Roteiro mínimo para a fiscalização de produtos fumígenos

derivados ou não do tabaco, a sua exposição e ambientes livres de

fumo

Atenção: Este instrumento tem apenas um caráter orientativo, não sendo exaustivo e nem obrigatório.
Devem ser observadas de forma conjunta as normas Federais, Estaduais e Municipais em vigor.

Acesse:
• Leis e Decretos Federais: http://www4.planalto.gov.br/legislacao/
• RDC´s da Anvisa: http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/
____________________________________________________________________________________________________________________________
Ambiente livre de fumo

Item sim não infração

Há fumantes em ambiente coletivo fechado X Art. 2º da Lei nº 9.294/96
(cigarros convencionais, eletrônicos, narguilé
ou qualquer outro produto fumígeno)? Art. 3º do Decreto nº 2.018/96

• Definição de recinto coletivo fechado no Decreto nº 2.018/96:

"local público ou privado, acessível ao público em geral ou de uso coletivo, total ou parcialmente
fechado em qualquer de seus lados por parede, divisória, teto, toldo ou telhado, de forma
permanente ou provisória.”

• Fumódromos são proibidos desde 2011, pela Lei 12.546, que alterou a Lei 9.294/96.

• É proibido o uso de dispositivos eletrônicos para fumar (DEF), também conhecidos como cigarros
eletrônicos, em ambientes coletivos fechados. Veja mais detalhes no Anexo I deste Roteiro.

O ambiente fechado e de uso coletivo está X §2º do art. 3º, do Decreto nº

amparado pelas exceções previstas pelo §2º do 2.018/96
art. 3º, do Decreto nº 2.018/96?
• estúdios de gravação Portaria Interministerial nº
• cultos religiosos 2.647/2014
• instituições de tratamento de saúde, se
autorizado pelo médico e fora das áreas
comuns
• locais de pesquisa e desenvolvimento de
produtos
• tabacarias
Este ambiente cumpre todas as condições X Portaria Interministerial nº
ambientais exigidas pela legislação? 2.647/2014
Há sinalização de proibição de fumar? X Pode haver uma recomendação, pois não
há exigência de sinalização, por meio de
Lei Federal.

Checar se há Leis Estaduais ou Municipais.

Produtos

Página 1 de 6
 Roteiro mínimo para a fiscalização de produtos fumígenos
derivados ou não do tabaco, a sua exposição e ambientes livres de
fumo
Item sim não infração
Há venda de produtos fumígenos? X
• Caso não haja venda, há a exposição X Art. 3º da Lei nº 9.294/96
ilegal de produtos?
Art. 5º da RDC nº 558/20211
• Caso haja a exposição à venda, os X Art. 5º e 7º da RDC nº 558/2021
expositores e mostruários seguem as
regras estabelecidas para as
advertências sanitárias?
• Os produtos fumígenos estão expostos X Art. 8º da RDC nº 558/2021
o mais distante possível de balas,
gomas de mascar, bombons,
chocolates, gelados comestíveis e
brinquedos?
• As advertências sanitárias e as X §6º do Art. 5º da RDC 558/2021
mensagens de proibição de venda a
menores estão encobertas?
Quais tipos de produtos fumígenos são A comercialização de produtos fumígenos é
vendidos? proibida em:
• cigarro
• cigarro de palha o estabelecimento de Ensino,
• cigarrilha de Saúde e em órgãos ou
• kretek entidades da Administração
• bidis Pública. Inciso VIII do Art. 3º-
A da Lei 9.294/96
• charuto
• fumo de rolo
o para menores de 18 anos:
• fumo para narguilé Inciso IX do Art. 3º-A da Lei
• fumo desfiado 9.294/96
• fumo par cachimbo o Inciso III do Art. 7º da RDC
• tabaco de uso oral 558/2021
• tabaco mascável
• tabaco inalável
A exposição contém somente os produtos, as X Art. 7º do Decreto nº 2.018/96
advertências sanitárias, a mensagem de
proibição de venda a menor de 18 anos e a §2º do Art. 5º da RDC nº 558/2021
tabela de preços?
As tabelas de preços contêm alguma imagem? X §3º do Art. 5º da RDC nº 558/2021

Os expositores contêm recursos atrativos, tais X

como pôsteres, painéis, cartazes, recursos §§4º e 5º do Art. 5º da RDC nº 558/2021
visuais, iluminação, sons, detalhes gráficos e
movimento?

1 A exposição só é permitida caso haja a venda dos produtos fumigenos expostos, do contrário, configura propaganda ilegal.
Página 2 de 6
 Roteiro mínimo para a fiscalização de produtos fumígenos
derivados ou não do tabaco, a sua exposição e ambientes livres de
fumo
Item sim não infração
Há venda casada, ou seja, obrigatória, de X Inciso I do Art. 39 da Lei 8.884/1994
outros produtos ou serviços, condicionada à (Código de Defesa do Consumidor)
aquisição de produtos de tabaco?
Inciso I do Art. 9º da RDC nº 558/2021

Há venda pela Internet?2 X Inciso I do Art. 7º do Decreto 2.018/96

Art. 5º, 6º e Inciso II do Art. 9º da RDC

558/2021
Há comercialização em pontos de venda X Inciso I do Art. 7º do Decreto 2.018/96
móveis?
(Exemplo: pessoas vendendo produtos Art. 5º da RDC nº 558/2021
fumígenos em eventos, de forma ambulante)
Definição de “local de venda” Decreto nº 2.018/96:

“Art.2º...
V – LOCAL DE VENDA – área ou espaço fixo e fisicamente delimitado localizado no interior de
estabelecimento comercial e destinado à exposição e à venda de produtos fumígenos, derivados ou não
do tabaco;” (grifo nosso)
Há comercialização por remessa expressa ou X Inciso I do Art. 3º-A da Lei 9.294/96 (via
via postal? postal)

Inciso III do Art. 9º da RDC nº 558/2021

Há distribuição de amostras grátis e brindes?3 X Inciso II do Art. 3º-A da Lei 9.294/96

Incisos IV e V do Art. 9º da RDC nº

558/2021

Todos os produtos possuem registro? 2 X Capítulo II, Seção I, Art. 4º e 6º da RDC nº

559/2021
Lista4 de produtos registrados na Anvisa:
Consulta a registro
Há venda de dispositivo eletrônico para fumar X Art. 1º da RDC nº 46/2009
(DEF)?2
Há venda de refis ou acessórios para DEF? X Parágrafo único do Art. 1º da RDC nº
46/2009
Há a venda de pacotes com múltiplas X Capítulo II, Seção I, Art. 4º e 6º da RDC nº
embalagens, sem registro, ao consumidor 559/2021;
final?5 Inciso II do Art 9º da RDC nº 559/2021
(Exemplo: múltiplos maços, boxes, sacos, etc)

2 A autuação deverá ser realizada pela Anvisa e, portanto, as denúncias e provas devem ser encaminhadas à GGTAB/ANVISA, por
ofício ou por meio do sítio eletrônico Anvisa.
3 A Visa Local deve autuar o estabelecimento e remeter todas as provas (notas fiscais, amostras e outros dados) à GGTAB, para

que seja autuado o fabricante/importador

4 A lista é atualizada frequentemente, portanto, sugere-se a consulta/impressão no dia da inspeção
5 Muitas embalagens múltiplas não possuem registro junto à Anvisa, portanto, não podem ser comercializadas

Página 3 de 6
 Roteiro mínimo para a fiscalização de produtos fumígenos
derivados ou não do tabaco, a sua exposição e ambientes livres de
fumo
As embalagens vendidas estão de acordo com as normas para advertências sanitárias?6
• A advertência sanitária padrão (imagens, X Art. 9º da RDC nº 195/2017
frases e cor de preenchimento) ocupa
7

100% da face posterior externa?

• A advertência frontal ocupa 30% da X Art. 10 da RDC nº 195/2017
embalagem e contém a cor amarela, as
frases de alerta e o Disque Saúde (136)?
• A advertência sanitária lateral ocupa 75% X Art. 11 da RDC nº 195/2017
da lateral e contém as frases “Perigo:
Produto Tóxico” e a que destaca os
malefícios do produto?
• A advertência sanitária lateral está X §3º do Art. 11 da RDC nº 195/2017
vinculada à advertência posterior
especificada no Anexo III da RDC nº
195/17?
• A mensagem de venda proibida a menores X Art. 12 da RDC nº 195/2017
de 18 anos ocupa 25% da lateral da
embalagem e está nas cores padronizadas?
• As embalagens com menos de 6 faces8 X Art. 13 da RDC nº 195/2017
(como por exemplo: sacos, embalagens
redondas, latas, etc) estão de acordo com o (a tipificação exata – inciso e/ou parágrafo
previsto na norma? - dependerá da infração cometida)

6. Em caso de dúvidas quanto à conformidade das embalagens, favor contatar a GGTAB antes de efetuar a autuação:
[email protected]
7 Imagens e frases de advertência: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/tabaco/advertencias-sanitarias/imagens-de-

advertencia
8 Tratam-se de embalagens diferentes de maços ou boxes. Para estas embalagens há a divisão espacial entre “face ou vista frontal”

e “face ou vista posterior”, pois não há laterais.

Página 4 de 6
 Roteiro mínimo para a fiscalização de produtos fumígenos
derivados ou não do tabaco, a sua exposição e ambientes livres de
fumo

ANEXO I

Proibição de uso de DEF em ambientes coletivos fechados

Trecho retirado do Relatório Final de Análise de Impacto Regulatório (AIR):

A tentativa de desvincular os DEF de produtos fumígenos pode ser percebida até mesmo na criação do verbo
“vapear”, utilizado por usuários de DEF, por não se considerarem fumantes, como pode ser observado nas redes sociais e no
estudo qualitativo realizado pela UFRJ e citado neste AIR

A definição de produto fumígeno adotada pela Anvisa pode ser encontrada na Resolução da Diretoria Colegiada –
RDC nº 559/2021, a saber:

Art. 2º Para efeitos desta Resolução, entende-se por:

...
XXII - produto fumígeno: produto manufaturado, derivado ou não do tabaco, que contenha folhas ou extratos de folhas
ou outras partes de plantas em sua composição;

Ademais, o Decreto nº 5.658/2006, que internalizou no Brasil a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, define
produtos de tabaco como:

PARTE I: INTRODUÇÃO
Artigo 1
Uso de termos

Para os fins da presente Convenção:

(f) "produtos de tabaco" são todos aqueles total ou parcialmente preparados com a folha de tabaco como matéria
prima, destinados a serem fumados, sugados, mascados ou aspirados”

Considerando o disposto na RDC nº 46/2009, os Dispositivos Eletrônicos para Fumar são dispositivos eletrônicos que
mimetizam o ato de fumar. Esta família de produtos abrange uma miríade de produtos com diversas funcionalidades,
variados formatos e sabores, além de diferentes formas de gerar emissões. Considerando a função, o conteúdo e as
emissões, tais produtos estão abrangidos na definição de produtos fumígenos do Decreto nº 5.658/2006 pois tratam-se de
produtos fumígenos, que podem ser derivados ou não do tabaco. Como tais produtos necessitam de um dispositivo
eletrônico para o seu uso, por isso, o seu enquadramento regulatório consta na RDC nº 46/2009. As emissões destes
produtos, apesar de chamados por alguns de vapor (ou vape), são, na verdade, aerodispersóides.
Toda solução de partículas sólidas ou líquidas dispersas em um gás ou mistura de gases é chamada de aerossol,
aerocolóide, aerodispersóide ou sistema aerodisperso. Tais soluções incluem nuvens de material em suspenção que variam
de poeira e fumaça a névoas, poluição ou sprays. Os aerodispersóides podem ter origem antropogênica ou natural, e suas
características variam de acordo com sua origem e composição.i
Desta forma, apesar de serem diferentes quimicamente, tanto os produtos de tabaco convencionais, quanto os DEFs
produzem aerodispersóides, cada um com sua composição peculiar. Desta forma, tanto do ponto de vista das
características físicas das emissões, quanto do ponto de vista toxicológico, as emissões de um cigarro (ou qualquer outro
produto de tabaco tradicional), e as de um DEF (seja cigarro eletrônico com refis líquidos ou produto de tabaco aquecido)
devem ser tratadas da mesma forma, pois além de serem produtos fumígenos, suas emissões são aerodispersóides e
possuem componentes químicos que são danosos à saúde e ao meio ambiente.9

9 Office on Smoking and Health (US), The Health Consequences of Involuntary Exposure to Tobacco Smoke: A Report of the Surgeon
General, Publications and Reports of the Surgeon General (Atlanta (GA): Centers for Disease Control and Prevention (US), 2006),
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK44324/; Liqiao Li et al., “Effects of Electronic Cigarettes on Indoor Air Quality and Health”,
Página 5 de 6
 Roteiro mínimo para a fiscalização de produtos fumígenos
derivados ou não do tabaco, a sua exposição e ambientes livres de
fumo
...

Fumo

No caso dessa legislação, a palavra fumígeno tem como origem a palavra fumo, que na língua portuguesa falada no
Brasil, tem os seguintes significados:10

fumo
substantivo masculino
1. Vapor que se desprende dos corpos em combustão ou dos líquidos em ebulição.
2. Exalação visível dos corpos em decomposição, dos estrumes, da cal que se apaga, etc.
3. Fumarola.
4. Evaporação da água que se despenha, formando uma espécie de nuvem.
5. Faixa de tecido preto indicativo de luto. = CREPE
6. Espuma.
7. Tabaco preparado para fumar.
8. [Figurado] Mostra, indício.
9. Suspeita.
10. Coisa vã.
11. Obcecação.
12. Pretensão, presunção, vaidade.
13. Reputação.
14. [Popular] Esturro, bispo na comida.
15. [História] Juiz indígena nos prazos de Moçambique e nome que também se dava aos grandes da Cafraria, aos
governadores, etc.
16. [Brasil, Informal] Droga obtida a partir de folhas, flores e ramos secos do cânhamo, que produz sonolência ou outras
alterações do sistema nervoso central. = MACONHA
fumo crioulo
• [Brasil] O mesmo que fumo de rolo.
fumo de corda
• [Brasil] O mesmo que fumo de rolo.
fumo de palha
• Coisa de pouca monta.
fumo de rolo
• [Brasil] Tabaco torcido e enrolado.

Observamos, portanto, significados que englobam desde a fumaça oriunda da combustão a até mesmo o vapor
desprendido por líquidos em ebulição.

i Aerosols (Elsevier, 1984), https://doi.org/10.1016/B978-0-12-347260-1.X5001-6.

Annual review of public health 41 (2 de abril de 2020): 363–80, https://doi.org/10.1146/annurev-publhealth-040119-094043; Nicholas

D. Fried e Jason D. Gardner, “Heat-Not-Burn Tobacco Products: An Emerging Threat to Cardiovascular Health”, American Journal of
Physiology-Heart and Circulatory Physiology 319, no 6 (1o de dezembro de 2020): H1234–39,
https://doi.org/10.1152/ajpheart.00708.2020.
10 Priberam Informática S.A, “Consulte o significado / definição de fumo no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, o dicionário

online de português contemporâneo.”, acessado 28 de agosto de 2020, https://dicionario.priberam.org/fumo.

Página 6 de 6