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Editoração Eletrônica
Revisão Rodrigo Souza
Erick Guilhon
Filipe Lopes
Marcos Sugizaki Ilustração
NT Editora
Projeto Gráfico
NT Editora
ISBN - 978-85-8416-165-2
1. Materiais convencionais de construção, 2. Tecno-
logia das construções rurais, 3. Planejamento ar-
quitetônico das instalações, 4. Projetos de instalações
zootécnicas, 5. Obras de infraestrutura rural.
ÍCONES
Prezado(a) aluno(a),
Ao longo dos seus estudos, você encontrará alguns ícones na coluna lateral do material
didático. A presença desses ícones o ajudará a compreender melhor o conteúdo abor-
dado e a fazer os exercícios propostos. Conheça os ícones logo abaixo:
Saiba mais
Esse ícone apontará para informações complementares sobre o assunto que
você está estudando. Serão curiosidades, temas afins ou exemplos do cotidi-
ano que o ajudarão a fixar o conteúdo estudado.
Importante
O conteúdo indicado com esse ícone tem bastante importância para seus es-
tudos. Leia com atenção e, tendo dúvida, pergunte ao seu tutor.
Dicas
Esse ícone apresenta dicas de estudo.
Exercícios
Toda vez que você vir o ícone de exercícios, responda às questões propostas.
Exercícios
Ao final das lições, você deverá responder aos exercícios no seu livro.
Bons estudos!
Sumário
4 NT Editora
APRESENTAÇÃO
Antes mesmo de pensarmos em uma construção, devemos, em primeiro lugar, pensar na har-
monia das intervenções humanas com a natureza. Dessa forma, devemos buscar a utilização de ma-
teriais adequados e de forma racional, de modo a permitir o equilíbrio entre construções rurais, seus
habitantes e o ambiente.
• definir quais materiais e técnicas construtivas serão adotadas visando à interação entre
a racionalização do uso dos materiais, as características climáticas locais e as exigências
fisiológicas dos animais;
Bons estudos!
Reprodução proibida. Copyright © NT Editora. Todos os direitos reservados.
Os materiais de construção podem ser conceituados como sendo todos os corpos, objetos ou
substâncias que possuem características ou propriedades específicas a serem usados em quaisquer
obras de engenharia.
Com isso, pode-se inferir que boa parte da qualidade da obra advém diretamente dos materiais
nela empregados. Devido a isso, é de fundamental importância conhecer previamente as característi-
cas ou propriedades desses materiais, devendo seu uso levar em consideração tanto o ponto de vista
técnico quanto o econômico, a fim de sempre buscar a racionalidade de consumo.
Desse modo, para a correta escolha dos materiais a serem empregados em uma obra, o profis-
sional responsável deve levar em conta alguns critérios, como o atendimento às necessidades técni-
cas, a durabilidade e a economia.
Objetivos
Ao finalizar esta lição, você deverá ser capaz de:
1.1 Agregados
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• Ajudam a reduzir custos, por serem materiais de baixo preço e abundantes no meio, além
de serem de fácil extração e produção.
Funções secundárias
• Aumentam a estabilidade dimensional (menor expansão/retração).
Origem
• Artificiais: são aqueles que necessitam passar por processos industriais para atingirem a
condição de uso. Exemplos: areia artificial e britas.
Dimensão
• Miúdos: são aqueles que têm dimensão máxima igual ou inferior a 4,8 mm. Exemplos:
areia e saibro.
• Graúdos: são aqueles que têm dimensão mínima superior a 4,8 mm. Exemplos: britas e
seixos rolados.
Densidade
• Leves: são aqueles cuja densidade é inferior a 1 ton/m³. Exemplo: pedra pome, vermiculita
e argila expandida.
• Médios: são aqueles cuja densidade varia de 1 a 2 ton/m³. Exemplos: areia, seixos e britas.
• Pesados: são aqueles cuja densidade é superior a 2 ton/m³. Exemplos: hematita, magnetita.
Propriedades físicas
• Massa específica real: é a razão entre a massa do agregado e o volume por ele ocupado,
excluindo-se os vazios da amostra.
• Massa específica aparente: é a razão entre a massa do agregado e o volume por ele ocupa-
do, considerando-se os vazios da amostra.
• Teor de umidade: é a razão entre a massa de água presente no agregado e a massa desse
mesmo agregado no estado seco, sendo o resultado multiplicado por 100.
8 NT Editora SUMÁRIO
Importante
Os agregados convencionais têm sua origem a partir da decomposição das rochas, que podem
ser de três tipos:
Agregados miúdos
A areia é um agregado miúdo de origem natural (dimensão máxima igual ou inferior a 4,8 mm).
Sua denominação varia de região para região, sendo ela conhecida também como areia lavada, areia
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Areia artificial, também conhecida como areia de brita ou areia de pedra, é um agregado miúdo
de origem artificial, sendo um resíduo do processamento das britas.
Pó de pedra ou fíler é um agregado miúdo e fino de origem artificial (dimensão inferior a 0,15
mm) gerado pela lavagem das britas.
Agregados graúdos
Britas são agregados graúdos de origem artificial obtidos pelo processo de britagem de rochas
maiores (matacões). São utilizadas na composição de concretos.
Seixo rolado: agregado graúdo de origem natural, de formato arredondado e superfície lisa, é
encontrado em leitos de rios.
10 NT Editora SUMÁRIO
Tabela 4 - Aplicação dos agregados graúdos
Agregado graúdo Aplicações
Confecção de massa asfáltica e concretos em geral, lajes, pré-
Brita 0
moldados.
É a mais utilizada na construção civil para o preparo de lajes,
Brita 1
vigas e colunas.
É utilizada em concretos com necessidade de maior resistência e
Brita 2
em obras de drenagem.
Reforço de subleito para pistas de tráfego pesado, aterramento
Brita 3
e nivelamento de ferrovias.
Fossa sépticas, sumidouros, gabião, reforço de subleito para
Brita 4
pistas de tráfego pesado e lastros de ferrovias.
Pedra de mão Gabião, concretos ciclópicos, calçamento de ruas e drenagem.
• Módulo de finura (Mf ): é a soma das porcentagens retidas, acumuladas em massa nas pe-
neiras, da série normal dividida por 100. O Mf decresce à medida que o agregado se torna
mais fino.
4,8 0–5 0 – 10 0 – 11 0 – 12
2,4 0–5 0 – 15 0 – 25 5 – 40
1,2 0 – 10 0 – 25 10 – 45 30 – 70
0,6 0 – 20 21 – 40 41 – 65 66 – 85
0,3 50 – 85 60 – 88 70 – 92 80 – 95
0,15 85 – 100 90 – 100 90 – 100 90 – 100
• O espaçamento mínimo livre entre as faces das barras longitudinais deve ser igual ou superior:
Comentário: a alternativa correta do nosso exercício é a letra “a”. Os agregados miúdos são
classificados em muito finos, finos, médios e grossos e têm dimensão máxima de partículas
≤ 4,8 mm.
12 NT Editora SUMÁRIO
1.2 Aglomerantes
Aglomerantes são todos os materiais ativos quimicamente, pulverulentos, utilizados para pro-
mover a união entre partículas de agregados nas argamassas e concretos. Quanto ao princípio ativo,
os aglomerantes podem ser aéreos, hidráulicos ou mistos.
• Aglomerantes aéreos: são aqueles que endurecem pela reação química do CO2 presente
no ar atmosférico. Exemplo: cal aérea.
• Aglomerantes hidráulicos: são aqueles que reagem na presença de água. Exemplo: cimen-
to Portland.
• Aglomerantes mistos: são aqueles que utilizam tanto um hidráulico quanto um aéreo para
a reação química. Exemplo: cimento Portland + cal aérea.
Pega dos aglomerantes é um termo que se refere ao tempo decorrido entre o início das reações
químicas e a perda total de fluidez da mistura. O início da pega se dá quando o aglomerante entra em
contato com seu ativador químico, enquanto o fim se dá quando a massa se solidifica totalmente, não
significando, no entanto, alcance de toda sua resistência mecânica.
Saiba mais
O conhecimento da pega do aglomerante a ser utilizado será útil para se definir o tempo neces-
sário para o preparo e o uso de determinada porção, o tempo demandado para o transporte da
mistura, o tempo para desforma de peças, etc.
• Silicato tricálcico (3CaO.SiO2 – C3S – alita): tem a função de promover ganho de resistên- dos por silicatos
cia mecânica, em especial aos 28 dias de idade, quando atinge entre 70 e 80% de sua hidratados de
resistência final. alumínio e ferro.
• Silicato bicálcico (2CaO.SiO2 – C2S – belita): tem a função de promover resistência mecâ-
nica nas idades mais avançadas.
Saiba mais
A adição em diferentes proporções de cada uma dessas matérias-primas ao clínquer do cimento
Portland no momento da moagem é responsável por gerar os diversos tipos comerciais de cimento.
• CP de alto forno (CP III): 65 a 25% de clínquer e gesso + 35 a 70% de escória de alto forno
+ 0 a 5% de material carbonático.
• CP branco estrutural (CP B estr.): 100 a 75% de clínquer e gesso +0 a 25% de material car-
bonático.
• CP branco não estrutural (CP B não estr.): não estrutural: 74 a 50% de clínquer e gesso + 26
a 50% de material carbonático.
Saiba mais
Caso tenha interesse, assista ao vídeo que mostra o processo de fabricação do cimento Portland,
que é um produto muito usado na construção civil, por causa de sua excelente resistência. Link:
https://www.youtube.com/watch?v=2F6A9nY1DBc
14 NT Editora SUMÁRIO
Quanto à classe de resistência, os cimentos brasileiros podem ser:
• Cal hidráulica: reage em contato com a água. Foi substituída ao longo do tempo pelo ci-
mento Portland.
O gesso é aglomerante de pega rápida obtido pela desidratação total ou parcial da gipsita
(CaSO4.2H2O). A temperatura de calcinação é a responsável por gerar os diferentes tipos de gesso
comerciais. Devido a sua rápida pega, o gesso pode ser aplicado como material de revestimento in-
terno, forros de coberturas, painéis para divisórias (gesso acartonado ou drywall), etc. Como adição ao
cimento Portland, o gesso é misturado ao clínquer para regular o seu tempo de pega.
Construindo o saber
Levando em conta o conteúdo apresentado sobre aglomerantes, marque a alternativa
correta:
16 NT Editora SUMÁRIO
Importante
Quando o aglomerante é somente misturado à agua, recebe o nome de pasta ou nata, cuja
diferenciação se dará empiricamente pela quantidade de água utilizada. A pasta surge com a
mistura do aglomerante à agua, até atingir certa plasticidade, sendo empregada em correções
de superfícies e fechamento de fissuras. Já as natas são compostas de aglomerante e água em
excesso (mistura muito fluida), sendo utilizadas em caiação de superfícies.
Número de aglomerantes
Tipo de aglomerante
Consistência
Densidade
Dosagem
• trabalhabilidade;
• aderência;
• estabilidade dimensional;
• impermeabilidade;
• empacotamento;
• resistência mecânica;
• durabilidade.
Importante
Para se obter argamassas
de boa qualidade, é impor-
tante assegurar que a pasta
preencha todos os espaços
entre os agregados e os en-
volva por completo.
No caso das argamassas de revestimento, vale salientar que são empregadas em diferentes
camadas e composicões. Elas são classificadas da seguinte maneira.
• Reboco: camada fina com espessura de 1,5 cm. Tem a função de dar acabamento à super-
fície e receber a pintura.
• Camada única: também conhecida como massa única ou reboco paulista, consiste em
uma única camada de argamassa sobre a qual é aplicada a pintura.
18 NT Editora SUMÁRIO
Figura 5 - Camadas de revestimento de argamassa
Saiba mais
Dosar uma argamassa significa definir a proporção em que cada elemento entrará na mistura.
Ou seja, dosar significa definir o traço da argamassa. A indicação do traço das argamassas pode
se dar das seguintes formas:
1:n ou 1:n:m
O rendimento de produção de uma argamassa pode ser definido como o volume obtido com
a mistura de determinada quantidade de aglomerante (s), agregado e água necessários para gerar 1
m³ de argamassa.
Para as argamassas de cimento Portland, o rendimento pode ser calculado pelas expressões abaixo:
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1,4
CP = ——— A = CP × a
1+a
Sendo que:
Comentário: Se você escolheu o item “c”, você acertou. Paredes de alvenaria de tijolos,
blocos de concreto ou rochas são erguidos unindo-se cada elemento com argamassa de
assentamento.
Nas construções rurais, o concreto simples pode ser empregado na confecção de vigas, lajes,
colunas, canais de drenagem e irrigação, comedouros e bebedouros, pisos de instalações animais,
silos para armazenagem de grãos, entre outros.
Massa específica
Importante
O concreto simples apresenta as vantagens de baixo custo relativo, disponibilidade dos seus
materiais componentes em quase todos os lugares, versatilidade e adaptabilidade, durabilidade
e possibilidade de incorporar rejeitos industriais poluentes. Como desvantagens, destacam-se
a impossibilidade de modificações após seco, baixa resistência à tração e grande geração de
resíduos após demolição.
20 NT Editora SUMÁRIO
O concreto simples deve ser dosado de forma a se obter harmonia entre seus componentes. O
maior consumo de cimento no concreto gera um produto com maior plasticidade, maior coesão, me-
nor segregação, menor exsudação de água, maior calor de hidratação e maior retração na secagem.
Quanto ao agregado miúdo, o maior consumo no concreto acarreta aumento no uso de água
e de cimento e maior plasticidade. No caso de grãos arredondados e lisos, ocorre maior plasticidade.
Grãos lamelares geram maior consumo de cimento e água.
Grãos
Quanto ao agregado graúdo de grãos mais arredondados e lisos, o maior consumo ocasiona lamelares:
grãos na forma
maior plasticidade e menor aderência com a pasta. No caso de agregados graúdos lamelares, o maior de lâminas.
uso acarreta maiores consumos de cimento, água e areia e menor resistência do concreto.
Fluidez:
As propriedades do concreto se dividem em duas fases: concreto fresco e endurecido. propriedade
recíproca da
• O concreto fresco deve ter trabalhabilidade adequada às condições de utilização, definidas viscosidade
por transporte, lançamento e adensamento. de um fluido;
fluidicidade.
• O concreto endurecido deve ter suas características definidas pela resistência aos esforços
mecânicos a que está submetido e pelas questões relativas à durabilidade.
Na fase fresca, a trabalhabilidade do concreto está relacionada à sua consistência (fluidez) e co-
esão. A consistência do concreto está diretamente ligada ao teor de umidade contido na massa e pode
ser avaliada pelo ensaio de abatimento do concreto, também conhecido como slump test, segundo a
NM NBR 67 (1998).
Na fase endurecida, as características do concreto devem ser aquelas relacionadas à sua resis-
tência mecânica, durabilidade, impermeabilidade e aparência. Quanto à resistência mecânica, é im-
Cisalhamento: portante destacar a resistência à compressão, à tração, ao cisalhamento e à flexão, sendo os valores
cortar, fatiar. mencionados definidos aos 28 dias de idade do concreto à base de cimento Portland, período este no
qual o produto tende a atingir, aproximadamente, 75 a 85% de sua resistência total.
Construindo o saber
Agora que você conhece um pouco sobre concreto simples, marque a alternativa correta.
c) O slump test é um ensaio utilizado para testar a qualidade dos agregados utilizados
na produção do concreto.
d) O concreto simples não precisa ser dosado, pois sempre haverá harmonia entre
seus componentes.
Comentário: Se você escolheu o item “b”, você acertou. A alita produzida pela hidratação
do cimento Portland permite ao concreto alcançar elevados resultados de resistência logo
aos 28 dias de idade.
22 NT Editora SUMÁRIO
Produção do concreto
A tecnologia do concreto envolve várias fases, sendo elas: dosagem dos componentes, mistura,
transporte, lançamento, adensamento e cura.
Dosagem: é expressa através do traço, podendo ser medida em peso ou volume. A dosagem
pode ser não experimental (empírica) ou experimental. Na dosagem não experimental, a proporção
dos materiais é fixada pela experiência do construtor ou através da utilização de tabelas.
De acordo com a norma NBR 6118 (2004), essa dosagem só é aceita para obras de pequeno
porte e deve respeitar as seguintes condições.
• Mistura: processo que busca obter homogeneidade entre todos os componentes do con-
creto, em que cada partícula do cimento deve estar em contato com a água, formando
uma pasta homogênea que envolva totalmente todos os agregados. A mistura pode ser
feita de modo manual ou por meio de equipamentos mecânicos (betoneiras).
• Transporte: deve ser realizado o mais rápido possível, de modo a se evitar que a perda
de fluidez com o passar do tempo interfira nas etapas seguintes. O transporte pode ser
horizontal (carrinhos de mão, dumpers e caminhões betoneiras), vertical (guinchos, gruas
e elevadores de carga) ou oblíquo (correias transportadoras, calhas e bombas). Durante o
transporte, deve-se evitar a vibração excessiva, o que acarretaria a segregação de partícu-
las e reduziria a homogeneidade do composto.
• Cura: processo cuja finalidade é evitar a evaporação prematura da água utilizada na mis-
tura do concreto, garantindo, assim, que as reações químicas essenciais ocorram. A reali-
zação da cura reduz a instabilidade dimensional e, consequentemente, o aparecimento de
fissuras e trincas. De acordo com a NBR 6118 (2004), deve-se fazer a cura nos primeiros 7
dias, contados a partir do lançamento do concreto.
A cura do concreto pode ser úmida ou química. A cura úmida consiste em regar a superfície
concretada com água nos primeiros dias ou ainda estender uma lona preta, de modo a evitar a perda
de água por evaporação. Já a cura química consiste em aspergir uma camada química sobre o concre-
to, criando uma película selante.
Quanto à sua dosagem propriamente dita, é importante conhecer o fck, resistência característica
do concreto, valor obtido em laboratório que corresponde à resistência à compressão dos corpos de
prova ensaiados, com margem de erro de até 5%. É normal a escolha de um fck entre 15 e 30 MPa.
fck: resistência
característica Para se garantir a obtenção do fck em condição de projeto, deve ser calculado o valor de resis-
à compressão. tência à compressão aos 28 dias de idade do concreto, f . O f corresponde a uma probabilidade de
c28 c28
50% de chances de se atingir os mesmos valores de laboratório.
Como o fc28 é influenciado pelo tipo de controle de qualidade na obra, sua determinação mate-
mática deve ser efetuada pela equação a seguir:
Em que Sd é o desvio padrão que pode ser fixado com base nos seguintes critérios.
• Sd = 7,0 MPa: quando o cimento for medido em peso e os demais materiais em volume; ou
houver correções relativas à umidade apenas estimada do material.
24 NT Editora SUMÁRIO
Em relação à trabalhabilidade do concreto, pode-se dizer que o fator de maior importância é a
relação estabelecida entre quantidade de água e quantidade de materiais secos (agregados miúdo e
graúdo + cimento Portland), A (%), podendo assim ser expressa: Trabalhabili-
dade:
grau de
Pesoágua facilidade
A (%) = ————————————
Pesocimento + Pesoagregados com que o
concreto
pode ser
preparado e
Logo, se for considerado 1 saco de cimento de 50kg, tem-se:
aplicado em
obras.
Pesoágua
A (%) = ——————————
50kg + Pesoagregados
O valor de A(%) deve ser tomado em função do diâmetro máximo (dmáx) do agregado graúdo e
do tipo de adensamento, conforme tabela a seguir.
Os valores na tabela 1 são referentes à areia natural e agregado graúdo com dmáx = 25 mm. Para
dmáx = 19 mm e dmáx = 38 mm, deve-se somar 0,5% e diminuir 0,5%, respectivamente, à A(%). No caso
do uso de areia artificial, deve-se somar 1% à A (%).
100 × Pesoágua
Pesoagregados = ———————— − 50kg
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A(%)
A definição da quantidade de agregado miúdo que entrará na mistura seca será dependente da
sua granulometria, devendo ser realizada a partir da tabela 2, com variação, para o caso de dosagem
não experimental, sempre entre 30 a 50%, a fim de se obter boa trabalhabilidade.
Para a definição do agregado graúdo, seu peso será definido a partir da expressão:
Para se definir o traço em peso a ser adotado, basta dividir cada elemento da mistura pelo peso
de 1 saco de cimento (5kg). Como em obras o mais usual é a medição dos agregados em volume, basta
realizar a conversão adotando a massa específica aparente dos agregados envolvidos.
No caso dos agregados miúdos, a quantidade de água presente na massa exerce grande influ-
ência por alterar seu peso e volume, alterações estas que devem ser corrigidas a partir das seguintes
expressões.
1000
C = ————————————
Legenda:
x = fator água/cimento;
26 NT Editora SUMÁRIO
Os demais componentes para produção de 1 m³ de concreto serão obtidos pela análise de suas
proporções no traço estabelecido.
Além do concreto simples, pode-se citar outros tipos de concreto, tais como os seguintes.
• Concreto armado: estrutura de concreto que possui, em seu interior, armações feitas com
barras de aço.
• Concreto de alto desempenho: dosado para se obter estruturas com menor dimensão e
resistência superior a 40 MPa.
• Materiais refratários, com fusão acima de 1600ºC: caulim sedimentar, argilas refratárias –
sílica plástica.
• Argilas para cerâmica vermelha (de baixa plasticidade, porém contendo fundentes): ladri-
lhos, manilhas, telhas e tijolos furados – argilas e folhelhos.
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• Argilas para tijolos (plásticas, contendo óxido de ferro); argilas para terracotas, argilas para
tijolos comuns.
• Retração por secagem: capacidade de variar de volume com a variação de umidade. Esta
propriedade é importante na moldagem das peças cerâmicas, pois elas podem fissurar
devido ao efeito da retração.
Como requisitos mecânicos, os blocos ou tijolos de cerâmica devem atender aos valores míni-
mos apresentados na tabela 10:
28 NT Editora SUMÁRIO
Telhas: são usadas na construção dos telhados das coberturas. Na fabricação das telhas, são
usados o mesmo processo e a mesma matéria-prima dos tijolos comuns. A diferença está na argila,
que deve ser fina e homogênea, pois deve formar um material mais impermeável devido à condição
de uso, evitando, dessa forma, que ocorram grandes deformações durante o processo de queima.
As telhas devem apresentar bom acabamento, com superfície pouco rugosa, sem deformações
e defeitos (fissuras, esfoliações, quebras e rebarbas) que dificultem o acoplamento entre elas e pre-
judiquem a estanqueidade do telhado. Também não devem apresentar manchas (de bolor), eflores-
cência (superfície esbranquiçada com sais) ou nódulos de cal. Sua qualidade pode ser rapidamente
avaliada quando suspensas por uma extremidade e percutidas com a emissão de som metálico.
No mercado, as telhas são encontradas em diversas formas, dimensões e preços, sendo as mais
comuns as dos tipos romano, português, italiano, americano, francês, plan, paulista e colonial.
Figura 10 - Telhas cerâmicas em sequência: romana, portuguesa, italiana, americana, plan e colonial
Materiais cerâmicos de alta vitrificação: podem ser divididos em materiais de louça e materiais de grés
cerâmico. As louças caracterizam-se por sua matéria-prima quase isenta de óxido de ferro, “argilas
brancas”, sua granulometria fina e uniforme, com alto grau de compacidade e vitrificação da superfície
e absorção de água em torno de 2%.
Tipos de louça
• Louça sanitária – os aparelhos sanitários (lavatórios, vasos, bidês) são feitos por molda-
gem. Seu vidrado é obtido pela pintura da peça com esmalte de bórax com feldspato.
• Pastilhas – as pastilhas são fabricadas pelo mesmo processo dos azulejos e têm, normal-
mente, forma quadrada ou sextavada.
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As manilhas de grés cerâmico são tubulações cerâmicas fabricadas por extrusão e utilizadas na ca-
nalização de esgoto sanitário, água residual, água pluvial e despejos industriais. São produtos vidrados
interna e externamente, ou apenas internamente, na superfície que entrará em contato com o líquido.
Cerâmica branca: grupo bastante diversificado, o qual compreende os produtos obtidos a partir
de uma massa de coloração branca, em geral recobertos por uma camada vítrea transparente e inco-
lor, como, por exemplo, louça de mesa, louça sanitária e isoladores elétricos.
b) As telhas cerâmicas são produzidas com os mesmos materiais dos blocos de con-
creto.
c) Os tijolos refratários são aqueles recomendados para uso em obras com contato
direto com água.
Resumindo
Nesta lição, foram apresentados os materiais convencionais de construção (agregados, aglome-
rantes, argamassas, concreto simples, material cerâmico), seus métodos de classificação e suas princi-
pais características. Vimos também algumas equações importantes de se conhecer para trabalhar com
esses materiais, bem como seus principais usos nas atividades de construção.
30 NT Editora SUMÁRIO
Exercícios
Questão 1 - Os agregados são materiais de construção considerados primários. Como eles Parabéns,
podem ser classificados? você fina-
lizou esta
a) Materiais granulares que possuem função de reação química nas argamassas e nos lição!
concretos.
Agora
b) Materiais quimicamente inertes e fracionados que compõem as argamassas e os responda
concretos. às questões
ao lado.
c) Materiais com dimensão superior a 4,8 mm utilizados em concretos.
d) Materiais de origem artificial com dimensão inferior a 4,8 mm.
Questão 3 - Sabe-se que agregados naturais são aqueles que passaram por processos
mínimos de industrialização para atingirem o ponto de comercialização. Sabendo disso, marque
a alternativa que contém os exemplos corretos desses materiais.
a) Areia de rio, pó de pedra e seixo rolado.
b) Britas, areia de pedra e pedra pome.
c) Vermiculita, areia de rio e seixo rolado.
d) Britas, areia de rio e pó de pedra.
Questão 4 - São exemplos de agregados classificados como leves quanto à sua densidade:
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Questão 5 - As britas são agregados graúdos que compõem os concretos. Como elas são
classificadas?
a) Material artificial com dimensão superior a 4,8 mm utilizado para confecção de concretos.
b) Material natural com dimensão inferior a 4,8 mm utilizado exclusivamente na confecção
de argamassas.
c) Material responsável por fornecer resistência mecânica a tração aos concretos.
d) Material ativo quimicamente, utilizado na confecção de concretos e argamassas.
Questão 7 - A dimensão máxima (dmáx) de partículas de um agregado pode ser definida como:
a) valor correspondente à abertura da peneira de série normal ou intermediária na qual o
agregado apresenta porcentagem retida acumulada igual ou imediatamente inferior a
5% em massa.
b) valor correspondente à abertura da peneira de série normal ou intermediária na qual o
agregado apresenta porcentagem retida acumulada igual ou imediatamente inferior a
5% em volume.
c) valor correspondente à peneira como menor quantidade de material retido no ensaio
granulométrico.
d) valor correspondente à peneira com maior abertura utilizada em um ensaio
granulométrico.
Questão 9 - Sabe-se que um aglomerante hidráulico inicia suas reações químicas que
proporcionarão enrijecimento à massa no momento em que entra em contato com água.
Assim, a pega de um aglomerante hidráulico refere-se ao:
a) tempo decorrido entre seu contato com a água e a perda de moldabilidade.
b) tempo necessário para que esse aglomerante alcance o máximo de sua resistência
mecânica.
c) tempo decorrido entre seu contato com a água e sua mistura com os demais componentes.
d) tempo necessário para se trabalhar com a pasta sem que haja perda de trabalhabilidade.
32 NT Editora SUMÁRIO
Questão 10 - São exemplos de aglomerantes hidráulicos:
a) cal aérea, cimento Portland, cal hidratada.
b) gesso, cal hidratada, cimento Portland.
c) cal aérea, gesso e cal hidratada.
d) cimento Portland, cal aérea e cal hidratada.
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