2016 - SO 19 - 10p - Equacoes - Diofantinas - Lineares - Samuel - Feitosa-1 - EXCELENTE
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Nível 2
Samuel Feitosa
Samuel Feitosa
ax + by = d.
A primeira observação que fazemos é que uma vez encontrados inteiros x e y, qualquer múltiplo de d pode ser repre-
sentado como uma combinação linear de a e b, pois
Isso é particularmente interessante quando mdc( a, b) = 1, onde obtemos que qualquer inteiro é uma combinação linear de
a e b. Veja que isso não entra em conflito com os exemplos anteriores pois os inteiros x e y mencionados no teorema podem
ser negativos.
Exercı́cio 4. Mostre que todo inteiro positivo k pode ser escrito (de modo único) de uma e, somente uma, das seguintes
formas:
11y − 5x ou 11y + 5x, com 0 ≤ y < 5 e x ≤ 0
Exercı́cio 5. Dados os inteiros positivos a e b, com mdc( a, b) = 1, existem exatamente
( a − 1) ( b − 1)
·
2 2
números inteiros não negativos que não são da forma ax + by com x, y ≥ 0.
Exercı́cio 6. Suponha agora que as pontuações das cestas do basquete de Gugulândia tenham mudado para a e b pontos
com 0 < a < b. Sabendo que existem exatamente 35 valores impossı́veis de pontuações e que um desses valores é 58,
encontre a e b.
Exercı́cio 7. Determine todas as soluções inteiras da equação 2x + 3y = 5.
Exercı́cio 8. Determine todas as soluções inteiras da equação 5x + 3y = 7.
Teorema 2 A equação ax + by = c, onde a, b, c são inteiros, tem uma solução em inteiros ( x, y) se, e somente se, d =
mdc( a, b) divide c. Neste caso, se ( x0 , y0 ) é uma solução, então os pares
bk ak
( x k , y k ) = x0 + , y0 − , k∈Z
d d
ax + by = ax0 + by0
a ( x − x0 ) = b ( y0 − y )
a b
( x − x0 ) = ( y0 − y )
d d
Como mdc( a/d, b/d) = 1, temos b/d | x − x0 e assim podemos escrever x = x0 + bk/d. Substituindo na equação original
obtemos y = y0 − ak/d.
Exercı́cio 15. (Torneio das Cidades 1997) Sejam a e b inteiros positivos tais que a2 + b2 é divisı́vel por ab. Mostre que
a = b.
Exercı́cio 16. Encontre uma condição necessária e suficiente para que
x + b1 y + c1 z = d1 e x + b2 y + c2 z = d2
tenham pelo menos uma solução simultanea em inteiros x, y, z, assumindo que os coeficientes são inteiros com b1 6= b2 .
Exercı́cio 17. (AMC 1989) Seja n um inteiro positivo. Se a equação 2x + 2y + n = 28 tem 28 soluções em inteiros positivos
x, y e z, determine os possı́veis valores de n.
Exercı́cio 18. (IMC 2010) Sejam a e b dois inteiros e suponha que n é um inteiro positivo para o qual
Z\{ ax n + byn | x, y ∈ Z}
Exercı́cio 21. Sejam a e b inteiros positivos com mdc( a, b) = 1. Mostre que para todo c ∈ Z com c > ab − a − b, a equação
ax + by = c admite soluções inteiras com x, y ≥ 0.
Exercı́cio 22. (IMO 1984) Dados os inteiros positivos a, b e c, dois a dois, primos entre si, demonstrar que 2abc − ab −
bc − ca é o maior número inteiro que não pode expressar-se na forma xbc + yca + zab com x, y e z inteiros não negativos.
Exercı́cio 23. (Vietnã 2000) Sejam a,b e c inteiros positivos primos entre si, dois a dois. Um inteiro n ≥ 1 é chamado de
teimoso se não pode ser escrito na forma
n = bcx + cay + abz
para quaisquer inteiros positivos x,y e z. Determine, em função de a,b e c, o número de inteiros teimosos.
Exercı́cio 24. (Irlanda 1997) Ache todos os pares de inteiros ( x, y) tais que
ax ≡ 1 (mod m).
Tal inteiro é único módulo m. Se mdc( a, m) > 1, não existe x satisfazendo tal equação.
Demonstração. Pelo teorema de Bachet-Bézout, existem inteiros x e y tais que ax + my = 1. Analisando essa congruência
módulo m, obtemos ax ≡ 1 (mod m). Se y é outro inteiro que satisfaz a mesma congruência, temos ax ≡ ay (mod m).
Pelo primeiro lema, x ≡ y (mod m). Se d = mdc( a, m) > 1, não podemos ter d | m e m | ax − 1 pois d - ax − 1.
x ≡ 1 (mod 11);
x ≡ 2 (mod 7).
x ≡ 1 (mod 11)
x ≡ 2 (mod 7)
x ≡ 4 (mod 5)
Teorema 4 (Teorema Chinês dos Restos) Sejam m1 , m2 , . . . , mr , inteiros positivos primos entre si, dois a dois, e sejam
a1 , a2 , . . . , ar ; r inteiros quaisquer. Então, o sistema de conguências:
x ≡ a1 (mod m1 )
x ≡ a2 (mod m2 )
..
.
x ≡ ar (mod mr )
m m m
x0 = b1 a1 + b2 a2 + . . . + br ar
m1 m2 mr
m
Consideremos x0 módulo mi : x0 ≡ b a ≡ ai (mod mi ). Logo, x0 é uma solução do nosso sistema. Se x0 e x1 também o
mi j j
são, podemos escrever x0 ≡ x1 (mod mi ) para cada i. Como mdc(mi , m j ) = 1, para i 6= j, pbtemos x0 ≡ x1 (mod m).
Se cada uma das equações do sistema anterior fosse do tipo
bi x ≡ ai (mod m)i , com mdc(bi , m) = 1, ainda poderı́amos usá-lo. Bastaria reescrever
bi x ≡ ai (mod m)i como x ≡ bi ai (mod m)i , onde bi é o inverso de bi (mod m)i .
Exercı́cio 27. Encontre o menor inteiro positivo x tal que x ≡ 5 (mod 7), x ≡ 7 (mod 11) e x ≡ 3 (mod 13).
Exercı́cio 28. (OBM 2009) Sejam m e n dois inteiros positivos primos entre si. O Teorema Chinês dos Restos afirma que,
dados inteiros i e j com 0 ≤ i < m e o ≤ j < n, existe exatamente um inteiro a, com 0 ≤ a < mn, tal que o resto da divisão
de a por m é igual a i e o resto da divisão de a por n é igual a j. Por exemplo, para m = 3 e n = 7, temos que 19 é o único
número que deixa restos 1 e 5 quando dividido por 3 e 7, respectivamente. Assim, na tabela a seguir, cada número de 0 a
20 aparecerá exatamente uma vez.
0 1 2 3 4 5 6
0 A B
1 C D
2 E F
x ≡ 1 (mod 3)
x ≡ 1 (mod 5)
x ≡ 1 (mod 7)
x ≡ 2 (mod 3)
x ≡ 3 (mod 5)
x ≡ 5 (mod 2)
Exercı́cio 37. Encontre todos os inteiros que deixam restos 1, 2 e 3 quando divididos por 3, 4 e 5, respectivamente.
Exercı́cio 38. Encontre todas as soluções do sistema:
3x ≡ 1 (mod 4)
2x ≡ 1 (mod 3)
4x ≡ 5 (mod 7)
Exercı́cio 40. Se a é escolhido ao acaso no conjunto {1, 2, 3, . . . , 14} e b é escolhido ao acaso no conjunto {1, 2, . . . , 15},
qual a probabilidade de que a equação ax ≡ b (mod 15) possua pelo menos uma solução?
Exercı́cio 41. Sejam a e b inteiros tais que mdc( a, b) = 1 e c > 0. Prove que existe um inteiro x tal que mdc( a + bx, c) = 1.
Exercı́cio 42. Existem n inteiros consecutivos tal que cada um contém um fator primo repetido k vezes?
Exercı́cio 43. Seja n um número natural arbitrário. Prove que existe um par de naturais ( a, b) tais que mdc( a + r, b + s) > 1
∀ r, s = 1, 2, . . . , n.
Exercı́cio 44. Um ponto ( x, y) ∈ Z2 é legal se mdc( x, y) = 1. Prove ou disprove: Dado um inteiro positivo n, existe um
ponto ( a, b) ∈ Z2 cuja distância a todo ponto legal e pelo menos n?
Exercı́cio 45. Sejam mo , m1 , ..., mr inteiros positivos que são primos entre si, dois a dois. Mostre que existem r + 1 inteiros
consecutivos s, s + 1, ..., s + r tal que mi divide s + i para i = 0, 1, ..., r.
Exercı́cio 46. (Romênia 1995) Seja f : N − {0, 1} → N definida por f (n) = mmc[1, 2, ..., n]. Prove que para todo n ≥ 2,
existem n números consecutivos para os quais f é constante.
Exercı́cio 47. (OBM 2005) Dados os inteiros positivos a, c e o inteiro b, prove que existe um inteiro positivo x tal que
a x + x ≡ b (mod c).
Exercı́cio 48. (Cone Sul 2003) Demonstrar que existe uma sequência de inteiros positivos x1 , x2 , . . . que satisfaz as duas
condições seguintes:
p primo
p|n
Exercı́cio 53. Encontre todos os subconjuntos S ⊂ Z+ tais que todas as somas de uma quantidade finita de elementos
de S(com possı́veis repetições de elementos) são números compostos.
Exercı́cio 54. Existe algum natural n para o qual existem n − 1 progressões aritméticas com razões 2, 3, . . . , n tais que
qualquer natural está em pelo menos uma das progressões?
Exercı́cio 55. Seja P( X ) um polinômio com coeficientes inteiros e k é um inteior qualquer. Prove que existe um inteiro m
tal que P(m) tem pelo menos k fatores primos distintos.
Respostas e Soluções.
1. Sejam x e y os números de cestas de 5 e 11 pontos, respectivamente. O problema se resume em descobrirmos se existem
inteiros não negativos x e y tais que 5x + 11y = 39. Ao invés de testarmos os valores de x e y, somemos 11 + 5 em ambos
os lados da equação:
5( x + 1) + 11(y + 1) = 55.
Como 5 | 55 e 5 | 5( x + 1), segue que 5 | 11(y + 1) e, com mais razão, 5 | y + 1 pois mdc(5, 11) = 1. Do mesmo modo,
11 | x + 1. Assim,
55 = 5( x + 1) + 11(y + 1) ≥ 5 · 11 + 11 · 5 = 110,
pois x + 1, y + 1 ≥ 1. Obtemos uma contradição.
2. Como já sabemos que 39 não é possı́vel, é natural começarmos procurando os números maiores que 39 que não podem
ser pontuações. Veja que:
40 = 5 · 8 + 11 · 0
41 = 5 · 6 + 11 · 1
42 = 5 · 4 + 11 · 2
43 = 5 · 2 + 11 · 3
44 = 5 · 0 + 11 · 4
Ao somarmos 5 a cada uma dessas representações, obteremos representações para os próximos 5 números. Repetindo
esse argumento, poderemos escrever qualquer número maior que 39 na forma 5x + 11y com x e y inteiros não negativos.
Concluı́mos assim que m = 39. Poderı́amos mostrar que todo número maior que 44 é da forma 5x + 11y com x e y inteiros
não negativos de outro modo. Se n > 44, considere o conjunto:
n − 11 · 0, n − 11 · 1, n − 11 · 2, n − 11 · 3, n − 11 · 4.
Como mdc(11, 5) = 1, o conjunto anterior é um sistema completo de restos módulo 5 e consequentemente existe y ∈
{0, 1, 2, 3, 4} tal que
n − 11 · y = 5x
Como n > 44, segue que x > 0.
4. Pelo teorema de Bachet-Bèzout, existem m e n tais que 5m + 11n = 1. Sejam q e r o quociente e resto da divisão de kn
por 5, i.e., kn = 5q + r, 0 ≤ r < 5. Assim,
k = 5(km) + 11(kn)
= 5(km) + 11(5q + r )
= 5(km + 11q) + 11r.
Basta fazer x = km + 11q e r = y.
Para ver a unicidade, suponha que 11m ± 5n = 11a ± 5b com 0 ≤ m, a < 5. Então 11(m − a) = 5(±b ± n). Usando que
mdc(11, 5) = 1, segue que 5 | m − a. A única opção é termos m = a pois o conjunto {0, 1, 2, 3, 4} é um scr. Consequente-
mente ±5n = ±5b e n = b.
y=1 ⇒ 11y − 5x = 1, 6
y=2 ⇒ 11y − 5x = 2, 7, 12, 17
y=3 ⇒ 11y − 5x = 3, 8, 13, 18, 23, 28
y=4 ⇒ 11y − 5x = 4, 9, 14, 19, 24, 29, 34, 39
A quantidade de tais inteiros é
(5 − 1) (11 − 1)
20 = · .
2 2
Vale o resultado geral:
6. Perceba que devemos ter mdc( a, b) = 1 pois caso contrário qualquer valor que não fosse múltiplo de mdc( a, b) não seria
uma pontuação possı́vel e sabemos que existe apenas um número finito de tais valores. Em virtude da proposição anterior,
( a − 1)(b − 1) = 2 · 35 = 70. Analisemos os possı́veis pares de divisores de 70 tendo em mente que a < b:
( a − 1)(b − 1) = 1 · 70 ⇒ ( a, b) = (2, 71)
( a − 1)(b − 1) = 2 · 35 ⇒ ( a, b) = (3, 36)
( a − 1)(b − 1) = 5 · 14 ⇒ ( a, b) = (6, 15)
( a − 1)(b − 1) = 7 · 10 ⇒ ( a, b) = (8, 11)
Não podemos ter ( a, b) = (2, 71) pois 58 = 2 · 29. Excluindo os outros dois casos em que mdc( a, b) 6= 1, temos a = 8 e b = 11.
8. Analisando agora módulo 3, 5x ≡ 7 ≡ 1 (mod 3). Essa condição impõe restrições sobre o resto de x na divisão por 3.
Dentre os possı́veis restos na divisão por 3, a saber {0, 1, 2}, o único que satisfaz tal congruência é o resto 2. Sendo assim,
x é da forma 3k + 2 e
7 − 5(3k + 2)
y= = −1 − 5k,
3
consequentemente, todas as soluções da equação são da forma ( x, y) = (3k + 2, −1 − 5k ).
Notemos que para a solução da congruência x = 2, obtemos a solução ( x, y) = (2, 1) da equação. Baseado nesses exemplos,
é natural imaginarmos que conhecendo uma solução da congruência consigamos descrever todas as outras.
9. O sitema é equivalente à 7x + 16y = 2. Uma solução é ( x, y) = (−2, 1). Pelo teorema anterior, todas as soluções são da
forma:
( xk , yk ) = (−2 + 16k, 1 − 7k).
10. Podemos transformar esse problema isolando qualquer uma das variáveis no problema que já sabemos resolver.
Por exemplo, podemos resolver 2x + 3y = 11 − 5z. Supondo z fixo, podemos encontrar a solução particular ( x, y) =
(4 − z, 1 − z). Assim, todas as soluções são da forma:
( x, y) = (4 − z + 3k, 1 − z − 2k),
ou seja, as soluções da equação original são da forma ( x, y, z) = (4 − z + 3k, 1 − z − 2k, z) com k e z inteiros.
20.
a) Basta encher o tambor vazio com 15 litros (3 × 5 litros) usando três vezes o balde de 5 litros e, em seguida, retirar 14
litros (2 × 7 litros) usando o balde de 7 litros duas vezes. Dessa forma, transportamos 3 × 5 − 2 × 7 = 1 litro.
b) A quantidade
√ √ a que podemos transportar do tambor cheio para o vazio é da forma
k(2 − 2) + l ( 2) litros, onde k e l são inteiros que indicam quantas vezes tiramos ou colocamos lı́quidos usando
cada um dos baldes. Se l − k 6= 0, podemos escrever:
√ √
a = k (2 − 2) + l 2
√
a − 2k = 2( l − k )
a − 2k √
= 2.
l−k
√
Assim, o número 2 seria
√ o quociente de dois inteiros o que resultaria em um número racional. Sabemos que isso não
pode acontecer porque 2 é irracional. Falta analisarmos o que acontece quando l = k. A equação se transforma em:
√ √
a = k (2 − 2) + l 2
√ √
= k (2 − 2) + k 2
= 2k.
Veja que 2k é par e assim não podemos levar um valor ı́mpar como a = 1. Em qualquer caso, não é possı́vel colocar
exatamente 1 litro usando os baldes com as capacidades dadas neste item.
25. A primeira congruência nos diz que x = 11k + 1 para algum k ∈ Z. Sejam q e r o quociente e o resto da divisão de k
por 7, respectivamente. Assim, k = 7q + r e x = 77q + 11r + 1. Para x satisfazer a segunda congruência, devemos encontrar
r ∈ {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6} tal que 11r + 1 ≡ 2 (mod 7), ou seja, 4r ≡ 1 (mod 7). Como o inverso de 4 (mod 7) é 2, obtemos
r = 2 e x = 77q + 23. Veja que para qualquer q inteiro, tal x é solução do sistema de congruências.
26. Pelo exemplo anterior, para x satisfazer as duas primeiras equações, devemos ter
x = 77q + 23. Dividindo q por 5, obtemos q = 5l + s com 0 ≤ s < 5. Daı́, x = 385l + 77s + 23. Para satisfazer a
última congruência, devemos ter 77s + 23 ≡ 4 (mod 5), ou seja, 2s ≡ 1 (mod 5). Como 3 é o inverso de 2 (mod 5), s = 3
e consequentemente x = 385l + 254.
Perceba que nos dois exemplos anteriores, o problema foi reduzido à encontrarmos o inverso de um inteiro. No último
exemplo, a solução geral possui a forma: x = 11 · 7 · 5l + 231 + 22 + 1. Essencialmente, o trabalho de encontrar esses
inversos foi possı́vel pois os inteiros 5, 7 e 11 são primos entre si dois a dois.
28. Usando o teorema chinês dos restos, podemos encontrar A = 15, B = 12, C = 10, D = 13, E = 8 e F = 11. Assim,
A + B + C + D + E + F = 69.
29. Seja n tal que mdc(n, 120) = 1. Como 120 = 3 · 5 · 8, temos que n 6≡ 0 (mod 3), (mod 5) (mod 2). Daı́, n2 ≡ 1
(mod 3), n2 ≡ 1 (mod 8) e n2 ≡ 1 ou 4 (mod 5). Sendo assim, n2 satisfaz o sistema:
x ≡ 1 (mod 3)
x ≡ 1 (mod 8)
x ≡ ±1 (mod 5)
30. Dado m ∈ N, considere o conjunto { p1 , p2 , . . . , pm } de primos distintos. Como mdc( pis , psj ) = 1, então pelo teorema
3, existe x tal que x ≡ −i (mod pis ) para i = 1, 2, . . . m. Cada um dos números do conjunto { x + 1, x + 2, . . . , x + m} é
divisı́vel por um número da forma pis .
31. (a) Não. Suponha que existam tais inteiros. Da nossa lista de 14 inteiros consecutivos, 7 são números pares. Vamos
observar os ı́mpares: a, a + 2, a + 4, a + 6, a + 8, a + 10 e a + 12. Podemos ter no máximo três deles divisı́veis por 3, dois por
5, um por 7 e um por 11. Veja que 3 + 2 + 1 + 1 = 7. Pelo Princı́pio da Casa dos Pombos, cada um desses ı́mpares é divisı́vel
por exatamente um primo do conjunto {3, 5, 7, 11}. Além disso, note que os múltiplos de 3 só podem ser { a, a + 6, a + 12}.
Dois dos números restantes em (a + 2, a + 4, a + 8, e a + 10) são divisı́veis por 5. Mas isso é impossı́vel. (b) Sim. Como os
números {210, 11, 13} são primos entre si, dois a dois, pelo teorema 3 existe um inteiro positivo n > 10 tal que:
n ≡ 1( mod 11)
32. Seja p um primo maior que a e b. Então mdc( p, a) = mdc( p, b) = 1. Como mdc( p, p − 1) = 1, existe um inteiro positivo
n tal que n ≡ 1 (mod p − 1) e n ≡ − a (mod p). Pelo teorema de Fermat, an + n ≡ 0 (mod ) e bn + n ≡ b − a (mod p).
Assim, p | |b − a|. Como |b − a| < p, segue que |b − a| = 0 e a = b.
33. a) Suponha que n é um inteiro que satisfaz o enunciado. Naturalmente n divide a soma:
n ( n + 1)
x1 + x2 + . . . x n = .
2
n+1 n+1
Daı́, é um inteiro e n deve ser ı́mpar. Seja m = . Usando que
2 2
(n − 1) | x1 + x2 + . . . xn−1 = mn − xn ,
b) Iremos construir a sequência indutivamente. Suponha que já tenhamos definido os termos x1 , x2 , . . . , xn satisfazendo a
condição k | x1 + x2 . . . xk para todo k ≤ n. Seja m o menor inteiro positivo que ainda não apareceu na sequência. Pelo
Teorema Chinês dos Restos, existe x tal que x ≡ −( x1 + x2 + . . . + xn ) (mod n + 1) e x ≡ −( x1 + x2 + . . . + xn ) − m
(mod n + 2). Escolha l, inteiro positivo, tal que l > x1 , x2 , . . . , xn , m e l ≡ x (mod (n + 1)(n + 2)). Defina xn+1 = l e
xn+2 = m. Veja que a condição k | x1 + x2 . . . xk agora é verdadeira para todo k ≤ n + 2. Para o inı́cio, basta definir x1 = 1.
34. Suponha que não exista tal ı́ndice. Para cada ı́ndice k (k = 1, 2, . . . , m), existe um inteiro xk tal que F ( xk ) não é
α
divisı́vel por ak . Assim, existem números dk = pk k (onde pk são números primos), tais que dk divide ak mas não divide
F ( xk ). Se existem potências do mesmo primo entre esses números, podemos apagar aquelas repetidas deixando apenas
uma que tem expoente mı́nimo. Caso F ( x ) não seja divisı́vel por uma potência apagada, não será pela potência que tem
expoente mı́nimo. Essas deleções garatem que nossa nova coleção d1 , d2 , . . . , d j de potências de primos contenham apenas
inteiros primos entre si, dois a dois. Pelo teorema chinês dos restos, exite um inteiro N tal que N ≡ xk (mod d)k , para
k ∈ {1, 2, . . . , j}. Suponhamos que dk | F ( N ). Sabemos que x − y | F ( x ) − F (y) e consequentemente N − xk | F ( N ) − F ( xk ).
Como dk | N − xk , devemos ter dk | F ( xk ). Uma contradição! Logo, F ( N ) não é divisı́vel por nenhum dk e isso contradiz a
hipótese sobre os ai .