Por Que Acreditar Na Bíblia

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Convenção Batista Brasileira

CURSO DE TEOLOGIA - TECNÓLOGO P70

Larissa Sousa Santana

POR QUE ACREDITAR NA BÍBLIA?

Contra fatos não há argumentos

Mata Verde – MG

Março, 2021
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Larissa Sousa Santana

POR QUE ACREDITAR NA BÍBLIA?

Contra fatos não há argumentos

Trabalho apresentado para obtenção da


aprovação na disciplina Exposição Bíblica
III do Curso de Teologia – Tecnólogo P70 da
Convenção Batista Brasileira.

Prof. Danilo Correia

Mata Verde – MG

Março, 2021

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RESUMO

Este trabalho, do seu início até o seu fim, consiste na resposta à seguinte pergunta:
“Por que acreditar na Bíblia?”. Isso será feito por meio de tópicos, que respondem a essa
questão, e por alguns fatos, visto que, contra eles, não há argumentos. Além disso, o maior
objetivo deste trabalho é apresentar uma resolução concreta e eficaz, de modo que, um
cristão, ao se deparar com esse tipo de pergunta, consiga respondê-la veementemente ao
ponto de o questionador passar a compreender a seriedade e a veracidade de tudo o que é
relatado na Bíblia. Por fim, alguns recursos externos serão utilizados com o intuito de
cumprir com tal demanda de forma efetiva.

Palavras-chave: Resposta. Fatos. Argumentos. “Por que acreditar na Bíblia?”.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 5
2. DESENVOLVIMENTO 6
2.1 O que é a Bíblia? 6
2.2 A Bíblia é a Palavra de Deus? 6
2.3 Por qual motivo a Bíblia é inerrante? 8
2.4 A ciência comprova a Bíblia? 9
2.5 Contra fatos não há argumentos? 9
3. CONCLUSÃO 11
4. REFERÊNCIAS 12

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1. INTRODUÇÃO

Na Teologia, a Bibliologia é uma disciplina da teologia sistemática que estuda a Bíblia


Sagrada em alguns dos seus aspectos mais importantes, tais como: origem, composição,
processo de publicação e de preservação no decorrer das gerações. Nessa perspectiva, no
cenário atual, inúmeras controvérsias no que tange às Escrituras têm surgido no mundo.
De que forma a igreja deve responder a esse fato? Esta é uma das perguntas que serão
respondidas ao longo deste trabalho. Para isso, alguns meios de pesquisa irão ser usados,
como meios de maior compreensão e explicação desse questionamento. Ademais, com o
advento das tecnologias de informações, as sociedades modernas muito se questionam a
respeito da veracidade das escrituras, acreditando que a Bíblia não é a Palavra de Deus.
Com isso, é crucial que os cristãos estejam preparados biblicamente no que diz respeito
à apologética cristã, e isso será instruído a seguir.

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1 O que é a Bíblia?


Para muitos, apenas um livro histórico, para outros, somente um livro literário, no
entanto, para os cristãos, a Bíblia é a Palavra e o Poder de Deus. Nesse prisma, a origem
da palavra Bíblia vem do grego βιβλία, a parte interior da casca do papiro, que significa
“livros” e ela é chamada de Bíblia Sagrada porque contém as Escrituras Sagradas, ou seja,
os 66 livros que formam a Palavra de Deus. Além disso, a Bíblia é uma biblioteca que foi
escrita em diferentes línguas, visto que seu processo de escrita foi ao longo de
aproximadamente 1500 anos. As três principais línguas foram: hebraico antigo, aramaico
(uma versão de um idioma afro-asiático ainda em uso hoje) e grego.

“O cânon das Escrituras é a lista de todos os livros que pertencem à Bíblia”, assim
define o grande teólogo Wayne Grudem (1999, p.28). Entretanto, o termo cânon provém
do grego e significa, literalmente, “cana, junco, vara de medir”. Isso representava uma
espécie de bambu que servia para medição. Além do mais, a palavra testamento significa
“acordo, aliança, promessa”, ressaltando as alianças feitas por Deus com o seu povo ao
longo da história da humanidade. Sob essa análise, o cânon é divido entre Antigo
Testamento, formado entre os judeus e, posteriormente, aceito pelos cristãos, e Novo
Testamento, escrito pelos próprios apóstolos ou sob suas orientações (como é o caso de
Marcos, Lucas e Atos). Dessa forma, o conjunto desses dois testamentos formam o cânon
bíblico, definido e delimitado pelos santos, sob a direção do Espírito Santo.

2.2 A Bíblia é a Palavra de Deus?


Segundo Franklin Ferreira e Alan Myatt (2008, p. 116), a natureza de Deus pressupõe
que exista a possibilidade de comunicação racional entre Deus e os seres humanos que
ele criou. Com essa afirmativa, é possível observar que, no decorrer da história, Deus se
revelou para os seus santos. Isso já foi feito de três formas distintas: através de
mensageiros (anjos), por meio da comunicação entre espíritos (humano e divino, a saber,
os profetas e o Espírito Santo) e por intermédio do manifestar em Si (com a vida de Jesus
Cristo). Tais assertivas podem dar margens para o questionamento humano acerca da
veracidade da Bíblia, uma vez que muitos, por não possuírem a fé, anseiam por fatos que
provem a revelação da pessoa de Deus para a humanidade. Nesse aspecto, um meio

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essencialmente ligado ao tempo e espaço foi usado por Deus para que a Bíblia se tornasse
detentora de eficaz confiabilidade e para que, de forma permanente, Deus se comunicasse
com os seres humanos: a escrita. Diante disso, como é possível acreditar que Deus fala
por meio da Bíblia?

Na tradução da Bíblia King James Atualizada, o apóstolo Paulo descreve a fé em


2Timóteo 1:12 da seguinte forma:

“[...] porquanto sei em quem tenho crido e estou plenamente convicto de que Ele é
poderoso para guardar o que lhe confiei até aquele Dia.”

Primeiramente, a expressão “porquanto sei”, usada pelo apóstolo, afirma que ele tinha fé
em fatos, provando que a Bíblia nunca motivou homens a terem uma fé cega. Em segundo
lugar, o termo “em quem” mostra que a fé dele estava fundada em algo real, ou seja, em
Cristo. Por último, a parte “tenho crido” ressalta que a fé cristã não é uma esperança
incerta, mas uma fé firme e permanente em fatos revelados. Portanto, a credibilidade
bíblica baseia-se nestes fatos, nos quais a criação pode confiar, pois a levam para um
relacionamento vivo com o Criador.

Quais são, então, esses fatos que provam que Deus está realmente falando através
das Escrituras? Se a Bíblia é, de fato, a Palavra de Deus, é certo que nela há elementos
divinos, os quais não podem ser inventados humanamente. Tais elementos são:

a) Onipotência: demonstrada, por exemplo, por meio da criação, ao deixar nítida a


citação de elementos científicos que só foram comprovados em anos posteriores
à escrita do livro que contém esse respectivo assunto.
b) Onisciência: vista através das profecias, as quais, das 2500 escritas na Bíblia,
2000 já se cumpriram, restando apenas 500 para eventos futuros. Não há nenhum
outro livro no mundo com tantas projeções futuras e com tantas profecias
cumpridas. Em acréscimo, Deus revelou conceitos que são usados há séculos,
como a respeito do sistema bancário (Deuteronômio 28:12-13). Além do mais, a
Bíblia é cheia de coincidências, uma vez que passagens de determinados livros
são respondidas ou explicadas em outros livros, mostrando que os fatos se
encaixam como um quebra-cabeça e deixando bem claro e evidente que a Bíblia
é a Palavra de Deus.
c) Santidade: mostrada por intermédio da diferença entre os seres humanos e Deus.
Isso pode ser visto no sermão do monte, já que nunca pisou na terra uma pessoa

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com a moral tão elevada como a de Jesus Cristo. Ele mostrou que para se tornar
um líder era correto servir, para obter vida era preciso morrer, para se vingar de
um inimigo era necessário amá-lo. Com isso, um Deus santo não deixaria algo
escrito incoerentemente, isso prova que a Bíblia é a Palavra de Deus.

2.3 Por qual motivo a Bíblia é inerrante?


Como foi dito por Hélio Cordeito Volotão (2020, p. 38): “A inerrância das Escrituras
está estreitamente relacionada à sua inspiração. Se o Espírito Santo capacitou os escritores
a escreverem o que o próprio Deus lhes revelara, o resultado final não pode, de forma
nenhuma, conter erros.” Nesse panorama, a inspiração divina relaciona-se com a
capacidade dada por Deus aos homens que escreveram a Bíblia para relatarem no papel
aquilo que foi revelado a eles por Deus. Sob esse prisma, no dizer de MacArthur,

“A palavra portuguesa inspirado vem do latim em que a palavra quer dizer ‘respirar
para dentro’. Infelizmente, isto não transmite o significado verdadeiro do termo grego
usado nas Escrituras. Se usarmos o conceito de ‘respirar para dentro’ podemos nos
enganar com respeito do significado de inspiração. Em 2 Timóteo 3:16, é fácil
subentender que Deus tenha soprado alguma espécie de vida divina em palavras
humanas. Mas o termo grego para inspiração é theopneustos que significa ‘inspirado
por Deus’.” (2002, p.10)

A inerrância das Escrituras foi largamente ensinada durante a formação da igreja


primitiva e pelos pais da igreja. Durante esse contexto, sempre que assuntos controversos
e ataques de argumentos heréticos surgiam, os cristãos antigos usavam a Bíblia como
autoridade final para responder aos opositores do cristianismo, justamente por
compreendê-la como inerrante. Esse fato coloca os cristãos atuais em prova, uma vez que
homens santos (2 Pedro 1:21) não só escreveram as Escrituras Sagradas, como também
afirmaram que elas são de extrema confiabilidade, julgando a Mensagem da Cruz como
o Poder de Deus (1 Coríntios 1:18).

Por último, o Filho legítimo de Deus, Jesus Cristo, foi aquele que mais testemunhou
acerca da inerrância das Escrituras. Isso pode ser observado em todas as vezes em que ele
usou o termo “está escrito” e, depois, referenciava ao Antigo Testamento, fazendo
menção ao cumprimento das profecias na sua pessoa e no seu ministério. Esse fator é
determinante no que diz respeito à inerrância bíblica, uma vez que a própria Palavra (João
1:1), a saber, Jesus Cristo, afirmou isso.

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2.4 A ciência comprova a Bíblia?
No século XVIII, com o advento da Primeira Revolução Industrial, os avanços da
comunicação, da ciência e da tecnologia têm sido exorbitantes. Desde então, esses meios
de informação cooperam de forma benéfica para a humanidade. No entanto, com o
aumento significativo do conhecimento científico, inúmeras pessoas passaram a enxergar
a ciência como autossuficiente em detrimento das Sagradas Escrituras. Um exemplo disso
é o cientista Peter Atkins, de Oxford, o qual afirmou em um debate realizado em 1998:
“Não há necessidade de Deus, pois a ciência pode explicar todas as coisas”. É valido
ressaltar que essa assertiva está incorreta, uma vez que a ciência não é exata e pode ter,
no decorrer das pesquisas, algo que era verdadeiro se tornando falso. Logo, “nenhum fato
científico (em oposição às teorias científicas) provou que qualquer afirmação Bíblica
esteja errada” afirmou John Blanchard (2006, p. 16), deixando nítido que a ciência não
pode, de fato, explicar todas as coisas, visto que não pode comprovar que o ateísmo e o
agnosticismo são verídicos, por exemplo.

Portanto, nada pode se comparar à Bíblia em termos de evidências históricas,


arqueológicas, e documentais, e a ciência prova conscientemente que a Bíblia é
verdadeira. Diante do exposto, Clive Staples Lewis afirmou:

“O enorme tamanho do universo e a insignificância da Terra são conhecidos há


séculos, e ninguém nunca sequer sonhou que eles pudessem exercer qualquer
influência na questão religiosa. O verdadeiro problema é que, há menos de cem anos,
eles passaram a ser utilizados como argumento contra o cristianismo, e as pessoas que
o fizeram cuidadosamente silenciaram o fato de que eram conhecidos há muito
tempo.” (2018, p. 95).

Com isso, está claro que é a ciência que está ao dispor da Bíblia, e não o contrário.

2.5 Contra fatos não há argumentos?


De acordo com Clive Staples Lewis, “como muitos cristãos observaram, a ciência
contemporânea recentemente se alinhou com a doutrina cristã e se afastou das formas
clássicas do materialismo” (2018, p. 49). Com essa análise, anterior ao conhecimento da
ciência espacial, a Bíblia era considerada um mito. Contudo, hoje a ciência revela que as
Escrituras são verdadeiras. Nessa perspectiva, há cerca de 3500 anos atrás, na Idade do

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Bronze, o conceito do universo estava em discrepância com a verdade, porquanto as
pessoas da época não podiam sequer imaginar que a Terra está suspensa no espaço. Ainda
assim, o livro de Jó, escrito nesse contexto (a datação por rádio carbono prova que foi
escrito há 3500 anos atrás), menciona o conhecimento que a astronomia moderna obteve:
“[...] suspende e equilibra a terra sobre o nada.” (Jó 26:7). Apesar de ser considerado um
dos livros mais antigos da Bíblia, é detentor de provas científicas inimagináveis para
aquele período. Nesse cenário, a Bíblia também descreveu corretamente o interior da
Terra em Jó 28:5: “Da terra procede igualmente o pão, mas por baixo é remexida como
que pelo fogo”. Desse modo, o conhecimento da geociência acerca da estrutura interna
da Terra foi descoberto apenas no século XX, fato esse já afirmado biblicamente.

Além de tudo isso, a Bíblia também registrou o movimento de translação do sol 3000
anos atrás: “Nos céus, Ele armou uma tenda para o sol que é como um noivo que sai de
seu aposento, como feliz herói, a caminhar em sua jornada. Parte de uma extremidade dos
céus e percorre o seu caminho até o outro extremo; nada escapa ao seu fulgor.” (Salmos
19:4-6). Esse o conhecimento científico de que o sol gira em torno do centro da galáxia
só foi desvendado pela humanidade no século XX. Em adesão a essa afirmativa, o ciclo
da água também foi alvo das Escrituras. Em Jó 36:27-28 está escrito: “Ele atrai as gotas
de água, e do seu vapor as destila em forma de chuvas; as nuvens as despejam em
aguaceiros sobre todos os seres humanos”. Nesse ciclo, há três fases: evaporação,
condensação e precipitação; ele não era conhecido cientificamente até os séculos XVI e
XVII, quando Pierre Perrault e Edmundo Mariotte descobriram-no através de
experimentos. Diante de todos esses fatos científicos, fica nítido e evidente de que contra
fatos bíblicos comprovados cientificamente não há argumentos.

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3. CONCLUSÃO
É possível concluir, diante de todo o exposto ao longo do trabalho, que a Bíblia é a
Palavra de Deus, inerrante, possui comprovação científica, eficazmente, acerca da sua
veracidade e, contra tais fatos, não há argumento algum capaz de derrubá-los. Nesse
aspecto, explica-se o porquê de acreditar nas Sagradas Escrituras: elas são a palavra viva
e eficaz (Hebreus 4:12), são dignas de confiança (Salmos 19:7), são divinamente
inspiradas por Deus (2 Timóteo 3:16), foram faladas por homens santos orientados pelo
Espírito Santo (2 Pedro 1:21) e são palavras verdadeiras (2 Samuel 7:28). Para finalizar,
afirma-se que o Deus da Bíblia é real e inspirou um livro tão real quanto Ele para
compreensão dos santos e para a comunhão com eles.

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4. REFERÊNCIAS

GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática: atual exaustiva. São Paulo: Vida Nova, 1999.

FERREIRA, Franklin; MYATT, Alan. Teologia Sistemática: uma análise histórica,


bíblica e apologética para o contexto atual. 1. ed. revisada. São Paulo: Vida Nova, 2008.

BÍBLIA, King James 1611. Bíblia King James Atualizada, 2016. São Paulo, Brasil.
Edição de estudo – 400 anos.

VOLOTÃO, Hélio Cordeiro. Teologia Sitemática: uma introdução. 1. ed. Belo


Horizonte: Editora Koiononia, 2020.

MACARTHUR, John F. Os carismáticos: um panorama doutrinário. 5. ed. São José dos


Campos, SP: Editora Fiel, 2002.

LEWIS, Clive S. Deus no banco dos réus. 1. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil,
2018.

BLANCHARD, John. Por que acreditar na Bíblia? 1. ed. São José dos Campos, SP:
Editora Fiel, 2006.

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