Animais Ameaçados de Extinção

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O Pantanal é um bioma rico em vida, exatamente por isso, é o lar para uma

biodiversidade enorme. Existem aqui pelo menos 3.500 espécies de plantas,


650 de aves, 124 de mamíferos, 80 de répteis, 60 de anfíbios e 260 espécies
de peixes de água doce, sendo que algumas delas em risco de extinção. Se o
Pantanal fosse um país, estaria na posição de número 39 entre os países com
maior biodiversidade do mundo!
Pensando nisso, fizemos uma lista com 10 espécies que ocorrem no Pantanal
e são icônicas para a maior planície alagável do mundo:

1 – Tuiuiú (Jabiru mycteria)

Sua envergadura pode chegar a 3m de ponta a ponta entra as asas.


Foto: Gustavo Figueiroa
Apesar de não ser uma espécie endêmica do Pantanal (que se encontra
unicamente nesse bioma) é considerada a ave símbolo do bioma de acordo
com a Lei 5950/1992. Se encontra na categoria pouco preocupante da Lista
Vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza –
sigla em inglês).
Essa “cegonha” pode ser encontrada desde o Sul do México até o norte da
Argentina, mas tendo 50% de sua população presente no Brasil,
principalmente na planície pantaneira. É a maior ave capaz de voar do
Pantanal, podendo alcançar 1,60 m de altura e uma envergadura de 3 m.
Essas aves possuem um cardápio bem variado, se alimentando de peixes,
moluscos, répteis, anfíbios, insetos e até pequenas aves e mamíferos.
Por estar localizado em outras regiões do Brasil, essa espécie pode ser
conhecida por outros nomes populares, como Jaburu, Jabiru, Jaburru,
Tuim-de-papo-vermelho, Tuiguaçu, Tuiú-quarteleiro, Tuipara, Rei-dos-tuinins,
Cauauá, entre outros.

2 – Onça-pintada (Panthera onca)


Onças tem a mordida mais forte entre os grandes felinos
proporcionalmente. Foto: Gustavo Figueirôa

É a rainha das matas das Américas e do Pantanal, e sendo a única espécie


presente do gênero Panthera. Seu Estado de Conservação é considerado
vulnerável pela IUCN.
Esse felino está no topo da cadeia alimentar do Pantanal, tendo um cardápio
extremamente variado, como capivaras, jacarés, queixadas, antas e cutias
entre outros. Estima-se que cerca de 80 espécies diferentes façam parte de
seu cardápio.
Um felino extremamente musculoso, podendo medir até 2,5 m de
comprimento e, em média, pesam entre 65 e 100 kg, porém machos com 148
kg já foram registrados no Pantanal. Têm a mordida mais poderosa entre os
felinos, inclusive mais forte que a do tigre e a do leão, proporcionalmente em
relação ao peso e tamanho.
É um animal com hábitos predominantemente crepusculares e noturnos,
sendo mais ativo ao anoitecer e ao amanhecer, embora não seja raro
encontrá-lo se deslocando e caçando durante a luz do dia. Sua área de vida
varia muito, de acordo com o ambiente, a disponibilidade de presas e a
densidade populacional de outras onças.
A fragmentação de habitats e a perda de áreas de floresta em razão da ação
humana são as principais ameaças às onças-pintadas. Áreas desmatadas
para a produção agropecuária e expansão de cidades diminuem as áreas de
vida desses predadores, diminuindo também a disponibilidade de presas
naturais.

3 – Jacaré-do-pantanal (Caiman yacare)


Apesar de grandes predadores, eles também são presas para animais
como a onça-pintada. Foto: Gustavo Figueirôa

É uma espécie que habita áreas alagadas da Bolívia, Pantanal, Paraguai e


Argentina. Seu Estado de Conservação é considerado pouco preocupante de
acordo com a IUCN, mesmo sendo uma espécie que sofre bastante com a
caça ilegal por conta de seu couro.
Essa espécie pode atingir cerca de 3 m de comprimento, mas apesar do
tamanho, ainda é menor e menos agressivo que o Jacaré-açu (Melanosuchus
niger) da Amazônia. O Jacaré-do-Pantanal é considerado um dos maiores
predadores das águas do Pantanal.
Se alimenta de vários animais, como peixes, aves, mamíferos, moluscos e até
mesmo outros répteis. Uma curiosidade deste incrível animal, é que eles
fazem ninhos nas matas na borda dos rios, próximos a lagoas e também na
vegetação flutuante (conhecidas como ilhas de aguapé). Estudos da Embrapa
Pantanal concluíram que a temperatura de incubação dos ovos pode
determinar o sexo dos filhotes.

4 – Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla)

Suas garras fortes são ideais para abrir formigueiros e cupinzeiros.


Foto: Gustavo Figueirôa

Possui uma longa extensão de distribuição, presente em todos os biomas


brasileiros, e em diversos países da América Latina. Seu Estado de
Conservação é considerado vulnerável pela IUCN.
Esse grande mamífero pode chegar a medir em torno de 2 m de comprimento
e pesar cerca de 45 kg. Um pouco lento, mas que ao se sentir ameaçado se
levanta, mostrando as garras e assim, afugentando uma ameaça.
Sua principal fonte de alimento são formigas e cupins, que ele consegue
pegar graças às suas longas garras, que facilitam para que esse animal
consiga quebrar cupinzeiros e cavar formigueiros, e seu longo focinho que
comporta uma língua comprida e pegajosa, facilitando a captura dos insetos.
Um tamanduá-bandeira pode comer cerca de 30 mil formigas e cupins por
dia.

5 – Arara-azul-grande (Anodorhynchus
hyacinthinus)

Araras-azuis são as maiores araras do mundo. Foto: Gustavo


Figueirôa
Considerada a maior espécie de arara em todo o mundo, podendo atingir
cerca de 98 cm de comprimento e pesar em torno de 1,3 kg. Graças aos
esforços do Projeto Arara Azul, a espécie subiu uma posição no grau de
ameaça da Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção,
passando de “Em perigo” para “Vulnerável”
Pode ser encontrada principalmente no Pantanal abrangendo o Pantanal
Boliviano, Paraguaio e Brasileiro, além de alguns estados ao norte do Brasil,
como Amazonas e Pará. E há registros nos estados do Maranhão, Bahia,
Piauí, Tocantins e Goiás.
Possui alimentação especializada em frutos de palmeiras, por isso no
Pantanal essa espécie se alimenta principalmente de coquinhos bocaiúva
(Acrocomia totai) e acuri (Schelea phaleata).
Uma curiosidade acerca da reprodução, é que no Pantanal, cerca de 90% dos
ninhos desta ave se encontram em uma única espécie de árvore, o Manduvi
(Sterculia apetala). A Arara-azul-grande passa boa parte da sua vida em
casal.

6 – Ariranha (Pteronura brasiliensis)


Ariranhas são conhecidas como “onças do rio” por sua ferocidade.
Foto: Gustavo Figueirôa

Possui uma extensa distribuição geográfica do Pantanal à Amazônia, mas o


Pantanal é uma das maiores áreas de ocorrência da espécie. Seu Estado de
Conservação é considerado “Em perigo” pela IUCN.
Medem em média 1 m de comprimento, podendo chegar até 2 m e pesam em
torno de 22 kg, mas alguns machos (que geralmente são maiores) podem
alcançar a incrível marca de 34 kg. Se alimentam principalmente de peixes,
mas também podem se alimentar de algumas aves, pequenos mamíferos,
répteis e até alguns invertebrados.
Vivem em grupos que podem variar de tamanho de acordo com a região,
podendo ter de até 20 indivíduos, formados por um casal dominante. O
bando constrói locas para usar como abrigo, latrinas para deposição de fezes
e urina e os campsites que são locais para descansarem e marcar território
dentro da sua área de caça.

7 – Sucuri-amarela (Eunectes notaeus)

A sucuri-amarela é a mais comum de ser encontrada na planície


pantaneira. Foto: Bernard Dupont

Sua ocorrência se dá do Pantanal até a região sul do Brasil, mas também


pode ser encontrada no Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai. Seu Estado
de Conservação é pouco preocupante na Lista Brasileira, mas para o estado
do Rio Grande do Sul é vulnerável segundo a IUCN.
Essa espécie pode atingir cerca de 4 m, sendo as fêmeas maiores do que os
machos, podendo pesar cerca de 50 kg. Alimenta-se principalmente de
peixes, aves e mamíferos de pequeno a médio porte, como, por exemplo, as
capivaras).
São animais solitários, mas na sua época reprodutiva formam uma espécie de
bola onde vários machos se enrolam em uma única fêmea, e esse encontro
normalmente ocorre na água, podendo durar um longo tempo, e
normalmente vence o maior macho, sendo ele a se acasalar com a fêmea.

8 – Cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus)

Maior cervídeo da América do Sul, essa espécie é abundante no


Pantanal. Foto: Lilian Sayuri Fitorra
A espécie possui uma grande área de abrangência, do sul da Amazônia, um
pedaço da caatinga e do Cerrado e também nos Pampas, além do Brasil
também se encontra no Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. Seu
Estado de Conservação é considerado vulnerável pela IUCN.
Considerado como o maior cervídeo da América Latina, as fêmeas são
menores que os machos, que, possuem chifres ramificados e podem pesar
até 130 kg. São animais herbívoros que se alimentam de macrófitas (plantas
aquáticas) de folha larga, gramíneas e leguminosas. De hábitos normalmente
solitários, mas podem formar pequenos grupos.
Uma adaptação marcante que permite a esses animais permanecerem por
longos períodos na água é uma membrana protetora em seus cascos, que
facilita a locomoção deste animal nas áreas alagadas.

9 – Surucucu-do-pantanal (Hydrodynastes gigas)

Em inglês é conhecida como “False Water Cobra”, pois quando


ameaçada ela arma um capelo parecido com o da Naja. Foto: Bernard
Dupont

Espécie encontrada do leste da Bolívia, até o sul do Brasil, Paraguai e


Argentina. Seu estado de conservação é considerado como Pouco
Preocupante de acordo com o ICMBio.
Uma serpente de grande porte, podendo alcançar 3 metros de comprimento.
Alimenta-se de peixes, pequenos mamíferos e até mesmo outras cobras.
Outro nome popular dessa espécie é Boipevaçu, com origem na língua Tupi,
sendo ‘boipeva’ cobra chata, pois ela possui um comportamento defensivo de
achatar seu pescoço e ‘açu’ de grande, pelo seu tamanho robusto.

10 – Dourado (Salminus brasiliensis)


Era um peixe comum no Pantanal, porém, devido a pesca predatória,
se tornou muito escasso. Foto: Lilian Sayuri Fitorra

É um peixe de água doce, com ocorrência principalmente na Bacia do Prata,


com outras ocorrências na Bacia do São Francisco, Rio Magdalena, Rios do
Peru e da Bacia Amazônica.
Seu nome se dá pela coloração predominantemente dourada, amarelada, com
as nadadeiras alaranjadas. O Dourado é o maior peixe de escama da Bacia do
Prata, podendo medir em torno de 1 m e pesar 25 kg, sendo conhecido como
rei do rio. Se alimentam principalmente de pequenos peixes, nadam em
cardumes e realizam extensas migrações reprodutivas.

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