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Wallon

Wallon foi um médico e estudioso francês do século XX que se dedicou ao entendimento do psiquismo humano e seu desenvolvimento. Ele propôs uma série de estágios do desenvolvimento cognitivo da criança, caracterizados por conflitos internos e externos que impulsionam a evolução. Sua teoria enfatiza a importância da motricidade e das interações sociais na formação da personalidade e inteligência do indivíduo.

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Wallon

Wallon foi um médico e estudioso francês do século XX que se dedicou ao entendimento do psiquismo humano e seu desenvolvimento. Ele propôs uma série de estágios do desenvolvimento cognitivo da criança, caracterizados por conflitos internos e externos que impulsionam a evolução. Sua teoria enfatiza a importância da motricidade e das interações sociais na formação da personalidade e inteligência do indivíduo.

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Henri Wallon

 Nasceu em 15 de
junho de 1879.
 Morreu no dia 1.º de
dezembro de 1962
 Médico
- Estudioso que se dedicou ao
ENTENDIMENTO DO PSIQUISMO HUMANO,
seus mecanismos e relações mútuas, a partir
de uma perspectiva genética.
- Apesar de NÃO TER PROPOSTO UM
MÉTODO PEDAGÓGICO, participou
ativamente de debates em torno do tema
Educação, contribuindo com críticas à
educação tradicional.
 - Manteve INTERLOCUÇÃO com as teorias
de PIAGET e FREUD

 Wallon dedicou seus estudos a gênese da


pessoa e Piaget a gênese da inteligência.

 Foi um dos pioneiros a relacionar a


hierarquização do sistema nervoso central
com a questão da inteligência
 A atividade da criança é essencialmente
caracterizada por um conjunto de gestos com
significados filogenéticos de sobrevivência.
 Entre o indivíduo e o meio há uma unidade
indivisível.
 A sociedade é para o homem uma

“necessidade orgânica” que determina o seu


desenvolvimento e portanto a sua inteligência.
 Antes da aquisição da linguagem, a
motricidade, é a característica existencial e
essencial da criança
A função da motricidade
 A motricidade ocupa lugar especial na teoria de
Wallon.
 É a resposta preferencial e prioritária às
necessidades básicas e aos seus estados
(emocionais e relacionais).
 A motricidade na criança é a expressão do seu
psiquismo prospectivo.
 A motricidade é simultânea e sequencialmente, a
primeira estrutura de relação e correlação com o
meio, com os outros e posteriormente com os
objetos.
 É a primeira forma de expressão emocional
do comportamento
 Pela motricidade, a criança exprime as suas
necessidades neurovegetativas de bem estar
ou mal estar, que contém em si uma
dimensão afetiva e interativa que se traduz
em uma comunicação somática não-verbal.
 A motricidade contém uma dimensão
psíquica, e é um deslocamento no espaço de
uma totalidade motora, afetiva e cognitiva.
Deslocamentos passivos ou exógenos

 Absoluta dependência
social.
 Dependência de fatores
externos.
Indivíduo  Simbiose fisiológica é
compensada por uma
simbiose afetiva segura.
 A evolução motora é
importante para conquista
tanto do mundo externo
quanto do mundo interior.
Deslocamentos ativos ou autógenos
 São as reações próprias do
corpo ao mundo exterior.
 Integração e produção de
posturas e movimentos do
corpo no espaço (incluindo a
interação com o mundo dos
outros e dos objetos).
Indivíduo
 A motricidade incoerente e
pouco integrada emerge para
uma motricidade mais
coerente, produzindo
sistemas mais fluentes e
adaptados.
Deslocamentos práxicos
 Concretizam as aquisições dos
primeiros hábitos sociais e que
permitem as funções construtivas
e criadoras e das aprendizagens
psicomotoras.
 A integração sensorial agora se
projeta na exploração e no
conhecimento do mundo exterior
e não no mundo interior do eu
corporal.
 O movimento de relação e de
interação afetiva com o mundo
exterior, que projeta a criança no
contexto social.
Desenvolvimento Psicomotor
Como se dá, efetivamente, o
desenvolvimento?
 Dois princípios fundamentais: alternância e
integração funcional

 1- Alternância: aprimoramento entre:


- Sensibilidade introceptiva (viscerais);
- Sensibilidade proprioceptiva (estimulação dos
músculos e seus anexos);
- Sensibilidade extereoceptiva: estimulada pelos
agentes exteriores do organismo (visão, audição,
olfato, etc...) e do córtex cerebral
2- Integração Funcional: a mudança de fase,
assimilando o que já foi adquirido, não exclui
o estágio precedente. Dá uma continuidade a
tudo o que já foi adquirido.

Obs: A alternância e a integração funcional


ocorrem em um jogo dialético onde a
maturação do sistema nervoso e as vivências
socioculturais são de fundamental
importância.
Conflitos propulsores do
desenvolvimento:

 Exógenos => desencontros entre as ações


da criança e o ambiente exterior (adulto,
cultura...)

 Endógenos => gerados pelos efeitos da


maturação nervosa
Esforço para superar as contradições das
duas teorias anteriores muito em voga:
1) A teoria da criança como
sendo miniatura do adulto

2) A teoria das mentalidades distintas, que


estabelecia um corte radical entre o mundo
da criança e o mundo do adulto formando
dois mundos à parte e, consequentemente,
duas mentalidades totalmente diferentes e
heterogêneas
A evolução
 Wallon propõe uma série de estágios do
desenvolvimento cognitivo.
 Não acreditava que os estágios de
desenvolvimento formem uma sequência linear e
fixa, ou que um estágio suprima o outro.
 Para Wallon, o estágio posterior amplia e reforma
os anteriores.
 O desenvolvimento não seria, um fenômeno suave
e contínuo; pelo contrário, o desenvolvimento seria
permeado de conflitos internos e externos.
 É natural que, no desenvolvimento, ocorram
rupturas, retrocessos e reviravoltas.
 Os conflitos, mesmo os que resultem em retorno a
estágios anteriores, são fenômenos geradores de
evolução.

 A mudança de cada estágio se caracteriza um tipo


diferenciado de comportamento, uma atividade
predominante que será substituída no estágio seguinte,
além de conferir ao ser humano:
- novas formas de pensamento
- de interação social
- de emoções

Que irão direcionar-se, ora para a construção do próprio


sujeito, ora para a construção da realidade exterior.
Os estágios de desenvolvimento:
 1)Impulsivo e 2)emocional (primeiro ano
de vida)

 3)Sensório-motor e 4) projetivo( até os 3


anos)

 5) Personalismo (três aos seis anos) = >

 6) Adolescência ==> Categorial =>


Estágio impulsivo-emocional
(Recém nascido)

 É um estágio predominantemente afetivo,


onde as emoções são o principal instrumento
de interação com o meio. A relação com o
ambiente desenvolve, na criança,
sentimentos intraceptivos e fatores afetivos.
Estágio tônico-emocional
(6 meses aos 12 meses)

 O movimento, como campo funcional, ainda


não está desenvolvido, a criança não possui
perícia motora.
 Os movimentos infantis são um tanto quanto
desorientados, mas a contínua resposta do
ambiente ao movimento infantil permite que a
criança passe da desordem
gestual às emoções diferenciadas.
Estágio sensório-motor
(12 meses aos 24 meses)
 Dos três meses de idade até aproximadamente o
terceiro ano de vida.
 É uma fase onde a inteligência predomina e o mundo
externo prevalece nos fenômenos cognitivos.
 A inteligência, nesse período, é tradicionalmente
dividida entre inteligência prática, obtida pela
interação de objetos com o próprio corpo,
e inteligência discursiva, adquirida pela imitação e
apropriação da linguagem.
Estágio Projetivo
(2 aos 3 anos)
 Os pensamentos, muito comumente se projetam em atos
motores.
 O movimento deixa de se relacionar exclusivamente com a
percepção e manipulação de objetos.
 A expressão gestual e oral é caracterizada pelo pensamento
como representação das imagens mentais por meio de ações,
cedendo lugar à representação, que independe do movimento.
 A atividade projetiva produz representação e se opõe a ela,
permitindo que a criança avance em relação ao pensamento
presente e imediato.
 Wallon dá grande importância a imitação que considera
imprescindíveis para novas aprendizagens.
 A partir deste estágio a criança é capaz de dar significado ao
símbolo e ao signo.
Estágio do personalismo
(3 aos 6 anos)
 Ao estágio sensório-motor e projetivo sucede um
momento com predominância afetiva sobre o
indivíduo: o estágio do personalismo.
 Este estágio, é crucial para a formação
da personalidade do indivíduo e da autoconsciência.
Uma consequência do caráter auto afirmativo deste
estágio é a crise negativista: a criança opõe-se
sistematicamente ao adulto.
 Também se verifica uma fase de imitação motora e
social.
Estágio categorial
(6 aos 11 anos)
 Iniciam-se as transformações físicas e psicológicas
da adolescência.

 É um estágio caracterizadamente afetivo, onde passa


por uma série de conflitos internos e externos.

 Os grandes marcos desse estágio são a busca de


autoafirmação e o desenvolvimento da sexualidade.

 Os estágios de desenvolvimento não se encerram com a


adolescência, o processo de aprendizagem sempre
implica na passagem por um novo estágio.
 Modificações corporais resultantes da ação
hormonal;
 Nova definição dos contornos da
personalidade;
 Questões pessoais, morais e existenciais
São trazidas à tona
 O indivíduo, ante algo em relação ao qual tem
imperícia, sofre manifestações afetivas que
levarão a um processo de adaptação.
 O resultado será a aquisição de perícia pelo
indivíduo.
 O processo dialético de desenvolvimento jamais
se encerra.
 O estágio não tem uma base cronológica,
mas baseia-se em uma sucessão funcional.
 Em cada estágio existe um "conflito"
específico que a criança deve resolver. As
respostas que a criança dispõe: motoras,
intelectuais, afetivas, são inseparáveis, estão
integradas em unidades dialéticas.
 Na sucessão de estágios há uma
"alternância funcional", incorporação das
conquistas realizadas nas fases => processo
de integração e diferenciação.
Quatro grandes temas em sua teoria:
 1) A questão da motricidade: Entende que a
motricidade é a primeira forma de
manifestação do ser humano. Mas desde
suas primeiras manifestações a motricidade
é AFETIVA.

 A afetividade, segundo WALLON, tem suas


bases iniciais relacionadas ao fator orgânico
e, posteriormente, sofre influências da ação
do meio social
 2- A questão da emoção: Para Wallon a
emoção é orgânica e social.
 É através dela que o indivíduo se socializa.
 É pela comunicação afetiva que temos
acesso ao mundo humano.
 "No primeiro ano de vida nutrir a inteligência
é nutrir o afeto".
 3- A questão da inteligência:

 Segundo o autor, a inteligência se


desenvolve através de "saltos".
 Para que estes "saltos" ocorram é necessário
o amadurecimento neurológico e também a
influência da cultura.
 4 - A formação do "eu":
 O "eu" se estrutura por um processo de alternância
funcional entre etapas centrípetas e etapas
centrífugas.
 Primeiramente o indivíduo está interessado em si
mesmo. É uma fase predominantemente afetiva . O
social aqui é sinônimo de inter-pessoal.
 Depois tem disponibilidade de exploração do real .
É uma etapa em que seus interesses voltam-se
para o meio, com a exploração do mundo real. É
uma etapa mais objetiva, cognitiva. O social aqui é
sinônimo de cultural.
A Educação para Wallon

 É um fato social. O homem


é um ser social e, mais ainda,
membro de uma sociedade
concreta, nela atuando,
modificando-a e sendo
por ela modificado.
 Quando se ignora a dimensão social e
política da Educação, faz-se obra educativa
artificial e limitada.
 Entendia que a Escola Tradicional seleciona
as atividades e conteúdos muito mais por
uma opção ideológica do que por princípios
psicológicos.

 O ensino deveria, então, levar em conta o


papel que os comportamentos infantis e as
aquisições cognitivas representam na vida
deste aluno.
 O processo intelectual da criança se faz graças a
uma acumulação gradual de representações.

 A escola, segundo o autor, é um meio


indispensável ao desenvolvimento da criança não
devendo ficar restrita à ação do meio familiar.
 O grupo familiar lhe é imposto, o escolar ela pode
eleger.
 A escola é um meio mais

rico, mais diversificado e


oferece à criança a
oportunidade de conviver
com seus pares.
Resumindo:
 Gênese da inteligência => genética e
organicamente social
 A teoria do desenvolvimento cognitivo =>
centrada na psicogênese da pessoa completa
 Estudo centrado na criança contextualizada =>
a passagem dos estágios de desenvolvimento
não se dá linearmente, por ampliação, mas por
reformulação, instalando-se no momento da
passagem de uma etapa a outra, crises que
afetam a conduta da criança.
 Materialismo => a natureza é anterior ao
pensamento
 Dialética => não é a das palavras mas sim a
da realidade: é uma disciplina da razão para
apreender a realidade em seus eventuais
conflitos e contradições.
O comportamento e a conduta vão se
organizando à medida que a criança vai
passando das estruturas motoras até
estruturas mais evoluídas - a cognição.
O Método:
 O método adotado por Wallon é o da observação pura.
Considera que esta metodologia permite conhecer a
criança em seu contexto, “só podemos entender as
atitudes da criança se entendermos a trama do
ambiente no qual está inserida”.

 Buscou a base de seu método dialético no materialismo


histórico por entender que a natureza, quer seja física
ou mental, é uma realidade objetiva que existe fora e
independente da consciência

 A dialética é o método que considera a natureza não


como uma acumulação acidental de objetos
Referências:

 BRUNO, Adriana Rocha. A Linguagem Emocional em


Ambientes Telemáticos: tecendo a razão e a emoção
na formação de educadores. Dissertação de
Mestrado. São Paulo: Programa de Pós-Graduação
em Educação: Currículo, da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, 2002.
 NAUJORKS, Maria Inês. HENRI WALON: por uma
teoria dialética na educação.
http://www.ufsm.br/ce/revista/ceesp/2000/02/a6.htm
 ZACHARIAS, Vera Lúcia Camara F. Henri Wallon.
 <http://www.centrorefeducacional.com.br/wallon.htm>

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