Aula 01 Responsabilidade Civil
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RESPONSABILIDADE CIVIL
Breve histórico:
É de bom alvitre citar que nas sociedades pré-romanas e numa primeira fase
da sociedade organizada, encontramos uma fase denominada de vingança privada,
que predominava a prática da auto-tutela, em que a força física era o comando
prevalente, como reação pessoal contra o mal sofrido. O ofendido reagia
imediatamente à ofensa e não se cogitava ainda, da existência do direito, muito
menos do Estado, para impor sua força sobre o ofensor.
Se a vítima não pudesse reagir desde logo, ocorria a vindicta imediata, que
sofreu regulamentação posterior, motivo do surgimento da lei de talião, baseada no
“olho por olho dente por dente”.1
1
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: responsabilidade civil Vl.IV, 3ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2008. p.6 e 7.
2
LIMA, Alvino, apud GONÇALVES, Carlos Roberto, op. cit., p.7
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Mas é na Lex aquilia que encontramos um dos marcos mais importantes desta
temática. Informa a doutrina que a Lex Aquilia adveio de um plebiscito, realizado em
torno do final do século III ou no início do século II a.C., que permitia ao proprietário
de bens, receber certa retribuição pecuniária, em desfavor de quem tivesse
provocado prejuízo, fazendo nascer a idéia de culpa.4
3
Mazeaud e Mazeud, apud, GONÇALVES, Carlos Roberto, op. cit., p.7.
4
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: responsabilidade civil. 8ª.ed. São Paulo: Atlas, 2008. p.17.
5
GAGLIANO, Pablo Stolze e PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil: responsabilidade
civil, vl.III. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011. p.53.
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Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único: haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos
de outrem. (Grifo nosso)
6
NETO, Martinho Garcez, apud VENOSA, Sílvio de Salvo, op. cit., p.19.
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VOCÁBULO
Tem origem no verbo latino respondere, significando a obrigação que alguém
tem de assumir com as consequências jurídicas de sua atividade, contendo, ainda, a
raiz de spondeo, fórmula através da qual se vincula, no Direito Romano, o devedor nos
contratos verbais.
Trata-se de uma obrigação derivada oriunda de um dato jurídico lato sensu,
portanto é um dever sucessivo.
“Responsabilidade, para o direito, nada mais é, portanto, que uma obrigação derivada
– um dever jurídico sucessivo – de assumir as consequências jurídicas de um fato,
consequências essas que podem variar (reparação de danos e/ou punição pessoal do
agente lesionante) de acordo com os interesses lesados” Pablo Stolze/Roberto
Pamblona.
Respaldo jurídico: está no princípio fundamental da “proibição de ofender”, ou
seja, a ideia de que a ninguém se deve lesar _ a máxima neminem laedere, de Ulpiano
– limite objetivo da liberdade individual em uma sociedade civilizada.
RESPONSABILIDADE JURÍDICA X RESPONSABILIDADE MORAL
RESPONSABILIDADE CIVIL X RESPONSABILIDADE CRIMINAL
ELEMENTOS:
- conduta, dano, nexo causal.
ESPÉCIES:
Subjetiva: é a decorrente de dano causado em função de ato doloso ou culposo.
Objetiva: ocorre independe de culpa.
Contratual: inadimplemento da obrigação prevista em contrato (arts. 389 e s. e 395);
Extracontratual ou Aquiliana: violação direta de norma jurídica (arts. 186 a 188 e 927);
7
CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de responsabilidade civil. 8ª ed. São Paulo: Atlas, 2008. p.2.