Guia de Contacao de Historias
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CONTAÇÃO
DE HISTÓRIAS
Ministro de Estado da Educação Renata Silva de Almeida dos Santos
Victor Godoy Veiga Rosimere Gomes Rocha
Stela Fontes Ferreira da Cunha
Secretário-Executivo Talita Lima Lemes
José de Castro Barreto Júnior Vanessa Carneiro da Costa
Rezende
Secretário de Alfabetização Verônica Cardozo Pessoa
Fábio de Barros Correia Gomes Filho de Carvalho
Wiliam Ferreira da Cunha
Secretaria de Alfabetização Carlos
Alberto de Almeida Diagramação
Cláudia da Silva Bruno Eustáquio
Damião Felix da Silva Ivan de Almeida
Daniel do Nascimento Assis Filho
Daniel Prado Machado Revisão textual e de
Eduardo Federizzi Sallenave normalização da ABNT
Francisca Negreiros da Silva Ivone Regina Lúcia de Araújo Gramacho
Costa de Oliveira Risonete Lima de Almeida
José Joaquim de Oliveira Filho
Lorena Cumpertino de Paula Texto
Mariana Almeida de Faria Rosemary Lapa de Oliveira –
Maria Eduarda Manso Mostaço consultora – Organização das
Maurício Almeida Prado Nações Unidas para a Educação,
Paula Joana Bareiro Tavares a Ciência e a Cultura (UNESCO),
Paulo Sérgio Parro no âmbito do Projeto 914BRZ1094.5,
Pollyana Cardoso Neves Lopes sob o contrato nº 2933/2021.
SUMÁRIO
1 ERA UMA VEZ, ASSIM VAI COMEÇAR. ..................... 4
REFERÊNCIAS. .......................................... 41
Desde tempos imemoriais, ouvimos e contamos histó-
rias e, até hoje, povos e culturas, de diferentes épocas
e regiões do mundo, cultivam a prática de elaborar e
compartilhar narrativas. Segundo Yuval Harari (2017),
contar histórias nos fez a raça humana que somos hoje
em dia. Concordando com ele, podemos perceber que
o gosto por histórias nos faz humanos, pois, através
delas, aprendemos mais sobre nós mesmos e sobre o
mundo a nossa volta.
Daniel Munduruku (2015), um estudioso indígena da
tradição da contação de histórias, narra que havia
questionado sua avó sobre os segredos do mundo e,
por conta disso, um dia, ela o levou até a curva do rio
para lhe passar alguns ensinamentos. A senhora, então,
teve uma conversa com ele, mais ou menos assim:
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Ler e contar histórias não são a mesma coisa, mas
são duas ações que devem fazer parte da formação
cidadã, seja na escola, seja em outros espaços de
formação, inclusive no lar.
Ações lúdico-educativas com as palavras são
relevantes para o desenvolvimento da linguagem e da
interação infantil, mas, para crianças em situação de
estresse hospitalar, a contação de história mostrou-se
muito mais relaxante, conforme Brockington (2021). O
estudo revelou que as crianças pesquisadas
produziram mais as substâncias do bem-estar,
naturalmente excretadas pelo corpo, quando ouviam
histórias, comparadas às que foram expostas a
brincadeiras com palavras, como trava-línguas ou
advinhas.
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Como contar ou ler histórias? Como saber encantar
pelas histórias? Qualquer pessoa que conte/leia histórias
lindamente irá responder que, primeiro, é preciso
encantar-se pela história.
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A linda história
Que agora vou contar
Bata palmas, minha gente,
Bata palmas outra vez,
Bata palmas bem contente,
Vou contar... era uma vez...
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É preciso assumir o fato de que não escolhemos uma
história para contar; ela que nos escolhe.
Hassane Kouyaté, em curso ministrado em São Paulo
em 2012, afirmou que “Não existe bom ou mau con-
tador, apenas mergulhamos ou não em seu universo”.
Conforme destaca Toni Edson Santos (2016, p. 20) em
sua pesquisa, isso quer dizer que é algo intrínseco ao ser
humano e que não tem um modelo a ser seguido. Cada
um encontra seu jeito de se encantar e encantar uma
história.
Uns se vestem de personagem, contam histórias como
se fossem palhaços, bonecas, velhinhas, matutos. Tam-
bém podem ser utilizados bonecos, fantoches ou outros
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» Após a contação/leitura da história pode ser
orientada uma produção de texto escrito, ou
imagético, ou ambos, conforme a possibilidade
da criança. Essa ação será um forte aliado para
acesso da criança ao funcionamento da língua:
podendo ser explorados conteúdos de fonética,
silabação, ortografia, construção frasal, cons-
trução da narrativa, ou outros, a depender da
idade da criança.
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é um repertório muito rico que ensina sobre quem
somos e de onde viemos.
Caso seja difícil encontrar livros em sua localidade,
sempre podemos recorrer à internet. Ali encontramos,
por exemplo, muitos livros disponibilizados em formato
digital.Tente encontrar histórias que satisfaçam aos
interesses da criança, dentro de seu tempo de
desenvolvimento.
Apresentamos a seguir sugestões de alinhamento às
etapas de desenvolvimento infantil, tendo como foco a
apreensão de habilidades socioemocionais e funções
executivas.
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dado pelas interações entre adultos e crianças e tal
desenvolvimento ocorre no corpo e em
comportamentos observáveis, através de aprendizados
emocionais esensoriais, ajudando a criança a viver no
mundo. Por isso, para ele, o período de zero a três
anos é funda- mental para o desenvolvimento de
interações corpo a corpo. Aí entra a contação de
histórias, pois essa ação ancestral demanda olho no olho
e proximidade. Mas é certo que ler/contar histórias não é
de interesse apenas dos pequenos, abrange todas as
idades.
Fato é que, na atualidade, há um crescente interesse
na compreensão sobre as funções e o poder dos con-
tos nos processos psíquicos e educativos. O psiquiatra
infantil francês Pierre Lafforgue (2002) defende que “a
prática do conto vai deixar no psiquismo da criança
traços interiorizados, eventualmente reutilizáveis em
situações conflitivas ou angustiantes”.
Como um guia para a escolha de repertório, consi-
derando aspectos ligados ao desenvolvimento cognitivo
e funcional da criança, seguem algumas reflexões e
sugestões com base na produção da professora e pes-
quisadora Ana Mariza Ribeiro Filipouski, que, em 1982,
produziu um quadro para ser utilizado como suporte
teórico nas definições dos livros de literatura infantil,
considerando o desenvolvimento cognitivo infanto-juve-
nil e o desenvolvimento da relação da criança com a
leitura. As sugestões de histórias a serem contadas são
apresentadas segundo o momento de desenvolvimento
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Primeira infância (até 7 anos ou fase mágica)
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externa e os produtos da fantasia infantil, mas já
têm mais noção de limites e de certo ou errado.
Entretanto, o tempo ainda não tem significação,
não há precisão sobre passado nem futuro, a
vida é o momento presente. Para Jean Piaget
(1999), essa é uma etapa animista, pois todas as
coisas são dotadas de vida e vontade. Assim, o
elemento maravilhoso (como fadas, bruxas)
começa a despertar o interesse da criança.
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pessoas de sua idade, formando pequenos grupos de
amigos. Possuem maior capacidade de concentra- ção,
ou seja, esperam a sua vez em conversas, escutam
outras pessoas falando, interessam-se por histórias mais
longas e com enredos simples. Nessa fase, há muita
sensibilidade à fantasia.
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