PFM Oxidado

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PLANO CONCEITUAL DE FECHAMENTO DO

PROJETO OXIDADO

STE-MC001-PFM-INT-PDF016-FF Belo Horizonte Junho de 2022


Sumário
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................................ 9
2. METODOLOGIA ...................................................................................................................................................................... 12
2.1 Aspectos Metodológicos............................................................................................................................................... 13
2.1.1 Caracterização da Área e do Empreendimento ......................................................................................... 15
2.1.2 Alternativas de Uso Futuro ................................................................................................................................ 15
2.1.3 Ações de Fechamento .......................................................................................................................................... 17
2.1.4 Identificação de Impactos Resultantes do Fechamento ........................................................................ 18
2.1.5 Atividades, Programas de monitoramento e manutenção pós-fechamento ................................. 18
2.2 Público-Alvo ................................................................................................................................................................... 19
3. DIREITOS MINERÁRIOS E LICENÇAS AMBIENTAIS ............................................................................................... 20
4. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ........................................................................................................................................... 22
4.1 Localização ........................................................................................................................................................................ 22
4.2 Clima .................................................................................................................................................................................... 24
4.2.1 Precipitação e Temperatura.............................................................................................................................. 25
4.2.2 Umidade Relativa do Ar ...................................................................................................................................... 26
4.2.3 Radiação Solar ........................................................................................................................................................ 26
4.2.4 Balanço Hídrico Regional ................................................................................................................................... 28
4.3 Geologia .............................................................................................................................................................................. 30
4.4 Geomorfologia .................................................................................................................................................................. 34
4.5 Hidrografia ........................................................................................................................................................................ 37
4.6 Hidrogeologia ................................................................................................................................................................... 40
4.7 Uso do Solo e Cobertura Vegetal............................................................................................................................... 42
4.7.1 Aspectos Biogeográficos ..................................................................................................................................... 42
4.7.2 Caracterização da Cobertura Vegetal na propriedade da Fazenda Caraíba .................................. 45
4.8 Áreas Legalmente Protegidas .................................................................................................................................... 48
4.8.1 Unidades de Conservação .................................................................................................................................. 48
4.8.2 Áreas de Preservação Permanente - APPs .................................................................................................. 48
4.8.3 Áreas de Reserva Legal ....................................................................................................................................... 49
5. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ............................................................................................................. 52
5.1 Histórico da Área ............................................................................................................................................................ 52
5.2 Descrição do Projeto Oxidado ................................................................................................................................... 56
5.2.1 Pilha de Minério Lixiviado ................................................................................................................................. 57
5.2.2 Instalações Administrativas e de Apoio Operacional ............................................................................. 59
6. DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL................................................................................................................................. 60
6.1 Município de Jaguarari ................................................................................................................................................. 60
6.1.1 Contexto Regional ................................................................................................................................................. 60
6.1.2 Dimensão Histórica............................................................................................................................................... 60
6.1.3 Dimensão Social ..................................................................................................................................................... 61
6.1.4 Dimensão Econômica ........................................................................................................................................ 62
6.1.4.1 Setores econômicos ..................................................................................................................................... 62
6.1.4.2 Emprego e renda .......................................................................................................................................... 67
6.1.4.3 Finanças públicas ......................................................................................................................................... 70
6.2 Entrevistas junto a Agentes Públicos e Liderança Locais .............................................................................. 73
6.3 Mão de obra empregada .............................................................................................................................................. 75
6.4 Ações e Programas Socioambientais Desenvolvidos pela MCSA – Mina Matriz ................................... 78
7. ALTERNATIVAS DE USO FUTURO ................................................................................................................................. 84
8. CENÁRIO DE FECHAMENTO E PLANO CONCEITUAL DO PROCESSO DE DESCOMISSIONAMENTO .. 87
9. AÇÕES DE DESCOMISSIONAMENTO ............................................................................................................................. 89
9.1 Bases e Premissas de Fechamento .......................................................................................................................... 89
9.2 Plano Conceitual de Descomissionamento das Estruturas ........................................................................... 90
9.2.1 Pilha Residual de Minério Lixiviado e Pilhas de Lixiviação ................................................................. 90
9.2.1.1 Cobertura das Pilhas de Minério Lixiviado........................................................................................ 90
9.2.2 Instalações de Britagem e Tanques de Produtos ..................................................................................... 93
9.3 Plano Conceitual de Estabilização Física e Químicas das Estruturas Remanescentes ....................... 93
9.4 Plano Conceitual de Estabilização Biológica das Estruturas Remanescentes ....................................... 94
9.5 Medidas para Impedir o Acesso não Autorizado às Instalações do Empreendimento Mineiro e
para Interdição dos Acessos às Áreas Perigosas ....................................................................................................... 96
10. IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS NA FASE DE fechamento ................................................ 97
10.1 Impactos sobre o Meio Físico ................................................................................................................................. 97
10.2 Impactos sobre o Meio Biótico ............................................................................................................................ 101
10.3 Impactos sobre o Meio Socioeconômico ......................................................................................................... 102
11. PROGRAMAS DE MONITORAMENTO E MANUTENÇÃO PARA O FECHAMENTO DA MINA ............ 105
11.1 Programa de Investigação e Remediação dos Solos ................................................................................... 106
11.2 Programa de Monitoramento Geoquímico..................................................................................................... 107
11.3 Programa de Monitoramento Geotécnico ...................................................................................................... 108
11.4 Programa de Gestão dos Resíduos Sólidos .................................................................................................... 108
11.5 Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar ...................................................................................... 109
11.6 Programa de Controle de Processos Erosivos e Assoreamentos .......................................................... 109
11.7 Programa de Recuperação de Áreas Degradadas........................................................................................ 110
11.8 Programa de Sinalização e Normatização para a Circulação de Veículos ......................................... 110
11.9 Programa de Interação e Mapeamento dos Stakeholders ........................................................................ 111
EMPREENDEDOR
Mineração Caraíba S.A.
DOCUMENTO
Plano Conceitual de Fechamento de Mina – Projeto Oxidado

11.10 Programa de Comunicação Social ................................................................................................................... 112


11.11 Programa de Educação Ambiental ................................................................................................................. 112
11.12 Programa de Desmobilização da Mão de obra .......................................................................................... 113
11.13 Programa de Fomento ao Desenvolvimento Econômico e à Diversificação das Atividades
Econômicas Locais .............................................................................................................................................................. 114
12. GOVERNANÇA DO FECHAMENTO ........................................................................................................................... 116
13. ESTIMATIVA DE CUSTO E CRONOGRAMA FÍSICO – FINANCEIRO ............................................................ 118
14. AVALIAÇÃO DE RISCOS ................................................................................................................................................ 120
15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................................. 126
ANEXOS ........................................................................................................................................................................................ 129

Lista de Quadros
Quadro 01 Relação dos Direitos Minerários e Licenças Ambientais do Projeto Oxidado ........................... 20
Quadro 02 Dados de Precipitação e Evapotranspiração para Estação de Petrolina - PE. ........................... 28
Quadro 03 Taxonomia Geomorfológica Regional ........................................................................................................ 34
Quadro 04 Síntese dos Indicadores Socioeconômicos da Dimensão Social do Município de Jaguarari 61
Quadro 05 PIB Total e PIB per capita (R$ mil) - Jaguarari ....................................................................................... 63
Quadro 06 Receitas e Despesas Orçamentárias em Jaguarari em 2019 e2020 ............................................... 70
Quadro 07 Receita Orçamentária selecionadas – Município de Jaguarari – 2020 ......................................... 72
Quadro 08 Questionários e entrevistas aplicadas no âmbito do trabalho de campo.................................... 74
Quadro 09 Consolidação das entrevistas junto aos agentes públicos e lideranças locais .......................... 74
Quadro 10 Histórico dos Investimentos Sociais ........................................................................................................... 83
Quadro 11 Condições de Fechamento do Projeto Oxidado...................................................................................... 88
Quadro 12 Programas do meio socioeconômico ....................................................................................................... 115
Quadro 13 Responsabilidades do Comitê de Fechamento .................................................................................... 117
Quadro 14 Estimativas de custos de Fechamento do Projeto Oxidado Valor Corrente e Valor Presente
................................................................................................................................................................................. 118
Quadro 15 Avaliação Preliminar de Riscos Ambientais na fase de fechamento do empreendimento 120
EMPREENDEDOR
Mineração Caraíba S.A.
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Plano Conceitual de Fechamento de Mina – Projeto Oxidado

Lista de Figuras
Figura 01 Planejamento do Processo de Fechamento de Mina......................................................................... 10
Figura 02 Etapas do Ciclo de Vida de uma Mina ..................................................................................................... 11
Figura 03 Direitos Minerários e Área de Servidão do Projeto Oxidado, em destaque o Projeto
Oxidado................................................................................................................................................................ 21
Figura 04 Localização e Acessos do Projeto Oxidado na Fazenda Caraíba. ................................................. 23
Figura 05 Gráfico Termopluviométrico ...................................................................................................................... 25
Figura 06 Temperatura Máxima, Média e Mínima ................................................................................................. 26
Figura 07 Umidade Relativa do Ar ................................................................................................................................ 27
Figura 08 Insolação x Nebulosidade ............................................................................................................................ 27
Figura 09 Balanço Hídrico – EMET Petrolina ........................................................................................................... 29
Figura 10 Mapa Geológico Esquemático do Cráton do São Francisco com destaque para a região da
Mina Matriz e Projeto Oxidado(em vermelho) .................................................................................. 31
Figura 11 Mapa Geológico Regional ............................................................................................................................. 33
Figura 12 Mapa Geomorfológico Regional................................................................................................................. 36
Figura 13 Mapa Hidrografia Projeto Oxidado .......................................................................................................... 39
Figura 14 Hidrogeologia do Projeto Oxidado ........................................................................................................... 41
Figura 15 Mapa de Ecorregiões do Bioma Caatinga, com indicação da localização do Projeto
Oxidado................................................................................................................................................................ 43
Figura 16 Uso do Solo e Cobertura Vegetal na Fazenda Caraíba onde se insere o Projeto Oxidado . 47
Figura 17 Unidades de Conservação na Região do Projeto Oxidado. ............................................................. 50
Figura 18 Áreas de Reserva Legal e Áreas em APP em Recuperação na Fazenda Caraíba............... 51
Figura 19 Arranjo Geral das Estruturas do Projeto Oxidado ............................................................................. 55
Figura 20 Variação Percentual do PIB total do município de Jaguarari ........................................................ 63
Figura 21 Participação do PIB por setores de atividades econômicas em Jaguarari (2014 a 2018) 64
Figura 22 Estabelecimentos do setor terciário presentes em Jaguarari - 2019......................................... 65
Figura 23 Uso da área dos estabelecimentos agropecuários em Jaguarari (2017) .................................. 66
Figura 24 Número de vínculos empregatícios por setores econômicos Jaguarari -2020 e 2021 ....... 67
Figura 25 Desagregação de empregos na indústria de Jaguari – até o mês de setembro de 2021 .... 68
Figura 26 Desagregação de empregos no setor de serviços de Jaguari – até o mês de setembro de
2021 ...................................................................................................................................................................... 68
Figura 27 Desagregação de empregos no setor de comércio de Jaguarari – até o mês de setembro de
2021 ...................................................................................................................................................................... 69
Figura 28 Desagregação de empregos na construção civil e agropecuária em Jaguarari - (2021 – até
mês de setembro)............................................................................................................................................ 69
Figura 29 Composição das receitas orçamentárias de Jaguarari em 2020 .................................................. 71
Figura 30 Principais rubricas que compõe as receitas municipais de Jaguarari -2020 .......................... 72
Figura 31 Composição (%) das Despesas Corrente em Jaguarari (2020) .................................................... 73
EMPREENDEDOR
Mineração Caraíba S.A.
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Plano Conceitual de Fechamento de Mina – Projeto Oxidado

Figura 32 Próprio x Terceiro .............................................................................................................................................. 76


Figura 33 Mão de obra por sexo........................................................................................................................................ 76
Figura 34 Mão de obra local ............................................................................................................................................... 76
Figura 35 Moradia local da mão de obra ....................................................................................................................... 76
Figura 36 Mão de obra local ............................................................................................................................................... 76
Figura 37 Moradia local da mão de obra ....................................................................................................................... 76
Figura 38 Categoria da mão de obra própria ............................................................................................................... 77
Figura 39 Categoria da mão de obra própria local .................................................................................................... 77
Figura 40 Grau de instrução da mão de obra própria .............................................................................................. 78
Figura 41 Grau de instrução da mão de obra própria local ................................................................................... 78
Figura 42 Esquema do recobrimento da pilha de minério lixiviado.................................................................. 92
Figura 43 Distribuição Geral dos Custos de Fechamento do Projeto Oxidado ........................................... 119
EMPREENDEDOR
Mineração Caraíba S.A.
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Plano Conceitual de Fechamento de Mina – Projeto Oxidado

1. INTRODUÇÃO
O presente documento apresenta o Plano Conceitual de Fechamento do Projeto Oxidado, localizado na
Mina Matriz, no distrito de Pilar, no município de Jaguarari, no estado da Bahia, da Mineração Caraíba
S.A.

Na Mina Matriz a Mineração Caraíba desenvolve a lavra subterrânea e o beneficiamento do minério de


cobre. A Unidade é formada 4 cavas a céu aberto desativadas (Cava Principal, Cava R22, Cava R22W e
Cava R75), mina subterrânea, instalações de britagem, usina de beneficiamento de minério, pilhas de
estéril, pilhas de estéril/rejeitos, pilha de minério marginal, barragem de rejeitos e instalações
administrativas e de apoio operacionais. Cabe ressaltar que as instalações de beneficiamento de minério
da Mina Matriz recebem minério também de outras minas da Mineração Caraíba na região: Surubim,
Angico, Suçuarana e Vermelhos.

O Projeto Oxidado implementado pela Mineração Caraíba surgiu de uma oportunidade do


processamento de uma reserva de cobre oxidado lavrado e estocado no pátio da Mina Matriz. Em 2006
foi iniciada a implantação da planta de lixiviação de minério oxidado para processar o material estocado
desde o início da exploração das minas a céu aberto. Inicialmente, o minério era oriundo das lavras da
Mina Matriz, sendo, posteriormente, beneficiado o minério de outras Unidades, como as Minas Surubim
e Angico. Atualmente a unidade de processamento de minério oxidado encontra-se paralisada.

O Plano Conceitual de Fechamento de Mina foi elaborado com base nas diretrizes estabelecidas pela
Resolução ANM nº68/2021, que dispõe sobre as regras referentes ao Plano de Fechamento de Mina e
revoga as Normas Reguladoras da Mineração – NRM nº 20.4 e nº 20.5, aprovadas pela Portaria DNPM
nº 237, de 18 de outubro de 2001. A Resolução regulamenta as questões relativas ao PFM,
principalmente em relação aos documentos e informações que o devem compor e os prazos e hipóteses
para sua atualização, bem como traz disposições específicas para cada fase do empreendimento e para
aqueles com barragem de rejeitos.

O Plano de Fechamento de uma unidade minero-industrial tem como objetivo estabelecer


procedimentos de fechamento, quando do término das atividades de produção. Esses procedimentos
visam ao estabelecimento do equilíbrio físico, biológico e antrópico das áreas após o fechamento e à
identificação de possíveis usos futuros destas áreas.

O processo de fechamento de uma unidade minero-industrial é bastante complexo e exige um


planejamento em longo prazo, realizado em etapas, em conformidade com as recomendações do Manual
para o Fechamento Integrado de Mina elaborado pelo ICMM - International Council on Mining and Metals
(ICMM, 2019), devendo seguir um esquema de planejamento como apresentado na Figura 01, a seguir.

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STE-MC001-PFM-INT-TXT003-F2 9
EMPREENDEDOR
Mineração Caraíba S.A.
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Plano Conceitual de Fechamento de Mina – Projeto Oxidado

A primeira etapa, desse planejamento, é a elaboração de um Plano Conceitual de Fechamento, que é um


documento técnico que descreve as diretrizes e orientações gerais para a desativação da Unidade,
levando em conta a alternativa de uso futuro selecionada. O plano conceitual deve ser elaborado no
início da implantação do empreendimento e revisado durante sua vida útil, a cada 5 anos, ou nas
atualizações do Plano de Aproveitamento Econômico - PAE, o que ocorrer primeiro, apresentando as
alterações ocorridas no Plano nesse período.

A segunda etapa trata-se da elaboração do Plano Básico de Fechamento, que descreve as medidas
concretas a serem tomadas para a desativação da Unidade minero-industrial. A base para esse plano é
a última versão do plano de fechamento conceitual e deve ser elaborado cinco anos antes da data
prevista para encerramento das atividades.

A terceira etapa refere-se à elaboração do Plano Executivo de Fechamento, documento onde são
detalhadas as medidas concretas a serem tomadas para a desativação da Unidade e deve ser elaborado
2 anos antes do encerramento das atividades.

Figura 01 Planejamento do Processo de Fechamento de Mina

Fonte: ICMM, 2019.

A abordagem do Plano de Fechamento deve ser feita a partir da caracterização (atual e futura) de cada
área operacional do empreendimento, dentro do ciclo de vida da mina, em suas diferentes etapas,
conforme indicado na Figura 02. Neste contexto, entende-se que o processo progressivo de preparação
para a desativação de uma mina e a transição para o período pós-fechamento, é um processo que tem
início concomitante ao planejamento de abertura da mina e continua durante a etapa de operação.

CÓDIGO DO DOCUMENTO PÁGINA


STE-MC001-PFM-INT-TXT003-F2 10
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Mineração Caraíba S.A.
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Plano Conceitual de Fechamento de Mina – Projeto Oxidado

Figura 02 Etapas do Ciclo de Vida de uma Mina

Fonte: Ibram, 2013.

Com base nesses conceitos e tendo em vista que a Planta de Lixiviação de Minério Oxidado da Unidade
Matriz encontra-se paralisada desde 2014, neste documento é apresentada a primeira etapa do
planejamento para fechamento e descomissionamento das atividades minero-industriais. Ressalta-se,
no entanto, que a partir dos resultados das pesquisas geológicas realizadas pela Mineração Caraíba na
região e abertura de novas minas com minério oxidado, a planta de beneficiamento de minério oxidado
de cobre poderá ser reativada, e por isto a licença ambiental encontra-se vigente.

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STE-MC001-PFM-INT-TXT003-F2 11
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Mineração Caraíba S.A.
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Plano Conceitual de Fechamento de Mina – Projeto Oxidado

Um Plano de Fechamento de Mina é realizado por aproximações sucessivas, que dependem do tipo de
operação, da abrangência socioambiental e da vida útil do empreendimento. Durante o transcorrer da
operação plena é definido o horizonte de fechamento, na medida em que os estudos e projetos evoluem
para o caráter executivo e regulatório.

Portanto, tem-se como premissa a atualização periódica deste Plano Conceitual de Fechamento, que
sempre deve considerar as modificações substanciais que possam vir a ocorrer no empreendimento
durante suas operações ou nas condições e aspectos relacionados às partes interessadas no negócio.

Assim as soluções de fechamento apresentadas neste Plano, serão descritas de forma conceitual e
pretendem refletir o nível atual de planejamento do Projeto Oxidado considerando as etapas de
Implantação, Operação, Fechamento e Pós-fechamento.

Considerando-se a Política de Desenvolvimento Sustentável da Mineração Caraíba, as finalidades


maiores aqui antevistas visam orientar à empresa para que sejam estabelecidos processos sustentáveis
nas dimensões econômica, social, ambiental e institucional, na curva de tempo do fechamento do Projeto
Oxidado, garantindo assim os valores corporativos e o legado positivo no fechamento.

Todas as premissas adotadas estão em conformidade com os requisitos legais, boas práticas
estabelecidas pela legislação, órgãos reguladores governamentais, organismos nacionais e
internacionais não governamentais, bem como na experiência da própria Mineração Caraíba.

2. METODOLOGIA
O presente Plano de Fechamento foi construído de modo a atender a legislação vigente, principalmente
nos requisitos e diretrizes estabelecidos pela Resolução ANM n°28/2021. A sua elaboração baseou-se
nas recomendações dos seguintes guias:

• Planning for Integrated Mine Closure: Toolkit. International Council on Mining and Metals; ICMM
2008. Versão traduzida pelo IBRAM;

• Integrated Mine Closure, Good Practice Guide, 2nd Edition; ICMM 2018;

• Financial Concepts for Mine Closures, ICMM 2018;

• Guidelines for Preparing Mine Closure Plans. Government of Western Australia; Department of
Mines and Petroleum.

Além de seguir as boas práticas recomendadas, o Plano Conceitual de Fechamento do Projeto Oxidado
O tomou como base as seguintes premissas:

• Atendimento aos padrões corporativos da Mineração Caraíba e à política de sustentabilidade da


empresa;

• Atendimento aos requisitos legais vigentes, nos âmbitos municipal, estadual e federal;

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Mineração Caraíba S.A.
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Plano Conceitual de Fechamento de Mina – Projeto Oxidado

• Utilização, como referência para definição de soluções técnicas e estimativas de custos do


fechamento, a situação atual da Planta de Lixiviação no ano de 2021 como horizonte de
encerramento das atividades do Projeto Oxidado e;

• Utilização dos acervos de dados, estudos, investigações e projetos, disponíveis sobre o Projeto.

O Plano de Fechamento foi elaborado no sentido de contemplar uma abordagem ampla sobre a avaliação
dos impactos e riscos ambientais através de um diagnóstico multidisciplinar, culminando na proposição
de programas de gestão, distribuídos em três fases operacionalmente distintas:

• Fase de Pré-fechamento: período de cinco anos antes do início do descomissionamento e execução


de obras e trabalhos de reabilitação, quando deverão ser elaborados os projetos e estudos
executivos;

• Fase de Fechamento: período de descomissionamento e execução de obras, quando ocorrerá o


encerramento das atividades de lavra, descomissionamento das instalações de beneficiamento de
minério e de apoio operacional da Unidade e aplicações de serviços de engenharia para
reabilitação das áreas;

• Fase de Pós-Fechamento: período de estabilização ambiental, realizando-se o monitoramento e


verificação da estabilidade física, química e biológica, incluindo as atividades de manutenção
continuada. Adotou-se para esta fase um período inicial de cinco anos após o término da fase
anterior (fechamento), para as estruturas a serem descomissionadas, podendo este período ser
prolongado, caso necessário.

2.1 Aspectos Metodológicos


Os levantamentos para elaboração do Plano de Fechamento iniciaram com visita técnica ao Projeto
Oxidado pela equipe técnica da SETE, visando ao reconhecimento da realidade ambiental das áreas de
abrangência do empreendimento. Nessa oportunidade foram também disponibilizados estudos e
projetos existentes e que pudessem contribuir para a elaboração deste estudo. Foram consideradas
fontes de dados secundários relevantes para a elaboração do presente Plano as seguintes referências
principais:

• Plano de Fechamento do Projeto Oxidado - 2ª Versão (Brandt, 2020)

• Revisão do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD do Projeto Oxidado (Brandt, 2014)

• Relatório de Atendimento à Notificação do INEMA nº 0515/2019(Mineração Caraíba, 2020).

A análise dos dados e informações permitiu o registro das condições atuais e possibilitou a compreensão
preliminar das implicações ambientais do fechamento das estruturas operacionais do Projeto.

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Mineração Caraíba S.A.
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Plano Conceitual de Fechamento de Mina – Projeto Oxidado

Além da caracterização do empreendimento, que apresenta de modo sucinto, um descritivo de todas as


estruturas e operações objetos de descomissionamento, foram coletadas e tratadas informações
referentes aos seguintes temas: geomorfologia, geologia, hidrogeologia, hidrografia, uso do solo e
cobertura vegetal, além de aspectos biogeográficos, áreas legalmente protegidas na região e aspectos
socioeconômicos. Isso permitiu a elaboração de um diagnóstico da situação ambiental atual da área sob
influência do empreendimento.

Para a caracterização socioeconômica da região do empreendimento, foram realizados levantamentos


de dados sobre o município de Jaguarari e do distrito de Pilar, disponíveis em sites oficiais, além de
levantamentos em campo e entrevistas nas instituições e órgão governamentais no município. A
caracterização dos meios físico e biótico foi elaborada a partir de dados secundários.

Com base nas características do empreendimento e socioambientais da sua área de influência, foram
identificados os potenciais impactos da fase de fechamento, auxiliando na proposição de medidas de
mitigação e controle, bem como definição do uso futuro.

Por fim, foram realizadas avaliações da alternativas de uso futuro, condicionadas às aptidões,
potencialidades e restrições inerentes a cada área, fundamentadas na caracterização do
empreendimento e no diagnóstico socioambiental, considerando-se, em especial, o potencial de
desenvolvimento socioeconômico local e regional.

As alternativas foram avaliadas com base em critérios que incluem atendimento aos requerimentos
jurídicos e aos requisitos para estabilidade física, química e biológica das áreas operacionais, potenciais
benefícios socioeconômicos associados aos usos futuros e sustentabilidade das alternativas em longo
prazo.

A avaliação preliminar das alternativas propostas possibilitou uma comparação do custo-benefício


indicando a mais viável na atual fase de conhecimento das características do empreendimento e do
contexto socioeconômico local e regional.

A partir de reuniões conjuntas, realizadas pela equipe técnica da SETE, foram definidas as diretrizes
para o descomissionamento das instalações de britagem, das pilhas de lixiviação, das bacias (piscinas)
de contenção de efluentes, dos tanques de produtos, da pilha de minério lixiviado e dos galpões da
eletrólise e da extração por solventes e propostos os programas e ações específicas para o fechamento
das operações.

Na elaboração do Plano Conceitual de Fechamento do Projeto Oxidado foram consideradas as ações de


recuperação e conservação ambiental das áreas ocupadas pelas estruturas operacionais do
empreendimento, sendo propostas ações específicas de fechamento para cada área operacional. Além
das ações específicas de fechamento (ex: obras de engenharia) foram também definidas ações gerais de
fechamento, como por exemplo o gerenciamento das ações.

Com base nas ações de fechamento (específicas e gerais) e nos programas de fechamento foi realizada a
estimativa de custos de fechamento.

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Mineração Caraíba S.A.
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Plano Conceitual de Fechamento de Mina – Projeto Oxidado

Por fim, foi realizada uma análise de risco residual para avaliar a situação das áreas operacionais do
Projeto, uma vez aplicadas às ações de fechamento previstas.

2.1.1 Caracterização da Área e do Empreendimento


A elaboração do item “Caracterização da Área”, com os respectivos diagnósticos que o concerne como
meio físico, biótico e socioambiental, baseou-se em relatórios e dados públicos de órgãos
governamentais acessados através de pesquisas bibliográficas e na literatura disponível relacionada ao
tema. A caracterização do empreendimento foi feita a partir de dados disponibilizados pela Mineração
Caraíba.

A partir desses dados foram geradas figuras e mapas temáticos que auxiliaram no entendimento das
questões socioambientais relacionadas à área. O desenvolvimento desse item é base para compreender
aspectos relevantes à etapa de proposição das ações de fechamento, para avaliar os impactos causados
pela atividade minero-industrial, bem como para identificar a vocação da área para uso futuro.

Uma adequada caracterização do empreendimento é premissa para o posterior desenvolvimento de


todas as ações que envolvam o fechamento das operações, assim como citado acima, deve ser atualizada
durante seu ciclo de vida, inclusive no processo de fechamento. A revisão e atualização visam captar as
mudanças que ocorrerem na área, bem como incorporar os resultados das ações de mitigação de
impactos e dos programas de monitoramento. Dessa forma, será possível ajustar os objetivos de
fechamento de acordo com as mudanças ocorridas no domínio de influência do Projeto.

2.1.2 Alternativas de Uso Futuro


A perspectiva futura é que cada vez mais o planejamento de fechamento aconteça de forma natural e
seja previsto sempre desde o início de cada empreendimento e possibilite um fechamento de mina no
qual o sistema que engloba o entorno seja preservado para que gerações futuras possam usufruir de um
ambiente sustentável.

Para isto é necessário considerar diferentes alternativas de uso futuro da área e das instalações da
Unidade. Estas alternativas são condicionadas pelas aptidões, potencialidades e restrições inerentes a
essa área, identificadas com base na caracterização do empreendimento. As alternativas de uso futuro
foram, assim, subsidiadas pela caracterização socioambiental, em especial pelo potencial de
desenvolvimento socioeconômico local e regional, anseios da população e podem ir se modificando com
o decorrer do tempo.

Para avaliação das alternativas foram observados os critérios embasados no atendimento aos requisitos
legais, requisitos para estabilidade física, química e biológica da área, potenciais benefícios
socioeconômicos associados aos usos e sustentabilidade das alternativas a longo prazo.

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Definidas as alternativas, deve ser realizada uma reavaliação de sua coerência ambiental e
socioeconômica quando das revisões periódicas dos planos de fechamento, de forma a adequar as
alternativas à realidade socioeconômica e política vivenciada e às áreas reabilitadas para diferentes
usos. A estratégia mais adequada é que se desenvolva um conjunto de alternativas em graus crescentes
de detalhamento conforme se aproxime a data prevista de encerramento das atividades.

A reabilitação do espaço afetado pela operação minero-industrial deve contemplar medidas de


remediação de impactos de ordem ambiental, social e econômica, objetivando estabelecer para a área
um uso futuro harmônico e integrado ao contexto territorial circundante.

É possível identificar exemplos de boas práticas de reabilitação de áreas mineradas, nas quais o uso
futuro foi vocacionado para a implementação de opções de lazer em benefício da população urbana
circunvizinha. Como exemplo, podemos citar a criação de parques, como o Parque das Mangabeiras, em
Belo Horizonte (notadamente as áreas do estacionamento sul e as Praças do Britador e das Águas),
condomínios residenciais, áreas industriais, centros comerciais, agricultura, pecuária e silvicultura,
piscicultura, áreas de conservação ambiental, centros de educação ambiental e museus de mineração, e
ainda espaços disponível não só para a prática de eventos esportivos como também para a realização de
shows e festividades culturais.

Os benefícios oriundos do desenvolvimento de projetos que viabilizem a conversão de áreas mineradas


em espaços de uso por parte da comunidade local repercutem na rotina da população, seja pela geração
de novos postos de trabalho diretos e indiretos, seja pela arrecadação tributária propiciada, seja pelo
aumento da qualidade de vida da comunidade, que se vê contemplada por novas oportunidades de
integração e lazer.

A implementação de novos usos para a área minerada em benefício da comunidade do entorno exige
medidas para manutenção e conservação a longo prazo. Do contrário, os possíveis projetos estarão
condenados a perecer, convertendo-se, em curto prazo, em espaços abandonados em decorrência da
falta de recursos financeiros e/ou humanos para sua administração e conservação.

Nesta conjuntura, é de fundamental importância que o estudo de alternativas dos usos futuros e o
próprio plano de fechamento da mina sejam devidamente atualizados ao longo da fase conceitual e, na
etapa dos projetos básicos e executivos, sejam discutidos com os stakeholders locais e com as agências
de governo responsáveis pela gestão ambiental. Somente nesse cenário poderão ser cogitados e
negociados mecanismos de transferência de responsabilidade e de renúncia do site.

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2.1.3 Ações de Fechamento


As ações de fechamento vão além de ações típicas de engenharia definidas para cada área operacional.
Elas se definem como ações de cunho geral, que não se vinculam, de maneira específica, a nenhuma área
operacional. Ações de cunho geral englobam tanto as atividades de planejamento e gerenciamento das
ações de fechamento, como a implementação de planos e programas ambientais e socioeconômicos.

Como princípio norteador tem-se que as ações de fechamento devem objetivar, ao seu final, o alcance
da estabilidade em cada área operacional e em conformidade com uso futuro definido. Por estabilidade,
entende-se:

• Estabilidade física – para a estabilidade física, as estruturas remanescentes deverão manter-se


estáveis no longo prazo;

• Estabilidade química – deve-se garantir que, ao longo da operação e após o fechamento da mina,
a área não poderá estar sujeita a processos e reações químicas que possibilitem a geração de
compostos nocivos à saúde humana e da biota local. A estabilidade química depende da física,
sendo a primeira suplementar da segunda;

• Estabilidade biológica – deve ser entendida como o alcance da sucessão secundária, onde os
processos ecológicos ocorrem de forma sustentável, sem a necessidade da intervenção antrópica,
ou seja, é fundamental que a área esteja estável segundo os aspectos físicos e químicos. O critério
de estabilidade biológica é considerado suplementar aos dois primeiros.

Importante destacar que as atividades de estabilização física, química e biológica deverão ser
implementadas de forma integrada e, igualmente associadas às ações ambientais e socioeconômicas.
Ainda que a interface não seja evidente, os assuntos não devem ser tratados de forma estanque, pois a
busca pela harmonia entre os meios estabilidades físicos, químicos e biológicos, somados ao
atendimento às demandas antrópicas, deve pautar a atuação da Mineração Caraíba durante o processo
de fechamento e pós-fechamento.

No caso de estruturas geotécnicas (ex: cavas, pilhas, taludes, diques, barragens, estruturas de drenagens
etc.), as ações de fechamento devem minimizar e/ou eliminar erosões e movimentos de massa, nas
construções e outras estruturas civis, deve-se identificar aquelas que serão removidas e as que serão
mantidas, em função da destinação futura selecionada.

Não se pode negligenciar a complexidade que caracteriza o processo de fechamento de mina e a escolha
de medidas para uso futuro da área minerada. Afinal, as providências para recuperação ambiental,
desmobilização e monitoramento de estruturas ensejam avaliações técnicas multidisciplinares para
exame da estabilidade da área e das condições físicas para o desenvolvimento de futuros projetos para
uso futuro do espaço.

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Sendo assim, se por um lado o descomissionamento de estruturas das atividades minero-industriais


inclui a desmontagem de prédios, equipamentos e oficinas existentes no local, por outro lado, faz-se
necessária a implantação de medidas de monitoramento constante do espaço, tais como as que
envolvem acompanhamento de estabilidade de taludes, qualidade de ar e água superficial e subterrânea,
estabilidade de pilhas de estéril e rejeitos e diques e barragens.

Para a elaboração do Plano de Fechamento de Mina, estudos específicos deverão ser conduzidos para a
desmobilização de cada sistema de deposição de rejeitos ou de quaisquer outros resíduos dos processos
de beneficiamento, quer sejam eles barragens, diques ou pilhas. Admitimos a princípio, na fase de
cuidados ativos, a possibilidade de recobrimento das pilhas de minério lixiviado com camadas para a
impermeabilização e isolamento da mesma,, a adequação do sistema de drenagem superficial e
revegetação onde aplicável para depósitos de resíduos perigosos, devem ser considerados os cuidados
com a sua neutralização e revegetação, também onde possível e aplicável.

2.1.4 Identificação de Impactos Resultantes do Fechamento


A identificação dos impactos resultantes do fechamento foi feita a partir da caracterização do
empreendimento e do meio socioambiental no qual ele está inserido. A área impactada é definida como
a área cujos fatores bióticos e/ou abióticos tenham sido modificados pela atividade minero-industrial.
Isso justifica a importância de manter atualizadas as caracterizações previamente citadas para se chegar
a um efetivo fechamento das instalações.

Identificar os possíveis impactos durante o fechamento auxilia na definição de áreas críticas onde
potenciais passivos ambientais podem surgir e evita esforços apenas durante o período de fechamento.

2.1.5 Atividades, Programas de monitoramento e manutenção pós-fechamento


Os programas de monitoramento devem ser estabelecidos após a definição das ações de
descomissionamento, quanto à sua frequência e tipo de análise. O monitoramento deve acontecer
durante a vida útil do Projeto e após o seu fim, de forma sistemática e com o objetivo de assegurar a
estabilidade das estruturas e do meio biológico, bem como assegurar que os objetivos de fechamento
foram alcançados.

Os programas de monitoramento e manutenção implementados na fase operacional do


empreendimento devem continuar também durante a fase de fechamento (Flores, 2006). Ademais, a
concepção e o planejamento de projetos para uso futuro da área estão também, em regra, sujeitos a
processos específicos de licenciamento ambiental, que demandam, por sua vez, o desenvolvimento de
estudos ambientais diversos para subsidiar a emissão das respectivas licenças.

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2.2 Público-Alvo
O público-alvo do Plano Conceitual de Fechamento do Projeto Oxidado é composto pela população do
município de Jaguarari, especialmente os moradores do distrito de Pilar; pelo conjunto de colaboradores
da Mineração Caraíba, empresas prestadoras de serviços e contratadas e associados da EPC Empresa de
Participação Comunitária Pilar S.A (empresa formada pela associação de trabalhadores e ex-
trabalhadores da Mineração Caraíba a partir do Acordo Coletivo de Privatização da Mineração Caraíba).

Os moradores das regiões próximas também merecerão especial atenção para que não sejam
prejudicados, pois fazem parte do principal grupo de interesse sustentável do fechamento da mina.

No futuro, na fase de detalhamento e execução dos programas de fechamento, uma equipe da Mineração
Caraíba deve estar treinada para a sua aplicação e organização, e assumirá as responsabilidades
específicas para o seu adequado gerenciamento.

Portanto, na fase de efetivo encerramento das atividades, o público-alvo será constituído,


essencialmente, por:

• Autoridades municipais e estaduais, e representantes dos órgãos de meio ambiente, que farão o
seu acompanhamento e fiscalização;

• Moradores de comunidades circunvizinhas e proprietários ou usuários de terras próximas às


obras, que por elas possam ser afetados de alguma forma;

• Empregados da Mineração Caraíba envolvidos, direta ou indiretamente, com a operação e


descomissionamento do Plano de Fechamento da Mina Matriz;

• Associados da EPC Pilar S.A;

• Todos os empregados das empresas contratadas ou subcontratadas, responsáveis pelas


desmontagens de equipamentos e instalações, demolição de prédios e estruturas, obras de
fechamento e reabilitação, e monitoramento ambiental;

• Empregados específicos de empresas gerenciadoras e fiscalizadoras do descomissionamento.

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3. DIREITOS MINERÁRIOS E LICENÇAS AMBIENTAIS


O Projeto Oxidado está inserido em dois dos polígonos de processos de direitos minerários que
envolvem a Mina Matriz, apresentados no Quadro 01 e na Figura 03 .

A explotação de cobre na mina subterrânea em operação é realizada no processo ANM/DNPM nº


000.737/1940 (Manifesto de Mina nº 417/1946) com área de 400 ha localizada na Fazenda Caraíba, no
município de Jaguarari, estado da Bahia. Já os alvos R-22 e R-75 fazem parte do processo ANM/DNPM
nº 812.998/1973, cujo direito de lavra foi adquirido pela Mineração Caraíba S.A. da Companhia Vale do
Rio Doce - CVRD.

A maior parte das estruturas do Projeto Oxidado estão inseridas no processo ANM/DNPM nº
871.720/2021 e a porção sul da pilha de minério lixiviado no processo ANM/DNPM nº 870.621/2010,
nos limites da Área de Servidão Mineral com 9.003,88 ha da Unidade Matriz.

Quadro 01 Relação dos Direitos Minerários e Licenças Ambientais do Projeto Oxidado

Processo DNPM Estruturas Licença ambiental


Renovação de Licença de
Operação (RLO), através da
- Pilhas de lixiviação; Portaria nº 12.199 de
Processo DNPM nº 871.720/2021 - - Pilha de minério lixiviado; 11 de agosto de 2016, emitida
(Requerimento de Pesquisa - Bacias (piscinas) de contenção de pelo INEMA, referente ao
– Mineração Caraíba S.A) . efluentes, processo INEMA n° 2015-
Substância: Minério de cobre - Tanques de produtos, 006278/TEC/RLO-0001.
Área: 822,39 ha - Galpões da eletrólise e da extração por Solicitada renovação em 09 de
solventes abril de 2021 através do
Requerimento nº
2021.001.031466/INEMA/REQ
Renovação de Licença de
Operação (RLO), através da
Portaria nº 12.199 de
Processo DNPM nº 870.621/2010 - 11 de agosto de 2016, emitida
(Direito de Requerer a Lavra pelo INEMA, referente ao
– Mineração Caraíba S.A) . - Parte sul da pilha de minério lixiviado processo INEMA n° 2015-
Substância: Minério de cobre 006278/TEC/RLO-0001.
Área: 1.632,39 ha Solicitada renovação em 09 de
abril de 2021 através do
Requerimento nº
2021.001.031466/INEMA/REQ

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Figura 03 Direitos Minerários e Área de Servidão do Projeto Oxidado, em destaque o Projeto Oxidado

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4. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA
Neste item são apresentadas as características principais dos meios físico, biótico e socioeconômico, da
área de inserção do Projeto Oxidado na Unidade da Mina Matriz.

4.1 Localização
O Projeto Oxidado está localizado na Mina Matriz, principal Unidade dos empreendimentos minerários
da Mineração Caraíba S.A. na região, situado no distrito de Pilar, no município de Jaguarari, no estado da
Bahia, conforme mapa de localização apresentado na Figura 04

O acesso, a partir de Juazeiro, se faz pela rodovia federal BR-407, sentido Sul, até chegar ao povoado de
Barrinha, onde converge-se à esquerda, percorrendo cerca de 50 km pela rodovia estadual BA-314,
passando pelo distrito de Pilar e seguindo até o trevo de acesso à Mina Matriz.

Já por Salvador, o acesso é feito pela rodovia federal BR-324, passando por Feira de Santana e seguindo
até Capim Grosso. A partir de Capim Grosso segue-se pela BR-407 em direção norte até o povoado de
Barrinha, a cerca de 54 km após a entrada da cidade de Jaguarari -BA. No povoado de Barrinha se
converge-se à direita, percorrendo cerca de 50 km pela rodovia estadual BA-314, passando pelo distrito
de Pilar e seguindo até o trevo de acesso à Mina Matriz.

A distância entre a sede do município de Jaguarari à Mina Matriz é de 95 km e de 14 km do distrito Pilar.


Em relação à capital, Salvador, a mina dista aproximadamente 500 km e em relação à cidade de Juazeiro
- BA, ele se encontra a uma distância aproximada de 120 km.

O Projeto Oxidado está inserido na propriedade rural denominada Fazenda Caraíba, integralmente
localizada no município de Jaguarari, que possui um total de 19.039 hectares.

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Figura 04 Localização e Acessos do Projeto Oxidado na Fazenda Caraíba.

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4.2 Clima
A Mina Matriz, onde se insere o Projeto Oxidado, situa-se na região Nordeste do Brasil, onde as
circulações atmosféricas regionais, em conjunto com os sistemas sinóticos atuantes, compõem os
principais fatores dinâmicos que determinam a precipitação sazonal da região. A precipitação ocorre
com elevada variabilidade na distribuição espaço-temporal, a depender do sistema atuante.

Além dos sistemas atmosféricos regionais, a posição geográfica, relevo e características de superfície
também determinam a distribuição e variação sazonal dos elementos climáticos na região Nordeste.
Assim, a diversidade de sistemas sinóticos em conjunto com a complexidade geoecológica regional se
traduz em heterogeneidade climática na região. Do litoral da Bahia ao litoral do Rio Grande do Norte,
estende-se o clima litorâneo úmido, com precipitação anual variando de 300 a 2.000 mm. Já as áreas no
interior dos estados da Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí compreendem o clima tropical e tropical
semiárido, este último predominante em todo o sertão nordestino.

Segundo a classificação climática de Koppen a Mina Matriz situa-se na faixa BSh - Clima Semiárido
Quente. Esse tipo climático é caracterizado por escassez de chuvas e grande irregularidade em sua
distribuição; baixa nebulosidade; forte insolação; índices elevados de evaporação, e temperaturas
médias elevadas (por volta de 27ºC). A umidade relativa do ar é normalmente baixa, e as poucas chuvas
- de 250 mm a 750 mm por ano - concentram-se num espaço curto de tempo, provocando enchentes
torrenciais. Mesmo durante a época das chuvas (novembro a abril), sua distribuição é irregular,
deixando de ocorrer durante alguns anos e provocando secas.

O semiárido é a área de maior abrangência territorial dentre os espaços naturais que conformam a
região Nordeste do Brasil. Do ponto de vista físico-climático, o semiárido se caracteriza por médias
térmicas elevadas (acima de 26ºC) e duas estações bem distintas: uma seca na qual chove muito pouco,
e uma úmida quando ocorrem precipitações irregulares que vão de um mínimo de 300 mm a um máximo
de 800 mm.

Uma caracterização climática da região foi elaborada a partir das Normais Climatológicas do Instituto
Nacional de Meteorologia - INMET da estação meteorológica - EMET Petrolina - PE, referentes a um
recorte temporal de 30 anos, entre 1981 e 2010, localizada a cerca de 89 km retilíneos da Mina Matriz.
Essa estação forneceu os dados de precipitação, temperaturas e umidade relativa do ar.

A precipitação é um elemento de suma importância não só para o enquadramento climático da região,


como para a dinâmica hidrológica e desenvolvimento de atividades antrópicas. A temperatura, por sua
vez, se configura como a condição que determina o fluxo de calor que passa de uma substância a outra.
Neste sentido, o aquecimento do ar se dá na interface terra-atmosfera, em que a superfície, aquecida
pela incidência de radiação solar, atua na transmissão de calor. A radiação solar pode ser considerada,
portanto, como a principal componente energética que impulsiona a dinâmica climática.

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4.2.1 Precipitação e Temperatura


De acordo com as informações termopluviométricas da EMET de Petrolina, apresentadas na Figura 05 ,
a seguir, o volume médio anual de precipitação na região foi de 482,6 mm e a temperatura média anual
foi de 26,9°C, com uma pequena amplitude térmica entre o mês mais frio e o mais quente, de forma que
a temperatura do ar é elevada durante todo ano. As chuvas são concentradas nos meses de novembro a
março, sendo que este último registra o maior volume pluviométrico (114,1mm). Os meses de abril a
outubro apresentam menores índices pluviométricos, sendo a menor média registrada no mês de agosto
(1,4 mm).

Figura 05 Gráfico Termopluviométrico

Fonte: INMET (1981-2010).

O comportamento geral da temperatura observado nos dados registrados pela EMET de Petrolina
(Figura 06 ) apresenta valores elevados, comumente superiores a 24°C. A temperatura média anual é de
aproximadamente 26,9°C, com temperatura máxima média anual em torno de 32,3°C e mínima média
anual de 22,2°C.

A amplitude térmica média da EMET de Petrolina é de 4,2°C, aproximadamente, onde a temperatura é


relativamente elevada durante todos os meses do ano, com média variável entre 24,4°C e 28,60°C. As
mínimas concentram-se entre os 20°C e 23,5°C, e máximas entre 30°C e 34,2°C.

Analisando os dados da EMET Petrolina é possível inferir que as condições climáticas da região da Mina
Matriz, onde se insere o Projeto Oxidado, se comportam em conformidade com o clima semiárido (BSh),
com altas temperaturas e baixa precipitação.

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Figura 06 Temperatura Máxima, Média e Mínima

Fonte: INMET, 1981-2010.

4.2.2 Umidade Relativa do Ar


A Umidade Relativa do Ar do clima semiárido predominante na região foi analisada a partir da média
entre os anos de 1995-2019 (0). A EMET de Petrolina indica como a umidade relativa do ar é
inversamente proporcional à precipitação, sendo balizada pela temperatura.

Nos períodos de menor pluviosidade a umidade relativa do ar decresce e amplia, consequentemente, os


índices de evaporação, estabelecendo uma relação inversamente proporcional entre umidade relativa
do ar e evaporação.

4.2.3 Radiação Solar


Para a caracterização da radiação solar foram utilizados dados da insolação ou brilho solar, que se refere
ao total de horas em que a radiação solar atinge a superfície sem obstruções. Além disso, para mensurar
a obstrução da abóboda celeste, foram utilizados dados de nebulosidade, representados pela fração em
décimos das nuvens. O comportamento dessas variáveis pode ser observado na Figura 08 . Na EMET de
Petrolina o total anual de radiação solar foi de aproximadamente 2.994,20 horas.

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Figura 07 Umidade Relativa do Ar

Fonte: INMET, 1981-2010.


Figura 08 Insolação x Nebulosidade

Fonte: INMET, 1981-2010.

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4.2.4 Balanço Hídrico Regional


A partir da análise do balanço hídrico regional, elaborado a partir dos dados das normais climatológicas
(1995-2021) da EMET Petrolina, note-se que há déficit hídrico em todos os meses do ano, alcançando
valores máximos no mês de outubro (<377,2 mm). Este comportamento pode ser observado no Quadro
02 e a Figura 09 , que apresenta o balanço hídrico mensal ao longo do ano, que apresenta balanço hídrico
médio anual negativo num somatório total de 2884,3 mm.

O comportamento de déficit e/ou excedente hídrico observado está correlacionado a precipitação,


entretanto, também recebe influência da temperatura do ar e dos níveis de radiação solar. Esses fatores
em conjunto resultam em elevadas taxas de evapotranspiração que reduzem a umidade do solo e a
quantidade de água armazenada nos reservatórios, e, consequentemente, promovem o balanço hídrico
climático anual negativo (Correia, 2001).

Quadro 02 Dados de Precipitação e Evapotranspiração para Estação de Petrolina - PE.

Balanço Hidrológico
Mês Precipitação (mm) ETP (mm)
(mm)
Janeiro 91.0 280.1 -189.1
Fevereiro 90.7 233.4 -142.7
Março 114.1 217.5 -103.4
Abril 44.0 216.8 -172.8
Maio 12.6 228.7 -216.1
Junho 5.5 228.0 -222.5
Julho 4.0 262.9 -258.9
Agosto 1.4 308.0 -306.6
Setembro 2.7 345.4 -342.7
Outubro 10.6 387.8 -377.2
Novembro 52.0 344.1 -292.1
Dezembro 54.0 314.2 -260.2
Total 482.6 3366.9 -2884.3

Fonte: INMET (1981-2010).

A ausência, escassez, irregularidade e má distribuição das precipitações pluviométricas na estação


chuvosa, a intensa evaporação durante o período de estiagem e o elevado escoamento superficial das
águas conjugam-se para conformar uma acentuada deficiência hídrica. O acesso à água em quantidade,
qualidade e regularidade pela população rural constitui um importante fator limitante da
sustentabilidade da vida humana no semiárido. Os problemas sociais desta região, entretanto, não
decorrem automaticamente de suas condições ambientais, mas principalmente de fatores de ordem
socioeconômica e política, como a concentração fundiária e a histórica desigualdade econômica e social.

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Figura 09 Balanço Hídrico – EMET Petrolina

Fonte: INMET (1981-2010).

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4.3 Geologia
A região da Mina Matriz, onde se insere o Projeto Oxidado, está localizada nos terrenos de alto grau
metamórfico de idade arqueano-paleoproterozóica, que ocorrem na borda leste do Cráton do São
Francisco. O Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá – OISC, como definido por Barbosa (1996), Barbosa
(1990) e Padilha & Melo (1991), consiste em um cinturão de rochas gnáissico-granulíticas arqueanas e
paleoproterozóicas intensamente deformadas e que se estende por cerca de 800 km, na borda leste do
Cráton do São Francisco, desde o Sul até a porção Norte do estado da Bahia, conforme observado na
Figura 01 . Trata- se de uma faixa orogênica de idade riaciana, que evoluiu em decorrência da colisão de
vários blocos arqueanos, no intervalo de 2,1-2,0Ga. (Sabaté et al. 1990).

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Figura 10 Mapa Geológico Esquemático do Cráton do São Francisco com destaque para a
região da Mina Matriz e Projeto Oxidado(em vermelho)

Fonte: Adaptado de Mohriak et. al (2003)

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Na porção norte deste orógeno, localiza-se o Cinturão Salvador-Curaçá (CSC), intercalado entre os
blocos arqueanos de Gavião a oeste e de Serrinha a leste, caracterizado por apresentar lentes de
diferentes rochas tectonicamente imbricadas, em decorrência de episódios de deformação cisalhante
dúctil, inicialmente de caráter tangencial, que evoluiu para um regime transcorrente (Kosin et al. 2003).
No Cinturão Salvador-Curaçá (CSC) são descritos o Complexo Caraíba, Tanque Novo-Ipirá e a Suite São
José do Jacuípe, além de corpos máfico-ultramáficos e diversas gerações de granitóides
paleoproterozóicos intrusivos (Seixas et al. 1975, Loureiro 1991, Melo 1991, Sampaio 1992, Melo ET
Loureiro 1991, Melo 1991, Sampaio 1992, Melo et al. 1995).

Os terrenos do Vale do Rio Curaçá (Figura 11 ), compõem uma estreita faixa de direção N-S situada na
porção noroeste do Cinturão Salvador-Curaçá (CSC).

A distribuição regional das ocorrências de cobre está circunscrita a essa faixa, embora existam alguns
registros que transcendem a área do vale na direção sudeste. Nestes terrenos foram cartografadas as
unidades Complexo Caraíba e Tanque Novo-Ipirá, os corpos máficoultramáficos portadores das
mineralizações de cobre e diversas gerações de granitóides paleoproterozóicos, intrusivos (Seixas et al.
1975, Loureiro 1991, Melo 1991, Sampaio 1992, Melo et al. 1995).

A mineralização cuprífera é essencialmente sulfetada, constituída principalmente por calcopirita e


bornita disseminadas em zonas ricas em biotita e ocasionalmente em vênulas e fraturas. Quando
associada aos biotititos, ocasionalmente ocorre minério maciço. Subordinadamente ocorrem calcocita,
covelita e cubanita. Na parte superficial, até a profundidade de 15 m, a mineralização se dá sob a forma
de malaquita e crisocola, esse tipo de minério é classificado como minério oxidado.

O Vale do Curaçá é um terreno de alto grau metamórfico (anfibolito alto à granulito), onde, apesar da
obliteração das feições primárias devido aos eventos metamórficos superimpostos, pode-se distinguir
as seguintes sequências litológicas, do mais novo para o mais velho: Rochas Granitóides, Sequência
Infracrustal e Rochas Máficas. Outros minerais opacos são pirrotita, pirita, pentlandita, marcassita,
ilmenita, grafita e magnetita, sendo os dois últimos mais frequentes.

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Figura 11 Mapa Geológico Regional

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4.4 Geomorfologia
De acordo com o mapeamento geomorfológico realizado pelo IBGE (2006), apresentado na Figura 12 ,
a região da Mina Matriz, onde se insere o Projeto Oxidado, situa-se, regionalmente, no Domínio
Morfoestrutural Cinturões Móveis Neoproterozóicos, que corresponde a extensas áreas representadas
por planaltos, alinhamentos serranos e depressões interplanálticas elaborados em terrenos dobrados e
falhados, incluindo principalmente metamórficos e granitóides associados (Quadro 03).

Quadro 03 Taxonomia Geomorfológica Regional

Domínio Morfoestrutural Regiões Geomorfológicas Unidades Geomorfológicas

Depressão Sertaneja Meridional e


Cinturões Móveis Depressão Sertaneja e Planalto unidades locais: Serra da Ituba e
Neoproterozóicos Residual da Depressão Sertaneja Superfície aplanainada de
agradação (Vale do Curaçá)

Como unidade geomorfológica a área situa-se na Região Geomorfológica Depressão Sertaneja


Meridional. A Depressão Sertaneja é um macro compartimento do relevo do nordeste brasileiro, mais
especificamente do Cráton São Francisco. Marcado por extensas superfícies plana dotadas por ressaltos
topográficos constituídos de maciços rochosos residuais do embasamento cristalino, os quais compõem
muitas vezes um conjunto serrano, dissecado por condicionantes fluviais. A Depressão Sertaneja é
delimitada por alto estruturais esculpidos em morfoescultura de planalto, chapadas e tabuleiro.

Já o mapa geomorfológico do Projeto RADAMBRASIL (MME/DNPM, 1983) - Folha Aracaju/Recife SC.24


/25, em escala 1:1.000.000, indica que no âmbito regional a área da Mina Matriz encontra-se situada no
Domínio dos Maciços Remobilizados. Neste domínio, regionalmente, ocorrem topos concordantes,
representados por tabuleiros, patamares mamelonizados e baixos planaltos. Ocorrem ainda estreitas
faixas de planícies que se estendem ao longo dos principais rios.

Situada no Cráton do São Francisco, a região da Mina Matriz se caracteriza por amplas superfícies
aplainadas trabalhadas no Terciário Superior, associadas ao Ciclo Velhas. Geologicamente predominam
rochas do embasamento cristalino, bastante fraturadas e falhadas.

O relevo da região é fortemente subordinado a controles litológicos e estruturais. A paisagem é


dominada por um pediplano suavemente ondulado com cotas entre 410 e 620 metros em pontos
extremos cujo modelado foi esculpido sobre terrenos predominantemente gnáissicos e graníticos.
Interrompendo o modelado pediplanado ocorrem serras em forma de cristas alongadas de direção
preferencial N-S, as quais conformam altitudes entre 400 e 600 m e desníveis abruptos em torno de 200
m. Nas porções mais rebaixadas do vale a morfologia é formada por pediplanos, intercalados de várzeas
e terraços aluviais, além da presença de elevações residuais do tipo inselbergues.

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Observa-se que através do processo de pediplanação ocorreu o alargamento rápido do vale do rio
Curaçá pelo escoamento superficial. Posteriormente, houve a individualização dos relevos residuais,
para finalmente originar-se o pediplano. Tal cenário é típico de ambientes secos, caso do semiárido da
área em estudo, onde é comum a existência de vários pediplanos escalonados na paisagem. Esse
escalonamento por sua vez, é extremamente sutil e por isso mesmo sua segregação em compartimentos
é difícil de ser realizada, requerendo uma avaliação minuciosa do relevo.

Como a atuação tectônica no vale do rio Curaçá fica evidenciada nos estudos geológicos, creditam-se aos
ajustes das rochas os pequenos escalonamentos observados na região. Por outro lado, não se pode
descartar a atuação dos processos de dissecação pluvial, intenso no período das chuvas torrenciais
comuns na região, que contribuem para a gênese de novos patamares do relevo local.

Quanto à evolução dinâmica toda essa superfície plana vem sendo modelada por intemperismo e erosão
laminar condicionados por movimentos estruturais de rebaixamento regional, havendo a tendência de
se desenvolver o processo erosivo de regressão de escarpas, típico do clima semiárido, nas áreas planas
de pé de morros, sobretudo nas frentes de leques aluvionares. As raras chuvas apresentam, como acima
citado, caráter torrencial, formando enxurradas típicas, que transportam os fragmentos das áreas altas
e os espalham sobre as áreas planas baixas. Nesses segmentos os sedimentos se concentram, formando
depósitos de cascalho espessos nas baixas cotas topográficas e em vales de canais fluviais assoreados e
aplainados, como pode ser verificado nos talvegues das drenagens locais.

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Figura 12 Mapa Geomorfológico Regional

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4.5 Hidrografia
O Projeto Oxidado, está localizada na bacia hidrográfica do rio Curaçá, pertencente à bacia do rio São
Francisco. A área da Fazenda Caraíba é cortada pelo rio Curaçá e seu afluente riacho do Sulapa, conforme
observado na Figura 13 .

A bacia do rio Curaçá compreende uma área de 365.223 ha dos municípios de Jaguarari, Juazeiro e
Curaçá, sendo o talvegue deste curso d’água a divisa entre os dois últimos municípios citados. O rio
Curaçá possui, aproximadamente, 125 km entre sua nascente, situada no munícipio de Jaguarari, e sua
foz, no rio são Francisco, no município de Curaçá. Entre os afluentes pela margem esquerda mais
relevantes destacam-se o riacho do Pilar, riacho Saco Grande, riacho Pau-de-Rato, riacho Mari, riacho
Estreito, riacho Caiçara, riacho das Contendas, riacho das Lajes, riacho da Jaramantaia, riacho da
Caraibeira e riacho da Língua de Vaca. Pela margem direita, tem-se o riacho da Sulapa, riacho das Pedras
de Fogo, riacho do Tanque, riacho do Salgadinho, riacho da Velha, riacho da Ipueira de Baixo, riacho da
Ema, riacho do Serrote Pelado e o riacho da Melancia.

A bacia do rio Curaçá tem como seus principais afluentes o riacho Sulapa e o riacho Poço do Januário,
ambos afluentes da margem direita do rio Curaçá. O riacho Poço do Januário é formado pelos riachos
Pedra de Fogo e o riacho da Vaca. Com exceção do riacho da Vaca, a Mineração Caraíba impactou o leito
e as áreas de preservação permanente destes cursos d’água (riachos Curaçá, Sulapa, Poço do Januário e
Pedra de Fogo), que estão na área de influência da mineração, no entanto todos os trechos assoreados
passaram por processos para reverter o assoreamento até o ano de 2012. Ressalta-se que os referidos
cursos d'água são intermitentes.

A área da Mina Matriz, onde se insere o Projeto Oxidado, está situada na região de cabeceira do rio
Curaçá, sendo a mina cortada a oeste pelo rio Curaçá e a leste pelo seu afluente, o riacho do Sulapa. O
riacho do Sulapa possui cerca de 13 km de extensão até a sua confluência com o rio Curaça, sendo que
cerca de 11 km se situam na propriedade da Mineração Caraíba. A cabeceira do riacho do Sulapa
encontra-se fora da área da mina, enquanto sua foz situa-se em meio à área industrial.

O sistema de drenagem na bacia do rio Curaçá é fortemente controlado pelas estruturas de ruptura nas
rochas, de cursos quase retilíneos, com ligeiras deflexões. O sentido preferencial geral de fluxo
superficial na região é SE-NW.

O Projeto Oxidado está inserido na área de drenagem do riacho Sulapa, porém todas as águas pluviais e
de drenagem superficial são conduzidas por canaletas revestidas em geomembrana para as bacias
(piscinas) de contenção e destas são bombeadas para reaproveitamento no processo de beneficiamento
do minério na Mina Matriz.

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Ressalta-se que todos os referidos cursos d'água que drenam a área da Mina da Matriz e Projeto Oxidado,
são intermitentes. O arraste de material sedimentar é evidente ao longo da vida geológica dos riachos
ao entorno da área de estudo, em geral, com presença de fragmentos de rocha de pequeno porte, areia
e finos, com o que se vai preenchendo o fundo das calhas, que, por esse motivo, apresentam-se
naturalmente assoreados e planos.

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Figura 13 Mapa Hidrografia Projeto Oxidado

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4.6 Hidrogeologia
De acordo com o Mapa Hidrogeológico do Brasil elaborado pelo CPRM (Diniz et al 2014),
especificamente no Zoneamento dos Aquíferos do Estado da Bahia (Maia et al. 2009), a Mina Matriz,
onde se insere o Projeto Oxidado, encontra-se sob o domínio hidrogeológico Cristalino.

O Aquífero Cristalino tem comportamento fissural, o qual é condicionado pelas descontinuidades


existentes no maciço rochoso. A alimentação deste tipo de aquífero ocorre através da infiltração direta
das águas pluviais sobre as áreas com fraturas abertas ou, indiretamente, através de coberturas
detríticas e de material aluvionar.

Como basicamente não existe uma porosidade primária nestes tipos de rochas, a ocorrência de água
subterrânea é condicionada por uma porosidade secundária representada por fraturas e fendas, o que
se traduz por reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena extensão. Dentro deste contexto, em
geral, as vazões produzidas por poços neste aquífero são pequenas e a água, em função da falta de
circulação, dos efeitos do clima semiárido e do tipo de rocha, é na maior parte das vezes salinizada. Essas
condições definem um potencial hidrogeológico baixo para as rochas, sem, no entanto, diminuir sua
importância como alternativa no abastecimento nos casos de pequenas comunidades, ou como reserva
estratégica em períodos de prolongadas estiagens.

O potencial de um aquífero cristalino é geralmente baixo, sendo as vazões nos poços perfurados em
torno em torno de 2-3m3/h. Neste tipo de aquífero, as entradas de água geralmente ocorrem até 70,0m
de profundidade, pois em maiores profundidades, a probabilidade de existência de fraturas abertas é
bastante reduzida. (Brandt, 2008).

Na área do Projeto Oxidado (e da Mina Matriz) pode também existir o aquífero do tipo aluvionar, que se
constitui em aluviões. Entretanto, considerando as condições climáticas locais, este tipo de aquífero
tende a se configurar como sazonal.

A partir das informações da rede hidrográfica e do nível estático de poços de monitoramento da Mina
Matriz, a Hidrogeo Engenharia e Gestão de Projetos (Hidrogeo, 2019), elaborou um fluxograma da água
subterrânea local.

Segundo Hidrogeo (2019) na área da cava da mina Matriz a zona de recarga se limita as cabeceiras das
duas drenagens que contornam a área da cava (rio Curaçá e riacho Sulapa). A cava por sua vez se localiza
em uma área de divisão dessas 2 sub-bacias. Uma vez que a água pluviométrica cai em superfície ela
tende a se infiltrar e se direcionar para as áreas mais a jusante conforme demonstra as linhas de fluxo
apresentadas na Figura 14 . A infiltração da água na região da cava ocorre de forma rápida e vertical.
Ocorre pouco escoamento superficial devido a relativamente alta transmissividade que as rochas
apresentam.

Na área da barragem de rejeito a área de recarga se situa na região mais a montante das duas drenagens
locais (riachos das Pedras de Fogo e do Poço do Januário) e se direciona para o norte da área uma vez
infiltrada em subsolo (Hidrogeo,2019).
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Figura 14 Hidrogeologia do Projeto Oxidado

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4.7 Uso do Solo e Cobertura Vegetal


4.7.1 Aspectos Biogeográficos
A Mina Matriz, onde se insere o Projeto Oxidado, está localizada no município de Jaguarari, próximo à
divisa com o município de Curaçá, no norte do estado da Bahia, no domínio do Bioma Caatinga, que
ocupa a maior parte da região semiárida no nordeste do Brasil e que, entretanto, apresenta atualmente
apenas cerca de 53% da cobertura vegetal original (MMA/IBAMA, 2011). Esta cobertura está distribuída
em remanescentes de diversos tamanhos e estado de conservação, que variam de acordo com a região
e o nível de ocupação humana.

Restringindo-se ao Bioma Caatinga, o Seminário de Planejamento Ecoregional da Caatinga (Velloso et


al., 2001) indica a área da Mina Matriz inserida em meio à Depressão Sertaneja Meridional (Figura 15 ),
caracterizando cobertura vegetal como caatinga arbórea e arbustiva sobre solos de origem cristalina.

A ecorregião denominada “Depressão Sertaneja Meridional” é caracterizada pela paisagem mais típica
do semiárido nordestino, com extensas planícies baixas, de relevo predominante suave-ondulado e
elevações residuais disseminadas na paisagem, onde a precipitação anual está bem próxima aos
menores índices do bioma (Velloso et al., 2001).

As formas vegetacionais típicas das caatingas são denominadas, de acordo com nomenclatura adotada
por IBGE (1993, 2012), como uma Vegetação Savano-Estépica, termo este referente a uma fisionomia
de caráter sazonal com elevada deciduidade, onde o estrato herbáceo é presente e o arbustivo e arbóreo
possuem aspecto lenhoso e espinhoso.

Genericamente, Fernandes (1998) divide a vegetação do Bioma Caatinga em caatinga, propriamente


dita, e Carrasco. Caatinga abrange diversas modalidades de comunidades vegetacionais xéricas,
caracterizando-a como garranchenta, por vezes com plantas espinhosas, suculentas ou afilas, variando
entre arbórea e arbustiva, enquanto o carrasco seria uma forma semelhante a uma caatinga arbustiva
densa, mas contando em sua flora com diversas espécies de cerrado.

Segundo Fernandes (1998) a caatinga possui incontáveis variações fisionômicas, mas pode-se agrupá-
las em caatinga arbórea e arbustiva. A primeira caracteriza-se por densos estratos arbóreo de 6 a 10 m
de altura e arbustivo/sub-arbustivo com 2 a 5 m, além do herbáceo mais ralo, geralmente de caráter
anual e menor riqueza de espécies. Fernandes (1998) cita as seguintes espécies como as mais
representativas das fisionomias arbóreas: Cordia oncocalyx, Mimosa caesalpiniifolia, Caesalpinia
bracteosa (atualmente Cenostigma bracteosum), C. ferrea (atualmente Libidibia ferrea), Schinopsis
brasiliensis, Cavalinesia arbórea, Tabebuia impetiginosa (atualmente Handroanthus impetiginosus),
Astronium urundeuva, etc.

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Figura 15 Mapa de Ecorregiões do Bioma Caatinga, com indicação da localização do Projeto


Oxidado

A caatinga arbustiva, também conhecida como caatinga baixa, é o tipo mais generalizado no bioma,
sendo caracterizada por um padrão vegetacional mais denso e outro mais ralo. Possui um estrato entre
3 e 5 m com raros indivíduos arbóreos, e outro mais baixo, herbáceo com componentes anuais. Dentre
as espécies presentes citadas por Fernandes (1998) estão Croton sonderianus, Croton compressus,
Capparis ico, Jatropha molissima, Cereus jamacaru, Caesalpinia pyramidalis (atualmente Cenostigma
pyramidale), etc.

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Adotando terminologia universal, IBGE (2012) refere-se à Savana-Estépica Florestada (equivale à


caatinga florestada) e arborizada (caatinga arbórea), ambas com dois estratos nítidos: um estrato
arbóreo superior e o inferior gramíneo-lenhoso, sendo que, na segunda formação, espécies arbustivas
também compõem o estrato superior. Na sua composição florística, IBGE (2012) destaca as seguintes
espécies endêmicas das caatingas: Spondias tuberosa (Anacardiaceae), Commiphora leptophloeos
(Burseraceae), Cnidoscolus quercifolius (Euphorbiaceae), Aspidosperma pyrifolium (Apocynaceae), além
de várias espécies do gênero Mimosa.

Já a caatinga arbustiva, IBGE (2012) relata ser uma forma secundária da Savana-Estépica Arborizada e
Florestada, na qual se destaca a intensa presença das juremas (Mimosa spp.).

A Caatinga destaca-se entre as outras províncias fitogeográficas por ser, aparentemente, a mais rica em
paisagens de exceção ou encraves (Fernandes & Bezerra, 1990). As condições de altitude, drenagem,
geomorfologia e tipos de solo determinam a existência de uma grande diversidade de fitofisionomias
que variam de formações ralas e abertas a verdadeiras florestas.

O clima severo e as características geomorfológicas da região levam a existência de uma flora com
considerável grau de endemismo e muitas espécies com claras adaptações xéricas (Sampaio, 2002),
demonstrando que a região é historicamente seca.

As espécies mais conhecidas na Caatinga são o mandacaru (Cereus jamacaru), macambira (Bromelia
laciniosa e Encholirium spectabile), umbu (Spondias tuberosa), juazeiro (Ziziphus joazeiro), xiquexique
(Pilosocereus gunellei). Há espécies utilizadas regionalmente para vários fins como para forrageamento:
o angico (Anadenanthera macrocarpa), o pau-ferro (Caesalpinia ferrea), a catingueira (Caesalpinia
pyramidalis), catingueira-rasteira (Caesalpinia microphylla) e a canafistula (Senna spectabilis var.
excelsa). Destacam-se como frutíferas, o umbu (Spondias tuberosa), araticum (Annona glabra, A.
coriacea, A. spinescens) e o juazeiro (Ziziphus joazeiro), que são exploradas de forma extrativista pela
população local. Entre as de valor medicinal, destacam-se a aroeira (Myracrodruon urundeuva -
adstringente), araticum (Annona sp. - antidiarréico), pau-ferro (Caesalpinia ferrea - antiasmática e
antisséptica), catingueira (antidiarréica), velame (Croton campestris), marmeleiro (Croton sonderianus
- antifebris), angico (Anadenanthera macrocarpa - adstringente), sabiá (Mimosa caesalpiniifolia -
peitoral), juazeiro (estomacal), jericó (Selaginella convuluta - diurético), entre outras (Agra 1996). Como
fonte madeireira para a produção de lenha, carvão e estacas, destacam-se o angico, o angico-de-bezerro
(Piptadenia obliqua), a catingueira-rasteira, o sete-cascas (Tabebuia spongiosa), a aroeira, a baraúna
(Schinopsis brasiliensis), a jurema preta (Mimosa tenuiflora), o pau-d’arco, a catingueira, o sabiá e a
umburana (Commiphora leptophloeos = Bursera leptophloeos), dentre outras (Drummond, 1982 e 1992).

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4.7.2 Caracterização da Cobertura Vegetal na propriedade da Fazenda Caraíba


A paisagem na Fazenda Caraíba, onde se insere o Projeto Oxidado é constituída atualmente pelas áreas
alteradas pelas atividade minerárias (cavas à céu aberto, pilhas de estéril e estéril/rejeitos, barragem
de rejeito, pilhas de minério, usina de beneficiamento de minério, estruturas administrativas e de apoio
operacional e estradas de acesso), áreas de vegetação de Caatinga, especialmente Caatinga Arbustiva
alterada pela caprinocultura e pela supressão para retirada de madeira e áreas alteradas dominadas
pela algaroba (Prosopis juliflora), espécie exótica invasora na região semiárida. A Figura 16 , a seguir,
apresenta o uso do solo e cobertura vegetal na propriedade da Mineração Caraíba.

Com relação às áreas de vegetação de Caatinga presentes no Projeto Oxidado (e Mina Matriz), são
encontradas dentro da propriedade três feições principais, sendo as duas primeiras antropizadas, a
primeira com presença marcante de algaroba e a segunda com áreas abertas e ralas de caatinga
arbustiva, derivadas da retirada de vegetação. No entorno da barragem de rejeitos, e mais próximo à
serra, observa-se uma caatinga arbustiva em melhor estágio de conservação, em função do cercamento
da área, que tem permitido a regeneração natural da vegetação.

Nas áreas alteradas, mais próximas e no entorno das áreas operacionais no Projeto Oxidado (e Mina
Matriz), são observadas extensas áreas ocupadas pela algaroba, especialmente nas cotas de menor
altitude do terreno, onde a disponibilidade de água é maior. Existem trechos onde é possível encontrar
espécies nativas dispersas em meio à algaroba. A vegetação nestas áreas em geral é esparsa e
extremamente pobre em termos de diversidade vegetal. Nestes locais as espécies mais evidentes são o
angico (Anadenanthera macrocarpa), o juazeiro (Ziziphus joazeiro) e o grajau (Arrabidaea sp.) (Brandt,
2008).

Nestas áreas não são frequentes espécies regenerantes, mas somente indivíduos das espécies adultas já
estabilizadas. A ausência de regenerantes é supostamente devido à presença da caprinocultura que
notadamente impede o desenvolvimento de plântulas.

Nas áreas abertas caracterizam-se por apresentar uma vegetação de caatinga arbustiva alterada, na qual
a pressão antrópica levou à redução da cobertura vegetal devido ao desmatamento, onde a retirada de
madeira nativa ocorre como prática comum e é utilizada como fonte de abastecimento doméstico e como
produção de cercas para construção de cercas para contenção de caprinos. A presença destes animais é
responsável pela redução ou eliminação dos estratos arbustivo e herbáceo da vegetação nativa. Pela
escassez de água, não há colonização por algaroba e a área fica com feição aberta, grande incidência de
insolação, com algumas porções de solo desnudo e vegetação mais rala e esparsa. As principais espécies
encontradas são a favela (Cnidosculus phyllacanthus), as catingueiras (Caesalpinia pyramidalis e C.
microphylla), o pinhão (Jatropha molissima) e as cactáceas como o mandacaru (Cereus jamacuru), o
xique-xique (Pilosocereus gounellei) e o facheiro (Pilosocereus piauhyensis) (BRANDT, 2008).

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No entorno da barragem de rejeito ainda se encontram área de caatinga arbustiva em melhores


condições ambientais, principalmente nas áreas protegidas e cercadas de Reserva Legal da propriedade
rural. Nestas áreas podem ser encontrados remanescentes de vegetação mais estruturada, constituída
por espécies nativas de árvores e arbustos espinhentos de porte baixo ou médio (2 a 6 metros de altura),
já apresentando um estrato inferior gramíneo-lenhoso e presença de plantas suculentas espinhosas,
como as cactáceas e as bromeliáceas, além de plantas herbáceas que se desenvolvem vigorosamente por
ocasião das chuvas.

De acordo com levantamentos realizados em trechos de vegetação preservada na região (DRUMOND,


1982; DRUMOND et al., 2002), as espécies arbóreas e arbustivas mais representativas são a jurema
(Mimosa tenuiflora), a catingueira-rasteira (Caesalpinia microphylla), a favela (Cnidosculus
phyllacanthus), o sete-cascas (Tabebuia spongiosa), a umburana (Commiphora leptophloeos), o pinhão
(Jatropha mollissima) e, dentre as herbáceas destacam-se o facheiro (Pilosocerus piauhiensis), o
mandacaru (Cereus jamacaru) e as macambiras (Bromelia laciniosa e Encholirium spectabile) (fotos 8.2-
16 e 8.2-17). Aparecem também, em menor frequência o juazeiro (Zyzyphus joazeiro), a baraúna
(Schionopsis brasiliensis) e a aroeira (Myacrodroun urundeuva).

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Figura 16 Uso do Solo e Cobertura Vegetal na Fazenda Caraíba onde se insere o Projeto Oxidado

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4.8 Áreas Legalmente Protegidas


4.8.1 Unidades de Conservação
A Mina Matriz e o Projeto Oxidado se inserem a uma distância de cerca de 45 km em linha reta da Área
de Preservação Ambiental - APA da Ararinha Azul e a cerca de 65 km do Refúgio de Vida Silvestre da
Ararinha Azul, conforme apresentado na Figura 17 , a seguir. A APA contorna o Refúgio de Vida Silvestre
e compõe sua Zona de Amortecimento.

O Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha Azul, foi criado pelo Decreto Federal nº 9.402, de 05 de junho
de 2018, com 29.269 hectares e a Área de Proteção Ambiental da Ararinha Azul com 90.661 hectares,
sendo considerados UCs de proteção integral e uso sustentável, respectivamente. O Refúgio de Vida
Silvestre da Ararinha Azul tem os seguintes objetivos: I - proteger as amostras do bioma Caatinga,
especialmente os fragmentos florestais de mata ciliar e de savana estépica relevantes para o ciclo de
vida da Ararinha Azul - Cyanopsitta spixii; e II - promover a adoção de práticas agrícolas compatíveis
com a reintrodução e a manutenção da Ararinha Azul na natureza.

A Área de Proteção Ambiental – APA da Ararinha Azul tem os seguintes objetivos : I - proteger a
diversidade biológica e os ambientes naturais, a flora e a fauna da Caatinga; II - ordenar o processo de
ocupação das bacias hidrográficas da região da reintrodução da Ararinha Azul na natureza, com ênfase
nas bacias dos riachos da Melancia e da Barra Grande; III - proteger e promover a recuperação das
formações vegetacionais da área; e IV - conciliar as ações antrópicas com a reintrodução e a manutenção
da Ararinha Azul na natureza. O subsolo das áreas de que trata o caput integra os limites das unidades
de conservação.

A gestão dessas UCs é feita pelo Núcleo de Gestão Integrada - ICMBio Juazeiro, como um arranjo
organizacional do Instituto Chico Mendes -ICMBio, no estado da Bahia, integrando a gestão dessa UC à
outras Unidades de Conservação Federal como a Área de Proteção Ambiental do Boqueirão da Onça e
Parque Nacional do Boqueirão da Onça.

4.8.2 Áreas de Preservação Permanente - APPs


As Áreas de Proteção Permanente (APP) localizadas na Fazenda Caraíba, onde se situa a Mina Matriz e
em menor parte o Projeto Oxidado, totalizam 442 ha e correspondem às margens dos cursos d’água
entre eles o rio Curaçá e os riachos Sulapa, Pedras de Fogo, Poço do Januário e da Vaca.

Em atendimento as exigências do Termo de Compromisso para Ajustamento de Conduta Ambiental


firmado junto ao INEMA, além de atender à condicionante II db a Portaria INEMA nº 13.366/2010 que
concedeu a Licença de Operação da unidade Matriz, a Mineração Caraíba S.A. vem realizando a
recuperação ambiental da vegetação ciliar das APPs do rio Curaçá e dos riachos Sulapa e Pedras de Fogo,
nos trechos que sofreram assoreamentos no passado.

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Plano Conceitual de Fechamento de Mina – Projeto Oxidado

Foi estabelecida a recuperação dos trechos das matas ciliares, sendo 5.329 m de extensão ao longo do
rio Curaçá, 5.907 m do riacho Sulapa e 3.967 m do riacho Poço do Januário, totalizando 15.203 m de
áreas em APP em reabilitação. Nestas áreas foi realizado o plantio de espécies nativas da caatinga e
implantação de ilhas de vegetação e a retirada das algarobas (Prosopis juliflora) - espécie exótica
invasora. As áreas em APP objeto de recuperação são apresentadas na Figura 18 , a seguir

4.8.3 Áreas de Reserva Legal


A Mina Matriz e o Projeto Oxidado estão inseridos na Fazenda Caraíba que totaliza 19.039 hectares,
destes 3.812 ha, correspondente a 20% da propriedade rural, são destinados à Reserva Legal, averbados
em Cartório do Registro de Imóveis e Hipotecas Títulos e Documentos da Comarca de Jaguarari/BA,
conforme Livro 2-A, fls 153V, sob o nº AV-S-M-151, no dia 09 de julho de 2008. (Processo nº
1.420.060.045.227). Na Figura 18 , a seguir, é apresentado os limites da propriedade rural, com
indicação das áreas de Reserva Legal.

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Figura 18 Áreas de Reserva Legal e Áreas em APP em Recuperação na Fazenda Caraíba

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Figura 17 Unidades de Conservação na Região do Projeto Oxidado.

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5. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
A Mina Matriz da Mineração Caraíba S.A., onde se insere o Projeto Oxidado, é a maior e mais importante
entre todas as unidades da empresa na região que compõe o Complexo Minerário uma vez que concentra
todo o beneficiamento do minério que se origina das outras unidades, entre elas as Minas Angico,
Surubim, Vermelhos e Suçuarana.

A Mina Matriz ocupa uma área de 446 ha da Fazenda Caraíba, situada no município de Jaguarari - BA,
sendo constituída, basicamente, por uma mina subterrânea de minério de cobre e por uma usina de
beneficiamento de minério, além de instalações administrativas e de apoio operacionais.

O principal produto da Unidade corresponde ao concentrado de cobre com teor médio de 35% de cobre,
resultante do processo de beneficiamento do minério sulfetado, que são carregados e transportados por
caminhões para a unidade siderúrgica da Caraíba Metais S.A., instalada no município de Dias D’ávila na
Bahia.

A planta de lixiviação de minério do Projeto Oxidado encontra-se associada às estruturas operacionais


da Mina Matriz, sendo composta, basicamente, pelas instalações de britagem, pilhas de lixiviação, bacias
(piscinas) de contenção de efluentes, tanques de produtos, pilha de minério lixiviado e galpões da
eletrólise e da extração por solventes. A planta de arranjo geral do Projeto Oxidado na Mina Matriz é
apresentada na Figura 19 a seguir.

5.1 Histórico da Área


Os depósitos de minérios de cobre da Mineração Caraíba S.A. na região de Jaguarari são conhecidos
desde os primórdios da colonização, mencionados por Gabriel Soares em 1578. Entretanto, somente
quando da construção da Ferrovia do São Francisco que os engenheiros desta obra, Charles Bernard
(1871) e Oliveira Bulhões (1874), ressaltaram a importância dessa ocorrência.

Na década de 40, o Departamento Nacional de Pesquisa Mineral - DNPM realizou pesquisa geológica
pouco profunda, medindo uma reserva total de 10 milhões de toneladas de minério com teor de 1% de
cobre.

Já na década de 60, o grupo industrial paulista Pignatari, realizou pesquisa geológica detalhada, com
sondagem até 300 m de profundidade, perfurando um total de 12.000m, tendo bloqueado uma reserva
geológica de 70 milhões de toneladas com 1% de cobre, das quais foram consideradas lavráveis a céu
aberto 35 milhões de toneladas com 1,5% de cobre.

A incapacidade financeira do grupo Pignatari para implantação do seu projeto mínero-metalúrgico,


orçado em US$ 500 milhões em 1974, fez com que o governo federal assumisse o controle do projeto,
através do sistema do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico/ Programa de Financiamento e
Participações de Insumos Básicos - BNDE/FIBASE.

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A partir de 1975 a FIBASE contratou a DOCEGEO, subsidiária da Companhia Vale do Rio Doce - CVRD,
para reavaliar as pesquisas anteriores e executar trabalhos complementares, tendo também contratado
a Milder Kaiser (MDK) para, concomitantemente, proceder aos estudos de engenharia básica, visando a
implantação do projeto mineiro.

Destes trabalhos, resultou uma estimativa de reserva global da ordem de 120 milhões de toneladas,
sendo: 70 milhões para serem lavradas a céu aberto e 50 milhões para lavra subterrânea. Esses estudos
forneceram parâmetros básicos usados pela Milder Kaiser para a montagem do projeto mínero-
metalúrgico da Caraíba Metais S.A., pertencente à FIBASE. A implantação do projeto foi concluída em
1980, tendo-se investido cerca de US$ 800 milhões, em todo o projeto, sendo aproximadamente US$ 300
milhões na mineração e na construção da vila de Pilar.

A Mineração Caraíba S.A. fazia parte da Caraíba Metais, empreendimento mínero-metalúrgico criado
pelo Governo Federal ao final da década de 1970 para produção de cobre metálico e que foram
separadas em 1988, com a privatização da metalurgia e, posteriormente, da mineração em 1994.

A operação da maior e principal cava à céu aberto da Mina Matriz (Cava Principal) foi iniciada em 1979
e encerrada em outubro de 1998. Já a produção da mina subterrânea foi iniciada em 1986 e está em
operação até o momento, tendo toda sua produção vendida para a Caraíba Metais S.A. do Grupo
Paranapanema, metalúrgica situada em Dias D’Ávila, suprida com parte do concentrado de cobre
necessário ao seu funcionamento.

Visando estender a vida útil da Mina Matriz, implantou-se o Projeto de Aprofundamento da Mina
Subterrânea que permitiu a ampliação das reservas geológicas, permitindo estender a vida útil da mina
até 2029.

A Mineração Caraíba desenvolveu nos últimos quinze anos, trabalhos de pesquisa mineral na região,
objetivando identificar e viabilizar outras possíveis fontes de minério de cobre para alimentar a planta
de beneficiamento da unidade Matriz. Os trabalhos de pesquisa desenvolvidos nos últimos anos
identificaram novas fontes de minério, entre elas as Minas Vermelhos, Surubim, Angicos e Suçuarana,
estas duas últimas atualmente paralisadas.

O Projeto Oxidado implementado pela Mineração Caraíba surgiu em 2006 de uma oportunidade do
processamento de uma reserva de cobre oxidado lavrado e estocado no pátio da Unidade Matriz. Assim,
em 2007 entrou em operação a planta de lixiviação para processar o material estocado desde o início da
exploração da mina a céu aberto. Inicialmente, o minério era oriundo das lavras da Mina Matriz, sendo,
posteriormente, beneficiado o minério de outras Unidades, como as Minas Surubim e Angico. A unidade
de processamento de minério oxidado esteve em operação até maio de 2014 e, atualmente, encontra-se
paralisada. Quando em operação, a quantidade média consumida foi na ordem de 5.475 toneladas por
ano de minério, não havendo, no entanto, atividade de lavra, uma vez que foi realizado o beneficiamento
do minério oxidado anteriormente lavrado ou estocado.

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Cabe ressaltar, que a Mineração Caraíba está elaborando um estudo de avaliação de reprocessamento e
utilização sustentável do rejeito oxidado e sulfetado da Mina Matriz e do Projeto Oxidado, juntamente
com a empresa de consultoria i9 Mining, uma startup relacionada ao Hub de Mineração. Caso o estudo
seja viabilizado, as características físicas e químicas das pilhas de lixiviação e de minério lixiviado do
Projeto Oxidado poderão vir a ser modificadas.

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Figura 19 Arranjo Geral das Estruturas do Projeto Oxidado

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5.2 Descrição do Projeto Oxidado


O beneficiamento do cobre em minério oxidado pela rota de lixiviação em pilhas na planta do Projeto
Oxidado é realizado basicamente em duas etapas: ajustes das propriedades físicas do material e
processos hidrometalúrgicos para a liberação das partículas do metal.

O minério oxidado proveniente das minas (ROM) foi estocado em pilhas em pátios localizados na Mina
Matriz. Por meio de uma carregadeira este minério é encaminhado ao britador do Projeto Oxidado.
Depois de britado, o material foi classificado e, posteriormente, disposto em pilhas e lixiviado por
solução de ácido sulfúrico para extração do cobre.

O processo de beneficiamento do minério de cobre oxidado envolve as seguintes operações:

o Beneficiamento Mineral – britagem, classificação, aglomeração com adição de cimento,


empilhamento de minério em pilhas por transportadores de correia;

o Hidrometalurgia – lixiviação em pilha com gotejamento de solução de ácido sulfúrico, para


a dissolução do cobre e de outros metais solúveis;

o Extração por solventes para purificação e concentração do cobre contido no licor;

o Eletrodeposição do cobre;

o Remoção e disposição do rejeito metalúrgico.

o Tratamento do efluente líquido do processo de beneficiamento e reaproveitamento da água.

A lixiviação é feita com solução de ácido sulfúrico aspergida no topo das pilhas. O ácido percola pela
pilha e reage com os minerais oxidados.

A solução foi estocada em bacias (piscinas) para posteriormente alimentar a etapa de extração por
solventes. A solução resultante da etapa de lixiviação carrega Cu, ácido sulfúrico e outras impurezas.
Sendo necessário fazer a extração do cobre dissolvido. A extração é feita através de reagente orgânico
específico (extratante) que captura o cobre dissolvido.

A extração ocorre quando o licor de lixiviação contendo cobre (Cu++) é submetido a uma mistura
forçada com a solução orgânica de solvente contendo o extratante (RH). O extratante libera seus prótons
(H+) para a fase aquosa e se coordena com o cobre transferindo-o para a fase orgânica na forma de um
organocomplexo (R2Cu), resultando na fase aquosa a diminuição da concentração de cobre e aumento
da acidez.

Posteriormente ocorre a separação da fase orgânica da fase aquosa por diferença de densidade. O cobre
dissolvido é então recuperado da solução orgânica através da solução de eletrólito contendo alta
concentração de ácido sulfúrico. A reextração do cobre ocorre quando uma solução fortemente ácida é
misturada com a solução contendo o organocomplexo (R2Cu), o qual troca seus íons cobre (Cu++) pelos
prótons (H+) da solução aquosa ácida, regenerando-se.

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.A solução rica em cobre e em ácido segue para etapa de eletrorecuperação onde ocorre a deposição do
cobre metálico nos catodos de aço inox. No anodo ocorre a formação de oxigênio. A solução exaurida
retorna ao processo de extração por solventes. As placas de cobre formadas nos catodos são extraídas e
encaminhadas aos processos de conformação para produção de semi-acabados.

O cobre é também extraído no Projeto Oxidado por biolixivização. A biolixiviação é a dissolução de


sulfetos metálicos, nesse caso a calcopirita e a bornita, por meio da ação de microrganismos nativos
(endógenos) extraídos do próprio ambiente mineral. Esses microrganismos são amostrados no local,
transportados ao laboratório, onde são cultivados e bio-estimulados/potencializados em condições
ambientais e nutricionais adequadas. Ao final, os microrganismos (bactérias e Archeas naturais e
inofensivas ao homem), responsáveis pela geração dos agentes oxidantes, são inoculados no meio
reacional, onde se encontra o concentrado de flotação em meio ácido

Após a lixiviação a remoção do rejeito da pilha exaurida e neutralizada é efetuada por meio de
escavadeira. O transporte é realizado por caminhões até a pilha de minério lixiviado, localizada em área
adjacente à planta de beneficiamento. A disposição do rejeito na pilha é feita de forma ascendente.

Todas as áreas ocupadas pelas pilhas de lixiviação e de minério lixiviado, bem como as piscinas de
efluentes e canaletas de drenagem são revestidas com Geomembranas em PEAD.

Todos os efluentes gerados nas áreas do Projeto Oxidado são direcionados por canaletas para piscinas
de contenção (baias), revestidas em geomembranas em PEAD. Após tratamento os efluentes são
reutilizados na usina de beneficiamento de minério da Unidade Matriz.

5.2.1 Pilha de Minério Lixiviado


Atualmente a pilha de rejeito do minério lixiviado ocupa uma área de cerca de 20,4ha e possui
aproximadamente 30 m de altura. É dividida em 3 bermas com larguras variáveis e possui crista na El.
493,00 m. No geral a pilha não apresenta uma conformação geométrica definida. As dimensões dos
taludes e bermas variam no entorno da estrutura. Para os taludes as alturas variam de 3,80 m a 14,00
m, enquanto para as bermas variam de 3,70 a 9,70 (Statum, 2020).

A pilha possui dispositivos de drenagem superficial executados a partir da necessidade de direcionar o


fluxo de água superficial que ao se concentrar geravam erosões nas bermas. No entanto todo fluxo de
drenagem superficial gerado nas bermas é direcionado a partir da manta PEAD instalada para a bacia
de contenção revestida em geomembrana situada ao redor da pilha. O efluente recolhido pela bacia é
encaminhado para as baias de armazenamento final do efluente (Statum, 2020).

Segundo Statum (2020), a pilha de rejeito do minério lixiviado do Projeto Oxidado não possui
instrumentos de monitoramento geotécnico, porém, as análises de estabilidade realizadas concluíram
que a estrutura apresenta fator de segurança acima de 1,50 e, portanto, apresenta condições
satisfatórias quanto a sua segurança geotécnica.

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Foto: Eduardo Andrade, 2021.

Foto: Eduardo Andrade, 2021.


Foto 01 Britador do Projeto Oxidado. Foto 02 Planta de lixiviação do Projeto
Foto: Eduardo Andrade, 2021. Oxidado.

Foto: Eduardo Andrade, 2021.


Foto 03 Pilha de lixiviação do Projeto Foto 04 Piscinas de efluentes do Projeto
Oxidado. Oxidado revestidas com PEAD.
Foto: Eduardo Andrade, 2021.

Foto: Eduardo Andrade, 2021.

Foto 05 Britador e pilha de lixiviação do Foto 06 Pilha de minério lixiviado do Projeto


Projeto Oxidado. Oxidado.

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Foto: Eduardo Andrade, 2021.

Foto: Eduardo Andrade, 2021.


Foto 07 Galpões da eletrólise e da extração Foto 08 Vista da pilha de minério lixiviado
por solventes do Projeto Oxidado. Foto: Eduardo Andrade, 2021. do Projeto Oxidado.

Foto: Eduardo Andrade, 2021.


Foto 09 Canaletas revestidas com PEAD na Foto 10 Baia de contenção de efluentes da
pilha de minério lixiviado do Projeto pilha de minério lixiviado do Projeto
Oxidado. Oxidado revestida com PEAD.

5.2.2 Instalações Administrativas e de Apoio Operacional


As atividades administrativas do Projeto Oxidado são desenvolvidas nas mesmas instalações da Mina
Matriz.

As instalações de apoio operacional do Projeto Oxidado correspondem aos galpões da eletrólise e da


extração por solventes, localizado na Mina Matriz, que ocupam uma área de aproximadamente0,5ha de
área construída.

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6. DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL
Para compreender a realidade socioambiental das áreas de influência do empreendimento, foram
consideradas informações de fontes secundárias e primárias, conforme anteriormente descrito em
metodologia. Estas informações foram utilizadas para compreensão das possíveis impactos diante do
fechamento da mina, de forma que seja possível a realização de planejamento e proposição de medidas
para mitigação dos impactos identificados.

6.1 Município de Jaguarari


6.1.1 Contexto Regional
Segundo a Divisão do Brasil por Regiões Geográficas do IBGE da década de 1990, o município de
Jaguarari localiza-se na Microrregião do Senhor do Bonfim, que por sua vez, está inserida na
Mesorregião do Centro Norte Baiano, e na região geográfica imediata de Juazeiro/BA. Os municípios que
também compõem a Microrregião do Senhor do Bonfim são os municípios de Juazeiro, Euclides da
Cunha, Jacobina e Senhor do Bonfim.

Situado a 636 metros de altitude, Jaguarari limita-se a leste e sul com os municípios de Uauá, Andorinha
e Senhor do Bonfim, a oeste com Campo Formoso, e a norte com Juazeiro e Curaçá. O acesso ao
município a partir de Salvador é feito pelas rodovias pavimentadas BR-324, BR-116 e BR407 em um
percurso total de 398 km.

Segundo estimativa populacional publicada pelo IBGE em julho de 2021, o número de habitantes era de
33.915. A principal atividade econômica é a mineração, com a extração do cobre feita pela Mineração
Caraíba S.A. Segundo a Agência Nacional da Mineração (ANM) em 2020 era a quinta maior produtora de
cobre do Brasil.

6.1.2 Dimensão Histórica


Destemidos aventureiros, na ânsia incontida de novos descobrimentos, embrenhavam-se em densas
matas dos sertões a Bahia, às margens do Rio São Francisco, ou em procura das minas de ouro de
Jacobina. Essas minas atraíam grande número de colonos que, fixando-se na região, constituíam famílias
e faziam surgir das florestas virgens pequenas comunidades.

Jaguarari é um personagem de uma lenda de origem indígena, este era índio forte, guerreiro e de bom
coração, muito admirado na tribo Tuxaua. Um dia, quando Jaguarari saiu em sua igara para pescar
avistou Iara, uma bela morena a se banhar e cantar na margem do rio, na sombra de um Tarumã e de
pronto se apaixonou.

O município de Jaguarari foi desmembrado de Senhor do Bonfim, emancipado pela Lei Estadual 1.905,
de 06 de agosto de 1926, criando-se, também, o distrito de Juacema. Nos dias atuais Jaguarari é
constituído por quatro distritos, além da sede urbana: Pilar, Gameleira, Santa Rosa de Lima e Juacema.

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6.1.3 Dimensão Social


A Dimensão Social de uma determinada localidade, consiste nas características e infraestruturas sociais
existentes nesta. No Quadro 04 são apresentadas de forma sucinta características do território e
demografia, saúde, educação, saneamento básico, habitação, qualidade de vida e Assistência Social do
município de Jaguarari.

Quadro 04 Síntese dos Indicadores Socioeconômicos da Dimensão Social do Município de


Jaguarari
Fonte: 1 – PNUD et al, 2021; 2 - IBGE, 2021b; 3- MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2021a, 4 - INEP, 2021a., 3 – IBGE, 2021c; 4 – IBGE, 2021a; 5 - TESOURO
NACIONAL, 2021; b; 7 - IPEA, 2021. Fonte: 1 – IPEA et al, 2020; 2 - FIRJAN, 2020; 3 – IPEA, 2020.
Características do Território e Demográficas
Área do município1 2.466 Km²
Densidade Demográfica (2020) 1,2 12,35 habitantes por km²
População recenseada (2010) 1 30.343
População estimada (2021) 2 33.915
Taxa de urbanização (2010) 1 54,75%
Taxa anual de crescimento da população (2000-2010) 1 1,38%
Taxa de Fecundidade (2010) 1 2,29
Esperança de Vida ao Nascer (2010) 1 73,33
Saúde
Número de Estabelecimentos de Saúde (2020)3 40
Número de Leitos (2020) 3 32
Número de Leitos por 1000 habitantes (2020) 0,81
Mortalidade infantil (2019) 3 18,30 por mil nascidos vivos
Educação
Número de Estabelecimentos de Ensino (2019)4 44
Número de Matrículas (2019) 8.129
Taxa de Analfabetismo (2010) 1 22,82%
Saneamento Básico
Percentual de atendimento populacional para
66,05%
abastecimento de água - EMBASA (2019)
Percentual de atendimento populacional com coleta,
tratamento e destinação final de esgotos - EMBASA (2019)
28,99%

Percentual de atendimento populacional à coleta de lixo Não informado

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Habitação
Percentual de domicílios em área urbana (2010) 55,56%
Percentual de domicílios em área rural (2010) 44,34%
Percentual de domicílios com acesso a iluminação
96,46%
pública em seu entorno (2010)
Percentual de domicílios com acesso a pavimentação
79,94%
em seu entorno (2010)
Percentual de domicílios com acesso a calçamento em
78,25%
seu entorno (2010)
Percentual de domicílios com acesso sistema de
51,77%
drenagem pluvial em seu entorno (2010)
Percentual de domicílios que contam com
75,28%
arborização em seu entorno (2010)
Indicadores de Qualidade de Vida
IDHM (2010)1 0,659
Classificação (2010)1 Médio Desenvolvimento Humano
IDHM Educação (2010)1 0,551
IDHM Longevidade (2010)1 0,806
IDHM Renda (2010)1 0,644
Ranking estadual (2010)1 37ª
Ranking nacional (2010)1 2924ª
Índice Firjan (2016)2 0,5253
Classificação (2016)2 Desenvolvimento Regular
Índice Firjan - Educação (2016)2 0,6929
Índice Firjan - Saúde (2016)2 0,6377
Índice Firjan - Emprego e Renda (2016)2 0,2464
Ranking estadual (2016)2 247 ª
Ranking nacional (2016)2 4995ª
IVS (2010)3 0,398
Classificação (2010)3 Baixa Vulnerabilidade Social
IVS - Infraestrutura Urbana (2010)3 0,236
IVS - Capital Humano (2010)3 0,457
IVS - Renda e Trabalho (2010)3 0,501
Projetos Assentamento Terras Indígenas e Comunidades
Número de Assentamentos 08
Terras Indígenas Não identificado

6.1.4 Dimensão Econômica


6.1.4.1 Setores econômicos

No aspecto econômico, Jaguarari contabilizou R$ 643.957,00 mil reais de Produto Interno Bruto (PIB)
em 2018, montante 13,66% inferior ao registrado em 2017, em valores nominais. O maior crescimento
registrado foi em 2017, com o percentual de 95,50% superior ao ano do ano de 2016 (Figura 20 ).

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Figura 20 Variação Percentual do PIB total do município de Jaguarari

120,00
95,50
100,00
80,00
60,00
40,00
9,41 13,66
20,00 5,01
0,00
2014 2015 2016 2017 2018
-20,00 -37,69
-40,00
-60,00

Jaguarari

Fonte: IBGE, 2018.

Durante o período 2014-2017 o PIB de Jaguarari apresentou oscilações, no início da série, as


arrecadações apresentaram crescimento de 5,01% no ano de 2014 e 9,41% no ano de 2015 quando
alcançou um total de R$465.105 mil reais. Já no ano seguinte, houve um registro de queda de 37,69%, a
única variação negativa registrada no período em análise, quando o PIB total alcançou um valor de
R$289.797 mil reais. No ano de 2017, foi registrado crescimento de 95,50%, o maior percentual de
crescimento registrado, seguido de crescimento de 13,66% em 2018 quando o PIB total alcançou um
valor de R$643.957mil reais.

Quanto ao PIB per capita no ano de 2016, período de menor variação no crescimento das arrecadações,
este chegou a registrar uma queda de 37,69% no valor por habitante em relação ao ano anterior (2015).
Esta queda nas arrecadações do PIB municipal, refletiram diretamente no PIB per capita e pode estar
relacionado à forte desaceleração da economia brasileira entre os anos de 2014 e 2016. A partir de 2017
o PIB per capita municipal, assim como o comportamento apresentado para o PIB total, apresentou
variações positivas, evidenciando melhorias nas condições locais, registrando um valor de R$19.288,82
mil reais por pessoa em 2018, Quadro 05.

Quadro 05 PIB Total e PIB per capita (R$ mil) - Jaguarari


Fonte: IBGE, 2018.
Anos PIB total (mil reais) PIB per capita (mil reais)
2014 425.105,00 12.894,08

2015 465.105,00 13.977,22

2016 289.797,00 8.447,90

2017 566.558,00 16.422,28

2018 643.957,00 19.288,82

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A estrutura produtiva de Jaguarari pode ser verificada por meio da análise do comportamento dos
setores na formação do PIB, conforme apresentado a seguir, onde é possível afirmar que a participação
destes na economia se manteve no período de 2014 a 2018. Em todo período a indústria e o setor de
serviços representaram as maiores arrecadações em Jaguarari, com a representação no PIB municipal
no ano de 2014 de 34,9%(industrial) e 31,5% (serviços) e no ano de 2018 de 45,6% (industrial) e 29,0%
(serviços). Já o setor agropecuário, considerado de acordo com os dados levantados como inexpressivo
na economia local, em todo período, apresentou participação de 0,9% do PIB em 2018, Figura 21 .

Figura 21 Participação do PIB por setores de atividades econômicas em Jaguarari


(2014 a 2018)
Agropecuária Indústria Serviços Administração Pública Impostos

8,9% 8,1% 5,1% 6,2% 6,8%

19,4% 17,7%
21,9% 21,4%
36,1%

29,5% 29,0%
31,5% 31,5%

37,6%

43,9% 45,6%
34,9% 36,0%
18,7%
2,8% 3,0% 2,5% 1,0% 0,9%
2014 2015 2016 2017 2018

Fonte: IBGE, 2018.

• Indústria

Segundo a Prefeitura Municipal de Jaguarari (2021) a principal atividade econômica do município é a


mineração, com a extração do cobre feita sobretudo, pela Mineração Caraíba S.A, localizada no distrito
de Pilar. A extração realizada no território do município, inclusive, é uma das maiores do Brasil.

Segundo dados disponibilizados pelo Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) do IBGE, em 2019 foi
possível verificar a presença em pequena escala de empreendimentos industriais na região – sendo 8
indústrias extrativistas, das quais se incluem a Mineração Caraíba e 23 indústrias da transformação.
Pode-se relacionar a presença de outras indústrias na região para atendimento da atividade minerária,
principalmente a Mineração Caraíba.

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• Comércio e serviços

De acordo os dados da Prefeitura Municipal, Jaguarari conta com diversos estabelecimentos comerciais
e agências bancárias. Segundo dados disponibilizados pelo Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) do
IBGE, em 2019 o município contava com 302 estabelecimentos tipicamente de origem urbana. Conforme
apresentado na Figura 22 , 43,94% (149) dos estabelecimentos comerciais encaixam-se na categoria
“Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas”; 10,93% (33) serviços de saúde humana
e serviços sociais e 10,60% (32) na educação.
Figura 22 Estabelecimentos do setor terciário presentes em Jaguarari - 2019

Outras atividades de serviços 9,3%


Artes, cultura, esporte e recreação 1,3%
Saúde humana e serviços sociais 10,9%
Educação 10,6%
Administração pública, defesa e seguridade social 1,0%
Atividades administrativas e serviços… 2,6%
Atividades profissionais, científicas e técnicas 3,6%
Atividades imobiliárias 0,7%
Informação e comunicação 1,3%
Alojamento e alimentação 2,3%
Transporte, armazenagem e correio 2,0%
Comércio; reparação de veículos automotores e… 49,3%
Construção 3,6%
Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e… 1,0%
Eletricidade e gás 0,3%

0% 20% 40% 60%

Fonte: IBGE, 2019.

• Agropecuária

Em Jaguari destaca-se dentre as atividades agropecuárias, a agricultura e a pecuária expansiva com


destaque para a caprinocultura. Segundo Censo Agropecuário (2017), dos 49.941 hectares destinados
aos estabelecimentos agropecuários, 38,08% da área refere-se aos sistemas agroflorestais, que
constituem o principal uso da terra, seguida pelas pastagens com 29% e as áreas de matas e florestas –
tanto naturais quanto as destinadas à preservação permanente ou reserva legal com 23,48%. As
atividades de lavouras representaram 4,66% da área dos estabelecimentos, conforme pode-se observar
na Figura 23 .

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Figura 23 Uso da área dos estabelecimentos agropecuários em Jaguarari (2017)


Lâminas
d'água, Lavouras
tanques e 4,66%
outros usos
4,30%

Pastagens
Sistemas 29,50%
Agrofloresta
is
38,04%

Matas ou
Florestas
23,48%

Fonte: IBGE, 2017.

Conforme apresentado, os sistemas agroflorestais utilizam a maior parte da área dos estabelecimentos
agropecuários de Jaguarari. De acordo com censo (2017), as áreas dos sistemas agroflorestais são áreas
cultivadas com espécies florestais também usadas para lavoura e pastoreiro de animais.

Segundo o Censo Agropecuário de 2017 na produção pecuária os principais efetivos são representados
pelos caprinos e ovinos, que compuseram 64,01% do efetivo da pecuária de Jaguarari, sendo 42,14%
caprinos e 21,86% ovinos, esses percentuais podem estar relacionados a elevada adaptação das cabras
e ovelhas às regiões mais secas. As galinhas, galos, frangas, frangos e pintos aparecem em seguida com
efetivo de 27.524 cabeças (24,29%) e os bovinos com 10.539 cabeças (9,14% efetivo).

Na produção agrícola se destaca nas lavouras permanentes os cultivos de banana e nas lavouras
temporárias os cultivos de cana-de-açúcar, o feijão, a mandioca, milho, melancia, e palma forrageira. No
município eram produzidas cerca de 11.761 toneladas da palma forrageira. De acordo com a Embrapa:

“Atualmente, a palma forrageira faz parte da base alimentar dos rebanhos de zonas áridas
e semiáridas. Características como alta palatabilidade, produção de biomassa e resistência
à seca fazem dessa planta um alimento valioso para os rebanhos desta região. No
Semiárido brasileiro, é cultivada em larga escala e usada ao longo do ano, constituindo-se
num componente fundamental para a sustentabilidade de importantes bacias leiteiras do
Nordeste. (Embrapa, 2015)”.

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6.1.4.2 Emprego e renda

Para o item emprego os dados utilizados referem-se a série do Novo CAGED 2020 e contam com dados
até o mês de setembro de 2021. Desta forma, na dimensão de Emprego e Renda, em 2021, o quantitativo
de vínculos empregatícios em Jaguarari totalizou 3.691 contratos formais de trabalho, contingente que
obteve um aumento de 0,6% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 3.191 vínculos de
trabalho em 2020.

No ano de 2020 foram registradas 528 admissões e 426 demissões, o que resultou em um saldo positivo
de 102 novos vínculos de empregos no período. Já em 2021 até o mês de setembro já haviam sido
registradas 890 admissões e 390 desligamentos, o que remete a um resultado de saldo parcial de 500
novos vínculos até o mês de setembro de 2021, o que indica um desempenho superior ao registrado no
ano anterior.

Quanto a distribuição dos postos de trabalho por setores, se destacam a indústria, os serviços e o
comércio, que nos anos de 2020/2021 concentravam maior número de postos de trabalho. Em 2020 o
setor de serviços concentrava 23,08% dos postos formais de trabalho, seguido pelo comércio, com
12,13% e a indústria, com 60,5%. Em 2021 os três setores permaneceram ofertando maior número de
vagas de trabalho, com a representatividade de 23,7% para o setor de serviços, 11,04% para o setor de
comércio e 58,4% para a indústria, ressaltando que os dados se referem até o mês de setembro.

Figura 24 Número de vínculos empregatícios por setores econômicos Jaguarari -2020 e


2021

60,5% 58,4%

23,8% 23,7%

1,2% 3,8%
2,1% 2,7%
12,3% 11,4%

2020 2021*

Comércio Agropecuária Construção Serviços Indústria

*os dados referentes ao ano de 2021 referem-se até o mês de setembro


Fonte: MTE, 2021.

Na desagregação do número de empregos por subsetores da economia tem-se que até de setembro de
2021, na indústria o estoque de postos de trabalho registrado era 2.155 vagas, onde 88,5% dos se
concentram na “indústria extrativista”, com destaque para a extração de cobre, chumbo, zinco e outros
minerais metálicos não ferrosos que registraram 1.908 postos de trabalho. Em seguida aparece a
indústria da transformação com 10,8% dos postos de trabalho de Jaguarari.

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Figura 25 Desagregação de empregos na indústria de Jaguari – até o mês de setembro de


2021

0,0% Industria extrativista


10,8%

Água, esgotos, atividades


de gestão de resíduos e
descontaminação
Eletricidade e Gás

88,5% Industria da
transformação

Fonte: MTE, 2021.

Já no setor de serviços, com relação ao estoque total este era de 875 vagas, onde se destaca a
administração pública com 49,9% dos postos de trabalho. Em seguida aparece as “atividades de
Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas” com
34,3% dos postos de trabalho e as atividades de “alojamento e alimentação” com 6,7% dos postos de
trabalho do setor.

Figura 26 Desagregação de empregos no setor de serviços de Jaguari – até o mês de


setembro de 2021
Alojamento e alimentação
3,9%

6,7%
5,1% Transporte, armazenagem e correio

Informação, comunicação e atividades


financeiras, imobiliárias, profissionais
e administrativas

49,9% 34,3%
Administração pública, defesa,
seguridade social, educação, saúde
humana e serviços sociais

Outros serviços

Fonte: MTE, 2021.

Já na desagregação do comércio, o estoque de empregos até setembro de 2021 era de 420 postos de
trabalho que se concentravam no “comércio varejista”, com 88,1% das vagas, seguida pelo “comércio
por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas” que registrava 6% dos postos de trabalho. As
atividades de “reparação de veículos automotores e motocicletas” registrava 6% dos postos de trabalho,
conforme apresentado a seguir.

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Figura 27 Desagregação de empregos no setor de comércio de Jaguarari – até o mês de


setembro de 2021

6,0% Comércio e reparação de


6,0% veículos automotores e
motocicletas

Comércio por atacado,


exceto veículos
automotores e
motocicletas
Comercio varejista
88,1%

Fonte: MTE, 2021.

Já na construção civil, em Jaguarari, houve o registro de 142 postos de trabalho, dos quais 51,4% eram
referentes a atuação em obras de infraestrutura, 43,0% em construções de edifícios e 5,6% em serviços
especializados para construção. E por fim, na agropecuária, setor de menor participação no estoque de
emprego, o número de postos de trabalho era igual a 99, com as atividades de agricultura, pecuária e
serviços relacionados empregando toda a população do setor. As atividades de produção florestal
concentravam 65,66% dos postos de trabalho e as atividades de apoio à agricultura 25,25% das vagas.

Figura 28 Desagregação de empregos na construção civil e agropecuária em Jaguarari -


(2021 – até mês de setembro)

1,01% 1,01%
5,6% produção florestal

Obras de
infraestrutura
pecuária
25,25%
Serviços
Especializados em
51,4% 43,0% Atvidades de Apoio
Construção
7,07% a agricultura
65,66%
Construção de
Edficios
Produção de mudas
e sementes
certificadas

Fonte: MTE, 2021.

De forma geral até setembro de 2021 em Jaguarari as três atividades que mais empregam são: extração
de cobre, chumbo e zinco (estoque de 1.908 postos de trabalho), administração pública em geral
(estoque de 437 postos de trabalho) e comércio varejista de minimercados (estoque de 370 postos de
trabalho). Entre os setores característicos da cidade, também se destacam as atividades de conservação
de florestas nativas e manutenção e reparação de máquinas e equipamentos.

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6.1.4.3 Finanças públicas

Entre os indicadores econômicos, destacam-se as finanças públicas como uma das mais importantes
para a avaliação da condição econômica do município. Dessa forma, quando estratificada a Receita e a
Despesa municipal, conclui-se que para o ano de 2020 houve um desequilíbrio entre as receitas e
despesas de Jaguarari, considerando que as despesas municipais para o período foram maiores do que
a arrecadação. Em 2020 as receitas orçamentárias municipais somaram R$100.148 milhões ao passo
que as despesas somaram R$107.000 milhões de reais, um déficit de R$6.852 milhões de reais.

Em comparação ao ano de 2019, as receitas aumentaram 1,43%, o que indicou um acréscimo de


R$98.733 milhões de reais na receita, porém as despesas também aumentaram em relação a 2019, com
um crescimento de 27,83% quando foram R$ 83.703 milhões de reais, fato relacionado ao déficit
registrado no ano de 2020, uma vez que no período 2019-2020 houve um aumento proporcional das
despesas sem aumento nas receitas.

Quadro 06 Receitas e Despesas Orçamentárias em Jaguarari em 2019 e2020

Fonte: IBGE, 2018.


Receitas orçamentárias Despesas orçamentárias
Anos
(R$ milhões de reais) (R$ milhões de reais)

2019 98.733.714,14 83.703.941,23

2020 100.148.198,74 107.000.631,75

A receita orçamentária corresponde a todo o orçamento do município, sendo composta pelas receitas
correntes, que são aquelas que são arrecadadas anualmente como os impostos, taxas, contribuições e
outras fontes de recursos para atender às despesas públicas e as receitas de capital, provenientes da
observância de um período ou do produto de um empréstimo contraído pelo Estado em longo prazo. No
ano de 2020, as receitas de Jaguarari foram compostas basicamente pelas Transferências Correntes da
União e do Estado que representam 90,67% das receitas municipais, seguida pelos impostos e taxas,
com 7,46%. As receitas de capital do município representaram 0,09% das receitas orçamentárias e em
2020 as receitas orçamentárias somavam R$100.148 milhões dos quais R$100.056 milhões de reais
constituíam as receitas correntes.

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Figura 29 Composição das receitas orçamentárias de Jaguarari em 2020

1,60% 0,09%
0,18%
7,45%

Impostos e taxas
Receita Patrimonial
Transferencias correntes
Outras receitas correntes
Receitas de capital

90,67%

Fonte: MTE, 2021.

As principais rubricas que compõem o orçamento dos municípios mineradores são a cota parte da CFEM,
o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), a cota do Fundo de Participação Municipal
(FPM) e a cota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). O ICMS
incide sobre serviços de telecomunicação, os transportes intermunicipais e interestaduais, a importação
e sobre a prestação de serviço com emprego de material. Em Jaguarari estas rubricas destacadas
representaram 52,82% das receitas municipais em 2020. Destaca-se que o FPM é a receita que colabora
mais significativamente no quadro das receitas municipais, com participação de 23,28% das receitas.
Em seguida aparece o ICMS, tributo está ligado diretamente à capacidade produtiva e de consumo
municipal, com participação de 19,16% das receitas de 2020; os royalties da mineração (CFEM), em
função do município receber a maior parte das estruturas do complexo minero industrial da Mineração
Caraíba, tem participação de 5,45% e o ISSQN de 4,92%.

Destaca-se ainda em Jaguarari as receitas provenientes de convênios com instituições públicas como o
Sistema Único de Saúde – SUS que representaram 12,43% das receitas e transferências de recursos do
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da
Educação – FUNDEB e 13,80% das receitas totais. Cabe citar que estas transferências de recursos da
União, Estado ou outras instituições públicas em 2020 somaram 26,24% das receitas orçamentárias de
Jaguarari.

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Figura 30 Principais rubricas que compõe as receitas municipais de Jaguarari -2020

FUNDEB
FPM 13,80%
23,28%
SUS
12,43%

ICMS
19,16%
ISSQN
4,92%
CFEM
5,45%

Fonte: MTE, 2021.

Outras fontes de arrecadação selecionadas são apresentadas no quadro a seguir.

Quadro 07 Receita Orçamentária selecionadas – Município de Jaguarari – 2020

Fonte: SICONFI, 2020.


Participação
Receitas Correntes Valor (R$)
(%)
IPTU 181.503,56 0,18%
Impostos sobre a Produção, Circulação de Mercadorias e
4.932.282,43 4,92%
Serviços
Impostos e
Taxas IRPQ 2.053.280,32 2,05%

ITBI 56.144,30 0,06%

Taxas 236.104,49 0,24%


Receita
Receita Patrimonial 181.649,89 0,18%
Patrimonial
FPM 23.313.756,53 23,28%
Cota-parte da Compensação Financeira
5.460.849,40 5,45%
de Recursos Minerais - CFEM
Cota-Parte do Fundo Especial do
375.022,33 0,37%
Petróleo – FEP
Transferência
Transferências SUS 12.453.151,14 12,43%
Federal
correntes Fundo Nacional do Desenvolvimento da
1.511.807,80 1,51%
Educação – FNDE
Fundo Nacional de Assistência Social –
1.197.892,30 1,20%
FNAS
Outras transferências da União 12.069.719,93 12,05%

ICMS 19.188.583,94 19,16%

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IPVA 1.019.551,71 1,02%


Transferência
IPI 148.376,31 0,15%
Estadual
Outras transferências estaduais 247.567,58 0,25%

Transferências de Outras Instituições Públicas 13.822.572,92 13,80%

Receitas de Capital 92.190,48 0,09%

Outras receitas correntes 1.606.191,38 1,60%

Receita Orçamentária Total 100.148.198,74 100,00%

Já as despesas em 2020 somaram R$107.000 milhões de reais e em sua maioria são direcionadas para a
manutenção da máquina pública, tendo nas Despesas com Pessoal e Encargos Sociais a maior parcela de
49,35%. As outras despesas correntes relacionadas a manutenção e o funcionamento da máquina
administrativa do governo, tais como aquisição de material de consumo, pagamento de diárias,
contribuições, subvenções, entre outros tiveram participação de 36,23% das despesas. As despesas
capitais, que incluem os investimentos responderam por 14,42% das despesas municipais. Cabe citar,
que a parte destinada aos Investimentos é o que possibilita algumas das melhorias necessárias para o
bem-estar da população, como infraestruturas de saneamento, educação e saúde.

Figura 31 Composição (%) das Despesas Corrente em Jaguarari (2020)

15%
Pessoal e Encargos
Sociais

49% Outras Despesas


Correntes
Despesas de Capital
36%

Fonte: SICONFI, 2021.

6.2 Entrevistas junto a Agentes Públicos e Liderança Locais

Para o município de Jaguarari, foram realizadas entrevistas com treze stakeholders locais, conforme
apresentado no Quadro 01 a seguir. Ressalta-se que dentre estes foram aplicados quatro questionários
do Distrito de Pilar de forma a obter informações específicas desta região que abriga o empreendimento
e sofrerá influência direta diante do fechamento da mina.

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Quadro 08 Questionários e entrevistas aplicadas no âmbito do trabalho de campo


Fonte: Sete, 2021
Nº de pessoas Nº de
Tipo de questionário Público-alvo Local
entrevistadas questionários
Pastas: Administração/Meio
Questionário – agentes
Ambiente/Agricultura Jaguarari/BA 05 01
públicos
/Saúde /Educação
Secretaria de Administração Distrito de
Questionário – agentes
Distrital de Pilar Pilar - 01
públicos
(SEAD/PILAR) Jaguarari/BA
01
Distrito de
Questionário – agentes
Pasta de Educação Pilar - 02
públicos
Jaguarari/BA
Distrito de
Questionário – CDL – Câmara de Dirigentes
Pilar - 01 01
Instituições/Lideranças Logística
Jaguarari/BA
Distrito de
Questionário – Associação dos
Pilar - 01 01
Instituições/Lideranças Aposentados/Liderança
Jaguarari/BA
Secretaria de Distrito de
Questionário –
Desenvolvimento Pilar - 03 01
Instituições/Lideranças
Social/CRAS Jaguarari/BA
Total 13 06

De acordo com as entrevistas realizadas, cuja metodologia foi descrita no itemErro! Fonte de
referência não encontrada., segue apresentada em Quadro 09, síntese das respostas obtidas para os
principais itens abordados.

Quadro 09 Consolidação das entrevistas junto aos agentes públicos e lideranças locais
Fonte: Sete, 2021.
Jaguarari
Item
Sede Distrito de Pilar
Adutora/polo de
Ponto
comercialização/estrutura de
forte/potenciali Agropecuária/agricultura/reciclagem/compostage
município/agropecuária/piscicultur
dades do m/componente humano
a/material
município
humano/esporte/artesãos
Licitações/custo da água/seca/falta
Ponto fraco Carência de água
de interesse na busca de projetos
Efetivo insuficiente/ausência de
Segurança -
viatura de porte
Habitação - Pouca disponibilidade/aluguel caro
Infraestrutura - Transporte público (restrito e caro)
Estabelecimento
Ausência de serviços de
s
- informática/baixa qualidade dos
comerciais/servi
serviços
ços
Lazer - Ausência de espaço públicos

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Jaguarari
Item
Sede Distrito de Pilar
Fome/pobreza/desemprego/baixa qualificação de Desigualdade/uso de
Problema social
mão de obra/desigualdade entorpecentes/famílias vulneráveis
Comprometimento da segurança hídrica/fossas
Problema Lixão/animais soltos/carência de
negras/esgoto a céu aberto/lixões/ queima de
ambiental água
resíduos /mineração clandestina
Burocracias/falta de
Problema na
Regulações/procedimentos/licitações especialidades/logística de
área da saúde
deslocamento de pacientes
Número de vagas limitadas para
capacitação do corpo
Problema na Licitações/número de estabelecimentos docente/abandono escolar devido à
área da insuficientes/estruturas precárias/ausência de gravidez na
educação cursos profissionalizantes adolescência/dificuldade de
aprendizado/falta de interesse dos
alunos/defasada
Arrecadação/circulação de dinheiro/ampliação e
fortalecimento do comércio/ execução de projetos
Geração de emprego e
socioambientais e culturais/geração de emprego e
Benefícios da renda/treinamentos/investimentos
renda/cessão de espaços para implantação de
mineração nas comunidades/doações/
projetos da
Programa Jovem Aprendiz/royalties
prefeitura/parcerias/doações/Programa Jovem
Aprendiz
Estética/área ambiental/situação
econômica (pós fechamento)
Preocupações Fechamento da mina (desemprego)
/reflorestamento com espécies
sobre a /desmatamento/trânsito de veículos/saúde o
exóticas/ não priorização da mão de
mineração trabalhador/não priorização da mão de obra local
obra local/não priorização do
comércio local
Aplicação da Porcentagem fixa apenas para secretaria de meio Têm conhecimento do recurso, mas
CFEM ambiente (5%) não sabem como é aplicado
Construções de barragens para
armazenamento de água de
Novas explorações minerais/instituir coleta
Expectativas dos chuva/emancipação do
seletiva/compostagem/regularizar a distribuição
entrevistados distrito/implantação de coleta
da CFEM/investimentos em agricultura
seletiva/investimentos em cultura e
lazer/construção da Loja do Artesão

6.3 Mão de obra empregada


Como o Projeto Oxidado está inserido na Mina Matriz, ele não possui mão de obra separada. Sendo assim,
será apresentado a caracterização da mão de obra da referida mina. De acordo com os dados
disponibilizados pela Mineração Caraíba em outubro de 2021, a Mina Matriz possuía 3.105 funcionários,
sendo 1.710 próprios e 1.395 terceirizados o que representa respectivamente 55% e 45%. Deste total
aproximadamente 90% são do sexo masculino e 10% do sexo feminino..

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Plano Conceitual de Fechamento de Mina – Projeto Oxidado

Figura 32 Próprio x Terceiro Figura 33 Mão de obra por sexo

Fonte: Sete, 2021 Fonte: Sete, 2021

A mão de obra local, ou seja, considerados os nascidos nos municípios de Jaguarari, Juazeiro e Curaçá no
estado da Bahia somam 1.119 funcionários, representando uma porcentagem de 36% do efetivo próprio
e terceirizado. Considerando a avaliação de um total de 2.885 funcionários, tendo em vista que não foi
possível a determinação do local de moradia de 220 funcionários terceirizados, aproximadamente 80%
residem nos municípios de Jaguarari, Juazeiro e Curaçá, sendo Jaguarari o mais representativo
(Jaguarari – 1926 funcionários, Juazeiro – 213 funcionários e Curaçá – 150 funcionários).

Figura 34 Mão de obra local Figura 35 Moradia local da mão de obra

Fonte: Sete, 2021


Fonte: Sete, 2021

Figura 36 Mão de obra local Figura 37 Moradia local da mão de obra

Fonte: Sete, 2021 Fonte: Sete, 2021

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Plano Conceitual de Fechamento de Mina – Projeto Oxidado

Em relação à categoria das funções determinada para funcionários próprios, a Mina Matriz possui 116
postos de trabalho com a função voltada para gestão, 156 de especialistas, 364 técnicos e 1074 do setor
operacional. Para os postos de trabalho de gestão é exigido instrução de nível superior ou técnico, para
especialista exige-se nível superior, já para técnicos é exigida formação de nível técnico e para operação
o ensino médio. Relacionando a categoria a mão de obra local, a Mina Matriz possui 20 postos de
trabalho de gestão (13 de Juazeiro, 5 de Jaguarari e 2 de Curaçá), 20 de especialistas (12 de Juazeiro e 8
de Jaguarari), 125 técnicos (71 de Juazeiro, 48 de Jaguarari e 6 de Curaçá) e 453 de operação (231 de
Juazeiro, 180 de Jaguarari e 42 de Curaçá).

Figura 38 Categoria da mão de obra Figura 39 Categoria da mão de obra


própria própria local

Fonte: Sete, 2021


Fonte: Sete, 2021

Do total de 1.710 funcionários próprios, 213 possuem nível de ensino superior (12%), 423 possuem
nível técnico (25%) e 1.074 ensino médio (63%). Ao relacionar o grau de instrução a mão de obra local
tem-se: 25 funcionários com nível superior (16 de Juazeiro e 9 de Jaguarari), 140 funcionários com nível
técnico (80 de Juazeiro, 52 de Jaguarari e 8 de Curaçá) e 453 funcionário com ensino médio (231 de
Juazeiro, 180 de Jaguarari e 42 de Curaçá). Avaliando de forma geral o grau de instrução dos
funcionários próprios da Mina Matriz, dos 1.710, 63% possuem nível de ensino médio contra 37% que
possuem uma qualificação maior, podendo ser superior ou técnica. Do total de 1.074 que possuem
ensino médio, 42% são mão de obra local e superior ou técnica 26% são locais (165 funcionários).

Os gráficos a seguir apresentam algumas das informações supracitadas.

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Figura 40 Grau de instrução da mão de Figura 41 Grau de instrução da mão de


obra própria obra própria local

Fonte: Sete, 2021 Fonte: Sete, 2021

6.4 Ações e Programas Socioambientais Desenvolvidos pela MCSA – Mina


Matriz
A MCSA - Mineração Caraíba S/A realiza investimentos sociais em diversas áreas, através de programas,
projetos e ações socioambientais, visando contribuir para o desenvolvimento sustentável das áreas de
influência de seus empreendimentos, atuando nos municípios de Jaguarari, Juazeiro e Curaçá na Bahia.
Estes investimentos sociais configuram o compromisso da MCSA em manter de forma harmônica e
transparente o seu relacionamento comunitário, sua responsabilidade socioambiental com os atores
impactos de alguma forma com as atividades da empresa, incentivando sua independência econômica e
valorização da cultura local.

A seguir são detalhados os projetos, programas e ações socioambientais desenvolvidos e apoiados pela
Mineração Caraíba nas áreas de influência do Projeto Oxidado, que por sua proximidade, possui a mesma
área de influência da Unidade Mina Matriz. Programa Sustentabilidade Rural no Semiárido.

• Programa Sustentabilidade Rural no Semiárido

o Projeto Cadeia Produtiva da Caprinovinocultura: a MCSA, através deste projeto, oferece


assistência técnica e uso de tecnologias para proporcionar o manejo adequado dos animais
visando uma maior rentabilidade produtiva e consequentemente econômica, reforçando a
preservação da caatinga. Dentre as ações do projeto estão: introdução de tecnologias de
produção de alimento animal, melhoramento genético dos rebanhos, montagem dos
negócios e ampliação dos processos de beneficiamento dos produtos e derivados da
atividade rural.

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o Polo de Produção de Forragem - Banco de Proteína: o objetivo deste projeto é disponibilizar


alimentação para os animais, para manter a rotina alimentar anual sem interferência,
garantindo assim, uma produção de animais de qualidade para a produção de leite e corte,
sem interferência do índice pluviométrico da região.

o Laticínios (Cooperativas Mãos do Campo e Sabor do Sertão): os laticínios são uma


alternativa de impulsionar a agroindústria local através do seu potencial na caprinocultura
através do desenvolvimento produtivo do leite e derivados como queijos, requeijão
cremoso, bebida láctea, iogurtes, entre outros. A MCSA apoia os laticínios em suas
estruturações físicas e assistência técnica especializada.

o Projeto Sistema Integrado de Produção de Alimento: o projeto consiste na instalação de


módulos para desenvolvimento de atividades de acordo com as necessidades e aptidões
para produção de alimentos e criação de animais para subsistência das famílias e
comercialização do excedente proporcionando complementação da renda.

o Projeto Polo de Confinamento: este projeto consiste no melhoramento na criação de


animais para corte (caprinos e ovinos), organizando o setor produtivo, criando rede de
produção e comercialização entre os produtores da região.

• Programa Raízes

o Projeto Horta Comunitária: este projeto consiste no incentivo de produção de alimentos


como hortaliças, tubérculos, frutas, entre outros, sem utilização de agrotóxicos,
proporcionando uma alimentação mais saudável para seus consumidores e geração de
renda aos produtores através da comercialização de seus produtos.

o Projeto Viveiro de Mudas: este projeto consiste na implantação de viveiro para produção de
mudas nativas da caatinga. Além de incentivar a valorização e preservação da caatinga, este
projeto proporciona a geração de renda para os produtores através da comercialização das
mudas para pessoas externas e para própria mineradora que as utiliza na recuperação de
áreas degradadas e em ações de educação ambiental promovidas nas escolas e
comunidades.

• Programa Empreendedorismo "Uma questão de atitude"

o Projeto Oficina Santo Couro: com o apoio na MCSA, em 2017, iniciou-se a estruturação do
espaço e introdução de novas técnicas para produção de novos produtos como sandálias,
bolsas, cintos, chaveiros e vestimentas para o público em geral, visando o fortalecimento da
atividade através do incentivo da sua expansão, proporcionando geração de renda e a
valorização da sua cultura.

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o Fábrica de Beneficiamento de Frutas – Empreendimento Camélias: suas atividades


consistem no beneficiamento de frutas para fabricação de doces, geleias, sorvetes, polpas e
compotas, visando além de agregar valor econômico para região, proporcionar a
complementação na renda destas famílias e contribuir para a autoestima destas
empreendedoras. O empreendimento Camélias conta com o apoio da MCSA na sua
estruturação física, aquisição de maquinários e processo de regularização.

o Grupo Atelier da Fulô no Distrito de Pilar: trata-se da produção e comercialização de peças


artesanais como pano de prato, máscaras, bonecas, necessaire, porta álcool em gel entre
outros. A MCSA apoiou o grupo através de compra de produtos, equipamentos e cursos
profissionalizantes.

• Programa de Educação Ambiental

o Projeto Fazendo Arte com Sustentabilidade e Cidadania: o projeto consiste em ações


educativas e práticas na adaptação de áreas recreativas através da construção de
peças/estruturas reutilizando materiais descartados e plantio de mudas nativas da
caatinga.

• Programa de Formação Profissional

o EJA – Educação de Jovens e Adultos - Programa Descobre: o programa é realizado em


parceria com o SESI - Serviço Social da Indústria e tem como objetivo a promoção da
Educação de Jovens e Adultos a distância, considerando metodologias do ensino
Fundamental II (6º ao 9º ano) e do Ensino Médio (1º ao 3º ano) em idade considerada
regular àqueles que estejam acima dos 18 anos, com ensino adaptada para pessoas que não
conseguem o acesso ao ensino convencional.

o Curso de Operações e Logística no período de dezembro 2018 a fevereiro 2019: o curso


proporcionou a formação de duas turmas, uma no distrito Pilar atendendo as comunidades
da área de influência dos Empreendimentos Matriz e Suçuarana e a outra no Distrito
Pinhões atendendo as comunidades da área de influência dos Empreendimentos Surubim e
Vermelhos.

o Programa Jovem Aprendiz: desde 2009 a MCSA em parceria com o SENAI - Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial promove o programa direcionado para jovens de 18 a 22 anos
da rede pública das áreas de influência dos empreendimentos. Os cursos oferecidos foram:
Auxiliar de Processo de Mineração; Auxiliar de Processos Administrativos; Auxiliar de
Manutenção Industrial; Auxiliar de Perfuração e Desmonte e Auxiliar de Beneficiamento de
Minério.

o AEP- Associação dos Estudantes de Pilar: a MCSA apoia financeiramente a associação no


auxílio dos custos com o transporte dos comunitários que realizam cursos de nível técnico
e superior nas cidades de Juazeiro/BA e Petrolina/PE, contribuindo para a formação
profissional de jovens e adultos da região.

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• Programa IntegrAÇÃO

o Incentivo ao Esporte – PIEP – Programa de Incentivo ao Esporte de Pilar e PIES – Programa


de Incentivo ao Esporte de Surubim: os programas consistem na realização de atividades
esportivas contemplando as modalidades de futsal, futebol de campo, natação, dança,
música e artes em parceria com o Clube Pilar e acompanhamento pedagógico em interface
com as escolas locais. A MCSA apoia desde 2005 na disponibilização de locais para
realização das atividades, profissionais (professores e coordenador) e materiais utilizados.

o Ação: Escolinha de Atletismo Flamengo: a escolinha realiza ações educacionais de incentivo


à prática de esportes, incentivando uma vida mais saudável e a valorização da família. A
MCSA realiza uma doação mensal para auxiliar nas despesas locais (alimentação, água,
energia e internet) e apoia também nos deslocamentos para eventuais competições.

• Esporte, Cultura, Lazer, Solidariedade e Desenvolvimento Local

o Museu do Vaqueiro: a MCSA em parceria com a Associação dos Vaqueiros apoiou a


revitalização e estruturação do prédio.

o Contribuições para manifestações culturais, religiosas e esportivas, solidariedade e


desenvolvimento econômico para comunidades:

o Missa de Vaqueiros: trata-se de um evento religioso e tradicional na cultura popular


do nordestino para mostrar a bravura, a dedicação e a fé do homem da caatinga
mesmo diante das adversidades provocadas pelos fatores climáticos. A MCSA realiza
doação financeira para custear parte das despesas das associações com o evento.

o Manifestações religiosas: a MCSA apoia as comunidades do entorno dos


empreendimentos na realização de ações e festejos religiosos tradicionais,
respeitando assim a cultura e crença local, preservando a história de cada uma.

o Exposições e Feiras de Caprinos e Ovinos: desde o ano de 2012 a Mineração Caraíba


apoia a realização em parceria com o poder Público Municipal local, comissões e
associações de cada comunidade. Como uma forma de potencializar e valorizar a
atividade a MCSA apoiou também a participação dos grupos que estão produzindo
produtos derivados de leite de cabra, artesanatos e outros nas feiras regionais.

o Casa de recuperação "Fazenda Renascer": trata-se de uma instituição de recuperação e


dependência química que acolhe pessoas do distrito de Pilar e comunidades do entorno. A
MCSA apoiou na construção da sede e a manutenção do projeto é realizada através de
doações fixas dos sócios que são colaboradores da própria empresa e de outras entidades.

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• Relacionamento Comunitário e Gestão Participativa: A MCSA tem um canal de comunicação com


os stakeholders com compromissos com base no respeito e transparente através de reuniões,
visitas e interfaces diversas, visando aprimorar o conhecimento, alinhamento/nivelamento das
informações, formar parcerias para consolidação das ações sustentáveis, estabelecer e
acompanhar as ações socioambientais de forma compartilhada. A empresa mantém a
comunicação e elo entre os parceiros e instituições a saber:

o CAEs – Comissões de Acompanhamento dos Empreendimentos da MCSA: com o objetivo de


levar informações e desenvolvimento de ações socioambientais para as comunidades das
áreas de influência dos empreendimentos Surubim, Suçuarana e Vermelhos, onde acontece
as reuniões bimestrais em cada área de influência;

o Poder Público Municipal de Jaguarari Juazeiro, Curaçá: A empresa de forma comprometida


e com responsabilidade, mantem fielmente o repasse de impostos referente a produção de
minério e no desenvolvimento de trabalhos socioambientais em parceria com as
comunidades, contribuindo para o processo de desenvolvimento sustentável;

o Consultorias: As consultorias são partes essenciais para o andamento das atividades


socioambientais, conjunto de informações e aplicação de conhecimento com o objetivo de
implantar ações socioambientais nas comunidades das áreas de influência dos
empreendimentos;

o Universidades: Parceria de conhecimento e aplicação de técnicas com tecnologias


apropriadas para o processo de desenvolvimento das ações socioambientais para melhor
resultado;

o Entidades governamentais: Apoio no processo de licenciamento dos negócios apoiados pela


MCSA com o objetivo de legalizar e impulsionar as atividades de produção, como também
na identificação de mercado, estudo de viabilidade entre outras ações complementares
(ADAB e CESOL);

o Visitas, assessorias e acompanhamento social: É realizado periodicamente a interface com


as lideranças, superficiários, entidades escolares, lideranças comunitárias, lideranças
públicas e privadas com o objetivo de ampliar a comunicação com informações que possam
a somar para o processo de relacionamento de confiança e com responsabilidade entre as
partes, criando condições para ampliar as informações e montagem de negócios
sustentáveis.

o Relacionamento com a Câmara de Dirigentes de Logistas (CDL): A CDL do distrito de Pilar


é uma entidade que tem o objetivo de representar o comercio local, trabalhando com
campanhas e realização de ações complementares em busca da valorização do poder de
compra, consumo local, além de orientar os comerciantes e empreendedores sobre a
importância de manter valores acessíveis para os moradores. Essa relação é importante
para fortalecer as iniciativas e produção local, na busca de um bem coletivo,
alavancando os negócios de forma sólida e sustentável.

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Ao longo dos seus mais de 50 anos de atividades minerárias na região, a MCSA vem contribuindo para o
desenvolvimento das áreas de influência de seus empreendimentos, não apenas com os trabalhos de
novas pesquisas minerais, aumento de sua produção e consequentemente aumento na arrecadação de
impostos, mas também através dos investimentos nas potencialidades das áreas de influência de seus
empreendimentos com adoção de novas tecnologias para melhores práticas socioambientais,
estruturação dos empreendimentos, assistência técnicas, ações educativas, entre outros, como pôde ser
evidenciado no decorrer deste relatório.

O Quadro 10, a seguir consolida as ações da empresa, sua localidade e o quantitativo aproximado dos
beneficiados. as ações e investimentos sociais da empresa para todos os seus empreendimentos, com
seu descritivo, localidade, e quantitativo aproximado dos beneficiados. Ressalta-se que estas ações
iniciaram em 2015 e até junho do ano de 2021 foram investidos aproximadamente R$19.685.000,00.

Quadro 10 Histórico dos Investimentos Sociais

Abrangência/
Projeto/Programa Descrição Beneficiados
Empreendimento
Projeto Cadeia Produtiva da
250 produtores
Caprinovinocultura
Queijaria Cacimba do Silva 6 famílias
44 produtores/
Cooperativas/Laticínios
Cooperados
Programa Sistema Integrado de Produção de Alimento 45 famílias Matriz, Surubim,
Sustentabilidade Suçuarana e
Rural no Semiárido Polo de Produção de Forragem - Banco de Vermelhos
08 famílias
Proteína
Polo de Confinamento 18 famílias
Capril Leiteiro 12 famílias
Fábrica de cosméticos artesanal-
06 famílias
Essências da Caatinga
Projeto de Horta Comunitária Pilar 18 famílias
Matriz
Programa Raízes Projeto Horta Comunitária Povo Unido 105 famílias
Projeto Viveiros de Mudas 10 famílias Matriz e Surubim

Programa Projeto Oficina Santo Couro 07 famílias


Empreendedorismo Fábrica de Beneficiamento de Frutas –
09 famílias Matriz
"Uma questão de Empreendimento Camélias
atitude" Grupo Atelier da Fulô 06 famílias
Programa de
Projeto Fazendo arte com Sustentabilidade e Matriz, Surubim,
Educação 3.000 alunos
Cidadania Suçuarana e
Ambiental
Vermelhos
Programa de Projeto Jovem Aprendiz 550 formados
formação Matriz, Surubim e
profissional EJA – Educação de Jovens e Adultos - SENAI 81 alunos
Suçuarana

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Abrangência/
Projeto/Programa Descrição Beneficiados
Empreendimento
Curso de Operações e Logística no período
92 formados Matriz e Surubim
de dezembro 2018 a fevereiro 2019
AEP- Associação dos estudantes de Pilar 130 sócios Matriz
Projetos de incentivo ao esporte de Pilar e
Programa 500 alunos Matriz e Surubim
Surubim - PIEP e PIES
IntegrAÇÃO
Ação: Escolinha de Atletismo Flamengo 50 alunos Matriz
Museu do Vaqueiro 1.500 Matriz
Esporte, Cultura,
Contribuições para manifestações culturais,
Lazer,
religiosas e esportivas, Solidariedade e Matriz, Surubim,
Solidariedade e 20.000 pessoas
desenvolvimento econômico para Suçuarana e
Desenvolvimento
comunidades Vermelhos
Local
Casa de recuperação "Fazenda Renascer" 400 internos

7. ALTERNATIVAS DE USO FUTURO


Os processos e programas de fechamento das atividades de mineração devem ser pensados de forma a
permitir a continuidade de alguma atividade econômica que gere emprego e renda para a comunidade,
assim como na implementação das melhores práticas ambientais, minimizando os impactos negativos
gerados durante a operação do empreendimento, bem como, atender as exigências legais e
coorporativas da empresa.

No caso do fechamento do Projeto Oxidado, a alternativa de uso futuro da área deverá estar associada
ao fechamento da Mina Matriz da Mineração Caraíba, onde o projeto está inserido.

Das alternativas discutidas e aventadas no Plano de Fechamento da Mina Matriz, elaborado pela SETE
em 2021, para a área da mina, da planta de beneficiamento de minério e das estruturas de apoio
operacional, cinco (05) delas foram analisadas, como indicadas a seguir:

o Utilização da área para instalação de Distrito Industrial diversificado ou Polo Industrial;

o Utilização da área para instalação de Polo de Agroindústria;

o Utilização para instalação de Centro Educacional Agrícola e Ambiental.

o Utilização para instalação de Usina Fotovoltaica para geração de energia solar.

o Utilização para implantação de Reserva Ambiental, com estrutura de turismo e educação


ambiental.

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Observa-se que esta avaliação não compreendeu as áreas da Cava Principal à céu aberto, das pilhas de
estéril e rejeitos, da mina subterrânea e da barragem de rejeitos, uma vez que o uso futuro dessas áreas
é bastante restrito em função das suas características geotécnicas e geoquímicas. Nesta condição deve
ser incluída, também, a Pilha de minério lixiviado do Projeto Oxidado, objeto deste Plano de Fechamento.

A avaliação das alternativas de uso futuro do Projeto Oxidado, (juntamente com o da Mina Matriz) foi
realizada considerando os aspectos técnicos, socioeconômicos, ambientais, legais e financeiros,
abordando:

o Os aspectos legais;

o Os aspectos socioeconômicos;

o A melhoria da qualidade socioambiental;

o A sustentabilidade em longo prazo;

o A manutenção da imagem corporativa da empresa.

Após a ponderação dos critérios socioeconômicos e ambientais das alternativas de usos futuro do
Projeto Oxidado e da Unidade Matriz, pode-se prever que todas as alternativas analisadas são
tecnicamente viáveis e passiveis de serem adotadas, seja de forma isolada ou combinada, conciliando,
por exemplo, a implantação de distrito industrial nas áreas ocupadas usina de beneficiamento e
instalações de apoio operacional, de usina fotovoltaica em área no entorno da subestação ou em outras
áreas alteradas e de criação de Reserva Ambiental nas áreas das cavas, pilhas de estéril e onde ocorrem
fragmentos de vegetação nativa em melhor estágio de conservação da Fazenda Caraíba, como no caso
do entorno da barragem de rejeitos.

Ressalta-se que esta avaliação retrata a condição atual e que poderá ser alterada com a mudança de
condições locais, de mercado, da política econômica, e ainda da forma de avaliação e valores da equipe
que fizer a avaliação dos critérios.

Cabe ressaltar que a alternativa de implantação de “Polo de Agroindústria” é a que, apesar de possuir
grande potencial de incremente socioambiental na região, necessita de uma melhor avaliação com
relação à viabilidade de se implanta um projeto de irrigação, dada a escassez de água da região.

Por outro lado, no caso da definição do uso futuro da área ocupada pela Unidade Matriz
(consequentemente o Projeto Oxidado), deve ser levado em consideração o Termo de Acordo Coletivo
de Privatização da Mineração Caraíba, celebrado em 06 de julho de 1994 com os empregados da
Mineração Caraíba S.A., que, visando à indenização do passivo trabalhista e cível, estabeleceu, em sua
Cláusula Terceira, que a empresa “doará todas as terras de sua propriedade para a Cooperativa de
Trabalhadores a ser criada, devendo planejar a transmissão de tais bens ao longo dos anos, até a extinção
econômica da lavra”. Neste caso, esta Cláusula compreende também a área ocupada pelo Projeto
Oxidado, uma vez este se insere na Fazenda Caraíba.

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De acordo com a Cláusula Quinta do referido Termo de Acordo, a empresa deverá “transferir para a
mesma Cooperativa de Trabalhadores, após o encerramento da lavra e/ou disponibilização, os
equipamentos que possam servir à implementação de projetos econômicos alternativos que objetivem
a perenização da vila de Pilar e da atividade econômica na região, mediante a apresentação de projetos
específicos”.

A Cláusula Sexta do Termo de Acordo estabelece, ainda, que a Mineração Caraíba “transferirá para a
Cooperativa de Trabalhadores a adutora de água do rio São Francisco e seus equipamentos após o
encerramento da lavra e/ou disponibilização”.

De acordo com o Aditivo ao Termo de Acordo Coletivo sobre a Privatização, de 18 de novembro de 1996,
os bens patrimoniais mencionados nas Cláusulas Terceira, Quarta, Quinta e Sexta deverão ser doados a
EPC - Empresa de Participação Comunitária Pilar S.A. (empresa formada pela associação dos
trabalhadores e ex-trabalhadores da Mineração Caraíba).

Neste contexto, de maneira a permitir melhor avaliação por parte da Mineração Caraíba, foi feita a
estimativa dos custos de fechamento do Projeto Oxidado, considerando a “entrega” da área pronta para
implantação das alternativas de uso avaliadas no Plano de Fechamento da Mina Matriz (SETE, 2021),
não estando inclusos os custos para implantação de qualquer das alternativas, exceto a recuperação e
revegetação das áreas alteradas pela atividade minero-industrial.

A visão e a estratégia global da empresa e as discussões e definições em conjunto com a EPC Pilar S.A
deverão de fato definir a melhor opção de uso futuro para a área da Mina Matriz, incluindo a área do
Projeto Oxidado.

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8. CENÁRIO DE FECHAMENTO E PLANO CONCEITUAL DO PROCESSO DE


DESCOMISSIONAMENTO
Para o processo de descomissionamento do Projeto Oxidado partiu-se da premissa da situação atual das
estruturas do empreendimento, o que implicará na desmontagem e remoção das estruturas e
infraestruturas existentes, que não serão reutilizadas ou reaproveitadas e reabilitação das áreas
alteradas pela atividade minero-industrial.

No Quadro 11, a seguir, são listadas as principais estruturas e áreas do Projeto Oxidado que serão objeto
de descomissionamento, os conceitos dos processos básicos previstos para o fechamento das estruturas
e as ações a serem realizadas nas fases de pré-fechamento, fechamento e pós-fechamento.

Na fase de pré-fechamento, ou seja, cinco anos antes do início efetivo das atividades de fechamento,
deverão ser elaborados e detalhados os estudos e projetos específicos para cada área ou estrutura
visando a sua desativação. Na fase de fechamento são descritos os serviços a serem executados para
descomissionamento das pilhas de lixiviação e de minério lixiviado, das instalações de britagem, dos
tanques de produtos, das baias (piscinas) de efluentes e galpões da eletrólise e da extração por solventes
e, na fase de pós-fechamento, os monitoramentos e atividades de manutenção necessárias à verificação
da estabilização das áreas.

As estruturas existentes na fase atual do Projeto Oxidado estão associadas ao atual grau de
conhecimento sobre o progresso das atividades de beneficiamento de minério na planta de lixiviação e
das instalações operacionais. Mudanças no planejamento do empreendimento, com a inclusão de novas
estruturas ou instalações, retomada da operação e/ou mudanças no processo, deverão ser objeto de
atualização nas próximas revisões do Plano de Fechamento.

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Quadro 11 Condições de Fechamento do Projeto Oxidado

Previsão de Encerramento
Estruturas Situação Atual Ações na Fase de Pré-Fechamento Ações na Fase de Fechamento Ações na Fase de Pós-Fechamento
das Atividades
A desmobilização das estruturas e equipamentos
da britagem deverá ser realizada por meio das
seguintes atividades:
Deverão ser elaborados os seguintes estudos e projetos - Execução da desmontagem elétrica, hidráulica e Deverão ser executados os seguintes
visando a desativação das instalações de britagem: mecânica e das redes de tubulações; programas:
- Plano específico de investigação da contaminação do solo na - Transporte e armazenamento dos materiais e - Monitoramento geoquímico;
- A área da britagem incluindo
Área das Instalações de - A britagem encontra-se área; equipamentos;
a pilha de minério ocupa uma - Monitoramento da qualidade do ar;
britagem paralisada - Projeto específico para desmontagem, demolição e - Demolição das estruturas em concreto;
área de 59,0 ha. - Monitoramento de processos
destinação das estruturas, com levantamento quantitativo - Descontaminação do solo, caso necessário; erosivos;
das estruturas e equipamentos para estabelecimento das
ações de reaproveitamento e comercialização. - Regularização topográfica da área. - Gestão de resíduos sólidos.
- Adequação do sistema de drenagem pluvial
- Recuperação ambiental da área e revegetação
com espécies nativas.
A desmobilização das estruturas e equipamentos
dos tanques de produtos e das piscinas de
efluentes deverá ser realizada por meio das
Deverão ser elaborados os seguintes estudos e projetos seguintes atividades:
- A área das piscinas de visando a desativação da área das piscinas e dos tanques de - Execução da desmontagem elétrica e mecânica e Deverão ser executados os seguintes
efluentes são produtos: das redes de tubulações; programas:
impermeabilizadas com - Área das piscinas de - Plano específico de investigação da contaminação do solo - Transporte e armazenamento dos materiais e - Monitoramento geoquímico;
Área das piscinas de geomembrana em PEAD nas áreas;
efluentes e dos tanques de equipamentos;
efluentes e dos tanques - Monitoramento da qualidade do ar;
- A área dos tanques de produtos encontra-se - Projeto específico para desmontagem e remoção dos - Demolição das estruturas em concreto;
de produtos - Monitoramento de processos
produtos, incluindo o dique de paralisadas. tanques de produtos e das piscinas de efluentes com
contenção de sedimentos levantamento quantitativo dos equipamentos para erosivos;
ocupam juntos cerca de5,4 ha. reaproveitamento e comercialização. - Descontaminação do solo, caso necessário; - Gestão de resíduos sólidos.
- Regularização topográfica da área.
- Adequação do sistema de drenagem pluvial
- Recuperação ambiental da área e revegetação
com espécies nativas.
Deverão ser elaborados os seguintes estudos e projetos
- Os galpões da eletrólise e da específicos para desmobilização dos galpões da eletrólise e Deverão ser executados os seguintes
extração por solventes da extração por solventes: - Deverão ser mantidos os galpões da eletrólise e programas:
Galpões da eletrólise e - Os galpões da eletrólise e da
encontram-se paralisados, da extração por solventes para uso futuro. - Monitoramento geoquímico;
da extração por extração por solventes ocupam - Plano específico de investigação da contaminação do solo
porém serão utilizadas até o
solventes 0,5 ha. nas áreas; - Monitoramento da qualidade do ar;
encerramento das atividades
da Mina Matriz. - Projeto específico para desmobilização e desativação das - Gestão de resíduos sólidos.
estruturas.
- A Pilha de disposição de
minério lixiviado e as pilhas de Deverão ser executados os seguintes
lixiviação ocupam juntas cerca Deverão ser elaborados os seguintes estudos e projetos Programas:
Área das pilhas de de 29,3 ha específicos para fechamento da Pilha de minério lixiviado:
- Tendo em vista as características geotécnicas das - Monitoramento geoquímico;
lixiviação e Pilha de - Toda a base das pilhas são - A operação das pilhas - Estudos e avaliação geotécnica dos taludes da pilha para seu
pilhas, a área deverá ser totalmente reabilitada, - Monitoramento geotécnico;
disposição de minério impermeabilizadas com encontram-se paralisada. fechamento.
impossibilitando a sua ocupação antrópica futura. - Monitoramento da revegetação;
lixiviado geomembrana em PEAD - Projeto de reconformação dos taludes e de recobrimento e
- Os efluentes são direcionados impermeabilização de toda a superfície das Pilhas. - Monitoramento de processos
para piscinas erosivos.
impermeabilizadas.

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Plano Conceitual de Fechamento de Mina – Projeto Oxidado

9. AÇÕES DE DESCOMISSIONAMENTO
9.1 Bases e Premissas de Fechamento
Para a consolidação do Plano de Fechamento, são necessárias informações devidamente mapeadas que
irão demonstrar o arranjo final do empreendimento, no momento de seu fechamento, aqui considerado
como sendo próximo ao encerramento da sua vida útil. Tais informações são produzidas com o objetivo
de caracterizar adequadamente cada uma das estruturas que foram associadas ao empreendimento.

A Agência Nacional de Mineração - ANM é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério de Minas e
Energia, responsável pela gestão da atividade de mineração e dos recursos minerais brasileiros, exceto
hidrocarbonetos e substâncias nucleares. A agência estabeleceu na Norma Reguladora nº 20, que deve
ser elaborado e apresentado aquela autarquia um “plano de desmobilização das instalações e
equipamentos que compõem a infraestrutura do empreendimento mineiro” indicando-se o destino a ser
dado aos mesmos.

Segundo o Código de Mineração (Decreto-Lei nº 227/67), uma mina é definida como sendo “a jazida em
lavra, ainda que suspensa”, considerando-se como parte integrante dela, dentre outros, os edifícios,
construções, máquinas, equipamentos e instrumentos destinados à mineração e ao beneficiamento do
produto da lavra, desde que esteja realizado na área de concessão da mina.

Assim, considera-se que deverão ser alvo da futura desmobilização, desativação ou descaracterização
das instalações e equipamentos que não terão mais utilização, após o encerramento das atividades
minero-industriais.

Como premissa de uso futuro adotada no Plano Conceitual de Fechamento do Projeto Oxidado, as
estruturas das instalações de britagem, dos tanques de produtos e das baias (piscinas) de efluentes
serão desmontadas, descomissionadas e removidas após o encerramento das operações e a áreas
remanescentes recuperadas. Serão mantidos e galpões da eletrólise e da extração por solventes. As
estruturas que não podem ser removidas devido à sua rigidez locacional, como a pilhas de minério
lixiviado, serão mantidas tal como foram implantadas e submetidas a processos de recuperação
ambiental.

Desta forma, na etapa de fechamento será realizada a recuperação das áreas ocupadas pelas estruturas
do empreendimento visando a sua integração ao ambiente e a paisagem local. O projeto de recuperação
dessas áreas deverá prever, portanto, os serviços de reconformação física e topográfica das superfícies,
após a desmontagem, demolição e remoção de todas as estruturas e instalações do Projeto Oxidado.

Posteriormente, deverão ser executados os serviços de recuperação ambiental dessas áreas, consistindo
na implantação de sistemas de drenagem superficial e subsuperficial e revegetação das superfícies
expostas.

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9.2 Plano Conceitual de Descomissionamento das Estruturas


Para o detalhamento dos projetos de descomissionamento, algumas ações serão realizadas em maior ou
menor intensidade em função das características de cada estrutura, tais como:

o Levantamento topográfico;

o Adequação do sistema de monitoramento geotécnico;

o Adequação/reconformação dos taludes;

o Adequação do sistema de efluentes;

o Revegetação dos taludes, bermas e área remanescente;

o Implantação de barreiras de segurança (cercamento);

o Adequação do sistema de drenagem superficial.

9.2.1 Pilha Residual de Minério Lixiviado e Pilhas de Lixiviação


Ao elaborar o Programa de Fechamento da Pilha Residual de Minério Lixiviado e Pilhas de Lixiviação
deverá ser avaliada a situação real da pilha com relação às condições de estabilidade dos taludes
obtendo-se informações para o cenário de fechamento.

Em função das características dos materiais lançados pode ser previsto o recobrimento da pilha com
camada impermeabilizante (PEAD e outras camadas drenantes, impermeabilizantes e de solo) para
evitar a infiltração das águas pluviais e a solubilização de metais e a possibilidade da geração de
drenagem ácida.

No início do Programa de Fechamento, portanto, deve-se avaliar as condições da pilha quanto à


necessidade de correções pontuais nos taludes, na revegetação e no sistema de drenagem superficial.
As condições geotécnicas das estruturas devem ser monitoradas por meio de instrumentação específica.

Alcançar a condição da paralização de intervenções ou manutenções é um dos objetivos para o


descomissionamento de pilhas de rejeitos. Esta condição poderá ser verificada através do
desenvolvimento da vegetação (rasteira e arbustiva) e da drenagem superficial durante o período de
manutenção e monitoramento no pós-obra.

9.2.1.1 Cobertura das Pilhas de Minério Lixiviado

Após concluída a reconformação topográfica da pilha de minério lixiviado, o rejeito deverá ser recoberto
para evitar infiltração das águas pluviais e a solubilização de metais e a possibilidade da geração de
drenagem ácida. Cabe mencionar que essa cobertura será executada de forma progressiva, a medida em
que o processo de reconformação topográfica seja concluído.

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A adoção de uma boa cobertura e a redução no aporte de água no rejeito/minério lixiviado são medidas
decisivas para o fechamento da pilha. Mesmo prevendo a coleta e o tratamento de efluente, o cuidado
na implantação de uma boa cobertura tem o objetivo de reduzir consideravelmente o contato e a
infiltração da água pluvial com o rejeito e, consequentemente, reduzir a vazão a ser tratada a jusante da
pilha.

Para a escolha do tipo de cobertura mais adequada deve ser levado em consideração as condições
originais da pilha e as características do local, tais como: clima, características do rejeito, geologia,
hidrogeologia, hidrologia e a disponibilidade local dos potenciais materiais para cobertura.

Para recobrimento da pilha sugere-se a metodologia denominada Store and Release Cover, que se baseia
no método de armazenagem e liberação de água. Consiste em desenvolver horizontes de solos com boa
qualificação, formados geralmente por uma camada drenante, composta por estéril da mina, logo acima
do rejeito, seguida por uma camada de argila compactada.

Depois será colocada outra camada de proteção (permeável) e, por último, uma camada de topsoil que
dará sustentação à cobertura vegetal.

Além disto, antes mesmo das coberturas iniciais das camadas Store and Release Cover, foi considerada a
cobertura completa das pilhas com uma camada de PEAD impermeável para garantir o isolamento do
rejeito.

Antes do lançamento da membrana de PEAD, a superfície será regularizada com a remoção dos
fragmentos pontiagudos que possam romper a membrana, o que a tornaria de baixa eficiência.

Ressalta-se ainda que não deverão ser lançados produtos de hidrocarbonetos ou outras substâncias que
possam reagir com a membrana.

A cobertura do tipo armazenagem e liberação de água é recomendada para regiões de clima árido e
semiárido, pois melhora o processo envolvidos devido às altas taxas de evaporação comparadas à baixa
precipitação características da região. Porém, as mesmas características climáticas podem agir
negativamente, promovendo a dessecação da camada de argila, exigindo, portanto, a proteção
superficial com um solo arenoso fino.

A cobertura PEAD e Store and Release Cover será feita através do lançamento dos materiais constituindo
basicamente as seguintes camadas (de baixo para cima):

• Camada de PEAD (Polietileno de alta densidade) é uma resina de alto peso molecular com
qualidades mecânicas que podem se manter inalteradas por muito tempo e sua cobertura serve
como camada impermeabilizante para o minério lixiviado.

• Camada drenante e de regularização - não controlada, com espessura variável de 0,40 a 3,00 m.
Essa camada deve ser composta por material fino, sem a presença de blocos. O material deve ser
disposto de forma a regularizar a área e formar a barreira capilar, impedindo o movimento da
umidade para baixo ou para cima dentro da camada rejeito.

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• Solo compactado controlado (camada de impermeabilização, comumente utilizada a argila), com


aproximadamente 50 cm de espessura, assentado sobre a camada drenante, com o objetivo de
reduzir a infiltração das águas de chuva. A camada de argila vai reduzir ou eliminar a percolação
de água superficial, devido a sua baixa permeabilidade.

• Solo de conformação final (camada de proteção), densificado, com cerca de 50 cm de espessura. A


camada deverá apresentar características de solo granular (mesmo que fino) auxiliando no
armazenamento de umidade, para proteger a camada de argila do ressecamento e assegurar a
drenagem da cobertura vegetal.

• Solo vegetal (topsoil) espalhado, com cerca de 1m de espessura, funcionando principalmente para
sustentação da vegetação.

A Figura 42 , a seguir, apresenta um esquema da cobertura da pilha.

Figura 42 Esquema do recobrimento da pilha de minério lixiviado

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9.2.2 Instalações de Britagem e Tanques de Produtos


No escopo inicial do Programa de Fechamento devem ser levantadas e avaliadas ambientalmente todas
as instalações que compõe o cenário do Projeto, para que, em seguida, sejam programadas as ações
necessárias para o fechamento.

De uma maneira geral, o descomissionamento relativo à essa tipologia de ativo inclui a investigação de
áreas com potencial de contaminação e eventual reabilitação; atividades de desmobilização de
equipamentos, demolição e remoção de edificações; adequação pontual da drenagem superficial e
revegetação da área.

Com o fim das atividades do Projeto Oxidado, as estruturas em concreto devem ser demolidas de forma
a estabelecer uma condição de risco ambiental reduzido. Os sistemas de drenagem superficial deverão
ser readequados, em função da nova condição de reabilitação proposta.

Os equipamentos mecânicos do britador e tanques deverão ser avaliados quanto à possibilidade de


aproveitamento em outras unidades da empresa. Caso não haja esta opção, o material será destinado à
reciclagem ou encaminhado ao descarte como resíduo, conforme estabelece a legislação.

No cenário de fechamento, foi considerada a escavação para retirada das estruturas e posterior
regularização das superfícies das piscinas (exceto as piscinas 2A e 2B que serão mantidas em casos de
emergência ), além da revegetação da área deixando-a apta para o uso futuro a ser definido.

No cenário de fechamento foi prevista a manutenção dos Galpões da eletrólise e da extração por
solventes para serem utilizadas no futuro, após a sua desmobilização.

9.3 Plano Conceitual de Estabilização Física e Químicas das Estruturas


Remanescentes
As atividades minero-industriais causam diversas modificações topográficas de caráter permanente,
decorrentes de aspectos relacionados a própria movimentação de minério, do sistema de drenagem, da
conformação dos taludes e possíveis contaminações de solos e águas superficiais e subterrâneas.

O planejamento para o fechamento deve ter como diretriz o desenvolvimento de processos de


descomissionamento voltados para a segurança da área.

Compreendem os Sistemas de Controle Ambiental: Sistemas de drenagem; de Contenção de Sedimentos;


de Tratamento de Efluentes; de Gestão de Resíduos; de Controle de Material Particulado (Aspersão de
vias/caminhões).

Como critério geral, para todas as áreas, será considerado que as atividades de fechamento deverão
cumprir os requisitos de estabilidade física e química que possibilitem a obtenção de condições de
desativação das operações minerárias formada pelos seus processos e tarefas, ainda que algumas das
estruturas possam ter restrições de uso futuro da sua área.

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Por estabilidade física entende-se que as estruturas deverão ser estáveis a longo prazo, como por
exemplo aquelas que ficarão permanentemente, no seu local de construção, como a pilha de minério
lixiviado e alguns acessos internos, para propiciar e permitir, no futuro, que se possa realizar inspeções
nessa estrutura.

A estabilidade das estruturas do ponto de vista geotécnico (pilha de minério lixiviado, diques, taludes,
acessos, estruturas de drenagem, etc.) deve ser obtida utilizando-se soluções técnicas que não
requeiram manutenção no pós-fechamento e supervisão operacional futura e que, por definição, não
mais existirão após o fechamento da Unidade. Desta forma, pretende-se que no processo de
estabilização e recuperação de áreas seja minimizado o uso de estruturas em concreto e outros materiais
nas obras de estabilização, que possam necessitar de manutenção no futuro sendo que, em
determinados casos, serão priorizadas estruturas formadas por enrocamentos (blocos de rocha)
devidamente dispostos, integrando-os como parte das estruturas que vierem a ser desmobilizadas.

As obras de estabilização de taludes, reforços ou desativação do dique de contenção, além da


reconformação de sistemas de drenagem, deverão ser feitas, preferencialmente, com solo e rocha e
projetadas e implantadas para atender aos requisitos de estabilidade física, a serem alcançados por
ocasião do fechamento dessas áreas.

Por estabilidade química entende-se que uma área a ser restaurada não estará sujeita, posteriormente,
a processos que possam torná-la uma fonte de alteração da qualidade das águas ou do solo. Ressalta-se
que serão realizadas previamente a atividade de fechamento campanhas de investigações preliminares
e confirmatórias de possíveis contaminações do solo e águas superficiais e subterrâneas, em especial
nas áreas de estocagem, manuseio e utilização de insumos e produtos que apresentem potencial para
contaminações.

9.4 Plano Conceitual de Estabilização Biológica das Estruturas Remanescentes


A estabilização biológica das estruturas remanescentes se refere ao processo de ocupação da fauna e da
flora nas áreas que foram degradadas pelas fases da mineração, retornando ao local uma condição
autossustentável.

De acordo com a Norma ABNT de Elaboração e Apresentação de Projeto de Reabilitação de Áreas


Degradadas pela Mineração - NBR 13.030:1999, o termo “áreas degradadas” pode ser definido como
áreas com diversos graus de alteração dos fatores bióticos e abióticos, causados pelas atividades de
mineração. Para que estas áreas retornem a uma condição estável do ponto vista físico, químico e
biológico é necessário que passem por um processo de recuperação, reabilitação ou restauração.

No Decreto Federal nº 97.632/1989, que regulamenta o artigo segundo da Lei Federal nº 6.938/1981
(Política Nacional do Meio Ambiente), o termo recuperação é definido como o “retorno do sítio
degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano preestabelecido para uso do solo, visando
à obtenção de uma estabilidade do meio ambiente”.

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Para os efeitos da Norma NBR 13030 a ABNT (1999), aplicam-se algumas definições, dentre elas as
seguintes:

o Reabilitação: conjunto de procedimentos através dos quais se propicia o retorno da função


produtiva da área ou dos processos naturais, visando adequação ao uso futuro.

o Recuperação: conjunto de procedimentos através dos quais é feita a recomposição


da área degradada para o estabelecimento da função original do ecossistema

A restauração de uma área minerada visa à reconstrução de um ambiente o mais semelhante possível
ao natural. No entanto, considerando que o ambiente é resultante da interação existente entre os meios
físico, químico e biológico, resultando na cobertura vegetal e sua fauna associadas, são três as condições
básicas necessárias para que ocorram os processos de sucessão em uma área a ser restaurada:

o Disponibilidade de local adequado, com substrato adequado;

o Disponibilidade de diferentes espécies e;

o Disponibilidade de diferentes performances entre as espécies

Neste contexto, todas as áreas degradadas geradas nas etapas de implantação e operação e fechamento
do Projeto Oxidado, incluindo, a pilha de minério lixiviado e a área das pilhas de lixiviação, das
instalações de britagem, dos tanques de produtos e das baias (piscinas) de efluentes desativadas serão
revegetadas, utilizando-se os conceitos de reabilitação ou recuperação em função do uso futuro de cada
área ou estrutura.

De forma geral são reconhecidos três grandes conjuntos de alternativas aplicadas à recuperação de
áreas degradadas: revegetação, geotecnologias e remediação, visando, sobretudo a estabilidade
biológica, física e química do ambiente, respectivamente. Na prática, estas medidas são empregadas de
modo combinado, sendo conjugadas técnicas de revegetação com procedimentos de natureza
geotécnica.

Existem várias técnicas de recuperação de áreas degradadas deverão ser utilizadas de acordo com as
características de cada área e com os recursos disponíveis, dentre as quais se destacam o plantio de
mudas, a semeadura direta; a indução da regeneração natural e a deposição de serapilheira e solo
orgânico (top-soil).

Uma técnica de revegetação já utilizada pela Mineração Caraíba é a nucleação por meio de “ilhas de
revegetação”, sendo um procedimento com altos índices de sucesso para restauração ecológica e
reabilitação de áreas degradadas no Brasil. A nucleação promove maior atratividade para a fauna, dando
assim uma imediata função ecológica ao local, enquanto a vegetação implantada está em crescimento
primário.

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A nucleação por ilhas de vegetação está sendo utilizada na recuperação das áreas da barragem de
rejeitos e das pilhas de estéril da Unidade Matriz, associado a implantação de ilhas de material orgânico.

Outra técnica que deverá ser utilizada no processo de recuperação é a implantação de atrativos para a
fauna. Com a aplicação dessa técnica, espera-se que as espécies da fauna original recolonizem a área,
reestabelecendo, assim, os processos ecológicos. Dessa forma, o plantio de espécies utilizadas pela fauna
para alimentação ou a instalação de poleiros e nichos, com a colocação de troncos, galhadas e pedras,
aumentam a complexidade estrutural do ambiente, conferindo sustentabilidade às atividades de
recuperação das áreas degradadas.

9.5 Medidas para Impedir o Acesso não Autorizado às Instalações do


Empreendimento Mineiro e para Interdição dos Acessos às Áreas Perigosas
Com a exaustão e fechamento do Projeto Oxidado, o acesso será mantido por uma única via. Durante a
fase de pós- fechamento e somente uma via interna deverá ser mantida para atender as atividades de
descomissionamento, recuperação e monitoramento.

As vias desativadas serão escarificadas, preparadas e revegetadas, de forma que sejam inseridas no
processo de recuperação ambiental das demais áreas do empreendimento.

Em conformidade com a NRM-12, medidas de impedimento ao acesso não autorizado às instalações do


empreendimento mineiro e para interdição dos acessos às áreas perigosas deverão ser tomadas.

Desta forma as áreas desativadas da pilha de minério lixiviado que ofereçam perigo devido à sua
condição ou profundidade deverão ser cercadas e sinalizadas e se for o caso vigiadas contra o acesso
inadvertido.

Em todos os acessos remanescentes a sinalização deverá ser mantida em perfeito estado de limpeza e
conservação.

As cerca de divisa da propriedade rural deverão ser periodicamente vistoriadas para que não haja a
entrada de animais que possam se acidentar.

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10. IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS NA FASE DE


FECHAMENTO
Neste item, são identificados os impactos ambientais decorrentes do processo de fechamento do Projeto
Oxidado, elaborado com base no diagnóstico ambiental dos meios físico, biótico e socioeconômico,
utilizando, como referência, o cenário descrito no Plano Conceitual de Descomissionamento. A partir da
identificação dos impactos ambientais são indicados os programas de gestão ambiental a serem
implantados nas fases de pré-fechamento, fechamento e pós-fechamento do Projeto.

É importante salientar que não foi realizada uma avaliação dos impactos, mas uma identificação dos
efeitos decorrentes do fechamento sobre os aspectos dos diferentes meios envolvidos (físico, biótico e
socioeconômico).

10.1 Impactos sobre o Meio Físico


• Restauração da morfologia do relevo e da paisagem

Durante a fase de fechamento do empreendimento, a reabilitação das áreas impactadas pelas atividades
minerárias poderá trazer, como efeito direto, a restauração do relevo e da paisagem ocupada pelo
Projeto Oxidado, através da recomposição topográfica e da vegetação nativa nas áreas das instalações
de britagem e das pilhas de lixiviação e na pilha de minério lixiviado.

Ainda que a reconformação do relevo original não seja retornada, pode-se considerar esse impacto como
positivo, em função da minimização do impacto visual causado pelas estruturas e superfícies com solo
exposto.

Para que os efeitos desse impacto sejam potencializados, na fase de fechamento do Projeto Oxidado,
deverá ser implementado um Plano de Recuperação das Áreas Degradadas - PRAD, o qual deverá conter
as medidas necessárias para a recuperação das áreas de forma definitiva, após o encerramento das
atividades. O PRAD deverá levar em consideração os usos futuros propostos para cada uma das áreas.

• Alteração da qualidade das águas superficiais e assoreamento dos cursos d’água em função do
carreamento de sedimentos

As obras a serem realizadas durante o fechamento do Projeto Oxidado, incluindo a remoção e


desmontagem da infraestrutura existente e reconformação topográfica das áreas, poderão ocasionar
processos erosivos e, consequentemente, o carreamento de sedimentos para os cursos d’água durante
o período chuvoso.

O carreamento de sedimentos poderá, potencialmente, impactar as propriedades das águas superficiais


do riacho Sulapa. Ressalta-se que esse curso d’água encontra-se, atualmente, sobre a influência também
das atividades minerárias da Mina Matriz.

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Deverá ser considerado que, durante a fase de fechamento, a exposição de solos não agregará
quantidades expressivas de sedimentos, em comparação àquelas geradas nas fases de operação do
empreendimento. Desta forma, espera-se que esse impacto seja pouco significativo.

Os sistemas de drenagem e de contenção de sedimentos deverão ser mantidos durante o processo de


fechamento e pós-fechamento do Projeto, devendo, no entanto, serem realizadas manutenções
periódicas, conforme previsto no Programa de Controle de Processos Erosivos e Assoreamento.

Na fase de pós-fechamento, quando a reabilitação ambiental estiver concluída, espera-se uma


significativa melhora na qualidade dos cursos d’água localizados na área de influência do Projeto
Oxidado, em função da minimização da geração de sedimentos.

Ressalta-se que o Programa de Monitoramento Geoquímico será, também, uma ferramenta essencial
para o acompanhamento da eficiência das ações de controle a serem adotadas nas fases de fechamento
e pós-fechamento do Projeto.

• Alteração da qualidade dos solos

Mesmo que a área apresente concentrações para determinados elementos químicos mais elevadas do
que o padrão normal encontrado em áreas não mineralizadas (Arsênio e Ácido Sulfúrico), as atividades
do Projeto Oxidado pode apresentar potencial para impactar os solos locais e, por consequência, os
sedimentos de corrente da rede de drenagem do seu entorno.

Assim como há interação entre solos e sedimentos, há entre estes e águas superficiais uma interface com
constante troca química entre si, momento em que as variações de pH e Eh, além das atividades
bacterianas e do oxigênio, provocam mudanças químicas constantes no ambiente, redundando na
precipitação e ou solubilização de parâmetros químicos inorgânicos e orgânicos no meio.

Além das áreas utilizadas durante a operação do Projeto Oxidado podem existir outros locais com solo
com potencial de estarem contaminados. Essas áreas estão ligadas as pilhas de lixiviação e pilhas de
minério e a áreas das piscinas. A área afetada por esta contaminação potencial pode, também, ter se
estendido para áreas mais distantes devido à dispersão atmosférica de concentrado de cobre, trânsito
de veículos com este material, e a ação eólica sobre as pilhas de minério, que deverão ser investigadas,
uma vez que podem tornar fonte para lixiviação e solubilização de compostos químicos pelas águas
pluviais que podem interferir na qualidade das águas superficiais e subterrâneas.

Com relação aos resultados dos estudos de Potencial Drenagem Ácida de Mina (Hidrogeo, 2019) as
amostras coletadas nas pilhas de estéril apresentaram potencial de solubilização, contudo, o balanço
hídrico da região é negativo, não caracterizando, a princípio, um elevado risco ambiental.

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Assim, considera-se que, mesmo temporariamente, a movimentação de materiais e de solos, durante as


atividades de fechamento do Projeto Oxidado, poderá contribuir para a alteração dos solos locais, pelo
fato de desagregar partículas que poderão ser carreadas, tanto para a rede de drenagem, quanto
solubilizadas pela infiltração da água das chuvas, atingindo-se os níveis inferiores do perfil de solo,
podendo finalmente impactar, inclusive, as águas subterrâneas.

A geração de resíduos durante a desmontagem e remoção das estruturas da planta de lixiviação, se não
dispostos adequadamente, também poderão provocar a contaminação do solo e das águas superficiais
e subterrâneas.

Neste contexto, para comprovar a qualidade dos solos das áreas a serem descomissionadas, deverá ser
realizado na fase de pré-fechamento um Programa de Investigação do Solo e Descontaminação do Solo
nas áreas potencialmente contaminadas nas áreas do Projeto Oxidado a serem desmobilizadas.

• Alteração da qualidade das águas superficiais e subterrâneas

Os impactos sobre as águas superficiais dos cursos d’água sob influência do Projeto Oxidado, na fase de
fechamento, serão consequência direta dos trabalhos de retirada e deposição de materiais nas áreas da
Unidade. Os impactos diretos são provocados, principalmente, pela desagregação do solo que redunda
no transporte de parte desse material na forma solida ou dissolvida para a rede de drenagem,
provocando a alteração da qualidade das águas superficiais.

Do mesmo modo, as águas subterrâneas poderão ser impactadas, uma vez que águas de chuva, ao
infiltrarem no solo, solubilizam, ainda mais, as partículas de sais livres com metais, que são carreadas
para níveis inferiores do terreno até atingirem o lençol freático local.

No entanto, espera-se que na fase de pós-fechamento, tal impacto seja minimizado em função do término
das atividades e da implantação das ações propostas no Programa de Investigação do Solo e
Descontaminação do Solo nas áreas potencialmente contaminadas nas áreas do Projeto Oxidado a serem
desmobilizadas.

Durante as fases de fechamento e pós-fechamento da Unidade deve-se manter o monitoramento das


águas superficiais e subterrâneas, em pontos específicos no entorno, para avaliar os níveis de
contaminação dos mananciais a montante e a jusante do empreendimento, conforme previsto no
Programa de Monitoramento Geoquímico. Além destas medidas, são mantidas duas piscinas para conter
qualquer tipo de extravasamento

• Potencial de ocorrência de processos de instabilidades geotécnica

Na fase de pós-fechamento poderão ocorrer nos taludes da pilha de minério lixiviado, instabilidades
geotécnicas e movimentos de massa. Os processos de instabilidade nos taludes da pilha poderão
ocasionar processos erosivos e carreamento de sedimentos para os cursos d’água durante o período
chuvoso.

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Plano Conceitual de Fechamento de Mina – Projeto Oxidado

Poderão ocorrer, ainda, na fase de pós-fechamento, processos de instabilidades geotécnicas e rupturas


no maciço do dique de contenção de sedimentos, colocando em risco a segurança da área.

Considerando que os taludes da pilha serão executados de acordo com um projeto específico, para o
qual deverá ser realizado um estudo geotécnico na fase de pré-fechamento, e que deverá ser realizada a
descaracterização do dique de contenção, a ocorrência destes eventos pode ser considerada pouco
provável.

Recomenda-se, no entanto, a realização de monitoramentos periódicos, conforme previsto no Programa


de Monitoramento Geotécnico, cuja finalidade é avaliar as condições de segurança dessas estruturas.

• Alteração da qualidade do ar

A execução dos serviços de desmobilização e desmontagem das instalações de britagem e demolição das
estruturas do Projeto Oxidado, além da reconformação topográfica das áreas com a movimentação de
máquinas, veículos e equipamentos poderá, na fase de fechamento, potencializar alterações na
qualidade do ar, em decorrência da emissão de material particulado.

No entanto, na fase de pós-fechamento, quando deverão ser realizadas as atividades de reabilitação


ambiental, esses índices tendem a reduzir, melhorando, significativamente, a qualidade do ar no
entorno.

Desta forma, o monitoramento da qualidade do ar na área de influência do Projeto Oxidado deverá ser
continuado após a fase de fechamento, conforme apresentado no Programa de Monitoramento
Qualidade do Ar.

• Alteração dos níveis de pressão sonora

Durante a fase de fechamento poderá ocorrer a geração de ruídos nas obras de desmontagem das
instalações de britagem, demolição das estruturas e operação de máquinas e equipamentos para
reconformação topográfica das áreas. O ruído gerado é inerente ao tipo de atividade e de difícil controle,
não sendo possível o enclausuramento de equipamentos utilizados nesta fase.

No entanto, na fase de pós-fechamento, com a paralisação das atividades nas áreas da mina, haverá a
diminuição significativa da geração de ruídos, reduzindo significativamente os níveis de pressão sonora
na região do empreendimento.

• Alteração da qualidade das águas e contaminação do solo pela geração de resíduos sólidos

A alteração da qualidade das águas superficiais e subterrâneas e contaminação do solo decorrente da


geração de resíduos sólidos durante o fechamento do Projeto Oxidado são potenciais impactos
identificados nessa fase. A devida aplicação de mecanismos de controles destes impactos, tais como, a
manutenção das ações de coleta seletiva, acondicionamento correto, disposição temporária adequada,
tratamento e disposição final adequados dos resíduos sólidos gerados, minimizam ao máximo estes
impactos.

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Os resíduos e/ou materiais gerados nas tarefas de desmobilização das instalações de britagem,
desmonte e demolição das estruturas do Projeto Oxidado poderão ser reutilizados em outras áreas da
empresa, ou destinados à sucata, de acordo com o estado de conservação e condições de
aproveitamento. Esses materiais deverão permanecer dispostos em áreas internas da empresa,
previamente definidas e preparadas até que seja dada destinação adequada aos mesmos. Resíduos
sólidos e equipamentos contendo óleos e graxas ou substâncias contaminantes deverão ser dispostos
adequadamente, em função da sua caracterização e classificação de acordo com as normas técnicas da
ABNT.

Durante a desmobilização das áreas potencialmente contaminadas poderão ser gerados resíduos
sólidos perigosos os quais deverão ter a destinação final adequada.

Deverão ser previamente avaliadas na fase de pré-fechamento do empreendimento, as medidas de


controle e de gestão adequada de resíduos, através das ações previstas no Programa de Gestão de
Resíduos Sólidos, tais como: coleta, disposição temporária em áreas impermeabilizadas, tratamento e
disposição final adequada.

Deverá ser realizado, também na fase de pré-fechamento, um Programa de Investigação do Solo e


Descontaminação do Solo nas áreas potencialmente contaminadas nas áreas do Projeto Oxidado a serem
desmobilizadas.

Durante as fases de fechamento e pós-fechamento da Unidade deve-se manter o monitoramento das


águas superficiais e subterrâneas, conforme previsto no Programa de Monitoramento Geoquímico.

10.2 Impactos sobre o Meio Biótico


A avaliação de potenciais impactos relacionados ao fechamento do Projeto Oxidado sobre o meio biótico
reflete, no curto prazo, a alguns possíveis impactos já prognosticados para o meio físico, tais como a
melhoria da qualidade das águas e do ar e redução dos níveis de pressão sonora, minimizando a pressão
antrópica sobre os habitats e à fauna silvestre.

Assim, com a paralisação das atividades e desmobilização das estruturas, os impactos sobre o meio
biótico serão positivos, proporcionados pela ausência de movimentação de pessoas, máquinas e
equipamentos dentro da área, redução da geração de ruídos e retorno progressivo da cobertura vegetal
nativa.

A partir da fase de pré-fechamento e fechamento terão lugar ações de reabilitação das áreas alteradas,
resultando na restauração da paisagem e na revegetação das áreas degradadas, favorecendo a sucessão
natural, com um gradual incremento qualitativo e quantitativo da biodiversidade.

Destaca-se que a progressão dos eventos de regeneração natural da vegetação será influenciada pela
definição do uso futuro das áreas.

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10.3 Impactos sobre o Meio Socioeconômico


Com o fechamento do Projeto Oxidado é inevitável o surgimento de impactos tanto positivos quanto
negativos. Desta forma, é muito importante a proposição de medidas que visam a mitigação dos
impactos negativos previstos e o planejamento e execução destas medidas, que repercutem sobre a
dimensão econômica e social na área de influência. Cabe ressaltar que este PFM considera o fechamento
do Oxidado simultaneamente ao fechamento da unidade Matriz. Com isso, os impactos, principalmente
os socioeconômicos serão avaliados considerando esta condição. Vale considerar que, atualmente o
Projeto Oxidado encontra-se paralisado, e os impactos socioeconômicos gerados apenas pelo Projeto
Oxidado, caso ele volte a operação, serão semelhantes aos gerados pela Unidade Matriz, porém, em
menor proporção.

A seguir são detalhados os impactos no meio socioeconômico.

• Perda de arrecadação pública

Conforme descrito no diagnóstico socioambiental, compõem importante fonte de arrecadação dos


municípios das áreas de influência as arrecadações como a CFEM - Compensação Financeira pela
Exploração de Recursos Minerais e ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, onde a
Mineração Caraíba contribui de forma significativa e direta, principalmente nos municípios de Jaguarari
e Curaçá. De forma indireta, acrescenta-se as arrecadações provenientes de empresas terceirizadas que
prestam serviço para a MCSA que contribuem através de repasses como ISSQN - Imposto Sobre Serviços
de Qualquer Natureza e ICMS.

Desta forma, como haverá redução na soma de todos os produtos e serviços finais produzidos, refletindo
no PIB - Produto Interno Bruto dos municípios, a cota parte do ICMS também sofrerá diminuição.

Todas estas perdas em arrecadações, impactarão diretamente na economia pública, comprometendo os


investimentos em diversas áreas como assistência social, infraestrutura, meio ambiente, turismo,
cultura, esporte, lazer, entre outros, que consequentemente afetará na qualidade de vida dos moradores.

• Diminuição do quantitativo de postos de trabalho existentes na área de influência do


empreendimento

Conforme informado pela MCSA, a Mina Matriz possui atualmente 1710 empregados diretos e 1395
terceirizados totalizando 3105. Especificamente, 263 empregados no total passaram pelo Projeto
Oxidado, sendo que o pico foi em março de 2013 com 147 empregados simultaneamente. Atualmente, o
projeto encontra-se paralisado e boa parte da mão de obra foi absorvida pela Mina Matriz.

Considerando o retorno das atividades do Oxidado com contratação de mão de obra, mesmo havendo a
possibilidade de relocação de empregados para outras unidades do complexo minero-industrial da
MCSA, parte da mão de obra provavelmente não será absorvida e mesmo estes futuramente também
serão desmobilizados quando do fechamento desta nova unidade.

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Sendo assim, a diminuição destes postos de trabalho também é responsável por alterações sociais e
econômicas, não exclusivamente nas áreas de influência do empreendimento, mas também de uma
forma mais abrangente considerando o efeito-renda que envolve toda cadeia produtiva e de consumo.

Para o emprego efeito-renda considera-se o comportamento do consumo proveniente da renda dos


trabalhadores o que aumenta a demanda por bens e serviços. Por exemplo, o aumento no consumo de
queijo de cabra, muito comum na região, acarreta na geração de empregos diretos como nos laticínios e
indiretos através dos criadores de cabra. Sendo assim, havendo a diminuição nos postos de trabalho
provenientes do fechamento da mina, haverá também diminuição no consumo e consequentemente
redução dos empregos nos setores responsáveis pela produção destes bens.

• Redução dos níveis de emprego, da renda e do consumo

Do ponto de vista econômico, o fechamento do Projeto Oxidado, terá um impacto direto geração de
tributos, nos níveis de emprego e renda e consequentemente no consumo local.

Caso o Projeto Oxidado retome as atividades, o fechamento do mesmo irá gerar a eliminação de postos
de trabalho diretos, causando um impacto no consumo da região, principalmente em Jaguarari onde é
residência de aproximadamente 80%, das pessoas que ali trabalham, se tomarmos como referência
dados apresentado na unidade Matriz,. Essa perda de recursos na economia municipal seria responsável
pelo fechamento de diversos postos de trabalho, o que ocasionará a diminuição da renda e do consumo
dos cidadãos residentes que não possuem ligação direta com a Mineração Caraíba, mas são prestadores
de serviços para funcionários do empreendimento.

Concluindo, com o fechamento haverá uma redução significativa na renda da população, não só nos
salários dos trabalhadores, como também no consumo, nos tributos oriundos da atividade minerária e
nos lucros e aluguéis dos diversos agentes econômicos da região, direta ou indiretamente vinculados ao
empreendimento.

• Retração das atividades econômicas e perda da importância econômica relativa no cenário


microrregional

Caso o Projeto Oxidado venha a ser continuado, com o seu fechamento, a redução das atividades
econômicas poderá ter repercussão na formação do Produto Interno Bruto do município de Jaguarari e,
em menor escala, de Curaçá, Juazeiro e Uauá. Tal repercussão deverá ser semelhante à causada pelo
fechamento da Unidade Matriz, porém em escala menor, devido ao menor número de funcionários que
seriam designados para o Projeto Oxidado.

Toda a região no entorno do empreendimento será afetada em suas atividades comerciais, industriais e
de serviços, causando um enorme desequilíbrio em toda cadeia produtiva dos municípios envolvidos.

Sendo a Mineração Caraíba um dos principais agentes econômicos da região, o encerramento das suas
atividades causará um impacto significativo na economia da região e contribuirá para a perda da
importância econômica de Jaguarari, num contexto regional.

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A retração das atividades econômicas, principalmente nos quesitos emprego e renda, irá contribuir
diretamente para a migração de pessoas entre os municípios da região, uma vez que os residentes,
principalmente, de Jaguarari e do distrito de Pilar tenderão a buscar novas oportunidades em outras
localidades.

• Geração de expectativas adversas e tensões

Durante a aplicação dos questionários, tanto para agentes públicos quanto para instituições e lideranças,
foram observadas expectativas em relação a possibilidade de se conseguir emprego na mineração, tendo
em vista que boa parte considera a dependência da localidade sobre a MCSA, principalmente no distrito
de Pilar, e tensões relacionadas ao fechamento de fato, que implicará em grandes perdas em
arrecadações para os municípios e na utilização de diversos serviços oferecidos na região. A
dependência econômica e social, relatada por vários entrevistados, é capaz de gerar incertezas e
preocupações quanto ao fechamento. A MCSA é considerada por muitos a principal possibilidade de
sucesso profissional e garantia de empego e renda, principalmente por jovens e também uma
importante fonte de contribuição social através dos investimentos. Diante disto, é muito importante
trabalhar programas que possam incentivar a procura por outras fontes de renda, proporcionando a
independência das localidades, explorando seus potenciais.

• Aumento dos deslocamentos intermunicipais (trabalho em outras localidades)

Atualmente o Projeto Oxidado se encontra paralisado. No entanto, caso ele retome as atividades, e
usando como base os dados extraídos da unidade Matriz, do total de empregados na região, tanto diretos
quanto indiretos, cerca de 36% são naturais dos municípios de Jaguarari, Juazeiro e Curaçá (fazendo
uma relação direta com os antigos 263 funcionários que trabalhavam no Projeto Oxidado quando estava
em atividade, daria cerca de 95 pessoas). Considerando que boa parte não poderá ser absorvida por
outros empreendimentos locais e que sua moradia não será alterada, ou seja, permanecerá nas áreas de
influência, a parcela de trabalhadores que forem empregados em outras localidades vizinhas, acarretará
um aumento nos deslocamentos intermunicipais. Outra consequência de se trabalhar em uma localidade
que difere da sua residência fixa, é possível retração de seus laços com seu local de origem e sensação
de não pertencimento.

• Impacto na promoção de atividades e aspectos socioculturais e relacionados à cidadania e ao meio


ambiente

No item Ações e Programas Desenvolvidos pela MCSA, serão observados o histórico de investimentos
que a mineração realizou nas áreas de influência do seu complexo minero industrial, demonstrando o
seu importante papel nas áreas sociais, ambientais, culturais e de desenvolvimento econômico. A MCSA
construiu ao longo do tempo, uma relação de parceria com o poder público e comunidades, com o
objetivo de fortalecer e incentivar a independência das localidades onde os empreendimentos atuam e
auxiliar em algumas demandas, principalmente nas áreas sociais e saúde conforme pode ser verificado
quando da aplicação dos questionários.

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Das principais ações reportadas pelos entrevistados, destacam-se a distribuição de água pela adutora
que beneficia diversas regiões e proporciona a possibilidade de geração de renda através de plantios e
criações, o Programa Jovem Aprendiz que busca trazer oportunidade profissional através da
aprendizagem de um ofício, apoio na implantação e ampliação de empreendimentos de diversos
seguimentos, doações de espaços, alimentos e materiais para prevenção do Covid.

Portanto, o fechamento das unidades da MCSA impactará inúmeras áreas com o encerramento das
atividades sociais, ambientais e culturais que são muito importantes para as áreas de influência de seus
empreendimentos.

• Desestruturação dos laços de reciprocidade e de pertencimento no distrito de Pilar

Este tipo de impacto poderá ser sentido em todas as áreas de influência dos empreendimentos, porém,
devido à história do distrito de Pilar, este impacto provavelmente representará uma magnitude mais
significativa, tendo em vista que o distrito, anteriormente denominado, Núcleo Residencial do Pilar, foi
projetado para abrigar os empregados diretos e indiretos na MCSA e suas famílias, oferecendo as
estruturas que proporcionassem a fixação na localidade como habitações, edifícios comerciais, escolas,
clubes, tratamento de água e esgoto, entre outros.

A história de Pilar está diretamente ligada a MCSA no que concerne sua administração inicial,
estruturação, relações econômicas e sociais. Com o fechamento das unidades, inevitavelmente ocorrerá
êxodo populacional e possível abandono das estruturas presentes na localidade.

11. PROGRAMAS DE MONITORAMENTO E MANUTENÇÃO PARA O


FECHAMENTO DA MINA
São apresentados neste item os programas e ações voltados para estabelecer a estabilidade física,
química, biológica e social no fechamento do Projeto Oxidado. Essas ações consistem tanto em medidas
de engenharia e de revegetação do terreno como um todo, quanto em medidas socioeconômicas.

Os programas e ações sugeridos são:

o Programa de Investigação e Descontaminação do Solo;

o Programa de Monitoramento Geoquímico;

o Programa de Monitoramento Geotécnico;

o Programa de Gestão dos Resíduos Sólidos;

o Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar;

o Programa de Controle de Processos Erosivos e Assoreamentos;

o Programa de Recuperação das Áreas Degradadas;

o Programa de Sinalização e Normatização para a Circulação de Veículos

o Programa de Interação e Mapeamento dos Stakeholders;

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o Programa de Comunicação Social;

o Programa de Educação Ambiental;

o Programa de Desmobilização da Mão de Obra;

o Programa de Fomento ao Desenvolvimento Econômico e à Diversificação das Atividades


Econômicas Locais;

o Programa de Monitoramento do Desempenho Socioambiental do Fechamento.

11.1 Programa de Investigação e Remediação dos Solos


Conceitualmente, o processo de remediação de solos contaminados se refere à redução das
concentrações dos parâmetros químicos aos níveis seguros e compatíveis com a proteção à saúde
humana e ao meio biótico, segundo a Resolução CONAMA nº 420/2009 aplicada a áreas industriais, seja
impedindo ou dificultando a disseminação de substâncias nocivas ao ambiente.

A maioria dos solos impactados por minerações e indústrias apresenta algum nível de instabilidade
física ou química. A questão é determinar se ele representa um risco aceitável ou inaceitável para o meio
ambiente. Independente do contaminante, as medidas e ações devem visar, sobretudo, o ser humano e
a biota local. Além disso, as medidas e ações devem, também, ser direcionadas para o uso futuro da área.
Neste caso, o aprofundamento ou não da remediação leva em consideração o uso futuro a ser dado à
área a ser remediada, uma vez que determinadas ocupações suportam maiores graus de impactos já
impostos, enquanto outros usos exigem de fato devolver a área em níveis bem mais altos de
recuperação. Pressupõe-se que, independentemente do uso futuro, o risco ao meio ambiente e à saúde
humana deve ser eliminado.

Seja qual for a tecnologia de remediação adotada para a recuperação de uma determinada área, ela deve
ser aplicada conforme as características intrínsecas de cada sítio impactado, além de atender à
legislação ambiental vigente, sendo compatível ao risco que a contaminação apresenta.

Antes de qualquer intervenção, vale ressaltar que todas as áreas indicadas necessitarão passar por
investigação confirmatória, em conformidade com a legislação ambiental vigente. Um bom exemplo de
metodologia para avaliação de áreas contaminadas encontra-se no Manual de Gerenciamento de Áreas
Contaminadas (CETESB, 2001). Entretanto, a indicação de áreas, mesmo sem a confirmação de
contaminação, faz parte do presente Plano Conceitual de Fechamento do Projeto Oxidado. Partindo-se
do pressuposto que todas as áreas ou instalações de um empreendimento precisam, obrigatoriamente,
passar por avaliações, mesmo que seja para confirmar se estão ou não impactadas quimicamente, todas
as áreas ou estruturas do Projeto Oxidado devem ser avaliadas.

Devido à inexistência de dados atualizados sobre a concentração de metais e de outros parâmetros


químicos nos solos locais, cabe à Mineração Caraíba S.A. realizar estudos nesse tipo de material para
avaliar o impacto provocado pelas atividades de mineração e processamento do minério em sua
Unidade.

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Como primeiro passo, serão selecionadas áreas e ou estruturas com suspeitas de contaminação na área
do Projeto Oxidado que deverão passar por avaliações e, posteriormente, por ações corretivas e de
recuperação, caso seja necessário.

Vale destacar que a geologia local já é naturalmente favorável a um aumento das concentrações de cobre
e níquel nos solos. Além disso, sobretudo as atividades de mineração e processamento do minério
podem contribuir para o aumento desses impactos.

Após as atividades de remediação adotadas, para o encerramento do empreendimento, deverão ser


implantados programas de monitoramento dos solos e das águas superficiais e subterrâneas para
acompanhar os resultados práticos aplicados para recuperação do site, conforme discutidos a seguir.

Os objetivos das ações propostas no Programa de Investigação e Remediação dos Solos deverão ser
voltados para estabelecer a estabilidade física, química e biológica da área operacional do Projeto. Essas
ações consistem tanto em medidas de engenharia, quanto de revegetação do terreno como um todo. No
caso específico da estabilidade química, as ações deverão ser voltadas para cessar os focos potenciais
de contaminação que existem na área.

11.2 Programa de Monitoramento Geoquímico


As atividades industriais de processamento, manuseio e transporte de materiais são geradoras
potenciais de produtos particulados que podem se espalhar via aérea ou aquática pela área do Projeto
Oxidado e para áreas circunvizinhas, podendo impactar diretamente solos e águas superficiais e
indiretamente as águas subterrâneas.
Em termos potenciais, partículas finas, geradas nos processos de lixiviação em pilha e disposição de
rejeito/minério lixiviado depositadas no solo, podem se solubilizar, quando em contato com água de
chuva, podendo atingir não somente a rede de drenagem, mas também se infiltrando para regiões
inferiores do solo, o que pode levar a contaminar também águas subterrâneas ao longo do tempo.

De qualquer modo, quando se trata da recuperação dos mananciais da área, bem como das águas
subterrâneas, caso venha a ser necessário, vale destacar que os processos para isso passam diretamente
pelas ações já sugeridas para investigação e remediação dos solos, conforme previsto no Programa
específico, apresentado no item anterior.

Associada às ações de remediação dos solos, recomenda-se o monitoramento geoquímico dos solos e
das águas superficiais e subterrâneas nas fases de fechamento e pós-fechamento do Projeto Oxidado,
visando acompanhar os resultados práticos aplicados na remediação e recuperação das áreas
degradadas.

O Programa de Monitoramento Geoquímico tem como objetivo principal gerar dados necessários à
verificação da qualidade dos solos e das águas superficiais e subterrâneas no entorno do Projeto Oxidado,
visando a necessidade de adoção de medidas voltadas para o reestabelecimento da estabilidade física,
química e biológica da área. As ações terão a função, também, de acompanhar e monitorar os resultados
das ações adotadas para remediação ambiental dos solos da Unidade.

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11.3 Programa de Monitoramento Geotécnico


Conforme descrito na caracterização do empreendimento o minério lixiviado é disposto na pilha de
rejeito do Projeto Oxidado. Por apresentar aspecto construtivo e operacional singular, essa estrutura
necessita de ser monitorada antes (fase de pré-fechamento), durante (fase de fechamento) e após (fase
de pós-fechamento) as etapas de descomissionamento. Além das elevadas dimensões da pilha, essa
apresenta um comportamento de interface direta com as condicionantes ambientais locais (solo, rocha,
água etc.), o que corrobora para a necessidade de seu acompanhamento e monitoramento, mesmo após
a sua operação ter sido paralisada.

Ressalta-se que, quando da atualização do Plano de Fechamento, bem como quando da elaboração do
Plano Executivo de Fechamento do Projeto Oxidado, avaliações e estudos mais detalhados deverão ser
realizados, de forma a indicar ações específicas para o descomissionamento e preservação da
estabilidade desta estrutura.

Este Programa tem como objetivo avaliar as condições geotécnicas e geomecânicas da Pilha de Minério
Lixiviado, antes (fase de pré-fechamento), durante (fase de fechamento) e após (fase de pós-
fechamento) as etapas de descomissionamento do Projeto Oxidado, de forma a preservar a estabilidade
e integridade do maciço formado e dos taludes adjacentes.

São objetivos específicos deste programa:

• Identificar, caracterizar instabilidades, processos de escorregamentos e rupturas nos taludes das


pilhas de minério lixiviado, caso venham a ocorrer;

• Reavaliar os fatores de segurança estabelecidos nos estudos geotécnicos durante a operação dessa
estrutura;

• Avaliar a necessidade de se adotarem medidas efetivas de contenção ou correção das


instabilidades identificadas e caracterizadas durante as inspeções.

11.4 Programa de Gestão dos Resíduos Sólidos


Para o descomissionamento do Projeto Oxidado está prevista a desmobilização, desmontagem,
demolição, descontaminação e a revegetação das áreas da britagem e das pilhas de lixiviação. Os
resíduos gerados nessas atividades possuem o potencial de causar impacto ambiental por meio da
alteração das propriedades dos solos e das águas, casos manuseados, armazenados e dispostos
inadequadamente.

A implantação do Programa de Gestão de Resíduos Sólidos se justifica pela necessidade de se destinar


adequadamente os resíduos que serão produzidos pela atividade de fechamento da unidade em questão
e pela necessidade em atender à legislação em vigor.

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O Programa de Gestão de Resíduos Sólidos tem como objetivo principal conduzir de forma adequada a
coleta, a estocagem temporária, o transporte, o tratamento e a disposição final dos resíduos sólidos
gerados pelo fechamento do Projeto Oxidado, além de retratar o controle quantitativo e qualitativo da
geração deles, evitando, dessa forma, a contaminação de solos, águas superficiais e subterrâneas.

11.5 Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar


A geração de material particulado é inerente às atividades que serão executadas para o
descomissionamento das estruturas do Projeto Oxidado. Especificamente em relação a essa etapa, as
principais atividades geradoras de material particulado são o carregamento e transporte de materiais e
estruturas desativadas, trânsito de veículos em vias não pavimentadas e as obras de reconformação das
áreas, além das emissões atmosféricas provenientes dos veículos e equipamentos motorizados.

Desta forma, a Mineração Caraíba S.A. deverá manter o monitoramento da qualidade do ar, atualmente
em execução, visando assegurando o atendimento aos padrões estabelecidos pela legislação ambiental,
também na fase de fechamento.

O Programa tem como objetivo verificar a qualidade do ar durante o processo de fechamento do Projeto
e a necessidade de implementar ações de controle para mitigação do impacto ambiental.

11.6 Programa de Controle de Processos Erosivos e Assoreamentos


A fase de fechamento do Projeto Oxidado implicará na realização de tarefas relacionadas à
movimentação de solo e à compactação dos terrenos, durante as obras de desmobilização e
desmontagem das instalações de britagem e remoção das estruturas do Projeto, podendo acarretar a
perda de solos nas superfícies com solo exposto, por meio do desenvolvimento de processos erosivos
e/ou de instabilidades, ocasionando, consequentemente, o assoreamento dos leitos dos cursos d’água a
jusante.

Desta forma, serão apresentadas neste Programa as medidas e ações que deverão ser implementadas
durante o descomissionamento do Projeto Oxidado, visando minimizar os impactos da instalação de
processos erosivos e de assoreamentos de cursos d’água, mediante a execução e instalação de sistemas
de drenagem e de sistemas de contenção de sedimentos eficientes.

O Programa de Controle de Processos Erosivos e Assoreamentos objetiva minimizar o desencadeamento


de processos erosivos e a perda de solos nas áreas trabalhadas, bem como evitar o aporte de sedimentos
que possam causar o acúmulo de sedimentos e a alteração da qualidade das águas nos corpos hídricos
situados a jusante da Unidade.

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11.7 Programa de Recuperação de Áreas Degradadas


O conceito existente na atualidade mostra que o processo de recuperação de áreas degradadas, no caso
de empreendimentos minerários, faz parte do fechamento de uma mina, ou seja, é uma parte do
processo de encerramento das atividades minero-industriais, devendo ser elaborado de acordo com o
projeto de reconformação de cada área em função do seu uso futuro.

De acordo com a legislação ambiental vigente, por meio do Decreto Federal n° 97.632/1989, que
regulamenta o art. 2° do inciso VIII da Lei Federal n°6.938/1981, todo empreendimento minerário que
cause a degradação ambiental é obrigado a realizar a reabilitação das áreas afetadas, visando minimizar
e controlar os impactos ambientais e reintegrar as áreas ao seu contexto paisagístico.

A Instrução Normativa do IBAMA nº 04/2011, estabelece procedimentos para elaboração de Plano de


Recuperação de Área Degradada - PRAD ou Área Alterada, para fins de cumprimento da legislação
ambiental, bem como apresenta um Termo de Referência que estabelece diretrizes e orientações
técnicas voltadas à apresentação do PRAD.

O projeto de recuperação das áreas deverá prever, portanto, os serviços de desmobilização, demolição
e remoção das estruturas das instalações de britagem e da planta de lixiviação do Projeto Oxidado.
Posteriormente, numa fase final deverão ser executados os serviços de reabilitação ambiental das áreas
degradadas, consistindo na terraplenagem para regularização topográfica, implantação de sistemas de
drenagem superficial e revegetação das superfícies expostas.

O PRAD objetiva, portanto, a reabilitação das áreas degradadas nas fases de fechamento e pós-
fechamento da mina e das instalações de beneficiamento de minério visando à proteção do solo, à
prevenção de processos erosivos e de seus efeitos, tais como carreamento de sedimentos, assoreamento
de cursos d’água e alteração da qualidade das águas superficiais.

Terá ainda como objetivo recuperar a vegetação nativa, reintegração as áreas degradadas ao contexto
paisagístico do entorno.

11.8 Programa de Sinalização e Normatização para a Circulação de Veículos


A fase de fechamento do Projeto Oxidado implicará na realização de tarefas relacionadas à
movimentação de solo, compactação dos terrenos, obras de desmobilização e desmontagem das
instalações de beneficiamento de minério e demolição das estruturas de apoio operacional da mina,
além do preparo e replantio da vegetação. Tais atividades envolvem circulação de máquinas e veículos
por toda a área do empreendimento, assim como já ocorre durante sua atividade.

Desta forma, assim como já ocorre nas áreas do empreendimento, são apresentadas as medidas e ações
que deverão ser continuadas durante o descomissionamento da mina, visando minimizar os impactos
gerados pela movimentação destes equipamentos e veículos, mediante a continuidade e manutenção
dos sistemas de sinalização viários, limites de velocidade e manutenções periódicas, bem como alertar
e educar a população local para colaborar com a conservação do ambiente.

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Plano Conceitual de Fechamento de Mina – Projeto Oxidado

O Programa de Sinalização e Normatização para a Circulação de Veículos objetiva dar continuidade aos
programas já existentes no empreendimento, visando minimizar os impactos gerados pela perda da
fauna por atropelamento e pela pressão antrópica sobre os biótopos.

11.9 Programa de Interação e Mapeamento dos Stakeholders


A participação das lideranças econômicas, sociais e políticas dos municípios das áreas de influência do
empreendimento proporciona a construção de metodologias mais assertivas na proposição de
mitigação dos impactos gerados pelo fechamento das unidades do complexo minero industrial da MCSA.

Os stakeholders são os públicos de interesse de organização com o objetivo de consolidar um


relacionamento que beneficia ambas as partes.

A MCSA adota o programa DELFOS One Social Focus. De acordo com o site da DELFOS, o sistema possui
seis módulos intuitivos sendo:

• Módulo Interações: documenta as comunicações e engajamento contínuos e rastreia os tópicos de


tendência em que sua equipe está gastando energia;

• Módulo de reclamações: fornece um processo claro para abordar o feedback das partes
interessadas e identificar oportunidades de melhoria que atendem às expectativas dos
investidores e aos padrões internacionais;

• Módulo de stakeholders: mapeia quem a empresa precisa engajar e identifica seus stakeholders
estratégicos por meio de uma avaliação progressiva de sua importância e posição em relação aos
seus objetivos;

• Módulo de compromissos: documenta os acordos celebrados com as partes interessadas, bem


como o valor econômico a que correspondem;

• Módulo de solicitações: registra os pedidos ou solicitações recebidas, facilitando sua atenção em


tempo hábil; e

• Módulo de relatórios permite o acesso às informações dos demais módulos ordenados de acordo
com as preferências de pesquisa.

O mapeamento dos stakeholders é parte constituinte de todo empreendimento deste a sua concepção.
Sendo assim, sugere-se sua constante atualização, atentando para períodos de modificação da
administração pública. Considerando a fase de fechamento, é importante a implementação do programa
com a finalidade da participação conjunta nesta fase com uma antecedência de cinco anos (60 meses)
para que se possa construir uma relação sólida e participativa nos outros programas da empresa, e esta
ação já vem sendo executada pelo empreendimento.

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11.10 Programa de Comunicação Social


O Programa de Comunicação Social, assim como o Programa de Interação e Mapeamento dos
Stakeholders são os pilares para construção e implementação dos demais Programas de Fechamento do
empreendimento. No caso de fechamento do Projeto Oxidado, a comunicação antecipada permite a
redução de ruídos, a participação, mediações, negociações de eventuais conflitos e confere maior
transparência às ações e disposição para um trabalho efetivamente colaborativo.

Um método de comunicação eficiente deve considerar as ferramentas a serem utilizadas, considerando


os diferentes públicos-alvo como: trabalhadores diretos e indiretos, fornecedores, poder público e a
própria comunidade da área de influência. Desta forma, para efetivação do programa, deve-se identificar
as partes interessadas tanto internas quanto externas e envolvê-las no processo de planejamento do
fechamento da Unidade, conforme preconizado no Programa de Interação e Mapeamento dos
Stakeholders. Outra ação muito importante é consultar as partes interessadas, objetivando integrar seus
pontos de vista sobre o fechamento, conhecer suas expectativas, percepções sobre a situação futura da
localidade, construir um relacionamento colaborativo de forma a contribuir na minimização dos
impactos socioeconômicos e envolvê-las no monitoramento pós-fechamento.

De forma mais detalhada, a operacionalização do Programa consiste em três etapas, sendo:

o Elaboração: estruturação interna. Nesta etapa, o empreendimento determina um setor


específico para criação das metodologias a serem empregadas, como: ferramentas/veículos
de comunicação que serão utilizados, tratativas das questões relacionadas, mensagens a
serem passadas, entre outros;

o Implementação: participação dos stakeholders, construção do material de divulgação e


distribuição do material, realização de reuniões e eventos; e

o Monitoramento: avaliação das ações desenvolvidas, das peças e ferramentas utilizadas,


púbico alcançados, repercussões, entre outros.

Um Programa de Comunicação Social é parte integrante de todas as fases de um empreendimento, desta


forma, sua utilização é constante, com interface com os diversos programas da empresa, sendo um
importante meio da divulgação e interação na fase de fechamento.

11.11 Programa de Educação Ambiental


Um Programa de Educação Ambiental (PEA) nesta fase, tem o objetivo de promover compreensão acerca
desta fase e dar suporte na implementação dos demais Programas, com o apoio da equipe do Programa
de Comunicação Social, que auxiliará nos desenvolvimentos dos materiais de campanha e a mensagem
a ser repassada em cada atividade de educação ambiental.

O programa deverá compreender o público interessado, tanto interno quanto externo. Desta forma, o
PEA deverá ser estruturado em dois componentes, sendo:

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o PEAT - Programa de Educação Ambiental para Trabalhadores: voltado ao conjunto de


trabalhadores empregados, parceiros e terceirizados envolvidos nas atuais atividades do
empreendimento; e

o PEAC – Programa de Educação Ambiental para Comunidades: voltado à comunidade e aos


grupos sociais do local ou afetados direta ou indiretamente pelo fechamento do
empreendimento.

A subdivisão do PEA é importante tendo em vista as áreas de atuação distintas com objetos específicos
na fase de fechamento, apesar que em ambos os públicos deverão ser realizadas atividades visando
transmitir as informações sobre o processo do fechamento, suas implicações sociais, ambientais e
econômicas e as medidas que serão adotadas na mitigação destes impactos. No âmbito do público
interno, prevê-se uma atuação mais direcionada para requalificação ou relocação da mão de obra e para
o público externo o objetivo é trabalhar no fomento do desenvolvimento econômico e na diversificação
das atividades econômicas locais.

A MCSA já implementou o Programa de Educação Ambiental em seus empreendimentos. A mesma


metodologia poderá sem empregada no programa aqui proposto adequando os conteúdos educativos
visando transmitir o conhecimento sobre a fase de fechamento da mina.

11.12 Programa de Desmobilização da Mão de obra


O fechamento do Projeto Oxidado acarretará na perda de cerca de até 147postos de trabalho (mesmo
valor de postos de trabalho exercidos em março de 2013) diretos e indiretos. Sendo assim, no processo
de desmobilização, é muito importante a avaliação quantitativa da possibilidade relocação destes
trabalhadores dentro das unidades da MCSA e empresas da região e ações de requalificação visando
ampliar os horizontes na busca por outras formas de trabalho, principalmente dentro das opções das
localidades que também serão desenvolvidas através do Programa de Fomento ao Desenvolvimento
Econômico e à Diversificação das Atividades Econômicas Locais.

Para a requalificação da mão de obra e possível absorção local, é importante realizar o levantamento
das principais demandas por trabalhos atuais e futuros, conhecer as instituições que poderão fornecer
cursos de aprimoramento nestas áreas identificadas e realizar as parcerias para colocar em prática o
programa.

Visando a relocação no mercado de trabalho externo, é importante realizar parcerias com agências de
emprego ou facilitadores como por exemplo o Sine - Sistema Nacional de Emprego.

É importante ressaltar que a MCSA possui um sistema chamado “Sistema S” onde o empreendimento
possui convênios com algumas instituições a saber: SENAI, SESI, SENAI/CIMATEC E SEBRAE. Através
destes convênios, a MCSA busca desenvolver ações de desenvolvimento educacional e profissional com
o objetivo de que os colaboradores possam ter uma base com informações técnicas e de segurança para
a execução das atividades operacionais, além de preparar colaboradores para o crescimento profissional
internamente e para outras oportunidades.

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11.13 Programa de Fomento ao Desenvolvimento Econômico e à Diversificação


das Atividades Econômicas Locais
Conforme observado no diagnóstico, tanto no levantamento primário quanto secundário, existe uma
dependência econômica e até social da MCSA, principalmente no município de Jaguarari. Desta forma e
visando proporcionar a diversificação das atividades econômicas locais, para que se possa promover a
sustentabilidade destas localidades e mitigar alguns dos impactos levantados que o programa foi
estruturado.

1ª Etapa - Diagnóstico Socioprodutivo

A primeira etapa refere-se à criação de um diagnóstico socioprodutivo dos municípios-sede das


unidades. Esse diagnóstico abordará aspectos ligados a sociedade de consumo, a organização social do
trabalho, a agricultura, o parque industrial e o mercado de produtos e serviços nos municípios. De
maneira geral, espera-se que esse diagnóstico seja capaz de reunir diversas informações acerca de
aspectos mercadológicos, sociais, produtivos, tributários e consumo nas localidades, permitindo, assim,
que os usos futuros propostos para as áreas da Mineração Caraíba estejam em consonância com as
expectativas e realidades locais.

2ª Etapa - Elaboração dos Cenários Futuros Socioprodutivos

A segunda etapa consiste na elaboração de diversos cenários futuros socioprodutivos. Dito de outra
forma, nesta etapa será elaborado possíveis vocações municipais produtivas sempre destacando os
ganhos produtivos e os sociais advindos de tal cenário.

3ª Etapa - Apresentação e discussão dos resultados com Stakeholders, Organizações Sociais e


Poderes Executivo e Legislativo Municipais

Esta etapa caracteriza-se pela apresentação dos diversos cenários futuros socioprodutivos aos
stakeholders, organizações sociais e poderes executivo e legislativo municipais. Espera-se que depois do
evento da apresentação sejam marcadas novas reuniões para a apresentação das atividades econômicas
escolhidas para entrar no Programa. Também deverão ser levantados projetos e ações que possam
contribuir para a implantação destas atividades econômicas nas áreas da Mineração Caraíba e a
promoção/atração de outras para os municípios na área de influência do empreendimento.

4ª Etapa - Criação do Conselho Gestor de Fechamento

Nesta etapa, após escolhidas as atividades econômicas a serem implantadas nas áreas da Mineração
Caraíba, deverá ser formado um Conselho Gestor do Fechamento. Este Conselho Gestor de Fechamento
terá a responsabilidade de coordenar as atividades e ações do Programa de Fomento ao
Desenvolvimento Econômico e à Diversificação das Bases Econômicas Locais. Vale destacar que este
conselho deverá ter representantes da Mineração Caraíba e de todos os segmentos das sociedades
envolvidas, tais como Associações, Organizações Sociais, Poder Público e outros stakeholders.

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5ª Etapa - Definição de Atividades e Ações do Programa

Como o próprio título já preconiza, a quinta etapa define-se pela criação de ações e atividades a serem
implantadas pelo Conselho Gestor de Fechamento para o estabelecimento das atividades econômicas
selecionadas para as áreas da Mineração Caraíba e para o surgimento de outras atividades econômicas
nos municípios. As atividades e ações do Programa deverão ser baseadas nos seguintes preceitos:

- Contribuir para o desenvolvimento social e econômico do município através da formulação de


condições objetivas que favoreçam a instalação e o desenvolvimento de novas iniciativas
empreendedoras;

- Implementação de usos futuros para as áreas da Mineração Caraíba; e

- Materializar os princípios de responsabilidade social adotados pela empresa na gestão de seus


negócios.

6ª Etapa - Monitoramento, Avaliação e Apresentação dos Resultados

A última etapa diz respeito ao monitoramento, avaliação e apresentação dos resultados do Programa.
Espera-se que tais atividades sejam executadas semestralmente pelos participantes do Programa. O
monitoramento, a avaliação e apresentação quando executadas semestralmente permitirão que sejam
tomadas novas decisões para a promoção dos objetivos do Programa.

O quadro a seguir apresenta a consolidação dos programas para o meio socioeconômico e as ações que
já estão sendo desenvolvidas pela MCSA visando a mitigação dos impactos abordados frente ao
fechamento da mina e o período de execução dos programas.

Quadro 12 Programas do meio socioeconômico


Fonte: Sete, 2021

Medida de Período de
Impacto Ações
mitigação execução
Programa de
interação e
Não se aplica DELFOS One Social Focus
mapeamento dos
Stakeholders
Perda de arrecadação Programa Sustentabilidade Rural Início: já
pública no Semiárido; Polo de Produção de iniciado
Forragem; Queijaria Cacimba do Conclusão: até o
Programa de fomento Silva; Laticínios; Projeto Sistema encerramento de
ao desenvolvimento Integrado de Produção de todas as
Retração das atividades econômico e à Alimento; Projeto Polo de
econômicas e perda da atividades do
diversificação das Confinamento; Capril Leiteiro; empreendimento
importância econômica atividades Fábrica Artesanal de Cosméticos;
relativa no cenário econômicas locais Projeto Horta Comunitária; Projeto
microrregional Viveiro de Mudas; Projeto Oficina
Santo Couro; Fábrica de
Beneficiamento de Frutas; Grupo

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Medida de Período de
Impacto Ações
mitigação execução
Atelier da Fulô; Projeto
Panificadora Flor de Mandacaru.
Diminuição do quantitativo
de postos de trabalho
Aumento dos Programa de
deslocamentos Sistema “S”: SENAI, SESI,
desmobilização da
intermunicipais SENAI/CIMATEC e SEBRAE
mão de obra
Redução dos níveis de
emprego, da renda e do
consumo
Geração de expectativas
adversas e tensões
Impacto na promoção de
atividades e aspectos Programa de
socioculturais e Comunicação Social Visitas e aplicação de questionário
relacionados à cidadania e com agentes públicos, instituições e
ao meio ambiente Programa de lideranças.
Desestruturação dos laços Educação Ambiental
de reciprocidade e de
pertencimento no distrito
de Pilar

12. GOVERNANÇA DO FECHAMENTO


A gestão do encerramento de uma mina envolve conciliar as funções e as relações das partes
interessadas dentro da empresa de exploração mineira, assim como os objetivos do encerramento com
os objetivos globais da organização. A gestão corporativa e do encerramento estará diretamente
relacionada com o processo de tomada de decisão e com as interações entre as partes interessadas
envolvidas na resolução dos desafios do encerramento. A gestão efetiva do encerramento irá afetar
todos os aspetos do planeamento do encerramento de uma operação de exploração mineira (ICMM,
2019).
O planejamento e a implementação eficaz do Plano de Fechamento de Mina envolvem recursos de várias
disciplinas de uma empresa e afetarão diretamente seu desempenho financeiro. Como tal, a governança
do fechamento envolve a reconciliação dos papéis e relacionamentos de várias partes interessadas na
empresa, bem como as metas de fechamento alinhadas com as metas gerais da organização. A
governança corporativa e de fechamento estará diretamente relacionada ao processo de tomada de
decisão e às interações entre as partes interessadas envolvidas na solução dos desafios do fechamento
coletivo (ICMM, 2019).
Para garantir um nível adequado de gestão do encerramento, recomenda-se implementar o seguinte:
• Políticas ou normas da empresa para o encerramento de modo a estabelecer expetativas, funções
e responsabilidades numa forma que seja compatível com a estrutura corporativa

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• Uma Comissão de encerramento para coordenar o processo de planeamento do encerramento e a


sua integração no planeamento operacional

Recomenda-se que a Mineração Caraíba S.A. defina um Comitê de Fechamento para o Projeto Oxidado,
que passaria a ser responsável pela condução das próximas etapas do fechamento. Assim, para as fases
de pré-fechamento, fechamento e pós-fechamento é recomendado que Mineração Caraíba S.A.
estabeleça uma equipe exclusiva para gerenciamento das ações propostas no Plano de Fechamento do
Projeto Oxidado.
Ao Comitê de Fechamento deverão ser atribuídas as seguintes funções e responsabilidades
apresentadas no Quadro 10.

Quadro 13 Responsabilidades do Comitê de Fechamento

Função no Comitê de
Fechamento da Responsabilidade
Unidade
Liderança
- Facilita a formação do Comitê.
Operacional da
- Aprova / aloca recursos para o fechamento.
Unidade
Setor Financeiro / - Garante a provisão de fundos para execução progressiva e final do fechamento.
Contabilidade - Relata passivos de acordo com os padrões de relatórios financeiros.
- Lidera o desenvolvimento do processo de fechamento.
- Envolve a liderança de toda a organização no planejamento de fechamento,
incluindo líderes corporativos, gerenciais e operacionais.
- Implementa rigorosos processos de planejamento e gerenciamento de projetos, para
que o plano de fechamento seja incorporado ao plano de lavra.
- Garante que os planos de fechamento sejam atualizados à medida que as
circunstâncias mudem ou à medida que o conhecimento melhora.
Líder do - Garante que os cálculos de custos de fechamento sejam atualizados e comunicado.
Fechamento - Garante que o Plano Executivo de Fechamento seja implementado de acordo com os
cronogramas especificados.
- Facilita uma colaboração multidisciplinar do pessoal chave da mina (como
planejadores, engenheiros, finanças, corporativo e equipes sociais e ambientais) para
a implementação do plano de fechamento.
- Lidera a implementação do Plano Executivo de Fechamento.
- Lidera o engajamento regulatório no Plano de Fechamento.
- Monitora o desempenho de acordo com os critérios acordados.
- Facilita relatórios de passivos financeiros.
- Facilita e gerencia a contribuição das partes interessadas no desenvolvimento do
Plano de Fechamento.
- Mantém consulta e comunicação com as instituições governamentais, comunidades,
funcionários e outras partes interessadas.
- Lidera compromissos assumidos com a comunidade local.
Setor de Relações com - Lidera ou fornece contribuições para Programas de investimento social.
a Comunidade - Desenvolve estratégias e planos para minimizar a perda de empregos e mitigar
efeitos adversos nas comunidades e na economia local.
- Implementa Programas de treinamento e Projetos de legado social.
- Avalia e relata o sucesso e o progresso de todos os Programas de gerenciamento de
perda e redução de empregos planejados e implementados.
- Avalia mecanismos de transferência de infraestrutura para as comunidades.

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Função no Comitê de
Fechamento da Responsabilidade
Unidade

Setor Técnico -
Especialistas em
-Coordena a elaboração dos estudos e projetos executivos do Plano de Fechamento.
engenharia de minas,
-Coordena estudos e projetos, quando necessário, para solucionar lacunas de dados
reabilitação de áreas
ou incertezas importantes.
degradadas, geotecnia,
- Orienta a implementação de atividades apropriadas de fechamento.
geoquímica,
- Conduz a execução do fechamento progressivo.
hidrogeologia e,
- Fornece ou coordena o treinamento adequado as empresas contratadas para as
recursos hídricos etc.
atividades de desmobilização das estruturas.
(contratados ou
consultores)
Fonte: ICMM, 2019.

13. ESTIMATIVA DE CUSTO E CRONOGRAMA FÍSICO – FINANCEIRO


A seguir é apresentado os valores estimados para o fechamento do Projeto Oxidado da Mineração
Caraíba S.A, tendo como referência o ano base de 2021.

Considerou-se que as atividades de Pré-fechamento serão realizadas entre o início do anos de 2032 a
2034, a fase de fechamento ente os anos de 2035 a 2042 a fase de pós fechamento se dará até 2.047, cujo
valor total estimado em Valor Corrente foi de R$ 24.553.341,87. Considerando uma taxa de desconto de
6,61%, o Valor Presente foi estimado em R$ 11.102.758,08como apresentado no Quadro 14e Figura 43
. Vale Salientar que os custos de programas socioeconômicos e custos rescisórios estão sendo
contabilizados conjuntamente nos programas executados na unidade Matriz.

Quadro 14 Estimativas de custos de Fechamento do Projeto Oxidado Valor Corrente e Valor


Presente
Total Valor % valor Total Valor % valor
ESTRUTURAS OXIDADO
Corrente Corrente Presente presente
Pilhas R$ 23.363.855,59 81,82% R$ 7.683.559,25 82,04%
Pilha de Oxidado 1 e 2 R$ 12.351.564,89 43,26% R$ 4.067.231,34 43,43%
Pilha de Oxidado 3 R$ 2.761.931,66 9,67% R$ 902.567,71 9,64%
Pilhas Dinâmicas de Oxidado R$ 8.250.359,05 28,89% R$ 2.713.760,21 28,98%
Piscinas e tanques R$ 2.172.628,55 7,61% R$ 673.799,79 7,19%
R$ 841.467,80 2,95% R$ 271.288,88 2,90%
Piscinas PLS
Piscinas de Emergência R$ 290.361,56 1,02% R$ 89.909,16 0,96%
Piscinas ILS 1 e 2 R$ 215.737,36 0,76% R$ 64.933,99 0,69%
Piscina de Solução R$ 134.488,74 0,47% R$ 38.096,28 0,41%
Piscina 2A e 2B R$ 108.392,05 0,38% R$ 29.747,80 0,32%
Dique R$ 398.260,59 1,39% R$ 125.446,79 1,34%
Tanques R$ 183.920,45 0,64% R$ 54.376,90 0,58%
Área de Apoio Ops/Adm. R$ 3.017.501,67 10,57% R$ 1.008.035,15 10,76%
R$ 3.017.501,67 10,57% R$ 1.008.035,15 10,76%
Infraestrutura Oxidado

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PROGRAMAS E CUSTOS R$ 0,00 0,00% R$ 0,00 0,00%


Programas Socioeconômicos e custos R$ 0,00 0,00% R$ 0,00 0,00%
recisórios
TOTAL R$ 28.553.985,81 100,00% R$ 9.365.394,20 100,00%
TOTAL + Contingência (+20%) R$ 34.264.782,97 - R$ 11.238.473,04 -
TOTAL - Contingência (-20%) R$ 22.843.188,65 - R$ 7.492.315,36 -

Figura 43 Distribuição Geral dos Custos de Fechamento do Projeto Oxidado

Distribuição Geral dos Custo do Plano de Fechamento por Estruturas -


Mineração Caraíba - Unidade Oxidado
R$- ; 0%
R$3.017.501,67 ; R$2.172.628,55 ; 8%
10%

Pisc. Dique e Tanques

Pilhas

Estruturas Admin. e de Apoio

Programas Socio-Econômicos

R$23.363.855,59 ;
82%

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14. AVALIAÇÃO DE RISCOS


Apresenta a avaliação dos riscos decorrentes do fechamento do empreendimento e as formas de
mitigação dos eventuais danos resultantes da atividade

Além da própria avaliação, o objetivo deste item é propor ações específicas de controle, mitigação e,
quando possível, ações de eliminação dos riscos, considerando que foi realizada uma Avaliação
Qualitativa.

Quadro 15 Avaliação Preliminar de Riscos Ambientais na fase de fechamento do


empreendimento

Critérios de Avaliação dos Impactos Ação Ambiental Proposta


Reversibilidade

Manifestação
Impacto Meio
Abrangência

Magnitude
Incidência

Tempo de

Categoria
Duração
Ambiental Afetado
Efeito

Título

Etapas de Fechamento
Alteração das
propriedades do
Plano de Gestão de
solo pela geração MF / MB - R D L C T B 2
Resíduos Sólidos - PGRS
de resíduos
sólidos

Plano de Gestão de
1/2
Recursos Hídricos
Alteração da
qualidade das
Programa de Controle de
águas pelo MF / MB - R D L C T B 2
Processos Erosivos
carreamento de
sedimentos PRAD – Plano de
2 Recuperação de Áreas
Degradadas

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Critérios de Avaliação dos Impactos Ação Ambiental Proposta

Reversibilidade

Manifestação
Impacto Meio

Abrangência

Magnitude
Incidência

Tempo de

Categoria
Duração
Ambiental Afetado

Efeito
Título

Etapas de Fechamento

Alteração da Plano de Gestão de


qualidade das águas 1/2
Recursos Hídricos
pela geração de MF / MB - R D L C T B
efluentes sanitários e
Programa de Controle
oleosos 2
de Processos Erosivos

PRAD – Plano de
2 Recuperação de Áreas
Alteração da Degradadas
estrutura dos solos /
MF / MB - R D L C T B
desenvolvimento de
processos erosivos Programa de Controle
2
de Processos Erosivos

PRAD – Plano de
Alteração da 2 Recuperação de Áreas
qualidade do ar pela MF / MB / Degradadas
- R D L C T B
geração das emissões MSC
atmosféricas Plano de Gestão da
1/2
Qualidade do Ar

Plano de
Alteração dos níveis MF / MB /
- R D L C T B 1/2 Monitoramento de
de ruído ambiental MSC
ruído

Programa de
1
Educação Ambiental
Perda da fauna por
atropelamento MB / MSC - I D L M P B Programa de
Sinalização e
2 Normatização para a
Circulação de
Veículos

Programa de
1
Educação Ambiental
Pressão antrópica
Programa de
sobre os biótopos – MB / MSC - R D L M T B
Sinalização e
Caça e Captura
2 Normatização para a
Circulação de
Veículos

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Critérios de Avaliação dos Impactos Ação Ambiental Proposta

Reversibilidade

Manifestação
Impacto Meio

Abrangência

Magnitude
Incidência

Tempo de

Categoria
Duração
Ambiental Afetado

Efeito
Título

PRAD – Plano de
2 Recuperação de Áreas
Regeneração da
Degradadas
cobertura vegetal e MF / MB /
- R D L M T M
recuperação das áreas MSC
alteradas Programa de Controle
2
de Processos Erosivos

Etapas de Fechamento
Programa de Mapeamento e
2
Integração de Stakeholders
Programa de Comunicação
2
Social
Programa de
Diminuição do
2 Desmobilização da Mão de
quantitativo de postos
Obra
de trabalho existentes MSC - I D R M P A
na área de influência Programa de Educação
2
do empreendimento Ambiental
Programa de Fomento e
Desenvolvimento Econômico
2 e a Diversificação das
Atividades Econômicas
Locais

Programa de Mapeamento e
2
Integração de Stakeholders

Programa de Comunicação
2
Social
Programa de
Perda de arrecadação 2 Desmobilização da Mão de
MSC - I D R M P A Obra
pública
Programa de Educação
2
Ambiental
Programa de Fomento e
Desenvolvimento Econômico
2 e a Diversificação das
Atividades Econômicas
Locais

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Mineração Caraíba S.A.
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Plano Conceitual de Fechamento de Mina – Projeto Oxidado

Critérios de Avaliação dos Impactos Ação Ambiental Proposta

Reversibilidade

Manifestação
Impacto Meio

Abrangência

Magnitude
Incidência

Tempo de

Categoria
Duração
Ambiental Afetado

Efeito
Título

Programa de Mapeamento e
2
Integração de Stakeholders

Programa de Comunicação
2
Social
Retração das Programa de
atividades econômicas 2 Desmobilização da Mão de
e perda da Obra
MSC - I D R M P A
importância
econômica relativa no Programa de Educação
2
cenário microrregional Ambiental
Programa de Fomento e
Desenvolvimento
Econômico e a
2
Diversificação das
Atividades Econômicas
Locais

Programa de Mapeamento e
2
Integração de Stakeholders

Programa de Comunicação
2
Social
Programa de
Aumento dos 2 Desmobilização da Mão de
deslocamentos MSC - I I R M P B Obra
intermunicipais Programa de Educação
2
Ambiental
Programa de Fomento e
Desenvolvimento
Econômico e a
2
Diversificação das
Atividades Econômicas
Locais

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Mineração Caraíba S.A.
DOCUMENTO
Plano Conceitual de Fechamento de Mina – Projeto Oxidado

Critérios de Avaliação dos Impactos Ação Ambiental Proposta

Reversibilidade

Manifestação
Impacto Meio

Abrangência

Magnitude
Incidência

Tempo de

Categoria
Duração
Ambiental Afetado

Efeito
Título

Programa de Mapeamento e
2
Integração de Stakeholders

Programa de Comunicação
2
Social
Programa de
2 Desmobilização da Mão de
Redução dos níveis de Obra
emprego, da renda e MSC - I I R C P A
do consumo Programa de Educação
2
Ambiental

Programa de Fomento e
Desenvolvimento
Econômico e a
2
Diversificação das
Atividades Econômicas
Locais

Programa de Mapeamento e
2
Integração de Stakeholders

Programa de Comunicação
2
Social
Programa de
Geração de 2 Desmobilização da Mão de
expectativas adversas MSC - I D R C P M Obra
e tensões Programa de Educação
2
Ambiental
Programa de Fomento e
Desenvolvimento
Econômico e a
2
Diversificação das
Atividades Econômicas
Locais

Impacto na promoção
Programa de Comunicação
de atividades e 2
Social
aspectos
socioculturais e MSC - I D R C P A
relacionados à
Programa de Educação
cidadania e ao meio 2
Ambiental
ambiente

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Mineração Caraíba S.A.
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Plano Conceitual de Fechamento de Mina – Projeto Oxidado

Critérios de Avaliação dos Impactos Ação Ambiental Proposta

Reversibilidade

Manifestação
Impacto Meio

Abrangência

Magnitude
Incidência

Tempo de

Categoria
Duração
Ambiental Afetado

Efeito
Título

Programa de Mapeamento e
2
Integração de Stakeholders

Programa de Comunicação
2
Social

Programa de
Desestruturação dos 2 Desmobilização da Mão de
laços de reciprocidade Obra
MSC - I D P C P A
e de pertencimento no
Distrito Pilar
Programa de Educação
2
Ambiental

Programa de Fomento e
Desenvolvimento
Econômico e a
2
Diversificação das
Atividades Econômicas
Locais
Diminuição dos
incômodos às Programa de Comunicação
MSC + I D L M P M 4
Comunidades do Social
Entorno
Magnitude: (D) Desprezível
Efeito: (+) Positivo e (-) Negativo (B) Baixa; (M): Média; (A):
(NA) Não se aplica. Alta.
Reversibilidade: (R): Reversível e (I): Irreversível
MF: Meio Físico
Incidência: (D) Direta e (I) Indireta
Legenda: MB: Meio Biótico Ação Proposta - Categorias:
Abrangência: (P) Pontual; (L): Local; (R): Regional
MSC: Meio (1) Monitoramento
Tempo de Manifestação: (C): Curto prazo; (M):
Socioeconômico e (2) Mitigação
Médio a Longo Prazo
Cultural
Duração: (P): Permanente e (T): Temporário (3) Medida Compensatória
(4) Potencializadora

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Mineração Caraíba S.A.
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Plano Conceitual de Fechamento de Mina – Projeto Oxidado

15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BRANDT Meio Ambiente, Plano de Fechamento da Mina Matriz - 2ª Versão, Jaguarari - BA, abril de 2020.

BRANDT Meio Ambiente, Plano de Fechamento do Projeto Oxidado - 2ª Versão, Jaguarari - BA, abril de
2020.

BRANDT Meio Ambiente, Revisão do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD do Projeto
Oxidado Jaguarari - BA, maio de 2014.

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 13.030:1999, Elaboração e Apresentação de


Projeto de Reabilitação de Áreas Degradadas pela Mineração, 1999

CORREIA, M. F. Impacto das Ações Antrópicas no Clima do Submédio do Rio São Francisco: Um Estudo
Numérico e Observacional. Tese de doutorado. IAG-USP. São Paulo. 2001.

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Sistema de Informações Geográficas - SIG. Escala 1:1.000.000. Programa de Cartografia Hidrogeológica
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766-778. São Paulo – SP, 1982.

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FERNANDES, A. Fitogeografia brasileira. Multigraf Editora. Fortaleza, Ce. 339 p. ,1998.

HIDROGEO Engenharia e Gestão de Projetos, Avaliação do Impacto Hidrológico e Hidrogeológico Pós-


fechamento e Investigação do Potencial de Drenagem Ácida da Unidade Matriz, da Mineração Caraíba,
Relatório Técnico HDG-18P017-RH-RT-001-00, junho de 2019.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. 1992. Manual Técnico da Vegetação Brasileira.
Manuais Técnicos em Geociências 1. Rio de Janeiro, RJ.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. 2004a. Mapa de Biomas do Brasil – Primeira
aproximação. Rio de Janeiro, RJ.

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Mineração Caraíba S.A.
DOCUMENTO
Plano Conceitual de Fechamento de Mina – Projeto Oxidado

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. 2004b. Mapa de Vegetação do Brasil. Rio de Janeiro,
RJ.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. 2012. Sistema fitogeográfico. Inventário das
formações florestais e campestres. Técnicas e manejo de coleções botânicas. Procedimentos para
mapeamentos. Manuais Técnicos em Geociências 1. Rio de Janeiro, RJ.

ICMBIO – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Plano de Ação Nacional para a
Conservação da Ararinha-Azul (Cyanopsitta spixii). Yara de Melo Barros ... [et al.]; organizadores Yara de
Melo Barros ... [et. al.]. - Brasília : 2019.

ICMM - International Council on Mining and Metals Integrated , Mine Closure Good Practice Guide, 2nd
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www.icmm.com, 2008,

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Matriz elaborado pela Brandt Meio Ambiente, Jaguarari - BA, 2019.

MINERAÇÃO CARAÍBA S.A., Roteiro de Caracterização do Empreendimento - RCE para Renovação da


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BA, 2016.

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Monitoramento do Bioma Caatinga. Brasília – DF, 2011.

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Contendas Mirante belts (Bahia-Brazil): geologic and isotopic constraints on the sources. Chem. Geol.,
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Oxidado da Mineração Caraíba, 2020.

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Mineração Caraíba S.A.
DOCUMENTO
Plano Conceitual de Fechamento de Mina – Projeto Oxidado

TAVEIRA, A.L.S. Provisão de recursos financeiros para o fechamento de empreendimentos mineiros.


Tese (Doutorado) - Escola Politécnica da Universidade Estadual de São Paulo. Departamento de
Engenharia de Minas e Petróleo. São Paulo, SP. 209p. 2003.

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Resultados do Planejamento Ecoregional da Caatinga. Aldeia, The Nature Conservancy do Brasil,
Associação Plantas do Nordeste. PE. 28 a 30 de novembro de 2001.

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