Livro Quilombo Caiana
Livro Quilombo Caiana
Livro Quilombo Caiana
3. CONCEITO DE QUILOMBO................................................
4. HISTÓRIA.................................................................................................
7. ANCESTRALIDADE...................................
8. OS “MATUTOS”......................................................
12. EDUCAÇÃO...................................................
Fonte: www.museuafrobrasil.org.br.
Fonte: www.geledes.org.br.
Fonte: MNU
❖ Entre os anos de 1986-88, parte do Movimento Negro se
manifestou por meio da I Convenção do Negro pela
Constituinte, realizada em Brasília, cuja proposta a ser
encaminhada à Assembleia Constituinte foi a seguinte:
que fosse “garantido o título de propriedade da terra às
comunidades negras remanescentes de quilombos, quer
no meio urbano ou rural”;
1) auto identificação;
2) trajetória histórica própria;
3) relações territoriais específicas;
4) ancestralidade negra relacionada
com resistência à opressão histórica;
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Após o envio do Relatório de Identificação para a
Fundação Palmares, ocorreu o processo de certificação de
Caiana. A certidão foi emitida em 30 de maio de 2005 e
publicada no Diário Oficial da União do dia 8 de junho de
2005. Enfim, os primeiros passos já haviam sido dados. A
comunidade já havia se auto reconhecido como quilombola e
a Fundação Palmares, oficialmente, a certificou. Os próximos
seriam realizados pelo INCRA, nesse caso, a demarcação e
titulação da área territorial.
O Relatório de Identificação (1998) propôs a delimitação
do território em três áreas:
2º RELATÓRIO
1º RELATÓRIO (1998)
(2011/2015)
FAZENDA SAPÉ
ÁREA III
ASSENTAMENTO ASSENTAMENTO QUILOMBO
SAPÉ CAIANA CAIANA DOS
CRIOULOS
ÁREA III
Nos anos 1980, o território foi dividido
em dois (duas associações)
1976
EDNALVA RITA DO
NASCIMENTO “Saber que agora essas famílias
podem plantar sem limites e com
toda liberdade, isso pra nós é
glorioso, é dar aquele suspiro de
alívio porque agora sim, temos
terra, temos liberdade, teremos
sobrevivência” Fonte: Conaq.
A cerimônia de posse foi marcada pelo discurso da
presidente da Associação dos Moradores da Comunidade
Quilombola da Caiana na época, Ednalva Rita do Nascimento
(Nalva). Ela leu uma carta em nome da comunidade,
destacando o pertencimento dos quilombolas com a terra e a
luta pela titulação.
Fonte: http://conaq.org.br.
Carta da comunidade que foi lida no evento de entrega do
documento de imissão de posse:
“FINALMENTE A TERRA…”
03/02/2020
Fonte: https://www.gov.br/incra/pt-br.
Fonte: http://conaq.org.br.
Fonte: http://conaq.org.br.
6. ATIVIDADES ECONÔMICAS E
RELAÇÕES SOCIAIS DE PRODUÇÃO
´´Bom dia a todos vocês/ Hoje aqui nesse lugar/ Sou Edite cirandeira/ Vim aqui
apresentar/ Peço aqui por gentileza/ Um pouquinho de atenção/ Pra falar de
uma líder/ Com carinho e emoção/ Essa é Margarida Alves/ Uma mulher
batalhadora/ Em busca pelos direitos/ Ela foi uma lutadora/ Margarida foi
guerreira/ E lutou pelo seu povo/ Tentando encontrar caminho/ Pra formar
um mundo novo/ Mas o que ficou em mente/ Para nos finalizar/ Uma frase
importante/ Vamos todos relembrar/ Ela sempre nos dizia/ Para todos
escutar/ É melhor morrer na luta/ Do que a fome nos matar/ Margarida se
criou-se/ No Agreste de Caiana/ Porém a sua cultura/ Era abacaxi e cana.``
(Mestra Dona Edite IN: Relatório Antropológico, 2015)
Fonte: https://escolaeducacao.com.br.
Vejamos o caso
de Caiana dos
Crioulos...
DICIONÁRIO
Os rendeiros eram aqueles que
moravam na fazenda, e tinham
direito a uma terra para o uso da
família. Para isso, pagavam um valor
por ano aos proprietários; já os
foreiros eram aqueles que pagavam
o foro, ou seja, um valor
estabelecido diretamente para o
dono da fazenda, mas não moravam
na fazenda, e sim, no sítio de sua
família em Caiana.
Fonte: Relatório Antropológico, 2015.
Dessa forma podemos observar que os moradores de Caiana
estavam submetidos a relações de exploração pré-capitalistas de
dependência, em que precisavam daquelas terras para sobreviver,
e para isso precisavam pagar o foro ou aluguel (bem como pagar
a “condição”, que em geral era trabalhar alguns dias na plantação
do fazendeiro). Trabalharam como foreiros Seu Mariano e João
Teó.
Aqueles que eram rendeiros, era obrigados a utilizar a Casa
de Farinha da Fazenda. Vejamos o belo testemunho de Seu
Mariano:
ANCESTRALIDADE FAMILIAR
No período da minha infância, em meio as brincadeiras
corriqueiras desta etapa da vida, sempre surgiam
pensamentos inquietantes sobre as condições de vida que
todos nós no quilombo era submetidos. Desde a alimentação
regada para suprir as necessidades de 14(quatorze) irmãos,
as roupas que vestíamos num processo de revezamento, até
nossos calçados, diga-se de passagem chinelo mesmo,
remendados e improvisados.
Algo instigante sempre corria nos meus pensamentos,
porque estamos tão distante da cidade, porque devemos nos
esconder e não falar com estranhos? A ida na cidade era
disputada entre meus irmãos, como um triunfo inglória.
EXPERIÊNCIA ASSOCIATIVA
Quando do retorno físico a comunidade, objetivando
continuar contribuindo com a libertação e desenvolvimento
da minha comunidade, surgiu a oportunidade de fazer parte
da Direção da Associação dos Moradores Caiana dos Crioulos;
haja visto, que existia uma lacuna "inexplicável" de
pretendentes após vinte anos de uma gestão personificada.
Sendo chapa única pensei, temos tudo para juntos continuar
contribuindo com essa minha obstinação de libertação e
desenvolvimento lerdo engano, encontrando um estado
lamentável de desorganização administrativa e financeira, ao
procurar minimamente ajustar, causou crise interna na
direção e ela se diluía, ficando um grupo resistente. Além
desse processo, vícios de natureza política, subserviência,
submissão, empreguismo, ausência espantosa de sócios nas
assembleias, de fato uma crise generalizada, onde identifiquei
à máxima" Na terra de cegos quem tem um olho é Rei.
8. OS “MATUTOS”
Alguns moradores do Quilombo Caiana dos Crioulos
trabalharam como “matutos”, como eram chamados na época
aqueles pequenos comerciantes que compravam mercadorias
para venderem na feira de Campina Grande.
Entre eles podemos mencionar Seu Manoel, Lourival, Zé
Grande, Zé Pequeno, Elias e José Teodósio. Vejamos um trecho
narrado por seu Manoel:
Fonte:http://rafaelrag.blogspot.com/2019/07/dona-edite-do-quilombo-
caiana-dos.html.
José Januário)
Fonte: https://palmarinaestrada.com.br/os-grios-da-caiana-dos-crioulos/.
PAULINHO
EDUCAÇÃO QUILOMBOLA
OBJETIVOS
Módulos
MÓDULO I - HISTÓRIA DA ÁFRICA E DAS POPULAÇÕES
NEGRAS NO BRASIL
Ministrante: Prof. Dr. Waldeci Ferreira Chagas
(UEPB/CH/DH)
Centro de Formação e Capacitação de Professores de Alagoa
Grande, 29/07/ a 02/09/2011.
MÓDULO II – CULTURAS AFRO-BRASILEIRAS
Ministrante: Profª. Drª. Maria Lindaci Gomes de Souza
(UEPB/CEDUC/DH) Centro de Formação e Capacitação de
Professores de Alagoa Grande, 16/09/ a 14/10/20114.
MÓDULO III –RELIGIÃO E RELIGIOSIDADES AFRO-
BRASILEIRAS
Ministrante: Profª. Drª. Ivonildes da Silva (UEPB/CH/DL)
Centro de Formação e Capacitação de Professores de Alagoa
Grande, 21/10/ a 25/11/2011
III SEMINÁRIO: A IMPLEMENTAÇÃO DA LEI 10.639/03 NO
CONTEXTO PARAIBANO – AVANÇOS, DESAFIOS E
PERSPECTIVAS (2015) III Seminário: A implementação da
Lei 10.639/03 no contexto paraibano – Avanços, Desafios
e Perspectivas”
SEDE DO CRAS
BANAL, Alberto. A Paraíba dos Quilombos. In: Solange P. Rocha, Matheus Silveira
Guimarães (Organizadores)- A Paraíba no pós-abolição e no tempo presente:
racismos e trajetórias de resistência. João Pessoa: Editora UFPB, 2018.
Lopes, Nei, Enciclopédia Brasileira da Diáspora africana/ São Paulo: Selo Negro,
2004.
Fontes Orais:
SILVA, Edite José da [78 anos]. [dez. 2021]. Entrevistador: Lúcia de Fátima Júlio.
Alagoa Grande, PB. 21 dez. 2021
LIMA, Luciene T. d. S [xx anos]; NASCIMENTO, Elza U. d. [48 anos]. [jan. 2022].
Entrevistador: Lúcia de Fátima Júlio. Alagoa Grande, PB. XX jan. 2022
ORGANIZADORES (AS)/AUTORES (AS)
José Luciano de
Queiroz Aires é
professor de História
da UFCG. Tutor do PET
História.
Quilombola de Caiana,
estudou na Escola
Firmo Santino da Silva
e hoje cursa Educação
do Campo no CDSA/
UFCG, campus de Sumé.
Érica é graduanda em
História e integrante do
PET História UFCG.
Vitória é graduanda em
História e integrante do PET
História UFCG.
Carolina é graduando em
História e integrante do PET
História UFCG.
Lucas Silva Lira é graduando
em História e integrante do
PET História UFCG.