01 Legis-Pa - Código de Segurança Contra Incêndio
01 Legis-Pa - Código de Segurança Contra Incêndio
01 Legis-Pa - Código de Segurança Contra Incêndio
Texto Compilado
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES E DOS SERVIÇOS DE BOMBEIROS MILITARES
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1° Fica instituído o Código Estadual de Segurança contra Incêndios e Emergências com o
objetivo de estabelecer diretrizes gerais de segurança contra incêndios e emergências, bem como
estabelecer parâmetros de crescimento e distribuição nos municípios das unidades de Bombeiro
Militar do Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA), de modo a proteger a vida e a reduzir danos
ao meio ambiente e ao patrimônio.
CAPÍTULO II
DOS SERVIÇOS DE BOMBEIROS
Art. 3° Os serviços de bombeiros são desenvolvidos nas formas preventiva e de pronto atendimento
às emergências.
Art. 4° A atuação preventiva dar-se-á por meio de atividades de educação pública e de fiscalização.
§ 1° As atividades de educação pública são realizadas junto à comunidade por meio de programas
sociais, palestras, campanhas de prevenção e outras ações educativas.
§ 2° As atividades de fiscalização consistem na aplicação das medidas de segurança contra
https://www.sistemas.pa.gov.br/sisleis/legislacao/6418 2/20
31/03/2021 LEGIS-PA
incêndios e emergências das edificações e áreas de risco, e são realizadas por meio de análise
técnica do processo de segurança contra incêndios e emergências e de vistoria técnica, conforme
prescrições contidas no regulamento desta Lei.
Art. 7° O Corpo de Bombeiros Militar do Pará, em conjunto com os Corpos de Bombeiros Militares
dos Estados e do Distrito Federal, deve estabelecer critérios para padronizar a linguagem técnica
relacionada às ocorrências de incêndios, salvamentos e emergências médicas utilizada na
Corporação.
Parágrafo único. A padronização da linguagem técnica facilitará as estatísticas de ocorrências dos
Corpos de Bombeiros Militares em nível nacional.
TÍTULO II
DA GESTÃO DOS SERVIÇOS
Art. 8° Para que a gestão dos serviços do Corpo de Bombeiros Militar do Pará aconteça nos
municípios é necessário adotar 03 (três) principais eixos: I - implantação de Unidade de Bombeiro
Militar e integração com os municípios;
II - regulação das atividades de competência do Corpo de Bombeiros Militar do Pará; e
III - medidas urbanísticas e qualidade no atendimento que compreende:
a) a malha urbana;
b) os hidrantes urbanos;
c) os equipamentos de bombeiros;
d) a coibição ao acionamento indevido do atendimento às emergências de competência do Corpo de
Bombeiros Militar do Pará; e
e) o Sistema de Socorro em Emergências.
CAPÍTULO I
DA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADE DE BOMBEIRO MILITAR E INTEGRAÇÃO COM OS MUNICÍPIOS
Art. 9° Os municípios das regiões de integração do Estado do Pará serão dotados de Unidade de
Bombeiro Militar de forma planejada, com base no Índice de Vulnerabilidade de Risco de Incêndio e
Desastre (IVRD) do município, a ser fixado pelo Corpo de Bombeiros Militar do Pará, com base nos
parâmetros constantes do regulamento desta Lei.
Parágrafo único. Os parâmetros de que trata este artigo servirão como base para indicar se o
município será dotado de Unidade de Bombeiro Militar com maior ou menor estrutura física
operacional, bem como com maior ou menor contingente de bombeiros militares.
Art. 10. O Corpo de Bombeiros Militar do Pará poderá utilizar, caso haja necessidade operacional,
nos municípios com limite populacional previsto na regulamentação desta Lei, os parâmetros do
Índice de Vulnerabilidade de Risco de Incêndio e Desastre para implantação de outras categorias de
Unidade de Bombeiro Militar de forma integrada com o município, desde que devidamente ajustado
com a Corporação, conforme convênio disposto no art. 11.
Art. 11. Fica autorizado, ao Corpo de Bombeiros Militar do Pará e aos municípios que o constituem,
no âmbito de suas competências, firmar convênios para a instalação de Unidade de Bombeiro Militar
no município e, se for o caso, para o treinamento dos agentes de defesa civil municipal, em
conformidade com a orientação técnica e operacional da Corporação Bombeiro-Militar.
§ 1° Caberá ao município conveniado arcar com as despesas necessárias à capacitação dos
agentes de defesa civil municipal com base no disposto neste artigo.
§ 2° Os agentes de defesa civil municipal, quando previsto em convênio, poderão atuar em conjunto
com o Corpo de Bombeiros Militar do Pará nos serviços de pronto atendimento às emergências e de
educação pública.
CAPÍTULO II
DA REGULAÇÃO DAS ATIVIDADES DE COMPETÊNCIA DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO
PARÁ
https://www.sistemas.pa.gov.br/sisleis/legislacao/6418 3/20
31/03/2021 LEGIS-PA
Art. 12. No município que não contar com Unidade de Bombeiro Militar instalada, as atividades de
competência da Corporação poderão ser realizadas por profissionais e instituições civis, desde que
o município tenha os menores Índices de Vulnerabilidade de Risco de Incêndio e Desastre,
população total de até 25.000 (vinte e cinco mil) habitantes e celebrado convênio com o Corpo de
Bombeiros Militar do Pará, conforme previsto no § 2° do art. 3° da Lei Federal n° 13.425, de 30 de
março de 2017.
Art. 13. Compreendem-se como atividades da área de competência do Corpo de Bombeiros Militar
do Pará, exercida por profissionais e instituições civis do município:
I - educação pública e combate a incêndio;
II - busca e salvamento; e
III - atendimento pré-hospitalar, ressalvadas as ações desenvolvidas pelos órgãos integrantes do
Sistema Único de Saúde, estabelecimentos hospitalares e sistema de saúde suplementar.
Art. 14. É vedado às instituições civis que exerçam atividades da área de competência do Corpo de
Bombeiros Militar do Pará:
I - a utilização da nomenclatura “Corpo de Bombeiros”;
II - a nomenclatura de instalações físicas de instituições civis semelhante às utilizadas nas Unidades
de Bombeiro Militar;
III - a identificação visual e sonora dos veículos usados semelhante àquelas das viaturas utilizadas
pela Corporação Bombeiro-Militar; e
IV - a utilização do número de telefone 193, por ser de uso exclusivo do Corpo de Bombeiros Militar
do Pará dentro do limite territorial estadual.
Art. 15. Nas ocorrências em que a guarnição do Corpo de Bombeiros Militar do Pará atue em
conjunto com profissionais ou instituições civis, a coordenação e a direção das ações caberão, com
exclusividade e em qualquer hipótese, ao Corpo de Bombeiros Militar do Pará.
Art. 16. O Corpo de Bombeiros Militar do Pará é o responsável pelo estabelecimento das normas
que regem as atividades exercidas por profissionais e instituições civis em sua área de competência,
bem como pela fiscalização dessas atividades.
Art. 17. O Corpo de Bombeiros Militar do Pará estabelecerá normas para regulamentar:
I - o credenciamento de profissionais, instituições civis e centros de formação que exerçam
atividades na área de competência do Corpo de Bombeiros Militar do Pará;
II - os cursos de formação de profissionais que exerçam atividades na área de competência do
Corpo de Bombeiros Militar do Pará; e
III - a padronização dos uniformes e sua utilização por profissionais que exerçam atividades na área
de competência do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, para evitar semelhança ao uniforme da
Corporação Bombeiro-Militar.
Art. 18. O Corpo de Bombeiros Militar do Pará realizará a avaliação dos profissionais e das
instituições civis que exerçam atividades em sua área de competência, para fins de credenciamento.
Parágrafo único. Somente serão credenciados os centros de formação e as instituições civis
localizados no Estado, bem como os profissionais formados ou requalificados em centros de
formação devidamente credenciados.
Art. 19. O bombeiro militar da reserva, independentemente de sua unidade federativa, não
necessitará realizar curso nos centros de formação para exercer atividades na área de competência
do Corpo de Bombeiros Militar do Pará.
Art. 20. As pessoas físicas e jurídicas que contratarem profissionais para desenvolvimento de
atividades na área de competência do Corpo de Bombeiros Militar do Pará deverão submeter à
avaliação da Corporação Bombeiro Militar os uniformes a serem utilizados.
Art. 22. Os profissionais e instituições civis de que trata este Capítulo, assim como a pessoa física
ou jurídica que os contratar, estão sujeitos às seguintes sanções administrativas:
https://www.sistemas.pa.gov.br/sisleis/legislacao/6418 4/20
31/03/2021 LEGIS-PA
I - advertência;
II - multa de 200 (duzentas) a 3.000 (três mil) Unidades Padrão Fiscal do Estado do Pará (UPF-PA);
III - suspensão temporária do exercício da atividade pelo prazo máximo de 06 (seis) meses;
IV - cassação do credenciamento; e
V - interdição.
Art. 23. As sanções previstas no art. 22 serão aplicadas considerando a natureza e a gravidade da
infração praticada.
Art. 24. As sanções previstas nos incisos I, III, IV e V do art. 22 poderão ser aplicadas
cumulativamente com a penalidade de multa.
Art. 25. Os profissionais e instituições civis punidos com advertência terão o prazo de 30 (trinta) dias
para sanar as irregularidades verificadas e solicitar nova vistoria.
Parágrafo único. Decorrido o prazo previsto no caput e não sendo sanadas as irregularidades
verificadas ou não havendo a solicitação de vistoria, será aplicada multa.
Art. 26. Será aplicada multa diretamente, independentemente da sanção de advertência, no caso de
reincidência no cometimento da mesma infração, verificada no período de 02 (dois) anos.
Art. 27. A aplicação de multa será iniciada, no mínimo, com o valor de 200 (duzentas) Unidades
Padrão Fiscal do Estado do Pará e será aplicada em dobro para cada nova reincidência, até o limite
de 3.000 (três mil) Unidades Padrão Fiscal do Estado do Pará.
Parágrafo único. As multas arrecadadas serão recolhidas para o Fundo Especial de Bombeiros, de
que trata o art. 104 desta Lei, e serão revertidas para investimentos e custeio, visando à melhoria
das atividades operacionais da Corporação Bombeiro-Militar.
Art. 28. Nos eventos temporários, definidos conforme o Regulamento de Segurança Contra
Incêndios e Emergências do Estado do Pará, se constatada alguma das infrações a que se refere o
art. 21, a multa será aplicada diretamente aos profissionais, instituições civis e contratantes, no limite
de suas responsabilidades.
Parágrafo único. Nos eventos a que se refere o caput, ocorrendo simultaneamente duas ou mais
infrações, serão aplicadas cumulativamente as multas correspondentes.
Art. 29. A suspensão temporária das atividades será aplicada nas seguintes hipóteses:
I - decorridos 30 (trinta) dias da aplicação da multa, se não sanadas as irregularidades ou se não
houver o pagamento da multa; ou
II - quando houver o cometimento de, pelo menos, três infrações, no período de 02 (dois) anos.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II, a suspensão ocorrerá pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias
e permanecerá até que sejam sanadas as irregularidades.
Art. 31. A interdição, combinada com a multa de 1.000 (um mil) Unidades Padrão Fiscal do Estado
do Pará, será aplicada às instituições civis que não observarem o disposto no inciso I do art. 21.
Art. 32. Na impossibilidade técnica de cumprimento dos prazos para sanar irregularidades, o
responsável técnico, proprietário ou representante legal das instituições civis e centros de formação
e os profissionais credenciados poderão requerer, mediante petição fundamentada, a prorrogação,
por igual período, dos prazos previstos nesta Lei.
https://www.sistemas.pa.gov.br/sisleis/legislacao/6418 5/20
31/03/2021 LEGIS-PA
Art. 34. Cabe ao Comandante do Comando de Operações de Bombeiros (COB’s) da região do
Estado em que aplicada a penalidade conhecer e julgar o recurso apresentado, observados, para
tanto, os aspectos técnicos e legais da matéria.
Parágrafo único. Da decisão proferida pelo Comandante do Comando de Operações de Bombeiros
(COB’s) da região do Estado em que aplicada a penalidade caberá recurso ao Comandante-Geral
do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, no mesmo prazo a que se refere o § 1° do art. 33 desta Lei.
Art. 35. Não interposto ou não conhecido o recurso, a decisão administrativa tornar-se-á definitiva,
certificando-se no processo a data do exaurimento da instância administrativa.
CAPÍTULO III
DAS MEDIDAS URBANÍSTICAS E QUALIDADE NO ATENDIMENTO
Seção I
Da malha urbana
Art. 36. Observada a competência municipal, os municípios garantirão o acesso à entrada nos
logradouros públicos para passagem de viaturas do Corpo de Bombeiros Militar do Pará em caso de
emergência, em áreas comerciais, centros históricos e conjuntos habitacionais, as quais deverão
estar livres de obstáculos.
Seção II
Dos hidrantes urbanos
Art. 37. Os municípios deverão ser dotados de hidrantes urbanos de forma planejada pelo Corpo de
Bombeiros Militar do Pará, levando em conta parâmetros, na forma de matriz de risco de incêndio
fixada pela Corporação Bombeiro-Militar, que indiquem a maior vulnerabilidade de sinistros dentro do
município, conforme prescrições contidas no regulamento desta Lei.
Art. 38. A rede de abastecimento de água existente no município fica à disposição do Corpo de
Bombeiros Militar do Pará para os serviços de extinção de incêndios.
§ 1° Os hidrantes urbanos somente poderão ser utilizados pela Corporação e pela concessionária
dos serviços de abastecimento de água e tratamento de esgoto da localidade.
§ 2° Quando houver necessidade, poderão ser utilizados, além dos hidrantes urbanos, quaisquer
outras fontes disponíveis ou depósitos de água, públicos e/ou particulares.
Art. 39. A responsabilidade pela rede pública de hidrantes urbanos se dará da seguinte forma:
I - às concessionárias locais de abastecimento de água e tratamento de esgoto compete a
instalação e a manutenção da rede de hidrantes urbanos, de acordo com as diretrizes estabelecidas
pelo Corpo de Bombeiros Militar do Pará; e
II - ao Corpo de Bombeiros Militar do Pará compete o planejamento e a supervisão dos hidrantes
urbanos.
Art. 41. Os equipamentos e viaturas do Corpo de Bombeiros Militar do Pará devem possuir
certificação de qualidade por órgãos acreditados, nos termos da legislação vigente.
§ 1° Poderão ser aceitos certificados com base em normas técnicas e organismos de avaliação da
conformidade internacionalmente reconhecidos.
§ 2° O Corpo de Bombeiros Militar do Pará poderá solicitar testes, certificados ou exigir documentos
homologados por órgãos certificados relativos aos equipamentos e viaturas de combate a incêndios
e emergências para confirmar o desempenho do material, equipamento ou sistema.
§ 3° Todas as viaturas para atendimento às emergências, inclusive as de socorros de emergências e
as de salvamento, utilizadas pelo Corpo de Bombeiros Militar do Pará, devem ser padronizadas com
sirene bitonal característica daquelas utilizadas pelos Corpos de Bombeiros Militares.
Seção IV
Da coibição ao acionamento indevido do atendimento das emergências de competência do
Corpo de Bombeiros Militar do Pará
Art. 42. O acionamento indevido via serviços telefônicos do atendimento a emergências relativas a
resgates, combate a incêndios ou demais ocorrências de competência do Corpo de Bombeiros
Militar do Pará, constitui infração administrativa e sujeita o infrator à multa de quinhentas Unidades
Padrão Fiscal do Estado do Pará.
https://www.sistemas.pa.gov.br/sisleis/legislacao/6418 6/20
31/03/2021 LEGIS-PA
§ 1° Para os fins do disposto neste artigo, considera-se acionamento indevido aquele que não tenha
como objeto o atendimento à emergência ou à situação real que dê razões ao acionamento,
ressalvados os casos de erro justificável.
§ 2° Os valores arrecadados das multas aplicadas serão recolhidos para o Fundo Especial de
Bombeiros previsto no art. 104 e revertidos para investimentos e custeio, com vistas à melhoria das
atividades operacionais do Corpo de Bombeiros Militar do Pará.
Art. 43. A ocorrência de acionamento indevido será apurada em processo administrativo, garantidos
o contraditório e a ampla defesa, nos termos do art. 104 e ss. da Lei n° 8.972, 13 de janeiro de
2020.
Seção V
Do Sistema de Socorro em Emergências
Art. 45. Considera-se atendimento não próprio do Sistema de Socorro em Emergências do Corpo de
Bombeiros Militar do Pará:
I - casos clínicos em geral;
II - intoxicações;
III - casos psiquiátricos; e
IV - transferência de pacientes entre hospitais.
Parágrafo único. As emergências de que trata este artigo não são de responsabilidade do Corpo de
Bombeiros Militar do Pará.
Art. 46. Excepcionalmente, emergências previstas no art. 45 com peculiaridades especiais poderão
ser atendidas pelo Sistema de Socorro em Emergências do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, a
critério do Oficial de Operações do Centro Integrado de Operações ou do médico regulador do
Sistema.
Art. 47. Não será permitido o emprego de viaturas, aeronaves e equipamentos do Sistema de
Socorro em Emergências do Corpo de Bombeiros Militar do Pará em eventos esportivos, artísticos e
similares, exceto quando a magnitude e a repercussão pública do evento justificar seu emprego,
mediante avaliação dos responsáveis pela operação do Sistema.
Art. 48. Nos casos de desastres envolvendo múltiplas vítimas, o atendimento poderá ser realizado de
forma integrada pelo Sistema de Socorro em Emergências do Corpo de Bombeiros Militar do Pará e
pelos serviços municipais e/ou privados de emergências médicas, com as operações de salvamento
nas zonas de risco sob a incumbência da Corporação Bombeiro-Militar, que estabelecerá o Sistema
de Controle de Incidentes (SCI) para a coordenação das informações, recursos e adoção de
decisões estratégicas.
Art. 49. Nas localidades em que não exista serviço municipal e/ou regional móvel de atendimento às
emergências médicas, poderá a equipe do Sistema de Socorro em Emergências do Corpo de
Bombeiros Militar do Pará mais próxima efetuar o atendimento das emergências, mediante a
autorização do Comandante da Unidade de Bombeiro Militar, sem prejuízo do atendimento das
emergências próprias do Sistema.
Art. 50. Nos municípios em que exista o serviço municipal e/ou regional móvel de atendimento às
emergências médicas e não exista equipe do Sistema de Socorro em Emergências do Corpo de
Bombeiros Militar do Pará instalada, poderá o serviço municipal atender às emergências de que
trata o art. 44, respeitadas suas limitações técnicas, e, caso necessário, solicitar o apoio da equipe
do Sistema mais próxima.
TÍTULO III
DA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E EMERGÊNCIAS
CAPÍTULO I
https://www.sistemas.pa.gov.br/sisleis/legislacao/6418 7/20
31/03/2021 LEGIS-PA
DA CLASSIFICAÇÃO E DO SISTEMA GLOBAL DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E
EMERGÊNCIAS
Art. 51. A garantia da segurança contra incêndios e emergências, direito de todos e dever do
Estado, será exercida pelo Corpo de Bombeiros Militar do Pará, na forma desta Lei.
Art. 52. As edificações e áreas de risco serão classificadas em função das seguintes características:
I - ocupação e atividade econômica;
II - área total construída e área de risco;
III - altura;
IV - capacidade de público;
V - carga de incêndio; e
VI - riscos específicos.
Parágrafo único. A classificação das edificações quanto à ocupação, altura e risco serão fixadas por
meio de instruções técnicas.
Art. 53. As edificações e áreas de risco serão dotadas, de acordo com os respectivos riscos e
ocupações, dos seguintes elementos do Sistema Global de Segurança contra Incêndios e
Emergências:
I - restrição ao surgimento e à propagação de incêndio;
II - controle de crescimento e supressão de incêndio;
III - meios de aviso;
IV - facilidades no abandono;
V - acesso e facilidades para as operações de socorro;
VI - proteção estrutural em situações de incêndio;
VII - gerenciamento de risco de incêndio;
VIII - controle de fumaça e gases; e
IX - controle de explosão.
§ 1° O Corpo de Bombeiros Militar do Pará poderá realizar investigação de incêndio e pesquisas
científicas, com o objetivo de avaliar o desempenho dos elementos do Sistema Global de Segurança
contra Incêndios e Emergências previstos nesta Lei.
§ 2° Para cada elemento do Sistema Global de Segurança contra Incêndios e Emergências haverá
uma ou mais medidas de segurança contra incêndios e emergências correspondentes, que são os
sistemas de proteção adotados na edificação.
§ 3° A descrição dos critérios e exigências das medidas de segurança contra incêndios e
emergências será objeto de regulamentação.
CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E EMERGÊNCIAS
Art. 54. As medidas de segurança contra incêndios e emergências previstas nesta legislação
aplicam-se às edificações e áreas de risco no Estado do Pará, e devem ser observadas, por ocasião
de:
I - construção de uma edificação ou área de risco;
II - mudança de atividade da edificação ou área de risco;
III - ampliação de área construída;
IV - aumento na altura da edificação;
V - regularização das edificações ou áreas de risco;
VI - reforma de edificação que implique alteração de leiaute;
VII - aumento do grau de risco de incêndio; e/ou
VIII - aumento da capacidade de lotação de público, quando resultar em alterações nas medidas de
segurança contra incêndios e emergências.
§ 1° As medidas de segurança contra incêndios e emergências previstas nesta legislação não se
aplicam nos casos de:
I - edificação destinada exclusivamente à residência unifamiliar;
II - residência unifamiliar localizada no pavimento superior de ocupação mista com até 02 (dois)
pavimentos e que possuam acessos independentes;
III - propriedade destinada à atividade agrossilvipastoril, excetuando-se quando houver silos e
armazéns;
IV - empreendimento que utilize residência unifamiliar como endereço de contato, sem atendimento
ao público ou estoque de materiais; e
V - atividade econômica ambulante individualmente considerada, tais como carrinhos de lanches em
geral, barracas itinerantes, veículos de comércio ambulante e congêneres.
§ 2°O disposto nesta Lei não interfere e tampouco se sobrepõe às atribuições e competências
legais atinentes aos municípios no que diz respeito ao controle do uso, do parcelamento e da
ocupação do solo urbano.
https://www.sistemas.pa.gov.br/sisleis/legislacao/6418 8/20
31/03/2021 LEGIS-PA
Art. 55. Os materiais e equipamentos de segurança contra incêndios utilizados nas edificações e
áreas de risco devem ser certificados por órgãos acreditados, nos termos da legislação vigente.
Parágrafo único. O Corpo de Bombeiros Militar do Pará poderá solicitar testes, certificados ou exigir
documentos homologados por órgãos certificados relativos aos materiais, serviços e equipamentos
relacionados à segurança contra incêndios e emergências das edificações e áreas de risco para
confirmar o desempenho do material, equipamento ou sistema.
CAPÍTULO III
DO PROPRIETÁRIO, DO RESPONSÁVEL PELA POSSE E DOS RESPONSÁVEIS TÉCNICOS
Art. 56. O proprietário, o responsável pelo uso ou o seu representante legal podem tratar de seus
interesses perante o Corpo de Bombeiros Militar do Pará e, quando necessário, deverão comprovar
a titularidade ou o direito sobre a edificação ou área de risco, mediante documentação.
Art. 57. O proprietário do imóvel ou o responsável pelo uso obrigam-se a manter as medidas de
segurança contra incêndios e emergências em condições de utilização, bem como providenciar sua
adequada manutenção, sob pena de multa, embargo, interdição e/ou cassação do licenciamento do
Corpo de Bombeiros Militar do Pará, independentemente das responsabilidades civis e penais
cabíveis.
Art. 58. Nas edificações ou áreas de risco é de inteira responsabilidade do proprietário ou usuário, a
qualquer título:
I - utilizar a edificação ou área de risco de acordo com o uso para o qual foi projetada, nos termos da
licença expedida pelo Corpo de Bombeiros Militar do Pará;
II - realizar manutenção e testes periódicos das medidas de segurança contra incêndios e
emergências existentes no local;
III - providenciar manutenção preventiva ou preditiva nos sistemas de controle e segurança dos
riscos específicos do local, como caldeiras, vasos de pressão, casa de máquinas, incinerador,
central de gás combustível, transformador, fonte de ignição e outros;
IV - efetuar, periodicamente, treinamento com os ocupantes do local, bem como manter atualizada a
equipe de brigadistas, os programas de segurança e planos de emergência, quando exigidos; e
V - providenciar a adequação da edificação ou das áreas de risco às exigências desta Lei, quando
necessárias.
Art. 59. Nas edificações e áreas de risco a serem construídas caberá aos respectivos autores ou
responsáveis técnicos o detalhamento técnico dos projetos e das instalações das medidas de
segurança contra incêndios e emergências, de que trata esta Lei, e ao responsável pela obra, o fiel
cumprimento do que foi projetado e aprovado.
§ 1° Para as edificações novas e as edificações já existentes, inclusive as tombadas pelo patrimônio
histórico, o responsável técnico poderá adotar medidas alternativas de segurança contra incêndios
baseadas no desempenho por meio de métodos computacionais avançados ou métodos de
avaliação de incêndios com base no desempenho da edificação, visando a embasar tecnicamente
sua decisão na adoção de medidas alternativas no lugar das atuais medidas de segurança contra
incêndios e emergências previstas nas normas vigentes do Corpo de Bombeiros Militar do Pará.
§ 2° Os profissionais a que se refere o caput deste artigo respondem, nas esferas penal e cível,
pelos Projetos Técnicos e execução das medidas de segurança contra incêndios e emergências de
sua autoria.
§ 3° Caso haja adulteração fraudulenta de Projeto Técnico, de laudos técnicos de manutenção das
medidas de segurança contra incêndios e emergências, de anotações ou registros de
responsabilidade técnica ou outros documentos correlatos, será comunicado o fato e/ou ato do
infrator à autoridade policial competente e ao Conselho Profissional, quando couber, além da
aplicação das sanções previstas nesta Lei.
CAPÍTULO IV
DO CADASTRAMENTO DE EMPRESAS E PROFISSIONAIS
Art. 60. O Corpo de Bombeiros Militar do Pará é o órgão responsável em promover o cadastramento
de empresas destinadas à comercialização de produtos relacionados à segurança contra incêndios,
de formação e prestação de serviços de bombeiros civis, guarda-vidas de piscina, atendimento pré-
hospitalar e congêneres, bem como de profissionais que projetem e executem sistemas de
segurança contra incêndios e emergências.
§ 1° O cadastramento se dará após prévia demonstração do atendimento à instrução técnica do
Corpo de Bombeiros Militar do Pará.
§ 2° De acordo com o tipo de cadastramento, serão exigidos documentos comprobatórios de
certificação de produtos, capacitação técnica dos profissionais, estruturas físicas e condições de
segurança do estabelecimento.
https://www.sistemas.pa.gov.br/sisleis/legislacao/6418 9/20
31/03/2021 LEGIS-PA
§ 3° Os uniformes dos serviços de bombeiros civis, guarda-vidas de piscina, atendimento pré-
hospitalar e congêneres deverão ser diferentes em padrões de cores, formato, acabamento, bolsos,
pregas, reforço, costuras e acessórios dos uniformes usados pelo Corpo de Bombeiros Militar do
Pará e por outras forças militares, no âmbito federal e estadual, ou de guardas municipais.
§ 4° A identificação dos veículos usados pelos prestadores de serviços de bombeiros civis, guarda-
vidas de piscina, atendimento pré-hospitalar e congêneres não deverá ter qualquer semelhança com
a viatura utilizada pelo Corpo de Bombeiros Militar do Pará.
CAPÍTULO V
DO LICENCIAMENTO E DA RENOVAÇÃO DO LICENCIAMENTO
Art. 61. O licenciamento no Corpo de Bombeiros Militar do Pará será expedido após a aprovação da
edificação ou área de risco que cumprir as condições previstas nesta Lei e no Regulamento de
Segurança contra Incêndio e Emergências das Edificações e Áreas de Risco da Corporação.
Art. 62. Toda edificação ou área de risco deve renovar anualmente o licenciamento por meio da
emissão do Certificado de Licenciamento do Corpo de Bombeiros (CLCB).
§ 1° Para renovação do licenciamento, o proprietário ou o responsável legal deve declarar a integral
manutenção das medidas de segurança contra incêndios e emergências e das características
consignadas no licenciamento do ano anterior, dispensada a vistoria técnica, porém sujeita à
fiscalização pelo Corpo de Bombeiros Militar do Pará em qualquer tempo.
§ 2° O licenciamento e a renovação do licenciamento da edificação ou área de risco ficam
condicionados ao pagamento da taxa correspondente ao ato administrativo e das multas
eventualmente aplicadas.
Art. 63. Será objeto de procedimento de invalidação o licenciamento expedido com base em dados
falsos, erro das informações ou ausência dos requisitos que o fundamentaram.
Art. 64. A emissão do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) supre por doze meses o
licenciamento da edificação ou área de risco, devendo ser emitido o Certificado de Licenciamento do
Corpo de Bombeiros a partir do segundo ano, contado da emissão do Auto de Vistoria de que trata
este artigo.
Art. 65. O ato de licenciamento válido deve ser fixado em local visível ao público, com sua
apresentação obrigatória ao Corpo de Bombeiros Militar do Pará no ato de fiscalização.
Art. 66. A validade do alvará de licença ou autorização expedido pelo poder público municipal ou
documento equivalente fica condicionada ao prazo de validade do licenciamento expedido pelo
Corpo de Bombeiros Militar do Pará.
Art. 67. O licenciamento da edificação ou área de risco de órgãos governamentais poderá ser
realizado pelos bombeiros militares que estejam à disposição do órgão, desde que obedeçam às
seguintes condições:
I - possuam habilitação pelo Corpo de Bombeiros Militar do Pará na área de segurança contra
incêndios e emergências;
II - tenham o aval do Centro de Atividades Técnicas (CAT); e
III - que o procedimento esteja registrado no sistema de informação gerencial do Corpo de
Bombeiros Militar do Pará.
CAPÍTULO VI
DAS INFRAÇÕES, DAS SANÇÕES, DAS MEDIDAS ACAUTELATÓRIAS E DO TERMO DE
AUTORIZAÇÃO PARA ADEQUAÇÃO DO CORPO DE BOMBEIROS (TAACB)
Seção I
Das infrações
Art. 68. Constitui infração, passível de penalidades, o descumprimento das diretrizes gerais
estabelecidas nesta Lei, bem como no Regulamento de Segurança contra Incêndio e Emergências
das Edificações e Áreas de Risco da Corporação, no caso de edificações ou áreas de risco.
Art. 69. As infrações às normas de segurança contra incêndios e emergências classificam-se em:
I - leves, quando envolverem aspectos de ordem formal;
II - médias, quando consistirem na falta de apresentação do projeto de segurança contra incêndios
ou na instalação incompleta ou deficiente de medida preventiva ou sistema de segurança antes da
emissão do licenciamento pelo Corpo de Bombeiros Militar do Pará;
III - graves, quando há alteração na edificação ou área de risco que implique a adequação das
medidas de segurança contra incêndios e emergências; e
https://www.sistemas.pa.gov.br/sisleis/legislacao/6418 10/20
31/03/2021 LEGIS-PA
IV - gravíssimas, quando a ação do infrator expuser a perigo terceiros ou a propriedade alheia no
entorno de sua edificação, ou deixar de manter em condições de utilização as medidas de
segurança contra incêndios e emergências.
Subseção I
Das infrações em espécie
Art. 70. São infrações às normas de segurança contra incêndios e emergências, sem prejuízo de
outras sanções de natureza administrativa, cível ou criminal:
I - deixar de possuir cadastro (empresas e profissionais) junto ao Corpo de Bombeiros Militar do
Pará;
Infração: leve;
Penalidade: advertência;
II - apresentar documentação em desacordo com o que prescreve a Instrução Técnica no momento
do cadastramento ou recadastramento;
Infração: leve;
Penalidade: advertência;
III - utilizar uniformes, distintivos, emblemas, brevês, veículos e/ou equipamentos em desacordo com
o disposto nos §§ 3° e 4° do art. 60;
Infração: leve;
Penalidade: advertência e, em caso de reincidência, suspensão do cadastramento;
IV - descumprir os prazos assinalados para a apresentação, correção ou modificação dos projetos
de segurança contra incêndios;
Infração: leve;
Penalidade: multa;
V - descumprir os prazos assinalados para a apresentação do programa de segurança contra
incêndios e emergências, e planos de emergência, quando exigidos;
Infração: leve;
Penalidade: multa;
VI - descumprir os prazos assinalados para a apresentação de laudos, de certificados de
treinamento e da Anotação de Responsabilidade Técnica ou Registro de Responsabilidade Técnica
(ART/RRT), dos sistemas ou das medidas de segurança previstos em lei;
Infração: leve;
Penalidade: multa;
VII - deixar de encaminhar, com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, ao Corpo de Bombeiros
Militar do Pará o pedido de renovação do licenciamento;
Infração: leve;
Penalidade: multa;
VIII - deixar de disponibilizar, de forma destacada, o documento de licenciamento do Corpo de
Bombeiros Militar do Pará, quando da divulgação do evento no sítio eletrônico na rede mundial de
computadores ou redes sociais;
Infração: média;
Penalidade: multa;
IX - manter qualquer uso, atividade ou ocupação em edificação ou área de risco com o documento
de licenciamento do Corpo de Bombeiros Militar do Pará vencido;
Infração: média;
Penalidade: multa;
X - prestar informações incorretas sobre a edificação ou área de risco, para execução do processo
perante o Corpo de Bombeiros Militar do Pará;
Infração: média;
Penalidade: multa;
XI - manter qualquer uso, atividade ou ocupação em edificação ou área de risco sem o documento
de licenciamento do Corpo de Bombeiros Militar do Pará;
Infração: grave;
Penalidade: multa;
XII - dispor de materiais ou equipamentos de sistemas de segurança contra incêndios e emergências
sem certificação, quando exigido;
Infração: grave;
Penalidade: multa;
XIII - alterar a ocupação ou o uso, ou ampliar a edificação ou área de risco sem que as alterações ou
ampliações constem do documento de licenciamento no Corpo de Bombeiros Militar do Pará;
Infração: grave;
Penalidade: multa;
XIV - usar a edificação ou área de risco com ausência de medidas de segurança contra incêndios e
emergências definidas em normatização do Corpo de Bombeiros Militar do Pará;
https://www.sistemas.pa.gov.br/sisleis/legislacao/6418 11/20
31/03/2021 LEGIS-PA
Infração: grave;
Penalidade: multa;
XV - adulterar de forma fraudulenta Projetos Técnicos, laudos técnicos de manutenção das medidas
de segurança contra incêndios e emergências, anotações ou registros de responsabilidade técnica
ou outros documentos correlatos;
Infração: gravíssima;
Penalidade: multa;
XVI - alterar leiaute com a obstrução de itens que impeçam o funcionamento dos sistemas ou das
medidas de segurança contra incêndios e emergências;
Infração: gravíssima;
Penalidade: multa;
XVII - permitir que seja ultrapassada a capacidade máxima de pessoas em edificações, instalações
ou em locais destinados à reunião de público, em desacordo com o permitido pelo Corpo de
Bombeiros Militar do Pará;
Infração: gravíssima;
Penalidade: multa e suspensão temporária da atividade por 48 (quarenta e oito) horas e, em caso
de reincidência, interdição total;
XVIII - instalar, sem autorização, qualquer dispositivo que impeça o funcionamento normal das rotas e
saídas de emergência;
Infração: gravíssima;
Penalidade: multa;
XIX - possuir saídas de emergência com largura inadequada ou com deficiência em seu processo
construtivo ou em sua instalação;
Infração: gravíssima;
Penalidade: multa;
XX - realizar eventos temporários sem autorização do Corpo de Bombeiros Militar do Pará;
Infração: gravíssima;
Penalidade: multa
XXI - deixar de atender às condições de segurança contra incêndio e emergências no prazo
estipulado para autorização de funcionamento de eventos temporários;
Infração: gravíssima;
Penalidade: multa e medida acautelatória de suspensão temporária do evento;
XXII - apresentar locais desprovidos ou com insuficiência de brigada de incêndio, cujas exigências
estejam previstas em instrução técnica;
Infração: gravíssima;
Penalidade: multa;
XXIII - utilizar, em locais internos de reunião de público, material pirotécnico durante apresentações e
shows;
Infração: gravíssima;
Penalidade: multa;
XXIV - deixar de fazer a manutenção nas medidas de segurança contra incêndios e emergências,
alterar as características, ocultá-las, removê-las, inutilizá-las, destruí-las ou substituí-las por outras
que não atendam às exigências da legislação em vigor;
Infração: gravíssima;
Penalidade: multa;
XXV - deixar de substituir medidas de segurança contra incêndios e emergências por outras que
atendam às exigências definidas por Comissão Técnica;
Infração: gravíssima;
Penalidade: multa; e
XXVI - utilizar equipamentos de segurança contra incêndios e emergências para quaisquer outros
fins diversos da normalidade;
Infração: gravíssima; e
Penalidade: multa.
Parágrafo único. Na hipótese dos incisos I e II do caput deste artigo, além da penalidade de
advertência, não será efetivada a entrada de processos de análise de projetos ou comprovação de
produtos junto ao Corpo de Bombeiros Militar do Pará, bem como não renovação do cadastro nos
casos de recadastramento, se for o caso.
Seção II
Das sanções
Art. 71. O Corpo de Bombeiros Militar do Pará, no exercício da fiscalização que lhe compete, poderá
aplicar as seguintes penalidades, de forma cumulada ou não:
I - advertência;
II - multa;
https://www.sistemas.pa.gov.br/sisleis/legislacao/6418 12/20
31/03/2021 LEGIS-PA
III - cassação do licenciamento; e/ou
IV - suspensão do cadastramento.
Parágrafo único. Se houver, simultaneamente, duas ou mais infrações, a penalidade será
cumulativa.
Art. 72. As sanções administrativas deverão ser aplicadas pelos militares do Corpo de Bombeiros
Militar do Pará gradativamente, salvo em caso de multa aplicada sumariamente ou de interdição.
Art. 74. No âmbito da competência concorrente para a aplicação de penalidades a que se refere o
art. 73, caso constatada a existência de atos formais divergentes praticados por agentes públicos
competentes, prevalecerá como válido o ato proferido por aquele que possuir circunscrição
administrativa mais ampla.
Subseção I
Da advertência
Art. 75. Para o cumprimento das disposições do presente Código, o Corpo de Bombeiros Militar do
Pará poderá, no exercício da função fiscalizadora, vistoriar toda e qualquer edificação e área de
risco no Estado do Pará e, quando necessário, solicitar documentos relacionados à segurança
contra incêndios e emergências, e lavrar a advertência, exceto quando presente circunstância que
enseje a aplicação de multa sumária ou a imediata interdição.
Art. 76. A advertência constitui-se na menor penalidade aplicada ao não cumprimento das
exigências desta Lei e do Regulamento de Segurança contra Incêndio e Emergências das
Edificações e Áreas de Risco da Corporação.
Parágrafo único. Quando as edificações e áreas de risco, habitadas ou em funcionamento, não
estiverem regularizadas perante o Corpo de Bombeiros Militar do Pará ou forem verificadas
inconformidades na instalação ou manutenção das medidas de segurança contra incêndios e
emergências, seu proprietário ou responsável será intimado a cumprir, em prazo fixado pela
Corporação, as exigências que constarão da advertência.
Subseção II
Da multa
Art. 77. Decorrido o prazo 60 (sessenta) dias após a formalização da advertência, persistindo a
conduta infracional, e sem que haja retorno por parte do proprietário, responsável pelo uso ou
responsável técnico quanto ao cumprimento das exigências apresentadas, defesa ou recurso
interposto, será lavrado auto de infração pelo Corpo de Bombeiros Militar do Pará, do qual será
dada ciência ao autuado, garantidos o contraditório e a ampla defesa.
§ 1° O Corpo de Bombeiros Militar do Pará notificará, por meio físico ou eletrônico, o proprietário da
edificação ou área de risco das infrações constatadas, assim como do valor da multa
correspondente, estabelecendo o prazo de 30 (trinta) dias úteis para sua regularização, na forma
regulamentar.
§ 2° Findo o prazo de que trata o § 1° deste artigo e comprovado o não cumprimento das exigências
formuladas, será emitida multa correspondente ao dobro da primeira multa e aplicada a penalidade
de cassação do licenciamento, se houver.
§ 3° Admite-se, dentro do prazo previsto no § 1° deste artigo, o pagamento de 10% (dez por cento)
do valor da multa cominada, mediante a declaração válida do saneamento das irregularidades.
§ 4° O Corpo de Bombeiros Militar do Pará poderá verificar a veracidade da declaração a que se
refere o § 3° deste artigo, em até 12 (doze) meses, contados da data do pagamento, mediante
fiscalização.
§ 5° Se na fiscalização prevista no § 4° deste artigo for identificado o não cumprimento das
exigências, será cobrada a integralização do pagamento da multa e retomado o procedimento que a
originou, conforme o disposto no § 2° deste artigo.
§ 6° Aos casos que não se enquadrarem na previsão do § 3° deste artigo, tampouco resultarem em
medidas acautelatórias previstas no art. 88, pode-se aplicar o Termo de Autorização para
Adequação do Corpo de Bombeiros (TAACB), de acordo com o critério disposto no art. 96, mediante
o pagamento de 35% (trinta a cinquenta por cento) do valor da multa cominada, a ser definido pelo
Corpo de Bombeiros Militar do Pará.
§ 7° O proprietário ou responsável legal poderá solicitar novo prazo de até 90 (noventa) dias, sendo
este improrrogável, à autoridade da Unidade de Bombeiro Militar responsável pelo processo, sem
https://www.sistemas.pa.gov.br/sisleis/legislacao/6418 13/20
31/03/2021 LEGIS-PA
aplicação do Termo de Autorização para Adequação no Corpo de Bombeiros, desde que seja antes
do término do prazo previsto no caput deste artigo e que esteja devidamente fundamentado o não
cumprimento das exigências.
§ 8° Em caso de recusa em firmar o compromisso previsto no § 6° deste artigo será retomado o
procedimento que o originou, conforme o disposto no § 2° deste artigo.
Art. 79. O pagamento da multa não isenta o responsável do cumprimento das exigências e demais
sanções na esfera cível e penal.
Art. 80. O auto de infração deverá ser lavrado em formulário próprio, conforme modelo a ser definido
em instrução técnica do Corpo de Bombeiros Militar do Pará.
Art. 81. O pagamento de uma multa não isenta o pagamento das demais.
Art. 82. O cálculo do valor da multa deverá levar em consideração a gravidade da infração e o valor
de referência correspondente ao licenciamento da edificação ou área de risco, conforme o disposto
no Anexo II desta Lei.
Art. 83. O recolhimento das multas e demais valores deverão ser efetuado em até 30 (trinta) dias,
por meio de Documento de Arrecadação Estadual (DAE), na rede bancária credenciada.
Art. 84. Finalizado o processo administrativo, sem o recolhimento dos valores devidos em razão da
multa aplicada, será remetido ao órgão competente para inscrição em dívida ativa.
Art. 85. Os valores arrecadados das multas aplicadas serão recolhidos para o Fundo Especial de
Bombeiros previsto no art. 104 e revertidos para investimentos e custeio, com vistas à melhoria das
atividades operacionais do Corpo de Bombeiros Militar do Pará.
Subseção III
Da cassação do licenciamento
Art. 86. O licenciamento no Corpo de Bombeiros Militar do Pará perderá sua eficácia mediante a
cassação, nas seguintes hipóteses:
I - de descumprimento das obrigações impostas por lei de instalar as medidas de segurança contra
incêndios e emergências na edificação ou área de risco; e/ou
II - de perda de eficácia de informações, documentos ou atos que tenham servido de fundamento à
licença, em razão de alterações físicas ou de utilização, ocorridas na edificação ou área de risco em
relação às condições anteriores, aceitas pelo Corpo de Bombeiros Militar do Pará.
Parágrafo único. A cassação do licenciamento no Corpo de Bombeiros Militar do Pará deverá ser
comunicada à prefeitura municipal da localidade e aos demais órgãos de fiscalização que requeiram
em seus atos de liberação o licenciamento da Corporação.
Subseção IV
Da suspensão do cadastramento
Art. 87. O cadastramento no Corpo de Bombeiros Militar do Pará perderá sua eficácia mediante a
suspensão, nas seguintes hipóteses:
I - quando da ocorrência de uma segunda advertência, pelo prazo máximo de 06 (seis) meses;
II - pela não revalidação do Certificado de Cadastramento;
III - pelo descumprimento da obrigatoriedade no recolhimento das taxas de Anotação de
Responsabilidade Profissional dentro do prazo estabelecido; e/ou
IV - estar com o licenciamento da edificação fora da validade.
https://www.sistemas.pa.gov.br/sisleis/legislacao/6418 14/20
31/03/2021 LEGIS-PA
Parágrafo único. O prazo da suspensão do cadastramento será de 120 (cento e vinte) dias,
independentemente da correção das irregularidades.
Seção III
Das medidas acautelatórias
Art. 88. O Corpo de Bombeiros Militar do Pará, no exercício da fiscalização que lhe compete, poderá
aplicar as seguintes medidas acautelatórias:
I - suspensão temporária das atividades ou evento;
II - interdição parcial ou total da edificação ou área de risco; ou
III - embargo parcial ou total de local de construção ou reforma.
Subseção I
Da suspensão temporária das atividades ou evento e da interdição
Art. 89. Quando constatado risco iminente à vida e à saúde, o Corpo de Bombeiros Militar do Pará
deverá adotar imediatamente as seguintes medidas acautelatórias:
I - suspensão temporária das atividades ou evento; e/ou
II - interdição parcial ou total da edificação ou área de risco.
§ 1° Considera-se risco iminente à vida e à saúde, entre outros:
I - capacidade de público excedida;
II - obstrução das saídas de emergência;
III - inexistência de saídas de emergência ou em inconformidade com a normatização do Corpo de
Bombeiros Militar do Pará;
IV - irregularidades na sinalização das saídas de emergência;
V - irregularidades na iluminação de emergência relacionadas às saídas de emergência;
VI - iminência de colapso estrutural;
VII - não observância de critérios de segurança durante a realização de espetáculos pirotécnicos;
e/ou
VIII - não observância de critérios de segurança, durante o evento em instalações temporárias.
§ 2° Aplica-se a medida acautelatória de suspensão temporária das atividades ou evento por um
período de 48 (quarenta e oito) horas, quando for constatada extrapolação da capacidade de
público prevista pelo Corpo de Bombeiros Militar do Pará.
§ 3° A aplicação da medida prevista no § 2° deste artigo implica o enquadramento em infração penal
ao proprietário ou promotor do evento, conforme previsto no art. 65 da Lei Federal n° 8.078, de 11
de setembro de 1990, desde que não haja outras irregularidades.
§ 4° A penalidade de suspensão temporária das atividades ou evento por 48 (quarenta e oito) horas
prevista no § 2° deste artigo ensejará a interdição total em caso de reincidência.
§ 5° Aplica-se cautelarmente a interdição total ou parcial de edificação ou área de risco quando:
I - for constatada qualquer das hipóteses previstas nos incisos II a VIII do § 1° deste artigo; e/ou
II - quando inexistirem medidas de segurança contra incêndios e emergências na edificação ou área
de risco.
§ 6° A interdição da edificação ou área de risco resulta na suspensão imediata do funcionamento de
qualquer atividade na área interditada até o saneamento dos motivos que resultaram na aplicação
da medida ou provimento do recurso interposto pelo interessado.
§ 7º O proprietário ou responsável pelo uso da edificação ou área de risco será comunicado da
interdição por meio idôneo previsto em regulamento.
Art. 90. Compete ao oficial de serviço, na sua área de atuação, a aplicação das medidas
acautelatórias previstas no art. 89 e, na sua ausência, ao chefe da guarnição de serviço da Unidade
de Bombeiro Militar do local, uma vez constatado o risco iminente à vida e à saúde.
Art. 91. Será procedida a desinterdição quando o responsável pela edificação ou área de risco
sanar todas as irregularidades constantes do auto de interdição, independentemente de ter sido
recolhido o valor da multa correspondente.
Subseção II
Do embargo
Art. 92. A medida acautelatória de embargo de edificação ou área de risco será aplicada quando a
construção ou reforma não for executada de acordo com a legislação de segurança contra incêndios
e emergências do Estado do Pará ou expuser as pessoas ou outras edificações a perigo.
Art. 93. O embargo será acompanhado de notificação, na qual serão elencadas as não
conformidades que motivaram a referida sanção.
Parágrafo único. O embargo independe do prazo previsto na notificação.
https://www.sistemas.pa.gov.br/sisleis/legislacao/6418 15/20
31/03/2021 LEGIS-PA
Art. 94. Será lavrado o termo de desembargo quando o responsável pela edificação ou área de risco
sanar todas as irregularidades constantes do ato de embargo.
Art. 95. As demais disposições sobre o embargo serão tratadas no regulamento desta Lei.
Seção IV
Do Termo de Autorização para Adequação do Corpo de Bombeiros (TAACB)
Art. 96. O Termo de Autorização para Adequação do Corpo de Bombeiros poderá ser emitido,
excepcionalmente, para edificações ou áreas de risco que necessitem de prazo para ajustamento
das medidas de segurança contra incêndios e emergências, mediante avaliação do risco, das
medidas compensatórias e do cronograma físico de obras para a respectiva adequação pela
Comissão Técnica.
§ 1° As obrigações e cominações serão reduzidas no Termo de Autorização para Adequação do
Corpo de Bombeiros, com o compromisso de ajustamento de conduta que conterá, dentre outras,
cláusulas que estipulem o seguinte:
I - a obrigação do compromitente em adequar sua conduta às exigências normativas, no prazo
acordado, com as especificações sobre as medidas a serem adotadas e eventuais equipamentos a
serem instalados, sob pena de multa e cassação do licenciamento, se houver, em caso de
descumprimento do Termo de Autorização para Adequação do Corpo de Bombeiros; e
II - as sanções pecuniárias por descumprimento total ou parcial do Termo de Autorização para
Adequação do Corpo de Bombeiros, que terão sua gradação conforme a área total construída da
edificação ou área de risco, conforme o Anexo III desta Lei.
§ 2° O Termo de Autorização para Adequação do Corpo de Bombeiros tem prazo máximo de
vigência de 36 (trinta e seis) meses, improrrogáveis, contados da data de assinatura do Termo.
§ 3° Quando a vigência prevista no § 2° deste artigo ultrapassar o prazo de 01 (um) ano, a cada
ano deverá ser recolhida a taxa referente à renovação do licenciamento.
§ 4° A celebração do Termo de Autorização para Adequação do Corpo de Bombeiros não anula
multa que tenha sido aplicada, mas suspende o curso do procedimento que a originou, o qual
somente poderá ser arquivado após o atendimento de todas as condições estabelecidas no
respectivo Termo.
§ 5° No caso de inviabilidade técnica para execução de medidas de segurança contra incêndios e
emergências, inclusive instalação de equipamentos, a autoridade máxima do Serviço Técnico do
Corpo de Bombeiros Militar do Pará poderá designar Comissão Técnica, a fim de analisar e emitir
parecer conclusivo acerca de solução técnica compensatória.
§ 6° A análise e emissão do parecer previsto no § 5° deste artigo será precedida de apresentação
de estudo técnico elaborado por profissional habilitado, que justifique a inviabilidade técnica e
aponte de forma objetiva a solução de caráter compensatório.
§ 7º Os valores arrecadados das multas aplicadas serão recolhidos para o Fundo Especial de
Bombeiros previsto no art. 104 e revertidos para investimentos e custeio, com vistas à melhoria das
atividades operacionais do Corpo de Bombeiros Militar do Pará.
CAPÍTULO VII
DA DEFESA E DO RECURSO
Art. 97. Contra a aplicação de quaisquer das penalidades administrativas ou medidas acautelatórias
previstas na legislação vigente caberá defesa e, se for o caso, recurso.
Art. 98. Para a apresentação de defesa, interposição de recurso ou solicitação de prazo perante o
Corpo de Bombeiros Militar do Pará deverão ser observados os procedimentos gerais quanto ao
processamento, tramitação e prazos, para que a defesa, recurso ou solicitação seja conhecido e
apreciado.
Parágrafo único. Aplica-se quanto à defesa e ao recurso, no caso das sanções de que trata o art.
42, o disposto no art. 113 e ss. da Lei n° 8.972, de 2020.
Art. 99. O responsável pela edificação ou área de risco poderá apresentar defesa escrita e
devidamente fundamentada, caso discorde das não conformidades elencadas ou penalidades
aplicadas.
§ 1° A defesa deverá ser protocolada na forma e local indicado na comunicação da infração ou
medida acautelatória, no prazo de 30 (trinta) dias úteis.
§ 2° A defesa será apreciada por Comissão Técnica.
§ 3° Até a decisão sobre a defesa, fica suspenso o prazo estabelecido na advertência.
Art. 100. Cabe à Comissão Técnica conhecer e julgar a defesa apresentada, observados, para
tanto, os aspectos técnicos e legais da matéria.
Parágrafo único. Para melhor instruir o exame da defesa, a Comissão Técnica poderá determinar a
https://www.sistemas.pa.gov.br/sisleis/legislacao/6418 16/20
31/03/2021 LEGIS-PA
realização de diligências, bem como solicitar do interessado que junte ao processo outros
documentos indispensáveis à verificação dos fatos.
Art. 101. Da decisão proferida pela Comissão Técnica caberá recurso ao Comandante do Comando
de Operações de Bombeiros (COB’s) da região do Estado em que aplicada a penalidade ou a
medida acautelatória.
Parágrafo único. O prazo para interposição do recurso é de 30 (trinta) dias úteis, contados da
ciência da decisão da Comissão Técnica.
TÍTULO IV
DAS TAXAS DEVIDAS AO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO PARÁ
CAPÍTULO I
DAS TAXAS
Art. 102. As taxas devidas em razão do exercício do poder de polícia do Corpo de Bombeiros Militar
do Pará estão previstas no Anexo I desta Lei.
CAPÍTULO II
DAS ISENÇÕES
Art. 103. São isentos das taxas e emolumentos do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, previstas
nesta Lei, exclusivamente:
I - o licenciamento de atividades e eventos de cunho religioso, sem fins lucrativos, realizados por
igrejas e instituições religiosas no Estado do Pará;
II - o licenciamento dos templos de qualquer culto e entidades de ensino religioso;
III - as solicitações para realização de licenciamento ou renovação de licenciamento de edificações
ou áreas de risco classificadas como Microempreendedor Individual (MEI), nos termos da legislação
em vigor;
IV - as solicitações de instituições ou entidades para realização de treinamento e cursos de
formação ou de requalificação de brigadas de incêndio, bombeiros civis, de primeiros socorros ou
socorros de urgência, e de salvavidas ou guarda-vidas de piscina para atender a relevante fim
social, desde que tenham firmado convênio com o Corpo de Bombeiros Militar do Pará para essa
finalidade;
V - as entidades filantrópicas, reconhecidas de utilidade pública por lei;
VI - os órgãos da Administração Direta, Autárquica e Fundacional, da União, dos Estados, dos
Munícipios e do Distrito Federal;
VII - os Poderes Legislativo e Judiciário Federal ou Estadual; e
VIII - as solicitações para realização de análise de projetos de eventos temporários, de vistorias
técnicas, de perícias de incêndios e explosões em locais de sinistro para os órgãos dos poderes
públicos constituídos.
TÍTULO V
DO FUNDO ESPECIAL DE BOMBEIROS (FEBOM)
Art. 105. Fica assegurado o repasse mensal de 7% (sete por cento) da arrecadação referente às
taxas do Fundo Especial de Bombeiros para o Fundo de Investimento de Segurança Pública (FISP),
a título de investimentos e custeio nas áreas de integração em que o Corpo de Bombeiros Militar do
Pará faça parte.
Art. 106. Aplicam-se à execução financeira do Fundo Especial de Bombeiros as normas gerais que
regem a legislação orçamentária e financeira públicas.
Art. 107. O Fundo Especial de Bombeiros terá contabilidade própria com escrituração geral e estará
sujeito ao controle externo do Tribunal de Contas do Estado do Pará, sem prejuízo do controle
interno e de auditoria que o Corpo de Bombeiros Militar do Pará adotar.
Art. 108. O Fundo Especial de Bombeiros será administrado pelo Comitê de Gestão e Administração
Superior do Corpo de Bombeiros Militar do Pará.
§ 1° O Fundo Especial de Bombeiros terá como presidente o ComandanteGeral do Corpo de
Bombeiros Militar do Pará, que exercerá a função de ordenador de despesas, assessorado pelos
membros do Comitê de Gestão e Administração Superior.
§ 2° O Comitê de Gestão e Administração Superior do Fundo Especial de Bombeiros será
constituído por oficiais militares do Corpo de Bombeiros Militar do Pará previsto na regulamentação
desta Lei.
§ 3° Compete ao Presidente do Fundo Especial de Bombeiros aprovar os planos de aplicação dos
recursos do Fundo encaminhados pelo Comitê de Gestão e Administração Superior e estabelecer as
prioridades de execução de despesas.
§ 4° Compete ao Comitê de Gestão e Administração Superior deliberar sobre os planos e programas
de aplicação de recursos do Fundo Especial de Bombeiros, bem como assessorar o Presidente do
Comitê nos demais assuntos pertinentes à gestão do Fundo.
Art. 109. As receitas a que se referem o § 3° do art. 104 serão depositadas diretamente em conta
especial, sob a denominação de Fundo Especial de Bombeiros, e aplicadas para atender
exclusivamente às necessidades do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, segundo planos de
aplicação, elaborados pelo Comitê de Gestão e Administração Superior, depois de apreciados e
aprovados pelo Comandante-Geral da Corporação.
Art. 110. A conta bancária específica do Fundo Especial de Bombeiros será movimentada pelo
Presidente do Comitê de Gestão e Administração Superior e o responsável pelo setor financeiro da
corporação.
Art. 111. O Corpo de Bombeiros Militar do Pará divulgará com periodicidade quadrimestral, em sua
página oficial na internet, o demonstrativo atualizado da execução orçamentária do Fundo Especial
de Bombeiros, o qual conterá:
I - a receita mensal e a acumulada no ano ou exercício financeiro; e
II - a despesa executada tendo como fonte os recursos financeiros mensais e acumulados no ano ou
exercício financeiro, discriminada por Comando de Operações de Bombeiros (COB’s) da região do
Estado do Pará, por natureza e por grupo de despesa.
Art. 112. O chefe do Poder Executivo, por meio de regulamento, baixará as instruções normativas
complementares à operacionalidade do Fundo Especial de Bombeiros.
TÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
https://www.sistemas.pa.gov.br/sisleis/legislacao/6418 18/20
31/03/2021 LEGIS-PA
Art. 113. Fica vedado ao militar do Corpo de Bombeiros Militar do Pará ou a servidor civil a serviço
da Corporação ser proprietário, prestador de serviço de qualquer natureza ou consultor, em caráter
privado, quando no serviço ativo, diretamente ou por interposta pessoa, de empresa de execução
de projeto, comercialização, instalação, manutenção e conservação nas áreas de segurança contra
incêndios e emergências.
§ 1° Caso o militar ou servidor civil contrarie o caput deste artigo serão aplicadas ao infrator as
sanções previstas em legislação específica.
§ 2° Fica excluído do caput deste artigo atividade de docência exercida por militar ou por servidor
civil a serviço da Corporação.
Art. 114. Os emolumentos devidos pelos atos de análise de projeto e vistoria técnica para
licenciamento e renovação de licenciamento serão reduzidos em 75% (setenta e cinco por cento)
para as edificações ou áreas de risco que possuam sistema automático de supressão de incêndio
instalado e em condições de uso, desde que esta medida de segurança não tenha sido exigida de
forma compulsória pelo Corpo de Bombeiros Militar do Pará.
Art. 115. A perícia de incêndio e explosões será obrigatória sempre que o Corpo de Bombeiros
Militar do Pará for acionado, independentemente de o proprietário ou de quem possua a posse do
imóvel ou veículo solicitar ou facultar a exigência da perícia.
Parágrafo único. O detentor da propriedade deverá assinar termo de recusa de perícia, se recusar a
perícia a que se refere o caput deste artigo.
Art. 116. A Lei n° 6.010, de 27 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 2º A Taxa de Segurança tem como fato gerador a efetiva ou potencial utilização, por pessoa
determinada, de qualquer ato decorrente do poder de polícia, serviço ou atividade policial-militar,
inclusive policiamento preventivo, prestado ou posto à disposição do contribuinte por qualquer dos
órgãos do Sistema de Segurança Pública (art. 3° da Lei n° 5.944/1996), exceto o Departamento de
Transito do Estado do Pará (DETRAN-PA) e o Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA).”
Art. 117. A Lei n° 6.016, de 30 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1° Fica criado o Fundo de Investimento de Segurança Pública (FISP) com a finalidade de
prover recursos para reequipamento, manutenção de material, construção e reforma física das
Polícias Civil e Militar do Estado do Pará.
§ 1° Compreendem-se por despesas com reequipamento os investimentos e inversões financeiras
definidos nos §§ 4° e 5° do art. 12 da Lei Federal n° 4.320, de 17 de março de 1964, e as despesas
com manutenção de material, construção e reforma física das Polícias Civil e Militar do Estado do
Pará, previstas no § 1° do mesmo dispositivo legal.
......................................................................................................
Art. 2° O Fundo de Investimento de Segurança Pública será constituído dos recursos provindos das
taxas e preços públicos arrecadados pelas Polícias Civil e Militar do Estado do Pará, os quais ficam
rigorosamente vinculados à receita própria e originária de cada órgão arrecadador, sendo vedada
ao Conselho Diretor, a destinação dos recursos de um órgão para outro.
......................................................................................................
Art. 8° O Gestor Administrativo e Financeiro do Fundo de Investimento de Segurança Pública será o
Conselho Diretor, presidido pelo Secretário de Estado de Segurança Pública e composto por
membros representantes das Polícias Civil e Militar do Estado do Pará e pelo Diretor do Núcleo
Central de Segurança Pública, que atuará como seu Diretor Técnico. ”
Art. 118. As taxas do Grupo III do Anexo Único da Lei n° 6.724, de 5 de fevereiro de 2005, referentes
ao exercício do poder de polícia ou pela utilização efetiva ou potencial de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Pará ao contribuinte ou
postos a sua disposição, passam a vigorar conforme os Anexos I, II e III desta Lei.
Art. 120. O Poder Executivo Estadual editará normas complementares para a fiel execução desta
Lei, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias.
HELDER BARBALHO
Governador do Estado
https://www.sistemas.pa.gov.br/sisleis/legislacao/6418 19/20
31/03/2021 LEGIS-PA
ANEXO I
ANEXO II
ANEXO III
https://www.sistemas.pa.gov.br/sisleis/legislacao/6418 20/20