TH Proporcao
TH Proporcao
TH Proporcao
1 Introdução
Frequentemente é necessário testar hipóteses para a proporção de uma população. Por exemplo, supo-
nha que uma amostra aleatória de tamanho n tenha sido retirada de uma população e que x observações nessa
x
amostra tenham uma característica de interesse. Então, p̂ = é um estimador pontual da proporção p da
n
população de pertencer a essa classe. Note que n e p são parâmetros de uma distribuição binomial.
Sabemos que a distribuição amostral de p̂ será aproximadamente normal com média p e variância
p(1 − p)
, se np e n(1 − p) forem maiores ou iguais a 5. Para a construção de um teste de hipóteses para
n
proporção considere, então, as seguintes etapas.
1. Hipóteses: Defina a hipótese nula (H0 ) e a hipótese alternativa (H1 ) convenientes (teste bilateral, unila-
teral à esquerda ou unilateral à direita). Escolha um dos três testes de acordo com o problema:
Teste bilateral:
(
H0 : p = p0
H1 : p 6= p0
ou Teste unilateral à esquerda:
(
H0 : p = p0
H1 : p < p0
ou Teste unilateral à direita:
(
H0 : p = p0
H1 : p > p0
2. Regra de decisão: Estabeleça um nível de significância α e, baseado no teste escolhido no item anterior,
construa as regiões de rejeição (em azul) e de aceitação (em branco) como na Figura 3.1. (Aqui você
precisa encontrar os pontos que dividem essas regiões usando tabelas ou pacotes do software R).
p̂ − p0
Z=q
p0 (1−p0 )
n
4. Conclusão: Compare o valor da estatística do teste, Z, com as regiões obtidas na etapa 2 e decida se H0
deve ou não ser rejeitada. Rejeitaremos H0 se a estatística de teste, Z, cair na região de rejeição (azul) e
aceitamos H0 se cair na região de aceitação (branco).
1. Como o fabricante quer demonstrar que a proporção defeituosa não excede 0,06, definimos um teste
unilateral à esquerda:
(
H0 : p = 0,06
H1 : p < 0,06
2. Considerando α = 0,05, podemos usar a função qnorm() para encontrar o quantil que deixa essa área
à esquerda;
qnorm(0.05)
-1.644854
p̂ − p0 0,02 − 0,06
Z=q =q = −2,38
p0 (1−p0 ) 0,06(1−0,06)
n 200
x 4
em que p̂ = = = 0,02, p0 é valor estabelecido nas hipóteses e n é o tamanho amostral.
n 200
3
4. Para concluir, compare o valor da estatística do teste, Z = −2,38, com o gráfico construído na etapa 2
e decida se H0 deve ou não ser rejeitada. Rejeitaremos H0 se a estatística de teste, Z, cair na região de
rejeição (azul), ou seja de Z < −1,64 e aceitamos H0 se cair na região de aceitação (branco), ou seja
se Z > −1,64.
No caso temos, Z < −1,64
Resultado:
Com o resultado retornado pelo R podemos tirar conclusões baseado no valor-p. Por aqui vemos que
o valor-p é igual a 0,00861, ou seja, menor que o nível de significância α = 0,05. Portanto, rejeitamos H0 .
Lembre-se:
Exemplo 2. Suponha que 500 peças sejam testadas na fabricação e que 10 sejam rejeitadas. Teste a hipótese
H0 : p = 0,03 versus H1 : p 6= 0,03, com α = 0,05.
No R:
Resposta:
O resultado apresenta valor-p = 0,1899, que é maior que o nível de significância, α, ou seja, valor-p > 0,05.
Portanto, aceitamos H0 e concluímos, com 5% de significância que a proporção é igual a 0,03.
Exemplo 3. A remoção de pedras nos rins pela nefrolitotomia percutânea (NP) tem uma taxa de sucesso igual
a 289 de 350 pacientes. O método tradicional foi 78% efetivo. Há evidências de que a taxa de sucesso par NP
seja maior do que a taxa histórica de sucesso? Use α = 5%.
Testamos a hipótese H0 : p = 0,78 versus H1 : p > 0,78, com α = 0,05.
Referências
[2] J. L. Devore, Probabilidade e estatística para engenharia e ciências. Cengage Learning Edições Ltda.,
2018.
[4] G. C. Montgomery, Douglas C e Runger, Estatística aplicada e probabilidade para engenheiros. Grupo
Gen-LTC, 2020.