Caderno Prático Prótese Total
Caderno Prático Prótese Total
Caderno Prático Prótese Total
5. Freio lingual:
a. Usualmente é uma banda de tecido conjuntivo fibroso de base estreita, podendo, contudo, ser
largo ou múltiplo.
b. Requer um alívio correto, quer na moldeira individual, quer na prótese, sob pena de causar dor ou
deslocamento da prótese. Contudo, um alívio excessivo pode comprometer o selamento do bordo
lingual e, consequentemente, a retenção da prótese.
c. Poderá haver a necessidade de ser realizada frenectomia nos seguintes casos à freio inserido
próximo ou na crista do rebordo residual, freio lingual curto que causa dificuldades de protusão
da língua.
6. Freio labial:
a. Usualmente único e de base estreita, podendo, contudo, ser múltiplo.
b. Atua principalmente no sentido vertical, requerendo um alívio estreito na prótese.
c. Normalmente o freio labial mandibular é mais curto e mais largo que o freio correspondente
maxilar.
8. Vestíbulo labial:
a. É o sulco existente entre os 2 freios bucais/vestibulares ou entre os 1ºs PMs, se os freios estão
ausentes ou numa localização diferente.
b. É principalmente influenciado pelo músculo orbicular dos lábios (cujas fibras são maioritariamente
horizontais), devendo ter-se o cuidado de não estender demasiado a impressão desta zona.
c. É também influenciado pelo músculo mentoniano, que pode apresentar-se hipertónico em alguns
pacientes. Nestes casos, a contração vertical do músculo impede a colocação do bordo da prótese
no fundo do vestíbulo (com 2mm de espessura), devendo colocar-se mais acima e com 0,5 a 1mm de
espessura, o que pode comprometer o selamento periférico da prótese. Requer, por isso, uma
impressão cuidadosa desta zona.
Notas: os bordos labial e bucal não são tão importantes para o selamento periférico da prótese, pois o recobrimento pelos lábios e
pelas bochechas irá criar um “selamento facial”; quando o rebordo residual anterior é alto, o bordo labial deve ser fino (1-2mm);
quando o rebordo residual é baixo, deve usar-se um bordo espesso para prestar suporte ao lábio e à bochecha, de modo a promover
um melhor selamento periférico; o recurso aos bordos espessos deve ser usado com precaução pois estes podem causar
desconforto, má estética ou interferência com a atividade muscular normal.
9. Vestíbulo bucal:
a. A sua largura e o seu comprimento dependem da região de fish e do músculo bucinador, podendo
ser determinados por palpação.
Notas: anatomicamente o músculo bucinador é constituído por 3 conjuntos de fibras à as fibras médias, mais ativas, que controlam
o bolo alimentar durante a mastigação e cruzam-se a nível das comissuras labiais numa zona chamada modíolo, continuando-se
com as fibras do músculo orbicular dos lábios; as fibras superiores e inferiores são relativamente flácidas.
16. Língua:
a. A sua posição deve ser avaliada, pedindo ao paciente para abrir a boca apenas o suficiente para
uma pequena porção de alimento e observando nas diferentes posições.
b. Normalmente a língua aparece relaxada, preenchendo toda a arcada inferior e com a sua ponta
tocando levemente as faces linguais dos incisivos inferiores. Esta é a posição mais favorável para
a manutenção do selamento do bordo lingual, incrementando assim a retenção da prótese.
c. A posição retruída da língua permite a entrada de alimentos e de ar sob o bordo lingual da prótese,
rompendo o selamento periférico. Esta situação é acompanhada de um pavimento bucal mais alto
devido à maior tensão nos músculos linguais associados. Pode ser melhorada com exercícios.
2. Vestíbulo labial:
a. É o sulco existente entre os 2 freios bucais ou entre os 1ºs PM, se os freios estão ausentes.
b. É principalmente influenciado pelo músculo orbicular dos lábios (cujas fibras são maioritariamente
horizontais), devendo ter-se cuidado para não estender demasiado a impressão desta zona.
c. Quando o rebordo residual anterior é alto, o bordo labial deve ser fino (cerca de 2mm ou menos).
d. Quando o rebordo é baixo, devemos usar um bordo espesso para fornecer o suporte ao lábio e
para promover um melhor selamento periférico.
3. Freio bucal:
a. Pode ser único, múltiplo, ausente ou estar numa localização totalmente diferente.
b. Requer um alívio mais largo da prótese, pois a atividade oral desta área efetua-se quer no sentido
vertical quer no sentido horizontal devendo o bordo ser fino (cerca de 2mm).
c. Quando o rebordo é baixo, devemos usar um bordo espesso para promover um melhor selamento
periférico e para prestar suporte ao lábio e à bochecha, melhorando a estética.
4. Vestíbulo bucal:
a. Estende-se desde o freio bucal ou desde a área do 1PM até à fossa pterigomaxilar.
b. É principalmente influenciado pelo modíolo e pelo bucinador e distalmente pela apófise
coronóide.
c. A apófise zigomática apenas requer cuidados durante a impressão se o rebordo residual for baixo,
de modo que não seja usada como uma zona de suporte, pois a sua mucosa é muito fina e
frequentemente requer alívio.
d. As regiões das tuberosidades maxilares são essenciais para a retenção e requerem cuidados na
impressão, pois por vezes a prótese necessita de um bordo mais espesso para o selamento (2-5mm
ou mais).
e. A espessura da zona tuberositária depende do tamanho da tuberosidade, da proximidade da apófise
coronoide durante os movimentos funcionais e da inserção do músculo bucinador. Pode ser
avaliado, colocando um espelho intraoral no vestíbulo junto à tuberosidade e pedindo ao paciente
para efetuar movimentos de lateralidade e observando se o espelho é deslocado.
6. Papila incisiva:
a. Almofada de tecido conjuntivo fibroso que recobre a emergência dos vasos e nervo nasopalatino.
b. Não deve ser comprimida ou deslocada durante a tomada de impressões, sob o risco de causar
parestesia, dor, sensação de ardor ou outros sintomas por compressão pela prótese. Deverá mesmo
ser alivada.
9. Tórus maxilar:
a. Encontrado frequentemente no centro do palato duro, com forma e tamanho variável.
b. Quando pequeno, recobre-se com a prótese aliviando o suficiente.
c. Quando grande, deverá remover-se cirurgicamente e em casos que esteja contraindicada, poderá
recobrir-se ou abrir janela no palato da prótese para acomodar o tórus, comprometendo um pouco
a retenção da mesma.
12. Linha do A:
a. Zona localizada na, ou para distal, da união do palato duro com o palato mole. Esta união é fácil
de ser visualizada quando o paciente diz “A”, sendo visível uma zona que vibra e outra que fica
imóvel.
Material necessário:
ü Modelo maxilar;
ü Modelo mandibular;
ü Lapiseira de grafite.
A extensão da moldeira individual deve ser de tal forma que consiga obter os detalhes das estruturas anatómicas
de suporte, mas que não comprima as estruturas móveis que possam deslocar ou destabilizar a prótese total.
Nas zonas de suporte primário a moldeira deve, pelo contrário, favorecer a compressão da mucosa oral aquando
da impressão de modo a estas zonas serem as mais bem aproveitadas.
Godiva brilhante à estado plástico e moldável da godiva. Os músculos é que empurram o material de
impressão e não o contrário.
Técnica de 1 só passo:
12. Realizada com um material tipo poliéter ou silicone de adição de consistência putty ou heavy body;
13. Não podemos corrigir o material após a sua presa, pelo que, em caso de necessidade, todo o procedimento
deve ser repetido com novo material (desvantagem).
14. Uma vez acabada a técnica de selagem periférica maxilar e mandibular, deverão ser removidos os excessos
com faca de cera ou bisturi.
Maxila:
1. Do rebordo posterior ao freio labial:
Devemos tracionar a mucosa jugal para a frente e para baixo à ação do masséter e freios vestibulares;
Lateralizar a mandíbula para o lado oposto à fossa pterigomaxilar.
4. Entre as tuberosidades:
Banda de godiva com 0,5mm de largura ântero-posterior, sobre o acrílico da moldeira.
Mandíbula:
Devemos verificar a existência de interferências do músculo mentoniano e da língua (a moldeira deve ficar imóvel,
mesmo com a língua levantada).
1. Do freio labial até ao freio bucal:
Puxar lábio para cima, para o lado e para fora à freio labial e músculo mentoniano.
Região vestibular
2. Freios bucais:
Puxar o lábio e a mucosa jugal para a frente e para cima à ação do músculo que se inserem no modíolo.
5. Freio lingual:
Colocar a língua para fora, para a frente, para os lados ou passar a língua por todo o lábio superior à elevação do
Região lingual
pavimento bucal;
Deglutir à elevação do pavimento bucal.
1. Colocar 1 tira de cera utility em torno de toda a impressão à 2mm abaixo do bordo superior da impressão.
Deve ser posicionada onde o perímetro da impressão é maior, de modo que seja possível separar o modelo
definitivo da impressão e que a cera se mantenha longe das zonas importantes da impressão;
2. Colocar 1 folha de cera rosa, de 1mm de espessura, em torno da tira de cera utility de modo a fazer uma
parede vertical à esta barreira deve estender-se 10 a 15mm acima do ponto mais alto da impressão, de
modo que o modelo de gesso no seu ponto mais fino seja dessa espessura.
Este sistema cera utility – cera rosa deverá ser um sistema hermético à não deverá passar gesso para a porção
exterior da moldeira aquando do vazamento da impressão. Se for necessário, podemos recorrer a cera colante para
promover o selamento ao auxiliar na união da cera rosa com a utility.
3. Após remoção, o modelo deverá ser finalizado, mantendo a forma dos bordos. A altura dos bordos de
gesso deve permitir um bom acesso ao fundo do vestíbulo durante a confeção das placas de registo
intermaxilar.
Material necessário:
1. Godiva;
2. Lamparina;
3. Faca de cera;
4. Bola com água;
5. Vaselina;
6. Cera utility;
7. Cera rosa;
8. Cera colante.
Procedimentos laboratoriais:
1. Vaselinar o modelo;
2. Colocar a godiva no limite da moldeira;
3. Aquecer a godiva à chama e arrefecer na bola com água;
4. Registar os limites anatómicos do modelo.
Cofragem:
1. Colocar a cera utility à volta da moldeira, não invandindo os limites anatómicos marcados na godiva;
2. Executar uma barreira com folha de cera rosa;
3. Correr a gesso.
Bases de registos:
Extensão à da prótese final à facilmente identificável se os passos anteriores tiverem sido feitos de
forma correta. Se usarmos a extensão máxima da prótese vamos obter o máximo de retenção desta;
Espessura à uniforme;
Bordos à lisos e atraumáticos;
As bases de registo vão suportar as ceras de oclusão que vão permitir fazer registos estéticos e
intermaxilares necessários para que nos passos seguintes laboratoriais seja possível a montagem de dentes ideal,
do ponto de vista estético e funcional para o paciente.
Material das bases à cera rosa (desde que reforçadas internamente com arame metálico) ou em resina acrílica (PRI
de base estabilizada). A vantagem de usarmos resina acrílica pois evita que haja distorções na forma da base para os
registos intermaxilares. A única desvantagem de usarmos resina acrílica é que, quando fazemos a montagem dos
dentes, esta ocupa espaço que pode ser necessário para a montagem dos dentes e sendo necessário desgastar
acrílico nesses espaços. A vantagem de usarmos cera rosa é que, as bases totalmente construídas em cera, podem
ser aquecidas até à base do modelo e os dentes podem tocar diretamente no gesso, se necessário.
Antes de fazermos as bases de registo devemos eliminar zonas retentivas dos modelos de gesso à este
procedimento pode provocar diminuição da estabilidade da PRI na boca do paciente, mas é essencial para não
haver danos no modelo definitivo durante os procedimentos laboratoriais.
Determinação da DVO:
As ceras de oclusão deverão ser aumentadas ou diminuídas em altura até se obter a DVO determinada
funcionalmente. Após acertos das ceras de oclusão à DVO pré-determinada, esta deverá ser de novo confirmada
com testes fonéticos e de conforto neuromuscular. Existem inúmeras técnicas para a determinação da DVO sendo
que cada uma pode ser usada isoladamente ou em conjunto (permitem confirmar medidas). Vamos descrever algumas
das técnicas mais usadas.
ü Avaliação geral do suporte facial;
ü Avaliação da simetria dos terços faciais da face;
ü Determinação da dimensão vertical de repouso (DVR) à Esta dimensão é imutável ao longo dos anos.
Nos pacientes com dentes foi estabelecido que existe uma diferença de 2mm de altura entre a DVO e a
DVR. Assim, uma vez determinada a DVR, podemos chegar à DVO à DVR – DVO = 2mm.