FAQs Prec OsTransferencia

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 16

FAQs Preços de Transferência

Perguntas e respostas sobre


a temática de preços de
transferência

Janeiro, 2020
Índice

ENQUADRAMENTO 3 QUANDO DEVE SER ENTREGUE? 11

O QUE SÃO OS PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA? 5 DURANTE QUANTO TEMPO DEVE SER MANTIDO? 11

O QUE É RELAÇÃO ESPECIAL? 5 ARQUIVAR CONTRATOS E FATURAS É UM DFPT? 12

EXISTEM OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS? 6 QUAIS AS INFORMAÇÕES QUE DEVE CONTER? 12

NO QUE CONSISTE O MODELO 54? 8 COMO SE JUSTIFICAM OS PREÇOS PRATICADOS? 13

NO QUE CONSISTE O MODELO 55? 9 EXISTEM COIMAS? 13

O QUE SÃO OPERAÇÕES VINCULADAS? 9 COMO SE DEVE PREENCHER A IES? 14

PORQUE DEVE SER ORGANIZADO O DFPT? 10 EXEMPLOS PRÁTICOS 14-15

QUEM DEVE ORGANIZAR O DFPT? 10 CONTACTOS 16

A presente apresentação não dispensa a leitura da legislação em vigor


da temática em causa (Artigo 63.º do CIRC e Portaria n.º 1446-C/2001,
de 21 de dezembro)
2
Enquadramento
A temática dos preços de A escolha do método para
transferência constitui um dos a determinação dos termos
assuntos da ordem do dia quando e condições praticados passa
nos referimos aos conteúdos de a incidir na natureza da operação,
matéria fiscal das organizações. na disponibilidade de informações
A administração fiscal encontra-se fiáveis e no grau de
cada vez mais atenta a este tema comparabilidade entre as
e às suas particularidades, operações efetuadas e outras
realizando recentemente alterações substancialmente idênticas.
significativas ao regime de preços Passando agora a ser possível a
de transferência (Lei 119/2019, utilização de outro método, técnica
de 18 de setembro). ou modelo de avaliação económica
de ativos geralmente aceites,
Este regime vê agora o seu âmbito abandonando-se para o efeito
alargado, passando a aplicar-se a hierarquização dos métodos.
a todas as operações efetuadas
entre um sujeito passivo e qualquer A informação empresarial anual
outra entidade, sujeita ou não passará a exigir a identificação das
a IRC, com a qual esteja em metodologias de determinação dos
situação de relação especial, preços de transferência e respetivas
quando anteriormente a aplicação alterações e a indicação do valor
se limitava a operações comerciais das correções efetuadas na
e financeiras. determinação do lucro tributável
pela não observância do princípio
da plena concorrência.

3
Enquadramento
A economia mundial e a Esta situação levou as
internacionalização dos mercados administrações tributárias e os
tem vindo a assistir a um progresso diversos organismos internacionais
admirável fruto do progresso a refletir sobre o tema com maior
tecnológico, da crescente acuidade, tornando os preços de
liberalização dos mercados e do transferência uma problemática
desenvolvimento das economias relevante na atualidade.
nacionais.
É importante rever este tema
As empresas multinacionais estão com o apoio de uma equipa
no centro desta economia especializada se a sua empresa
globalizada e as trocas comerciais estabelece com outras entidades
entre empresas pertencentes ao relacionadas algum tipo de
mesmo grupo económico, transação, nomeadamente, partilha
que vão desde a transação de bens de custos ou serviços, aquisições
(ou prestação de serviços) ou venda de mercadorias
a operações de financiamento. e empréstimos.

Por questões estratégicas, Com o objetivo de auxiliar na


operacionais e por vezes compreensão desta temática,
exclusivamente económicas, as no preenchimento da IES e na
diversas vertentes da atividade dos organização do Dossier Fiscal de
grupos internacionais encontram-se Preços de Transferência (DFPT),
dispersas por vários países. disponibilizamos uma versão
de perguntas e respostas (FAQs)
sobre dúvidas frequentes.

4
FAQ 1
O QUE SÃO OS PREÇOS Os preços de transferência são os preços
DE TRANSFERÊNCIA? pelos quais uma empresa transfere bens,
direitos ou serviços a outra entidade
com a qual esteja em situação de relação
especial.

FAQ 2
O QUE É RELAÇÃO Estamos perante uma relação especial ü Membros de órgãos sociais, de órgãos de
ESPECIAL? entre duas entidades nas situações em gestão, administração e/ou fiscalização;
que uma tem o poder de exercer, direta ü Contrato de subordinação ou grupo paritário
ou indiretamente, influência significativa (artº 493º e artº 494 CSC);
nas decisões de gestão da outra. ü Inseridas no mesmo perímetro de
Esta influência é verificada nos termos consolidação financeira;
do n.º4 do artigo 63.º do CIRC:
• Quando dependentes do ponto de
• Quando controladas direta ou vista comercial, financeiro ou jurídico;
indiretamente por interesses comuns:
• Quando uma delas seja residente em
ü Participação comum direta ou indireta “paraíso fiscal” (Portaria 291/2011).
no capital superior a 20%;
ü Relações familiares;

5
FAQ 3
EXISTEM OBRIGAÇÕES Sim. ü Indicar métodos de determinação de preços
DECLARATIVAS EM de transferência e se houveram alterações
SEDE DE PREÇOS A existência de operações vinculadas entre exercícios;
DE TRANSFERÊCIA? entre as entidades relacionadas
ü Declarar se tem/não tem dossiê de preços
pressupõe um conjunto de obrigações de transferência organizado;
declarativas que passamos a enumerar:
ü Indicar se o modelo de negócio sofreu
• MODELO 22 (ponto 8 do artº 63º do ou não alterações;
CIRC) – adicionar ao lucro tributável ü Declarar valor dos ajustamentos à MOD22.
correções positivas ao lucro
contabilístico quando resultem de • IES – Anexo H - Quadro 4 -
operações com não residentes em que Identificação dos rendimentos obtidos
não se observem preços de mercado. de entidades não residentes por país:
• IES – Anexo H – Quadro 31 e 32 (nº 6, ü Indicar a natureza dos rendimentos;
7 e 8 do artº 63º do CIRC) – Operações ü Declarar o montante das transações;
com entidades relacionadas: ü Declarar o imposto pago no estrangeiro.
ü Identificar entidades relacionadas residentes
e não residentes, no caso de ser não • ABDR – Divulgar as entidades
residente, apenas se deve indicar relacionadas com quem estabeleceu
a denominação da entidade; transações durante o exercício e a sua
valorização.
ü Indicar a natureza das transações e da
relação com a entidade relacionada; • Modelo 54 - entidade reportante do
ü Declarar montantes das transações; CbCRe.
ü Indicar se a entidade é sujeita a um regime • Modelo 55 - CbCR Country By country
fiscal claramente mais favorável; Report.
ü Declarar o valor dos efeitos do não
cumprimento do princípio de plena
concorrência;
6
FAQ 3
EXISTEM OBRIGAÇÕES Não existe na legislação qualquer menção No que concerne à organização do
DECLARATIVAS EM à metodologia a aplicar aos valores Dossier Fiscal de Preços de Transferência
SEDE DE PREÇOS a incluir na IES, no entanto, o sujeito (DFPT), julgamos que esta deve ter em
DE TRANSFERÊCIA? passivo pode seguir uma de duas óticas: consideração os valores que impactam
de tesouraria ou de resultados/ os resultados da empresa.
económica. Na primeira, procura-se
analisar as entradas e saídas de valores De referir que os montantes considerados
na empresa, enquanto que na segunda se nas várias peças contabilísticas/fiscais
deve considerar tudo o que teve impacto (IES, DFPT e ABDR) devem ter implícito
em resultados (rendimentos/gastos). um raciocínio lógico coerente entre si,
Neste último caso, sempre que o IVA for no entanto, não é imperativo que os
dedutível, então não deve ser valores sejam iguais.
considerado no apuramento dos valores.

Importa ressalvar que se deve manter


o critério de apuramento dos valores
para a IES entre os exercícios.

7
FAQ 4
NO QUE CONSISTE O MODELO 54 O Modelo 54 enquadra-se na Portaria Este modelo de comunicação para
– COMUNICAÇÃO DA n.º 367/2017 de 11 de dezembro. a identificação da entidade declarante
IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE surgiu para garantir a aplicação do n.º 4
DECLARANTE – DECLARAÇÃO O artigo 121.º A do Código do IRC veio
introduzir a obrigação das entidades-mãe do artigo 121.º A do Código do IRC, que
FINANCEIRA E FISCAL POR PAÍS? exige que qualquer entidade, residente
finais, ou as entidades-mãe de
substituição de grupos multinacionais, ou com estabelecimento estável em
cujo total de rendimentos consolidados território português, que integre um
seja igual ou superior a 750 milhões de grupo no qual alguma das entidades
euros no período imediatamente anterior, esteja sujeita à apresentação da
e em determinadas situações as declaração de informação financeira
empresas constituintes destes grupos, e fiscal por país ou por jurisdição fiscal,
apresentarem uma declaração de comunique por via eletrónica, se é ela
informação financeira e fiscal por país a entidade declarante ou, caso não o seja,
ou jurisdição fiscal. a identificação da entidade declarante do
grupo, o país ou jurisdição em que esta
é residente para efeitos fiscais.
Esta declaração deve ser apresentada
relativamente aos períodos de tributação
com início em ou após 1 de janeiro de
2016 (a submeter em 2017 e seguintes).

8
FAQ 5
NO QUE CONSISTE O O declaração Modelo 55, destina-se a dar O cumprimento desta obrigação
MODELO 55 – CbCR cumprimento ao n.º 3 do artigo 121.º A declarativa deve ser efetuado,
Country By country do Código do IRC. A Portaria n.º 383- preferencialmente, pelo envio, através
Report? A/2017 de 21 de dezembro, aprova do Portal das Finanças, de um ficheiro
o modelo oficial de declaração financeira com o formato XML cujas características,
e fiscal por país e regula os suportes e os estrutura e esquema de validações
procedimentos do regime de envio desta constam do Anexo II da Portaria supra
declaração. referida.

FAQ 6
O QUE SÃO OPERAÇÕES As operações vinculadas são aquelas que • Comercial (transmissão de bens e/ou
VINCULADAS? são efetuadas entre um sujeito passivo de serviços, utilização de ativos e outros
IRS ou de IRC e qualquer outra entidade, – venda de mercadorias e outros
sujeita ou não a estes impostos, com produtos, prestação de serviços, juros
a qual esteja em situação de relação de empréstimo, royalties auferidos,
especial. outros; aquisição de bens e/ou
Estas operações devem ser analisadas em serviços, utilização de ativos e outros
sede de preços de transferência e podem – compras de mercadorias e outros
ser de índole: produtos, serviços intragrupo, juros
de empréstimo, aquisição de AFT e AI;
• Financeira (empréstimos, apoios de garantias e/ou colaterais concedidos;
tesouraria, …); ou garantias e/ou colaterais obtidos).

9
FAQ 7
PORQUE DEVE SER O DFPT deve ser organizado para
ORGANIZADO demonstrar que as condições praticadas
O DFPT? nas transações com entidades
relacionadas estão em conformidade
com o princípio de plena concorrência e,
nos casos em que não esteja a ser
cumprida, identificar os ajustamentos
à matéria coletável.

FAQ 8
QUEM DEVE As empresas que apresentem um valor
ORGANIZAR anual de vendas líquidas e outros
O DFPT? proveitos igual ou superior a 3 000 000 €
no ano N, deverão organizar dossier
no ano N+1.

10
FAQ 9
QUANDO DEVE SER Deve estar organizado até ao termo do A entrega à AT só é obrigatória para os
ENTREGUE? prazo para entrega da declaração anual casos de empresas abrangidas pelo RETGS
de informação contabilística e fiscal (IES). (Regime Especial de Tributação de Grupos
Societários) e sujeitos passivos objeto
de acompanhamento pela Unidade de
Grandes Contribuintes. O dossier deverá
ser entregue em formato papel ou digital
à AT como parte integrante do dossier
fiscal até ao termo do prazo para entrega
da declaração anual de informação
contabilística e fiscal (IES).
FAQ 10
DURANTE QUANTO TEMPO A documentação fiscal deve permanecer
DEVE SER MANTIDO EM na empresa durante 10 anos após a sua
ARQUIVO NA EMPRESA? elaboração.
A documentação referente aos anos 2014
a 2016 deve permanecer na empresa
durante 12 anos (OE2014).

11
FAQ 11
ARQUIVAR CONTRATOS E Não.
FATURAS É POR SI SÓ UM DFPT?
É necessária uma análise de funções,
ativos e riscos, seleção do método de
preços de transferência mais apropriado
a cada caso em concreto, de entre os
contemplados na legislação, e realizar
a análise económica das operações com
recurso a bases de dados especializadas
e/ou com recurso a outras informações
fornecidas pelo cliente/pesquisadas
na internet.

FAQ 12
QUAIS AS INFORMAÇÕES Devem constar informações de análise
QUE UM DFPT DEVE CONTER? de ativos, funções e riscos assumidos,
identificação e valorização das operações
vinculadas, enquadramento legal da
situação de relação especial com as
diversas entidades relacionadas e, por
fim, elaboração de estudo estatístico para
validação dos termos e das condições
praticadas nas operações vinculadas.

12
FAQ 13
COMO SE JUSTIFICAM O sujeito passivo deve adotar qualquer aspetos, a natureza da operação,
OS PREÇOS PRATICADOS? dos métodos (método do preço a disponibilidade de informações fiáveis
comparável de mercado, método e o grau de comparabilidade entre
do preço de revenda minorado, as operações ou séries de operações
método do custo majorado, método que efetua e outras substancialmente
do fracionamento do lucro, método idênticas, efetuadas entre entidades
da margem líquida da operação ou outro independentes (n.º 3 do artigo 63.º CIRC).
método), tendo em conta, entre outros

FAQ 14
EXISTEM COIMAS PARA QUEM Sim.
NÃO ORGANIZA A DOCUMENTAÇÃO A falta de apresentação da documentação aplicada coima mais gravosa caso
DE PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA? respeitante à política adotada em matéria o dossier não venha a ser efetivamente
de preços de transferência é punível com disponibilizado. Acrescida de 5 %
coima de 500 € a 10 000 € (elevado para por cada dia de atraso na entrega de
o dobro no caso de pessoa coletiva documentação de preços de transferência
(artº 26.º do RGIT), sem prejuízo de ser (n.º 6 do artigo 117.º do RGIT).

13
FAQ 15
COMO SE DEVE Ver FAQ n.º3.
PREENCHER A IES?

FAQ 16
UM CARRO PERTENCENTE Sim, em ambas.
À EMPRESA É VENDIDO Existe relação especial entre a empresa
À MULHER DO SÓCIO e a mulher do sócio, enquadrável na
MAIORITÁRIO. ESTA TRANSAÇÃO alínea a), n.º4 do artigo 63.º do CIRC
DEVE SER REFERENCIADA NA IES (Uma entidade e os titulares do respetivo
E NO DFPT? capital, ou os cônjuges, ascendentes
ou descendentes destes, que detenham,
direta ou indiretamente, uma participação
não inferior a 20 % do capital ou dos
direitos de voto), pelo que a transação
estabelecida deve ser alvo de análise.

14
FAQ 17
A VENDA DE UM CARRO ENTRE Sim, em ambas.
DUAS ENTIDADES SEM
PARTICIPAÇÃO SOCIAL ENTRE Existe relação especial entre as duas
ELAS, MAS COM O MESMO SÓCIO empresas, enquadrável na alínea b),
MAIORITÁRIO NA ESTRUTURA DE n.º4 do artigo 63.º do CIRC (Entidades
PARTICIPAÇÕES DEVE CONSTAR em que os mesmos titulares do capital,
NA IES E NO DFPT? respetivos cônjuges, ascendentes
ou descendentes detenham, direta
ou indiretamente, uma participação
não inferior a 20 % do capital ou dos
direitos de voto), pelo que a transação
estabelecida deve ser alvo de análise.

FAQ 18
A DISTRIBUIÇÃO DE DIVIDENDOS Não. Deve constar na IES, mas não
AOS SÓCIOS DEVE CONSTAR NA no DFPT.
IES E NO DFPT? Existe relação especial entre a empresa destes, que detenham, direta ou
e os sócios, enquadrável na alínea a), n.º4 indiretamente, uma participação não
do artigo 63.º do CIRC (Uma entidade inferior a 20 % do capital ou dos direitos
e os titulares do respetivo capital, ou os de voto), no entanto, esta transação não
cônjuges, ascendentes ou descendentes tem substância para análise.

15
Para definirmos uma solução à sua
medida ou obter esclarecimentos
adicionais, p.f. contacte-nos através
do seu gestor Moneris ou pelo email
[email protected].

Europa Portugal Lisboa Leiria


África Porto Santarém
América Faro Setúbal
Ásia Aveiro Vila Real
Oceania Bragança Viseu

Você também pode gostar