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AgInt no AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1994330 - RS

(2021/0316017-1)

RELATORA : MINISTRA MARIA ISABEL GALLOTTI


AGRAVANTE : JBS AVES LTDA
ADVOGADO : JULIANA CRISTINA MARTINELLI RAIMUNDI - SC015909
AGRAVADO : CLAUDIA TERESINHA VIEIRA SEQUETE
ADVOGADOS : MAIARA SEIBERT - RS080248
VINICIUS CORSO SOUZA - RS075502
ADIVAN ZANCHET - RS094838
FRANCISCO PICOLI - RS091197

EMENTA

AGRAVO INTERNO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE VIZINHANÇA.


AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS ADVINDOS DE POLUIÇÃO
AMBIENTAL. CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO. INVERSÃO DO ÔNUS DA
PROVA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA 7/STJ. ACÓRDÃO
RECORRIDO EM CONFORMIDADE COM O ENTENDIMENTO DESTA CORTE
SUPERIOR. SÚMULA 83/STJ. DISSÍDIO PREJUDICADO. NÃO PROVIMENTO.
1. O acórdão recorrido analisou as questões necessárias ao deslinde da controvérsia,
não se configurando omissão, contradição ou negativa de prestação jurisdicional.
2. As instâncias ordinárias, com base nos fatos e provas dos autos, concluíram que a
parte autora é considerada consumidora por equiparação, nos termos do art. 17 do
CDC, assim como pela incidência das regras de responsabilidade objetiva e pela
inversão do ônus da prova.
3. "Na hipótese de danos individuais decorrentes do exercício de atividade empresarial
poluidora destinada à fabricação de produtos para comercialização, é possível, em
virtude da caracterização do acidente de consumo, o reconhecimento da figura do
consumidor por equiparação, o que atrai a incidência das disposições do Código de
Defesa do Consumidor" (REsp n. 2.005.977/RS, relatora Ministra Nancy Andrighi,
Segunda Seção, julgado em 28/9/2022, DJe de 30/9/2022).
4. O Tribunal de origem julgou nos moldes da jurisprudência desta Corte. Incidência da
Súmula n. 83 do STJ.
5. Não cabe, em recurso especial, reexaminar matéria fático-probatória (Súmula n.
7/STJ).
6. Fica prejudicado o exame da divergência jurisprudencial quando a tese já foi
afastada na análise do recurso especial pela alínea "a" em razão da incidência dos
óbices das Súmulas 7 e 83 do STJ.
7. Agravo interno a que se nega provimento.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam os
Ministros da QUARTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, em sessão virtual de 06/12/2022 a
12/12/2022, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto da Sra.
Ministra Relatora.
Os Srs. Ministros João Otávio de Noronha, Raul Araújo, Antonio Carlos Ferreira e
Marco Buzzi votaram com a Sra. Ministra Relatora.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Raul Araújo.

Brasília, 12 de dezembro de 2022.

MARIA ISABEL GALLOTTI


Relatora
Superior Tribunal de Justiça
AgInt no AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.994.330 - RS
(2021/0316017-1)

RELATÓRIO

MINISTRA MARIA ISABEL GALLOTTI: Trata-se de agravo interno


interposto contra decisão de fls. 411/416, na qual neguei provimento ao agravo em
recurso especial.
Requer "seja reformada a decisão quanto à rejeição da prevenção,
tendo em vista o risco de decisões conflitantes, nos termos do art. 55, § 3º, c.c art.
930, parágrafo único, ambos do CPC".
Aduz que "houve omissão do v. acórdão, na medida em que a JBS
suscitou nas razões do agravo de instrumento que é 'impossível comprovar a
ausência de dano ambiental'".
Sustenta que "Ou a decisão monocrática entende que houve
prequestionamento de todas as matérias e inexiste omissão no v. acórdão, ou a
decisão monocrática entende que não houve prequestionamento de determinada
matéria e reconhece a violação aos artigos 1.022 e 489, ambos do CPC. É
impossível a coexistência de ambas as teses na r. decisão monocrática!".
Afirma que "tendo em vista que a matéria foi debatida em embargos de
declaração, considera-se a tese de impossibilidade de inversão do ônus da prova
quanto à existência do dano ambiental devidamente prequestionada, nos termos do
art. 1.025, do CPC".
Assevera que "não há o que se falar em necessidade de reexame de
provas (inexistindo o óbice da Súmula 7/STJ), pois se trata de questão de direito
ventilada no acórdão impugnado, tocante à possibilidade de equiparação da
Agravada à condição de consumidora em ação indenizatória, por mera alegação de
danos morais decorrentes de supostos danos ambientais".
Alega que "A inversão do ônus da prova no Código de Defesa do
Consumidor não se opera de forma automática, mas exige antes que esteja
preenchida a verossimilhança das alegações da parte Agravada ou quando for
hipossuficiente".
Defende que "Causa perplexidade a forma como foi tratada pela
decisão de primeiro grau, ratificada pelo v. acórdão, ou seja, como se fosse
perfeitamente possível à JBS comprovar que o dano ambiental não existe. Como se
prova aquilo que não existe? Em direito ambiental, é notável que estar regular e agir
em conformidade com a licença de operação não significaria automaticamente a
inexistência de dano ambiental!!!"
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Aponta que "Mesmo que a JBS comprove atuar em conformidade com
a licença de operação (coisa que já o fez) e, portanto, que suas atividades são
regulares, ela não terá se desincumbido do ônus de comprovar que inexiste dano
ambiental, uma vez que o dano ambiental independe da regularidade e pode
acontecer também nessa hipótese".
Argumenta que "Não há substrato fático que autorize a conclusão
adotada, isto é, as alegações da parte Agravada não se amoldam ao conceito de
ACIDENTE DE CONSUMO!!!".
Insiste que "o acidente de consumo deve ser um consectário lógico de
uma relação de consumo, senão não há acidente de consumo! Não se pode ampliar
excessivamente o conceito de processo produtivo, sob pena de se criar situações de
flagrante injustiça".
Afirma que "A parte Agravada não tem direito! Não tem como provar o
direito que alega possuir! Então, criou essa tese de incidência do Código de Defesa
do Consumidor, a fim de se beneficiar com a inversão do ônus da prova e
experimentar uma situação muito cômoda, ou seja, alega a ocorrência de diversos
aborrecimentos e nada provam nesse sentido".
Alega que "não há que se falar em inversão do ônus da prova, apenas
porque a responsabilidade seria objetiva. Isso, porque a culpabilidade (regra de
direito material) não influi na distribuição do ônus da prova (regra de direito
processual)".
Defende a existência de divergência jurisprudencial.
Intimada, a parte agravada não apresentou impugnação (fl. 460).
É o relatório.

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RELATORA : MINISTRA MARIA ISABEL GALLOTTI


AGRAVANTE : JBS AVES LTDA
ADVOGADO : JULIANA CRISTINA MARTINELLI RAIMUNDI - SC015909
AGRAVADO : CLAUDIA TERESINHA VIEIRA SEQUETE
ADVOGADOS : VINICIUS CORSO SOUZA - RS075502
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EMENTA

AGRAVO INTERNO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE


VIZINHANÇA. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS ADVINDOS DE
POLUIÇÃO AMBIENTAL. CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO. INVERSÃO DO
ÔNUS DA PROVA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA 7/STJ.
ACÓRDÃO RECORRIDO EM CONFORMIDADE COM O ENTENDIMENTO DESTA
CORTE SUPERIOR. SÚMULA 83/STJ. DISSÍDIO PREJUDICADO. NÃO
PROVIMENTO.
1. O acórdão recorrido analisou as questões necessárias ao deslinde da
controvérsia, não se configurando omissão, contradição ou negativa de prestação
jurisdicional.
2. As instâncias ordinárias, com base nos fatos e provas dos autos, concluíram que a
parte autora é considerada consumidora por equiparação, nos termos do art. 17 do
CDC, assim como pela incidência das regras de responsabilidade objetiva e pela
inversão do ônus da prova.
3. "Na hipótese de danos individuais decorrentes do exercício de atividade
empresarial poluidora destinada à fabricação de produtos para comercialização, é
possível, em virtude da caracterização do acidente de consumo, o reconhecimento
da figura do consumidor por equiparação, o que atrai a incidência das disposições
do Código de Defesa do Consumidor" (REsp n. 2.005.977/RS, relatora Ministra
Nancy Andrighi, Segunda Seção, julgado em 28/9/2022, DJe de 30/9/2022).
4. O Tribunal de origem julgou nos moldes da jurisprudência desta Corte. Incidência
da Súmula n. 83 do STJ.
5. Não cabe, em recurso especial, reexaminar matéria fático-probatória (Súmula n.
7/STJ).
6. Fica prejudicado o exame da divergência jurisprudencial quando a tese já foi
afastada na análise do recurso especial pela alínea "a" em razão da incidência dos
óbices das Súmulas 7 e 83 do STJ.
7. Agravo interno a que se nega provimento.

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VOTO

MINISTRA MARIA ISABEL GALLOTTI (Relatora): Os argumentos


desenvolvidos pela parte agravante não infirmam a conclusão da decisão
impugnada, razão pela qual o presente recurso não merece prosperar.
A decisão agravada está assim fundamentada (fls. 411/416):

Em vista das razões de agravo interno, que indicam que houve


impugnação a todos os fundamentos da decisão que não admitiu o
recurso especial, reconsidero a decisão de fls. 374/375, proferida pela
Presidência desta Corte, tornando-a sem efeito, e passo à nova
análise do agravo em recurso especial.
Trata-se de agravo contra decisão que negou seguimento a recurso
especial interposto em face de acórdão assim ementado (e-STJ, fl.
170):
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITOS DE VIZINHANÇA.
AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS. DECISÃO QUE
DETERMINOU A INVERSÃO DO ÔNUS PROBATÓRIO.
DANOS ADVINDOS DE POLUIÇÃO AMBIENTAL/VISUAL
PERPETRADOS PELA RÉ. CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR. INCIDÊNCIA. ART. 7º. CONSUMIDORES
POR EQUIPARAÇÃO OU “BYSTANDER”. INVERSÃO DO
ÔNUS DA PROVA. PRECEDENTES DESTA CORTE DE
JUSTIÇA E DO E. STJ. DECISÃO CONFIRMADA.
RECURSO DESPROVIDO. UNÂNIME.
Opostos embargos de declaração, foram rejeitados.
Nas razões do recurso especial, a parte agravante aponta violação
dos arts. 373, § 2º, 489, § 1º, IV, e 1.022, I e II, do Código de
Processo Civil; e 6º, VIII, e 17 do Código de Defesa do Consumidor;
bem como divergência jurisprudencial.
Aponta que "os patronos da parte Recorrida fazem uso predatório do
sistema de justiça, uma vez que são litigantes frequentes que,
tipicamente se utilizando do benefício da justiça gratuita, abarrotam o
judiciário com demandas temerárias, em regra, excessivas e
desproporcionais".
Sustenta, em síntese, que não é caso de aplicação do CDC na
hipótese, sendo, portanto, equivocada a inversão do ônus da prova.
Defende que não há acidente de consumo porque não existe uma
relação de consumo com a parte agravada.
Argumenta que é inaplicável o CDC "em ações indenizatórias por
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danos morais cuja causa de pedir se funda na prática de situações
caracterizadas tipicamente como uso anormal da propriedade (mau
cheiro, poluição sonora, poluição atmosférica)".
Aduz que, se mantida a inversão do ônus da prova, "chega-se à
conclusão de que a Recorrente foi sobrecarregada com a impossível
tarefa de comprovar que não existe dano ambiental, o que é vedado
pelo ordenamento jurídico, nos termos do já mencionado § 2º, do art.
373, do Código de Processo Civil".
Afirma que não estamos diante de ação visando reparação de dano
ambiental, mas, sim, de eventual dano moral individual de caráter
exclusivamente patrimonial, não devendo ser considerada como ação
ambiental.
Assevera que é inaplicável a Súmula 628 do STJ .
Contrarrazões apresentadas.
Assim delimitada a controvérsia, passo a decidir.
De início, no que toca à alegada existência de conexão a justificar o
reconhecimento de prevenção, suscitada na petição de fls. 395/399,
destaco que, conforme informações de fl. 408, não é possível falar em
conexão nem prevenção de agravos em recurso especial em hipótese
na qual os processos não possuem as mesmas partes e são oriundos
de processos distintos.
Quanto à alegada violação aos arts. 489 e 1.022 do CPC, verifica-se
que a parte agravante não particularizou matéria ou tese específica
sobre a qual entende ter ocorrido omissão por parte do Tribunal de
origem, se limitando a afirmar, de forma genérica, que os embargos
de declaração foram rejeitados e "as omissões e contradição
apontadas não foram supridas". Assim, incide o óbice da Súmula
284/STF. Nesse sentido:
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL. AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO DA
PREVIDÊNCIA PRIVADA E COBRANÇA. NEGATIVA DE
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. DEFICIÊNCIA NA
FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. EXCESSO DE
EXECUÇÃO E ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. FALTA DE
PREQUESTIONAMENTO DAS MATÉRIAS OU TESES.
SÚMULA 211/STJ. MARCO DA VIGÊNCIA DO BENEFÍCIO.
INVERSÃO DO JULGADO. ANÁLISE DO CONJUNTO
FÁTICOPROBATÓRIO E DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS.
SÚMULAS N. 5 E 7/STJ. ALEGAÇÃO DE PRESCRIÇÃO.
INOVAÇÃO RECURSAL. AGRAVO INTERNO
DESPROVIDO.
1. É deficiente a fundamentação do recurso especial em que a
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alegação de violação ao art. 1.022 do CPC/2015 se faz de
forma genérica, sem a demonstração exata dos pontos pelos
quais o acórdão tornou-se omisso, contraditório ou obscuro.
Aplica-se, na hipótese, o óbice da Súmula 284/STF.
(...) 5. Agravo interno desprovido.
(AgInt no AREsp 1926284/GO, relator Ministro Marco Aurélio
Bellizze, Terceira Turma, julgado em 13/12/2021, DJe
15/12/2021)

Acrescente-se que o acórdão recorrido está devidamente


fundamentado, tendo concluído pela manutenção da decisão de
primeiro grau que entendeu que a parte autora deve ser considerada
consumidora por equiparação, assim como pela incidência das regras
de responsabilidade objetiva, bem como pela adequada inversão do
ônus da prova. Confira-se (fls. 167/169):
(...)
Quanto ao mérito, alterar a conclusão das instâncias ordinárias de que
a parte autora é considerada consumidora por equiparação, nos
termos do art. 17 do CDC, uma vez que está sujeita de alguma forma
aos efeitos das atividades dos fornecedores, para acolher a pretensão
do recurso de que deve ser afastada a aplicação das normas
consumeristas, demandaria o reexame do conjunto fático- probatório
dos autos, providência vedada em recurso especial, nos termos da
Súmula 7/STJ. A propósito:
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL - AUTOS DE AGRAVO DE INSTRUMENTO NA
ORIGEM - DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGOU
PROVIMENTO AO RECLAMO. INSURGÊNCIA DA PARTE
AGRAVADA.
1. Segundo a jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça,
encontram-se sob a proteção dos ditames do Código de Defesa
do Consumidor aqueles que, embora não tenham participado
diretamente da relação de consumo, sejam vítimas de evento
danoso decorrente dessa relação, como consumidores por
equiparação.
Incidência da Súmula 83 do STJ.
2. Rever o entendimento do Tribunal de origem, com o intuito de
reconhecer a ausência da condição de consumidora da parte e,
consequentemente, afastar a aplicação das normas
consumeristas, forçosamente, ensejaria em rediscussão de
matéria fática, com o revolvimento das provas juntadas ao
processo, o que é vedado pela Súmula 7 do STJ. Precedentes.
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Superior Tribunal de Justiça
3. Agravo interno desprovido.
(AgInt no AREsp n. 1.984.514/BA, relator Ministro Marco Buzzi,
Quarta Turma, julgado em 25/4/2022, DJe de 29/4/2022.)
Ademais, o acórdão recorrido está em conformidade com o
entendimento deste Superior Tribunal de Justiça no sentido de que "a
jurisprudência desta Corte Superior admite, nos termos do art. 17 do
CDC, a existência da figura do consumidor por equiparação nas
hipóteses de danos ambientais" (AgInt no REsp 1833216/RO, relator
Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 20/9/2021,
DJe 27/9/2021). No mesmo sentido:
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NOS
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO CONFLITO DE
COMPETÊNCIA. AÇÃO INDENIZATÓRIA.
DERRAMAMENTO DE ÓLEO. PESCADORES
ARTESANAIS. ACIDENTE DE CONSUMO. CONSUMIDOR
EQUIPARADO. COMPETÊNCIA ABSOLUTA. FORO DO
DOMICÍLIO DOS AUTORES. DECISÃO MANTIDA.
1. Os autores, pescadores artesanais, ajuizaram demanda
reparatória por danos morais e materiais, em função de dano
ambiental.
2. Conforme reconhecido pela Segunda Seção do STJ, os
pescadores artesanais prejudicados pelo derramamento de óleo
no litoral do Estado do Rio de Janeiro - caracterizado como
acidente de consumo, ante o suposto prejuízo de suas
atividades pesqueiras - são considerados consumidores por
equiparação, nos termos do art. 17 do CDC.
3. Nesse sentido, aplicam-se ao caso as regras definidoras de
competência do art.
101 do CDC, as quais, nos termos da jurisprudência do STJ,
têm natureza absoluta, podendo ser conhecidas de ofício pelo
juízo, sendo improrrogável, sobretudo quando tal prorrogação
for desfavorável à parte mais frágil.
4. Agravo interno a que se nega provimento.
(AgInt nos EDcl no CC n. 132.505/RJ, relator Ministro Antonio
Carlos Ferreira, Segunda Seção, julgado em 23/11/2016, DJe
de 28/11/2016.)
De igual modo, a conclusão da Corte local não destoa da
jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça no sentido de que
"Tratando-se de ação indenizatória por dano ambiental, a
responsabilidade pelos danos causados é objetiva, pois fundada na
teoria do risco integral. Assim, cabível a inversão do ônus da prova"
(AgRg no AREsp n. 533.786/RJ, relator Ministro Antonio Carlos
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Superior Tribunal de Justiça
Ferreira, Quarta Turma, julgado em 22/9/2015, DJe de 29/9/2015). Na
mesma linha: AgInt no AREsp n. 776.762/RO, relator Ministro Raul
Araújo, Quarta Turma, julgado em 24/8/2020, DJe de 15/9/2020.
Com relação à tese de que é impossível comprovar a ausência de
dano ambiental na hipótese, não houve debate no Tribunal de origem
acerca do tema, de modo que ausente o necessário
prequestionamento, incidindo o óbice da Súmula 211/STJ.
Ainda que assim não fosse, a decisão de primeiro grau inverteu o
ônus da prova "para o efeito de determinar que as provas sobre a
legalidade e regularidade das atividades da empresa, bem como da
ausência de falha na produção do produto, recaiam sobre a ré,
especialmente no que diz com a verificação da liberação de partículas
sólidas no ar, exalação de odores e extravazamento de amônia, que
possam causar danos ao consumidor por equiparação" (fl. 166).
Assim, não há que se falar em prova impossível ou excessivamente
difícil, uma vez que, consoante entendimento desta Corte Superior,
"em homenagem ao princípio da precaução, impõe-se a inversão do
ônus da prova nas ações civis ambientais, de modo a atribuir ao
empreendedor a prova de que o meio ambiente permanece hígido,
mesmo com o desenvolvimento de sua atividade" (AgInt no TP n.
2.476/RJ, relatora Ministra Regina Helena Costa, Primeira Turma,
julgado em 1º/9/2020, DJe de 2/10/2020).
Por fim, fica prejudicada a análise do dissídio jurisprudencial quando a
tese sustentada já foi afastada no exame do recurso especial pela
alínea "a" do art. 105, III, da Constituição Federal.
Acrescente-se, ainda, que a parte sequer apontou sobre qual
dispositivo de lei recairia a divergência, incidindo o óbice da Súmula
284/STJ, assim como falta identidade entre os paradigmas
apresentados e os fundamentos do acórdão recorrido, dadas as
peculiaridades do caso, com base nas quais o Tribunal de origem deu
solução à causa.
Em face do exposto, nego provimento ao agravo.

Reitero a posição de que não há que falar em prevenção no presente


caso, na medida em que não é possível falar em conexão de processos que não
possuem as mesmas partes, conforme informações de fl. 408, tão somente porque
possuem, em tese, a mesma causa de pedir.
No que toca à alegada violação aos arts. 489 e 1.022 do CPC, reafirmo
que o recurso especial não particularizou matéria ou tese específica sobre a qual
entende ter ocorrido omissão por parte do Tribunal de origem, se limitando a afirmar,
de forma genérica, que os embargos de declaração opostos na origem foram
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Superior Tribunal de Justiça
rejeitados e "as omissões e contradição apontadas não foram supridas", incidindo,
assim, o óbice da Súmula 284/STF, fundamento que não foi sequer impugnado nas
razões do agravo.
Ademais, a Corte local examinou as questões que lhe foram propostas,
adotando entendimento que ao órgão julgador parecia adequado à solução da
controvérsia, exibindo fundamentação clara e suficiente. Acrescente-se que a
jurisprudência deste superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de que não está
o órgão julgador obrigado a se pronunciar sobre todos os argumentos apontados
pelas partes a fim de expressar o seu convencimento.
Com efeito, o acórdão recorrido, considerando as peculiaridades da
causa, concluiu pela manutenção da decisão de primeiro grau que entendeu que a
parte autora deve ser considerada consumidora por equiparação, na medida em que
alega estar sofrendo transtornos em razão da atividade desenvolvida pela empresa
ré, assim como pela incidência das regras de responsabilidade objetiva, bem como
pela inversão do ônus da prova.
Assim, para modificar a conclusão das instâncias ordinárias de que a
parte autora é considerada consumidora por equiparação, nos termos do art. 17 do
CDC, uma vez que está sujeita de alguma forma aos efeitos das atividades dos
fornecedores, seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório dos autos,
providência vedada em recurso especial, nos termos da Súmula 7/STJ. Nesse
sentido:

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL -


AUTOS DE AGRAVO DE INSTRUMENTO NA ORIGEM -
DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGOU PROVIMENTO AO
RECLAMO. INSURGÊNCIA DA PARTE AGRAVADA.
1. Segundo a jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça,
encontram-se sob a proteção dos ditames do Código de Defesa do
Consumidor aqueles que, embora não tenham participado diretamente
da relação de consumo, sejam vítimas de evento danoso decorrente
dessa relação, como consumidores por equiparação. Incidência da
Súmula 83 do STJ.
2. Rever o entendimento do Tribunal de origem, com o intuito de
reconhecer a ausência da condição de consumidora da parte e,
consequentemente, afastar a aplicação das normas consumeristas,
forçosamente, ensejaria em rediscussão de matéria fática, com o
revolvimento das provas juntadas ao processo, o que é vedado pela
Súmula 7 do STJ. Precedentes.
3. Agravo interno desprovido.
(AgInt no AREsp n. 1.984.514/BA, relator Ministro Marco Buzzi,
MIG18
AREsp 1994330 Petição : 620856/2022 C54216444942551541<122@ C4250<500;902032212245@
2021/0316017-1 Documento Página 9 de 14
Superior Tribunal de Justiça
Quarta Turma, julgado em 25/4/2022, DJe de 29/4/2022.)

Acrescente-se que o acórdão recorrido está em conformidade com o


entendimento deste Superior Tribunal de Justiça no sentido de que "a jurisprudência
desta Corte Superior admite, nos termos do art. 17 do CDC, a existência da figura do
consumidor por equiparação nas hipóteses de danos ambientais" (AgInt no REsp
1833216/RO, relator Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em
20/9/2021, DJe 27/9/2021).
Quanto à tese de que seria impossível comprovar a ausência de dano
ambiental na hipótese, a decisão agravada afastou a referida alegação com base no
entendimento jurisprudencial desta Corte Superior de que "em homenagem ao
princípio da precaução, impõe-se a inversão do ônus da prova nas ações civis
ambientais, de modo a atribuir ao empreendedor a prova de que o meio ambiente
permanece hígido, mesmo com o desenvolvimento de sua atividade" (AgInt no TP n.
2.476/RJ, relatora Ministra Regina Helena Costa, Primeira Turma, julgado em
1º/9/2020, DJe de 2/10/2020).
No mesmo sentido: "justifica-se a inversão do ônus da prova,
transferindo para o empreendedor da atividade potencialmente perigosa o ônus de
demonstrar a segurança do empreendimento, a partir da interpretação do art. 6º, VIII,
da Lei 8.078/1990 c/c o art. 21 da Lei 7.347/1985, conjugado ao Princípio Ambiental
da Precaução" (REsp n. 972.902/RS, relatora Ministra Eliana Calmon, Segunda
Turma, julgado em 25/8/2009, DJe de 14/9/2009).
Ressalta-se que recentemente a Segunda Seção desta Corte julgou o
REsp n. 2.005.977/RS, relatora Ministra Nancy Andrighi, para formação de
precedente qualificado, considerando a multiplicidade de recursos com fundamento
em idêntica questão de fato e de direito proveniente de ações individuais ajuizadas
por diversos moradores do município de Passo Fundo/RS, localidade em que a ré,
JBS AVES LTDA., ora recorrente, exerce sua atividade empresarial - exatamente a
discussão dos presentes autos.
Na referida ocasião, a Segunda Seção concluiu pelo reconhecimento
da figura do consumidor por equiparação e inversão do ônus da prova, firmando o
entendimento de que "na hipótese de danos individuais decorrentes do exercício de
atividade empresarial poluidora destinada à fabricação de produtos para
comercialização, é possível, em virtude da caracterização do acidente de consumo,
o reconhecimento da figura do consumidor por equiparação, o que atrai a incidência
das disposições do Código de Defesa do Consumidor" (REsp n. 2.005.977/RS,
relatora Ministra Nancy Andrighi, Segunda Seção, julgado em 28/9/2022, DJe de
30/9/2022). Confira-se a ementa do referido precedente:

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RECURSO ESPECIAL. CIVIL E CONSUMIDOR. COMPETÊNCIA
DA SEGUNDA SEÇÃO. CARACTERIZAÇÃO. AUSÊNCIA DE
PREQUESTIONAMENTO. PRINCÍPIOS DA PREVENÇÃO E
PRECAUÇÃO. SÚMULA 7/STJ. PROVA DE FATO NEGATIVO.
NÃO CARACTERIZAÇÃO. AUSÊNCIA DE
PREQUESTIONAMENTO. DANO AMBIENTAL. POLUIÇÃO
ATMOSFÉRICA. DANOS INDIVIDUAIS. CONSUMIDOR POR
EQUIPARAÇÃO. CARACTERIZAÇÃO. RELAÇÃO DE CONSUMO.
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. POSSIBILIDADE. REEXAME.
SÚMULA 7/STJ.
1- Recurso especial interposto em 29/7/2021 e concluso ao gabinete
em 26/04/2022.
2- O propósito recursal consiste em dizer se: a) os recorridos podem
ser considerados consumidores por equiparação por sofrerem os
danos decorrentes do exercício de atividade empresarial poluidora; b)
são aplicáveis as disposições do CDC em ação compensatória por
danos morais fundada em dano ambiental; e c) a inversão do ônus da
prova determinada deve ser mantida.
3- Recurso especial afetado pela Terceira Turma, em atenção aos
princípios da efetividade da jurisdição e da celeridade processual, para
julgamento perante a Segunda Seção em razão da existência de
multiplicidade de recursos fundados em idêntica questão de fato e de
direito.
4- A causa de pedir da presente ação encontra-se fundada em
questão eminentemente privada, inexistindo discussão acerca de
eventual responsabilidade do Estado, tampouco pedido de
restauração do próprio meio ambiente, motivo pelo qual esta Segunda
Seção é competente para apreciação do presente processo.
5- No que diz respeito às teses segundo as quais (a) estaria
caracterizado o uso predatório do sistema de justiça; (b) não se
aplicaria o CDC em ação compensatória por danos morais fundada
em dano ambiental e (b) o princípio do poluidor-pagador e a
responsabilidade objetiva não justificariam a inversão do ônus da
prova, tem-se, no ponto, inviável o debate, porquanto não se
vislumbra o efetivo prequestionamento, o que inviabiliza a apreciação
das teses recursais apresentadas, sob pena de supressão de
instâncias.
6- Verificar, na hipótese concreta, se foram devidamente comprovados
o dano ambiental ou a dúvida científica, demandaria o revolvimento de
fatos e provas, o que é vedado em sede de recurso especial em
virtude da incidência da Súmula 7 do STJ.
7- Ao contrário que sustenta a parte recorrente, não lhe foi imposto o
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dever de produzir prova impossível, tese que, ademais, sequer
encontra-se prequestionada.
8- Na hipótese dos autos, extrai-se da causa de pedir que a
recorrente, em sua unidade industrial no município de Passo
Fundo/RS, desenvolve atividade empresarial que causa poluição
atmosférica com a produção de ruído intenso, emissão de fuligem,
gases, materiais particulados e odores fétidos, tendo ocorrido,
inclusive, vazamento de amônia. O mencionado ambiente insalubre
perduraria por anos, causando, entre outros sintomas, hipoxemia
decorrente de intoxicação causada pela falta de oxigênio, fortes dores
de cabeça, fadiga, ardência nos olhos, náusea, diarreia, vômito e
mal-estar.
9- Tratando-se de danos individuais decorrentes do exercício de
atividade empresarial poluidora destinada à fabricação de produtos
para comercialização, é possível, em virtude da caracterização do
acidente de consumo, o reconhecimento da figura do consumidor por
equiparação, o que atrai a incidência das disposições do Código de
Defesa do Consumidor.
10- Derruir a conclusão a que chegou a Corte de origem, que
manteve a inversão do ônus da prova determinada pelo juiz de
primeira instância, demandaria o revolvimento dos fatos e das provas
o que é vedado pelo enunciado da Súmula 7 do STJ.
11- Recurso especial conhecido em parte e, nesta extensão, não
provido.
(REsp n. 2.005.977/RS, relatora Ministra Nancy Andrighi, Segunda
Seção, julgado em 28/9/2022, DJe de 30/9/2022.)

Destaca-se que o presente caso, assim como na hipótese em


julgamento no precedente acima indicado, trata de ação de conhecimento ajuizada
pela parte recorrida em face de JBS AVES LTDA., na qual se alega caracterização
da responsabilidade objetiva da sociedade empresária ré, pleiteando-se a sua
condenação ao pagamento de compensação por danos morais e a cessação da
atividade poluente danosa.
Ambos os casos também tratam de agravo de instrumento interposto
contra decisão interlocutória que delimitou que se trata de possível poluição
ambiental sujeita a responsabilidade objetiva extracontratual, considerou aplicável o
Código de Defesa do Consumidor e inverteu o ônus da prova.
Na ocasião do referido julgamento, a Segunda Seção concluiu que
"verificar, na hipótese concreta, se foram devidamente comprovados o dano
ambiental ou a dúvida científica, demandaria o revolvimento de fatos e provas, o que

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é vedado em sede de recurso especial em virtude da incidência da Súmula 7 do
STJ".
Outrossim, entendeu que "o juiz determinou a inversão do ônus da
prova, impondo à ré tão somente o dever de provar a legalidade e a regularidade de
suas atividades, bem como a ausência de falha na produção do produto,
ressaltando, expressamente, que a prova da ocorrência do dano moral caberia à
parte autora em virtude da impossibilidade de se impor à ré a produção de prova
negativa", de modo que "ao contrário que sustenta a parte recorrente, não lhe foi
imposto o dever de produzir prova impossível".
Ademais, destacou que a jurisprudência desta Corte Superior é no
sentido de que "justifica-se a inversão do ônus da prova, transferindo para o
empreendedor da atividade potencialmente perigosa o ônus de demonstrar a
segurança do empreendimento, a partir da interpretação do art. 6º, VIII, da Lei
8.078/1990 c/c o art. 21 da Lei 7.347/1985, conjugado ao Princípio Ambiental da
Precaução" (REsp n. 972.902/RS, Segunda Turma, julgado em 25/8/2009, DJe de
14/9/2009).
Asseverou também, na linha do decidido na decisão ora agravada, que
esta Corte Superior admite a existência da figura do consumidor por equiparação
nas hipóteses de danos ambientais, nos termos do art. 17 do CDC, assim como que
para modificar a conclusão do Tribunal de origem, que manteve a inversão do ônus
da prova determinada pelo juiz de primeira instância, seria necessário o reexame de
fatos e provas, o que é vedado em razão do óbice da Súmula 7 do STJ.
Assim, verifica-se que o acórdão recorrido não diverge da
jurisprudência desta Corte Superior, razão pela qual incide o óbice da Súmula
83/STJ.
No que toca à alegada divergência jurisprudencial, fica prejudicada na
medida em que a tese sustentada já foi afastada no exame do recurso especial pela
alínea "a" do art. 105, III, da Constituição Federal.
Assim, as razões do agravo interno não apresentaram argumentos
aptos a infirmar os fundamentos da decisão agravada, que deve ser integralmente
mantida.
Em face do exposto, nego provimento ao agravo interno.
É como voto.

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TERMO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA
AgInt no AgInt no AREsp 1.994.330 / RS
Número Registro: 2021/0316017-1 PROCESSO ELETRÔNICO

Número de Origem:
5001088-65.2020.8.21.0021 50010886520208210021 50438285320208217000

Sessão Virtual de 06/12/2022 a 12/12/2022

Relator do AgInt no AgInt


Exma. Sra. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI

Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro RAUL ARAÚJO

Secretário
Dra. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI

AUTUAÇÃO

AGRAVANTE : JBS AVES LTDA


ADVOGADO : JULIANA CRISTINA MARTINELLI RAIMUNDI - SC015909
AGRAVADO : CLAUDIA TERESINHA VIEIRA SEQUETE
ADVOGADOS : VINICIUS CORSO SOUZA - RS075502
ADIVAN ZANCHET - RS094838
FRANCISCO PICOLI - RS091197
MAIARA SEIBERT - RS080248

ASSUNTO : DIREITO CIVIL - COISAS - PROPRIEDADE - DIREITO DE VIZINHANÇA

AGRAVO INTERNO

AGRAVANTE : JBS AVES LTDA


ADVOGADO : JULIANA CRISTINA MARTINELLI RAIMUNDI - SC015909
AGRAVADO : CLAUDIA TERESINHA VIEIRA SEQUETE
ADVOGADOS : MAIARA SEIBERT - RS080248
VINICIUS CORSO SOUZA - RS075502
ADIVAN ZANCHET - RS094838
FRANCISCO PICOLI - RS091197

TERMO
A QUARTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, em sessão virtual de 06/12/2022 a 12/12
/2022, por unanimidade, decidiu negar provimento ao recurso, nos termos do voto da Sra. Ministra
Relatora.
Os Srs. Ministros João Otávio de Noronha, Raul Araújo, Antonio Carlos Ferreira e Marco Buzzi
votaram com a Sra. Ministra Relatora.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Raul Araújo.

Brasília, 13 de dezembro de 2022

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