Botânica e Fisiologia Das Plantas R

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 3

1 FISIOLOGIA VEGETAL ..................................................................... 4

1.1 Célula vegetal.............................................................................. 4

2 ESTRUTURA BÁSICA E CARACTERÍSTICAS DAS PLANTAS ....... 5

2.1 Funcionamento geral de uma planta ........................................... 7

3 GENÉTICA E AMBIENTE .................................................................. 9

4 CRESCIMENTO × DESENVOLVIMENTO ....................................... 10

5 FUNÇÕES DA ÁGUA NA PLANTA.................................................. 12

5.1 Reagente ................................................................................... 13

5.2 Solvente .................................................................................... 13

5.3 Manutenção da turgescência celular ......................................... 14

5.4 Controle de temperatura............................................................ 14

5.5 Absorção de água pela planta ................................................... 15

5.6 Mecanismo de absorção passivo .............................................. 15

5.7 Mecanismo de absorção ativo ................................................... 16

5.8 Fatores que influenciam na absorção de água .......................... 17

5.9 Perdas de água pela planta....................................................... 19

5.10 Transpiração .......................................................................... 19

5.11 Fatores que influenciam na transpiração ............................... 20

5.12 Importância da transpiração ................................................... 21

5.13 Gutação ou sudação .............................................................. 22

5.14 Exsudação ............................................................................. 23

6 DÉFICIT HÍDRICO ........................................................................... 23

6.1 Efeitos do déficit hídrico ............................................................ 24

6.2 Sintomas do déficit hídrico ........................................................ 26

1
6.3 Excesso de água ....................................................................... 27

6.4 Nutrição vegetal......................................................................... 28

6.5 Avaliação da nutrição das plantas ............................................. 28

6.6 Sintomas visuais........................................................................ 28

6.7 Análise química de solo............................................................. 29

6.8 Análise de tecido vegetal........................................................... 30

6.9 Elementos essenciais ................................................................ 32

6.10 Fósforo ................................................................................... 35

7 REDISTRIBUIÇÃO DE NUTRIENTES ............................................. 46

7.1 Adubação folhar ........................................................................ 47

BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 49

2
1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno,

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é


semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase
improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao
professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o
tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos
ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não
hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de
atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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1 FISIOLOGIA VEGETAL

A fisiologia vegetal é um ramo da botânica que se dedica ao estudo do


funcionamento dos vegetais, ou seja, trata dos processos vitais que ocorrem nas
plantas. A fisiologia vegetal constitui-se na base fundamental do manejo de
plantas extensivas de lavoura, plantas forrageiras, plantas frutíferas, plantas
olerícolas, plantas ornamentais, plantas florestais e plantas medicinais, na
biotecnologia/ engenharia genética e na conservação de produtos de origem
vegetal (fisiologia pós-colheita) de acordo com Floss, 2006.

Fonte: planetabiologia.com

1.1 Célula vegetal

Como todos os processos fisiológicos do vegetal ocorrem na célula,


vamos, neste primeiro momento, relembrar as características gerais dela. De
maneira geral, tanto a célula animal quanto a célula vegetal possuem estrutura
semelhante, sendo composta por membrana, núcleo e citoplasma. Entretanto, a
célula vegetal apresenta parede celular, o que lhe confere uma maior rigidez;
cloroplastos, que são estruturas diretamente relacionadas com a fotossíntese e

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o vacúolo de tamanho maior, cuja principal função é armazenar água e outras
substâncias, atuando na regulação osmótica da célula.

Figura: Estrutura da célula vegetal

Fonte: CTISM

2 ESTRUTURA BÁSICA E CARACTERÍSTICAS DAS PLANTAS

A maioria das plantas que conhecemos é constituída, basicamente, das


seguintes partes: raiz, caule, folha, flor, fruto e semente, conforme demonstrado
na Figura a seguir.

Figura: Partes principais de uma planta

Fonte: CTISM

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Algumas partes das plantas e suas principais funções:
• Raiz – fixação da planta no solo e absorção de água e nutrientes.
• Caule – condução de água e nutrientes da raiz para a parte aérea
e dos produtos da fotossíntese da parte aérea para as raízes.
• Folha – realização de fotossíntese e transpiração da planta.
• Flor – reprodução da planta.
• Fruto – proteção da semente e armazenamento de nutrientes.
• Semente – propagação da planta.

De acordo com as funções das estruturas descritas anteriormente de


maneira breve, pode-se indicar que as plantas possuem as seguintes
características conforme cita Taiz, 2009 citado por Pes, 2015:
a) As plantas, por apresentarem clorofilas, que são pigmentos de cor
verde, são coletoras de energia solar, que é colhida e convertida
em energia química (fotossíntese).
b) Com exceção de algumas células reprodutivas (pólen), as plantas
são imóveis, característica substituída pela sua capacidade de
crescerem a partir de recursos essenciais, como luz, água e
nutrientes.
c) As plantas terrestres são reforçadas para poder suportar o peso
de uma grande massa que busca luz e contra a força da
gravidade.
d) As plantas terrestres perdem água continuamente através da
transpiração e apresentam mecanismos que evitam a
dessecação.
e) As plantas terrestres apresentam mecanismos capazes de levar
água e nutrientes do solo até os órgãos fotossintéticos (folhas) e
de crescimento, bem como de transportar os produtos da
fotossíntese até os órgãos e tecidos que não realizam
fotossíntese.

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É fundamental considerarmos que os vegetais são classificados como
seres vivos autotróficos, pois apresentam capacidade de produzir a própria
energia necessária para sua manutenção. Esta produção ocorre a partir da
energia solar, cujo fenômeno denomina-se fotossíntese.

Fonte: c.imguol.com

2.1 Funcionamento geral de uma planta

Segundo, Pes, 2015 a planta desenvolve diversos processos vitais, entre


os quais iremos destacar, neste primeiro momento, a fotossíntese e a respiração.
A fotossíntese é o processo pelo qual as plantas sintetizam compostos
orgânicos (glicose) a partir de substâncias inorgânicas (simples), utilizando como
fonte de energia a luz solar.
Já a respiração é o processo de obtenção de energia a partir da
degradação de compostos orgânicos, como a glicose.
A fotossíntese e a respiração são dois processos que apresentam forte
relação, envolvendo o mesmo número de moléculas, porém de sentidos
contrários.

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Figura: Esquema resumido das reações de fotossíntese e
respiração

Fonte: CTISM, adaptado dos autores

Basicamente, o gás carbônico (CO2) necessário para a fotossíntese é


obtido da atmosfera, enquanto que a água (H2O) e os nutrientes são retirados
do solo a partir das raízes. A fotossíntese irá ocorrer nos tecidos clorofilados
(especialmente as folhas), na presença da luz solar.

Figura: Esquema demonstrativo dos destinos dos fotoassimilados

Fonte: CTISM, adaptado dos autores

O movimento destas substâncias na planta ocorre de duas maneiras:


• Simplasto – ocorre através do floema ou vasos liberianos e é
responsável pelo transporte lateral e descendente dos
fotoassimilados. Também pode ser compreendido como o
movimento dos fotoassimilados pelo interior da célula,
atravessando as membranas.
• Apoplasto – ocorre através do xilema ou vasos lenhosos e é
responsável pelo transporte ascendente de substâncias
inorgânicas (água e nutrientes), absorvidas pelas raízes. Neste
tipo de transporte, os solutos não entram nas células durante seu

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movimento, sendo transportados por espaços existentes entre as
paredes das células.

3 GENÉTICA E AMBIENTE

O conjunto de características observáveis em uma planta é denominado


de fenótipo, como a cor da flor, a altura da planta, ciclo de desenvolvimento, etc.
O fenótipo é resultado de dois fatores: a genética (genótipo) e o ambiente, bem
como da interação entre eles.
Em relação à genética, é conhecido o fato de que a mudança de
ambiente altera o conjunto de genes ativos na planta. Sendo assim, o fenótipo
observado será outro. Por isso que existe cultivares de uma mesma espécie
vegetal que se adaptam melhor a determinadas regiões (ambientes).
Entretanto já a relação ao ambiente, é de fundamental importância
termos ciência de que todos os processos fisiológicos (germinação, fotossíntese,
respiração, transpiração, floração, frutificação e senescência) são controlados,
em parte, pelos fatores ambientais, como a luz, temperatura, água, gás
carbônico, oxigênio, nutrientes, etc. Assim, podemos controlar os processos
fisiológicos através da alteração dos fatores ambientais.

Fonte: http://nutrigenomicafacile.com/

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4 CRESCIMENTO × DESENVOLVIMENTO

O crescimento vegetal pode ser conceituado como o processo


irreversível de aumento da matéria seca da planta. Para que ocorra crescimento
é necessário que a taxa de fotossíntese seja maior do que a respiração segundo
os estudos de Floss, 2006 citado por Pes, 2015.
O desenvolvimento vegetal é caracterizado como o processo de
crescimento em que a planta passa pelas diversas fases fenológicas (FLOSS,
2006).
Figura: Ciclo de desenvolvimento de uma planta

Fonte: CTISM

Durante as sucessivas fases de desenvolvimento vegetal, os diferentes


órgãos crescem de acordo e em correlação com os restantes. Essa
sincronização do crescimento dos diferentes órgãos realiza-se graças a
determinadas substâncias químicas, denominadas de fito-hormônios ou
hormônios vegetais de acordo com Floss, 2006. Sendo os principais: auxinas,
giberilinas, citocininas, etileno e ácido abscísico.
Portanto, os fito-hormônios constituem o controle fisiológico ou interno
do desenvolvimento vegetal, enquanto que as condições climáticas, como
temperatura, gases, luz, chuva, etc., junto com os fatores do solo, água,
nutrientes e oxigênio, constituem o controle ambiental ou ecológico, também
chamado de controle externo. Exemplos práticos destes controles:

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• Controle fisiológico ou interno – aplicação de fito-hormônios para
promover, inibir ou induzir o florescimento, enraizamento de
estacas, amadurecimento de frutos e a quebra de dormência de
sementes e gemas.
• Controle ambiental ou externo – indução das plantas ao
florescimento através da luz, do calor, do frio ou da irrigação.
Em relação à duração do ciclo de desenvolvimento, as plantas são
classificadas em:
• Anuais – completam o ciclo em menos de um ano.
• Bienais – completam o ciclo em menos de dois anos e em mais
de um ano.
• Permanentes – ciclo superior a dois anos.

Fonte: www.oversodoinverso.com.br

De acordo com os estudos de Pes, 2015 as plantas anuais e bienais são


classificadas como monocárpicas, pois produzem frutos apenas uma vez e
morrem. Já as plantas permanentes são classificadas como policárpicas e,
geralmente, produzem sementes anualmente, como é o caso da maioria das
frutíferas.
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As plantas permanentes também são classificadas quanto ao
comportamento das folhas nas estações de outono/inverno em:
• Decíduas ou caducifólia – perdem as folhas no outono/inverno.
• Perenes ou sempre verdes – mantém as folhas no
outono/inverno.

5 FUNÇÕES DA ÁGUA NA PLANTA

A água é, de todas as substâncias absorvidas pela planta, a necessária


em maior quantidade segundo Pes, 2015. A água é o principal constituinte dos
tecidos vegetais, correspondendo, algumas vezes, a 95 % do peso total da
massa verde (SUTCLIFE, 1980). Entretanto, é de fundamental importância para
o desenvolvimento de uma planta que seus tecidos apresentem,
permanentemente, um alto conteúdo de água (FLOSS, 2006). O alto conteúdo
de água está relacionado com a manutenção da turgescência dos tecidos, que
é particularmente importante para a fotossíntese, floração, frutificação e
qualidade de produtos de origem vegetal, como verduras e frutas cita Floss,
2006.

Fonte: cdn.gardena.com

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5.1 Reagente

A água participa diretamente de diversas reações químicas que ocorrem


na planta, como, por exemplo, na fotossíntese:

Figura: Esquema resumido da reação da fotossíntese, indicando a


participação da água no processo

Fonte: CTISM, adaptado dos autores

5.2 Solvente

A água é considerada o “solvente universal” por dissolver a maior


variedade de substâncias que qualquer outro líquido. Neste sentido, o transporte
de substâncias orgânicas e inorgânicas, no xilema e no floema, só ocorre na
presença de água como solvente (SUTCLIFE, 1980). Por essa razão que uma
estiagem na fase de enchimento de grãos ou de desenvolvimento de frutos tem
efeito significativo na redução do rendimento (FLOSS, 2006).

Fonte: www.plantasonya.com.br

13
5.3 Manutenção da turgescência celular

Segundo Pes, 2015 a manutenção da turgescência celular é


fundamental para diversos processos e situações, como:
• Turgescência folhar – permite que as mesmas apresentem a
máxima superfície exposta para interceptação da luz do sol.
• Turgescência das pétalas e sépalas – promove a abertura da flor.
• Turgescência radicular – promove o crescimento da raiz e a
penetração no solo.
• Turgescência de frutas e verduras – importante para a
comercialização e preservação da qualidade, pois quando as
mesmas perdem a turgescência, apresentam sintomas de
murcha.

5.4 Controle de temperatura

A água atua como um controlador da temperatura na planta por


apresentar um elevado calor específico. Além disso, a transpiração da planta
apresenta um efeito de resfriamento, como é possível observar na sombra de
uma árvore, onde observamos uma temperatura mais amena de acordo com os
estudos de Floss, 2006.

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Fonte: cdn.pixabay.com

5.5 Absorção de água pela planta

A raiz é o órgão mais importante para a absorção da água. Neste


sentido, a eficiência na absorção de água vai depender diretamente do volume
de solo explorado por ela. Como o sistema radicular é uma característica
genética da espécie, é muito importante darmos condições para o bom
desenvolvimento das raízes, observando aspectos como acidez, compactação,
disponibilidade de nutrientes, retenção de água, etc.
Também é importante ressaltar que a maior parte da água é absorvida
nos pelos radiculares. Porém, para que a planta absorva, existem dois
mecanismos fisiológicos: o passivo e o ativo.

5.6 Mecanismo de absorção passivo

Este mecanismo de absorção de água está diretamente relacionado com


o processo de transpiração das folhas das plantas. A transpiração é um processo
fisiológico da planta, onde a água é perdida na forma de vapor, nas estruturas

15
da folha denominadas de estômatos. Maiores detalhes sobre a transpiração
serão descritas em breve, ainda nesta aula.
Pes, 2015 afirma que a evaporação da água no processo transpiratório
aumenta a demanda por água nas células dos estômatos. Este aumento de
demanda é transmitido de célula a célula, passa pelos vasos do xilema e chega
às raízes. Neste sentido, a diferença entre a quantidade de água da solução do
solo e a do xilema cria uma tensão (pressão negativa) nos vasos, o que promove
um movimento de água principalmente por fluxo de massa.
De maneira comparativa, este mecanismo de absorção de água funciona
como beber água com um canudo. A boca, ao sugar no canudo, cria uma tensão
(pressão negativa), que passa pela extensão do canudo até chegar à outra
ponta, que está dentro da garrafa de água. Neste sentido, a boca seria a
atmosfera, o canudo os vasos do xilema, a extremidade inferior do canudo as
raízes e a água a solução do solo.

Fonte: www.aplicaciones.info

5.7 Mecanismo de absorção ativo

Este mecanismo de absorção de água ocorre em situações em que a


atividade transpiratória é reduzida. Ele tem importância à noite, quando os

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estômatos estão fechados, em ambientes com atmosfera saturada (pequena
transpiração) e em plantas dormentes (sem ou quase sem folhas) (REICHARDT,
1987).
O funcionamento deste mecanismo é determinado pelo aumento da
concentração de sais no xilema, que leva a uma maior demanda por água no
xilema, criando uma diferença de concentração com a água da solução do solo.
Portanto, esta diferença irá permitir a entrada de água na planta. Para que este
mecanismo de absorção ocorra são necessárias algumas condições, como, por
exemplo: alta disponibilidade de água, alta concentração de solutos no xilema,
ausência de transpiração, ausência de inibidores da respiração, etc.
É importante assinalar que este mecanismo é responsável pelo processo
fisiológico da gutação, quando a água é forçada para fora das folhas, devido à
pressão radicular.

Fonte: thumbs.dreamstime.com

5.8 Fatores que influenciam na absorção de água

a) Disponibilidade de água no solo – o conteúdo de água no solo


quanto mais próximo estiver da capacidade de campo, maior será
sua disponibilidade para as plantas.
b) Condutividade hidráulica do solo – esta característica física do
solo será determinada pelo grau de umidade, textura e estrutura
do solo. Os solos arenosos conduzem melhor a água que os solos
argilosos, quando saturados. Em situação de solo não saturado,
os solos argilosos conduzem melhor que os solos arenosos.

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c) Aeração do solo – o oxigênio é um elemento fundamental para o
desenvolvimento das plantas, como para a respiração das raízes
e acúmulo de sais no xilema, influenciando na absorção de água.
A planta, em condições de falta de aeração do solo, apresenta os
seguintes sintomas: amarelecimento das folhas, redução no
crescimento e aparecimento de raízes adventícias.
d) Extensão das raízes – quanto maior for o volume de solo
explorado pelas raízes, maior será a quantidade de água
absorvida pela planta. Porém, é importante salientar que quanto
mais profundo o sistema radicular e mais finas e ramificadas as
raízes, maior será a resistência à períodos de estiagem. Neste
sentido, fatores que inibem o crescimento das raízes, como solos
compactados e a presença de Al+3 disponível no solo, irão
interferir na absorção de água pela planta. Neste item ressalta-se
a importância das micorrizas, que são associações de fungos com
as raízes das plantas e que determinam um aumento da
superfície de contato das raízes com o solo. Como consequência,
aumenta-se também a capacidade de absorção de água e
nutrientes pelas plantas.
e) Permeabilidade das raízes – nas raízes, as maiores quantidades
de absorção de água ocorrem na região dos pelos absorventes.
Por isso é importante manter as raízes em boas condições de
crescimento, para que os pelos absorventes sejam renovados de
maneira contínua.
f) Temperatura do ar – a melhor temperatura para a maioria das
plantas situa-se entre 20 e 25ºC. Baixas temperaturas irão reduzir
a permeabilidade das membranas celulares e diminuir a
respiração, que causa a redução do acúmulo de sais, causando
menor atuação do mecanismo de absorção ativo. Já altas
temperaturas podem causar o fechamento dos estômatos, que
interfere no mecanismo de transpiração, cessando o processo de
absorção passivo.

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5.9 Perdas de água pela planta

Durante o ciclo de desenvolvimento, entorno de 98 % da água absorvida


pela planta é perdida, através dos processos da transpiração, gutação (ou
sudação) e exsudação.

Fonte: www.brasil247.com

5.10 Transpiração

A transpiração é um processo que ocorre principalmente nas folhas,


através dos estômatos, onde a água evapora para a atmosfera. Este processo é
condicionado por uma diferença de disponibilidade de água entre a folha e o ar
atmosférico.
Sobre os estômatos, a maioria das espécies vegetais apresenta estas
estruturas em ambos os lados da folha (superior e inferior). Além disso, de 80 a
90 % da transpiração total da planta ocorre através destas estruturas. Também
é fundamental sabermos que na maioria das espécies vegetais cultivadas, os
estômatos estão abertos durante o dia e fechados durante a noite. Sendo assim,
a transpiração da planta vai variar no decorrer do dia, de modo que, durante a
noite, quando os estômatos estão fechados, a transpiração será baixa. A taxa
transpiratória aumenta rapidamente após o nascer do sol e atinge o máximo
entorno do meio-dia, diminuindo após, até retornar às taxas mínimas durante a
noite de acordo com Pes, 2015.

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Fonte: CTISM

5.11 Fatores que influenciam na transpiração

Luz – a influência da luz na transpiração pode ser direta ou indireta. De


maneira direta, a luz participa da abertura dos estômatos, o que irá permitir a
saída da água para atmosfera na forma de vapor. Já indiretamente, a radiação
luminosa contribui para o aumento da temperatura e, como consequência, da
evaporação de água.
Temperatura – o aumento da temperatura influencia na transpiração de
duas maneiras. A primeira é no sentido de que o aumento da temperatura
acarreta um aumento da evaporação de água dos estômatos. Já a segunda diz
respeito à influência da temperatura na abertura dos estômatos, pois na medida
em que a temperatura do ar aumenta (até aproximadamente 25ºC), a abertura
dos estômatos também aumenta, para manter a temperatura da planta.
Gás carbônico (CO2) – nos cultivos agrícolas, as variações na
concentração de CO2 no ar atmosférico são mínimas. Porém, é uma estratégia
interessante manter vegetais folhosos em ambientes com alta concentração de
CO2, pois esta situação manterá os estômatos fechados, reduzindo a
transpiração e mantendo a turgidez. Além disso, a maior concentração deste gás
aumenta a eficiência da fotossíntese, resultando em maior produção.
Umidade do ar – a umidade do ar estará diretamente relacionada com
a transpiração, pois quanto maior for a umidade, menor será a taxa de
transpiração dos vegetais. Isso ocorre devido à redução da diferença de

20
potencial de água (ou concentração de vapor de água) entre a folha e a
atmosfera.
Disponibilidade de água – a transpiração da planta será maior, quanto
mais elevada for a quantidade de água disponível para a planta. Sendo assim,
em situações onde houver redução da absorção de água, causada pela
diminuição do potencial hídrico no solo ou em baixas temperaturas, a
transpiração também diminui. Em casos que a falta de água é mais acentuada,
os estômatos se fecham. Nesta situação ocorre uma redução ainda maior na
transpiração, bem como na fotossíntese, em virtude da diminuição da absorção
de CO2 pela planta.
Vento – o vento causa a remoção do vapor de água da superfície da
folha, causando um aumento da diferença de concentração de vapor de água
entre a folha e a atmosfera, tendo, como consequência, o aumento da
transpiração. Porém, em situações em que o vento é muito forte, a planta pode
fechar os estômatos, causando uma redução da transpiração.

Fonte: www.maestrogreen.com

5.12 Importância da transpiração

Existem duas correntes entre os estudiosos em fisiologia vegetal, com


pontos de vista distintos em relação à transpiração.

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Um grupo entende que o processo transpiratório é um mal necessário e
inevitável, já que é indispensável à manutenção dos estômatos abertos para
permitir a entrada de CO2, fundamental para a fotossíntese.
Já o outro grupo considera o processo transpiratório como sendo
benéfico para o desenvolvimento vegetal, pois ele contribui para a nutrição da
planta e na redução da temperatura da folha.

Fonte: imagenes.flordeplanta.com.ar

5.13 Gutação ou sudação

A gutação ou sudação é um processo de perda de água que ocorre nas


folhas das plantas através dos hidatódios ou poros aquíferos, que são terminais
dos vasos do xilema, localizados no ápice ou na borda das folhas. O resultado
desse processo é visto geralmente pela manhã, com a formação de pequenas
gotículas nas bordas da folha.
A causa desse processo é a formação de uma pressão interna no xilema,
em virtude do acúmulo de sais. Neste sentido, para que o processo ocorra, são
necessárias condições que favoreçam a máxima absorção de água e reduzam
a transpiração ao mínimo, como a alta disponibilidade de água no solo, alta
temperatura, ausência de inibidores da respiração e alta umidade relativa do ar.

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5.14 Exsudação

A exsudação é o processo de perda de seiva pela planta, provocada por


podas, incisões ou ferimentos causados por insetos ou microrganismos (FLOSS,
2006). Ele é facilmente observado quando podamos uma planta lenhosa ou no
caso da extração de látex da seringueira.
A seiva perdida na exsudação apresenta água e sais minerais
absorvidos e que seriam transportados para a parte aérea. Neste sentido, é
importante que as podas sejam realizadas no período de dormência das plantas,
quanto o fluxo de seiva é reduzido.

Figura: Exsudação em ramo de videira após a poda

Fonte: Jonas Janner Hamann

6 DÉFICIT HÍDRICO

A deficiência de água na planta é condicionada por dois fatores: a


disponibilidade de água no solo e a diferença entre a quantidade de água
transpirada em relação à absorvida.

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6.1 Efeitos do déficit hídrico

Fechamento dos estômatos – os estômatos tendem a se fechar


quando existe deficiência de água, sendo este o principal mecanismo regulatório
do balanço hídrico vegetal.
Fotossíntese – diretamente, o fechamento dos estômatos irá causar
redução da taxa de fotossíntese, por diminuir a entrada de CO2 na planta.
Indiretamente, a falta de água provoca murcha das folhas, o que irá reduzir a
superfície de absorção de luz, afetando a fotossíntese.
Respiração – a taxa de respiração da planta também diminui com a
deficiência de água, porém ela é maior, comparada com a taxa de fotossíntese.
Crescimento e desenvolvimento – a redução do crescimento e
desenvolvimento das plantas é uma das principais evidências da deficiência
hídrica das plantas (FLOSS, 2006). O crescimento celular somente ocorre
quando as células estão túrgidas. Neste sentido, pequenas reduções na
quantidade de água podem causar menores taxas de crescimento. Em relação
ao desenvolvimento, períodos de estiagem causam antecipação do
florescimento e aceleração da senescência, diminuindo o ciclo das culturas.
Germinação de sementes – para que ocorra a germinação de
sementes é necessário o suprimento adequado de água, pois uma das etapas
da germinação é a absorção de água. As condições de falta de água no solo
dificultam ou até inibem a germinação das sementes.
Florescimento – o florescimento é uma das fases de desenvolvimento
da planta mais sensíveis ao déficit hídrico, influenciando na abertura da flor e na
formação das estruturas reprodutivas, podendo levar até ao abortamento de
flores.
Como comentado anteriormente, a turgescência das células das pétalas
e sépalas é importante para a abertura da flor. Neste sentido, tão importante
quanto à abertura da flor é a manutenção dela aberta, para que ocorra a
satisfatória polinização. Geralmente, em anos de estiagem, as plantas produzem
menores quantidades de sementes, condição decorrente de problemas de
polinização.

24
Fonte: diarionline.com.br

Frutificação – as plantas submetidas ao déficit hídrico, além do


abortamento de flores, podem apresentar abscisão de frutos. Esta situação é
causada pela maior síntese de ácido abscísico, que é um hormônio vegetal.
Maiores informações sobre hormônios vegetais serão apresentadas na
sequência da disciplina.
Outra influência da disponibilidade hídrica está no tamanho dos frutos,
que tendem a ficar com tamanho menor em condições de restrição hídrica. Isso
é explicado porque em condições de déficit hídrico a planta realiza menos
fotossíntese, respira mais e tem menor movimento de produtos da fotossíntese.
Nutrição – a nutrição da planta fica extremamente comprometida em
situação de déficit hídrico, sendo explicada por diversos fatores, como não
absorção de água, não transporte de água da raiz para a parte aérea e menor
disponibilidade de nutrientes no solo.
Hormônios – a planta submetida ao déficit hídrico irá produzir mais
ácido abscísico e etileno, hormônios vegetais. Estes dois hormônios aceleram o
processo de envelhecimento da planta.

25
6.2 Sintomas do déficit hídrico

Segundo Pes, 2015 a planta com deficiência de água apresenta alguns


sintomas visuais que são típicos, como murchas, enrolamento de folhas e
arqueamento dos ramos em direção ao solo.
Murcha incipiente – este tipo de murcha caracteriza o início da
deficiência de água nos tecidos, não sendo visível a olho nu, representada pelo
fechamento dos estômatos das folhas quando as demais condições ambientais
são adequadas (luz, temperatura e CO2).
Murcha transitória – está murcha é visível a olho nu, ocorrendo nas
horas mais quentes do dia, quando a planta transpira mais água do que absorve.
O tempo que as plantas permanecem murchas aumenta de acordo com o
aumento da deficiência hídrica. Entretanto, à noite, com a redução da taxa
transpiratória, a turgescência das células é restaurada, por isso ela é chamada
de transitória.

Figura: Sintoma de murcha transitória em morangueiro

Fonte: Jonas Janner Hamann

Murcha permanente – este tipo de murcha ocorre quando a planta não


consegue mais recuperar a turgescência, em situações de severo déficit hídrico.

Murcha fisiológica – esta murcha, ao contrário das três anteriores, não


está relacionada à menor disponibilidade de água no solo. Ela decorre da

26
incapacidade de absorção de água causada pela baixa temperatura ou falta de
aeração em solos compactados ou inundados.

6.3 Excesso de água

É fundamental termos o entendimento de que o excesso de água no solo


também é prejudicial para o crescimento e desenvolvimento vegetal, levando à
redução no rendimento das culturas.
Relembrando o estudado na disciplina de Solos, o ar e a água ocupam
a porosidade do solo, que representa, aproximadamente, 50 % do volume total
do solo. As quantidades de ar e água no solo estão em equilíbrio, ou seja, quando
o solo está encharcado, os poros estão ocupados por água e, à medida que o
solo seca, os poros vão sendo ocupados por ar.
Nos solos encharcados, o oxigênio, componente do ar, não está
presente. Dessa maneira, as raízes irão realizar a chamada respiração
anaeróbia, que tem por consequência a redução do crescimento radicular e
menos absorção de água e nutrientes.

Fonte: pad1.whstatic.com

27
6.4 Nutrição vegetal

Os nutrientes são componentes ambientais que influenciam diretamente


no crescimento e desenvolvimento das plantas. Eles são absorvidos,
predominantemente, pelo sistema radicular e, com menor eficiência, pelas
folhas. Sendo assim, os nutrientes devem estar disponíveis na solução do solo
para que as plantas possam absorvê-los.
É de fundamental importância que o Técnico em Fruticultura conheça
quais são as necessidades nutricionais das frutíferas que está trabalhando. Isso
quer dizer que devemos saber quais são as quantidades de nutrientes
necessárias para cada época de desenvolvimento da planta. A deficiência
nutricional pode causar relevantes reduções no rendimento e/ou na qualidade
das frutas.

6.5 Avaliação da nutrição das plantas

Existem três formas principais de avaliar o estado nutricional das plantas,


que é observar os sintomas visuais de deficiência, analisar o solo ou analisar
diretamente os tecidos vegetais.

6.6 Sintomas visuais

A análise visual é o método mais simples e direto de se avaliar o estado


nutricional de uma planta. Entretanto, o método apresenta limitações, como:
Os sintomas visuais nem sempre claros.
• Na maioria das vezes não ocorre deficiência de apenas um
nutriente.
• Muitos sintomas ocorrem em folhas, podendo se confundir com
sintomas de doenças, ataques de pragas, falta de água ou
temperatura muito baixa ou muito alta.
• Ao aparecer os sintomas visuais, a produtividade já está afetada.

28
Em geral, a deficiência de nutrientes móveis aparece nas folhas velhas.
Já a deficiência dos nutrientes imóveis aparece nas folhas novas. Isso se deve
ao processo de redistribuição de nutrientes na planta.

Quadro: Os sintomas gerais de deficiência nutricional

Quadro: Sintomas visuais gerais de deficiência e toxidez de nutrientes


Desordem nutricional*
Órgãos Sintomas visuais
Deficiência
Uniforme N (S)
Clorose Internervural (estrias) ou em
Mg (Mn)
Folhas velhas e madurasmanchas (mosaico)
Secamento da ponta e margens K
Necrose
Internervural Mg (Mn)
Uniforme Fe (S)
Clorose Internervural (estrias) ou em
Zn (Mn)
Folhas novas e ápices manchas (mosaico)
Necrose (clorose) - Ca, B ou Cu
Deformação - Mo (Zn, B)
Toxidez
Manchas (mosaico) Mn (B)
Necrose B, injúrias por sais de
Folhas velhas e madurasSecamento de ápice e margens
pulverização
Clorose (necrose) - Toxidez não específica
* Símbolos entre parênteses indicam que os sintomas são variáveis.

Fonte: Floss, 2006, adaptado de Marschner, 1986

6.7 Análise química de solo

Ao relacionarmos com a nutrição vegetal, a análise dos atributos


químicos nos indica a disponibilidade de nutrientes de determinado solo no

29
momento da coleta da amostra. Dessa forma, tendo em mãos o Laudo da Análise
Química do Solo, podemos identificar quais os nutrientes estão com teores
inadequados no solo, ou seja, em níveis que podem causar deficiência ou
toxidez.

Fonte: brasilescola.uol.com.br

6.8 Análise de tecido vegetal

Pes, 2015 afirma a análise de tecido vegetal é uma importante estratégia


de acompanhamento do estado nutricional dos cultivos agrícolas, como os
pomares. Ela serve de auxílio à análise de solo, para fins de verificação da
fertilidade do solo. Por exemplo, pode ocorrer uma situação em que se tem alta
disponibilidade de determinado nutriente no solo, enquanto que a planta
apresenta deficiência do mesmo. Assim, devemos investigar as causas desse
processo, que pode ser devido à compactação do solo, temperatura inadequada,
estresse hídrico, desequilíbrio em relação a outro nutriente, etc.
A análise de tecido também serve para confirmar se a diagnose visual
de deficiência e/ou toxidez está correta, verificar a deficiência e/ou toxidez dos

30
nutrientes antes da planta manifestar sintomas visuais e analisar a eficiência da
adubação realizada na área.
A folha é considerada a parte que melhor representa o estado nutricional
da planta (FLOSS, 2006). Porém, é importante salientar que a concentração de
nutrientes na folha varia conforme a idade da planta, com as estações do ano,
com a posição da folha na planta e a área de folha da planta.
Ao se realizar a amostragem de tecido vegetal, alguns cuidados devem
ser observados:
• Selecionar a parte da planta a ser coletada, conforme as
recomendações específicas dos cultivos.
• Escolher folhas sem doenças e que não tenham sido danificadas
por insetos ou por outro agente.
• Limpar as folhas dos resíduos de pulverização e/ou poeira logo
após a coleta, por meio de lavagem com água limpa.
• Evitar o contato das folhas coletadas com inseticidas, fungicidas
e fertilizantes.
• Colocar a amostra em sacos novos de papel ou em embalagem
fornecida pelos laboratórios de análise de tecido; se for solicitada
a análise de boro, usar papel encerado, pois o papel comum
contamina a amostra com boro.
• Identificar a amostra e preencher o formulário, indicando os
elementos a serem determinados.
• Elaborar um mapa de coleta que permita, pela identificação da
amostra, localizar a área em que foi feita a amostragem.
• Enviar as amostras o mais breve possível ao laboratório; se o
tempo previsto para a amostra chegar ao laboratório for superior
a dois dias, é recomendado secar o material ao sol, mantendo a
embalagem aberta.

31
6.9 Elementos essenciais

São nutrientes minerais, sem os quais a planta não vive, sendo


determinados por critérios diretos e indiretos de essencialidade de acordo com
Floss, 2006.
Em relação aos critérios diretos, o elemento é essencial quando faz parte
de um composto essencial à célula vegetal ou quando participa de uma reação,
sem a qual a vida da planta é impossível.
Já em relação aos critérios indiretos, o elemento é essencial quando:
• Sua deficiência torna impossível para a planta completar os estádios
vegetativos ou reprodutivos do desenvolvimento.
• Tal deficiência é específica, ou seja, ela somente pode ser prevenida ou
corrigida pela aplicação do referido elemento.
• O elemento deve estar diretamente envolvido na nutrição da planta.
Quadro: Nutrientes essenciais para as plantas
Quadro: Nutrientes essenciais para as plantas

Nutriente Símbolo Tipo

Carbono C Macronutriente

Hidrogênio H Macronutriente

Oxigênio O Macronutriente

Nitrogênio N Macronutriente

Fósforo P Macronutriente

Potássio K Macronutriente

Cálcio Ca Macronutriente

Magnésio Mg Macronutriente

Enxofre S Macronutriente

Ferro Fe Micronutriente

Manganês Mn Micronutriente

Boro B Micronutriente

Zinco Zn Micronutriente

Cobre Cu Micronutriente

Molibdênio Mo Micronutriente

32
Cloro Cl Micronutriente

Níquel Ni Micronutriente

Fonte: Floss, 2006, adaptado de Marschner, 1986

A divisão em macro e micronutrientes diz respeito às quantidades de


cada nutriente utilizados pelas plantas. No geral, os macronutrientes são
necessários na ordem de gramas por quilograma (g/kg) de matéria seca da
planta. Já os micronutrientes são necessários na ordem de miligramas por
quilograma (mg/kg) de matéria seca da planta.
Observa-se que apenas o carbono, o hidrogênio e o oxigênio não são
minerais, sendo os demais nutrientes de natureza mineral. O carbono é obtido a
partir do dióxido de carbono (CO2), o hidrogênio a partir da água (H2O) e o
oxigênio a partir do CO2 e da H2O. Ressalta-se que estes três nutrientes
constituem de 90 a 95 % da massa seca da planta, dependendo da espécie.

Fonte: www4.esalq.usp.br

33
6.9.1.1 Macronutrientes
A partir de agora estudaremos os aspectos gerais dos macronutrientes,
incluindo sua função e importância para as plantas.

6.9.1.2 Carbono
Este nutriente entra na planta pelos estômatos, através do dióxido de
carbono (CO2) e é assimilado no processo de fotossíntese.
É importante ressaltar que este nutriente constitui de 40 a 45 % da
matéria seca da planta, sendo ele o mais abundante e obrigatório nos tecidos
vegetais.

6.9.1.3 Hidrogênio
Este nutriente entra na planta pela água, pois o hidrogênio é constituinte
da mesma. Sua assimilação ocorre no processo da fotossíntese. A estimativa é
de que aproximadamente 5 % do tecido vegetal seja constituído de hidrogênio.

6.9.1.4 Oxigênio
A entrada deste nutriente na planta ocorre de forma indireta, através do
dióxido de carbono (CO2) e da água (H2O). Sendo assim, conclui-se que ele é
obtido do ar atmosférico e do solo. Em média, 45 % da matéria seca da planta é
constituída por oxigênio.

6.9.1.5 Nitrogênio
O nitrogênio (N) é o nutriente requerido em maiores quantidades pela
maioria das plantas, dentre aqueles absorvidos do solo, constituindo de 2 a 4 %
da matéria seca vegetal.

34
Fonte: upload.wikimedia.org

6.10 Fósforo

A quantidade de fósforo (P) na planta pode ser considerada pequena


(0,1 a 1 %). Entretanto, os solos brasileiros, em geral, apresentam deficiência de
P, além de fixação em formas indisponíveis para as plantas, o que demanda um
cuidado especial no manejo deste nutriente nos cultivos agrícolas.

Quadro: Composição dos principais fertilizantes fosfatados


utilizados
Quadro: Composição dos principais fertilizantes fosfatados utilizados
Teores (%)
Fertilizante
P N K Ca Mg S
Fosfato bicálcico 38 - - 12-14 - -

35
Fosfato monoamônico (MAP)48 9 - - -
-
Fosfato diamônico (DAP) 45 16 - - -
-
Fosfato natural 4 - - 23-27 - -
Fosfato natural reativo 9 - - 30-34 -
-
Nitrofosfato 18 14 - 8-10 - -
Superfosfato simples 18- - 18-20 - 10-22
Superfosfato duplo28 - - 18-20 - 6-8
Superfosfato triplo41 - - 12-14 - -
Termofosfato magnesiano 14 - - 18-20 7
-
Fonte: Adaptado de Floss, 2006

Tem como funções na planta: participação nos processos de trocas de


energia (ATP), na divisão celular (DNA/RNA) e constituição de estruturas dos
vegetais.

6.10.1.1 Enzimas
É um grupo de substâncias orgânicas que tem a função catalisadora, ou
seja, de promover reações químicas.

Fonte: sbmicrobiologia.org.br

36
6.10.1.2 Potássio
O potássio (K) é um dos nutrientes exigidos em maiores quantidades
pelas culturas. Sua principal função na planta é ser um ativador enzimático,
atuando em mais de 120 enzimas, nos mais diversos processos vitais da planta.
Também tem papel importante na regulação da turgidez dos tecidos, resistência
à geada, seca e salinidade, abertura e fechamento dos estômatos, resistência a
moléstias e resistência ao acamamento.
Pode-se considerar que é um nutriente mais fácil de ser manejado no
solo, pois não sofre inúmeras transformações e nem tem diversas formas de
perdas, como o N, bem como não apresenta um mecanismo específico e
complexo de retenção pelo solo, tornando indisponível para a planta, como o P.

Quadro: Composição dos principais fertilizantes potássicos


utilizados
Quadro: Composição dos principais fertilizantes potássicos utilizados
Teores (%)
Fertilizante
K N Mg S
Salitre potássico 14 15 - -
Nitrato de potássio 44 13 - -
Cinzas de madeira 5 - 2 -
Cloreto de potássio 58 - - -
Sulfato de potássio 50 - - 18
Sulfato de potássio e magnésio 22 - 18
22
Fonte: Adaptado de Floss, 2006

6.10.1.3 Cálcio
O teor médio de cálcio (Ca) encontrado na planta varia de 0,3 a 3 %,
sendo que é considerado o teor médio geral de 0,5 %.
No solo, sua dinâmica ocorre na forma do cátion Ca+2, participando,
portanto, das atividades de troca de cátions no solo (CTC). Em geral, os solos

37
manejados corretamente não irão apresentar deficiência de Ca, pois o elemento
é adicionado ao solo através da calagem..
Sobre a função do Ca, ele faz parte da estrutura da planta, como da
parede celular das células. Também atua como ativador enzimático em reações
da fotossíntese. Outras funções são a atuação nas estruturas reprodutivas e
raízes da planta.

Fonte: www.thony.com.br

6.10.1.4 Magnésio
O teor de magnésio (Mg) varia de 0,1 a 0,3 % nos tecidos vegetais.
No solo, sua dinâmica ocorre na forma do cátion Mg+2, participando,
portanto, das atividades de troca de cátions no solo (CTC). Este nutriente
também pode ser fornecido ao solo através da calagem, quando utilizamos o
calcário dolomítico. Em solos onde a calagem não é necessária, podemos utilizar
o sulfato de magnésio (17 % de Mg) e outros adubos nitrogenados, fosfatados e
potássicos, apresentados anteriormente nos Quadros 3.3, 3.4 e 3.5.
As principais funções do Mg na planta são de ativação de enzimas em
diversos processos fisiológicos vegetais e ser o constituinte central da molécula
de clorofila.

38
6.10.1.5 Enxofre
O enxofre (S) é absorvido pela planta na forma de íon sulfato (SO4-2) e
sua disponibilidade no solo está diretamente relacionada com o teor de matéria
orgânica, umidade, pH, relação C/S (carbono/enxofre) e a aeração do solo.
Nos últimos anos tem-se observado um aumento na quantidade de solos
com deficiência de S, causado, especialmente, pela não utilização de adubos
que contenham este nutriente na composição.
A principal função do S é de fazer parte da estrutura de aminoácidos e
vitaminas. Dessa forma, o S está envolvido em processos fisiológicos como a
fotossíntese, respiração e a produção de amido, clorofila e proteínas.
É importante ressaltar que o S contribui para o cheiro característico de
alguns produtos vegetais, como da cebola, alho, couve-flor, brócolis e repolho.

6.10.1.6 Micronutrientes
A partir de agora estudaremos os aspectos gerais dos micronutrientes,
incluindo sua função e importância para as plantas.

6.10.1.7 Ferro
O ferro (Fe) é o micronutriente absorvido em maior quantidade pela
maioria das plantas. No solo ele pode ocorrer na forma oxidada (Fe+2) e/ou
reduzida (Fe+3), sendo a primeira forma predominante em solos secos,
enquanto que a segunda predomina em solos encharcados. Neste sentido, os
solos em geral apresentam teores adequados deste nutriente quando o pH está
próximo a 6,0.
Este nutriente atua na atividade de várias enzimas da planta, faz parte
da constituição de moléculas envolvidas na fotossíntese e respiração e está
envolvido no processo de produção de ATP (energia).

6.10.1.8 Manganês
De maneira geral, o manganês (Mn) é o segundo micronutriente utilizado
em maiores quantidades pelas plantas. Ele é absorvido em maiores quantidades
na forma oxidada (Mn+2), predominante em solos ácidos. Sendo assim, em

39
situações de calagem excessiva, pode ocorrer deficiência de Mn decorrente do
pH elevado.
O Mn tem função de ser um ativador de enzimas na planta, além de atuar
no processo de fotossíntese. Este micronutriente também é fundamental no
processo de Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) nas leguminosas.

Fonte: s-media-cache-ak0.pinimg.com

6.10.1.9 Boro
O boro (B) é um micronutriente cuja principal função está relacionada
com o crescimento radicular. Além disso, sua presença é fundamental na fase
reprodutiva da planta, ou seja, no florescimento, onde sua aplicação via foliar
aumenta a frutificação efetiva de macieiras. Além disso, proporciona aumento na
coloração vermelha da epiderme de maçãs.
No solo, a matéria orgânica tem importante contribuição para a
disponibilização e suprimento adequado deste micronutriente para as plantas.
Deve-se tomar cuidado para que não seja elevado excessivamente o pH do solo
ao ser realizada a calagem, pois o pH acima de 6,5 diminui a disponibilidade de
B para as plantas.

40
6.10.1.10 Zinco
O zinco (Zn) é absorvido na forma Zn+2, sendo o terceiro micronutriente
mais utilizado pela maioria das plantas.
No solo, as deficiências de Zn são observadas com maior frequência em
solos arenosos e/ou com pH elevado (decorrência de calagem excessiva). É
importante salientar que a adubação excessiva com fósforo (P) também pode
causar deficiência de Zn, pois o P inibe a absorção de Zn.
Na planta, o Zn atua como um ativador de enzimas, que estão envolvidas
com diversos processos fisiológicos da planta, como a fotossíntese, produção de
amido e de fito-hormônios.

6.10.1.11 Cobre
O cobre (Cu) é absorvido pela planta na forma Cu+2. Na planta, tem
como principal função a ativação de enzimas que estão envolvidas em diversos
processos fisiológicos, como na fotossíntese, respiração, transporte de
fotoassimilados, FBN, formação da parede celular, síntese de DNA e RNA e
metabolismo de proteínas. Também atua na resistência das plantas às doenças.
No solo, a disponibilidade deste nutriente diminui com o aumento do pH.

6.10.1.12 Molibdênio
O molibdênio (Mo) é absorvido pela planta na forma de molibdato
(MoO42-) e é o nutriente absorvido em menores quantidades pelas plantas. Sua
disponibilidade no solo aumenta com a elevação do pH. Sendo assim,
deficiências de Mo poderão ser observadas em solos ácidos.
A função deste nutriente está relacionada com o metabolismo no N.
Neste sentido, o nutriente tem importância destacada para a FBN nas plantas da
família das leguminosas.
É importante ressaltar que este é um dos nutrientes indicados para se
colocar junto às sementes de algumas espécies vegetais antes de sua
implantação, na chamada nutrição via sementes.

41
6.10.1.13 Cloro
O cloro (Cl) é um elemento que está largamente distribuído na natureza.
Em algumas situações poderemos encontrar solos com altos teores de Cl, como
aqueles irrigados com água tratada com este elemento e/ou solos que recebem
sucessivas adubações com cloreto de potássio (KCl). Dessa forma, é mais
provável encontrarmos problemas de toxidez a Cl do que de deficiência.
Este nutriente é absorvido na forma Cl- e sua principal função está
relacionada com reações necessárias para a fotossíntese. O Cl também
influencia no processo de abertura dos estômatos.

Fonte: followthecolours.com.br

6.10.1.14 Níquel
O Níquel (Ni) é absorvido pela planta na forma Ni+2. Em geral, nos solos
do Brasil, é mais comum ser observada a toxidez de Ni do que a deficiência deste
micronutriente.
Sua principal função está relacionada com a ativação de diversas
enzimas importantes para o funcionamento da planta. Em leguminosas, o Ni é o
ativador de uma enzima indispensável para que ocorra a FBN.

6.10.1.15 Elementos úteis


São elementos não essenciais, pois a planta pode viver sem eles. Porém
sua presença é capaz de contribuir para o crescimento, produção ou para a

42
resistência/tolerância a condições desfavoráveis de meio (clima, pragas e
moléstias, compostos tóxicos do solo ou do ar) (FLOSS, 2006). São exemplos
de elementos úteis:
• Cobalto (Co) – tem atuação direta na FBN, sendo essencial aos
organismos fixadores de N atmosférico.
• Silício (Si) – tem papel de destaque na prevenção da incidência de
pragas e doenças nas plantas, menor suscetibilidade ao
acamamento e manutenção das folhas eretas.
• Sódio (Na) – auxilia algumas espécies de vegetais a aumentar a
eficiência da fotossíntese em condições de baixa concentração de
CO2. Também em algumas espécies, o Na pode substituir o K, com
benefícios para a planta.

6.10.1.16 Elementos tóxicos


São elementos que prejudiciais às plantas em qualquer quantidade e não
se enquadram como elementos essenciais ou úteis.
O principal exemplo de elemento tóxico é o alumínio (Al). Como já
estudamos na disciplina de Solos, o alumínio trocável (Al+3) é um problema em
solos ácidos, especialmente àqueles com pH menor que 5,5. O principal efeito
do Al+3 se manifesta nas raízes, apresentando alteração na anatomia (menor
crescimento e engrossamento das raízes), o que irá interferir na absorção e
transporte de água e nutrientes. O Al+3 também interfere negativamente em
processos fisiológicos das plantas, como a fotossíntese e a respiração. Além
disso, o Al+3 interfere no metabolismo de nutrientes essenciais, reduzindo os
teores de quase todos e interferindo na absorção, transporte e uso de nutrientes
como Ca, P, Mg, Cu, Zn, Mn e Fe.
Outros exemplos de elementos tóxicos são cromo (Cr), flúor (F), chumbo
(Pb) e bromo (Br).

6.10.1.17 Absorção e transporte de nutrientes


Relembrando o que foi discutido anteriormente, as plantas absorvem a
grande maioria dos nutrientes pelas raízes. Neste sentido, é imprescindível a
presença deles na solução do solo para serem absorvidos. Os nutrientes
43
também podem ser absorvidos pelas folhas, mas a participação delas é
pequena, ao se comparar com as raízes. As folhas serão a principal porta de
entrada do carbono (C), através do CO2.

Fonte: gramados.net

O nutriente que está presente na solução do solo precisa entrar em


contato com a raiz para que ele possa ser absorvido. Esse contato pode ocorrer
de três formas:
• Interceptação radicular – é consequência do crescimento da raiz,
atingindo os nutrientes presentes no solo.
• Fluxo de massa – movimento dos nutrientes presentes na solução do
solo de um local mais úmido para um local mais seco.
• Difusão – movimento dos nutrientes de uma região de maior
concentração para uma de menor concentração.

A absorção pode ser conceituada como a entrada do elemento, que pode


ser nutriente essencial, elemento útil ou elemento tóxico, do solo ou ar, para o
interior da planta. Existem dois mecanismos de absorção:

44
• Passivo – é um processo rápido, reversível, não seletivo e sem gasto
de energia. O movimento ocorre de um local de maior concentração
(solução do solo) para outro de menor concentração (interior da
planta).
• Ativo – é um processo lento, irreversível, seletivo e com gasto de
energia.
É o processo de absorção mais importante.

6.10.1.18 Fatores que influenciam na absorção


A absorção de nutrientes pode ser influenciada por fatores externos
(ambientais) e fatores internos da planta, sendo os principais:
Quadro: Fatores internos e externos que influenciam na absorção
de nutrientes
Quadro: Fatores internos e externos que influenciam na absorção
de nutrientes

Aeração do solo

Temperatura do ar

Umidade do solo

Fatores externos (ambientais)Disponibilidade de nutrientes no solo

Teor de matéria
orgânica do solo
pH do solo
Micorrizas

Potencial genético da planta

Taxa de crescimento da planta

Atividade metabólica (fotossíntese


e respiração)
Fatores internos (da planta)
Concentração interna de
nutrientes

Taxa de transpiração

Transporte interno de nutrientes

45
Fonte: Autores

7 REDISTRIBUIÇÃO DE NUTRIENTES

Após absorvido, o nutriente pode ser deslocado do órgão onde foi


assimilado para outro, como da folha para o fruto. Esse deslocamento ocorre
principalmente no floema e sua intensidade depende do elemento, conforme o
apresentado no Quadro a seguir. Como consequência, sintomas visuais de
deficiência de nutrientes móveis ou pouco móveis aparecem nas folhas velhas,
enquanto que de nutrientes imóveis aparecem nas folhas novas.

Quadro: Mobilidade dos nutrientes na planta


Quadro: Mobilidade dos nutrientes na planta

Nutriente Símbolo Mobilidade na


planta

Nitrogênio N Móvel

Fósforo P Móvel

Potássio K Móvel

Enxofre S Pouco móvel

Cálcio Ca Imóvel

Magnésio Mg Móvel

Ferro Fe Pouco móvel

Manganês Mn Pouco móvel

Boro B Imóvel

Zinco Zn Pouco móvel

Cobre Cu Pouco móvel

Molibdênio Mo Móvel

Cloro Cl Móvel

Níquel Ni Pouco móvel


Fonte: Autores

46
O processo de redistribuição dos nutrientes ocorre especialmente nos
seguintes estádios de desenvolvimento dos vegetais: germinação das sementes;
fase vegetativa; fase reprodutiva e senescência.

7.1 Adubação folhar

Conforme estudamos até o momento, a maneira normal das plantas


absorverem os nutrientes é através das raízes. Entretanto, as folhas também
possuem capacidade de realizar a absorção de nutrientes. Quando utilizamos
esta via, realizamos a chamada adubação folhar.
No geral, a adubação folhar é utilizada com objetivo de corrigir
deficiências e/ou complementar a adubação realizada no solo durante o
desenvolvimento da planta. Apresenta como vantagens o melhor aproveitamento
de alguns nutrientes pelas plantas e a opção de aplicar juntamente com
defensivos agrícolas. Sua eficiência vai estar condicionada às condições
climáticas, ao estádio de desenvolvimento das plantas, da forma de aplicação,
da natureza do fertilizante utilizado, da determinação precisa de qual nutriente
está em deficiência, dentre outros (FLOSS, 2006). Os fatores que favorecem
esta absorção são:

Quadro: Fatores que favorecem a absorção de nutrientes


Quadro: Fatores que favorecem a absorção de nutrientes

Estrutura

Fatores relacionados à folhaComposição química

Idade

Mobilidade

Fatores relacionados aos nutrientesVelocidade de assimilação

Interação entre nutrientes

Solubilidade dos nutrientes


Concentração da solução
Fatores relacionados à calda aplicada Mistura de nutrientes
Utilização de óleo mineral

47
pH

Luz

Disponibilidade de água no solo

Fatores externos Temperatura

Umidade do ar

Tecnologia de aplicação

Fonte: Autores

De maneira geral, a adubação folhar não pode ser considerada como


substituta da adubação do solo, mas sim como complementar para algumas
culturas e para determinados nutrientes (FLOSS, 2006). Neste sentido, a
adubação folhar pode ser usada como alternativa em situações específicas,
como em solos que possuem baixa disponibilidade de nutrientes; em solos
áridos; para aumentar o teor de proteína em grãos de cereais; para compensar
o decréscimo da atividade das raízes durante o estádio reprodutivo e para
aumentar o teor de Ca em frutas (especialmente na maçã).

48
BIBLIOGRAFIA

Agência Nacional de Vigilância Sanitária -


http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/38_77.htm. Acessado em 25/12/2016.

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