O Dinamismo Civilizacional Da Europa Medieval
O Dinamismo Civilizacional Da Europa Medieval
O Dinamismo Civilizacional Da Europa Medieval
O Papa detinha:
• o poder religioso sobre toda a cristandade ocidental;
• o poder temporal (político) sobre os territórios do
papado e sobre os reinos cristãos.
A IDENTIDADE CIVILIZACIONAL DA EUROPA
A organização das crenças: o poder do Bispo de Roma na Igreja ocidental
O Papa, bispo de Roma, é considerado a autoridade espiritual única e suprema.
No clero distinguia-se:
• o clero secular, que vivia numa paróquia ou bispado
(curas ou vigários dirigidos por um bispo na diocese);
• o clero regular, que vivia num mosteiro, geralmente
separado do mundo, e que seguia uma regra.
A IDENTIDADE CIVILIZACIONAL DA EUROPA
A organização das crenças: o poder do Bispo de Roma na Igreja ocidental
A função da Igreja foi fundamental num tempo marcado por muita instabilidade
política, social e económica.
O Papa Bonifácio VIII (1235-1303) viu a sua autoridade ser desafiada pelas
monarquias da Europa ocidental, numa época em que reforçavam o poder régio.
O rei de França, Filipe IV, o Belo, provocou um conflito com a Santa Sé:
• A Bula Clerisis Laicos (1296) proibia a cobrança de impostos ao clero; Filipe IV
rejeitou a Bula, contrariando a autoridade papal.
A IDENTIDADE CIVILIZACIONAL DA EUROPA
ATIVIDADES
VER QUADRO ↘
A IDENTIDADE CIVILIZACIONAL DA EUROPA
ATIVIDADE 1
O Papa
Redija um texto explicativo do
bispo de Roma
organigrama ao lado, referente à
hierarquia e composição da Igreja Os cardeais
Romana, tendo em conta os seguintes
elegem o papa e participam
aspetos: nos concílios
O clero regular
a) a tipologia da hierarquia do clero;
b) os privilégios que detinham; vive em contacto com a pertence a uma ordem
população religiosa e seguem uma regra
c) os cargos ou funções
desempenhados; O bispo 0 abade
d) a influência na sociedade, na dirige um convento ou
dirige uma diocese abadia
economia e na vida política.
O cura ou Os monges ou
vigário frades
vivem num convento ou mosteiro
dirige uma de uma ordem religiosa
paróquia
A IDENTIDADE CIVILIZACIONAL DA EUROPA
ATIVIDADE 2
1. Leia, atentamente, os documentos seguintes (Docs. 1, 2 e 3).
A Documento 1 – A representação dos cruzados e das A representação dos cruzados e das cruzadas: B
cruzadas: Luís IX (1214-1270), rei de França, liderando os
Frederico II (1194-1250), Imperador do Sacro Império cruzados, num ataque a uma cidade no Egipto,
Romano-Germano como cruzado (organizou e durante a sétima cruzada (1248-1250)
participou na sexta cruzada em 1228-1229)
Fonte da imagem
Wikipédia
http://commons.wikime
dia.org;
http://crusades.boisestat
e.edu/pics/Age%20of%2
0Charles%20V/siege%20
VER QUADRO ↘ of%20damietta.jpg
A IDENTIDADE CIVILIZACIONAL DA EUROPA
ATIVIDADE 2
Passou a noite e chegou o dia que foi terça-feira de manhã. Então armaram- […] Soubemos e descobrimos pelas vossas cartas que havíeis absolvido dos
-se todos para a hoste, cavaleiros e escudeiros, preparando-se cada um para seus votos de peregrinação e das suas obrigações de cruzada de todos os
a sua batalha; e saíram das suas tendas julgando encontrar maiores lutas do cruzados que tinham permanecido a defender Constantinopla […]. É
que as do dia anterior, pois não sabiam que os imperadores tinham fugido impossível não me manifestar contra vós, pois nunca haveríeis devido nem
durante a noite. Com efeito, não encontraram ninguém que viessem contra podido dar tal absolvição […]. Como poderá na verdade a igreja grega ser
eles. O marquês Bonifácio de Monferrat cavalgou ao longo da marinha em trazida à união eclesiástica e à devoção pela Sé Apostólica, quando tem sido
direção ao Palácio Boca-de-Leão; e, quando aí chegou, o palácio rendeu-se- assediada por tantas aflições e perseguições, de tal maneira que não vê nos
-lhe, salvando-se as vidas dos que estavam no seu interior […]. Do tesouro Latinos senão um exemplo de perdição […] e que agora, […], os detesta mais
que havia no palácio nem convém falar, pois era em tal quantidade que não do que a cães? Porque aqueles que deveriam prosseguir os objetivos de
tinha conta nem medida. E assim como este palácio se rendeu ao marquês Jesus Cristo e não os próprios, aqueles cujas espadas deveriam ser usadas
de Monferrat, rendeu-se o de Blacherne a Henrique, o irmão do conde contra pagãos e estão agora ensopadas em sangue cristão, não pouparam
Balduíno da Flandres […]. Os tesouros nele encontrados foram tais que não idade nem sexo. […] Não satisfeitos em saquear o tesouro imperial e roubar
eram inferiores aos do da Boca-de-Leão. Cada um ocupou com a sua gente os bens dos príncipes e homens de menor importância, puseram também as
o castelo que lhe foi dado e mandou guardar o tesouro. As outras pessoas suas mãos nos tesouros das igrejas […]. Arrancaram mesmo frontais de
que se espalharam pela cidade ganharam bastante, e os ganhos foram tão prata dos altares e fizeram-nos em pedaços entre eles. Violaram os lugares
grandes que ninguém vos saberá dizer o montante, […], em ouro, prata, sagrados e deles tiraram cruzes e relíquias. Também, sob que pretexto
baixelas, pedras preciosas, [,,,], tecidos de seda, […] e arminhos, […] E bem poderemos apelar para os outros povos ocidentais a fim de ajudarem a
testemunha Godofredo de Vile-Hardoin, […], que desde que o mundo existe Terra Santa e assistirem ao Império de Constantinopla? Quando os
nunca tanto se ganhou numa cidade. Cada um arranjou alojamento como cruzados, tendo abandonado a peregrinação proposta, voltam absolvidos
melhor lhe agradou, pois havia-os em quantidade suficiente. Assim foram para suas casas; quando aqueles que saquearam o citado Império se vêm
albergadas as hostes dos peregrinos e dos Venezianos e foi grande a alegria embora e voltam para casa com o seu saque, livres de culpas.
da honra e da vitória que Deus lhes tinha dado, porque aqueles que eram Innocenttii III, «Romani Pontificis, Opera Omnia, epist. 136», in Fernanda
pobres e até aí o tinham sido mergulharam na riqueza e no luxo. Espinosa, Antologia de Textos Históricos Medievais, Livraria Sá da Costa
Geoffroy de Villehardouin, «La conquête de Constantinople» in Fernanda Editora, Lisboa, 1972, pp. 303-304
Espinosa, Antologia de Textos Históricos Medievais, Livraria Sá da Costa
Editora, Lisboa, 1972, pp. 301-302
2.1. Compare as perspetivas presentes nos documentos 4 e 5 acerca da conduta dos cruzados.
A IDENTIDADE CIVILIZACIONAL DA EUROPA
PROPOSTAS DE RESOLUÇÕES
A IDENTIDADE CIVILIZACIONAL DA EUROPA
A luta revela um ambiente de violência; em fundo está representada uma cidade com
sinais de grandeza e prosperidade tendo em conta os edifícios, e que seria conquistada e
objeto de saque (DOC. 1).
• Apela aos sentimentos dos cruzados, e coloca-se como um seu igual, mas ao mesmo
tempo como seu líder;
– “Meus amigos e fiéis soldados”
– “[…] invencíveis se formos inseparáveis no amor que temos uns aos outros.”
– “Sou apenas um homem […].“
• A cruzada é vontade de Deus pois serve como luta contra o infiel;
– “Não é sem a permissão divina que viemos até aqui […]”
• Permite alcançar a glória e a honra independentemente do resultado obtido;
– “Se formos vencidos, seremos mártires”;
– “Ele trará a glória, a honra e dar-nos-á a sua bênção”
• Destina-se ao alargamento da fé cristã
– “Esta é a Sua causa, devemos conquistar para Cristo […].”
• O rei assume-se como líder da cruzada:
– “[…] se triunfarmos, a glória de Deus será exaltada de tal modo que toda a França
e mesmo a Cristandade, será por esse meio glorificada”.
A IDENTIDADE CIVILIZACIONAL DA EUROPA
– Geoffroy de Villehardouin:
• relata o sentimento vitorioso dos cruzados;
• relata o saque a vários castelos;
• relata a ocupação dos castelos por parte dos cruzados;
• relata o enriquecimento dos cruzados;
• relata o luxo a que acederam;
– Papa Inocêncio III
• condena a absolvição dos cruzados que saquearam Constantinopla;
• considera que o saque de Constantinopla põe em causa a procura da unidade da
Cristandade ocidental e oriental;
• recusa a morte e o saque de cristãos;
• condena o saque de igrejas e os roubos de objetos eclesiásticos.
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