Atuação Profissioal em Educação e Saúde Conceitos e Procedimentos
Atuação Profissioal em Educação e Saúde Conceitos e Procedimentos
Atuação Profissioal em Educação e Saúde Conceitos e Procedimentos
EM EDUCAÇÃO E SAÚDE:
Conceitos e procedimentos
J O S É A I R T O N D E F R E I TA S P O N T E S J U N I O R
A N A PA U L A VA S C O N C E L O S D E O L I V E I R A TA H I M
LEANDRO ARAUJO DE SOUSA
M A R K C L A R K A S S E N D E C A R VA L H O
Organizadores
José Airton de Freitas Pontes Junior
Ana Paula Vasconcelos de Oliveira Tahim
Leandro Araujo de Sousa
Mark Clark Assen de Carvalho
(Organizadores)
ATUAÇÃO PROFISSIONAL
EM EDUCAÇÃO E SAÚDE:
conceitos e procedimentos
EDITORA CRV
Curitiba - Brasil
2018
Copyright © da Editora CRV Ltda.
Editor-chefe: Railson Moura
Diagramação e Capa: Editora CRV
Revisão: Os Autores
Bibliografia
ISBN EDUECE 978-85-7826-579-3
ISBN CRV 978-85-444-2115-4
DOI 10.24824/978854442115.4
2018
Foi feito o depósito legal conf. Lei 10.994 de 14/12/2004
Proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização da Editora CRV
Todos os direitos desta edição reservados pela: Editora CRV
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Eliane P. Zamith Brito | FGV Maria Lírida Callou de Araújo e Mendonça | UNIFOR
Homero Santiago | USP Pierre Salama | Universidade de Paris VIII
Ieda Maria Alves | USP Romeu Gomes | FIOCRUZ
Manuel Domingos Neto | UFF Túlio Batista Franco | UFF
Editora filiada à
SUMÁRIO
PREFÁCIO....................................................................................................... 11
Beatriz Oliveira Pereira
Introdução
Elemento Definição
Documentos
Fontes de dados, a matéria-prima do pesquisador.
(Documents)
Trechos dos documentos destacados pelo pesquisador no processo de análise
Citações
com os recursos do software. Para destacá-la é necessário selecionar o trecho e
(Quotations)
associá-la a pelo menos um código.
Expressão criada pelo pesquisador para resumir as ideias contidas nas citações.
À medida que o pesquisador identifica citações nos registros qualitativos que po-
dem ser resumidas de acordo com a nomeação do código criado, elas passam
Códigos
a ser agrupadas. Além das citações, cada código pode ser associado a outros
(Codes)
códigos. Bandeira-de-Mello e Cunha (2003, p.6) explicam que no ATLAS.ti os có-
digos “apresentam dois números na referência. O primeiro se refere ao número de
citações ligadas a ele; e o segundo, ao número de códigos”.
“Guarda-chuva” que congrega os códigos criados no processo de análise. Geral-
Grupos
mente, cada grupo é nomeado de acordo com o questionamento e/ou temática
(Groups)
que suscitou a resposta do pesquisado.
A partir desse ponto será descrito como proceder em cada uma das eta-
pas supracitadas. O propósito, portanto, não é apresentar exaustivamente
todas as possibilidades do ATLAS.ti 8, nem tampouco explanar todos os
modos possíveis de proceder a uma análise qualitativa de dados com o auxí-
lio do programa.
20
Antes da análise
Análise de dados
Opção Função
Cria um código de acordo com a passagem de texto selecionada. O nome do
Code In Vivo
código é uma cópia do trecho selecionado.
Enter Code
Names Cria um código para a seleção de texto realizada. O nome do código é criado
ou conforme o interesse do pesquisador.
Open Coding
Select Code(s) Codifica a atual seleção a partir de um código já criado disponível na lista de
from List ou códigos. O nome do código já foi criado, nesse caso, a citação passa a ser
List Coding vinculada ao código indicado pelo pesquisador.
Last Used
Code(s)
Codifica a seleção com o código usado na última codificação.
ou
Quick Coding
no quadro do lado direito (Codes not in group) para o grupo que fica do lado
esquerdo (Codes in group), usando as setas do software.
Depois de analisar todas as respostas dos sujeitos a uma determinada
pergunta/temática, como foi orientado inicialmente, é essencial que o pes-
quisador reúna todos os códigos criados em grupo, do contrário, caso o pes-
quisador passe analisar e a codificar as respostas de outras perguntas, mais
adiante, ele terá dificuldades de discriminar e organizar os códigos de acordo
com as perguntas/temáticas que os originaram.
Diante do exposto, vale mencionar a importância de elaborar categorias
ao analisar dados qualitativos de pesquisas na área da educação, uma vez que,
contribui na interpretação das informações coletadas (FLICK, 2013). Para tanto,
os pesquisadores podem fazer o uso de software para criar categorias (ELLIOT;
HILDENBRAND; BERENGER, 2012), assim como foram criadas no estudo
de Bizarria, Tassigny e Silva (2017) por meio do ATLAS.ti.
Resultados da análise
Nessa seção, para melhor explicar as três possibilidades de apresenta-
ção dos resultados da análise (Relatório, Tabela e Network) realizamos uma
análise dos dados da pesquisa de Carelli1 (2002) citados por Franco (2003) e
com base nos resultados obtidos citamos exemplos para cada um dos forma-
tos de apresentação dos resultados.
Mais precisamente, utilizamos as respostas de 10 dos sujeitos da pes-
quisa de Carelli (2002) fornecidas à seguinte pergunta: Por que precisamos
saber ler? Pergunta proposta com o intuito de “identificar os motivos, as
finalidades e a importância da leitura, na condição de atributos, explicitados
pelas crianças, que dizem respeito à aquisição da habilidade de saber ler e
escrever” (CARELLI, 2002 apud FRANCO, 2003, p. 62).
Davi Igor João José Lara Levi Luis Paula Thaís Vitor Totals
Condição para a
0 1 0 0 0 0 0 1 1 0 3
aprendizagem
Exigência escolar 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1
Expectativas
1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 2
profissionais
Necessidades básicas
0 0 1 1 1 0 1 0 0 1 5
de sobrevivência
Progressão escolar 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Total 1 2 1 1 1 1 1 2 1 1 12
Fonte: ATLAS.ti 8.
Project: Exemplo_análisededados_atlas.ti_8
Report created by Bruna on 12/06/2017
Codes Report
All (5) codes
Condição para a aprendizagem
3 Quotations:
D 2: Igor - 2:2 Para a gente aprender
D 8: Paula - 8:1 Para aprender
D 9: Thaís - 9:1 Pra aprender as coisas.
○ Exigência escolar
1 Quotations:
D 6: Levi - 6:1 Não sei para que serve. Acho que é porque a professora quer.
○ Expectativas profissionais
2 Quotations:
D 1: Davi - 1:1 Pra trabalhar de advogado, no Exército, na Marinha, na Polícia.
D 2: Igor - 2:1 poder ser alguém na vida.
○ Necessidades básicas de sobrevivência
5 Quotations:
D 3: João - 3:1 Senão quando a gente for trabalhar e a pessoa pergun-
tar: você sabe ler? Aí quem não souber não vai poder trabalhar.
D 4: José - 4:1 Pra poder trabalhar em algum lugar que precisa saber ler e tem que estudar.
D 5: Lara - 5:1 Por exemplo, se eu chego em um lugar a pessoa manda eu ler e eu
não sei, aí eu passo vergonha. Porque muitas pessoas perguntam, você está an-
dando na rua e te perguntam “olha lê aquela placa para mim”, aí a gente fica com a
maior cara de pau se disser que não sabe. Até minha mãe que não sabe ler nada, diz
que é muito difícil viver sem saber ler. Cotada. Mas, eu vou saber ler e escrever.
D 7: Luis - 7:1 Porque a gente pode estar perdido em uma cida-
de, passa o ônibus a gente perde porque não sabe ler. Também quan-
do os outros mandam a gente ler e a gente não sabe.
D 10: Vitor - 10:1 Para poder ir ao banco e fazer as coi-
sas. Ler um cheque, o que está escrito.
○ Progressão escolar
1 Quotations:
D 8: Paula - 8:2 passar de série.
Fonte: ATLAS.ti 8.
duplo). Por meio do último comando, o programa abrirá uma janela extra
com os eventuais grupos criados, para criar a network clique com o botão di-
reito no grupo que pretende ver convertido e em seguida em Open Network.
Seguindo esses comandos, o ATLAS.ti 8 abrirá uma nova janela com a
Network criada (Janela 1).
Exigência escolar
Progressão escolar
Expectativas profissionais
Necessidades básicas de sobrev
Fonte: ATLAS.ti 8
1:1 Para trabalhar de advogado, no 6:1 Não sei para que serve. Acho
Exército, na Marinha, na Polícia Expectativas profissionais que é porque a professora quer.
Fonte: ATLAS.ti 8.
Considerações finais
Revisão do capítulo
Ficha de autoavaliação
1. Como e por quais motivos iniciou o uso de software nas etapas da pesqui-
sa qualitativa?
REFERÊNCIAS
ALVES, A.; MARTINS, C.; PINHO, E.; TOBIAS, G. A Teoria Fundamentada
em Dados como ferramenta de análise em pesquisa qualitativa. CIAIQ, v.
1, 2017. Disponível em: <http://proceedings.ciaiq.org/index.php/ciaiq2017/
article/view/1368>. Acesso em: 05 set. 2017.
TRINDADE, L. L.; PIRES, D.; MELO, T.; MENDES, M.; BIFF, D.;
FERNANDES, D. B. Utilização do software Atlas. ti® para análise das car-
gas de trabalho na Atenção Primária à Saúde no Brasil. CIAIQ, v. 2, 2017.
Disponível em: <http://proceedings.ciaiq.org/index.php/ciaiq2017/article/
view/1515/1472>. Acesso em: 25 ago. 2017.
O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO
FÍSICA E OS CONHECIMENTOS PARA
INTERVENÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR
Introdução
atores sociais da escola (pais, alunos e equipe pedagógica) não têm muita
expectativa em relação a este componente curricular, por entendê-la como
atividade somente para o aluno ‘se mexer’ no ambiente externo à sala de
aula, ou seja, compreendem-na como uma prática pela prática.
Para reverter tal situação é preciso que seus conteúdos sejam apresenta-
dos de forma articulada e sequencial, com complexidade motora e cognitiva
gradual. Diniz e Darido (2012) apontam que os demais componentes curri-
culares indicam o que será ensinado ao longo dos anos escolares, apresen-
tando objetivos claros a cada série. Mas, na Educação Física isso não ocorre,
o que gera dúvidas sobre seus conteúdos e conhecimentos e se configura
como um desafio aos estudiosos da área.
De acordo com os aspectos históricos, a Educação Física inserida na
escola passou por diversas modificações e reflexões em busca de sua conso-
lidação. A cada período, procurou-se fazê-la crescer e desenvolver-se com
o intuito de aprimorar cada vez mais seus objetivos e ações pedagógicas, ao
adotar diferentes vertentes, a fim de lhe conferir valor pedagógico formativo
e informativo nos variados contextos e garantir a sua legitimação enquanto
área do conhecimento (OLIVEIRA, 1999). Correia (2012) coloca que essas
vertentes/tendências pedagógicas apresentavam um conjunto de inferências
e proposições à área, porém não traçavam uma sistematização do conheci-
mento que a sustentasse.
A formação em Educação Física, ao longo de sua história, foi guia-
da por concepções médico-higienistas e esportivas, valorizando habilidades
fisico-esportivas (SANTIAGO; PEDROSA; FERRAZ, 2016), fazendo com
que essa área de conhecimento não apresentasse muito sentido na escola.
Esse entendimento se dava pela forma como a Educação Física foi desen-
volvida no período do militarismo, o qual buscava, entre seus objetivos, o
adestramento e a melhoria das capacidades físicas de forma a valorizar os
mais habilidosos e limitar a relevância da área como um todo.
Na vertente desportiva, a Educação Física Escolar trazia o propósito da
importância do respeito às regras, aos padrões de condutas e ao saber lidar
com vitórias e derrotas. Castellani Filho (1994) aponta que os preceitos de-
fendidos pelo esporte neste momento eram reflexo do desenvolvimento do
país, por meio do Esporte para Todos e da valorização dos atletas em compe-
tições, ao defender os seus resultados como saúde.
Na vertente da psicomotricidade, o gesto técnico é deixado de lado.
Faria Júnior e Oliveira (1986) destacam que este momento auxiliou a re-
pensar as possibilidades do esporte e os reflexos pedagógicos sobre o movi-
mento humano. Isso trouxe um pensar mais pedagógico que, de certa forma,
resultou na perda da especificidade adotada pela área até então.
A partir dos anos de 1980, apoiada nos fundamentos humanistas, a
Educação Física Escolar centra-se num trabalho para a formação integral
38
TRABALHAR PEDAGOGICAMENTE OS
SELECIONAR CONHECIMENTOS
CONHECIMENTOS
INFORMAÇÕES E
CONHECIMENTOS CONCEITOS DE APLICAÇÃO DA VALORES E
EXPRESSÕES
CONSOLIDADOS CONHECIMENTOS PRÁTICA CONDUTAS
CULTURAIS
COMPREENSÃO E AUTOCONHECIMENTO
FIXAÇÃO DO TEORIA APLICADA RELAÇÕES
EXPERIÊNCIAS, CRIATIVIDADE E
CONTEÚDO ESTABELECIDAS
AUTONOMIA
Considerações finais
Revisão do capítulo
Ficha de autoavaliação
REFERÊNCIAS
ANVERSA, A. L. B.; FERNANDES, A. V.; MOURA, G. X.; GERMANO,
A. G.; OLIVEIRA, A. A. B. Mapas conceituais e os conteúdos da Educação
Física no Ensino Médio. Disciplina de Metodologia do Ensino Superior.
Programa de Pós-Graduação Associado UEM/UEL, 2016.
ANEXO 1
PLANO DE AULA – 1
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Escola: Edson Arantes do Nascimento
ENDEREÇO: Rua do Futebol, s/n
DIA: HORÁRIO:
TURMA: Mista IDADE: 10-12 anos N. ALUNOS: 30
Professor: Amauri Oliveira
OBJETIVO GERAL
• Conhecer e vivenciar jogos da cultura popular relacionados ao futebol.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Conhecer e vivenciar os jogos: bobinho3, golzinho4 e controle5;
• Discutir o estilo brasileiro de jogar futebol;
• Incentivar a elaboração e a discussão das regras dos jogos em pequenos grupos.
CONTEÚDO
• Futebol/ futsal: cultura popular.
BOBINHO
• O bobinho pode ser entendido como um jogo em que um grupo de jogadores forma uma
roda e, dentro dela, posicionam um colega (bobinho). O objetivo dos jogadores que estão
nas extremidades da roda é trocar passes entre si, com o cuidado de que o passe seja
realizado fora do alcance do colega que está no centro da roda, o bobinho. Por outro lado,
o jogador que está no centro deve tentar interceptar os passes e recuperar a bola, quando
isso ocorre esse jogador tem o direito de sair da posição de bobinho e o jogador que errou o
passe ocupa o centro da roda, para o reinício do jogo.
• O jogo bobinho pode ser vivenciado com inúmeras regras, as quais podem dificultar ou facili-
tar a ação do bobinho. Contudo, na iniciação é importante que o maior número de jogadores
experimente a situação de bobinho. Assim sendo, em determinados momentos é relevante
flexibilizar regras e facilitar a atuação do bobinho.
• Como facilitar a ação do bobinho?
• Em alguns casos, o jogador no centro da roda só poderá sair dessa situação quando in-
terceptar o passe e dominar a bola, tal característica do jogo dificulta a ação do bobinho.
Portanto, para facilitar a ação desse jogador, o professor pode permitir que apenas o toque
na bola, sem o domínio da mesma, seja suficiente para o bobinho sair do centro.
• Outra adaptação que facilita a ação desse jogador é limitar o tamanho da roda: quanto me-
nor a roda mais fácil será o trabalho do bobinho.
• É possível ainda limitar o número de toques na bola que os jogadores na extremidade da
roda podem realizar cada vez que a recebem. Por exemplo, em situações em que o jogador
tem que dominar e passar ou mesmo passar de primeira as chances do bobinho recuperar
a bola serão maiores.
GOLZINHO
• O jogo golzinho segue a mesma lógica do jogo de futebol formal com pequenas adaptações,
tais como: o tamanho do campo, o número de jogadores e a ausência do goleiro. Assim, o
golzinho é um jogo de oposição entre duas equipes de 2 a 4 jogadores cada, em que cada
uma delas protege seu gol e ataca o gol adversário, utilizando passes, dribles, chutes, dentre
outros fundamentos.
• O campo é definido por um espaço retangular, com pequenos gols de mais ou menos um
metro de uma trave (cones, chinelos, pedras) a outra, localizados em extremidades opostas
do retângulo.
• Para se ter uma ideia de organização do campo de jogo no golzinho, em uma quadra polies-
portiva é possível dividir cada meia quadra em dois campos. Com isso, ao posicionarmos
pequenos gols nas linhas laterais teremos quatro campos de jogo.
continua...
ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO E SAÚDE 55
...continuação
CONTROLE
• No jogo controle, um grupo de mais ou menos seis jogadores enfrenta um goleiro. O objetivo
dos jogadores é levantar (erguer) ou cruzar a bola a um companheiro, o qual realizará o chu-
te para o gol antes que bola toque o chão, ou seja, o chute deve ser realizado de primeira.
Já o goleiro deve defender os chutes e torcer para que os jogadores chutem a bola para fora.
• Para cada gol realizado é anotado um ponto para os jogadores e a cada chute para fora é
anotado um ponto para o goleiro (goleiro x jogadores), aquele que atingir três pontos é o
vencedor, com isso, caso os jogadores sejam vencedores o jogo é reiniciado com o goleiro
permanecendo nessa função, caso o goleiro seja o vencedor o mesmo passa a compor a
equipe de jogadores e o último jogador que chutou para fora ocupará a função de goleiro.
2ª Parte:
• Nos três jogos propostos a seguir será fundamental organizar os alunos em pequenos gru-
pos, para que ocorra um maior contato com a bola e para que todos possam efetivamente
vivenciar e compreender os jogos.
BOBINHO
Exposição verbal:
• Dividir os alunos em cinco grupos, posicioná-los em círculos, sendo um grupo no meio da
quadra/ campo e os demais nas extremidades, mantendo certa distância entre os grupos,
para que não haja interferência entre os jogos.
Trabalho em Grupo:
• Após um período de vivência, interromper o jogo e solicitar que cada grupo modifique as
regras de seu jogo. Nesse momento, os alunos podem definir as regras a partir do que eles
já conhecem decorrente da prática em outros espaços ou mesmo indicar regras que deixem
o jogo mais simples ou mais complexo. Por exemplo, os jogadores que estão realizando o
passe podem dar no máximo dois toques na bola, ou seja, devem dominar e passar.
GOLZINHO
Exposição verbal:
• Para realizar o golzinho, é necessário criar quatro pequenos espaços de jogo em uma quadra.
Por exemplo, é possível dividir cada meia quadra em dois campos de jogo traçando uma linha
paralela à linha de fundo. Após traçar uma linha ou dividir cada meia quadra com cones, teremos
quatro campos de jogo, sendo que cada um deles deve ser ocupado por um grupo de alunos.
• Em cada campo de jogo, divida o grupo em duas equipes que deverão se enfrentar nesse espaço.
Trabalho em Grupo
• Após um período de jogo, questionar os alunos se há necessidade de dividir melhor as equi-
pes, caso alguma equipe esteja muito superior. Nesse momento, pode surgir a necessidade
de serem discutidas as atitudes dos alunos, já que alguns deles tendem a excluir aqueles
menos habilidosos. Cabe então ao professor promover uma discussão sobre como uma pes-
soa chega a ser habilidosa em determinado esporte, a importância de se ter oportunidade
para melhorar e o respeito por suas dificuldades.
• Outra discussão que o professor pode provocar diz respeito à postura defensiva e ofensiva
das equipes. Por exemplo: percebendo que uma equipe está tendo dificuldade para marcar,
o professor interrompe a partida e promove uma rápida conversa com os integrantes da
equipe. – Vocês estão com dificuldade para marcar? Por que isso está acontecendo? Quais
estratégias vocês podem utilizar para marcar melhor? Esses são alguns questionamentos
que permitem aos alunos refletir sobre o jogo e buscar formas de solucionar os problemas
enfrentados. Cabe ao professor colaborar com as reflexões dos alunos, mas em hipótese
alguma deve apresentar a eles respostas prontas.
CONTROLE
Exposição verbal:
• Para realizar o controle, divida os alunos em quatro grupos. Para cada grupo é necessário
disponibilizar um gol (traves). Em uma quadra ou campo, por exemplo, é possível utilizar os
dois gols convencionais e construir mais dois gols nas linhas laterais no meio da quadra,
usando cones ou outros materiais. É importante manter uma distância mínima entre os gols
para que as equipes tenham espaço para jogar.
continua..
56
...continuação
Trabalho em Grupo:
• No início, para jogadores iniciantes, é difícil levantar a bola para realizar o chute. Portanto,
incentive os grupos a criarem regras que facilitem o jogo.
• Incentive também os alunos a criarem novos códigos de pontuação para o jogo.
3ª Parte:
Exposição verbal – roda final:
• Ao final da aula converse com os alunos sobre a importância de resgatar os jogos populares
relacionados ao futebol.
• Conhecer e vivenciar os jogos de futebol é, de certa forma, compreender a constituição do
estilo de jogar brasileiro. Além disso, a aprendizagem dessas práticas garante repertório de
jogos para que os alunos possam vivenciá-los no tempo livre de lazer.
RECURSOS
BOBINHO
• 5 bolas de borracha ou de futebol.
GOLZINHO
• 4 bolas de borracha ou de futebol, 16 cones ou objetos adjacentes para marcação dos gols
e coletes ou fitas para identificar as equipes.
CONTROLE
• 4 bolas de borracha ou de futebol e 4 cones ou objetos similares para marcação dos gols.
AVALIAÇÃO
• Solicitar aos alunos que realizem um desenho com a representação dos jogos bobinho,
golzinho e controle.
• Solicitar que alguns alunos tentem explicar os jogos, as regras, os movimentos permitidos,
os códigos de pontuação.
• Solicitar que cada aluno ensine/ explique um dos jogos a um colega fora do PST e, na pró-
xima aula, traga as dúvidas que surgiram no momento da explicação.
REFERÊNCIAS
FREIRE, J. B. Pedagogia do futebol. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 2003.
OLIVEIRA, A. A. B.; PERIM, G. L. (Orgs.). Fundamentos pedagógicos para o
programa segundo tempo: 1º ciclo nacional de capacitação dos coordenado-
res de núcleo. Brasília: Ministério do Esporte; Porto Alegre: UFRGS, 2008.
WISNIK, J. M. Veneno remédio: o futebol e o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
Material de Apoio
6 Importante ressaltar que essas diferenças de estilo vêm se diluindo nas últimas décadas em decorrência do processo de globa-
lização do futebol e transferência internacional de jogadores e técnicos, tal fato é bem exemplificado com as características dos
jogos da Copa do Mundo da África do Sul, na qual a dimensão tática pareceu sobrepor à dimensão técnica criativa.
REPERCUSSÕES DO NOVO ENEM
NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DE
PROFESSORES DE MATEMÁTICA
DO ENSINO MÉDIO
Introdução
O novo ENEM
Esse conceito, não reside apenas nos recursos a serem acionados, mas
na sua articulação, para que seja possível tomar atitudes. Assim, o desenvol-
vimento de competências pressupõe que o indivíduo não somente adquira
recursos, como conhecimentos, habilidades, atitudes e valores, mas cons-
trua, a partir deles, combinações apropriadas à ação (RABELO, 2013a).
68
Considerações finais
Revisão do capítulo
Ficha de autoavaliação
REFERÊNCIAS
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Portaria
Nº 109 de 27 de Maio de 2009. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/
web/enem/legislacao>. Acesso em: 15 ago. 2016.
BRASIL. Ministério da Educação. Conferência Nacional de Educação.
Documento Referência Elaborado pelo Fórum Nacional de Educação.
Brasília: 1. CONAE/MEC, 2013.
BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira. Matriz de Referência para o ENEM 2009.
Brasília: INEP/MEC, 2009a. Disponível em: <http://download.inep.gov.
br/educacao_basica/enem/downloads/2012/matriz_referencia_enem.pdf>.
Acesso em: 24 out. 2017.
BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira. ENEM. Relatório Pedagógico ENEM 2009.
Brasília: INEP/MEC, 2009b. Disponível em: <http://download.inep.gov.
br/educacao_basica/enem/relatorios_pedagogicos/relatorio_pedagogico_
enem_2009_2010.pdf>. Acesso em: 20 out. 2017.
BRASIL. Universidade Federal de Santa Catarina. Resolução Nº 02 de 30
de Janeiro de 2012. Disponível em: <http://www.ca.ufsc.br/files/2012/04/
rceb002_121.pdf>. Acesso em: 24 out. 2017.
FERREIRA, E. M. Análise da Abrangência da Matriz de Referência do
ENEM com Relação às Habilidades Avaliadas nos Itens de Matemática
Aplicados de 2009 a 2013. 2014. 63 f. Dissertação (Mestrado Profissional
em Matemática em Rede Nacional). Departamento de Matemática,
Universidade de Brasília, Brasília, 2014. Disponível em: <http://repositorio.
unb.br/handle/10482/17321>. Acesso em: 24 out. 2017.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem componente do ato pedagó-
gico. 1. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
PERRENOUD, P. Prática pedagógica, profissão docente e formação:
perspectivas sociológicas. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1993.
PONTES, J. C. Contextualização, interdisciplinaridade e resolução de pro-
blemas nas provas de Matemática do ENEM 2009. In: RAMALHO, B. L.;
NÚÑEZ, I. B. Aprendendo com o ENEM: reflexões para melhor se pen-
sar o ensino e a aprendizagem das ciências naturais e matemática. Brasília:
Líber Livro, 2011.
ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO E SAÚDE 75
Introdução e desenvolvimento
Educação, houve apenas oito estudos cujo objetivo principal foi apresentar
ou avaliar estratégias de prevenção de violência escolar, sendo que destes
apenas a intervenção estudada por Pereira e Gioia (2010) se fundamentou na
abordagem da análise do comportamento.
Pereira e Gioia (2010) ensinaram conceitos analítico-comportamentais a
professores para que melhor consequenciassem os comportamentos dos alu-
nos, tendo notado que em comparação com professores de um grupo controle,
a intervenção alcançou os resultados esperados. Apesar disso, os autores não
descreveram informações importantes da intervenção, isto é, número total de
encontros, duração e objetivo de cada encontro, materiais utilizados, número
de participantes do grupo controle e experimental e se foram empregados ins-
trumentos que tenham tido suas características psicométricas avaliadas.
Semelhantemente, Stelko-Pereira e Williams (2012) desenvolveram um
programa denominado “Violência Nota Zero” que tem como foco reduzir
situações de bullying e violência escolar e promover relações interpessoais
saudáveis na escola. Este programa envolveu a capacitação de professores,
tendo sido implementado em uma escola pública do interior de São Paulo,
tendo como meta que os professores fossem capazes de: 1) caracterizar o
bullying e a violência escolar; 2) identificar situações em que alunos estavam
envolvidos como autores, vítimas ou testemunhas da violência escolar; 3)
descrever fatores de risco e proteção para a violência escolar, agindo para
aumentar os fatores de proteção e diminuir os de risco que envolvessem mais
diretamente a escola; 4) dimensionar as repercussões negativas na saúde
para os indivíduos envolvidos em situações de violência; e 5) criar contextos
de valorização de comportamentos adequados, como de resolução pacífica
de conflitos (STELKO-PEREIRA; WILLIAMS, 2012). Esse programa apre-
sentou resultados promissores, como redução de índice de autoria de violên-
cia por alunos em comparação com grupo controle (STELKO-PEREIRA;
WILLIAMS, 2016). O programa foi então aprimorado com a inclusão de
um livro (WILLIAMS; STELKO-PEREIRA, 2013) e vídeo (STELKO-
PEREIRA; WILLIAMS, 2013) e está sendo testado em tese de doutoramen-
to com estes novos recursos.
Além do treinamento de professores, são necessárias intervenções que
envolvam alunos. Neste sentido o programa “Violência Nota Zero” vem
sendo ampliado, com a inclusão de um novo componente, específico a alu-
nos pré-escolares. Este componente envolve dez encontros com atividades
diversas (role-play, dinâmicas de grupo, dentre outras) a serem aplicados
semanalmente com duração de 50 minutos (AMÂNCIO, 2015), a aplicação
de tecnologias educativas lúdicas (um jogo de cartas denominado “Não fique
com o bullying”, um jogo de tabuleiro chamado “Super-aluno” e uma brin-
cadeira que envolve o treino de resolução pacífica de conflitos que se chama
“Os conciliadores”) e, por fim, a valorização de comportamentos adequados
ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO E SAÚDE 89
Revisão do capítulo
Ficha de autoavaliação
5. Qual a importância das regras para o ambiente escolar? Como estas de-
vem ser elaboradas e aplicadas?
7. O que é o PBIS?
REFERÊNCIAS
ABRAMOVAY, M.; RUA, M. G. Violências nas escolas. Brasília: UNESCO
no Brasil, 2002.
org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2010000100005>.
Acesso em: 24 out. 2017.
Introdução
teste de corrida o resultado foi avaliado como razoável para ambos os sexos
em todas as faixas etárias; no teste de abdominal por minuto o resultado foi
considerado bom para os dois grupos, já na avaliação do IMC viu-se que o
grupo das meninas apresentavam excesso de peso em todas as faixas etárias
e os meninos apenas em uma, a de 9 anos.
Em seu estudo, Leite et al. (2015) buscou comparar o desenvolvimento
de crianças do ensino fundamental I de uma escola pública (53 indivíduos) e
de uma particular (47 indivíduos). Foram aplicados os seguintes testes pro-
postos pela PROESP-BR: salto horizontal, arremesso de medicineball e teste
de velocidade de 20m, além do cálculo do IMC. Na escola pública: 66,67%
dos estudantes apresentaram IMC normal, 44,44% tiveram o salto horizontal
considerado muito bom, 66,67% foram considerados bons ou muito bons no
teste de arremesso de medicineball e ninguém foi considerado bom ou muito
bom no teste de corrida de 20m. Na escola particular: 77,78% apresentaram
IMC normal; 66,67% tiveram o salto horizontal considerado muito bom,
ninguém foi considerado bom ou muito bom no arremesso de medicineball e
22,22% foram avaliados como muito bons no teste da corrida de 20m.
No ambiente escolar é possível aplicar a maioria dos testes aqui apre-
sentados, por serem de baixo custo e de fácil adaptação: testes relacionados
a medidas antropométricas, TC6, teste de força explosiva para membros in-
feriores e teste de velocidade. Grande parte precisaria apenas de fita métrica
e/ou trena para a medição das distâncias, fitas adesivas para as marcações e
espaço físico adequado para a prática dos testes, podendo ser uma quadra,
corredor, salão ou qualquer espaço que possibilite a aplicação.
O Profissional de Educação Física poderá utilizar testes periodicamente
com as turmas, avaliar os resultados junto aos alunos, além de ensinar os
estudantes a avaliar seu próprio desempenho e estimulá-los a buscar uma
melhor performance nos testes posteriores. Por parte do profissional, é pre-
ciso evitar comparações entre alunos, no intuito de evitar constrangimentos,
mas é importante comparar os resultados com aqueles obtidos nos testes
anteriores pelos próprios alunos. É possível também, por parte do professor,
incentivar a confecção de materiais alternativos para a aplicação dos testes,
tal como uma adaptação da medicineball, utilizando garrafa pet ou sacos
com areia dentro para simular o peso do material original.
É interessante apresentar um projeto para a realização das avaliações físicas
ao colegiado em uma reunião de professores no início do ano letivo, com suas
metas e objetivos bem definidos, mostrando também estar aberto a sugestões e
contribuições dos outros profissionais, para que seja um trabalho aderido pelo
corpo docente e pela gestão de modo geral. Após esse primeiro momento, com
as devidas considerações recebidas e assimiladas, o projeto deve ser levado aos
ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO E SAÚDE 103
Demais estudos que podemos mencionar foram realizados em: Taiwan (LO
et al., 2017), Coreia do Sul (KIM et al., 2016), África do Sul (AWOTIDEBE
et al., 2015), Moçambique (SANTOS et al., 2015), Colômbia (GARCIA-
HERMOSO et al., 2017), e Brasil (REIS et al., 2017; TODENDI et al., 2015).
Apresentando resultados
dos seus alunos e que isso possa ser feito não de forma transversal, mas que
possa ser visto com uma regularidade a cada ano escolar. Pois, como afirma
Monteiro (2017), a Educação Física e saúde tem ganhando espaço no con-
texto escolar e, portanto, faz-se necessário criar possibilidades para se traba-
lhar a tematização que discuta saúde nas dimensões conceituais, atitudinais
e procedimentais na escola.
Algumas possibilidades já foram sugeridas em outros trabalhos como:
introduzir componentes da aptidão física relacionada à saúde nas aulas de
Educação Física através da realização de testes, explanação de conceitos,
apresentação de cartazes, ou seja, utilização de atividades que tenham in-
teração com objetivos relacionados aos componentes da aptidão física
(MONTEIRO, 2017).
Como sugestão aos professores de Educação Física escolar, sugerimos
a criação e utilização de fichas de avaliação antropométrica individual de
cada aluno, que possa ser utilizada a cada início de bimestre ou semestre e
que seus resultados possam ser apresentados aos alunos, aos pais e à própria
escola em atividades diferenciadas como, por exemplo, uma possível se-
mana da saúde na escola. Objetivando com isso, não perder a oportunidade
de intervir precocemente nesse período de vida em que se pode gerar uma
maior probabilidade de êxito quanto a melhora de vida e saúde no futuro
desses escolares.
Considerações finais
1) Criação de um boletim de avaliação física para ser entregue aos pais jun-
tamente com o boletim convencional;
Ficha de autoavaliação
REFERÊNCIAS
ACSM. Manual do ACSM para Avaliação da Aptidão Física Relacionada
à Saúde. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
KIM, H. J.; LEE, K. J.; AHN, M. B.; JUNG, L. A.; KIM, S. H.; CHO,
W. K.; CHO, K. S.; PARK, S. H.; JUNG, M. H.; LEE, J. H.; SUH, B. K.
Relationships of physical fitness and obesity with metabolic risk factors in
children and adolescents: Chungju city cohort study. Annals of pediatric
endocrinology & metabolism, v. 21, n. 1, p. 31-38, 2016. Doi: 10.6065/
apem.2016.21.1.31.
LO, K.-Y.; WU, M.-C.; TUNG, S.-C.; HSIEH, C. C.; YAO, H.-H.; HO, C.-
C. Association of School Environment and After-School Physical Activity
with Health-Related Physical Fitness among Junior High School Students
in Taiwan. International journal of environmental research and public
health, v. 14, n. 1, 2017. Doi: 10.3390/ijerph14010083.
WU, W. L.; YANG, Y. F.; CHU, I. H.; HSU, H. T.; TSAI, F. H.; LIANG, J. M.
Effectiveness of a cross-circuit exercise training program in improving the
fitness of overweight or obese adolescents with intellectual disability enrol-
led in special education schools. Research in Developmental Disabilities,
v. 60, p. 83-95, 2017. Doi: 10.1016/j.ridd.2016.11.005.
WELLS, K. F.; DILLON, E. K. The sit and reach: a test of back and leg
flexibility. Research Quarterly for Exercise and Sport, Washington, v. 23,
p. 115-118, 1952. Doi: http://dx.doi.org/10.1080/10671188.1952.10761965.
ATUAÇÃO PROFISSIONAL NA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NA
PROMOÇÃO DO CONHECIMENTO
Introdução
Avaliação Física
Esporte
Dança
Ginástica
Capacidades Capacidade
Conteúdo Capacidade cognitiva
físico-esportivas socioafetiva
Interação com os
Conhecimento sócio- colegas de sala;
Coordenação
histórico e cultural Participação nas
motora;
de uma dança. aulas; Reflexão das
Dança resistência
Conhecimento das atitudes relacionais,
cardiorespiratória;
regras de competição tais como timidez,
flexibilidade.
de uma dança. exibicionismo,
preconceito.
Coordenação Estratégia;
motora; agilidade; Conhecimento das Valorização
Jogos Populares
habilidades regras; Adaptação da cultura.
específicas. das regras.
Reflexão sobre as
atitudes cotidianas
Exercícios Conhecimentos dos
com o corpo; reflexão
Hábitos saudáveis físicos; postura; fatores relacionados
sobre a influência da
alongamento. aos hábitos saudáveis.
mídia e os “padrões
de beleza”.
Identificação das funções Compreensão dos
orgânicas relacionadas fatores fisiológicos
às atividades motoras que incidem sobre
(1 – contração muscular: as características
tensão e relaxamento; da motricidade
2 – contração masculina e feminina;
Vivências cardiovascular: FC; 3 – Compreensão dos
corporais que captação de oxigênio: aspectos históricos
ampliem a frequência respiratória; sociais relacionados
Conhecimentos percepção do 4 – utilização de aos jogos, às
do corpo corpo sensível e algumas relações (FC e lutas, aos esportes
do corpo emotivo; FR) como indicadores e às ginásticas;
Capacidades da intensidade e do Compreensão dos
físicas básicas. esforço); Conhecimento mecanismos e
dos efeitos que a fatores que facilitam
atividade física exerce a aprendizagem
sobre o organismo e a motora;
saúde; Planejamento Reconhecimento da
do trabalho de análise postural.
condicionamento físico.
localidade e podem ir pegar a fim de poder jogar depois da aula. Daí, refletir
o interesse cego pelo “racha” durante os encontros permite que seja feito um
acordo, afinal, disseminar uma cultura de conhecimento na Educação Física
escolar precisa ser efetivado. A sugestão seria: primeiro eles fazem a aula e
depois podem jogar livremente.
Quanto aos textos que podem ser trabalhados temos: “Quando a esco-
la é uma aldeia” (BRANDÃO, 2007) e “Jogos Internos” (CASTELLANI
FILHO, 1998). Aproveitando o interesse pode competições por parte de
muitos meninos o trabalho deste último texto é convidativo à construção de
uma proposta de interclasse semelhante à ideia da história de Marcos, “Jogos
Internos”, do livro do Castellani Filho, tendo como tema “I torneio da amiza-
de”, por exemplo. E desta forma, finalmente, começar a vivenciar o esporte
da escola e a mudança de comportamento dos alunos, afinal, a Educação
Física na escola, não deixa de ser a aula mais esperada, ainda, pelos alunos.
Permitir isso através do esporte muitas vezes contribui para excelentes re-
sultados. E permitir que isto seja uma oportunidade criada a partir de um
diálogo construtivo com os demais professores da escola é uma estratégia
didática efetiva e emancipatória. Vale ressaltar os critérios/regras elencados
que podem servir de orientação:
PAPEL DO
CRÍTICO-CONSTRUTIVO EMANCIPATÓRIO INFORMACIONAL
PROFESSOR
Ao longo do pla-
Início, meio e fim com
nejamento, do
Frequência Constante, diária, criativa. vistas à uma postura
ensino-aprendizagem
comportamental.
por etapas.
Compreender o
caráter da informação,
como ferramenta es-
Trabalhar a prática tratégica, em seu pro-
Desenvolver a reflexão
acerca da realidade cesso, dentro de um
pedagógica sobre o acervo
social através de ambiente organizacio-
de formas de represen-
conteúdos sobre a nal e informacional,
tação do mundo que o
Objetivo principal vida, o esporte e a além de ampliar a lei-
homem tem produzido no
sociedade na relação tura de mundo sobre
decorrer de sua histó-
com as 4 dimensões, a temática, apreender
ria, exteriorizado pela
isto é, os 4 pilares e perceber a essência
expressão corporal.
do conhecimento. do fenômeno a fim de
saber gerenciá-la com
eficiência e eficácia,
enfim, com sabedoria.
Tomada de decisão no
Contexto sociopo-
Foco Conhecimento do aluno. processo de constru-
lítico do aluno.
ção do conhecimento.
Constitui teoricamen-
Atitude dialógica, media-
te, uma metodologia
dora e problematizado-
Esporte como objeto moderna para o
ra, recriar situações de
de ensino, sendo planejamento e geren-
aprendizagem diante das
Fontes de este trabalhado como ciamento estratégico
necessidades dos alunos,
informação conteúdo, sendo das organizações
atuar promovendo a
privado de ser caráter no que se refere à
compreensão do coletivo
técnico nas aulas. tomada de decisão daí
e do respeito necessário
uma atenção aos 7
à boa convivência social.
fatores informacionais.
Compreensão acerca do
impacto das atividades re-
Medem o progresso
alizadas (provas, trabalhos
da competências do
em grupo, dramatização, Medem os resultados
aluno acerca da auto-
oficinas etc) e indica o obtidos, a repercus-
Indicadores nomia do mesmo em
grau de aproximação e/ são, o impacto e
relação aos objetivos
ou afastamento do eixo possíveis construções.
acordados em caráter
curricular norteador do
social e pessoal.
PPP que se materializa na
aprendizagem dos alunos .
Considerações finais
Foram apresentados suportes teóricos sobre possibilidades de uma
Educação Física contextualizada, crítica, emancipatória, dialógica, informa-
cional. Nesse sentido, é corrente pensamentos crítico-construtivos acerca da
verdadeira mudança na Educação Física escolar na comunidade acadêmica
desde a década de 80, do século XX. Sendo assim, sem demora, considera-se
direito do educando tais aprendizagens. E dentre os documentos oficiais, os
PCN’s, nessa perspectiva, são instrumentos ímpares nessa dinâmica com-
plexa da construção do saber e que devem ser mais visitados, explorados
por profissionais da área. Que associados à concepção construtiva, emanci-
patória, libertadora e informacional do ponto de vista metodológico poderia
modificar práticas e conceitos simplistas de representações sociais, afetivas,
estáticas, educacionais, políticas e culturais entre grupos que ainda permeia
certa ou completa alienação. A questão participativa, colaborativa, crítico-
-emancipatória e superadora, inclusiva potencializaria uma Aprendizagem
Significativa e múltiplos efeitos que poderiam clarificar e possibilitar sempre
novas alternativas e daí um ensino-aprendizagem efetivo.
Revisão do capítulo
• Conhecimentos na/da Educação Física escolar;
• Vivências pedagógicas na Educação Física escolar: leitura e debate de textos
e construção de circuitos;
• A importância do diálogo;
• Como propor as avaliações;
• Papel do professor crítico-construtivo, emancipatório e informacional.
Ficha de autoavaliação
1. Quais os principais objetivos a serem alcançados com o trabalho acerca das
capacidades físicas?
2. Quais as capacidades físicas e os textos trabalhados nos encontros pedagógicos?
3. Apresente o nome da proposta do projeto do interclasse e as regras de participação.
4. Qual a importância do diálogo no processo de construção do conhecimento?
5. Aponte algumas diferenças acerca do papel do professor por enfoque teórico-
-didático apresentado no texto.
REFERÊNCIAS
APPLE, M. W. Ideologia e Currículo. Portugal: Por Editora, 1999.
Introdução
Desenvolvimento
comunicação não representava ainda uma língua e sim, alguns gestos que
não se configuravam em uma Língua de Sinais, pois não contavam com es-
trutura gramatical própria e especificidades que caracterizam uma língua
(GOLDFELD, 2001).
Nesta época havia um impasse entre o oralismo e o uso da Língua de
Sinais. Alexander Graham Bell, um gênio tecnológico, importante e po-
deroso representante dos “oralistas”, herdou de seu pai e seu avô que se
destacaram nessa area, a tradição familiar de ensinar elocução e corrigir os
impedimentos da fala. Apesar de imerso em uma estranha mistura familiar
de surdez negada (sua mãe e sua esposa eram surdas, mas nunca admiti-
ram isso), com sua imensa autoridade e prestígio se pôs a defender o ensino
oral para os surdos. No célebre Congresso Internacional de Educadores de
Surdos, realizado em 1880 em Milão, no qual os próprios professores sur-
dos foram excluídos da votação, o oralismo saiu vencedor e o uso da língua
de sinais nas escolas foi “oficialmente” abolido. Os alunos surdos foram
proibidos de usar sua própria língua “natural” e, dali por diante, forçados a
aprender, o melhor que pudessem, a língua falada (SACKS, 1998).
Segundo Sacks (1998), nada disso teria importância se o oralismo fun-
cionasse. Mas o efeito, infelizmente, foi contrário ao desejado. Pagou-se um
preço intolerável pela aquisição da fala. O oralismo e a supressão da língua
de sinais acarretaram uma deterioração marcante no aproveitamento educa-
cional das crianças surdas e na instrução dos surdos em geral.
Naquele momento, a educação dos surdos deu uma grande reviravolta
em sentido oposto à do século XVIII, quando os surdos e a sociedade perce-
beram as potencialidades dos surdos através da utilização da língua de sinais.
Naquele momento acreditava-se que o surdo poderia desenvolver-se como os
ouvintes, aprendendo a língua oral. O aprendizado dessa língua passou a ser
o grande objetivo dos educadores de surdos. Assim, a partir do Congresso em
Milão, em 1880, a filosofia educacional começou a mudar na Europa e, conse-
quentemente, em todo mundo. O método combinado que utilizava tanto sinais
como o treinamento em língua oral, foram substituídos em muitas escolas pelo
método oral puro, conhecido como Oralismo (SACKS, 1998).
Acreditava-se que era possível fazer com que um surdo falasse como um
ouvinte, as crianças surdas em muitos casos, não eram capazes de entender as
sentenças que lhes eram ensinadas na língua oral. O oralismo já havia se dis-
seminado por todo o mundo. Antigamente, no oralismo, era comum amarrar
as mãos das crianças para impedi-las de utilizar a língua de sinais, realidade
vivenciada em diversos países dentre eles o Brasil. Apesar dessas repressões,
as línguas de sinais continuaram a ser utilizadas pelas comunidades surdas, por
ser a forma mais natural de comunicação. Além disso, os professores surdos
ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO E SAÚDE 141
Bilinguismo e Surdez
Peculiaridades do Surdo
Educação de surdos
Intervenção Precoce
Considerações finais
Revisão do capítulo
Ficha de autoavaliação
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. J. A criança surda e o desenvolvimento da literácia. Acervo
de Didática e Tecnologia Educativa da Universidade de Aveiro, 2007.
Disponível em: <http://projetoredes.org/wp/wp-content/uploads/A-crian-
-%C2%BAa-Surda-e-o-Desenvolvimento-da-Literacia_M-%C2%ACjose-
-almeida.2007.pdf>. Acesso em: 08 out. 2017.
SACKS, O. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. Trad. Laura
Teixeira Motta. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
Introdução
O capítulo ora apresentado estabelece uma reflexão sobre os saberes ne-
cessários ao docente que pretende ser um educador de futuros profissionais de
Educação Física. Consideramos como nosso foco, os educadores com formação
inicial na área específica do curso, seja a Licenciatura ou o Bacharelado em
Educação Física e que atuam como docentes em cursos superiores da área.
Inicialmente, tratamos da análise das teorias disponibilizadas em livros
e artigos científicos, considerando questões mais gerais acerca de saberes
docentes, as proposições atuais de acordo com os saberes necessários à do-
cência no Ensino Superior e, em seguida, destacaremos o perfil do educador
da área da Educação Física que atua na formação inicial.
Quando refletimos sobre a profissão de professor de Ensino Superior,
encontramos em Masetto (2003) o apoio necessário a uma linha crítica acer-
ca do investimento que um profissional precisa realizar, para se inserir no
magistério superior. Masetto crítica a forma como são estabelecidas, no
Ensino Superior brasileiro, as competências de um professor, as quais, a
grosso modo, são decorrentes de dois pressupostos: o primeiro é que, se o
profissional tem conhecimento e experiência na sua profissão, então, auto-
maticamente, saberá ensinar; o segundo, refere-se à titulação, ou seja, em
processos seletivos há uma pontuação muito maior na análise dos currículos,
para candidatos com título de doutor. A princípio, podemos destacar que esse
segundo pressuposto não seria negativo, mas Masetto nos faz lembrar que a
função prioritária de um curso de doutoramento é a formação de pesquisado-
res e não a formação (pedagógica) para a docência.
Ao analisar os dados do Censo da Educação Superior, realizado pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(INEP) (BRASIL, 2013, 2015), em sua última versão, observamos a partir
158
Estado da arte
Quando observamos o quadro 1, com nossos achados na literatura perti-
nente, salta aos olhos que no período pesquisado (2011 – 2016), há ausência de
estudos sobre o fazer docente, as qualidades que um educador necessita apre-
sentar e, portanto, investir por toda a vida acadêmica, e ainda, nesse contexto, os
saberes importantes à nossa função de formadores de outros educadores.
A tendência para o contexto de pesquisa na área da docência em Educação
Física é forte para o ensino básico, o que podemos considerar como aspecto
positivo, pois que é onde podemos iniciar a base para os conhecimentos, habili-
dades e atitudes acerca do nosso objeto de estudo: a cultura corporal.
Entretanto, devemos ressaltar um aspecto negativo, que é o fato de observa-
mos uma incipiência em termos de pesquisa no Ensino Superior. Considerando
o período de tempo dos últimos seis anos, encontramos apenas quatro artigos,
cujo contexto foi a Educação Física neste nível de escolarização. Destes qua-
tro, três estão relacionados à formação pedagógica dos futuros professores de
Educação Física, um tem por foco a iniciação à pesquisa no Ensino Superior e,
não encontramos nenhum artigo cujo objeto de pesquisa fosse o perfil do educa-
dor que atua em cursos de graduação em Educação Física.
160
Objetivos da
N Categoria Título do artigo Autor(es) Periódico e ano
pesquisa
Compreender o
modo como se dá
Iniciação à pes-
a iniciação à pes-
quisa no Ensino
NEUENFELDT, D. Ciência & quisa no Ensino
Iniciação à Superior: desafios
01 J.; SCHUCK, R. Educação Superior a partir
pesquisa dos docentes
J.; MUNHOZ, A. 2011 dos professores
no ensino dos
que atuam com as
primeiros passos
disciplinas relacio-
nadas a essa área.
Conhecer e anali-
sar os elementos
Ensaiando o que, na ótica
“novo” em Educa- FENSTER- Revista Brasileira desses professo-
03 ção Física escolar: SEIFER, P. E.; de Ciências do res, foram/estão
a perspectiva de SILVA, M. A. Esporte 2011 sendo importantes
seus atores. para a realização
e sustentação de
suas práticas
Analisar os signi-
ficados atribuídos
As etapas da por professores de
carreira docente e Revista Brasileira Educação Física
o processo de for- ROSSI, F.; de Educação escolar à relação
05
mação continuada HUNGER, D. Física e Esporte entre a forma-
de professores de 2011a ção continuada
Educação Física. e as etapas do
desenvolvimento
profissional.
continua ...
ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO E SAÚDE 161
... continuação
Objetivos da
N Categoria Título do artigo Autor(es) Periódico e ano
pesquisa
Critérios para a
implementação de Apresentar e
práticas pedagó- discutir critérios
gicas na forma- que subsidiem os
MARCON, D.; Revista Brasileira
ção inicial em programas de for-
GRAÇA, A. de Educação
06 Educação Física mação inicial em
B. S.; NASCI- Física e Esporte
e implicações no Educação Física
MENTO, J. V. 2011b
conhecimento na implementa-
pedagógico do ção das práticas
conteúdo dos fu- pedagógicas.
turos professores
Verificar as
Competências
competências
profissionais em FARIAS, G. O.;
profissionais eluci-
Educação Física: NASCIMENTO, Motriz
07 dadas na carreira
uma abordagem J. V.; GRAÇA, A.; 2012
docente de profes-
ao longo da BATISTA, P. M. F.
sores de Educa-
carreira docente
ção Física escolar.
Physical Education Examinar percep-
Teachers’Fidelity ções de professo-
KLOEPPEL, T.; The Physical
to and Pers- res à fidelidade de
08 STYLIANOU, M.; Educator
pectives of a um exame padro-
KULINNA, P. H. 2014
Standardized nizado para currí-
Curricular Model culo de educação.
Ensino Avaliar como
Básico Relationship professores de
Between Teacher The Physical Educação Física
09 Fidelity and Physi- LOFLIN, J. W. Educator implementaram
cal Education Stu- 2015 uma intervenção
dent Outcomes. EF curricular base-
ada em pesquisa.
Action Resear-
ch as an Agent Avaliar a eficácia
for Enhancing da pesquisa-ação
Teaching and The Physical sobre melhoria
10 Learning in Phy- KEEGAN, R. Educator do ensino e da
sical Education: A 2016 aprendizagem
Physical Educa- dos alunos, na
tion Teacher’s Educação Física.
Perspective
Construir e validar
um Instrumento
Construction and SUM, R. K.; HÁ, de percepção da
Validation of a A. S. C; CHENG, Alfabetização Fí-
Perceived Physical C. F.; CHUNG, P. Journal Pon sica = “Perceived
11
Literacy Instrument K.; YIU, K. T. C.; 2016 Physical Lite-
for Physical Edu- KUO, C. C.; YU, C. racy Instrument”
cation Teachers K.; WANG, F. J. “ (PPLI) para
professores de
Educação Física.
continua ...
162
... continuação
Objetivos da
N Categoria Título do artigo Autor(es) Periódico e ano
pesquisa
Examinar as
estratégias de
frequência e tipo
Frequency and
de reinstrução
Type of Reins-
usados por para
truction Strategies
HALL, A. M.; professionais
Used by Parapro- The Physical
LARSON, J.; A. e os professores
12 fessionals and Educator
HEINEMANN; licenciados em
Licensed Teachers 2015
BRUSSEAU, T. A. configurações PE
in Elementary
elementares usan-
Physical Educa-
do um modificado
tion Settings
instrumento de
feedback autoa-
valiação (SAFI).
Development of Desenvolver um
KYRGIRIDIS, P.;
a Questionnaire Measurement in questionário válido
DERRI, V.; EM-
for Self-Evalua- Physical Educa- e confiável para
MANOUILIDO, K.;
13 tion of Teacher tion and Exer- a autoavaliação
CHLAPOUTAKI,
Effectiveness in cise Science da eficácia do
E.; KIOUMOURT-
Ensino Physical Education 2014 professor em
ZOGLOU, E.
Básico (SETEQ-PE). Educação Física
Investigar a forma
como os professo-
res de Educação
Física se relacio-
nam e se veem
relativamente a
outros colegas
A identidade do grupo disci-
socioprofissional MOREIRA, J. Revista plinar, avaliando
14 dos professores de A. M.; FER- E-curriculum o poder preditivo
Educação Física REIRA, A. G. 2011 de variáveis,
em Portugal como a escola de
formação inicial
ou a experiência
profissional, que
concorrem para a
(in) definição da
sua identidade
profissional.
continua ...
ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO E SAÚDE 163
... continuação
Objetivos da
N Categoria Título do artigo Autor(es) Periódico e ano
pesquisa
Compreender
como se consti-
tuem os saberes
escolares na
generalidade e
na totalidade do
currículo da escola
de Educação
Currículo e sa-
SOUZA JÚNIOR, Básica e nas
Ensino beres escolares: Pro-Posições
15 M.; SANTIAGO, particularidades de
Básico ambiguidades, 2011
E.; TAVARES, M. algumas discipli-
dúvidas e conflitos
nas curriculares,
uma vez que pa-
reciam existir mais
ambiguidades,
dúvidas e conflitos
do que certezas
na constituição
desses saberes.
Metodologia do
Ensino Superior Realizar um
nos programas de levantamento a
Formação
pós-graduação PEREIRA, É. respeito de quais
docente Movimento
16 Stricto Sensu F.; MEDEIROS, programas ofere-
no Ensino 2011
em Educação C. C. C. cem a disciplina
Superior
Física no Brasil: a de Metodologia do
formação docente Ensino Superior.
em questão
Analisar como o
conhecimento pe-
dagógico emerge
Analysis of the
MARCON, D.; a partir da prática
pedagogical know-
GRAÇA, A. Kinesiology de ensino e apoia
17 ledge of prospec-
B. S.; NASCI- 2012 a construção de
tive physical edu-
MENTO, J. V. conhecimento
cation teachers.
pedagógico de
professores de
Educação Física.
Conhe-
Analisar a es-
cimento
trutura da base
Pedagó- Reinterpretação
de conhecimen-
gico na da estrutura MARCON, D.;
tos dos futuros
formação teórico-conceitual GRAÇA, A. Kinesiology
18 professores de
inicial do conhecimen- B.mS.; NASCI- 2011b
Educação Física
to pedagógico MENTO, J. V.
sob a perspectiva
do conteúdo.
do conhecimento
pedagógico.
Tecer conside-
Universidade: es-
rações sobre as
paço privilegiado
Linhas Críticas indissociabilidades
19 para a formação VENTURA, P. R. V.
2011 que permeiam
de professores de
o processo do
Educação Física
ensinar e aprender
Considerações finais
Revisão do capítulo
Estabelecemos neste capítulo, uma reflexão acerca dos saberes neces-
sários ao docente que pretende atuar no Ensino Superior e que participará do
projeto de vida de futuros profissionais de Educação Física, refletindo sobre
os principais avanços e carências de pesquisas da área. Utilizamos diferen-
tes fontes teóricas para a pesquisa. Diversos elementos foram identificados
nesta reflexão e destes, destacamos a incipiência de pesquisas sobre o tema
e algumas pistas de assuntos para futuras pesquisas: integração entre a teoria
praticante e a prática teorizante; trânsito entre diferentes configurações das
práticas pedagógicas, atreladas às concepções epistemológicas em progra-
mas de formação; integração entre as experiências de ensino e aprendizagem
na “sala” de aula e a participação discente em projetos e estágios junto à co-
munidade local, com a resolução de problemas em tempo real; aliar experi-
ências sociocorporais à prática pedagógica; modelo de formação profissional
que se expresse na polivalência, flexibilidade e agilidade profissional; debate
epistemológico aliado ao envolvimento com a vanguarda científica; reco-
nhecimento do perfil de educador-educando, pertencente a uma organização
aprendente; utilização de instrumentos/recursos pedagógico-metodológicos
que possibilitem a mediação da aprendizagem dos conteúdos; conceitos e
inovações curriculares. Estas possibilidades são pautadas na constatação de
nosso inacabamento e permanente estado de vir-a-ser.
Ficha de autoavaliação
REFERÊNCIAS
ANTUNES, A. C. Mercado de Trabalho e Educação Física: aspectos da pre-
paração profissional. Revista da Educação, v. 10, n. 10, p. 141-149, 2007.
Disponível em: <http://www.pgsskroton.com.br/seer/index.php/educ/arti-
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Anais... 2010. p. 21-22; Uberlândia, MG: NUPEPE; 2010. Disponível em: <ht-
tps://repositorio.ufu.br/handle/123456789/14070>. Acesso em: 24 out. 2017.
Introdução
A Educação é um fenômeno amplo que perpassa diferentes épocas da
história humana. Traduz-se na experiência de instruir o sujeito para construir
algo, e com isso atender aos objetivos relacionados à sua própria cultura.
Amplia-se, dada à necessidade de interagir com outros elementos que se
concretizam nos resultados contínuos e significativos. Nestes termos, desta-
ca-se a importância da educação e ocupação desta na vida do sujeito, atuan-
do precisamente para que o processo de desenvolvimento do ensino apren-
dizagem ocorra. Assim é possível direcionar a reflexão de como acontece
a Aprendizagem Significativa no Ensino Superior, e os métodos utilizados
para que esta ocorra de modo satisfatório.
Muito se tem discutido a respeito da dinâmica da inclusão, e ao mesmo
tempo da valorização dos avanços nas áreas tecnológicas que estimulam e
proporcionam alternativas no que tange o processo significativo do ensino e
aprendizagem, embora se reconheça que não são os únicos meios, visto que
há outros elementos que direcionam o discente a perceber modos diversos
de aprender, oportunizando-os a uma aprendizagem expressiva, distante da
limitação tradicional.
Não obstante, percebe-se que o modo pelo qual estão ainda organizadas
as estruturas educacionais não correspondem a um aprendizado significativo
para o aluno, haja vista que em qualquer atividade realizada pelo ser humano
ela só se torna significativa à medida que ele é envolvido por ela.
O modelo formativo com base, apenas, no método tradicional não aten-
de mais as necessidades acerca do processo que envolve o desenvolvimento
do ensino-aprendizagem na sociedade hodierna, tornando, em muitos casos,
a aprendizagem mecânica e pouco produtiva.
Diante disso, vê-se a possibilidade de investigar se os métodos desen-
volvidos pela Aprendizagem Significativa ajudam de fato na formação do
discente, quando este precisamente atua na Educação Superior. Assim, para
182
Por sua vez, Santos (2005) chama atenção para a importância da participa-
ção do aluno e do professor no contexto da Aprendizagem Significativa, mencio-
nando que o aluno é o personagem principal da novela chamada aprendizagem.
Ele não deve assumir um papel de agente passivo, sentado, sempre ouvindo sem
interagir, com o conteúdo explanado, desta forma, seu personagem se inverte de
função. Ou ainda, se o professor tem como única função “dar aula”, enquanto o
faz, o aluno fica inerte, à margem da aprendizagem interativa.
Destaca, sobretudo, que não há espaço para uma aprendizagem unila-
teral, em que se sobressai a reprodução da informação e os alunos são obri-
gados a ficar calados, estáticos, com olhar fixo o para o professor. O autor
enfatiza que o ofício de “dar aula” corresponde a uma ideia de um mundo
pronto. Enquanto que a realidade corresponde à outra dinâmica, em que os
conhecimentos se ampliam em meio às novas descobertas. O mundo está
em constante mudança. Se a aula está pronta, acabada, o professor deixa
de construir e produzir, junto com o aluno, efeitos sobre as mudanças que
ocorrem no seu meio.
A esse respeito Freire (2013) observa que o ato de ensinar não significa
uma prática cuja finalidade esteja associada somente “a transferir conheci-
mentos, conteúdos, nem formar é ação pela qual um sujeito criador da forma,
estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado” (FREIRE, 2013, p. 25).
Nesta dimensão observa-se que mesmo reconhecendo o professor como
uma figura importante no processo que envolve o desenvolvimento da apren-
dizagem, ele não assume o papel de protagonista, porque eventualmente o
aluno assumiria a função de coadjuvante, e na sala de aula a aprendizagem
deve tornar-se essencialmente uma relação recíproca de aprendizado, haja
vista que tanto um quanto o outro podem proporcionar conhecimento em
medidas e proporções diferentes. Assim:
Metodologia
A este propósito é destacado quão importante é o aluno saber por que está
aprendendo. Enfatiza a superação da aprendizagem mecânica, que para ele é
uma aprendizagem com pouca ou nenhuma interação.
Considerações finais
Revisão do capítulo
Ficha de autoavaliação
REFERÊNCIAS
AUSUBEL, D. P. A Aprendizagem Significativa: a teoria de David Ausubel.
São Paulo: Moraes, 1982.
Introdução
A pesquisa envolvendo educação e tecnologias digitais ainda é incipiente
no Brasil, mais ainda quando se trata de pesquisa realizada por educadores sobre
questões educacionais envolvendo Tecnologias de Informação e Comunicação
(TIC), objetos Educacionais, produção e avaliação de software educacional.
É recorrente nos textos uma preocupação quanto à produção e uso das
TIC na educação, para que não sejam apenas reproduções de métodos dos
livros, sem nenhuma conexão com a realidade e as necessidades reais de
aprendizagem, o que é perceptível em Krüger (2006), Fonterrada (2008),
Viana Júnior (2012), entre outros.
É natural a reserva que se faz quando em se tratando de encontrar o lu-
gar da tecnologia na educação escolar, pode ser considerada mais um apego
à forma cristalizada de tratar o ensino, ou até mesmo, uma rejeição ao novo,
principalmente se envolve mudanças e ajustes de comportamentos docen-
tes que passam, necessariamente, pela adequação curricular, planejamento e
execução de atividades, confluindo assim na necessidade de atualização con-
tínua da formação docente e de suas práticas pedagógicas a fim de diminuir
os anacronismos da relação docente/discente/sociedade.
Esse texto pretende discutir a fundamentação, avaliação utilização de
softwares educacionais sob a perspectiva do construcionismo. A abordagem
visará apresentar elementos para uma apropriação das competências em TIC
por professores, buscando ser estímulo à pesquisa e ao uso dos softwares
para fins educacionais em turmas do ensino regular.
Aprendizagem e informática
As teorias de aprendizagem estão na base dos sistemas e ferramentas
multimidia, assim, um dos critérios para avaliar e entender a aplicação do
Objeto de Aprendizagem Virtual é conhecer as teorias nas quais tal objeto se
204
Informática na educação
conectado ou não com a internet. Dessa forma, é criado um espaço para uma
aprendizagem que leve em consideração esse novo paradigma, ultrapassando
os muros escolares e colocando o indivíduo mais instrumentalizado e poten-
cialmente mais capaz de aprender com seus próprios esforços.
Morin (2011) propõe para a contemporaneidade, com sua complexida-
de de desafios interdependentes, uma reforma do pensamento, uma mudança
nas estruturas do pensar ratificado pela sociedade de forma a motivar aos
jovens a revisitarem sua cultura, os valores da sociedade e as formas como
atuam no mundo, o autor enumera três desafios a serem enfrentados nessa re-
forma do pensar: o desafio cultural, o desafio sociológico e o desafio cívico.
Sobre a cultura indica a necessidade de enlaçar cultura científica da cultura
humana, visando diminuir as distâncias e trazer à vida humana os ganhos da
ciência e à ciência a necessidade da experiência do chão da vida. Do ponto
de vista cívico a proposta é deixar de pensar fragmentadamente nas questões
pertinentes aos problemas regionais e aprender a pensar para além da causa
e efeito. O mundo atual carece de uma visão dinâmica da vida e das relações
sociais e a informação e comunicação tem promovido uma aceleração dessa
visão. A resolução de problemas energéticos a partir de partilhas de experi-
ências com soluções de baixo custo por indivíduos conectados em distantes
regiões do planeta é um exemplo de que é emergente uma cidadania plane-
tária com perfil que supera o individualismo.
Como desafio sociológico, Morin (2011) apresenta o conhecimento, a
informação e o pensamento como pilares de uma mudança cognitiva neces-
sária com a combinação das competências humanas e a informática, nesse
sentido podendo ser aplicada à Inteligência Artificial9. De modo geral, o au-
tor capitaliza essa estrutura como base para uma mudança nas formas de
fazer ciência, nas relações sociais e de trabalho reverberando no ambiente
escolar, onde, por definição, são exercitados com orientação os elementos
dessa estrutura, o que nos estimula a pensar sobre as formas de aprender mo-
bilizadas no ambiente escolar e incita à reflexão sobre o que é possível fazer
com a utilização das TIC na formação dessa cidadania.
Segundo dados da UNESCO (2016), o Brasil tem uma excelente opor-
tunidade de democratizar o acesso à informação para todos os cidadãos, em
especial para a formação dos estudantes, e para a formação de professores
relacionando a proposta de incorporação das TIC à diminuição da exclu-
são social. Os pontos destacados pelo órgão são a possibilidade de aprender
a autonomia de modo a gerir a própria aprendizagem ao longo da vida e
reconciliar a universalidade dos saberes com a especificidade do local do
9 Inteligência similar à humana exibida por mecanismos ou software. O principal objetivo dos sistemas de IA, é executar fun-
ções que, caso um ser humano fosse executar, seriam consideradas inteligentes.
206
Informática Educativa
Aprendizagem e TIC
interação entre o aluno e o objeto além de gerar interesse pelo caráter diverti-
do, lúdico, do objeto, diminuindo tempo e trabalho em explicar conteúdos ou
práticas. Sob o ponto de vista da aplicação de Objetos de Aprendizagem em
sala de aula a postura assumida pelo professor é de fundamental importância
para o desenvolvimento da aprendizagem do aluno. De acordo com Sales
(2005), o professor pode ajudar na construção do senso crítico do aluno ao
fazer a ligação entre os conteúdos estudados, o Objeto de Aprendizagem e a
realidade, não isolando o objeto como se a realidade pudesse ser reduzida à
situação e controle.
Havendo ainda discussões e controvérsias quanto ao propósito, a uti-
lização ou não dessa ferramenta outras especulações compõem o cenário,
como os Objetos de Aprendizagem (OA), que são materiais didáticos em
cuja elaboração foram utilizadas as tecnologias. Esses materiais didáticos
abrangem conteúdos, interdisciplinaridade, exercícios, complementos e são
criados com a intenção de ajudar o aluno a aprender, reforçar, relembrar,
entender e testar conteúdos e temas os mais diversos associados, ou não, ao
currículo escolar.
A característica mais evocada para os Objetos de Aprendizagem é a
possibilidade de reorganizá-los e reestruturá-los em variadas combinações
para atender às necessidades de aprendizagem em uma ou mais disciplinas.
À semelhança do jogo de montar em que as peças podem ser combinadas e
recombinadas para dar forma a variados objetos sua característica fragmen-
tar permite que se recombinem de acordo com as propostas pedagógicas e
metodológicas da escola e do professor. Nesse sentido, a contribuição do-
cente é, na medida do desenvolvimento de seus saberes específicos e nas
competências e domínio dos usos das tecnologias de informática, propor
questões e desafios, tirar dúvidas, auxiliar em dificuldades e conduzir as dis-
cussões a partir dos conteúdos estudados. Segundo Alves (2011) seu objeti-
vo seria ensinar a pensar, provocar o pensamento, motivar o aluno a pensar
por si próprio, instigar o aluno a articular seus saberes e refletir.
Assim, o modelo proposto por Savi et al. (2010) com certa rapidez e se-
gurança softwares educacionais, esforça-se para integrar os quatro modelos
apresentados buscando nas respostas dos alunos elementos para validar, ou
não, o uso do jogo educacional. Os autores criaram um questionário, cujas
questões aparecem de forma afirmativa utilizando a escala de Likert (1932)
de sete pontos, variando de “discordo totalmente” a “concordo totalmente”.
O resultado da construção desse modelo de avaliação, neste trabalho
designado Modelo de Savi et al. (2010) pode ser observado na Figura 1,
em que se observam as relações entre os quatro modelos no qual o traba-
lho se baseou, suas relações e as novas relações decorrentes da constru-
ção desse modelo.
214
O conteúdo é importante?
Relevância
Habilidade,
competência Jogos devem apoiar o desenvolvimento de habilidades do jogador
Gamer
Reação User
(kirkpatrick) Experience Divertimento Jogar foi prazeroso e divertido, merece ser recomendado aos amigos
Considerações finais
Revisão do capítulo
Ficha de autoavaliação
10 <http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/>
11 <http://rived.mec.gov.br/site_objeto_lis.php>
ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO E SAÚDE 217
REFERÊNCIAS
ANTONIO JUNIOR, W. Objetos de aprendizagem virtuais: material di-
dático para a Educação Básica. In: CONGRESSO INTERNACIONAL
DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, 12, 2005, Florianópolis. Anais...
Florianópolis: Abed, 2005. p. 1-11. Disponível em: <http://www.abed.org.
br/congresso2005/por/pdf/006tcc1.pdf>. Acesso em: 08 out. 2015.
<http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/communication-and-information/
access-to-knowledge/ict-in-education/>. Acesso em: 08 out. 2017.
Introdução
2010-2012 115 170 322 378 390 455 485 856 3171
2013-2016 121 380 542 425 357 307 782 1289 4203
Fonte: Próprios autores com base nos dados da Plataforma Sucupira (BRASIL, 2017a).
Considerações finais
Revisão do capítulo
Ficha de autoavaliação
1. O que é ciência?
REFERÊNCIAS
AMABIS, J. M. A premência da educação científica. In: WERTHEIN, J.;
CUNHA, C.(Org.). Educação científica e desenvolvimento: o que pensam
os cientistas. Brasília: UNESCO, Instituto Sangari, 2005. Disponível em:
<http://unesdoc.unesco.org/images/0014/001422/142260por.pdf>. Acesso
em: 10 jun. 2017.
public/consultas/coleta/ veiculoPublicacaoQualis/listaConsultaGeralPerio-
dicos.jsf>. Acesso em: 27 ago. 2017.
unilestemg.br/movimentum/Artigos_V3N1_ em_pdf/movimentum_v3_n1_
ferreira_alessandro_souza_denis_1_2007.pdf>. Acesso em: 04 out. 2017.
Introdução
É comum que profissionais da saúde, sejam estes médicos, enfermei-
ros, fisioterapeutas, dentistas, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, dentre
outros, sintam-se inseguros em lidar com situações de violência, especial-
mente quando crianças e adolescentes estão envolvidos. Este receio ocorre
tanto devido à complexidade do tema e suas possíveis repercussões jurídi-
cas, quanto ao pouco preparo dos profissionais em seus cursos de graduação
e em cursos de formação continuada.
Um tipo de violência bastante frequente em idade escolar é o bullying,
devendo ser tema de estudo e atenção quando se trabalha com o público in-
fanto-juvenil. O bullying comumente vem sendo discutido por profissionais da
educação. No entanto, os profissionais de saúde de uma forma geral ainda pou-
co estudam o tema, apesar de certamente poderem contribuir com formas de
diagnóstico, prevenção e intervenção. Ao se pesquisar no Scielo (um dos prin-
cipais buscadores de periódicos acadêmicos no Brasil) em julho de 2016, com
as palavras chave “bullying e saúde” foram encontrados dois artigos, sendo um
associando a vitimização ao uso de álcool e drogas de Andrade et al. (2012) e o
outro sobre a associação entre sofrer e praticar bullying e ser vítima de violência
por funcionário de escolas (VALLE et al., 2015).
Ao se pesquisar “bullying e pediatria” foram encontrados 12 artigos,
sendo que dentre estes havia três textos em que o bullying não era a te-
mática principal como o de Souza et al. (2014) e um outro texto que se
configurava como revisão de literatura sobre a importância da formação
técnica dos profissionais de saúde para lidarem com a temática (LOPES,
2005). Ao se pesquisar “bullying e saúde coletiva” foram encontrados 10
artigos, dos quais cinco eram sobre outras temáticas. Entre os que pesquisa-
vam o bullying, dois eram estudos epidemiológicos (PIGOZI; MACHADO,
2015; MALTA, 2010), um sobre bullying relacionado a questões de gênero e
242
Desenvolvimento
Diante disso, desde os anos 2000, vem sendo feito esforços conjuntos
entre pesquisadores de diferentes países para estudar o tema, por exemplo:
Due et al. (2005) apresentou dados sobre bullying em 28 países da Europa
e América do Norte, Due et al. (2009) comparou índices de bullying em 35
países da Europa e América do Norte, Fleming e Jacobsen (2010) investiga-
ram o tema em 19 países de baixa e média renda, Harel-Fisch et al. (2011)
verificaram a relação entre envolvimento em bullying e percepção escolar
negativa percebendo correlações positivas em 40 países.
A frequência de ocorrência do problema varia enormemente entre os
países, seja por nem sempre empregarem os mesmos questionários e escalas
para aferir o fenômeno quanto por diferenças quanto a características cultu-
rais e esforços preventivos dispendidos pelos governos. Estudo de Blake et
al. (2015) investigou se houve diferença quanto a frequência do problema
em 33 países, excluindo-se Brasil, entre os anos de 2001/2002, 2005/2006
e 2009/2010. Notou-se que a vitimização ocasional (foi vítima uma vez ou
mais nos últimos meses) diminuiu de 33% em média no primeiro período
estudado para 29% no último período investigado e a vitimização crônica
(duas ou três vezes nos últimos meses) reduziu em média de 12,7% para
11,3%. Dos 33 países, em 11 houve redução significativa do bullying oca-
sional independentemente do sexo, mas também houve três países (Bélgica,
França e Finlândia) em que houve aumento significativo do bullying oca-
sional. Igualmente quanto ao bullying crônico, Bélgica e França também
apresentaram aumento significativo.
Mais especificamente em relação ao Brasil, há estudos importantes
devido a quantidade de respondentes envolvendo o tema, porém em geral
as investigações avaliam violência na escola como um todo, não investi-
gando de modo mais pormenorizado o bullying, isto é, sem avaliar o cará-
ter repetitivo, intencional e com diferença de poder entre vítima/autor da
violência. Um destes estudos é a investigação realizada por pesquisadores
da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO) em par-
ceria com o Ministério da Educação (MEC) e a Organização dos Estados
Interamericanos (OIE), intitulada “Diagnóstico participativo das violências
nas escolas: falam os jovens” divulgada em março de 2016. Neste estudo
coletou-se dados de sete capitais do Brasil aonde ocorrem as maiores ta-
xas de homicídios entre jovens: Maceió (AL), Salvador (BA), Fortaleza
(CE), Vitória (ES), São Luís (MA), Belo Horizonte (MG) e Belém (PA)
(ABRAMOVAY, 2016). Em geral, independentemente da capital, notou-se
que nos últimos 12 meses, aproximadamente, 25% teve seus materiais rou-
bados ou furtados, 21% foi alvo de ameaças, 13% sofreu agressões físicas,
2% foi vítima de violência sexual.
Outra investigação é o estudo de Malta (2012) com 109.104 alunos
do ensino fundamental de escolas públicas e privadas do Brasil. Os dados
244
Alguma vez já zoaram com você na escola? Por que razão? Você
tem apelidos? O que você faz quando isso acontece? Já contou para
algum adulto? O que aconteceu? Os colegas zoam também com
outras crianças ou apenas com você? No recreio você brinca só ou
com outras crianças?
Outras questões que são importantes por parte do profissional aos fa-
miliares são: Seu filho(a) volta da escola com roupas rasgadas ou hema-
tomas? Seu filho(a) chora sem motivo aparente? Sente-se bem nos finais
de semana, porém reclama de dores durante os dias letivos? Apresenta-se
isolado e tristonho?
ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO E SAÚDE 247
Considerações finais
Revisão do capítulo
Ficha de autoavaliação
REFERÊNCIAS
ABRAMOVAY, M.; CASTRO, M: G.; SILVA, A. P.; CERQUEIRA, L. (Coord.).
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de Janeiro: FLACSO. Brasil, MEC, 2016. Disponível em: <http://flacso.org.br/
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documentos/passo_passo_adesaoPSE2014.pdf>. Acesso em: 24 out. 2017.
ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO E SAÚDE 253
Introdução
de transferência de renda aos mais pobres como pilares centrais da política social
decorre da ideia de que, incapaz de suprir suas necessidades mínimas via inser-
ção no mercado de trabalho, a parcela-alvo da política social seria a que subsiste
em situação de extrema pobreza (THEODORO; DELGADO, 2003).
O Sistema Único de Saúde (SUS) se destina a conjugar as ações direcio-
nadas à materialização da saúde como direito e como serviço. Suas origens
remontam à própria história do Movimento de Reforma Sanitária brasileira,
que, durante as décadas de 1970 e 1980, abarcou diferentes movimentos de
luta por melhores condições de vida, de trabalho na saúde e pela formulação
de políticas específicas de atenção aos usuários.
A criação do SUS, pela Constituição Federal, foi depois regulamentada
por meio das Leis nº 8.080/90 (conhecida como Lei Orgânica da Saúde) e
nº 8.142/ 90, as quais definem as atribuições dos diferentes níveis de go-
verno com a saúde, estabelecem responsabilidades nas áreas de vigilância
sanitária, epidemiológica e saúde do trabalhador, regulamentam o financia-
mento e os espaços de participação popular, formalizam o entendimento da
saúde como área de “relevância pública” e a relação do poder público com
as entidades privadas com base nas normas do direito público, dentre ou-
tros vários princípios fundamentais do SUS. Outros instrumentos têm sido
utilizados para possibilitar a operacionalização do Sistema, dentre eles as
Normas Operacionais Básicas do Sistema Único de Saúde, publicadas pelo
Ministério da Saúde, sob a forma de portaria (CASTRO; RIBEIRO, 2009).
É notório que houve mudança de paradigma da proteção social, a partir
da Constituição de 1988, antes baseada no “mérito”, segundo o qual apenas
o trabalhador formal tinha acesso aos benefícios e programas, para então
adotar-se um modelo redistributivista, fundado no direito e focada na pro-
teção de toda a sociedade dos riscos impostos pela economia de mercado
(IDEM, 2009).
Da carta constitucional à aprovação da Lei Orgânica da Assistência
Social (LOAS), passaram-se cinco anos. Para o pagamento do único benefí-
cio previsto na lei e já definido em seu artigo 203 da Constituição Federal de
1988, para idosos e pessoas com deficiência, passaram-se mais dois anos e
com severas restrições do ponto de vista do vínculo do benefício:
Supõe vontade, decisão que tem como ponto de partida o respeito à di-
versidade e às particularidades de cada setor ou participante. Envolve
portanto estruturação de elementos de gestão que materializem prin-
cípios e diretrizes, a criação de espaços comunicativos, a capacidade
de negociação e também trabalhar os conflitos para que finalmente se
possa chegar, com maior potência, às ações (YASBEK, 2014, p. 98).
12 Dados fornecidos pela Atenção Básica da Secretaria de Saúde do Município de Mossoró no ano de 2016, através de documen-
tos técnicos institucionais.
ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO E SAÚDE 265
13 Dados fornecidos pela Proteção Básica da Secretaria Municipal de Assistência Social e Juventude do Município de Mossoró no
ano de 2016, através de documentos técnicos institucionais.
14 Dados extraídos do Jornal Oficial de Mossoró (JOM). De 08 de janeiro de 2016. Ano VI/nº 338.
266
Manutenção das ações das casas da nossa gente; Manutenção das ações do
centro de referência para pessoas em população de rua; Segurança alimentar
e nutricional; Promoção ao acesso do mundo do trabalho (JOM, 2016). É
percebível que pelo fato de a Saúde ser universal os recursos federais per-
passem todas as ações. No que se refere à Assistência social, por ter foco
universalizante, algumas competências são eminentemente de competência
municipal, considerando a descentralização administrativa. Importa ressal-
tar ainda que na política de Assistência Social, não se identifica repasse da
esfera estadual, o que contraria a PNAS/2004, a qual determina que compete
a cada esfera de governo, em seu âmbito de atuação, respeitando os princí-
pios e diretrizes estabelecidos na Política Nacional de Assistência Social,
coordenar, formular e cofinanciar, além de monitorar, avaliar, capacitar e
sistematizar as informações (BRASIL, 2004).
Como se pode inferir com os dados apresentados, a implementação do
SUS e SUAS como políticas públicas vai constituir uma arena de conflitos,
pois é nesse contexto que os municípios devem garantir atendimento integral
aos seus habitantes, conforme a rede de serviços existentes. E se dentro do
próprio sistema, a implementação de ações inerentes ao indivíduo está fra-
gilizada graças à falta de investimento, como garantir esse serviço de forma
integral e articulada a uma rede, pública ou privada, que fica à mercê de re-
passes, que em alguns momentos não chegam, e quando chegam, tornam-se
inconsistentes diante das demandas reprimidas existentes. Desta forma, no
item seguinte apresentaremos de que forma essa rede se organiza, articula e
efetiva a referência e a contrarreferência dos serviços.
[...] vontade, decisão, que tem como ponto de partida o respeito à di-
versidade e às particularidades de cada setor ou participante. Envolve,
portanto estruturação de elementos de gestão que materializam prin-
cípios e diretrizes, a criação de espaços comunitários, a capacidade de
ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO E SAÚDE 269
RISCOS E
VULNERABILIDADES
SERVIÇOS
OFERTA DOS
NECESSIDADES
SERVIÇOS PELA
BENEFÍCIOS SAÚDE E PELA
ASSISTÊNCIA
INDIVÍDUO DE PROTEÇÃO
E ATENÇÃO
BÁSICA
SOCIAL
PROGRAMAS E PROJETOS
DEMANDAS DE
SERVIÇOS E
BENEFÍCIOS
Considerações finais
Revisão do capítulo
Ficha de autoavaliação
REFERÊNCIAS
BONET, O.; TAVARES, F. R. G. Redes em redes: dimensões intersticiais no
sistema de cuidados à saúde. In: PINHEIRO, R.; MATTOS, R. A. (Orgs.).
Gestão em Redes: Práticas de Avaliação, Formação e Participação na Saúde.
Rio de Janeiro, CEPESC, 2006. p. 385-399.
Introdução
O SUS pode ser considerado uma das maiores conquistas sociais consa-
gradas na Constituição de 1988. Seus princípios apontam para a democrati-
zação nas ações e nos serviços de saúde que deixam de ser restritos e passam
a ser universais, da mesma forma deixam de ser centralizados e passam a
nortear-se pela descentralização (BRASIL, 2010).
Entretanto, o SUS somente veio a ser regulamentado na década de 90
através da Lei no 8.080 (BRASIL, 1990) que definiu os objetivos do SUS,
sendo eles: identificar e divulgar os condicionantes e determinantes da saú-
de; formular a política de saúde para promover os campos econômico e so-
cial, para diminuir o risco de agravos à saúde; fazer ações de saúde de pro-
moção, proteção e recuperação, integrando ações assistenciais e preventivas
(CARVALHO, 2013), porém, tais objetivos precisaram ser fortalecidos o
que gerou a criação do PSF.
Francischini, Moura e Chinellato (2008) explicam que em 1994 surge
o PSF como uma estratégia de reorganização da atenção básica e que uma
de suas principais características era a equipe multiprofissional. Cada equipe
seria composta, no mínimo, por um Médico, um Enfermeiro, um Auxiliar
de Enfermagem e de quatro a seis Agentes Comunitários de Saúde (ACS),
podendo também conter outros profissionais da saúde. O trabalho em equipe
teve como objetivo a obtenção de impactos sobre os diferentes fatores que
interferem no processo saúde/doença. A ação interdisciplinar pressupunha a
possibilidade da prática de um profissional se reconstruir na prática do outro,
ambos sendo transformados para a intervenção na realidade em que estão
inseridos (ARAÚJO; ROCHA, 2007).
Rosa e Labate (2005), além de Magalhães (2011), explicam que o PSF
surge com a proposta de mudar toda aquela antiga concepção de atuação
dos profissionais de saúde, saindo de uma medicina curativa e passando
a atuar na integralidade da assistência. Logo após seu surgimento, o PSF
ganhou o status de estratégia devido às limitações do termo “programa”
(RODRIGUES et al., 2013).
Silva e Fracolli (2016) explicam que a ESF foi instituída como uma
das formas de operacionalizar a Atenção Primária à Saúde (APS) e os
princípios doutrinários e organizativos do SUS. Dentre seus objetivos,
destacam-se a ampliação de acesso aos serviços de saúde, a superação do
modelo curativo e hospitalocêntrico, a reorientação do modelo de aten-
ção para a vigilância à saúde, o desenvolvimento de ações de promoção
da saúde, a implantação de novas práticas assistenciais e a atuação mul-
tiprofissional, interdisciplinar e intersetorial.
282
Considerações finais
Revisão do capítulo
Ficha de autoavaliação
10. Em sua opinião, como está a formação em Saúde Coletiva dos graduandos
em Educação Física das instituições de Ensino Superior da sua cidade?
LEE, I. M.; SHIROMA, E. J.; LOBELO, F.; PUSKA, P.; BLAIR, S. N.;
KATZMARZYK, P. T. Effect of physical inactivity on major non-com-
municable diseases worldwide: an analysis of burden of disease and life
expectancy. The lancet, v. 380, n. 9838, p. 219-229, 2012. Doi: 10.1016/
S0140-6736(12)61031-9.
292
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, A.; JESUS, S. A. A participação do Profissional da Educação
Física no Núcleo de Apoio à Saúde da Família no estado do Rio de Janeiro.
In: Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte/Congresso Internacional
de Ciência do Esporte, 17./4, 2011, Rio Grande do Sul. Anais... Colégio
Brasileiro de Ciências do Esporte, 2011. p. 1-8.
Introdução
outro lado caminhar na praia, três vezes por semana por vinte minutos, pode ser
considerado exercício físico.
A partir disto, é importante verificar o quanto se é ativo nas atividades
da vida diária, estabelecendo um padrão do nível de atividade física do idoso
ou de uma determinada população de idosos. Nível de atividade física sig-
nifica o quanto se é ativo no dia a dia, ou a quantidade e qualidade de movi-
mentos que se realiza na vida diária. São considerados quatro contextos da
vida para se avaliar o nível de atividade física de uma pessoa ou população:
as atividades domésticas, as atividades profissionais, as atividades de lazer e
as formas de transporte (BRASIL, 2014; NAHAS, 2010).
O nível de atividade física relacionado à idade tende a diminuir com o
passar dos anos devido ao decréscimo das capacidades físicas (MATSUDO,
2013). Segundo estudo de Carvalho (2010), com idosas que frequentavam
o Serviço Social do Comércio (SESC) e eram atendidas no Ambulatório de
Menopausa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), cerca de 1/3
das mulheres foram categorizadas como pouco ativas, além de constatar que
mulheres com 60 anos ou mais realizavam predominantemente atividades
físicas na posição sentada e poucas atividades de intensidade moderada ou
vigorosa no trabalho, transporte e lazer. Estes resultados são consistentes
com o estudo de Nitz e Low Choy (2007), desenvolvido no Estado de São
Paulo, no qual identificou que 1,5% das mulheres com idade entre 50 e 59
anos eram muito ativas; 52,5% ativas; 40,6% irregularmente ativas e 5,4%
sedentárias. O estudo também mostrou que 9,6% das mulheres acima de 70
anos de idade eram sedentárias.
Dados da pesquisa nacional sobre vigilância de fatores de risco e pro-
teção para doenças crônicas por inquérito telefônico (BRASIL, 2014), re-
alizada em todas as capitais brasileiras mostraram que 38,2% dos idosos
acima de 65 anos eram considerados fisicamente inativos. Uma pesquisa
da Organização Mundial da Saúde (2009) demonstrou que o sedentarismo
ocupa a quarta posição como fator de risco para mortalidade e é um dos mais
importantes fatores de risco modificáveis para doenças crônico degenerati-
vas como as doenças cardiovasculares, o diabetes e o câncer, contribuindo
significativamente para o aumento destas doenças, dependência e morte.
Baixos níveis de atividade física estão também associados com altos
custos na saúde. Atualmente, revela-se um cenário médico muito voltado ao
tratamento medicamentoso ou cirúrgico, gerando custos de bilhões de reais
no país. A atividade física é uma maneira muito eficiente de tratar e prevenir
doenças, principalmente as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT),
muito comuns na terceira idade, que são responsáveis por uma carga de 66%
dos custos da saúde pública. Isto fez com que o Ministério da Saúde criasse
302
Segundo Rowe e Kahn (1997), são importantes três aspectos para o en-
velhecimento saudável: evitar doenças e incapacidades, manter a função físi-
ca e cognitiva e engajar-se em atividades sociais e produtivas. Ao engajar-se
em um grupo de exercícios físicos orientados o idoso estará no caminho
deste envelhecimento bem-sucedido, pois um programa de exercícios físicos
para idosos deve abranger estes três aspectos.
Um estudo sobre a representação social da atividade física para o ido-
so mostra que ela representa e comunica a “ideia” de saúde, felicidade e
ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO E SAÚDE 303
bem-estar que alguns grupos concebem. Sugere também que a atividade físi-
ca pode possibilitar aos idosos ultrapassarem os limites de saberes tradicio-
nais e de conceitos estereotipados sobre a velhice. Isto representa uma das
estratégias importantes para a melhoria do estado de saúde e como balizador
de metas em políticas públicas mais efetivas para a preservação da saúde e
para a prevenção de doenças que acompanham o processo natural de enve-
lhecimento (SANTANA, 2011).
Pesquisas apontam que a capacidade de interagir socialmente é funda-
mental para o idoso, a fim de que este possa conquistar e manter apoio social
e garantir melhor qualidade de vida (CARNEIRO et al., 2007). Spirduso
(2005b) relata alguns efeitos da prática de exercícios físicos na saúde mental
de idosos, os benefícios psicossociais em idosos causados pelo exercício
físico são comprovados por inúmeros estudos. Os efeitos de curto prazo re-
latados são reduções percebidas de ansiedade e depressão com certa euforia,
quando o exercício era o que eles gostavam, já os efeitos de longo prazo
foram: a melhora na saúde, aumento no desempenho no trabalho, atitude
mais positiva perante a vida, melhora no autoconceito, na autoestima, no
bem-estar, na imagem corporal, na autoeficácia e aumento na sensação de
controle sobre seu próprio destino.
Dessa forma, a socialização é um aspecto imprescindível em um pro-
grama de treinamento para idosos, além dos benefícios psicossociais, a so-
cialização passa a ser um fator motivador para a permanência no programa,
uma vez que os vínculos afetivos contribuem para que o idoso se motive. Por
sua vez, a permanência em programa de treinamento expõe o idoso à todos
benefícios que o exercício físico pode proporciona-lo.
De acordo com o estudo de Gomes (2014), realizado em um centro de
convivência de idosos na cidade de Corumbá-MS, o principal motivo para
que os idosos frequentassem as atividades físicas estava ligada a preocupa-
ções a saúde e bem-estar.
Entretanto, quando se verificou as motivações de permanência dos ido-
sos no programa de exercícios físicos, constatou-se que grande parte dos
idosos permanecia no programa devido aos laços afetivos criados entre o
grupo e, principalmente, por causa de um sentimento de pertença e identi-
ficação gerado ao longo do tempo. Ou seja, ao buscarem atividades físicas
visando elevar a qualidade da sua saúde, os idosos acabaram desenvolven-
do processos de sociabilidade que contribuíram para melhoria em outras
áreas da vida, como convivência social e combate a depressão, em alguns
casos. Nesse contexto, se faz importante que os profissionais de Educação
Física elaborem um plano de treinamento para prevenir e combater proble-
mas de saúde, e ao mesmo tempo para facilitar a integração entre os idosos
(GOMES, 2014).
304
Dimensão Física
Dimensão Mental
Dimensão Social
Dimensão Emocional
Dimensão Espiritual
Considerações finais
Revisão do capítulo
Ficha de autoavaliação
REFERÊNCIAS
ACSM. American College of Sports Medecine. ACSM’s Guidelines for
Exercise Testing and Prescription. 9. ed. Philadelphia: Lippincott Williams
& Wilkins, 2013.
Introdução
Física é, ainda entendida como uma disciplina cuja prática se preocupa sim-
plesmente, com o rendimento de alto nível, para obtenção de melhores resul-
tados nas competições desportivas. Seu desempenho continua sendo pautado
por formas tradicionais de ações reprodutoras, na padronização de movi-
mentos e comparação de “performance”.
Diante disso, não podemos ficar parados. Devemos estar fazendo e bus-
cando melhorias para o campo da Educação Física. O ser humano não é uma
entidade estática, mecânica ou fragmentada, mas um processo de múltiplas
dimensões que se encontra contínuo em constantes transformações. É uma
totalidade indivisível, em aperfeiçoamento contínuo. Por isso, as atividades
devem constituir-se em espaços transdiciplinares, envolvidos nos processos
globais e permanentes na construção da consciência humana.
Conhecendo esses conceitos definidos, pode-se então dizer que são re-
comendáveis a um indivíduo realizar de 20 a 60 minutos de atividade
física moderada a intensa (60% a 90% da frequência cardíaca máxima
ou 50% a 85% do consumo máximo de oxigênio – VO2max.), realiza-
das por três ou mais vezes por semana (ACMS, 1990). Recente estudo
realizado por BANKOFF et al (1999) verificou que os profissionais de
Educação Física acreditam que o tema atividade física e saúde deve
fazer parte do conteúdo, tanto da formação do profissional como da dis-
cussão das aulas com alunos (PEREIRA et al., s/d, p. 2).
Fonte: CSFT (Canadian Standardized Teste Of Fitness (1986)) apud Pereira et al. (s/d).
Muito Baixo 5 6
Baixo 10 10
Fonte: Lohman (1987) apud Heyward e Stolarczyk (2000) apud Fontoura et al. (2008, p. 239).
Muito Baixo 5 7
Baixo 15 14
Fonte: Lohman (1987) apud Heyward e Stolarczyk (2000) apud Fontoura et al. (2008, p. 239).
ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO E SAÚDE 331
1. Idade e sexo
2. Elevação dos lipídios sanguíneos
3. Hipertensão
4. Fumo
5. Inatividade física
6. Obesidade
7. Diabetes melito
8. Dieta
9. Hereditariedade
10. Personalidade e tipo de comportamento
11. Níveis elevados de ácido úrico
12. Distúrbios da função pulmonar
13. Raça
14. Eletrocardiograma anormal em repouso e em exercício
15. Estresse e tensão
... continuação
Padrões estabe- Comportamen- Desenvolvendo téc-
Questões:
lecidos de com- to substituído: nicas para o controle
Pergunte-se!
portamento proposições alimentar: Atente-se!
Quais as atividades
realizadas durante Nunca consumir o café Tomar o café da ma-
as refeições (ver da manhã ou o almoço nhã e almoçar apenas Substituir
televisão, dirigir o na mesa da cozinha na mesa da cozinha
carro, costurar)?
Intervalo de
confiança de 95%
Desvio Erro para média Máxi-
N Média Mínimo
padrão padrão mo
Limite Limite
inferior superior
10 1 16,8802 . . . . 16,88 16,88
11 18 17,2328 2,63999 ,62225 15,9200 18,5457 13,78 24,92
12 28 20,3867 4,98390 ,94187 18,4541 22,3193 12,58 31,63
13 30 20,0902 3,74434 ,68362 18,6921 21,4884 14,07 30,41
IMC -
Índice de 14 26 20,6064 4,72163 ,92599 18,6993 22,5135 15,82 37,38
Massa 15 17 22,1921 5,43071 1,31714 19,3999 24,9843 14,61 34,16
Corporal 16 5 20,4245 1,56963 ,70196 18,4755 22,3734 18,29 22,41
17 1 21,0828 . . . . 21,08 21,08
18 1 22,9719 . . . . 22,97 22,97
Total 127 20,1560 4,44174 ,39414 19,3760 20,9360 12,58 37,38
10 1 ,8098 . . . . ,81 ,81
11 18 ,7638 ,03651 ,00861 ,7457 ,7820 ,72 ,83
12 28 ,8012 ,16032 ,03030 ,7390 ,8634 ,68 1,35
13 29 ,7894 ,13125 ,02437 ,7395 ,8394 ,67 1,30
RCQ -
Relação 14 18 ,7785 ,12778 ,03012 ,7150 ,8421 ,48 1,06
Cintura 15 12 ,7590 ,06678 ,01928 ,7166 ,8014 ,69 ,89
Quadril 16 4 ,7167 ,05102 ,02551 ,6355 ,7978 ,65 ,76
17 1 ,7691 . . . . ,77 ,77
18 1 ,7292 . . . . ,73 ,73
Total 112 ,7801 ,11924 ,01127 ,7578 ,8024 ,48 1,35
10 1 16,8000 . . . . 16,80 16,80
11 17 13,3941 12,58930 3,05335 6,9213 19,8669 ,40 33,00
SDC - 12 26 21,0308 18,27021 3,58308 13,6513 28,4103 ,50 53,00
Soma das 13 32 18,9344 13,82034 2,44311 13,9516 23,9171 ,70 40,00
Dobras 14 25 17,8440 16,64745 3,32949 10,9723 24,7157 ,20 75,00
Cutâne-
15 20 20,7000 12,90887 2,88651 14,6585 26,7415 ,80 42,00
as do
Tríceps e 16 3 28,6667 7,02377 4,05518 11,2187 46,1147 22,00 36,00
Panturrilha 17 1 25,0000 . . . . 25,00 25,00
18 0 . . . . . . .
Total 125 18,9464 14,96546 1,33855 16,2970 21,5958 ,20 75,00
Considerações finais
Revisão do capítulo
Ficha de autoavaliação
1. Como poderia ser trabalhado o tema saúde nas aulas de Educação Física?
REFERÊNCIAS
DAVENPORT, T. H. Ecologia da informação: por que só as tecnologias
não bastam para o sucesso na era da informação. São Paulo: Futura, 1998.
Introdução
saúde debilitada até certo grau, refletindo de forma negativa para a capaci-
dade funcional. Consequentemente, esse conjunto de fatores podem levar a
dependência destes indivíduos no que concerne desempenhar suas ativida-
des cotidianas (KALACHE; 2008).
A capacidade funcional ou a também conhecida autonomia funcional
se revela como um dos conceitos mais significativos no que diz respeito à
Saúde, Aptidão Física e Qualidade de Vida (SANTOS; GRIEP, 2013). Deste
modo, o conceito de autonomia funcional se define em três diferentes aspec-
tos: autonomia de ação – na qual tange a percepção de independência física;
autonomia de pensamento – onde faculta ao indivíduo julgar todo e qualquer
tipo de situação; e autonomia de vontade – que se refere à possibilidade
de autodeterminação. A independência funcional entra como outra vertente
importante aliada a esta definição, onde podemos elucidá-la como a capaci-
tação de realizar tarefas de um modo geral sem auxílio advindo de qualquer
agente externo (desde pessoas a máquinas) (DANTAS; VALE, 2004).
Diante desta conjuntura a capacidade funcional se faz relevante para a saú-
de do idoso longevo contribuindo para sua liberdade e execução de atividades
que possam lhe proporcionar prazer (NERI, 2005). Assim, a aptidão funcional
se insere como um conceito de saúde importante para o público idoso, pois, pos-
sibilita aos mesmos determinar e executar suas atividades num contexto geral,
cuidar de si, mesmo com presença de comorbidades além de contribuir para sua
inserção no contexto social, lhes proporcionando bem-estar em todas as esferas
da sociedade atual (CARDOSO; COSTA, 2010).
Estudos atuais demonstram que diversos fatores exercem influência
direta na Aptidão Física dos idosos resultando numa capacidade funcional
não adequada, tais como: faixa etária, sexo, grau de escolaridade, renda e
situação econômica atual (ASSIS et al., 2014). Segundo Nunes et al. (2009),
idosos de 70 anos ou mais apresentam ser mais débeis no que se refere à sua
capacidade funcional e, junto a estes dados, observou-se que, associando as
diferentes faixas etárias o aumento da idade implica num maior comprome-
timento desta valência.
Outro contexto importante adjunto a este quadro se dá as alterações
fisiológicas apresentadas nesta população. Situação esta que pode promo-
ver fatores de risco prejudicando sistemas importantes, como: o sensorial,
neurológico e musculoesquelético afetando também em sua capacidade fun-
cional, além da prevalência do surgimento de doenças crônicas, panorama
comum nesta faixa etária (MILLÁN-CALENTI et al., 2010).
Sabe-se que a população feminina corresponde a grande maioria no
grupo de idosos, entretanto, apesar de terem maior expectativa de vida, de-
monstram um grau mais acentuado de limitações junto à perda de capacidade
348
Considerações finais
Revisão do capítulo
Ficha de autoavaliação
7. Quais os testes utilizados no Senior Fitness Test (SFT) e por que ele se
difundiu em diversos estudos científicos no Brasil?
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, C. G. S. Manual do ACSM para teste de esforço e prescrição
de exercício. Rio de Janeiro: Revinter, 2000.
ASSIS, V. G.; MARTA, S. N.; CONTI, M. H. S.; GATTI, M. A. N.; SIMEÃO,
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na Estratégia Saúde da Família em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil.
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BARBOSA, B. R.; ALMEIDA, J. M.; BARBOSA, M. R.; ROSSI-
BARBOSA, L. A. R. Avaliação da capacidade funcional dos idosos e fatores
associados à incapacidade. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, n. 8, p. 3317-
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ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO E SAÚDE 361
Introdução
Alzheimer
Demência é uma enfermidade neurodegenerativa causada por danos
nas células nervosas do encéfalo, tornando estas incapazes de funcionar nor-
malmente, podendo morrer. A morte neuronal pode levar a mudanças na me-
mória, comportamento e capacidade de pensar com clareza.
A Doença de Alzheimer (DA) é a demência mais frequente associada
à idade, cujas manifestações cognitivas e neuropsiquiátricas resultam em
deficiência progressiva e incapacitação. Em geral, o primeiro aspecto clínico
desta patologia é a deficiência da memória recente, enquanto as lembranças
remotas são preservadas até um estágio mais avançado. Além das dificul-
dades de atenção e fluência verbal, outras funções cognitivas deterioram à
medida que a patologia evolui, entre elas a capacidade de fazer cálculos,
as habilidades visuoespaciais e a capacidade de usar objetos comuns e fer-
ramentas. O grau de vigília e a lucidez do paciente não são afetados até a
doença estar muito avançada.
Em virtude destas características, a DA é por vezes diagnosticada em
estágios de degeneração já avançada, além de ser progressiva e irreversível,
ou seja, a luz dos conhecimentos atuais, ela ainda não tem cura. Assim, ela
conduz ao declínio cognitivo, perda da memória, atenção e julgamento, além
das mudanças comportamentais (como a depressão). A fraqueza motora não
é observada, embora as contraturas musculares sejam uma característica
quase universal nos estágios avançados da patologia. Estudo experimental
afirma que o declínio cognitivo se dá pela degeneração do hipocampo e giro
denteado (QUERFURTH; LAFERLA, 2010).
A patologia foi descrita pela primeira vez em 1906 na paciente Auguste
Deter pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer, e alguns anos depois,
em 1910, recebeu o nome de Doença de Alzheimer, por Emil Kraepelin
(CAVALCANTI; ENGELHARDT, 2012). Muitas décadas após sua descri-
ção original por Alzheimer, poucos progressos na definição da patogênese
ocorreram, entretanto, em meados de 1960, com o auxílio da microscopia
eletrônica, Michael Kidd na Inglaterra e Robert Terry nos Estados Unidos,
descreveram as alterações estruturais marcantes subjacentes às duas lesões
clássicas que caracterizam a DA: placas senis, placas neuríticas ou emara-
nhados neurofibrilares (de β-amiloide) e emaranhados de proteína tau.
Epidemiologia
O número total de pessoas com demência em todo o mundo no ano de
2010 foi de aproximadamente 35 milhões e estima-se que esse número dobre
a cada 20 anos, passando para 65,7 milhões em 2030 e 115,4 milhões em
2050. Todavia, a cada ano, o número de novos casos é de 7,7 milhões, o que
ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO E SAÚDE 367
implica um novo caso a cada quatro segundos. O principal fator de risco para
a DA é a idade, isto é, a incidência em pessoas com mais de 65 anos dobra
a cada 5 anos, com 1.275 novos casos por ano a cada 100.000 pessoas com
mais de 65 anos de idade (OMS, 2004). Na maioria das pessoas com DA, os
primeiros sintomas aparecem depois de 65 anos (NIH, 2012).
Dados epidemiológicos mostram que a DA está se tornando uma das
causas de morte mais comum. Embora as mortes pelas principais doenças
tenham diminuído significativamente, as mortes por DA têm aumentado ao
longo dos anos. Entre 2000 e 2010 as mortes relacionadas à DA aumentaram
em 68% enquanto que as mortes atribuídas às doenças cardiovasculares di-
minuíram 16% (MURPHY; XU; KOCHANEK, 2013).
Estudos mostram que a prevalência da DA está mais relacionada às mu-
lheres, no entanto, não há nenhuma evidência de que as mulheres são mais
propensas que os homens a desenvolver demência em qualquer idade. O fato
de existir mais mulheres com DA talvez se deva a expectativa de vida deste
gênero ser maior do que a dos homens (HEBERT et al., 2010).
Embora os países desenvolvidos tenham uma expectativa de vida
superior, é nos países em desenvolvimento que a taxa de demência é
maior, principalmente devido à falta de recursos financeiros disponíveis
para o tratamento dessa patologia. O alto custo para o tratamento (em tor-
no de 604 bilhões de dólares por ano), fatores culturais. como alimenta-
ção, nível de atividade física dos habitantes e políticas públicas aceleram
ainda mais sua prevalência nestes países. Conforme o avanço da doença,
o paciente se torna cada vez mais dependente, necessitando de cuidados
e supervisão em tempo integral.
A doença, em sua evolução, afeta três áreas fundamentais: cognição,
comportamento e atividades do dia a dia. Entre a evolução da doença e a
morte, o tempo médio pode ser de 4 a 8 anos, porém, pode haver casos em
que durem 20 anos ou mais.
assim esta parece ser uma das ferramentas mais seguras atualmente, princi-
palmente se lembramos que o portador da DA normalmente tem mais de 60
anos, portanto os exercícios bem orientados são uma ótima escolha como
coadjuvante no tratamento. Um detalhe interessante deste estudo é que o
exercício aeróbico em cobaias era voluntário, o animal corria quando tinha
vontade, isso nos mostra principalmente que se AF for prazerosa, melhores
serão seus benefícios na neurogênese.
Segundo Brazão (2006) a caminhada é uma ótima opção de exercício,
por ser fácil e barata, dispensando o uso de aparelhos caros e sofisticados,
mas além da caminhada, também são indicados exercícios, como: natação e
ciclismo. Sugere-se que a parte aeróbia do exercício deve ser feita todos os
dias, se possível com duração máxima de 30 a 40 minutos. Os exercícios de
sobrecarga muscular e flexibilidade também são muito importantes, princi-
palmente após os quarenta anos de idade.
Manidi (2001) explica também que o acompanhamento deve ser regu-
lar, pois a doença está constantemente evoluindo e os exercícios devem ser
adaptados às possibilidades físicas e práticas do paciente. O autor sugere
também que o profissional esteja atualizado, pois são constantes os estudos
trazendo novidades sobre o tema.
Portanto, os portadores de Alzheimer devem fazer exercícios simples e
de fácil compreensão e estes podem ser semelhantes às atividades do dia a
dia, de forma a aumentar ao mesmo tempo a atividade intelectual e motora.
Alguns bons exemplos de exercícios simples parapessoas com Alzheimer na
fase inicial ou intermediada doença incluem: andar pela casa, dançar, tarefas
simples, como mudar o percurso para determinado local, jogos de raciocínio
como palavras cruzadas, xadrez, damas e musculação e procurar que as ati-
vidades proporcionem diversão e prazer para o mesmo.
Parkinson
Epidemiologia
de incidência entre 410 e 529 por 100.000 pessoas por ano (WIRDEFELDT
et al., 2011). No Brasil, a incidência é de 3,3% (BARBOSA et al., 1987).
A etiologia desta doença ainda não é clara, mas acredita-se que resulta
da interação de diversos fatores endógenos (genética) e exógenos (ambiente)
(TEIVE, 2003; PIERUCCINI-FARIA et al., 2006; PEREIRA; GARRETT,
2010), além do estresse oxidativo, ocasionado por desequilíbrio entre fatores
que promovem a formação de radicais livres e mecanismos de defesa antio-
xidantes também são relacionados à DP (TEIVE, 2003).
O histórico familiar de DP está associado a um maior risco de incidên-
cia da doença. Segundo Pereira e Garrette (2010), o parentesco em primeiro
grau apresenta um risco acrescido, refletindo uma predisposição genética,
uma causa puramente genética ou uma partilha familiar de fatores de risco.
Eles também observaram que os fatores ambientais estão interligados aos
pacientes de DP que vivem em zona rural, que fazem uso de água de poço
e que estão mais expostos a pesticidas, herbicidas e inseticidas, bem como
indivíduos expostos a produtos químicos industriais, como manganês, mer-
cúrio e solventes. Além disso, há solventes específicos como, por exemplo, o
tricloroetileno, que pode aumentar o risco de DP (GOLDMAN et al., 2012).
O início desta enfermidade geralmente é insidioso e dificilmente o
portador identifica o momento exato em que notou alguma mudança em si
(MENESES; TEIVE, 1996). O diagnóstico é primariamente clínico, baseado
na história e exame físico e da resposta ao levodopa (composto convertido
em dopamina em nível cerebral), que é um diagnóstico auxiliar bastante im-
portante (ROWLAND, 2002). Caso os indivíduos com suspeita apresentem
resposta definitiva a drogas antiparkinsonianas, o diagnóstico é considerado
como clinicamente definido (SAMII; NUTT; RANSOM, 2004). Contudo,
alguns autores defendem que o diagnóstico definitivo da DP só pode ser
confirmado por meio de autópsia (NICHOLSON; PEREIRA; HALL, 2002).
Epidemiologia
Não menos importante, devemos ter em mente que, dos estudos aqui
expostos, nenhum realmente especificou parâmetros utilizados por educado-
res físicos no momento da prescrição de exercícios, como cargas, repetições
380
e séries, sendo apenas relatado pelos próprios autores como “moderada in-
tensidade”. A ausência dessas informações promove obstáculos quando se
deseja encontrar direcionamentos precisos para a realização de programas
de atividades físicas.
Podemos responder a última pergunta baseando-nos no que aqui foi
exposto. Pode ser sugerido que exercícios de resistência com cargas leves ou
moderadas (realizados na amplitude de movimento do paciente) possam ser
uma alternativa para promover ganhos funcionais e melhorar a qualidade de
vida em pessoas com ELA. Adiante, o treinamento deve ser realizado de 15
a 30 minutos por dia com duração superior a 6 meses.
Ainda assim, é muito importante levar em consideração que não apenas
exercícios devem ser realizados para um tratamento de ELA. Um programa
de atividades físicas deve unicamente ser realizado quando o paciente obtém
liberação médica, fazendo-se necessário uma equipe multidisciplinar para
atuar nessa doença. Assim como medicamentos passam por diversos testes
clínicos para poderem ser liberados para consumo, o mesmo deve ser feito
com outros tipos de terapias que possam sujeitar indivíduos a reações con-
trárias ao que se espera. Portanto, ainda que a literatura esteja cada vez mais
próxima de dar um veredito à pratica de atividade física, ainda deve-se ter
cautela quanto a sua prescrição e atuação.
Considerações finais
Pode-se perceber que o exercício físico tanto pode agir na prevenção como
no tratamento de patologias neurodegenerativas, no entanto, não se pode colocar
o exercício como algo apenas positivo no desenvolver dessas doenças, podendo
este também ser um agente estressor e desencadeante de complicações.
Um bom profissional, antes de realizar qualquer tipo de treinamento, deve
buscar informações acerca das condições específicas do paciente para assim
criar um programa de treinamento que venha a colaborar com as necessidades
do indivíduo, melhorando sua qualidade de vida de um modo geral.
Revisão do capítulo
O envelhecimento populacional é hoje um fenômeno universal. A partir
de novos conhecimentos terapêuticos e farmacológicos no último século, a
população mundial passou a alcançar uma longevidade maior. A passagem
de uma situação de alta mortalidade e alta fecundidade para uma de baixa
mortalidade e, gradualmente, baixa fecundidade, como a que se observa atu-
almente no Brasil, traduz-se numa elevação da expectativa de vida média
ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO E SAÚDE 381
Ficha de autoavaliação
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HERITIER, S.; HELLER, G. Z.; HOWARD, K.; ALLEN, N. E.; LATT, M.
D.; MURRAY, S. M.; O’ROURKE, S. D.; PAUL, S. S.; SONG, J.; FUNG,
384
Introdução
Considerações finais
A utilização de um currículo integrado é uma opção educativa que
permite: integração entre ensino e prática profissional; articulação entre
teoria e prática desde o início do curso; foco na resolução de problemas
em diversas situações do ambiente de trabalho; integração ensino-ins-
tituição-comunidade com forte contribuição para esta última e relação
dialógica entre professor e aluno.
Para o planejamento e organização de um currículo integrado, não se
tem uma padronização exata de ações, mais sim o resultado do estudo, das
discussões, do querer, do comprometimento e da criatividade de todos os
envolvidos no processo. O que se precisa é vencer o tradicionalismo no en-
sino e evitar a reprodução de vivências anteriores. O processo deverá ser
contínuo e permanente, aberto a constantes avaliações e aprimorado a cada
nova experiência.
A partir das concepções colocadas previamente, sintetiza-se os princi-
pais passos, de forma resumida, que podem nortear na organização e plane-
jamento de um currículo integrado:
Revisão do capítulo
As Diretrizes Curriculares Nacionais exercem papel importante e cons-
tituem-se como instrumento para mudanças na formação de profissionais em
saúde como: desenvolvimento de competências e habilidades profissionais,
inserção de cenários de prática desde o início do curso, aprendizagem de
aspectos cognitivos, psicomotores e afetivos, associação de teoria e prática;
contextualização com a realidade da sociedade. Dentre as inovações já re-
alizadas nos currículos dos cursos de saúde e nas práticas de ensino-apren-
dizagem pode-se especificar: integração curricular reduzindo a separação
entre teoria e prática e ciências básicas e profissionalizantes; inserção de
vivências práticas entre ensino, serviços de saúde e comunidades, para que
ocorra aproximação com a realidade social; inclusão dos aspectos de ensino,
pesquisa e extensão na questão da assistência, enfatizando a integralidade
da atenção, além da humanização no atendimento da comunidade como um
todo. Apesar de existirem evidências e recomendações claras para a inserção
de um modelo de integração curricular na área de saúde, poucas instituições
têm-se inclinado para planejamento e organização neste modelo. Por isso,
nota-se um aumento nos estudos corroborando para a efetividade destes ti-
pos de currículos e o compartilhamento de experiências de sucesso como
forma de estimulo para realização desta iniciativa e melhora na qualidade do
ensino em saúde.
Ficha de autoavaliação
REFERÊNCIAS
APPLE M. W. Ideologia e currículo. São Paulo: Brasiliense, 1982.
Introdução
Metodologia da problematização
Teorização
Simulação 1 – LHABSIM
O enfoque na experiência
Considerações finais
Revisão do capítulo
Ficha de autoavaliação
BEAUBIEN, J.M.; BAKER, D.P. The use of simulation for training tea-
mwork skills in health care: how low can you go? Quality and Safely in
Health Care, v. 12, Suppl1, p. i51-56, 2004. Doi: 10.1136/qshc.2004.009845.
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LIOCE, L.; SANDO, C. R.; BORUM, J. C. Standards of Best Practice:
Simulation Standard I: Terminology. Clinical Simulation in Nursing, v. 9,
n. 6, p. 3-11. 2013. Doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.ecns.2013.04.001.
Introdução
Desenvolvimento
GRAU DE
APLICATIVOS SINOPSE DOWNLOAD
ACEITAÇÃO
Tempor objetivo testar
os conhecimentos
dos alunos da área
da medicina. Consiste
em um quis, onde
cada pergunta aborda
Imagens da semana© alguma doença, 4,7 Mais de 5.000
exame ou procedi-
mento utilizado nesta
área, disponibilizando
imagens e informa-
ções adicionais sobre
cada caso retratado.
Contém informações
voltadas para a área
da enfermagem,
disponibilizando: dicio-
nários de termos téc-
Enfermagem© 4,5 Mais de 100.000
nicos, de abreviações
e de doenças; notícias
sobre saúde e dispo-
nibilização de vídeos
e canais desta área.
continua ...
ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO E SAÚDE 431
... continuação
GRAU DE
APLICATIVOS SINOPSE DOWNLOAD
ACEITAÇÃO
Permite explorar as
técnicas básicas
de enfermagem,
utilização de materiais
Guia prático de
específicos e dicas 4,4 Mais de 10.000
Enfermagem Lite©
sobre alguns proce-
dimentos e exames,
disponibilizando vídeo
aulas e relatórios.
Disponibiliza um
manual relacionado
Manual de consul- a diversas áreas da
ta rápida Medicina medicina e, também, 4,4 Mais de 50.000
Interna (Manual MI)© um material didático
escrito por médicos
(autores do aplicativo).
Tem como foco o
estudo das células,
disponibilizando as ca-
Células© racterísticas e funções 4,3 Mais de 10.000
das células, dispo-
nibilizando figuras e
animações em 3D.
Consiste em um dicio-
nário médico, que ofe-
Terminologia mé- rece 23.000 vocábulos
4,3 Mais de 1.000.000
dica free© servindo como guia
para médicos e estu-
dantes de medicina.
Destina-se ao estudo
da anatomia huma-
na, disponibilizando
modelos tridimen-
3D Órgão (anatomia)© 4,2 Mais de 1.000.000
sionais e animações
dos órgãos do corpo
humano descrevendo-
-o de forma minuciosa.
Apresenta as princi-
pais características de
dois sistemas do cor-
po humano (digestivo
e circulatório), fazendo
Sistemas do cor- um mapeamento
4,1 Mais de 100.000
po humano 3D© completo de ambos
através de um material
didático detalhado,
disponibilizando-os
em modelos tridimen-
sionais e animações.
Com isso, percebe-se que a maioria destes, se trata de apps que forne-
cem visualizações e animações em formato 3D, e que alguns deles disponi-
bilizam também, materiais anexados que servem como materiais de apoio,
como por exemplo: os vídeos, as imagens e artigos em PDF (disponibiliza-
dos por alguns), o que facilita e ajuda na compreensão dos conteúdos por
parte dos aprendizes. Sendo possível perceber de igual forma, que a maioria
destes apps têm como público alvo educadores e aprendizes da área da saú-
de, como a enfermagem e a medicina.
Ao se analisar as informações e os temas fornecidos e trabalhados nestes
aplicativos, pôde-se observar que se tratam de conteúdos e explicações relacio-
nadas com o que é transmitido no ambiente de aprendizagem formal, podendo
estes apps, serem utilizados por educadores e estudantes da área da saúde.
438
Considerações finais
Revisão do capítulo
Ficha de autoavaliação
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ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO E SAÚDE 441