Controle Pid
Controle Pid
Controle Pid
O sinal de controle pode assumir apenas dois valores, conforme o erro seja positivo ou
negativo. Em outras palavras tem-se:
Este tipo de função pode ser implementada como um simples comparador ou mesmo um
relé físico. Note que neste caso teríamos uma inconsistência em zero e, na presença de
Para evitar este tipo de problema, utiliza-se na prática o que chamamos de controlador liga-
desliga com histerese.
A ação de controle liga-desliga pode assim ser considerada a ação de controle mais simples
e mais econômica. Entretanto, este tipo de ação possui limitações no que diz respeito ao
comportamento dinâmico e em regime permanente do sistema em malha fechada. Suas
aplicações restringem-se a sistemas onde não é necessário precisão nem um bom
desempenho dinâmico. Como exemplos corriqueiros de aplicação deste tipo de controle
temos: termostato da geladeira, controle de nível d'água a partir de "bóias".
Ação Proporcional
Neste tipo de ação o sinal de controle aplicado a cada instante à planta é proporcional à
amplitude do valor do sinal de erro:
Assim se, em um dado instante, o valor da saída do processo é menor (maior) que o valor
proporcional ao módulo de .
mostra a resposta de um sistema considerando-se a aplicação de uma ação proporcional.
Note que, quanto maior o ganho menor o erro em regime permanente, isto é, melhor a
precisão do sistema em malha fechada. Este erro pode ser diminuído com o aumento do
ganho, entretanto nunca conseguiremos anular completamente o erro. Por outro lado,
quanto maior o ganho, mais oscilatório tende a ficar o comportamento transitório do
sistema em malha fechada. Na maioria dos processos físicos, o aumento excessivo do
ganho proporcional pode levar o sistema a instabilidade.
Ação Integral
A ação de controle integral consiste em aplicar um sinal de controle proportional à
integral do sinal :
um determinado tempo o erro e' igual a zero, i.e. , o sinal o sinal de controle
Assim sendo, sob um ponto de vista matemático, a ação integral permite aumentar o tipo do
sistema, ou seja, a nova função de transferência em malha aberta será dada por
e possuira' um pólo a mais na origem, fato este que como vimos na seção
A ação integral esta então diretamente ligada a melhoria da precisão do sistema. Entretanto,
a introdução de um pólo na origem na função de transferência em malha aberta, tende a
piorar a estabilidade relativa do sistema em malha fechada ou mesmo torná-lo instável. Por
este motivo, esta ação de controle em geral não é aplicada de maneira isolada.
Ação Derivativa
Esta ação corresponde a aplicação de um sinal de controle proporcional a derivada do sinal
de erro:
A função de transferência desta ação é dada por:
Note que este tipo de função de transferência implica em um ganho que cresce com o
aumento da frequência, fato este que deixaria o sistema extremamente sensível a ruídos de
alta freqüência. De mais a mais a implementação analógica de um derivador puro é
fisicamente impossível. Por estes motivos a implementação da ação derivativa dá-se com a
introdução de um pólo em alta freqüência que tem justamente a finalidade de limitar o
ganho em alta freqüencia. A função de transferência torna-se então:
O Controlador Proporcional ( P)
Muitas vezes, processos simples podem ser controlados satisfatoriamente apenas com a
ação proporcional. Neste caso as ações integral e derivativa são simplesmente desligadas.
Tem-se:
considerando-se , tem-se:
O Controlador Proporcional-Derivativo
( PD)
A saída de uma processo apresenta, intuitivamente, uma certa "inércia" com relação a
modificações na variável de entrada. Esta "inércia" explica-se pela dinâmica do processo
que faz com que uma mudança na variável de controle provoque uma mudaça considerável
na saída da planta somente após um certo tempo. Uma outra interpretação é que,
dependendo da dinâmica do processo, o sinal de controle estará em "atraso" para corrigir o
erro. Este fato é responsável por transitórios com grande amplitude e período de oscilação,
podendo, em um caso extremo, gerar respostas instáveis.
A ação derivativa quando combinada com a ação proporcional tem justamente a função de
"antecipar" a ação de controle a fim de que o processo reaja mais rápido. Neste caso, o sinal
de controle a ser aplicado é proporcional a uma predição da saída do processo.
(3.3)
Observe que o zero do controlador PD está sempre à direita do pólo. Esta configuração é
equivalente à de um compensador de avanço de fase. Note também que ao aumentarmos
(3.2)
ilustra a aplicação da ação integral conjuntamente com a ação proporcional. A partir deste
medida que diminuímos a ação integral começa a predominar sobre a ação proporcional
e a resposta tende a se aproximar mais rapidamente da referência, ou seja, o erro em regime
O Controlador Proporcional-Integral-
Derivativo
O controlador proporcional combina as vantagens do controlador PI e PD. A ação integral
está diretamente ligada à precisão do sistema sendo responsável pelo erro nulo em regime
permanente. O efeito desestabilizador do controlador PI é contrabalançado pela ação
derivativa que tende a aumentar a estabilidade relativa do sistema ao mesmo tempo que
torna a resposta do sistema mais rápida devido ao seu efeito antecipatório.
(3.4)
A Banda Proporcional
Na prática, por restrições de ordem física ou de segurança, não é possível a aplicação de
O sinal de controle dado por 3.1 pode ser re-escrito genericamente como:
Considerando-se os limites do controle, tem-se que o sinal que será efetivamente aplicado é
descrito da seguinte forma:
Assim, se ou se diz-se que há saturação de controle.
Neste caso o comportamento do controlador torna-se não linear. Para que o comportamento
do controlador PID seja dado exatamente por 3.1, ou seja linear, o sinal deve
Ajuste Manual
Os modelos utilizados para o projeto nem sempre são suficientemente completos e os
métodos, por se pretenderem de alicação genérica, muitas vezes fornecem ajustes que
podem ser melhorados. Por esta razão, por vezes é conveniente, após ter obtido um ajuste
para o PID por meio de um dos métodos apresentados, efetuar manualmente um ajuste fino
dos parâmetros do controlador tendo em conta o desempenho observado do sistema. Para
tanto é preciso ter em mente o efeito de cada uma das ações de controle sobre o
desempenho do processo, de acordo com o exposto no Capítulo 2. A partir daqueles
princípios podem ser estabelecidas regras para guiar este ajuste fino. Em alguns casos em
que os requisitos de desempenho são mínimos, pessoal com grande experiência pode fazer
o ajuste exclusivamente manual a partir de regras deste tipo. A Tabela abaixo apresenta um
sumário que pode servir de guia ao operador efetuando o ajuste manual, sempre tendo em
mente que este ajuste manual tem por objetivo unicamente refinar o ajuste já feito do
controlador e portanto as variações efetuadas nos parâmetros devem ser pequenas.
Os ajustes obtidos a partir destes ensaios simples são muitas vezes suficientes para
processos industriais, no entanto aplicações existem em que maior precisão e desempenho
são exigidos. Nestes casos é preciso basear o ajuste em uma maior quantidade de
informação sobre o processo. Esta informação é usualmente dada na forma de uma função
de transferência, ou de um diagrama de resposta em freqüência. A obtenção de tais modelos
requer certo grau de conhecimento teórico e pode ser trabalhosa, bem como o projeto em si,
ao contrário dos métodos não baseados em modelos, nos quais a etapa de projeto consiste
em aplicação simples de fórmulas prontas. Por outro lado, o desempenho que pode ser
obtido por um projeto criterioso utilizando estes modelos é bastante superior àquele obtido
por meio dos outros métodos.
Estabilidade
A estabilidade de um sistema pode ser definida de diversas maneiras e segundo vários
pontos de vista. Nos fixaremos aqui no conceito de BIBO-estabilidade (bounded input-
bounded output). Segundo este conceito, um sistema é dito ser estável se, para todo sinal de
amplitude limitada aplicado em sua entarda, o sinal de saída é também limitado. Por outro
lado, se o sistema é instável, ao aplicarmos um sinal de amplitude limitada em sua entarda,
sua saída divergirá com o passar do tempo, ou seja, a amplitude do sinal de saída tenderá a
crescer indefinidamente.
As figuras 1.7 e 1.8 mostram a resposta de dois sistemas a uma entrada do tipo salto
unitário que constitui-se em um sinal de amplitude limitada. Note que a resposta do sistema
1.7 é limitada em amplitude e, portanto, este sistema é estável. Já o sistema da figura 1.8
apresenta uma resposta apresenta um comportamento divergente sendo, portanto, instável.
Figure 1.7: comportamento estável
equação característica .
Note que um sistema estável em malha aberta pode vir a tornar-se instável ao fecharmos a
malha e vice-versa.
Cabe aqui ressaltar que, no caso de sistemas lineares, a estabilidade é uma característica do
sistema, ou seja, independe do sinal de entrada.
Controladores Analógicos
Os controladores analógicos trabalham com sinais contínuos no tempo. A variável de
processo é medida através de um sensor que converte a grandeza física em geral em um
sinal elétrico, pneumático ou mecânico, este sinal é comparado com uma referência de
mesma grandeza. A diferença entre os dois sinais é então aplicado a um controlador que
nada mais é que um sistema elétrico, peneumático ou mecânico que irá gerar um sinal
contínuo a ser aplicado na entrada da planta a ser controlada.
Um controlador analógico pode ser visto também como um filtro analógico. Sua
implementação se dá então a partir de uma função de transferência. Assim, por exemplo,
este filtro pode ser realizado sob a forma de um circuito eletrônico cuja característica
entrada-saída corresponde à função de transferência que o controlador deve apresentar a
fim de satisfazer certas especificações de controle
Em resumo, a execução de um controle digital pode ser dividido nas seguintes etapas:
1. amostragem
2. conversão analógico/digital
3. cálculo do controle através de um programa
4. conversão digital/analógica
5. aplicação do sinal de controle calculado até o próximo instante de amostragem
Nyquist que diz que "a freqüencia de amostragem, , deve ser no mínimo 2 vezes maior
que a máxima freqüencia contida no sinal analógico a ser amostrado" a fim de evitar o
fenômeno de aliasing (superposição de espectro). Intutivamente, se amostramos o sinal
com uma freqüencia muito baixa, estaremos, de certa forma, "perdendo" informações sobre
a evolução do sinal que está sendo amostrado o que acarretará o cálculo de um controle
incorreto. A fim de evitar este fenômeno, um filtro anti-aliasing pode ser acrescentado ao
sistema. Este filtro, colocado antes do dispositivo amostrador, funciona como um filtro