Osteocondroma

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OSTEOCONDROMA FACIAL EM CÃO– RELATO DE CASO

Facial osteochondoma in dog – Case report

Amanda Friedemann Zoreck1; Camila Brunkow2; Vinicius Ferreira Caron3

Palavras-chave: Crânio. Doença periodontal. Neoplasia óssea.

Introdução

O osteocondroma é uma neoplasia benigna que se caracteriza pelo desenvolvimento de


nódulos solitários com encapsulamento ósseo recoberto por cartilagem hialina. Em cães jovens
é comum o aparecimento desses nódulos na fase de crescimento ósseo ativo. Os animais, na
maioria das vezes são assintomáticos, quando não, apresentam dor onde está localizado o
nódulo, devido à pressão que ele exerce sobre nervos, tendões e músculos. A tumefação dos
ossos da face é identificada no exame físico e posteriormente confirmada com exame radiológico
e biópsia óssea. Os osteocondromas podem se desenvolver em qualquer osso formado a
partir da ossificação endocondral e, embora predominem nas extremidades de ossos longos –
principalmente ao redor do joelho, escápula, costelas, vértebras e pelve - podem ter envolvimento
bilateral da lesão (Forrest, 2013). Os ossos do crânio, mandíbula e maxila não são afetados
devido ao seu desenvolvimento intramembranoso (Moulton, 1978). As neoplasias que acometem
o crânio são incomuns em cães (Forrest, 2003). O osteocondroma também pode aparecer de
forma múltipla, como a exostose múltipla cartilaginosa. Outras alterações benignas podem adquirir
características malignas após a manipulação cirúrgica, como por exemplo, cistos ósseos. Neste
caso, quando possível, deve-se realizar uma incisão cirúrgica completa para eliminar ou prorrogar
a recorrência da doença (Andrade, 2008). Para o diagnostico utiliza-se exame radiográfico simples
ou tomografia computadorizada (TC), a fim do reconhecimento amplo da abrangência do nódulo.
Osteocondromas devem ser removidos tão rapidamente quanto possível quando interferir com a
compressão de estruturas adjacentes ou se houver evolução maligna. Deve-se incluir a remoção
da formação do nódulo, a membrana pericondral e toda a cartilagem hialina, a fim de evitar a
recorrência da lesão. O prognóstico é favorável para cães adultos que apresentem sinais clínicos
de uma única lesão tratável. Devem-se avaliar animais assintomáticos sobre a probabilidade
futura de malignidade (Johnson e Watson, 2004). O objetivo desse trabalho é relatar um caso de
ostecondroma e elucidar esta neoplasia com enfoque na doença periodontal como causa primária
do seu desenvolvimento.

1 Curso de Medicina Veterinária – UTP


2 PAP/ UTP
3 Professor Orientador – UTP
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Revista Eletrônica Biociências, Biotecnologia e Saúde, Curitiba, n. 18, maio-ago. 2017.
Relato de caso

Foi atendido paciente canino, fêmea, da raça Poodle, 12 anos, castrada, apresentando
face edemaciada na região rostro-lateral maxilar esquerda. Possuía o histórico de já ter feito
profilaxia dentária e exérese dessa tumefação facial, mas sem qualificação histopatológica. No
exame físico foi detectada grave doença periodontal com cálculo dentário grau III e retração
gengival. Foi indicada a radiografia facial sob sedação e cirurgia para profilaxia dentária e
biópsia para identificação do nódulo. No transoperatório, foi retirada uma amostra da massa
que acometia o osso maxilar e o osso zigomático, além de possível comprometimento
da órbita óssea. Também foi feita a profilaxia dentária e exodontia. O resultado do exame
histopatológico foi um tecido cartilaginoso entremeado por tecido ósseo com atipia celular e
padrão histopatológico compatível com Osteocondroma. Foi recomendada ao tutor do animal a
quimioterapia com Carboplatina, contudo, o mesmo optou pela eutanásia do paciente em outra
clínica veterinária.

Discussão

O desenvolvimento de neoplasias que acometem o crânio pode ter origens diferenciadas,


uma delas, segundo Brook e Niemiec (2008), pode ser a infecção crônica devido à periodontite.
Não foi possível determinar a origem exata da neoplasia em questão, mas considerou-se a
hipótese de se tratar de tumor secundário, ou seja, a malignização de uma estrutura pela
agressão crônica da inflamação periodontal, como relatado por Nessi et al. (2000). Apesar do
osteocondroma ser descrito em animais jovens, casos raros podem acometer animais senis.
Além disso, a sua incidência é em ossos longos, devido ao seu desenvolvimento endocondral,
ao contrário dos ossos do crânio, que possuem na maioria das vezes desenvolvimento
intramembranoso. Portanto, de acordo com a literatura, não existem relatos de desenvolvimento
de osteocondromas em face, o que torna o caso presente raro e de grande destaque para
maiores discussões acerca da relação estreita que se estabelece entre a doença periodontal e
esse tipo de neoplasia.

Conclusão

O ostecondroma é uma neoplasia benigna comum, porém surpreende o local de


acometimento do caso, a face. A falta de acervo pode ser devido aos casos subdiagnosticados
ou pela ausência da ocorrência em crânio. Deve-se ressaltar uma maior explanação da
doença, tal como suas causas, principalmente a doença periodontal como desencadeadora de
neoplasias.

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Revista Eletrônica Biociências, Biotecnologia e Saúde, Curitiba, n. 18, maio-ago. 2017.
Referências

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23(2), 72-80, 2008.
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Revista Eletrônica Biociências, Biotecnologia e Saúde, Curitiba, n. 18, maio-ago. 2017.

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