 04 mai. 2011
Questão 71)
Os pronomes demonstrativos evidenciados na matéria do "Financial Times"
referem-se, respectivamente,
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TEXTO: 40 - Comum à questão: 72
Questão 72)
Leia o fragmento a seguir.
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Assinale a alternativa correta.
Imagine uma cidade sem cinema, biblioteca ou livraria. Não é difícil, esta é
mais ou menos a regra. Bem, se tal cidade existe, também não terá um teatro
e, muito menos, um museu. Talvez nem mesmo um jornal, semanal que seja.
Muitas não têm nada disso e, apesar de todo o prestígio da música popular,
também não contam com uma casa de shows – loja de discos, nem pensar.
Donde essas cidades são habitadas por pessoas que nunca assistiram a um
filme ou peça de teatro. Espetáculo de dança, esqueça. Nunca ouviram um
concerto, nunca viram um quadro ou escultura importante e, bem provável,
nunca leram um livro que não fosse o da lição. Da mesma forma, nunca
recitaram ou ouviram um poema, não sabem o que é ópera e os cantores
que conhecem é por ouvir falar.
Há muitas cidades assim no Brasil. E não pense que sejam burgos perdidos
no sertão ou no meio da selva amazônica. Algumas são bem conhecidas
pelo nome e ficam em estados prósperos e orgulhosos, mais perto de nós
do que imaginamos. São dados do IBGE, colhidos no último recenseamento,
não muito difíceis de consultar.
O que não falta nessas cidades é televisão – porque 95% dos lares
brasileiros têm pelo menos um aparelho. Mas não é bom para ninguém, nem
para a televisão, que ela seja o único contato das pessoas com o mundo.
Claro que, não demora muito, todas terão internet e, quando isso acontecer,
dar-se-á o fenômeno de cidades que passaram da cultura zero para o
universo digital, onde supostamente cabe tudo, sem o estágio intermediário,
milenar da cultura analógica.
Essas cidades podem ser zero em cultura, mas têm Prefeitura e Câmara
Municipal. E, em época de eleição, candidatos a deputado, senador,
governador, talvez até presidente, devem aparecer por lá, com grande cara
de pau. Interessante país, este que estamos formando.
(CASTRO, Ruy. Cultura Zero. Folha de São Paulo. São Paulo, 29 jun. 2011.
Caderno Opinião, p.2).
Questão 73)
Acerca do texto, considere as afirmativas a seguir.
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III. No terceiro parágrafo, o advérbio “assim” resume a condição de pessoas
desinteressadas pela cultura, apesar da disponibilidade de acesso aos
bens culturais.
IV. O pronome “todas”, na expressão “todas terão internet”, presente no
penúltimo parágrafo, pode remeter tanto a “cidades” como a “pessoas”.
1
Livros foram, até hoje, a forma mais eficaz que a humanidade encontrou
para absorver, armazenar e transmitir conhecimento. Eles se tornaram, ao
longo da história, um meio de mitigar os limites de memória, inteligência e
imaginação de cada um dos nossos cérebros. Lineares como o passar do
tempo. Portáteis como nossas roupas. Íntimos como o pensamento. Houve
quem quisesse queimá-los em nome de crenças políticas ou religiosas,
quem quisesse transformá-los em tecnologia obsoleta e mesmo quem
tentasse proclamar sua irrelevância no frenético mundo moderno. Mas os
livros resistiram a todo tipo de ameaça e intempérie. Nunca se publicou tanto
como hoje, nunca se venderam tantos livros.
2
Eis, então, que a tão festejada revolução digital, depois de abalar os
negócios da música, das imagens e – naturalmente – das notícias, se abate
sobre o universo dos livros. Sim, é verdade que um tablet como o iPad não
tem aquele delicioso cheiro de papel. Mas, se você tiver as mesmas
limitações oculares que o autor deste texto, sentirá o indescritível prazer de
aumentar o tamanho da letra para tornar a leitura mais confortável. Ou de
comprar um livro digital sem sair de casa e, em questão de minutos, ler o
maior poema do século XX, The Waste Land, de T. S. Eliot, ao mesmo tempo
em que escolhe se prefere ouvi-lo recitado pelo próprio autor ou por alguma
dentre as outras tantas interpretações disponíveis. E no futuro ainda haverá,
no novo formato, dezenas de compensações de outra natureza para a falta
do cheiro do papel. Pelo menos é essa a promessa trazida por algo tão
intangível quanto o conteúdo dos livros – mas, ao contrário dele, dinâmico e
cambiante: os programas de computador.
3
Estaríamos, então, prestes a testemunhar a lenta derrocada dos livros
impressos, derrubados gradualmente pelos softwares interativos para as
tabuletas digitais? Difícil fazer previsões. O tempo continuará linear. O
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pensamento, talvez não. Mas as palavras continuarão sendo escritas e lidas,
provavelmente, umas após as outras – recurso de que nem Eliot conseguiu
se desfazer para fazer ecoar as múltiplas vozes de seu poema. Rupturas
serão a província de criadores geniais como ele ou dos programadores que
tornaram sua obra-prima mais acessível às novas gerações, por meio dessa
nova forma de absorver, armazenar e transmitir conhecimento. Tomara que
ela perdure tanto quanto o livro.
GUROVITZ, Helio.
Carta do Diretor de Redação. Revista Época. Disponível em:
http://cbld.com.br/blog/2011/07/um-livropara-um-tempo-de-
multiplas-vozes/Acesso em 22 de jul. 2011. (com adaptações)
Questão 74)
No fragmento “Tomara que ela perdure tanto quanto o livro” (3º parágrafo),
o pronome destacado retoma o segmento
a) a promessa.
b) a lenta derrocada dos livros
c) a província.
d) sua obra-prima.
e) essa nova forma de absorver, armazenar e transmitir conhecimento.
Hoje, as famílias que vivem na cidade de São Paulo gastam uma fatia maior
do orçamento com ração para o cãozinho ou o gato de estimação (0,55%)
do que com o feijão (0,39%), um alimento básico. Em contrapartida, o
desembolso com aluguel caiu pela metade nos últimos dez anos, porque um
número crescente de famílias teve acesso à casa própria. Também o peso
da prestação do carro zero nas despesas, triplicou no período.
Questão 75)
Embora trate de aumento de despesas, a exemplo da primeira frase do texto,
e não de redução, como a segunda, a frase “Também o peso da prestação
do carro zero nas despesas, triplicou no período” NÃO poderia vir logo
depois da primeira, devido a um dos termos que nela ocorrem, ou seja,
a) “também”.
b) “prestação”.
c) “despesas”.
d) “triplicou”.
e) “período”.
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TEXTO: 44 - Comum à questão: 76
O homem mais rico do mundo decidiu saber qual era o esporte mais nobre
do mundo. Para isso mandou chamar três sábios de três partes diferentes
do mundo. Um da China, porque a China é o berço da sabedoria, outro da
França, porque a França é o berço da ciência, e outro dos Estados Unidos,
que não são o berço de coisa nenhuma, mas ganham muitas medalhas nas
Olimpíadas.
Logo que os três sábios chegaram à casa do homem mais rico do mundo,
este lhes perguntou: “Senhores, quero que me digam qual o esporte mais
nobre do mundo. Aquele que me convencer receberá um milhão de dólares”.
Então o chinês disse isto: “Honorável senhor, em todos os esportes há
nobreza, mas em nenhum outro há mais do que no xadrez. Ele é um jogo de
estratégias e inteligências, onde mais conta o cérebro do que qualquer outra
coisa. O xadrez é o esporte do intelecto”. Depois, satisfeito com suas
próprias palavras, sentou-se e tomou seu chá.
Então o francês falou: “Monsieur, nenhum esporte se compara à esgrima.
Na esgrima treinamos pontaria e rapidez, defesa e ataque, reflexos e
precisão. É um esporte onde todo o corpo é necessário, e por isso é o
esporte da habilidade física”. Depois, satisfeito com suas palavras, sentou e
tomou seu vinho.
Então o norte-americano rosnou: “Mister, o xadrez e a esgrima são okeis,
mas o mais nobre dos esportes é o pôquer. Ele exige dissimulação e farsa,
psicologia e trama. É um esporte que não se joga apenas com o corpo e o
cérebro, mas também com a alma. É o esporte do controle emocional”.
Depois, satisfeito, sentou e tomou seu uísque.
O homem mais rico do mundo pediu então algum tempo para pensar
sobre aqueles profundos arrazoamentos, e, como pensar dá fome, pediu
pizza pelo telefone.
Quando o entregador chegou com as pizzas, o homem mais rico do
mundo, só por brincadeira, resolveu lhe perguntar qual era o esporte mais
nobre: o xadrez, a esgrima ou o pôquer. O entregador não se fez de rogado
e disse assim:
“Esses três esportes são importantes, mas o mais nobre de todos é o
futebol de botão”.
Os três sábios caíram na gargalhada, mas o entregador permaneceu
imperturbável.
“Vejam, o futebol de botão é uma síntese do conhecimento humano. Ele
necessita de movimentos estratégicos como o xadrez, pede pontaria,
reflexos e precisão como a esgrima, e precisa de autodomínio como o
pôquer. O futebol de botão, senhores, é o único esporte onde são
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necessários intelecto, habilidade física e controle emocional. Tudo ao
mesmo tempo e em igual proporção.”
Todos ficaram boquiabertos com tais idéias e aplaudiram com
entusiasmo.
O entregador então fez uma partida com cada um dos presentes para
celebrar a mais nobre das artes. Ele venceu de 8 x 0 o chinês, goleou o
francês por 9 x 0 e deu 10 x 0 no norte-americano. Mas, estranhamente,
perdeu de 1 x 0 para o anfitrião, com um gol contra.
Com isso, o homem mais rico do mundo ficou tão feliz que não deu apenas
um milhão ao entregador, mas dez. E a moral dessa fábula esportiva, se é
que há alguma, é que é bom ser sábio. Ainda melhor é ser esperto.
In: Folha de S. Paulo, caderno Esporte, 10 out.1998
Questão 76)
Aponte a que se referem os pronomes evidenciados, respeitando a ordem
em que aparecem.
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acabou conquistando todos: era mãe para os pequenos, e amiga e irmã para
os mais velhos, alguns dos quais se apaixonaram por ela. Mas ela amava
mesmo era o chefe dos Capitães, o valente Pedro Bala. Presa e recolhida a
um orfanato, até que o namorado a resgatasse e a levasse para o velho
trapiche, adoeceu e morreu. Horas antes de morrer, pediu a Pedro Bala que
a fizesse mulher. Ele hesitou porque a via muito doente, mas, por fim,
atendeu ao seu pedido. Na manhã seguinte, ela estava morta.
O capítulo que você vai ler narra a reação desesperada de Pedro Bala
logo depois que levam o corpo de sua amada para alto mar, onde finalmente
repousará.)
87
Contam no cais da Bahia que quando 88 morre um homem valente vira
estrela no céu. 89 Assim foi com Zumbi, com Lucas da Feira, 90 com Besouro,
todos os negros valentes. Mas 91 nunca se viu o caso de uma mulher, por
mais 92 valente que fosse, virar estrela depois de 93 morta. Algumas, como
Rosa Palmeirão, como 94 Maria Cabaçu, viraram santas nos candomblés 95
de caboclo. Nunca nenhuma virou estrela.
96
Pedro Bala se joga na água. Não pode ficar 97 no trapiche, entre os
soluços e as 98 lamentações. Quer acompanhar Dora, quer ir 99 com ela, se
reunir a ela nas Terras do Sem 100 Fim de Yemanjá. Nada para diante sempre.
101
Segue a rota do saveiro do Querido-de-Deus. 102 Nada, nada sempre. Vê
103
Dora em sua frente, Dora, sua esposa, os braços estendidos para 104 ele.
Nada até já não ter forças. Boia, então, os 105 olhos voltados para as estrelas
e a grande lua 106 amarela, do céu. Que importa morrer quando 107 se vai em
busca da amada, quando o amor 108 nos espera?
109
Que importa tampouco que os astrônomos 110 afirmem que foi um
cometa que passou sobre a 111 Bahia naquela noite? O que Pedro Bala viu
112
foi Dora feita estrela, indo para o céu. Fora 113 mais valente que todas as
mulheres, mais 114 valente que Rosa Palmeirão, que Maria 115 Cabaçu. Tão
valente que antes de morrer, 116 mesmo sendo uma menina, se dera ao seu
117
amor. Por isso virou uma estrela no céu. Uma 118 estrela de longa cabeleira
loira, uma estrela 119 como nunca tivera nenhuma na noite de paz 120 da Bahia.
121
A felicidade ilumina o rosto de Pedro Bala. 122 Para ele veio também a
paz da noite. Porque 123 agora sabe que ela brilhará para ele entre mil 124
estrelas no céu sem igual da cidade negra.
125
O saveiro do Querido-de-Deus o recolhe.
(AMADO, Jorge. Capitães da areia. 15 ed. São Paulo:
Livraria Martins Editora, 1967. p. 250-251.)
Questão 77)
A locução “por isso” (Ref. 117) relaciona-se sintática e semanticamente
a) com ”Fora mais valente que todas as mulheres, mais valente que Rosa
Palmeirão, que Maria Cabaçu. Tão valente que antes de morrer, mesmo
sendo uma menina, se dera ao seu amor.”.
b) apenas com “O que Pedro Bala viu foi Dora feita estrela, indo para o céu.”.
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c) apenas a “Tão valente que antes de morrer, mesmo sendo uma menina,
se dera ao seu amor.”.
d) apenas a “Fora mais valente que todas as mulheres, mais valente que
Rosa Palmeirão, que Maria Cabaçu”.
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TEXTO: 47 - Comum à questão: 79
Assim a leitura leve, mas não despretensiosa, pode ser um marco na vida
de alguém. Além disso, a leitura é a interioridade, é o salto para outros
lugares, é a casa emprestada num momento de crise.”
(O Estado de S. Paulo, 05.09.11. Adaptado)
Questão 79)
Atente para as afirmações:
a) Sempre que a criança ler para a mãe, para ela reavivar coisas
adormecidas, a leitura deverá ser um marco em sua vida.
b) Quando a criança lê para a mãe, a leitura pode ser um marco em sua
vida e ela reaviva coisas adormecidas.
c) Se a criança ler para a mãe, talvez ela possa reavivar coisas
adormecidas e a leitura pode ser um marco em sua vida.
d) A criança lê para a mãe e ela reaviva coisas adormecidas, portanto, a
leitura pode ser um marco em sua vida.
e) Enquanto a criança lê para a mãe, ela reaviva coisas adormecidas, e a
leitura será, pois, um marco em sua vida.
01
As campanhas políticas invadiram a web. É a era 02 da política 2.0. Os
candidatos inundam as redes sociais 03 e os blogs, mas, na maioria dos
casos, apenas repetem 04 a mesma propaganda que penduram nos postes
ou 05 gritam nos alto-falantes. Ignoram que, como diz o 06 sociólogo Carlos
Martini, “em Atenas, a ágora era a 07 praça onde se expressavam as
opiniões. A ágora 08 contemporânea inclui as redes sociais, mas essa praça
09
não termina aí, não se limita às redes virtuais. Se 10 completa com a
presença pública”. Desrespeitam a 11 variedade de formas de comunicação,
de possibilidades 12 de manifestar o descontentamento, dentro e fora das 13
ruas. Em nenhum caso, há uma possibilidade real de 14 participação do
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cidadão. Usam outros meios de 15 comunicação, mas o tipo de política é o
mesmo: “se faz 16 tudo pelo povo, mas sem o povo” (lema do velho
17
“despotismo esclarecido”).
18
No recente artigo A revolução será tuitada, Enrique 19 Dans, professor
da IE Business School, fala sobre a 20 evolução da democracia na Espanha:
“O chamado 21 ‘espírito da transição’, após a ditadura franquista, 22
conseguiu que, em pouco tempo, os espanhóis fossem 23 capazes de evoluir
para um sistema de democracia 24 representativa. Com uma agilidade
inédita, a Espanha 25 se reinventou. A democracia que estabelecemos é 26
um fiel reflexo da sociedade da época: a voz dos 27 cidadãos deveria estar
expressa por um sistema de
28
representantes que a transmitisse, em cada âmbito, aos 29 círculos do
poder. O cidadão tinha poucos meios para 30 expressar sua vontade além de
um voto a cada quatro 31 anos. A produção de informação estava reservada
aos 32 que tinham o controle dos meios de comunicação”.
33
Essa realidade social mudou. Em países ditatoriais, 34 como Tunísia,
Egito, Líbia, Síria ou Iêmen, os cidadãos 35 que começaram a navegar pelas
redes sociais entraram 36 em contato com pessoas que integravam grupos
que 37 manifestavam vontade de mudança. Na Líbia, por 38 exemplo, o alto
desemprego, o elevado preço dos 39 alimentos e a importação da maior parte
dos bens 40 necessários ao abastecimento foram os principais 41 problemas
que levaram parte da população a iniciar uma 42 onda de protestos que se
espalhou por todo o país, 43 acompanhando os movimentos revoltosos no
Egito e na 44 Tunísia, que lutavam por liberdade desde o ano passado. 45
Entrando em blogs subversivos, em grupos de denúncias, 46 encontraram
onde expressar a frustração contida. 47 Começaram a difundir mensagens,
comunicar-se, 48 organizar-se, expressar-se direta e publicamente como 49
cidadãos. E fizeram isso com muita visibilidade, com 50 imagens, relatos,
depoimentos e gravações in loco.
51
Hoje, o jogo do poder depende das novas mídias, 52 via internet e
celular, que são redes horizontais ou 53 autocomunicação de massa. O
espaço público se 54 reconstitui fora das instituições. As mudanças se 55
produzem nessa nova comunicação. 56 Na última reunião do G8, a G8-
digital, o presidente 57 francês Nicolas Sarkozy reconheceu o papel 58
preponderante da web na difusão da liberdade e citava 59 como exemplo o
ocorrido nesses países do norte da 60 África.
61
Estamos passando de uma pretendida política 2.0 62 a uma reivindicada
democracia 2.0, mas ainda não 63 sabemos como ela funciona nem que
efeitos secundários 64 ela tem. Seria essa a chamada democracia
participativa.
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Escala, p. 32, abr./maio 2011. Disponível em:
<http://portalcienciaevida.uol.com.br/
ESSO/edicoes/37/artigo238948-2.asp>. Acesso em: 30 set. 2011.
Adaptado.
Questão 80)
Sobre o termo transcrito, está correto o que se afirma em
Questão 81)
As alternativas contêm trechos extraídos da revista Língua Portuguesa, n.º
79, de abril de 2011. Assinale aquela em que a relação de causa e efeito
expressa pelos termos destacados no trecho – Quando a grávida usa crack
ou cocaína, o bebê costuma nascer hiperexcitado, irritado, choroso. –
também ocorre.
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c) E quando tudo parece já estar acomodado em seus devidos lugares é
que vem, lá do Pantanal Mato-Grossense, um cidadão chamado Manoel
de Barros.
d) Ele foi chegando devagar, com a fala mansa, com os versos curtos e
com um jeito bem diferente de escrever.
e) Antes que alguém perguntasse quem era ele, ele se apresentou, bem a
seu modo.
A MENTE É COMPORTAMENTO
1
Existem duas ideias comumente associadas ao Behaviorismo. A
primeira delas é a 2 de que o Behaviorismo seria uma psicologia da caixa-
preta, de acordo com a qual não seria 3 possível estudar o que ocorre no
mundo mental, já que este mundo seria inacessível à 4 Ciência empírica. A
única alternativa que restaria, na tentativa de explicar o comportamento, 5
seria analisar as relações entre estímulos e respostas, estas sim
observáveis. Neste caso, o 6 “Behaviorismo caixa-preta” consistiria numa
Psicologia dualista e incompleta, pois assumiria 7 que, além de existir um
mundo mental inalcançável (daí o dualismo), este mundo não seria 8 passível
de tratamento científico e, portanto, a Psicologia deveria resignar-se ao
estudo de 9 estímulo-resposta (daí a incompletude).
10
A segunda ideia usualmente agregada ao Behaviorismo é a de que este
seria uma 11 Psicologia sem mente; uma abordagem cujo propósito seria, de
certo modo, justamente 12 eliminar da Psicologia o seu próprio prefixo. Há
aqui a tese do “Behaviorismo eliminativista”: 13 a mente seria um engodo,
uma anomalia linguística. O que de fato existe e que, por isso, é o 14 que
deve ser estudado na Psicologia são relações estímulo-resposta.
15
É importante notar que, aliada tanto ao Behaviorismo caixa-preta
quanto ao 16 Behaviorismo eliminativista, há a crítica da simplificação:
qualquer que seja o seu 17 posicionamento acerca da mente, o Behaviorismo
peca por tentar reduzir a complexidade do 18 comportamento humano a
meras relações estímulo-resposta.
19
Ora, se não há mente ou se ela é algo inalcançável pela Ciência, e se
estas são as 20 duas teses associadas ao Behaviorismo, como, então, seria
possível propor uma análise 21 behaviorista da mente?
22
Há, porém, uma terceira alternativa, e é sobre esta que discorreremos
neste ensaio. 23 O Behaviorismo Radical assume como uma de suas tarefas
fundamentais o 24 desenvolvimento de uma explicação alternativa da vida
mental. Ou seja, o Behaviorismo 25 Radical não elimina os fenômenos
classificados como “mentais”, mas os analisa a partir da 26 perspectiva
comportamental. Em síntese, a análise behaviorista radical pretende mostrar
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27
que a mente é comportamento. Essa tese nos coloca a primeira questão:
se a mente é 28 comportamento, então o que seria comportamento?
29
Em linhas gerais, o comportamento é definido, na perspectiva
behaviorista radical, 30 como a relação entre as ações do sujeito e o
ambiente. Mas essa definição nos leva a mais 31 perguntas. O que é
ambiente? Ambiente é qualquer evento no universo capaz de afetar o 32
sujeito. Essa afetação, por sua vez, consiste em modificar de alguma forma
as suas ações. 33 Algo como um choque, pode gerar resposta de retração da
mão que acidentalmente tocou 34 um fio desencapado.
35
Afetar o sujeito significa modificar o seu comportamento de alguma
forma. É 36 importante ressaltar que o ambiente não é necessariamente o
que circunda o sujeito, não é 37 o que está fora de sua pele. O próprio sujeito
pode ser ambiente para suas ações. A 38 existência de um dente inflamado
pode aumentar a probabilidade de que o sujeito vá ao 39 dentista. Isto é, a
dor de dente pode mudar o comportamento do sujeito e, por conta desse 40
fato, também é, por definição, ambiente.
41
A outra questão referente à definição de comportamento diz respeito à
ação. O que é 42 ação? A ação é o que o sujeito faz e “fazer” indica uma
atividade que está sendo realizada 43 num dado intervalo de tempo. Mas não
é uma atividade qualquer. É a atividade do sujeito 44 cuja principal
característica é o agir sobre e interagir com o ambiente. A ação não é mero
45
movimento. Aliás, pode implicar justamente o contrário. Numa situação em
que duas 46 crianças estão disputando para ver quem pisca primeiro, a
ausência do piscar – ou seja, de 47 movimento das pálpebras – também é
ação.
48
O que define a ação é a sua função e não a sua forma. E mais: a função
só é 49 encontrada quando se analisa a relação entre a ação do sujeito e o
contexto em que ela 50 ocorre. No exemplo da brincadeira, o contexto era
constituído, em parte, pela regra do jogo: 51 quem piscar primeiro, perde. A
ação de não piscar das crianças só faz sentido à luz dessa 52 regra. Em
outros termos, nós só entenderíamos o que as duas crianças estão fazendo
– o 53 que significa conhecer a função de suas ações – se soubéssemos a
regra da brincadeira 54 que está controlando o comportamento de ambas
naquele momento.
55
Um ponto central da definição behaviorista radical do comportamento é
que os dois 56 eventos que o compõem só são definíveis quando postos em
relação. O ambiente é 57 qualquer evento no universo que modifica a ação,
e as ações são atividades do sujeito 58 definidas em função do contexto
ambiental. É por isso que o comportamento é 59 essencialmente um
fenômeno relacional.
60
Outro ponto importante da definição de comportamento está em seu
caráter 61 dinâmico. O comportamento é um processo contínuo, um fluxo de
atividade que nunca 62 cessa: o nosso comportamento só cessará quando
deixarmos de interagir com o mundo. 63 Somente a morte é capaz de
providenciar a ocorrência plena dessa condição. Sendo assim, 64 o
comportamento é definido pelo Behaviorismo Radical como o processo
contínuo de 65 relação entre o ambiente e as ações do sujeito.
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66
É imprescindível ressaltar que essa definição de comportamento em
nada equivale à 67 simplificação pejorativa do fenômeno a uma mera relação
estímulo-resposta sobre a qual 68 falamos no início deste ensaio. As relações
comportamentais não se reduzem 69 necessariamente a unidades estímulo-
resposta cujas características seriam ditadas pelas 70 propriedades físicas
dos eventos e não pelas relações funcionais entre eles.
ZILIO, Carlos. A mente é comportamento. Filosofia.
Ano VI, ed. 63, set. 2012. p. 47-49. (Adaptado)
Questão 82)
A ação não é mero movimento. Aliás, pode implicar justamente o contrário.
Numa situação em que duas crianças estão disputando para ver quem pisca
primeiro, a ausência do piscar – ou seja, de movimento das pálpebras –
também é ação. (Refs. 44-47)
a) Além disso.
b) De outro modo.
c) No entanto.
d) Ou melhor.
Mariana capturou um estudo do HSBC que diz que, em 2050, o Brasil ainda
será país de renda média, embora média alta, tal como já o é hoje.
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Feita a ressalva, o estudo do HSBC tem o mérito de coincidir com uma
nítida mudança de humor em torno dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China
e África do Sul), que se tornaram quase sinônimo de emergentes, aquele
grupo de países que vão substituir as potências tradicionais dentro de uns
quantos anos.
Terá, então, uma renda per capita (U$ 17.759) que é menos da metade
da renda de cada norteamericano em 2010 (US$ 36.354).
O caso do Brasil é ainda pior: sua renda per capita, em 2010, era superior à
de todos os parceiros BRICS. Em 2050, será inferior à da Rússia e da China.
Ou seja, o Brasil é um emergente que emerge menos que seus sócios na
aventura. Pulemos agora para artigo de Ruchir Sharma, chefe de Mercados
Emergentes da Morgan Stanley, publicado pela "Foreign Affairs", com o
significativo título "Broken BRICS" (BRICS Quebrados, um exagero).
Quanto aos BRICS, "com a economia mundial caminhando para seu pior
ano desde 2009, o crescimento chinês está desacelerando agudamente, de
dois dígitos para 7% ou menos. E o resto dos BRICS está derrapando
também: desde 2008, o crescimento anual do Brasil caiu de 4,5% para 2%;
o da Rússia, de 7% para 3,5%; e o da Índia, de9%para 6%".
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Adeus, ilusões.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/
lovisrossi/1174470- brasil-adeus-a-ilusao.shtml . Acesso em: 26 nov.2012.
Questão 83)
No texto, há elementos que estão evidenciados. Associe-os a seus
referentes, segundo a disposição empregada pelo autor:
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Questão 84)
No trecho – O Ministério da Saúde não só reconhece o trabalho de parteiras
tradicionais como incentiva a participação de doulas –, os termos não só e
como servem para correlacionar os elementos que introduzem,
estabelecendo a coesão textual. Essas expressões podem ser substituídas
sem prejuízo de sentido, respectivamente, por
a) tanto e quanto.
b) talvez e assim como.
c) não apenas e apesar de.
d) tanto e exceto.
e) somente e quanto.
1°
As regras que valem para todos os outros não servem para ele. Só as
obedece como e quando bem entende. “Assim faço a diferença”, costuma
dizer. Mas não é nem um pouco egoísta. Pelo contrário. Quanto mais à
direita ele vai, mais aumenta o valor do colega da esquerda, multiplicando-o
por dez, 100 ou 1.000. Trata-se de um revolucionário. Com ar de bonachão,
dá de ombros quando é comparado ao nada. “Sou mesmo”, diz. “Mas isso
significa ser tudo.” Com vocês, o número zero – que ganha, nestas páginas,
o papel que lhe é de direito: o de protagonista de uma odisseia intelectual
que mudou o rumo das ciências exatas e trouxe novas reflexões para a
história das ideias.
2°
Pode soar como exagero atribuir tal importância a um número
aparentemente inócuo. Às vezes, você até esquece que ele existe. Quem se
preocupa em anotar que voltou da feira com zero laranjas? Ou que comprou
ração para seus zero cachorrinhos? Só fica preocupado quando descobre
um zero na conta bancária. Mesmo assim, logo que chega o pagamento
seguinte, não sobra nem lembrança daquele número gorducho.
3°
O símbolo “0” e o nome zero estão relacionados à ideia de nenhum, não-
existente, nulo. Seu conceito foi pouco estudado ao longo dos séculos. Hoje,
mal desperta alguma curiosidade, apesar de ser absolutamente instigante.
“O ponto principal é o fato de o zero ser e não ser. Ao mesmo tempo indicar
o nada e trazer embutido em si algum conteúdo”, diz o astrônomo Walter
Maciel, professor da Universidade de São Paulo. Se essa dialética parece
complicada para você, cidadão do século XXI, imagine para as tribos
primitivas que viveram muitos séculos antes de Cristo.
4°
A cultura indiana antiga já trazia uma noção de vazio bem antes do
conceito matemático de zero. “Num dicionário de sânscrito, você encontra
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uma explicação bastante detalhada sobre o termo indiano para o zero, que
é shúnya”, afirma o físico Roberto de Andrade Martins, do Grupo de História
e Teoria da Ciência da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Como adjetivo, shúnya significa vazio, deserto, estéril. Aplica-se a uma
pessoa solitária, sem amigos; a um indivíduo indiferente ou insensível. O
termo descreve um sentimento de ausência, a falta de algo, uma ação sem
resultados. Como substantivo, shúnya refere-se ao nada, ao vácuo, à
inexistência. A partir do século VIII d.C., os árabes levaram para a Europa,
junto com os outros algarismos, tanto o símbolo que os indianos haviam
criado para o zero quanto à própria ideia de vazio, nulo, não-existente. E
difundiram o termo shúnya – que, em árabe, se tornou shifr e foi latinizado
para zephirum, depois zéfiro, zefro e, por fim, zero.
5º
Bem distante da Índia, nas Américas, por volta dos séculos IV e III a.C., os
maias também deduziram uma representação para o nada. O sistema de
numeração deles era composto por pontos e traços, que indicavam unidades
e dezenas. Tinham duas notações para o zero. A primeira era uma elipse
fechada que lembrava um olho. Servia para compor os números. A segunda
notação, simbólica, remetia a um dos calendários dos maias. O conceito do
vazio era tão significativo entre eles que havia uma divindade específica para
o zero: era o deus Zero, o deus da Morte. “Os maias foram os inventores
desse número no continente americano. A partir deles, outros grupos, como
os astecas, conheceram o princípio do zero”, diz o historiador Leandro
Karnal, da Unicamp.
6°
E os geniais gregos, o que pensavam a respeito do zero? Nada. Apesar
dos avanços na geometria e na lógica, os gregos jamais conceberam uma
representação do vazio, que, para eles, era um conceito até mesmo
antiestético. Não fazia sentido existir vazio num mundo tão bem organizado
e lógico – seria o caos, um fator de desordem. (Os filósofos pré-socráticos
levaram em conta o conceito de vazio entre as partículas, mas a ideia não
vingou.) Aristóteles chegou a dizer que a natureza tinha horror ao vácuo.
7°
“Conceber o conceito do zero exigiu uma abstração muito grande”, diz o
historiador da matemática Ubiratan D’Ambrosio, da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC). Quando o homem aprendeu a calcular, há
cerca de 5.000 anos, fazia associações simples a partir de situações
concretas: para cada ovelha, uma pedrinha. Duas ovelhas, duas pedrinhas
e assim por diante. “Se sobrassem pedras, o pastor sabia que provavelmente
alguma ovelha tinha sido atacada por um lobo ou se desgarrado das
demais”, diz o matemático Irineu Bicudo, da Universidade Estadual Paulista
(Unesp), em Rio Claro. O passo seguinte foi representar graficamente esses
números com símbolos e fazer contas com eles.
8°
Os babilônios, que viveram na Mesopotâmia (onde hoje é o Iraque) por
volta do ano 2.500 a.C., foram os primeiros a chegar a uma noção de zero.
Pioneiros na arte de calcular, criaram o que hoje se chama de “sistema de
numeração posicional”. Apesar do nome comprido, a ideia é simples. “Nesse
sistema, os algarismos têm valor pela posição que ocupam”, explica Irineu.
Trata-se do sistema que utilizamos atualmente. Veja o número 222 – o valor
do 2 depende da posição em que ele se encontra: o primeiro vale 200, o
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segundo 20 e o terceiro 2. Outros povos antigos, como os egípcios e os
gregos, não usavam esse sistema – continuavam a atribuir a cada número
um sinal diferente, fechando os olhos para a possibilidade matemática do
zero.
9°
O sistema posicional facilitou, e muito, os cálculos dos babilônios. Contudo,
era comum que muitas contas resultassem em números que apresentavam
uma posição vazia, como o nosso 401. (Note que, depois do 4, não há
número na casa das dezenas. Se você não indicasse essa ausência com o
zero, o 401 se tornaria 41, causando enorme confusão.) O que, então, os
babilônios fizeram? Como ainda não tinham o zero, deixaram um espaço
vazio separando os números, a fim de indicar que naquela coluna do meio
não havia nenhum algarismo (era como se escrevêssemos 4_1). O palco
para a estreia do zero estava pronto. Com o tempo, para evitar qualquer
confusão na hora de copiar os números de uma tábua de barro para outra,
os babilônios passaram a separar os números com alguns sinais específicos.
“Os babilônios tentaram representar graficamente o nada, mostrando o
abstrato de uma forma concreta”, diz Ubiratan.
10°
Perceba como um problema prático – a necessidade de separar números
e apontar colunas vazias – levou a uma tentativa de sinalizar o não-existente.
“Trata-se de uma abstração bastante sofisticada representar a inexistência
de medida, o vazio enquanto número, ou seja, o zero”, diz a historiadora da
ciência Ana Maria Alfonso Goldfarb, da PUC. “Temos apenas projeções
culturais a respeito do que é abstrato”, afirma Leandro Karnal. Na tentativa
de tornar concreta uma situação imaginária, cada povo busca as referências
que tem à mão. Veja o caso dos chineses: eles representavam o zero com
um caractere chamado ling, que significava “aquilo que ficou para trás”, como
os pingos de chuva depois de uma tempestade.
Trata-se de um exercício tremendo de abstração. Você já parou para pensar
como, pessoalmente, encara o vazio?
11°
Apesar de ser atraente, o zero não foi recebido de braços abertos pela
Europa, quando apareceu por lá, levado pelos árabes. “É surpreendente ver
quanta resistência a noção de zero encontrou: o medo do novo e do
desconhecido, superstições sobre o nada relacionadas ao diabo, uma
relutância em pensar”, diz o matemático americano Robert Kaplan, autor do
livro The Nothing That Is (O Nada que Existe, recém-lançado no Brasil) e
orientador de um grupo de estudos sobre a matemática na Universidade
Harvard. O receio diante do zero vem desde a Idade Média. Os povos
medievais o ignoravam solenemente. “Com o zero, qualquer um poderia
fazer contas”, diz Ana Maria. “Os matemáticos da época achavam que
popularizar o cálculo era o mesmo que jogar pérolas aos porcos.” Seria uma
revolução.
12°
Por isso, Kaplan considera o zero um número subversivo. “Ele nos obriga
a repensar tudo o que alguma vez já demos por certo: da divisão aritmética
à natureza de movimento, do cálculo à possibilidade de algo surgir do nada”,
afirma. Tornou-se fundamental para a ciência, da computação à astronomia,
da química à física. “O cálculo integral e diferencial,desenvolvido por Newton
e Leibniz, seria inviável sem o zero”, diz Walter Maciel. Nesse tipode cálculo,
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para determinar a velocidade instantânea de um carro, por exemplo, você
deve levar em conta um intervalo de tempo infinitamente curto, que tende a
zero. (É estranho calcular quanto o carro se deslocou em “zero segundos”,
mas é assim que funciona.) “O cálculo integral está na base de tudo o que a
ciência construiu nos últimos 200 anos”, diz Maciel.
13°
Ainda hoje o conceito de zero segue revirando nossas ideias. Falta muito
para entendermos a complexidade desse número. Para o Ocidente, o zero
continua a ser uma mera abstração. Segundo Eduardo Basto de
Albuquerque, professor de história das religiões da Unesp, em Assis, o
pensamento filosófico ocidental trabalha com dois grandes paradigmas que
não comportam um vazio cheio de sentido, como o indiano: o aristotélico (o
mundo é o que vemos e tocamos com nossos sentidos) e o platônico (o
mundo é um reflexo de essências imutáveis e eternas, que não podemos
atingir pelos sentidos e sim pela imaginação e pelo conhecimento). “O
Ocidente pensa o nada em oposição à existência de Deus: se não há Deus,
então é o nada”, diz Eduardo. Ora, mesmo na ausência, poderia haver a
presença de Deus. E o vazio pode ser uma realidade. É só pensar na teoria
atômica, desenvolvida no século XX: o mundo é formado por partículas
diminutas que precisam de um vazio entre elas para se mover.
14°
Talvez o zero assuste porque carrega com ele um outro paradigma: o de
um nada que existe efetivamente.
15°
Na matemática, por mais que pareça limitado a um ou dois papéis, a
função do zero também é “especial” – como ele mesmo faz questão de
mostrar – porque, desde o primeiro momento, rebelou-se contra as regras
que todo número precisa seguir. O zero viabilizou a subtração de um número
natural por ele mesmo (1 – 1 = 0). Multiplicado por um algarismo à escolha
do freguês, não deixa de ser zero (0 x 4 = 0). Pode ser dividido por qualquer
um dos colegas (0 ÷ 3 = 0), que não muda seu jeitão. Mas não deixa nenhum
número – por mais pomposo que se julgue – ser dividido por ele, zero. Tem
ainda outros truques. Você pensa que ele é inútil? “Experimente colocar
alguns gêmeos meus à direita no valor de um cheque para você ver a
diferença”, diz o zero. No entanto, mesmo que todos os zeros do universo se
acomodem no lado esquerdo de um outro algarismo nada muda. Daí a
expressão “zero à esquerda”, que provém da matemática e indica nulidade
ou insignificância.
16°
Mas o zero – como você pôde ver – decididamente não é um zero à
esquerda. “Foi uma surpresa constatar como é central a ideia de zero: o nada
que gera tudo”, diz Kaplan. E mais: há quem diga que o zero é parente do
infinito, outra abstração que mudou as bases do pensamento científico,
religioso e filosófico. “Eles são equivalentes e opostos, yin e yang”, escreve
o jornalista americano Charles Seife, autor de Zero: The Biography of a
Dangerous Idea (Zero: A Biografia de uma Ideia Perigosa), lançado no ano
passado nos Estados Unidos. O epíteto atribuído ao zero no título – ideia
perigosa – não está ali por acaso. “Apesar da rejeição e do exílio, o zero
sempre derrotou aqueles que se opuseram a ele”, afirma Seife. “A
humanidade nunca conseguiu encaixar o zero em suas filosofias. Em vez
disso, o zero moldou a nossa visão sobre o universo – e também sobre
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Deus.” E influenciou, sorrateiramente, a própria filosofia. De fato, trata-se de
um perigo.
Disponível em <http://super.abril.com.br/
ciencia/importancia-numero-zero-442058.shtml>. Acesso em 14 mar. 2012.
(ADAPTADO)
Texto II
CERTAS COISAS (Lulu Santos)
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Questão 85)
Indique a alternativa em que o nexo coesivo destacado tem sentido diferente
dos demais.
a) “Se essa dialética parece complicada para você, cidadão do século XXI,
imagine para as tribos primitivas que viveram muitos séculos antes de
Cristo” (3º parágrafo, texto I)
b) “(era como se escrevêssemos 4_1)” (9º parágrafo, texto I)
c) “Se sobrassem pedras, o pastor sabia que provavelmente alguma ovelha
tinha sido atacada por um lobo ou se desgarrado das demais” (7º
parágrafo, texto I)
d) “Não existiria som se não houvesse o silêncio” (Versos 1 e 2, texto II)
e) “O Ocidente pensa o nada em oposição à existência de Deus: se não há
Deus, então é o nada” (13º parágrafo, texto I)
Diário de bordo
1
Ontem, o tempo mudou, o navio balançou um pouco [...]. Acordei 2às 9h,
tomei café na suíte e voltei a dormir, até o meio-dia – acho 3que nunca fiz
isso na vida. Almoçamos no restaurante, evitando o 4self-service, que devia
estar uma bagunça, pois continua chovendo e 5ventando, os passageiros
sem muito o que fazer a não ser enfrentar 6a comida que rola sem parar.
7
Depois do almoço [...] apesar do vento e da chuva fininha, 8consegui ver
a passagem pelo Peloponeso, a guerra de Tucídides e, 9logo após, a ilha de
Ítaca, onde Penélope fiava e confiava em Ulisses, 10que retornaria de sua
viagem absurda.
11
Penso no valor da palavra escrita. Ítaca, Peloponeso, toda a 12Grécia
clássica, nada seriam se não fossem os poemas e relatos 13que
historicizaram seus heróis, seus deuses, suas tragédias e seus 14filósofos.
15
O mesmo aconteceu com os judeus, que viveram numa terra 16de
pedras e desertos, mas deixaram livros que formaram o Velho 17Testamento,
base de toda a cultura ocidental.
18
Nas ilhas Papuas ou na América, onde floresceram civilizações 19como
a asteca, a inca e a maia, na certa haveria heróis, deuses, 20guerreiros e
pensadores que ficaram isolados do fluxo cultural, sem 21testemunhos
escritos que superassem o tempo.
22
Gregos e judeus nos legaram palavras escritas que permaneceram 23e
formaram o imaginário do Ocidente. Olhando-se, agora, a mesma
24
paisagem, o cenário dos deuses e heróis, nada de espetacular ou 25de
notável aqui teria se passado se não fossem os textos que nos 26chegaram,
que foram estudados, interpretados, parafraseados e 27adaptados de acordo
com as sucessivas camadas do tempo e da 28civilização.
Carlos Heitor Cony
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Questão 86)
Assinale a alternativa correta.
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8 "Minha primeira e maior objeção à pesquisa é que eles não fizeram um
teste estatístico válido comparando o software com avaliadores humanos",
disse Perelman, diretor de redação aposentado e atual pesquisador no MIT.
9 Ele faz parte de um grupo de educadores que circula uma petição contra
o software de avaliação automática. O grupo já coletou quase 2.000
assinaturas.
10 "Vamos encarar a realidade das notas de testes automáticos", diz uma
parte da declaração do grupo. "Os computadores não sabem ler. Eles não
podem medir os fatores essenciais da comunicação escrita eficaz: precisão,
raciocínio, adequação de evidências, bom senso, posicionamento ético,
argumentação convincente, organização significativa, clareza e veracidade,
entre outros."
11 A ferramenta de avaliação EdX exige que professores ou avaliadores
humanos primeiro deem nota a cem redações. Então o sistema usa as
técnicas de aprendizado mecânico para se treinar e ser capaz de dar notas
a qualquer número de redações ou respostas quase instantaneamente.
12 O software vai atribuir uma nota dependendo do sistema de avaliação
criado pelo professor e fornecerá um "feedback" geral, como dizer a um
estudante se uma resposta tratava do assunto certo.
13 O doutor Agarwal acredita que o software se aproxima da capacidade de
avaliação humana. "Há um longo caminho a percorrer no aprendizado
mecânico, mas ele já é bom o suficiente e a vantagem é muito grande", disse.
"Descobrimos que a qualidade das notas é semelhante à variação
encontrada de instrutor para instrutor."
14 A EdX não é a primeira a usar tecnologia automatizada de avaliação, que
data dos primeiros computadores "mainframe" dos anos 1960. Várias
companhias oferecem programas comerciais para dar notas a respostas em
testes escritos. Em alguns casos, o software é usado como um "segundo
leitor" para verificar a confiabilidade dos avaliadores humanos.
15 A Universidade Stanford, na Califórnia, anunciou recentemente que vai
trabalhar com a EdX para desenvolver um sistema educacional conjunto que
incorporará a tecnologia de avaliação automática.
16 Duas start-ups fundadas recentemente por professores de Stanford para
criar "cursos abertos de massa on-line" (Mooc, na sigla em inglês) também
se dedicam a sistemas de avaliação automática.
17 No ano passado, a Fundação Hewlett patrocinou dois prêmios de US$
100 mil destinados a aperfeiçoar um software que avalia testes de respostas
curtas.
18 Mark D. Shermis, professor da Universidade de Akron, em Ohio,
supervisionou o concurso da Fundação Hewlett.
19 Na opinião dele, a tecnologia – embora imperfeita – tem seu lugar no
ambiente educacional.
20 Com classes cada vez maiores, é impossível para grande parte dos
professores dar aos estudantes um "feedback" significativo sobre tarefas de
redação, segundo Shermis.
21 Além disso, ele notou que os críticos da tecnologia tendem a vir das
melhores universidades americanas.
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22 "Muitas vezes, eles vêm de instituições muito prestigiosas, onde o
'feedback' recebido pelos alunos é muito melhor do que uma máquina seria
capaz de dar", disse o doutor Shermis. "Falta a percepção do que acontece
de fato no mundo real."
Disponível em:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/newyorktimes/103891-
softwarecorrige-redacoes.shtml. Acesso em: 17 abr.2013.
Questão 87)
As expressões em destaque ao longo do texto estabelecem,
respectivamente, relação de sentido de
1
A invenção do cinema, a partir dos procedimentos 2 físicos e químicos que
tornaram possíveis a filmagem e 3 a projeção das “fitas”, trouxe consigo um
novo universo 4 simbólico, uma nova arte. E os homens passaram a ver 5 na
tela sua História e suas histórias, reconstituídas e 6 inventadas. Filmes de
todos os gêneros, do documentário 7 à ficção científica, da comédia ao
drama, da 8 tragédia ao musical, passaram a integrar nosso cotidiano, 9
tornar-se parte da nossa cultura. Vistos com desconfiança 10 pelos críticos
da indústria cultural, os filmes 11 falam de tudo: não haverá um único tema
de relevância 12 histórica que já não tenha sido abordado pelo cinema.
13
Da subida de Moisés à montanha às paixões de 14 Cleópatra, do Nilo à
travessia do mar, revelando inscrições 15 em pedra ou mensagens em
papiros, os clássicos 16 históricos focalizaram muitas civilizações antigas. Na
17
Grécia, o desfiladeiro das Termópilas foi o cenário sangrento 18 dos
“Trezentos de Esparta” combatendo os persas 19 até à morte. “Ben Hur”, “O
manto sagrado” e tantos 20 mais tinham Cristo como coadjuvante ou
protagonista. 21 Kirk Douglas está glorioso como Espártaco, o insurreto 22
escravo-general e mártir.
23
Cenários grandiosos, também, e igualmente palcos 24 de batalhas, são os
canyons americanos, as grandes 25 planícies, as formações rochosas ou os
desertos 26 com os grandes cactos, onde colonos e índios, soldados 27 e
malfeitores cruzaram armas. Claro que a pólvora, 28 municiando revólveres,
canhões e bananas de dinamite 29 levava enorme vantagem sobre flechas,
lanças e machadinhas. 30 Nesses filmes de horizonte ampliado, a tela 31
grande ganhava especial relevância, ajudava a criar a 32 ilusão dos espaços
gigantescos que se abriam diante do 33 espectador comendo pipoca. E a
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Idade Média, quantos 34 filmes já terá rendido? Rotulados como “de capa e
35
espada”, eles vão de Carlos Magno à Inquisição, retratam 36 os castelos
com pontes levadiças, os domínios 37 feudais e os pequenos burgos, as
fortificações e as batalhas, 38 com as temíveis catapultas e os banhos de
óleo 39 fervente. No papel de galã e espadachim, Errol Flynn 40 era imbatível:
apagava uma vela no fio da espada. 41 Também não faltam os cenários
sombrios: em “O nome 42 da rosa”, as escadas em labirinto, as bibliotecas
lúgubres, 43 os livros envenenados e as mortes misteriosas 44 falam mais do
terror que da religião. Muito depois da 45 época medieval, edificações
majestosas, como a Catedral 46 de Notre Dame, continuam a ser cenário, por
47
exemplo, para um impossível romance entre o virtuoso e 48 corcunda e a
bela cigana Esmeralda. Num filme recente, 49 Woody Allen valeu-se dos
diversos tempos e espaços 50 de Paris para falar tanto da Belle Époque
como dos 51 anos de 1920, do pintor Toulouse Lautrec, com suas 52 telas de
tanta cor e luz, e da impetuosa ficção de 53 Hemingway, cujo romance “O
velho e o mar” teve belíssima 54 adaptação para o cinema.
55
Essa possibilidade de transportar o espectador 56 para onde quiser, para
o tempo que quiser, dota o cinema 57 dos poderes de uma espécie de
máquina do tempo. 58 Em “2001: uma odisseia no espaço”, num átimo
saltamos 59 dos primatas, quando descobrem a transferência 60 da força do
braço e o controle do fogo, aos viajantes 61 interplanetários e à cibernética.
A criatura monstruosa 62 criada pelo Dr. Frankenstein, o super-homem e o
gigantesco 63 King são aberrações fascinantes, entre assustadoras 64 e
românticas, que ganham vulto nas telas. Afinal, 65 a ficção permite brincar
com as leis da física, assustar 66 os biólogos, promover reações fantásticas
nos laboratórios. 67 O tempo tanto é marcado pela ampulheta como 68 pelo
relógio digital; um parque moderníssimo, controlado 69 por computadores,
abriga dinossauros chocando 70 ovos. Não há matéria de sonho que não
ganhe um roteiro 71 e um investimento milionário. Hollywood tornou-se, 72
não há dúvida, o centro das mais fantásticas viagens 73 humanas.
74
Mas nem tudo é história monumental: há as intrigas 75 em famílias, os
desajustes amorosos, os dramas 76 íntimos. O grande Hitchcock, em “Janela
indiscreta”, 77 valeu-se da câmera fotográfica como metáfora do 78
curiosíssimo olhar humano, espreitando a vida dos 79 vizinhos, e também
como arma, que dispara flashes e 80 enceguece momentaneamente o vilão
míope. E há também 81 quem se valha da nossa ingenuidade ou distração 82
para simular uma situação falsa: a do repórter perdido 83 numa geleira, ou
num pântano, ou num deserto, falando 84 do perigo de morrer ali, sozinho,
enquanto a equipe de 85 produção filma seu desespero de abandonado.
86
Creio que o Brasil já ganhou registros de seus 87 ciclos econômicos, de
sua diversidade geográfica, de 88 seus estratos sociais. Pode-se ir dos
coronéis do cacau, 89 de “Gabriela”, aos engenhos de açúcar da Paraíba, da
90
caatinga de “Vidas secas” à Salvador de “Dona Flor e 91 seus dois
maridos”, das coxilhas gaúchas de “O tempo e 92 o vento” às praias cariocas
de “Todos os homens do 93 mundo”, do palácio do Catete de Getúlio Vargas
à 94 Brasília de Juscelino. Em “Central do Brasil”, a trama 95 desenrola um fio
que vai da enorme estação de trem à 96 vilazinha nordestina, documentando
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festas religiosas, 97 procissões, hábitos interioranos. A violência urbana tem
98
alimentado produções recentes, fatalmente polêmicas, 99 como em “Tropa
de elite”.
100
O cinema amplia o nosso olhar, instalando-o nas 101 mais diversas
perspectivas, e serve-nos também de 102 espelho, onde podemos nos
reconhecer melhor. É uma 103 extraordinária combinação de fotografia,
dramaturgia, 104 literatura, música, artes plásticas, tudo submetido à 105
animação e a critérios de edição, com os quais o filme 106 ganha identidade
e assinatura. É a possibilidade de o 107 homem se ver e se contar em
imagens e de maneiras 108 quase infinitas.
(Simão Tolentino, inédito)
Questão 88)
O parágrafo 4, em seu contexto, dá sustentação ao seguinte entendimento:
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TEXTO: 57 - Comum à questão: 89
TEXTO 1
Escher, o gênio da arte matemática
1
Você já deve ter visto pelo menos uma das gravuras do artista gráfico
holandês M. C. 2 Escher. Elas já foram reproduzidas não só em dezenas de
livros de arte, mas também na 3 forma de pôsteres, postais, jogos, CD-
ROMs, camisetas e até gravatas. Caso não se 4 lembre, então você não viu
nenhuma. Olhar para as intrigantes imagens criadas por 5 Escher é uma
experiência inesquecível. Tudo o que nelas está representado nunca é 6
exatamente o que parece ser. Há, em todas elas, sempre uma surpresa
visual espera 7 do espectador. Isso porque, para ele, o desenho era pura
ilusão. A realidade pouco 8 interessava. Antes, preferia o contrário: criar
mundos impossíveis que apenas parecessem 9 reais. Eis porque acabou se
tornando uma espécie de mágico das artes gráficas.
10
Seus desenhos, porém, não nasciam de passes de mágica, nem
somente de sua 11 apurada técnica de gravador. Sua obra está apoiada em
conceitos matemáticos, extraídos 12 especialmente do campo da geometria.
Essa era a fonte de seus efeitos surpreendentes. 13 Foi com base nesses
princípios que Escher subverteu a noção da perspectiva clássica 14 para
obter suas figuras impossíveis de existir no espaço "real". Aliás, desde o
começo, 15 fascinou-o essa condição essencial do desenho, que é a
representação tridimensional dos 16 objetos na inevitável bidimensionalidade
do papel. Brincou com isso o mais que pôde. 17 Também ___ matemática na
divisão regular da superfície usada por Escher para criar, de 18 maneira
perfeita, suas famosas séries de metamorfoses, onde formas geométricas 19
abstratas ganham vida e vão, aos poucos, se transformando em aves,
peixes, répteis e até 20 seres humanos.
21
Foi essa proximidade com a ciência que deixou os críticos de arte da
época de cabelo 22 em pé. Afinal, como classificar o trabalho de Escher? Era
"artístico" o que ele fazia ou 23 puramente "racional"? Na dúvida, preferiram
silenciar sobre sua obra durante vários anos 24 Enquanto isso, o artista foi
ganhando a admiração de matemáticos, físicos, cristalógrafos e 25 eruditos
em geral. Mas essa é outra faceta surpreendente de Escher
26
Embora seus trabalhos tivessem forte conteúdo matemático, ele era
leigo no assunto. 27 ____ bem da verdade, Escher sequer foi um bom aluno.
Ele mesmo admitiu mais tarde 28 que jamais ganhou, ao menos, um "regular"
em matemática. Conta-se até que H.M.S. 29 Coxeter, um dos papas da
geometria moderna, entusiasmado com os desenhos do 30 artista, convidou-
o a participar de uma de suas aulas. Vexame total. Para decepção do 31
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catedrático, Escher não sabia do que ele estava falando, mesmo quando
discorria 32 sobre teorias que o artista aplicava intuitivamente em suas
gravuras.
GALILEU. Escher, o gênio da matemática. Disponível em:
<http://galileu.globo.com/edic/88/conhecimento2.htm> Acesso em
05/05/2013.
TEXTO 2
Arte estimula o aprendizado de matemática
1
Resolver operações matemáticas foi difícil para muitos dos gênios da
ciência, e 2 continua pouco atraente para muitos alunos em salas de aula.
Muita gente pensa em 3 vincular matemática com a arte para tornar o
aprendizado mais estimulante.
4
O professor Luiz Barco, da Escola de Comunicações e Artes, da
Universidade de São 5 Paulo (USP) é um deles. "Há mais matemática nos
livros de Machado de Assis, nos 6 poemas de Cecília Meireles e Fernando
Pessoa do que na maioria dos livros didáticos de 7 matemática". Para ele, a
matemática captura __ lógica do raciocínio, assim como 8 acontece com o
imaginário na literatura, com a harmonia na música, na escultura, na 9
pintura, nas artes em geral.
10
Para o pesquisador Antônio Conde, do Instituto de Matemática e
Computação da 11 USP/São Carlos, a convivência entre arte e matemática
aumentaria a capacidade de 12 absorção dos estudantes. "O lado estético da
matemática é muito forte, a 13 demonstração de um teorema é uma obra de
arte", conclui.
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14
O holandês Maurits Cornelis Escher é, provavelmente, um dos maiores
15
representantes dessa ligação, produzindo obras de arte geometricamente
16
estruturadas. Ele provou, na prática, que é possível olhar __ formas
espaciais do 17 ponto de vista matemático, ou sob o seu aspecto estético,
utilizando-as para se 18 expressar plasticamente.
19
"Olhando os enigmas que nos rodeiam e ponderando e analisando as
minhas 20 observações, entro em contato com o mundo da matemática", dizia
Escher, que 21 morreu em 1972.
CIÊNCIA E CULTURA. Arte estimula o aprendizado de matemática.
Disponível em: <http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-
67252003000100017&script=sci_arttext>. Acesso em 05/05/2013.
TEXTO 3
Poesia Matemática
Millôr Fernandes
1 Às folhas tantas
2 do livro matemático
3 um Quociente apaixonou-se
4 um dia
5 doidamente
6 por uma Incógnita.
7 Olhou-a com seu olhar inumerável
8 e viu-a do ápice __ base
9 uma figura ímpar;
10 olhos romboides, boca trapezoide,
11 corpo retangular, seios esferoides.
12 Fez de sua uma vida
13 paralela à dela
14 até que se encontraram
15 no infinito.
16 "Quem és tu?", indagou ele
17 em ânsia radical.
18 "Sou a soma do quadrado dos catetos.
19 Mas pode me chamar de Hipotenusa."
20 E de falarem descobriram que eram
21 (o que em aritmética corresponde
22 a almas irmãs)
23 primos entre si.
24 E assim se amaram
25 ao quadrado da velocidade da luz
26 numa sexta potenciação
27 traçando
28 ao sabor do momento
29 e da paixão
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30 retas, curvas, círculos e linhas senoidais
31 nos jardins da quarta dimensão.
32 Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
33 e os exegetas do Universo Finito.
34 Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
35 E enfim resolveram se casar
36 constituir um lar,
37 mais que um lar,
38 um perpendicular.
39 Convidaram para padrinhos
40 o Poliedro e a Bissetriz.
41 E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
42 sonhando com uma felicidade
43 integral e diferencial.
44 E se casaram e tiveram uma secante e três cones
45 muito engraçadinhos.
46 E foram felizes
47 até aquele dia
48 em que tudo vira afinal
49 monotonia.
50 Foi então que surgiu
51 O Máximo Divisor Comum
52 frequentador de círculos concêntricos,
53 viciosos.
54 Ofereceu-lhe, a ela,
55 uma grandeza absoluta
56 e reduziu-a a um denominador comum.
57 Ele, Quociente, percebeu
58 que com ela não formava mais um todo,
59 uma unidade.
60 Era o triângulo,
61 tanto chamado amoroso.
62 Desse problema ela era uma fração,
63 a mais ordinária.
64 Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
65 e tudo que era espúrio passou a ser
66 moralidade
67 como aliás em qualquer
68 sociedade
RELEITURAS. Poesia matemática. Disponível em: <
http://www.releituras.com/millor_poesia.asp>. Acesso em 09/05/2013.
Questão 89)
Dentre os trechos do texto 2 nas alternativas a seguir, um revela uso
inadequado do recurso coesivo. Aponte-o.
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a) O professor Luiz Barco, (...) é um deles. (Refs. 4 e 5)
b) Para ele, a matemática captura a lógica do raciocínio, (...) (Ref. 7)
c) Ele provou, na prática, que é possível (...) (Ref. 16)
d) (...) ou sob o seu aspecto estético, (...) (Ref. 17)
e) (...) utilizando-as para se expressar plasticamente. (Ref. 17)
Questão 90)
“Na era do Facebook, é fácil se confundir sobre
amizades_________________ ”.
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d) apesar de não haver amigos verdadeiros nesse ambiente
e) uma vez que os contatos são múltiplos e diferenciados
1
A escolha do nome da bola que a Adidas lançará para a Copa do Mundo
de 2014 foi feita por votação na internet a partir de uma 2 lista tríplice. Com
77.8% das preferências, Brazuca derrotou Bossa Nova e Carnavalesca.
Como quase todos os analistas da língua que 3 estão de plantão esta
semana, lamentei a notícia (considerava Bossa Nova o menos ruim de três
nomes fracos), mas por motivos 4 diversos. Não é a grafia com z que me
incomoda, mas a palavra em si. Convém explicar. Sim, é verdade que todos
os dicionários e o 5 Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), da
Academia Brasileira de Letras, registram apenas brasuca, com s. Afinal, a 6
palavra não é derivada de Brasil, brasileiro? Eis toda a base para a
argumentação dos que implicaram com a grafia. Uma argumentação 7 que
deixa de levar em conta dois fatos singelos.
8
1. A forma brazuca é muito mais usada na vida real. Uma pesquisa no
Google traz mais de 4 milhões de páginas, contra pouco 9 mais de um
décimo disso para brasuca. Pode-se defender a tese de que a preferência
popular não é suficiente para alterar a grafia de 10 um termo vernáculo, mas
atenção: estamos falando de palavra informal, brincalhona, recente. Brazuca
é uma gíria, e as gírias, como 11 todas as criações populares, têm a mania
de escolher como serão conhecidas.
12
2. Ainda que não fosse assim, o batismo da bola da Copa do Mundo é um
ato de branding, ramo do marketing que tem regras 13 próprias, entre elas a
de privilegiar formas gráficas fortes – e nesse mundo a letra z goza de grande
prestígio. Naturalmente, a 14 correspondência com a grafia “Brazil” numa
marca destinada a ter circulação internacional também deve ter sido
considerada um trunfo 15 por seus criadores.
16
Se não é a grafia, o que sobra para criticar em Brazuca, a bola? Sua carga
cultural idiota, só isso. O fato de que, brazuca ou brasuca, 17 a palavra é um
sinônimo tolo de brasileiro. O termo nasceu em Portugal com tom
depreciativo (o sufixo “-uca”, o mesmo de mixuruca, 18 deixa isso claro),
numa espécie de contraponto ao nosso “portuga”. Até aí, tudo bem: a própria
palavra brasileiro tinha uso pejora 19 antes de ser assumida em espírito de
desafio pelos nativos desta terra.
20
O problema é que, ao ser adotado por aqui, brazuca/brasuca virou um
clichê patriótico viscoso, folclórico e carregado de 21 autocomplacência,
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primo da malemolência, da ginga e da incrível musicalidade de muitos
inzoneiros* que habita este gigante 22 adormecido. É por isso que Brazuca é
bola fora – e Brasuca não seria melhor.
(Sérgio Rodrigues, 04/09/2012, <http://veja.abril.com.br/blog/sobre-
palavras/curiosidades-etimologicas>.)
Questão 91)
Numere os parênteses, estabelecendo a ordem em que os argumentos
aparecem no texto.
a) 3 – 1 – 5 – 2 – 4.
b) 4 – 3 – 1 – 2 – 5.
c) 3 – 2 – 4 – 1 – 5.
d) 2 – 5 – 4 – 1 – 3.
e) 4 – 2 – 5 – 1 – 3.
Texto 1
MANSUETO ALMEIDA
Especial para a Folha
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O regime de universalização de atendimento aos idosos e inválidos do meio
rural, o estabelecimento do piso de um salário mínimo para as
aposentadorias, a universalização do sistema público de saúde, a garantia
de acesso à educação pública e gratuita e a montagem de uma ampla rede
de assistência social são exemplos do novo pacto social estabelecido na
Constituição de 1988.
[...]
Um agravante do nosso pacto social é que, apesar da queda da
desigualdade de renda e da pobreza desde a estabilização da economia, em
1994, o nosso gasto social ainda é pouco distributivo, ou seja , gastamos
muito para ter uma redução pequena na desigualdade de renda.
Texto 2
São normas importantes, mas que, pela própria natureza, nem precisavam
estar na Carta Magna. Poderiam existir como lei convencional.
[...]
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por uma necessidade lógica: para implementar ou atualizar seus programas,
os governantes sempre terão que mexer na Constituição.
Texto 3
Questão 92)
Os elementos coesivos presentes e evidenciados nos textos 1 e 2
estabelecem, respectivamente, relações de
1
Para avaliarmos o significado contemporâneo da 2 indústria cultural e dos
meios de comunicação de massa 3 que a produzem, convém lembrarmos,
brevemente, 4 o que se convencionou chamar de a condição 5 pós- moderna,
isto é, a existência social e cultural sob 6 a economia neoliberal.
7
A dimensão econômica e social da nova forma do 8 capital é inseparável
de uma transformação sem 9 precedentes na experiência do espaço e do
tempo, 10 designada por David Harvey como a “compressão 11 espaço-
temporal”. A fragmentação e a globalização da 12 produção econômica
engendram dois fenômenos 13 contrários e simultâneos: de um lado, a
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fragmentação 14 e dispersão espacial e temporal e, de outro, sob os 15 efeitos
das tecnologias eletrônicas e de informação, a 16 compressão do espaço —
tudo se passa aqui, sem 17 distâncias, diferenças nem fronteiras — e a
compressão 18 do tempo — tudo se passa agora, sem passado e sem 19
futuro. Em outras palavras, fragmentação e dispersão 20 do espaço e do
tempo condicionam sua reunificação 21 sob um espaço indiferenciado (um
espaço plano de 22 imagens fugazes) e um tempo efêmero desprovido de 23
profundidade. A profundidade do tempo e seu poder 24 diferenciador
desaparecem sob o poder do instantâneo. 25 Por seu turno, a profundidade
de campo, que define o 26 espaço da percepção, desaparece sob o poder de
uma 27 localidade sem lugar e das tecnologias de sobrevoo. 28 Vivemos sob
o signo da telepresença e da 29 teleobservação, que impossibilitam
diferenciar entre a 30 aparência e o sentido, o virtual e o real, pois tudo nos é
31
imediatamente dado sob a forma da transparência 32 temporal e espacial
das aparências, apresentadas como 33 evidências.
34
Volátil e efêmera, hoje nossa experiência 35 desconhece qualquer sentido
de continuidade e se 36 esgota num presente sentido como instante fugaz.
Ao 37 perdermos a diferenciação temporal, não só rumamos 38 para o que
Virilio chama de “memória imediata”, ou 39 ausência da profundidade do
passado, mas também 40 perdemos a profundidade do futuro como
possibilidade 41 inscrita na ação humana enquanto poder para determinar 42
o indeterminado e para ultrapassar situações dadas, 43 compreendendo e
transformando o sentido delas. Em 44 outras palavras, perdemos o sentido
da cultura como 45 ação histórica.
Chauí, Marilena. Cultura e democracia. Crítica y emancipación:
Revista latinoamericana de Ciencias Sociales. Disponível em:<http://
bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/secret/CyE/cye3S2a.pdf>. Acesso
em: 19 out. 2013. Adaptado.
Questão 93)
Quanto aos elementos linguísticos que garantem a progressão das ideias do
texto, está correta na alternativa
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TEXTO: 62 - Comum à questão: 94
Professores de Inglês
(1) Hoje qualquer pessoa pode aprender inglês com a maior facilidade: há
institutos e cursos especializados, livros que dispensam professor, aulas
pelo rádio e pela televisão, métodos tão modernos que nem me atrevo a
descrever, com medo de me sentir inatual. Mas houve um tempo em que não
era assim: os professores de inglês eram difíceis de encontrar, os alunos
também não pareciam muito numerosos, a literatura francesa dominava com
uma encantadora prepotência, e parece que todo brasileiro educado devia
saber, em matéria de idiomas, apenas português e francês.
(2) Mas, por ter descoberto Keats e Shelley, nem sei bem como, eu andava
à procura de quem me ensinasse inglês, fosse por que método fosse,
contanto que eu pudesse chegar à poesia inglesa com a maior rapidez
possível.
(3) Comecei a frequentar um instituto onde havia muitos cursos de arte e
literatura. Parecia-me que aquele era o caminho. E dispunha-me a uma
dedicação total aos meus exercícios. Mas a boa professora, embora sem ser
inglesa, mas com cursos no estrangeiro e grande prática em aulas
particulares, iniciou suas aulas com um pequeno discurso sobre a absoluta
necessidade de se conjugar perfeitamente os verbos “to be” e “to have”,
antes de se conhecer sequer uma palavra do vocabulário.
(4) Ora, nem todos os estudantes haviam descoberto Keats ou Shelley, e
frequentavam as aulas por simples obrigação. Ninguém estava pensando
em versos ingleses: nem mesmo a professora. E foi um tal de recitar
indicativos, condicionais e subjuntivos, presentes, futuros e passados, ora
perfeitos, ora imperfeitos, ora mais que perfeitos, afirmativa, negativa e
interrogativamente, que aqueles solos e coros me conduziam a uma
inevitável sonolência.
(5) Mas havia salas próximas em que se estudavam piano e violino. De modo
que eu podia descansar na música, sempre que os verbos chegavam àquele
ponto de monotonia em que só me restava ou enlouquecer ou dormir.
(6) A minha segunda professora de inglês era inglesa mesmo. Também
acreditava na eficácia dos verbos “to be” e “to have”, acrescentava-lhes
ainda o “to get”, ao qual se referia com um sorriso tão carinhoso que até dava
vontade de se começar por aí. Mas essa professora tinha um método
encantador: oferecia-me uma xícara de chá, para acompanhar as aulas. Sua
sala era absolutamente igual às que se veem nos livros ilustrados para o
ensino do inglês. Exceto a lareira, tudo estava lá. E como eu já sabia um
pouco de verbos, passamos àquelas frases em que o chapéu ora é nosso,
ora é da nossa prima, e o gato ora está embaixo da mesa ora em cima da
cadeira. Mas era tão difícil chegar a Keats e Shelley!
(7) A terceira professora gostava de histórias de fantasmas e de sinos que
batem à meia noite. Mas, no meio das suas histórias, levantavam-se às
vezes o “to be” e o “to have”, e ela me pedia para recitar todos os seus modos
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e tempos, acompanhando os meus esforços com um sorriso que talvez não
fosse completamente macabro, mas era bastante assustador.
(8) Feitas essas primeiras experiências, pareceu-me melhor ir diretamente
aos autores, e, de vez em quando, aperfeiçoar-me por meio de quantos livros
de “inglês sem mestre” fossem aparecendo.
(9) Encerrando o ciclo das professoras, começou o dos professores. Um era
persa e dava-me a traduzir sentenças filosóficas sem se ocupar dos modos
e tempos do “to be” e do “to have”. O outro vinha da Austrália: contava
histórias de feitiçaria, mas no meio das histórias ficava com tanto medo do
que estava contando que era preciso tranquilizá-lo.
(10) Por isso, no dia em que visitei a casa de Keats, em Roma, não pude
deixar de pensar com ironia e tristeza: como são longos, às vezes, os
caminhos da vida! E quanto tempo se pode levar para se chegar a um poeta!
(Cecília Meireles. Inéditos. Rio: Editora Bloch, 1967, p. 151. Adaptado).
Questão 94)
Com relação a aspectos da coesão e da coerência do texto, merece
destacar:
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chegaria pouco a pouco, primeiro o nariz, depois uma orelha, depois um
joelho, e a piada nem tinha essa graça toda.
(Chico Buarque. Budapeste, 2004.)
Questão 95)
Respeitando a norma-padrão da língua portuguesa e mantendo o sentido
original do texto, o trecho ‒ Só que, em vez de apontar o erro, ela me fez
repeti-lo ‒ está corretamente reescrito em:
Questão 96)
Assinale a alternativa em que se reescreve corretamente a informação
textual, sem que haja alteração do sentido original.
a) Olhe: tem uma preta, Maria Leôncia, longe daqui não mora
[...].
= Olhe, Maria Leôncia, tem uma preta que não mora perto daqui.
b) [...] as rezas dela afamam muita virtude de poder.
= [...] as rezas da preta, ainda que não tenham poder, são muito
conhecidas.
c) [...] encomenda de rezar por mim um terço, todo santo dia, e, nos
domingos, um rosário.
= [...] a preta reza um terço para mim, nos dias santos; e um rosário, no
domingo.
d) [...] já mandei recado para uma outra, do Vau-Vau, uma Izina Calanga,
para vir aqui, ouvi de que reza também com grandes meremerências [...].
= [...] mandei recado para Izina, uma preta do Vau-Vau, que reza melhor
que a outra, para vir aqui rezar para mim.
e) Quero punhado dessas, me defendendo em Deus, reunidas de mim em
volta...
= Quero muitas benzedeiras, todas ao meu redor, intercedendo por mim
junto a Deus...
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TEXTO: 65 - Comum à questão: 97
__________ muito desgaste nas últimas décadas, os fados voltam a sorrir
para a família real britânica.
__________ se comemoravam os 60 anos da coroação de Elizabeth 2.ª
quando o nascimento de seu bisneto George Alexander Louis, filho do duque
e da duquesa de Cambridge, permitiu que às pompas do jubileu se
sucedesse nova fase, agora de derretimentos e fofuras.
Com uma função afetiva que oscila entre a de símbolo patriótico e a de
mascote doméstico, a família real atende às pressões contraditórias de um
mundo __________ fronteiras econômicas se dissolvem e barreiras de
classe, raça ou nacionalidade permanecem.
As origens familiares de Kate Middleton decerto se encaixam nesse
contexto.
(Folha de S.Paulo, 28.07.2013. Adaptado.)
Questão 97)
Garantem-se a coesão e a coerência textual preenchendo-se as lacunas do
texto, respectivamente, com:
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Questão 98)
Assinale a alternativa em que a reescrita do trecho do texto altera o sentido
original.
Escrevo neste instante com algum prévio pudor por vos estar invadindo
com tal narrativa tão exterior e explícita. De onde no entanto até sangue
arfante de tão vivo de vida poderá quem sabe escorrer e logo se coagular
em cubos de geleia trêmula. Será essa história um dia o meu coágulo? Que
sei eu. Se há veracidade nela – e é claro que a história é verdadeira embora
inventada –, que cada um a reconheça em si mesmo porque todos nós
somos um e quem não tem pobreza de dinheiro tem pobreza de espírito ou
saudade por lhe faltar coisa mais preciosa que ouro – existe a quem falte o
delicado essencial.
Clarice Lispector, A hora da estrela.
Questão 99)
Dos efeitos expressivos presentes nos trechos do texto reproduzidos abaixo,
o único que NÃO está corretamente identificado é:
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GABARITO:
16) Gab: E
1) Gab: D
17) Gab: C
2) Gab: D
18) Gab: A
3) Gab: A
19) Gab: 31
4) Gab: E
20) Gab: C
5) Gab: C
21) Gab: 30
6) Gab: E
22) Gab: B
7) Gab: D
23) Gab: D
8) Gab: C
24) Gab: B
9) Gab: B
25) Gab:
10) Gab: a) “à”: crase, isto é, conjunção
a) Os brasileiros começam a da preposição a, regida pelo
pagar caro pela alimentação verbo ir, com o artigo a,
inadequada. determinante do substantivo
classificação: declaração feminino “janela”;
inicial b) “o”: pronome oblíquo
b) Embora o câncer de masculino de 3ª pessoa,
estômago, que é, muitas referente a “céu”, na função
vezes, causado por erro de de objeto direto do verbo ver
alimentação, apresente um (transitivo direto);
índice superior ao do câncer c) “la”: pronome oblíquo
de pulmão, a população feminino de 3ª pessoa,
brasileira não demonstra referente à “mulher do
intenção de mudar seus médico”, na função de objeto
hábitos alimentares, pois não direto de fazer (também
troca feijoada ou churrasco transitivo direto);
por salada. d) “a”: pronome oblíquo
feminino, referente à “cidade
11) Gab: C da Bahia”, na função de
objeto direto do verbo visitar
12) Gab: A (transitivo direto).
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b) Eu aceito o argumento, a) O trecho apresentado,
porque você altera o samba quando transformado em
tanto assim. narração e tendo os trechos
c) Eu aceito o argumento, e em segunda pessoa do
você altera o samba tanto plural alterados para terceira
assim. do plural, fica da seguinte
d) Você altera o samba tanto forma:
assim, ou eu aceito o “Tenho no bolso um caderno
argumento. de notas. Por causa dele
e) Embora você (não) altere o pergunto:
samba tanto assim, eu aceito – Querem que lhes descreva
o argumento. essas montanhas e vales, e
o que fazem os seres
28) Gab: humanos neste tempo de
1. Trecho 1: Ouvimos o ferrolho primavera?”
da porta que dava para o b) Para que o leitor perceba a
corredor externo: era a mãe coerência entre “É abril” e “
que abria. Eu, já que / neste tempo de primavera, é
porque / visto que / como necessário que utilize seu
digo tudo, digo aqui que não conhecimentos de mundo e
tive tempo de soltar as mãos infira que se trata de uma
de minha amiga. referência à realidade do
Trecho 2: Fomos jantar com Hemisfério Norte.
a minha velha. Já lhe podia
chamar assim, mesmo que / 30) Gab: A
embora / ainda que /
apesar de que os seus 31) Gab: C
cabelos brancos não o
fossem todos nem 32) Gab: E
totalmente; e o rosto
estivesse comparativamente 33) Gab: C
fresco…
Há ainda a opção de usar 34) Gab: C
preposições e locuções
prepositivas como 35) Gab: E
conectivos, observando a
alteração do verbo: …, por 36) Gab:
dizer tudo, …, no trecho 1 e
…, apesar de os seus 37) Gab: D
cabelos não serem todos
nem totalmente brancos…, 38) Gab: E
no trecho 2.
2. Trecho 1: relação de causa. 39) Gab: EECC
Trecho 2: relação de
concessão. 40) Gab: A
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65) Gab:
42) Gab: D Algumas ausências de
conectivos (preposições e/ou
43) Gab: A conjunções) e de pontuação
estão em sintonia com a
44) Gab: C linguagem telegráfica e com a
urgência de João encontrar
45) Gab: D Dalva. As repetições (“João
telegrafista”, “nunca mais que
46) Gab: D isso”, “a bater a bater sua única
tecla”, “procurar procurar Dalva”
47) Gab: B ou “urgente”) contribuem para a
caracterização da vida de João
48) Gab: 05 limitada a duas motivações: o
seu oficio de telegrafista e a
49) Gab: A procura de Dalva.
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81) Gab: A
82) Gab: B
83) Gab: B
84) Gab: A
85) Gab: B
86) Gab: D
87) Gab: A
88) Gab: E
89) Gab: A
90) Gab: E
91) Gab: E
92) Gab: C
93) Gab: E
95) Gab: C
96) Gab: E
97) Gab: E
98) Gab: C
99) Gab: C
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