Anais Do Xvi Enict-Iae

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Instituto de Aeronáutica e Espaçoo

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica

PIBIC//PIBITI-RELATÓRIO FINAL

Título do projeto de pesquisa: Produção de compósitos com matriz de titânio.


Bolsista: Ágatha Missio da Silva
Orientador(a): Vinícius André Rodrigues Henriquess
Período a que se refere o relat
relatório:
ório: Fevereiro de 2019 a Julho de 2019

Resumo
Os materiais compósitos com matriz de titânio (TMCs) são de importância significativa para
o setor aeroespacial pois são mais leves que materiais tradicionais à basee de aço e níquel, e
apresentam alto desempenhoo quando aplicados em condições extremas. TMCs de alta
temperatura podem oferecerr até 50% de redução de peso em relaação às superligas
monolíticas, mantendo resisttência e rigidez equivalentes nos sistemass de propulsão de
motores a jato. As propriedadees exclusivas dos TMCs os colocaram na vannguarda de extensos
programas de pesquisa e desennvolvimento em todo o mundo. Embora as TMCs sejam um dos
mações úteis sobre
sistemas de materiais mais esstudados e procurados, são escassas as inform
suas propriedades e métodos de fabricação. Devido à alta reatividade quíímica do titânio, os
processos convencionais de pprocessamento não são adequados para a faabricação de TMCs
reforçadas com partículas additivas. Portanto, processos de metalurgia do pó (M/P) são
comumente empregados. Durrante o projeto, os pós metálicos (Ti) e cerââmicos (TiC) foram
misturados em um moinho rottativo, prensados uniaxial e isostaticamente a frio, e sinterizados
a vácuo na faixa de temperattura entre 800 °C e 1400 °C. Para caracteriização do material,
microscopia óptica, granulometria e densidadee.
foram utilizadas técnicas de m

1. Introdução
1.1. O titânio
O titânio, descoberto em 19711 por William Gregor, é encontrado principalm
mente nos minérios
TiO3) [1-2]. Este elemento se destaca por apresentar ótimas
rutilo (TiO2) e ilmenita (FeT
propriedades físicas, como aabaixa massa específica (4,54 g/cm³), móddulo de tensão de
elasticidade (acima de 100 GPa), e elevados pontos de fusão (1668 °C) e de ebulição
(3287°C). Ao comparar as propriedades do titânio com a do aço, m
material base para

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aplicações tradicionais, tem-se que o primeiro apresenta metade da m


massa específica do
segundo [3].
Em relação a sua estrutura ccristalina, o titânio apresenta alótropos. Estáável até 882 °C, a
chamada fase alfa é hexagonnal compacta, enquanto acima desta temperaatura, tem estrutura
cúbica de corpo centrado. As propriedades das ligas de titânio podem sser modificadas de
forma significativa pela adiçãão de elementos de ligaou os parâmetros de pprocessamento. Isto
é possível pois essas alteraçõees transformam a microestrutura do material e suas fases [1].
Os elementos formadores de solução sólida com o titânio podem ser classsificados com base
em seu efeito. Os que estabilizam a fase alfa são chamados de alfa estabbilizadores e alguns
exemplos incluem Al, Sn, Ni e C. E os que não estabilizam nenhuma são neutros. Apesar de
as ligas alfa apresentarem booa estabilidade e desempenho em temperatuuras extremas, suas
propriedades não podem ser m
modificadas por tratamento térmico. Já as liigas alfa-beta, com
entre 4% e 6% de beta estabiilizador, são passíveis de tratamento térmicoo para realizar uma
gama de combinações de proopriedades. As ligas beta metaestáveis apreseentam entre 10% e
15% de beta estabilizadores e essas condições podem formar uma estrutuura Widmanstatten,
proporcionando altas resistênccia e tenacidade. A adição de beta estabilizaddores foram as ligas
beta, com alta densidade e bbaixa ductilidade, sendo ideais para aplicaçções específicas de
resistência a corrosão [1].
Outra propriedade do titânioo é alta reatividade. O titânio reage facilm
mente com outros
m nitrogênio e oxigênio, os quais dissolvem nno metal líquido ou
elementos, principalmente com
sólido, formando soluções inteersticiais [4].

1.2. Metalurgia do Pó
A Metalurgia do pó de (M/P) é um processo avançado de manufatura de ppeças metálicas e é
constituída pela prensagem de pós em moldes metálicos e consolidaação da peça pela
aplicação de calor. Essa metodologia proporciona não apenas uma econom
mia de energia, mas
também a formação de peçaas com o formato desejado, bom acabamennto da superfície e
propriedades controladas [5]]. Para a fabricação dos materiais do estuudo, os TMCs, os
processos convencionais de fuusão de lingotes não são adequados, pois o tittânio apresenta alta
reatividade química. Portantoo, a metalurgia do pó (MP) é empregada parra o processamento
das ligas com este elementoo [3]. Esse processo é constituído por 4 eetapas principais: a
obtenção, a moagem, a compaactação e a sinterização dos pós [6].

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Para a obtenção do pó dee titânio, um dos processos utilizados é a hidrogenação-


desidrogenação, no qual o exxcesso de hidrogênio se precipita sob a foorma de hidreto. A
segunda etapa, moagem dee pós, consiste na aplicação de forças dde impacto, atrito,
cisalhamento e compressão ssobre as partículas para promover a quebraa destas. Após este
processo, segue a compactaçãão do pó de titânio é realizada pela prensagem
m do pó no interior
de uma matriz metálica. A prrensagem pode ser uniaxial e isostática. Enquuanto na primeira a
aplicação de pressão é feitaa na direção axial e em uma matriz metállica, na segunda é
empregada por meio de um fluuido pressurizado em um molde flexível [3].
Diversos fatores podem alteraar o empacotamento de um conjunto de partíículas, entre eles, a
m diferentes distribuições granulométricas e a morfologia das
existência de partículas com
partículas. Ainda, a porosidaade interna das partículas também influênccia: a utilização de
partículas não porosas permitee um empacotamento com densidade superiorr [7].
A quarta etapa da metalurgiaa do pó, a sinterização, é determinante para as propriedades do
material pois determina as m
microestruturas [3]. Este é um processo fíísico termicamente
ativado o qual confere resistêência mecânica a um conjunto de partículas e o fechamento da
porosidade. [6].

1.3. Compósitos com Matrizz de Titânio

Os compósitos de matriz dde titânio (TMCs) possuem uma combinaação de excelentes


propriedades mecânicas e durrabilidade em alta temperatura que os tornam materiais atraentes
para aplicações comerciais avvançadas no setor automotivo, aeroespacial e militar. Os dois
tipos principais de reforço envvolvem fibras contínuas ou partículas.
Compósitos de titânio reforçaados com partículas têm atraído muita atençãoo por causa de suas
propriedades mais isotrópiicas, operação secundária fácil, proprieedades mecânicas
melhoradas, baixa tendência dde reação entre partículas e matriz, e outros beenefícios técnicos e
Muitos tipos de cerâmica foram introduzidas ccomo reforços para
econômicos significativos. M
matrizes de titânio com resulttados satisfatórios: TiC, TiN, TiO2, Si3N4, S
SiC, TiB2 e TiB. A
aplicação do carboneto de titânio (TiC) como reforço é relevante eem razão de suas
propriedades atraentes, com
mo um ponto de fusão elevado (acima de 2000ºC), alta
compatibilidade com o titânioo, pouca reação interfacial e um alto móduloo elástico [8]. Neste

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estudo, foram investigadas a microestrutura e propriedades dos compósiitos de titânio com


reforço do TiC produzidos porr metalurgia do pó.

2. Materiais e Métodos

2.1. Materiais
Para a confecção do material compósito (Ti-5TiC), utilizou-se os pós metáálico de titânio (Ti)
e cerâmico de carboneto dde titânio (TiC). O pó de titânio foi obttidos por meio da
hidrogenação de finos de espoonja de titânio. O pó de TiC é oriundo do fabrricante Starck.

2.2. Mistura dos pós


28,5 g de Ti e 1,5 g de TiC fforam misturados em um misturador rotativoo por 90 min,com o
auxílio de bolas de alumina e acionamento a cada 10 min, no nível 2 de rottação e de vibração.

2.3. Prensagem
Após a mistura, separou-se 1,33 g para cada amostra em uma balança de preecisão e colocou-se
em uma matriz metálica com pressão uniaxial a frio de 2 toneladas de forrça em uma prensa
Carver. Posteriormente, as amostras compactadas uniaxialmente, fo
foram introduzidas
eminvólucros flexíveis de láteex(sob vácuo) eforam submetidas à prensagem
m isostática a frio a
400MPa.

2.4- Sinterização
Depois de prensadas, as amosstras das ligas foram sinterizadas na faixa dee temperatura entre
800 a 1000C°. Utilizou-se forrno cilíndrico sob atmosfera de argônio com ppermanência nestas
temperaturas por 1h (Figura 1).

Figuraa 1 – Forno para sinterização (AMR/IAE)

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2.5. Análises Granulométricas


O tamanho médio das particullas utilizadas na fabricação dos compósitos ffoi determinado por
granulometria a lase utilizandoo o equipamento Mastersizer 3000 (Figura 2))

Figura 2- Granulômetro a laser utilizado na determinação do tamanhoo de partículas.

2.6. Densidade
Para a determinação da dennsidade das amostras, utilizou-se o métoddo de Arquimedes,
conforme a equação a equaçãão 1. A amostra foi fervida em um Becker coom água deionizada
durante 2 h. Após o resfriameento desta, foi realizada a pesagem da massaa imersa em água e,
C, foi realizada a pesagem da massa seca.
após 1 hora da estufa a 100 °C

Equação 1
2.7. Metalografia
Após embutidas com baquelitte e lixadas com lixas 80, 120, 220, 240, 4400 e 600, as amostras
foram polidas com uma misttura de alumina e água. Ainda, foi realizaddo um ataque com
solução KROLL, preparada ccom 92,6% de água destilada, 4,6% de ácidoo nítrico e 2,8% de
ácido fluorídrico, que foi eficiiente para a revelação da microestruturapor m
microscopia óptica.
3. Resultados

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3.1. Caracterização dos pós


A Tabela 1 refere-se a distribbuição de tamanho médio de partícula dos póós hidrogenados.Os
parâmetros D10, D50 e D90 refferem-se ao tamanho médio das partículas a 10, 50 e 90 pontos
percentuais em uma curva de distribuição cumulativa. O valor mais imporrtante dessa análise
se refere ao d50 que correspoonde ao tamanho médio das partículas [9]. De acordo com os
resultados, observa-se que o ppó de carbeto de titânio apresenta aproximadaamente a metade do
tamanho médio do pó de hidreeto de titânio.

Tabela 1: Distribuição de tamaanho médio de partícula dos pós.

Pó D10 (μm) D50 (μm) D90 (μm)

TiC 2,36 μm 6,87 μm 102 μm

TiH2 3,99 μm 12,7 μm 39,3 μm

3.2. Densidade
Foi realizado o cálculo da deensidade aparente do compósitoTi-5TiC a paartir dos resultados
apresentados na Tabela 2.
Tabela 2: Determinação da m
massa específica aparente a 25 °C e para a densidade da água
0,9971 g.

Pó Mass
sa imersa (mi)
Massa Massa seca (ms) Ma
Massa
assa úmida (mμ)

Ti-5TiC 0,9322 g 1,2666 g 1,3435

A densidade aparente obtida foi de aproximadamente 1,2363 g/cm³. Com


mo a densidade do
titânio é 4,51 g/cm³, tem-se 277,44 % da densidade teórica do titânio na ligaa.

3.3. Análise Microestruturall


A análise microestrutural do ccompósito Ti-5TiC por microscopia óptica inndicou uma elevada
porosidade (Figura 3). Estee tipo de comportamento já era esperadoo uma vez que a
temperatura de sinterização aiinda é muito baixa e os processos que envollvem a sinterização
estão apenas se iniciando [110]. São observadas áreas mais claras que possivelmente são

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compostas pelas partículas dde TiC adicionadas na matriz de titânio. O hidrogênio das
partículas de hidreto são elimiinados após o aquecimento acima de 600°C [10].

Figura 3: Micrografiaa da liga Ti-5TiC sinterizada a 900 °C; ataquee KROLL.

A 1000°C, observa-se uma m


maior densificação e é possivel indentificar ass partículas de TiC,
com uma morfologia angular e tamanho muito menores que as partículas aangulares de titânio
(oriundas da moagem mecâniica do hidreto de titânio). É possivel observva um contorno de
grão nítido ao redor das partícculas de TiC, mas não é identificavel indício dde reatividade entre
essas partículas e a matriz de ttitânio (Figura 4).

Figura 4: Micrografia da liga sinterizada a 1000 °C; a) 500x; b) 1000x; ataque KROLL.

A forte oxidação superficial vverificada nas amostras após sinterização poode ter influenciado
sua microestrutura. O laboratóório LFRE da AMR, onde foi realizada a peesquisa, encontra-se

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com problemas no sistema dde refrigeração, o que impediu a utilização dos fornos de alta
temperatura e alto vácuo, o quue pode afetar as propriedades das amostras pproduzidas devido à
elevada reatividade do titânio [10].

4. Próximas Etapas
As próximas etapas do estuddo envolverão a elevação da temperatura dde sinterização das
amostras de Ti-TiC até 14000ºC e a elaboração de amostas com maiorees adições de TiC.
Outros compósitos com matriiz de titânio deverão ser produzidos principallmente com adições
de SiC e Al2O3. Espera-se quee seja possivel a utilização dos fornos com altto vácuo.

5. Conclusões
1- No curto período de trabbalho foi possível o treinamento da bolsissta nas técnicas de
metalurgia do pó e nas práticas metalográficas. Além disso boa parte do tempo foi utilizado
para uma adequada revisão bibbliográfica sobre o assunto;
2- Foi possível fazer uma exteensa análise granulométrica em todos os pós qque serão utilizados
no projeto. Observou-se qque o tamanho médio das partículas ddo pó de TiC é
aproximadamente a metade ddo pó de TiH2. A princípio a granulometria ddos pós é adequada
para a obtenção de amostras ccom elevada densificação;
3- A parte experimental do projeto não pôde ser desenvolvida como eesperado devido ao
cenário de pandemia causada ppela Covid-19;
4- As amostras sinterizadas doo compósito Ti-5TiCindicou uma elevada poorosidade. Este tipo
de comportamento já era espperado uma vez que as temperatura de sintterização utilizadas
ainda são muito baixa e os proocessos que envolvem a sinterização estão apenas no início; e
5- Foi possivel identificar um contorno de grão nítido ao redor das partícullas arredondadas de
TiC, mas não é identificavel inndício de reatividade entre essas partículas e a matriz de titânio.
Sinterizações em temperaturaas maiores serão realizadas para esclarecer ass interações entre a
matriz e o material cerâmico aadicionado.

6. Divulgação dos Resultadoos


Devido ao recente início da peesquisa e à alteração do planejamento implicada pela pandemia,
não foi possível obter muitoss resultados. Para se avaliar as propriedades dos compósitos de

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titânio (TMCs) sinterizados em distintas temperaturas, é necessário maais tempo, testes e


análises de outras combinações de pós cerâmicos com titânio. Contuddo, posteriormente,
pretende-se divulgar os resultaados obtidos em eventos científicos.

Referências
[1] JOSHI, VydehiArun. Physsical Metallurgy of Titanium Alloys. In: JO
OSHI, VydehiArun.
Titanium Alloys: An Atlas of Structures and Fractures Features. Neew Delhi: Taylor &
Francis, 2006. p. 7-10.
[2] Tabela periódica - Abundância dos elementos. Quimlab. Disponível em:
<https://www.quimlab.com.brr/guiadoselementos/abundancia_elementos.httm>. Acesso em 23
jun. 2020.
[3] BRAGA, Neila ; FERREIRA, Neidenêi; CAIRO, Carlos Alberto. Ob
btenção de titânio
metálico com porosidade coontrolada por metalurgia do pó.Química N
Nova, São José dos
Campos, p. 450-457, 28 nov. 22006.
[4] Weis, R. S.; Bania, P. JJ.; Eylon, D.; Semiatin, S. L. Advances in
n the Science and
Technology of Titanium Allloy Processing, TMS: Minerals, Metals, M
Materials & Society:
Warrendale, 1996.
[5] QIAN, Ma; FROES, F
Francis H. (Ed.). Titanium powder meetallurgy: science,
technology and applications..Butterworth-Heinemann, 2015.
[6] DE BRITO, Francisco Iraanylson Gomes; MEDEIROS, Katarine F.; L
LOURENÇO, Jorge
Magner. Um estudo teórico ssobre a sinterização na metalurgia do pó. H
Holos, v. 3, p. 204-
211, 2007.
[7] Oliveira, I. R.; Studartt, A. R.; Pillegi, R. G.; Pandolfelli, V. C.. Dispersão e
Empacotamento de Partícu
ulas: Princípios e Aplicações em Processaamento Cerâmico.
Fazendo Arte: São Paulo, 20000.
[8] Lu, H. The Synthesis of High Strength Titanium Alloy and Titan
nium Alloy Matrix
mpact Extrusion from Blended Elemental Powders, Tese de
Composite by Powder Com
Doutorado, University of Waiikato, 2016
[9] GERMAN, R.M. Powderr Metallurgy Science, Powder Metallurgy Industry, 1994.
[10] DONACHIE, M.J. Titannium: A Technical Guide, ASM International,, 1988.

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Título do projeto de pesquisa: Obtenção da velocidade laminar de chama do gás


natural, propano e etanol em combustão com oxigênio.
Bolsista: Alen Matheus Souza Maciel
Orientador(a): Wladimyr Mattos da Costa Dourado
Período a que se refere o relatório: Agosto de 2019 à Julho de 2020

Resumo
Durante o período vigente da bolsa de iniciação científica, continuou-se os trabalhos na
bancada de ensaios do laboratório da Divisão de Propulsão do Instituto de Aeronáutica e
Espaço. Inicialmente, foram efetuados alguns ajustes e testes na bancada composta por
queimador McKenna, Chiller, Arduino Uno e um conjunto de câmera fotográfica, led e painel
para reproduzir a metodologia direct shadowgraph. Para automatizar os cálculos necessários
para obter a velocidade de chama laminar, foi produzido alguns códigos no software Octave.
O objetivo dos testes efetuados até o momento é avaliar os componentes do circuito eletrônico
como sensores, sistema de detecção de temperatura de arrefecimento e o algoritmo para
processamento das imagens e validar a metodologia utilizada neste trabalho. Em seguida, será
produzido ensaios para adquirir essa propriedade do escoamento reativo, de modo a servir
como referência para modelagem de combustão de motores foguetes a propelentes líquidos.

1. Introdução

Este trabalho foi motivado diante a necessidade de dados que estão indisponíveis na literatura.
O estudo sobre a velocidade de chama adiabática compõe um dos parâmetros fundamentais na
otimização de mecanismos de cinética química e simulações computacionais de motores para
foguetes. Mediante a bancada disponível no IAE, tornou-se possível reproduzir esta pesquisa
em busca de alguns dados necessários para os projetos da divisão de propulsão do instituto.

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Inicialmente, foi utilizado a mistura de metano com ar atmosférico para adequação do sistema
utilizado para produzir a chama junto a obtenção de dados e comparação com dados do texto
base. Ao final dos testes e validação dos resultados, seriam realizados ensaios diferentes
misturas como metano (CH4), propano (C3H8) e etanol (C2H5OH) misturado com oxigênio
puro. Entretanto atual situação, implicou-se no distanciamento social, prejudicando o
prosseguimento dos trabalhos do bolsista.

2. Materiais e Métodos

Durante o período presente no laboratório de propulsão líquida, o bolsista produziu:


● Ajustes na disposição de alguns componentes que constitui a bancada de ensaios, como
o sistema de geração de chama, sistema de obtenção de dados e os elementos necessário
para reproduzir a metodologia direct shadowgraph.

● Ajuste no código e na montagem do Arduino Uno utilizado para adquirir dados


relacionados ao queimador.

● Confecção e adaptação de código matemático por meio de Excel e Octave para agilizar
os cálculos necessários.

● Testes com todos os componentes da bancada após o término dos ajustes.

● Ensaios com diferentes razões de equivalência para a mistura de metano e ar


atmosférico, para obter principalmente os dados da temperatura do sistema de
arrefecimento e da vazão de água.

2.1 Fundamentos de Combustão

Antecedendo a elucidação da metodologia aplicada durante os ensaios, é necessário rever


alguns conceitos físicos relacionados ao queimador e sua operação.
O conceito de cinética química estabelece que, as reações químicas que ocorre em certa mistura
é caracterizada por uma relação entre a variação da proporção do reagente e produto ao decorrer
do tempo. A razão entre as misturas de combustível e oxidante empregada numa mistura

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combustível e oxidante estequiométrica é denominada Ø, ou também razão de equivalência.


Por meio da alteração dessa razão, torna-se possível fazer diferentes misturas tornando-a
mistura rica ou pobre em combustível. Deste modo é possível estudar as variadas características
e reações das chamas geradas.
Para produzir a chama é utilizado um queimador de chama plana alimentado pela combinação
gasosa de combustível e comburente. Sobre o queimador, há um disco poroso para auxiliar na
estabilização da chama e também está conectado um Chiller que refrigera o queimador por
meio da troca de calor com água circulante. Este sistema é essencial para que o queimador
possa operar em maiores velocidades de chama e, por isso, o registro das temperaturas do
queimador e da água, assim como o fluxo da água, são parâmetros importantes para realizar
uma extrapolação da velocidade de chama adiabática (sem troca de calor) [1].
Um parâmetro importante adotado no presente trabalho, para produzir os testes e ensaios foram
utilizadas somente as velocidades de chama dentro da região em que a chama permanece
estável, ou seja, dentro da faixa entre o limite superior (LSM) e limite inferior (LIM) de
medição (ver Fig.1).

Figura 1: Medição da energia transferida da chama para a água de arrefecimento para o metano pré-
misturado com o ar (0,75 < Ø < 1) de acordo com Francisco [1].

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2.2 Distribuição dos componentes da bancada de ensaio

A bancada de ensaios é formada por um queimador McKenna, módulos que controlam e


mensuram a vazão das linhas de combustível, comburente e de água, um chiller, um
microcontrolador Arduino Uno conectado a sensores de temperatura, uma câmera fotográfica,
uma fonte de luz e um plano branco (ver Fig. 2).

Figura 2: Bancada de ensaios.

Os módulos controladores permitem ajustar a vazão dos reagentes para atingir a combinação
dos Ø pré-determinados. Para medir as temperaturas da água que entra e sai do queimador, há
um circuito eletrônico com sensores de temperaturas e um Arduino Uno conectado a um
notebook que registra as temperaturas.
O conjunto de câmera fotográfica, fonte de luz e plano branco é utilizado para reproduzir a
metodologia Direct Shadowgraph, a fim obter a área da face da chama produzida pelo
queimador para cada velocidade de chama pré estabelecida. Essa metodologia consiste na
fotografia da projeção da sombra da chama no plano branco. A imagem produzida passa por
um processamento no software Octave para que, a partir do algoritmo produzido anteriormente,
possa obter a altura da chama com maior precisão (ver Figura 3).

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Figura 3: Processamento da imagem da chama.

2.3 Ajustes da bancada e itens relacionados

Ao longo das atividades no laboratório, produziu-se alguns ajustes e teste na metodologia


Direct Shadowgraph, variando o posicionamento da câmera, fonte de luz e o plano, com intuito
de melhorar as imagens produzidas. Inicialmente, foi necessário produzir testes com diferentes
câmeras, porque a câmera Sony Cyber-Shot (utilizada anteriormente em outros testes), estava
com fungos na lente. Esse infortúnio atrapalhava o foco da câmera e afetava consideravelmente
a qualidade da imagem. Optou-se por utilizar a câmera IDS uEye CP, devido a sua
disponibilidade e praticidade. Porém está câmera não trabalha adequadamente em ambientes
com baixa luminosidade, resultando numa imagem escura, de qualidade inferior e que
dificultava a visualização e o processamento da imagem (ver Fig. 4).
A última câmera a ser testada foi a Sony Alpha NEX. A sua imagem possui boa qualidade,
mesmo diante de um ambiente escuro e possui as características necessárias para a captação
das imagens do processo do direct shadowgraph. Por esta razão, a câmera Sony Alpha NEX
foi escolhida para compor a bancada de ensaios.

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Figura 4: Fotografia gerada pelas câmeras IDS uEye CP à esquerda e Sony Cyber-Shot à direita.

Outro ajuste necessário ocorreu no sistema de eletrônico de aquisição de dados formado pelos
termômetros conectados ao arduino. Com objetivo de corrigir algumas informações e adequar
com a presente situação do trabalho, utilizou-se diferentes códigos e montagens durante os
testes. Enfim, encontrou-se o circuito e código para o arduino mais conveniente ao período
de testes e ensaios (ver Fig. 5).

Figura 5: Código do arduino à esquerda e seu diagrama elétrico à direita.

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3. Resultados

No decorrer do período abordado por esse trabalho, foi possível produzir diferentes testes com
os equipamentos e alguns ensaios para comparar com os dados disponíveis na literatura.
Os testes com diferentes câmeras e disposição dos equipamentos que compõe a bancada,
permitiram observar os diferentes comportamentos de cada esquema durante a produção da
chama. Ressaltando a minuciosidade deste trabalho durante os ensaios, no processamento de
imagens e de dados, para que se consiga obter resultados coerentes com os trabalhos
disponíveis na literatura e confirmar a metodologia utilizada até o momento.
Com alguns dados recolhidos durantes os testes, pode-se aplicar o conceito de integração entre
os dados na planilha em Excel e Octave. Deste modo, a conversão de linguagem permitiu
expandir o código com os cálculos necessários para obter a velocidade de chama laminar. Em
seguida, aplicou-se uma rotina de teste para adaptação com os equipamentos para que adquirir
os resultados precisos nos ensaios.
Até o momento, para realizar os ensaios utilizou-se diferentes razões de equivalência somente
para a mistura de metano e ar atmosférico, com objetivo inicial de obter os dados da
temperatura do sistema de arrefecimento e da vazão de água. Em seguida, aplicou-se os dados
aos cálculos para obter a perda de calor em cada velocidade de chama não adiabática
empregada. (ver Fig. 6)

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Figura 6: Comparação entre as perdas de calor entre o trabalho atual e [1] quando Ø=1.

Os resultados demonstraram algumas inconsistências, causando certa diferença em relação aos


dados disponíveis na literatura. Detectou-se maior diferença entre os valores obtidos à medida
que atribui-se valores maiores ou menores do que Ø=1, como pode-se ver nas Figuras 7 e 8.

Figura 7: Comparação entre as perdas de calor entre o trabalho atual e [1] quando Ø=0,95.

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Figura 8: Comparação entre as perdas de calor entre o trabalho atual e [1] quando Ø=0,75.

Após a detecção desta diferença expressiva, tornou-se necessário verificar alguns componentes
da bancada e o algoritmo matemático para que diminuir ao máximo essa discrepância.
Entretanto, devido a atual situação vivida pelo mundo, os trabalhos tiveram de ser
interrompidos e não foi possível concluir todos os ajustes necessários para que de fato pudesse
fazer ensaios com diferentes misturas e obter dados conclusivos.

4. Próximas Etapas

A próxima etapa deve-se finalizar os ajuste e teste, a fim de realizar ensaios definitivos com
metano e propano pré misturados com ar atmosféricos para obter a velocidade de chama
laminar. Se os resultados experimentais e numéricos atingirem uma diferença de até 7,5% em
comparação com a literatura, os dados tornam-se aceitáveis e ao validar a metodologia será
utilizado o oxigênio puro como oxidante. Mais adiante, deve-se adicionar um sistema de
evaporação do etanol na bancada para reproduzir ensaios com oxigênio puro e etanol.

5. Conclusões

A cada teste foi possível perceber quão minucioso é este trabalho, pois os dados que são a base
para os cálculos, tais como temperatura dos sistemas ao entorno do queimador, vazão mássica

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do combustível e comburente e as imagens da sombra da chama são os mais atingidos pelos


fatores ambientais.
Com todas as informações e conhecimentos registrados, as próximas etapas desta pesquisa se
torna mais acessível, possibilitando a rápida assimilação e adaptação dos próximos bolsistas
que continuarão o presente trabalho.

6. Divulgação dos Resultados

Os resultados obtidos até o momento são preliminares e ainda não conclusivos. Porém, ao final
do projeto, pretende-se divulgar os resultados obtidos em eventos científicos e publicações
acadêmicas.

Referências

[1] FRANCISCO JR., R. W. Desenvolvimento de Métodos de medição simultâneo de


velocidade de chama laminar e energia de ativação aparente e aplicação com misturas
combustíveis com baixo poder calorífico. Tese (Doutorado) — UFSC, Florianópolis - SC,
Jul. 2014.

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PIBIC-RELATÓRIO PARCIAL

Título do projeto de pesquisa: Estudo experimental e numérico dos coeficientes


aerodinâmicos em modelo de míssil de superfície
Bolsista: Alexandre de Melo Andrade
Orientador(a): Marcos da Silva e Souza
Período a que se refere o relatório: Agosto de 2019 a Dezembro de 2019

Resumo
As medidas das forças e dos momentos aerodinâmicos são de extrema importância para a
análise do desempenho e estudos de estabilidade e controle de mísseis. Conhecendo as
características aerodinâmicas é possível determinar o seu comportamento dinâmico e como
deve ser a implementação dos seus atuadores e sistemas de controle. Com isso, foi realizado
o ensaio de um modelo de míssil de superfície no túnel de vento TA-2 do Instituto de
Aeronáutica e Espaço e será realizado um ensaio numérico com pacotes computacionais
conhecidos e com o código caseiro elaborado pelo IAE. A comparação de resultados
numéricos e experimentais é uma etapa necessária para o estudo de extrapolação de
resultados para além dos evenvelopes operacionais dos experimentos.

1. Introdução
Os estudos aerodinâmicos para mísseis guiados começaram a ser desenvolvidos no final da
Primeira Guerra Mundial. O primeiro projeto realizado foi o The Kettering Bug (Aerial
Torpedo), projetado por Charles Kettering e construído pela Dayton-Wright Airplane
Company. Durante a Segunda Guerra Mundial foram concentrados maiores esforços para o
desenvolvimento de mísseis, principalmente por cientistas alemães, que obtiveram grande
sucesso com os mísseis V-1 e V-2. No período da Guerra Fria houve uma queda em
pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de mísseis, devido ao avanço nos investimentos
em programas espaciais. Entretanto, os mísseis tiveram uma evolução contínua, sendo
utilizados em conflitos históricos, como na Guerra da Coréia (1950-1953), Guerra do Vietnã
(1964-1973) e a Guerra do Golfo Pérsico (1990-1991).

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O engenheiro R.T. Jones foi um dos primeiros a estudar a forma aerodinâmica dos mísseis,
após a Segunda Guerra Mundial ele publicou um artigo baseando-se na Teoria dos Dirigíveis
de Corpos Esbeltos de Max Munk. Através deste artigo ele demonstrou como a teoria de
Munk poderia aplicar-se ao estudo aerodinâmico de asa delta com baixa razão de aspecto,
com velocidades inferiores e superiores à do som, incentivando a exploração da teoria de asas
esbeltas e a teoria dos corpos esbeltos, que formam a base teórica para a resolução dos
problemas aerodinâmicos de mísseis. A antiga NACA (National Advisory Committee for
Aeronautics) com o uso de túneis de vento, desenvolveu a Teoria Supersônica Linearizada e
métodos de vortex.

Dentre os muitos obstáculos a serem superados em um projeto de míssil, um deles está


relacionado a determinação das características aerodinâmicas. Para a superação desta
dificuldade é necessária a realização de um conjunto de medições em laboratório
especializado, dotado de túnel de vento, sensores e instrumentos adequados para este fim.
Atualmente no Brasil os diversos mísseis desenvolvidos por empresas nacionais realizam os
ensaios em túneis no exterior ou em programas computacionais. A aquisição deste
conhecimento por parte de um órgão de pesquisa e desenvolvimento nacional trará grandes
benefícios para nossas empresas como redução de custo e preservação do sigilo de dados e
desempenho do veículo ensaiado. Desta maneira execução deste ensaio por parte do IAE
(Instituto de Aeronáutica e Espaço) seria um passo importante para a demonstração deste
know-how.

Partindo do conhecimento das teorias aerodinâmicas de mísseis, primeiro pretende-se realizar


os ensaios do modelo de míssil superfície no túnel de vento TA-2 do IAE para uma
configuração de interesse obtendo os dados de coeficientes aerodinâmicos e analisá-los, em
seguida gerar a malha computacional obtendo os respectivos coeficientes aerodinâmicos, e
por último fazer a comparação entre o ensaio experimental e numérico.

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2. Materiais e Métodos
Primeiramente foi realizado o ensaio experimental do modelo padrão de míssel ar-ar. A
Fabricação do artefato foi realizada em material composto seguindo as especificações
técnicas (dimensionais) da Fig. 1. A estrutura do artefato, bem como as asas, foram
calculadas para resistir aos esforços provocados pelo fluxo de ar no túnel de vento, conforme
valores previamente estabelecidos. A fabricação foi dividida em em etapas e realizada
conjuntamente com a empresa Adavanced Composite Solutions – ACS.
As seis etapas estão resumidas abaixo:
- Desenvolvimento de Engenharia;
- Fabricação de Molde;
- Fabricação de peças (corpo do artefato e asas) em material composto;
- Usinagem de peças metálicas;
- Montagem final;
-
Instal
ação
no
túnel
de
vento.

Figura 1. Dimensões do modelo de míssil ar-ar

As premissas do Projeto do modelo ensaido foram:


- Fabricação de molde em MDF para fabricação de artefato em material composto;
- Estrutura do artefato em material composto (fibra de vidro, reforços em fibra de
carbono, resina epoxy);
- Processo de laminação manual e pós cura com temperatura;
- Cálculo estrutural do artefato de acordo com valores de velocidade do túnel;
- Empenas defletindo +- 20 graus;
- Artefato deve defletindo até 15 graus de incidência;

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- Placas planas para asas e empenas com bordos de fuga e ataque afilados ou
bordos de ataque arredondados e bordos de ataque afilados.
- Desenvolvimento de fixação do artefato à estrutura da balança do túnel do de
vento TA-2 do IAE;
- Acabamento do artefato em tinta PU;
- Instalação do artefato na estrutura da balança do IAE.
O modelo fabricado e ensaiado pode ser visualizado na Figura [2].

Figura [2] Modelo de mśsil de superfície instalado na seção de teste do TA-2. (a) vista lateral.
(b) vista traseira com ângulo de guinada
. (a) vista lateral. (b) vista traseira com ângulo de guinada
O modelo foi ensaiado a uma velocidade de 450 km/h variando os ângulos de arfagem e
guinada de -15 a +15 de um em um grau para ambas as varrduras. De forma combinada e
independente.
Os dados ainda estão em fase de compilação mas exemplicamos com duas medidas, na Tab
[01]. Onde os valores R1 até R6 sáo os coefcientes aerodinâmicos de sustentação, arrasto,
força lateral, arfagem, rolamento e guinada, respectivamente. Q1 e Q2 as pressões dinâmicas
no túnel. Alfa e beta, são os ângulos de arfagem e guinada.
Tabela [1] – Coeficientes aerodinâmicos da balança.
PRESSAO ABS: 711.129mmHG
TEMPERATURA: 26.54°C

SENSOR: R1 R2 R3 R4 R5 R6 Q1 Q2 Temp Pabs


ALFA BETA
0 1 0 0 0.000043339344 -0.000042451967 0.000028002627 0.000021119146 -0.000142392449 0.000013503779 -0.001686044945 -0.002365044413 2.627765655518 5.418945007324 0.463659362793
1 2 -10 0 0.000636440315 -0.000027487290 -0.000291079480 0.000042520474 -0.000147084249 0.000173478217 0.008165326363 0.007253813709 2.680765991211 5.217477722168 0.464194030762

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4. Próximas Etapas

A próxima etapa será a realização da simulação numérica através do pacote computacional


comercial CFD ++. Atualmente o IAE, através do programa PIBIC, está oferencendo o curso
necessário para que o caso seja simulado. A previsão para o término da simulação é Abril de
2020.

5. Conclusões
O trabalho ainda está em andamento e conclusões e análise dos resultados já obtidos ainda
em fase de verificação.

6. Divulgação dos Resultados


Os resultados serão submetidos a congressos ainda a serem definidos pelo orientador.

Referências
EBNER, G.G. AGARD Lecture Series Missile Aerodynamics. No 98. Hampton: National
Aeronautics and Space Administration, 1979. v. 2, 389 p.
FLEEMAN, E.L. Tactical Missile Design. Reston: American Institute of Aeronautics and
Astronautics, Inc, 2001. v. 1, 261 p.
NIELSEN, J.N. Missile Aerodynamics. New York: McGRAW-Hill BOOK COMPANY,
1960. 450 p.
NIELSEN, J.N. Missile Aerodynamics-Present, Past, Future. Mountain View: Nielsen
Engineering & Research, Inc,1980. v. 17, 176 p.
SMITHSONIAN NATIONAL AIR AND SPACE MUSEUM. Kettering Bug (Aerial
Torpedo) Microfilm Drawings And Index 1917-1920. Disponivel em:
https://airandspace.si.edu/collection-objects/kettering-bug-aerial-torpedo-microfilm-
drawings-and-index-1917-1920/ Acesso em: 31 de agosto de 2019.

5
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3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  



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3HUtRGRDTXHVHUHIHUHRUHODWyULR -DQHLURGHD-XOKRGH

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FRPSRQHQWHVHQmRJHUDQGRG~YLGDVTXDQWRDRTXHFDGDLWHPUHSUHVHQWDGHQWURGRGRPtQLR
2 XVR GH RQWRORJLDV GR GRPtQLR DHURHVSDFLDO SRGH ID]HU FRP TXH R FRPSDUWLOKDPHQWR GH
LQIRUPDo}HV HQWUH DV GLYHUVDV DJrQFLDV HVSDFLDLV H FHQWURV GH SHVTXLVD VHMD IDFLOLWDGD XPD
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YLVD UHDOL]DU R OHYDQWDPHQWR GDV RQWRORJLDV H[LVWHQWHV SDUD R GRPtQLR DHURHVSDFLDO
LGHQWLILFDQGR TXHP GHILQLX RV WHUPRV TXHP HVWi XWLOL]DQGR HP TXH iUHDV HVWmR VHQGR
HPSUHJDGDVHSRVVtYHLVRSRUWXQLGDGHVGHPHOKRULDVQDVRQWRORJLDV

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&RQVLGHUDQGRRFRQWH[WRDWXDORFRPSDUWLOKDPHQWRGHLQIRUPDo}HVpXPIDWRUFUXFLDO
SDUD R FRQKHFLPHQWR GH TXDOTXHU RUJDQL]DomR 3RU FRQWD GLVVR R XVR GH VHUYLoRV GH
DUPD]HQDJHPFRPRDLQWHUQHWRXDWpPHVPRDLQWUDQHWFRUSRUDWLYDQHFHVVLWDPGHIHUUDPHQWDV
DGHTXDGDV SDUD DFHVVDU FRP PDLRU SUHFLVmR R FRQWH~GR VROLFLWDGR DOpP GH DJUXSDU
DUPD]HQDUHGHVFUHYHURPHVPR
7DLV PpWRGRV DXWRPiWLFRV EDVHLDPVH QD IUHTXrQFLD GH RFRUUrQFLD GH SDODYUDV VHP
FRQVLGHUDU DV TXHVW}HV FODVVLILFDWLYDV H VHPkQWLFD GRV UHFXUVRV 1R GHFRUUHU GRV DQRV HVVHV
PHFDQLVPRVIRUDPDWXDOL]DGRVPDVPHVPRFRPWRGDHVVDHYROXomRDLQGDH[LVWHPEDUUHLUDV
TXHGLILFXOWDPDIOXLGH]GRFRQKHFLPHQWRFRUSRUDWLYR
3RUFRQWDGHVVHVIDWRUHVRFRQFHLWRGHRQWRORJLDSDVVRXDWHUGHVWDTXHQDFLrQFLDGD
LQIRUPDomRSRLVpXPHVWXGRTXHHQJOREDDFDWHJRUL]DomRHFODVVLILFDomRGHLQIRUPDo}HV
3RUWDQWR D SDGURQL]DomR GDV WHUPLQRORJLDV LQFOXVDV HP XP YRFDEXOiULR FRPSOHWR p
LQGLVSHQViYHOSDUDDLQWHUSUHWDomRGHVVHVGDGRVDWUDYpVGHPiTXLQDV1DiUHDDHURHVSDFLDOR
FHQiULR QmR p GLIHUHQWH YLVWR TXH p QHFHVViULR GHILQLU XP YRFDEXOiULR FRPXP SDUD
UHSUHVHQWDU GLVSRVLWLYRV HTXLSDPHQWRV YHtFXORV HVSDFLDLV PLVV}HV H RXWURV FRQWULEXLQGR
DVVLPQDGLVVHPLQDomRGHLQIRUPDo}HVDVVHUWLYDVVREUHRWHPD

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SUHVHQWHV QR VHWRU DHURHVSDFLDO FXMR REMHWLYR p DSUHVHQWDU H DQDOLVDU R PDWHULDO GLVSRQtYHO
VREUHRDVVXQWRUHODWDQGRRTXHRVDXWRUHVFRQFRUGDPHGLYHUJHPVREUHHOH$SDUWLUGHVVD
SUHPLVVD EXVFDVH DSUHVHQWDU GH IRUPD FRHUHQWH R FRQKHFLPHQWR TXH FHUFD D VHPkQWLFD HP
VLVWHPDV FRPSXWDFLRQDLV SUHVHQWHV QR VHWRU DHURHVSDFLDO (VWH GRFXPHQWR IRL GHVHQYROYLGR



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3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  


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VH SUHWHQGH DQDOLVDU GXUDQWH D UHYLVmR 1HVWD UHYLVmR EXVFDVH UHVSRQGHU DV VHJXLQWHV
TXHVW}HV 4XDO R SDSHO GDV 2QWRORJLDV HP VLVWHPDV $HURHVSDFLDLV" 2 TXH RV DXWRUHV
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3DUD GHILQLU RV FULWpULRV GH SHVTXLVD IRL DGRWDGD D VHJXLQWH HVWUDWpJLD 6HSDUDU D
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2QWRORJLD>@
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$HURHVSDFLDLV Ontology Aerospace >@
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FRQFUHWL]DQDH[WUDomRGHGDGRVSDUDDFRQVWUXomRGRHVWXGRHFRQVHTXHQWHPHQWHDUHVROXomR
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YRFDEXOiULRDSDUHFHPFRPRSUHGLFDGRVXQiULRVRXELQiULRV´
(IHWLYDPHQWH SRGHVH DILUPDU TXH H[LVWHP WLSRV GLIHUHQWHV GH RQWRORJLDV H R
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6HJXQGR6PLWK  DRQWRORJLD³pRFDPSRGDILORVRILDFXMRREMHWLYRpGHVFUHYHU
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 4XDOTXHUiUHDGHGRPtQLRRUJDQL]DVXDVLQIRUPDo}HVHPELEOLRWHFDVRQWROyJLFDVTXH
SRVVXHP H[SUHVV}HV OLQJXtVWLFDV UHODFLRQDGDV D QDWXUH]D TXH HVWi LQVHULGD H R SDSHO GD
DUTXLWHWXUD RQWROyJLFD p IRUQHFHU XPD EDVH GH GDGRV VyOLGD SDUD TXH KDMD HQWHQGLPHQWR GH
FRQFHLWRVDPSORVGRVHQVRFRPXPHYLWDQGRDVVLPSUREOHPDVUHODFLRQDGRVDSOXUDOLGDGHHD
FRPSOH[LGDGHWHUPROyJLFDVTXHDFHUFDPDPDQLSXODomRGHQRUPDVQRSUySULRPHLR
³9LVDQGR D VLVWHPDWL]DomR GDV DSUHVHQWDo}HV GHVVH FRQFHLWR RV DXWRUHV DSUHVHQWDP
XPD GLIHUHQFLDomR HVVHQFLDO 2QWRORJLD FRP R PDL~VFXOR  FRPR D GLVFLSOLQD ILORVyILFD H
RQWRORJLDV FRP R PLQ~VFXOR SOXUDO  FRPR REMHWRV UHODFLRQDGRV DRV QtYHLV VHPkQWLFRV RX
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YRFDEXOiULRXVDGRSDUDGHVFUHYHUXPDFHUWDUHDOLGDGHPDLVXPFRQMXQWRGHIDWRVH[SOtFLWRVH
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-iQRFRQWH[WRGHLQIRUPDomRHFRQKHFLPHQWRSRGHVHPHQFLRQDUDRQWRORJLDFRPR
XP DJHQWH IDFLOLWDGRU TXH UHSUHVHQWD RV REMHWRV HP FRQMXQWR GHWHUPRV TXDOLILFDQGRRV GH
IRUPD GHVFULWLYD D ILP GH DX[LOLDU VXD EXVFD 1D FLrQFLD GD LQIRUPDomR WDLV PHFDQLVPRV
HPSHQKDPVH SDUD SDGURQL]DU H IRUPDOL]DU R FRQKHFLPHQWR GH PRGR VLVWHPDWL]DGR
SRVVLELOLWDQGRTXHKDMDXPFRQWUROHJHUDOVREDVLQIRUPDo}HVGHXPGHWHUPLQDGRGRPtQLR

2172/2*,$(06,67(0$6'(,1)250$d­2
&RQIRUPH R WHPD GD SUHVHQWH SHVTXLVD D iUHD RQWROyJLFD TXH PDLV VH DGHTXD D
UHDOLGDGH GH VLVWHPDV DHURHVSDFLDLV p D RQWRORJLD GD FLrQFLD GD LQIRUPDomR PDLV
HVSHFLILFDPHQWHQDVFDWHJRULDVGDWHFQRORJLDGDLQIRUPDomRHHQJHQKDULDGHsoftwareiUHDV
UHVSRQViYHLVSHORGHVHQYROYLPHQWRGHVLVWHPDVLQIRUPDFLRQDLV
3DUDPHOKRUDQDOLVDURLPSDFWRGDRQWRORJLDHPVLVWHPDVGHLQIRUPDomRpQHFHVViULR
IUDJPHQWDURHVWXGR
2WHUPRRQWRORJLDIRLDWULEXtGRjFLrQFLDGDLQIRUPDomRSRUYROWDGHFRQIRUPH
KRXYHDQHFHVVLGDGHGHXPDHVWUXWXUDTXHUHSUHVHQWDVVHDVLQIRUPDo}HVHPXPYRFDEXOiULR
OyJLFR 'HVVH PRGR DEULUDPVH IXQGDPHQWRV SDUD R DSURIXQGDPHQWR GH WDO FRQWH~GR
SRVVLELOLWDQGR TXH QRYRV HVWXGRV IRVVHP LQLFLDGRV XP H[HPSOR GHOHVp D ³ZHE VHPkQWLFD´
TXHIRLPHQFLRQDGRHPPHDGRVGH
$SHVDUGHWRGDLQIOXrQFLDTXHRHVWXGRGHRQWRORJLDVQDFLrQFLDGDLQIRUPDomRSRVVXL
DWXDOPHQWH SHVTXLVDV UHIHUHQWHV D VLVWHPDV DLQGD VmR TXDQWLWDWLYDPHQWH PRGHUDGDV
FRPSDUDGRFRPRPDWHULDOSUHVHQWHHPRXWUDViUHDV$PRGHUQL]DomRFRQWtQXDGRVVLVWHPDV
H[LVWHQWHV H D H[SDQVmR GRV PHFDQLVPRV WHFQROyJLFRV FRQWULEXtUDP SDUD R FUHVFLPHQWR GR
WHPD TXH SRU VXD YH] UHSUHVHQWD XP WySLFR GH VXPD LPSRUWkQFLD SDUD R GHVHQYROYLPHQWR
GHVVDFLrQFLD
/HYDQGR HP FRQVLGHUDomR D LQFXPErQFLD GD UHSUHVHQWDomR GR FRQKHFLPHQWR HP
VLVWHPDV GH LQIRUPDomR R FRQMXQWR GH GDGRV H D GHVFULomR GHOHV p FRQGX]LGD SRU UHJUDV



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR 
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  


(VVDV UHJUDV IXQFLRQDP FRPR DJHQWHV FODVVLILFDWyULRV SDUD FRQVWUXLU XPD EDVH GH
FRQKHFLPHQWRVyOLGDHIRUPDOSDUDDFRPSUHHQVmROyJLFDGHXPJUXSRGHHVSHFLDOLVWDV
9DOH UHVVDOWDU TXH D UHDOLGDGH FRPSXWDFLRQDO p UHSUHVHQWDGD SRU XP YRFDEXOiULR
OyJLFR DWUDYpV GD RQWRORJLD TXH SRU VXD YH] DSUHVHQWD XP VLVWHPD GHVFULWLYR GH IRUPD
H[SOtFLWDHYLWDQGRLQFRPSDWLELOLGDGHVHQWUHRPRGHORGHOLQJXDJHPHRPRGHORSUHWHQGLGR
$ILJXUDGHPRQVWUDRFRPSURPLVVRRQWROyJLFRTXHLQWHUPHGLDRPRGHORGH
OLQJXDJHPHRPRGHORSUHWHQGLGR
)LJXUD/LQJXDJHPGHUHSUHVHQWDomRH2QWRORJLD

)RQWH$OPHLGD  
$LQGD HQIDWL]DQGR R TXHVLWR /LQJXDJHP D RQWRORJLD DOpP HQJOREDU D HVWUXWXUD
YRFDEXODU GH XP VLVWHPD HOD IXQFLRQD FRPR XP LQVWUXPHQWR GH FRJQLomR RX VHMD EXVFD
DEVRUYHUWRGRFRQKHFLPHQWRUHIHUHQWHDTXHODVHQWLGDGHV
$OPHLGD  FLWDXPH[HPSORSUiWLFRGHFRPRIXQFLRQDDDWLYLGDGHGHXPVLVWHPD
RQWROyJLFR HP XP GRFXPHQWR ³3RU H[HPSOR DV VHQWHQoDV ³0DUWH WHP GXDV OXDV´ ³7ZR
PRRQVFLUFOH0DUV´H³0DUVDGHX[OXQHV´FDUUHJDPDPHVPDSURSRVLomRRXVHMDRIDWRGH
TXH0DUWHSRVVXLGXDVOXDV´
6HJXLQGR HVVD OLQKD GH UDFLRFtQLR D LQIRUPDomR FRQWLGD HP XP GRFXPHQWR QmR p
LGHQWLILFDGD FRP R WH[WR SUHVHQWH QHOH PDV VLP QR VHX FRQWH~GR SURSRVLFLRQDO SRLV DV
VHQWHQoDV VmR GLIHUHQWHV HP VHX FRQWH~GR WH[WXDO SRUpP SRVVXHP R PHVPR VLJQLILFDGR
3RUWDQWR D RQWRORJLD DOpP GH DJUXSDU DV LQIRUPDo}HV EDVHDGDV QR FRQWH~GR YRFDEXODU
LGHQWLILFD SDUWLFXODULGDGHV FRPXPHQWH HQWUH DV VHQWHQoDV FRP EDVH QR FRQKHFLPHQWR
LPSOLFDGRDGHVFULomRGHFDGDXPDGHODV
'LDQWH GD SHUVSHFWLYD GH &DPSRV   ³$V RQWRORJLDV FRPSXWDFLRQDLV VmR
XWLOL]DGDVFRPRLQVWUXPHQWRVGHFRQVWUXomRGHPRGHORVDSDUWLUGRVTXDLVVHSRGHRUJDQL]DUH
UHSUHVHQWDU R FRQKHFLPHQWR 6H R SURFHVVR GH FRQKHFHU SRGH VHU FRPSUHHQGLGR FRPR XP
SURFHVVR GH FRQVWUXomR GH PRGHORV GH XP GDGR GRPtQLR´ SRGHVH GL]HU HQWmR TXH D
RQWRORJLD FRPSXWDFLRQDO FRQVWUyL H FRPSUHHQGH R FRQKHFLPHQWR DWUDYpV GH XP VLVWHPD
Op[LFRTXHLGHQWLILFDDVSURSULHGDGHVHFDUDFWHUtVWLFDVGHFDGDHQWLGDGH
eLPSRUWDQWHUHLWHUDURSRQWRTXHXQHDRQWRORJLDILORVyILFDDRQWRORJLDWHFQROyJLFD
TXH p MXVWDPHQWH D HVFROKD GH FDWHJRUL]DomR SDUD UHSUHVHQWDU XP FRQKHFLPHQWR 3RUpP D
LQWHOLJrQFLD DUWLILFLDO SRVVXL XPD SDUWLFXODULGDGH TXH VH GHWpP QD FULDomR GH XPD UHGH GH
GHILQLo}HV FRPSDWtYHO H FRQVHQVXDO QD FRPXQLGDGH TXH HVWi LQVHULGD DWULEXLQGR YDORU
GHVFULWLYR DR YRFDEXOiULR GR GRFXPHQWR SRUWDQWR HVVHV FRQFHLWRV VmR HPEXWLGRV HP XP
SDGUmRRQGHRVWHUPRVHDVGHILQLo}HVGHFDGD³HQWLGDGH´VmRDFHLWDVSHODFRPXQLGDGH

*(67­2'2&21+(&,0(172



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR 
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  


2VSURFHVVRVGHDUPD]HQDJHPDJUXSDPHQWRHILOWUDJHPGHGDGRVpUHDOL]DGDFRPR
UHVSDOGR GD *HVWmR GR &RQKHFLPHQWR iUHD TXH SRVVXL R SDSHO GH JHULU HVWUDWHJLFDPHQWH DV
LQIRUPDo}HVGHXPGRPtQLRSDUDDVVLPGLVVHPLQDURFRQKHFLPHQWRSDUDDFRPXQLGDGH
$ 1$6$ GHILQH *HVWmR GR &RQKHFLPHQWR FRPR ³8PD PDQHLUD GH WUDQVPLWLU DV
LQIRUPDo}HV FRUUHWDV jV SHVVRDV FHUWDV QR PRPHQWR FHUWR DMXGDQGR DV SHVVRDV D FULDUHP H
FRPSDUWLOKDUHP FRQKHFLPHQWR GH IRUPD HVWUXWXUDGD´ 3(5(,5$ 5,%(,52 6,48(,5$ H
85%,1$  DSXG +2/0   &RQVLGHUDQGR HVVDV LQIRUPDo}HV FRPSUHHQGHVH D
UHOHYkQFLDGRXVRGDVRQWRORJLDVQRVSURFHVVRVGHJHVWmRGHFRQKHFLPHQWRTXHGHVHQYROYH
XP VLVWHPD OLQHDU TXH XQLILFD DV HQWLGDGHV FRUUHODWDV FULDQGR XP GRPtQLR SUySULR D HODV
3RUWDQWRUHVXPHVHHPXPVLVWHPDTXHFDWHJRUL]DRXDJUXSDLQIRUPDo}HVGHTXDOTXHUWLSR
HP FODVVHV H JHUDOPHQWH HVVD VHSDUDomR FRQFUHWL]DVH HP QtYHLV KLHUiUTXLFRV D ILP GH
VLPSOLILFDUDOJXPSURFHVVRHVSHFtILFR

:(%6(0Æ17,&$
$XWLOL]DomRGHVLVWHPDVGHLQIRUPDomRFRPRDJHQWHVLQWHJUDGRUHVYrPDSUHVHQWDQGR
XP FUHVFLPHQWR VLJQLILFDWLYR HP GLYHUVDV iUHDV LQFOXVLYH QR VHJPHQWR PLOLWDU SRLV p XPD
iUHDTXHH[LJHXPDJUDQGHGHPDQGDGHLQIRUPDo}HVHHVVHIDWRUSRGHRFDVLRQDUVREUHFDUJDV
QRVLVWHPDXWLOL]DGR
&RQVLGHUDQGR LVVR RV yUJmRV UHVSRQViYHLV SRU JHULU HVVDV LQIRUPDo}HV EXVFDP
UHFXUVRV SDUD DSULPRUDU DV IXQFLRQDOLGDGHV GHVVHV VLVWHPDV FRP R SURSyVLWR GH DX[LOLDU QD
REWHQomRUiSLGD GHLQIRUPDo}HV QD DXWRPDWL]DomRWDUHIDVURWLQHLUDVHQRFRPSDUWLOKDPHQWR
GHWRGRHVVHFRQKHFLPHQWRGHIRUPDVHJXUD7XGRSDUDTXHRVUHFXUVRVKXPDQRVWHQKDPXP
HQIRTXHPDLRUHPDWLYLGDGHVFUXFLDLVFRPRQDWRPDGDGHGHFLVmR
$V RUJDQL]Do}HV GH IRUPD JHUDO QmR WUDEDOKDP GH IRUPD LVRODGD SRU FRQWD GLVVR R
VLVWHPD XWLOL]DGR QHODV HP DOJXP PRPHQWR WHP TXH VH UHODFLRQDU FRP VLVWHPD GH RXWURV
VHWRUHVXQLGDGHVRXDWpPHVPRGHRXWUDVRUJDQL]Do}HV1HVVHFRQWH[WRSRGHVHFRQVLGHUDU
TXHHVVDVVXEGLYLV}HVIDFXOWDPVLVWHPDVHVSHFLDOL]DGRVSDUDFDGDXPGHVVHVVHJPHQWRVHTXH
FHGRRXWDUGHDVLQIRUPDo}HVFRQWLGDVQHVVHVVLVWHPDVWrPTXHVHHQFRQWUDUGHDOJXPDIRUPD
(VVHSURFHVVRGHHQFRQWURSRGHFDXVDU³FKRTXHGHLQIRUPDo}HV´RFDVLRQDQGRHUURV
SRLVFDGDVLVWHPDpYROWDGRSDUDVXDiUHDFRPXPYRFDEXOiULRSUySULRSDUDDVXDDWLYLGDGH
*HUDQGRDVVLPDFKDPDGD,QWHURSHUDELOLGDGHVHPkQWLFD
(P YLVWD TXH D :HE KRMH UHSUHVHQWD XPD IHUUDPHQWD TXH SRGH VHU FRQVLGHUDGD XP
JUDQGHEDQFRGHGDGRVDVRUJDQL]Do}HVSDVVDUDPDXWLOL]iODFRPRXPDJHQWHDSRLDGRUSDUD
DUPD]HQDU VHXV GDGRV FRPSDUWLOKiORV H UHFXSHUiORV GH IRUPD VHJXUD &RQWXGR H[LVWH XP
SUREOHPD TXH GLILFXOWD PXLWR D REWHQomR GHVVHV GDGRV TXH VHULD D LQWHJUDomR GDV GLYHUVDV
EDVHVGHGRFXPHQWRVH[LVWHQWHV(SDUDVXSULUHVVDODFXQDRFRQFHLWRGH:HE6HPkQWLFDIRL
GHVHQYROYLGR
6HJXQGR%HUQHUV/HH  ³$:HE6HPkQWLFDQmRpXPD:HEVHSDUDGDPDVXPD
H[WHQVmR GD DWXDO 1HOD D LQIRUPDomR p GDGD FRP XP VLJQLILFDGREHP GHILQLGR SHUPLWLQGR
PHOKRULQWHUDomRHQWUHRVFRPSXWDGRUHVHDVSHVVRDV´
 $ :HEVHPkQWLFDpHQWmRRFRQFHLWRTXHLPSOLFDQDLQWHUOLJDomRGHWRGRVRVGDGRV
FRQWLGRVHPXPVLVWHPDDILPGHHVWUXWXUDUXPDUHGHGHLQIRUPDomRFROHWLYD(SDUDTXHHVVH
PHFDQLVPRIDoDDJHUrQFLDGHVVDVLQIRUPDo}HVID]VHRXVRGRFRQFHLWRRQWROyJLFR
2 FRQFHLWR 2:/ Ontology Web Language  p D SULQFLSDO OLQJXDJHP RQWROyJLFD GD
:HE6HPkQWLFDFDSD]GHH[HFXWDUFRPSXWDFLRQDOPHQWHWRGDVDVFDUDFWHUtVWLFDVLQFOXVDVHP
GRFXPHQWRV 'LVS}H GR XVR GH FODVVHV SURSULHGDGHV HQWLGDGHV H YDORUHV GRV GDGRV SDUD
RUJDQL]DUDVLQIRUPDo}HVQRVLVWHPD



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR 
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  


3DUD FRPSUHHQGHU PHOKRU D IXQFLRQDOLGDGH GD :HE 6HPkQWLFD p QHFHVViULR TXH VH
FRPSUHHQGDDDUTXLWHWXUDGHODPRVWUDGDQDILJXUD

)LJXUD±$UTXLWHWXUDIXQFLRQDOGD:HE6HPkQWLFD


)RQWH5DPDOKR9LGRWWLH)XMLWD GRFXPHQWRHOHWU{QLFRQmRSDJLQDGR 

&RQIRUPHDILJXUD[DDUTXLWHWXUDIXQFLRQDOGD:HE6HPkQWLFDSRVVXLHPVXDEDVHD
&DPDGD(VWUXWXUDOTXHWHPFRPRFULWpULRILOWUDUWRGRVUHFXUVRVGHLQIRUPDomRGLVSRQtYHOQD
ZHE GH IRUPD SDGURQL]DGD RX VHMD IXQFLRQD FRPR XP ORFDOL]DGRU  Uniform Resource
Locator (URL RXUniform Resource Name 851 TXHLGHQWLILFDDVLQIRUPDo}HVHDJUXSDDV
GHPRGRIRUPDO
(P VHJXLGD YHP D FDPDGD 6LQWiWLFD TXH WHP FRPR SULQFtSLR GHVFUHYHU DV
LQIRUPDo}HVOHYDQGRSRUEDVHDVUHJUDVVLQWiWLFDV8WLOL]DGRUHFXUVRWHFQROyJLFReXtensible
Markup Language ;0/  TXH XWLOL]D R FRQFHLWR GH Tags 0DUFDo}HV  SHUWHQFHQWHV D XP
LQYHQWiULR SDUDUHSUHVHQWDUGRFXPHQWRVFRQMXQWRVGHGDGRVFRQILJXUDo}HVHQWUHRXWURV
-i D &DPDGD 6HPkQWLFD UHSUHVHQWD DV LQIRUPDo}HV YRFDEXODUHV FRP SURSULHGDGH
DWULEXLQGR YDORUHV DRV GDGRV 3DUD TXH LVVR DFRQWHoD D VHPkQWLFD XWLOL]D D WHFQRORJLD 5')
Resource Description Framework UHVSRQViYHOSRUGHVFUHYHURVJUXSRVHDVFDUDFWHUtVWLFDV
GRVUHFXUVRV
3RUFRQVHJXLQWHWHPRVD&DPDGD/yJLFDFRPRRQRPHPHVPRMiVXJHUHFRQWHPSOD
DVTXHVW}HVOyJLFDVHFRHUrQFLDGRVUHFXUVRVLQIRUPDFLRQDLVDOpPGHYHULILFDUVHRVSDGU}HV
GDVFDPDGDVLQIHULRUHVHVWmRVHQGRDWHQGLGDV
3RU ILP R WRSR GHVVD DUTXLWHWXUD p RFXSDGR SHOD &RQILDQoD TXH JDUDQWH D
FRQILDELOLGDGH GDV LQIRUPDo}HV FRQWLGDV QDV FDPDGDV FRQIHUH RV SURFHVVRV DQWHULRUHV SDUD
TXHWXGRHVWHMDFRUUHWR$WpHQWmRWDQWRD&DPDGD/yJLFDTXDQWRD&RQILDQoDQmRSRVVXHP
WHFQRORJLDHVSHFtILFDSDUDJHULODVSRUpPVHXVREMHWLYRVVmREHPGHILQLGRV
&RPDIXQFLRQDOLGDGHGD:HE6HPkQWLFDGHVFULWDpSRVVtYHODTXHVWmRGDRQWRORJLD
HPVLVWHPDVLQIRUPDFLRQDLVQRkPELWRGHVWDSHVTXLVDQRVHWRUDHURHVSDFLDO

2862'(2172/2*,$6(06,67(0$6$(52(63$&,$,6



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR 
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  


 2VHWRUDHURHVSDFLDOFRPRTXDOTXHURXWURJHUDXPDDOWDTXDQWLGDGHGHGDGRVHSDUD
TXH R SURFHVVDPHQWR GHVVHV GDGRV VHMD HILFLHQWH QHFHVVLWDVH GH XP VLVWHPD GH DOWR QtYHO
SDUD RUJDQL]DU DV LQIRUPDo}HV H SRU FRQVHJXLQWH FRQVWUXLU XPD UHGH GH FRQKHFLPHQWR
FRPSOHWD
0XLWDViUHDVQRVHWRUDHURHVSDFLDOGHSHQGHPGHXPVLVWHPDGHLQIRUPDomRDSWRSDUD
IRUQHFHU XPD EDVH GH FRQKHFLPHQWR VyOLGD H PXLWR EHP GHILQLGD $ ILJXUD  DSUHVHQWD XP
H[HPSORJHQpULFRGHDUTXLWHWXUDGHGDGRVGHXPVLVWHPDGHLQWHOLJrQFLDPLOLWDU

)LJXUD([HPSORJHQpULFRGHDUTXLWHWXUDGHGDGRVGHXPD,QWHOLJrQFLD0LOLWDU

)RQWH$GDSWDGDGH.RJXWH+HIOLQ  

$ILJXUDUHSUHVHQWDRSURFHVVRIXVmRGHGDGRVGHXPD,QWHOLJrQFLD0LOLWDUREVHUYD
VH TXH HOH FRPHoD SHOR SURFHVVDPHQWR GH GDGRV EUXWRV FRQWLGRV QR VHQVRU HVVHV GDGRV
MXQWDPHQWHFRPRVUHODWyULRVJHUDGRVHDVPHQVDJHQVGRVPLOLWDUHV WRGRVFRQVLGHUDGRVGDGRV
GHSULPHLURQtYHO VmRVHPDQWLFDPHQWHXQLGRVHPXPDEDVHGLQkPLFDGHFRQKHFLPHQWRJHULGD
SRU RQWRORJLDV 3RU VXD YH] DV RQWRORJLDV IRUQHFHP HVVDV LQIRUPDo}HV SDUD XPD EDVH GH
GDGRVTXHFULDXPDEDVHGHFRQKHFLPHQWRIXQGLGDTXHJHUDGDGRVHVWDWtVWLFRV1RVHJXQGR
QtYHO GDGRV QXPpULFRV H VLPEyOLFRV VmR TXDQWLWDWLYDPHQWH SURFHVVDGRV H FRPELQDGRV SDUD
SURGX]LUDYDOLDo}HVGDVLWXDomR)LQDOL]DQGRFRPRWHUFHLURQtYHOGHIXVmRTXHDYDOLDDPHDoDV
HDQDOLVDDVLQWHQo}HVLQLPLJDV
(VVHSURFHVVRDSUHVHQWDFRPRDRQWRORJLDWUDEDOKDDWUDYpVGHVLVWHPDGHLQIRUPDo}HV
SDUDDSRLDU
 &ROHWDHFRPSDUWLOKDPHQWRGHGDGRV
&RPSRQHQWHVGHHQJHQKDULD
0DQXIDWXUD
&RQKHFLPHQWRVHPkQWLFR

 5(9,6­2 6,67(0È7,&$7HYHVH FRPR EDVH SDUD R GHVHQYROYLPHQWR GHVWH HVWXGR
DUWLJRVUHODFLRQDGRVGLUHWDPHQWHFRPRWHPDUHIHULGRFRPR³Semantic web technologies for
Aerospace´HODERUDGRSRU3DXO.RJXWH-HII+HIOLQ“Basic Concepts and Distinctions for an
Aerospace Ontology of Functions, Entities and Problems´ HODERUDGR SRU -DQH 7 0DOLQ H



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR 
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  


'DYLG57KURRS(VVHVHVWXGRVDJUHJDUDPFRQKHFLPHQWRHIRUDPXPDLPSRUWDQWHIRQWHGH
GDGRV SDUD D UHDOL]DomR GHVWD SHVTXLVDIRUQHFHQGR LQIRUPDo}HV FRQFUHWDV VREUH D XWLOL]DomR
GH2QWRORJLDVHP6LVWHPDV$HURHVSDFLDLV3RUIDWRUHVPDLRUHVHVSHFLILFDPHQWHDFRQGLomRGH
SDQGHPLD RFDVLRQDGD SHOR YtUXV FRYLG OLPLWRX D FROHWD GH GDGRV SDUD D UHDOL]DomR GD
SHVTXLVDSRUpPHVWDWHUiXPVHTXHQFLDPHQWRQRVHPHVWUHVHJXLQWHDWULEXLQGRXPFRQWH~GR
PDLVFRPSOHWRUHIHUHQWHDRWHPD

35Ï;,0$6(7$3$6
3DUDDVSUy[LPDVHWDSDVGHVWDSHVTXLVDVHUmRDQDOLVDGDVQRYDVIRQWHVGHGDGRVHPFRQWH[WRV
PDLVDEUDQJHQWHVDJUHJDQGRDVVLPYDORUDHVVHHVWXGR

&21&/86®(6
3{GHVH FRQFOXLU FRP R GHVHQYROYLPHQWR GD SUHVHQWH SHVTXLVD TXH D RQWRORJLD p XPD
LPSRUWDQWHIHUUDPHQWDTXHFULDXPDHVSpFLHGHOLQJXDJHPXQLYHUVDOTXHDGRWDXPFRQFHLWR
GH WHUPLQRORJLDV ~QLFDV UHIHUHQWHV j XP PHVPR JUXSR GH HQWLGDGHV HOLPLQDQGR DVVLP D
RFRUUrQFLD GH GXSOLFLGDGHV GH GDGRV HP VLVWHPDV &RQWH[WXDOL]DQGR DR VHWRU $HURHVSDFLDO
TXH SRU VXD YH] VHPSUH HVWi HP EXVFD GH XP IOX[R GH LQIRUPDo}HV IOXtGR R XVR GH
RQWRORJLDVQHVVHVVLVWHPDVVHID]LPSUHVFLQGtYHOSDUDTXHQmRRFRUUDPIDOKDVQDSDUWLOKDWmR
SRXFRQRSURFHVVDPHQWRGHGDGRVHPRXWURVVHWRUHVRXWUDVRUJDQL]Do}HVRXHPRXWUDVEDVHV
GHGDGRV)LUPDQGRDVVLPXPFRPSURPLVVRGHXPVXSRUWHFRQILiYHOGHLQIRUPDo}HVFRQFLVDV
VREUHXPGHWHUPLQDGRGRPtQLR

5()(5Ç1&,$6%,%/,2*5È),&$6
$/0(,'$0DXUtFLRH%$;0DUFHOOR3HL[RWR8PDYLVmRJHUDOVREUHRQWRORJLDVSHVTXLVD
VREUH GHILQLo}HV WLSRV DSOLFDo}HV PpWRGRV GH DYDOLDomR H GH FRQVWUXomR &LrQFLD GD
,QIRUPDomR

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KWWSZZZVFLHOREUSGIFLYQYQDSGI  !

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,QWHOOLJHQW6\VWHPV

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,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR 
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  


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NQRZOHGJH EDVHV 7ZHOIWK ZRUNVKRS RQ NQRZOHGJH DFTXLVLWLRQ PRGHOLQJ DQG
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$HURVSDFH&RQIHUHQFH3URFHHGLQJV

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'LVSRQtYHO HP  KWWSZZLQIXIJEUVLWHVGHIDXOWILOHVXSORDGVUHODWRULRV
WHFQLFRV57,1)BSGI!

0$('&+( $OH[DQGHU 92/= 5DSKDHO 7KH WH[WWRRQWR RQWRORJ\ H[WUDFWLRQ DQG
PDLQWHQDQFH HQYLURQPHQW WR DSSHDU 3URFHHGLQJV RI WKH LFGP ZRUNVKRS RQ LQWHJUDWLQ GDWD
PLQLQJDQGNQRZOHGJHPDQDJHPHQW6DQ-RVH&DOLIRUQLD

0$,$$OH[DQGUH 2QWRORJLD MXUtGLFD H UHDOLGDGH ± R SUREOHPD GD ³pWLFD GD
WROHUkQFLD´5HYLVWDGHLQIRUPDomR/HJLVODWLYDSQ
0$57(/(72 5HJLQD 0DULD $ SHVTXLVD HP FLrQFLD GD LQIRUPDomR QR %UDVLO 0DUFRV
LQVWLWXFLRQDLVFHQiULRVHSHUVSHFWLYDVYS

0,1*+(//,7KDtV 'RPrQLFD &+,6+0$1 5RYH 2QWRORJLD MXUtGLFD H D UHODomR GH
PHURQtPLD 9HUHGDV DWHPiWLFDV Y 'LVSRQtYHO HP
KWWSVZZZXIMIEUUHYLVWDYHUHGDVILOHVDUWLJRSGI!

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Instituto de Aeronáutica e Espaço
Programa Institucional de Bolsa s de Iniciação Científica

PIBIC/PIBITI-RELATÓRIO FINAL

Título do projeto de pesquisa: Determinação experimental das características


aerodinâmicas do modelo M5/ONERA/IAE em regime
incompressível
Bolsista: Ana Paula Francischinelli
Orientador(a): Cayo Prado Fernandes Francisco
Período a que se refere o relatório: Agosto de 2019 a julho de 2020

Resumo
Túneis de vento continuam sendo ferramentas essenciais para o desenvolvimento de projetos
aeroespaciais, pesquisas aerodinâmicas, estruturais, etc. Ainda que os avanços nos métodos
de análise computacional da dinâmica dos fluidos se tornem cada vez mais significativos, são
os ensaios em túnel de vento que ainda garantem a obtenção de resultados com maior
fidelidade. O IAE (Instituto de Aerodinâmica e Espaço), pertencente ao DCTA
(Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), possui em uma de suas dependências
um túnel de vento subsônico, denominado TA-2, utilizado para uma campanha de ensaios do
modelo aeronáutico padrão M5/ONERA/IAE, cuja concepção tem por objetivo a análise da
reproducibilidade dos dados deste túnel. A finalidade de uma campanha de ensaio pode ser
atingida de maneiras variadas, logo, para determinar algumas características aerodinâmicas
do modelo padrão aproveitou-se 4 ensaios realizados no TA-2, incluindo medição de forças,
cujos dados experimentais puderam ser confrontados com dados computacionais (análises no
software CFD++) obtendo-se níveis satisfatórios de similaridades. Além de ensaios de
visualização direta (com tinta), que aliados a uma análise 2D (software XFOIL) do aerofólio
do modelo ampararam as análises da dinâmica do fenômeno de estol da asa.

1. Introdução
O desenvolvimento do projeto do modelo padrão M5, cujas características aerodinâmicas são
únicas e permitem que o modelo seja ensaiado no regime de operação de escoamento
subsônico do TA-2, teve início por volta de 1980 e mais de uma década depois foi
incorporado ao IAE, sendo então manufaturado e encontra-se atualmente na ALA- Divisão de

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Aerodinâmica do IAE disponível a uma campanha que busca assegurar a competência dos
ensaios aerodinâmicos do TA-2 através da geração de resultados semelhantes em túneis
diferentes, dada a existência de um programa de comparação interlaboratorial entre Brasil e
França - ONERA.
Entre um ensaio e outro do modelo aeronáutico padrão M5/ONERA/IAE no TA-2 é possível
extrair alguns dados e resultados que podem ser úteis para iniciar outros tipos de pesquisa,
além da sua finalidade original. Como exemplo, o objetivo desse trabalho, que é basicamente
caracterizar aerodinamicamente o modelo padrão. Para tal tarefa, foi necessário usufruir de
ensaios aerodinâmicos no TA-2 com medição de forças, pois uma forma conveniente de se
descrever as características aerodinâmicas de uma aeronave é a plotagem da denominada
curva de sustentação ou CL x α, onde CL=coeficiente de sustentação e α=ângulo de ataque,
que será o foco do embasamento das análises. Nesta curva, segundo Anderson [1], em baixo a
moderado (α), o (CL) varia linearmente com o ângulo de ataque (α). Mas o aumento de (α)
implica em aumento de (CL) até o ponto de inflexão, denominado CLmáx (Máximo coeficiente
de sustentação da aeronave), a partir do qual tem-se a perda gradual de sustentação na asa,
conhecido como o fenômeno de estol. Tal CLmáx é um dos aspectos mais importantes para
caracterização do desempenho de uma aeronave porque delimita seu ângulo de pré-estol e
limita o envelope de velocidades. A análise dos dados experimentais pode ser enriquecida ao
confrontá-los com resultados de simulações computacionais (com as mesmas condições
aerodinâmicas do TA-2), assim como será feito neste trabalho, para observar o nível de
similaridades entre eles e entender o quão aliadas as duas técnicas de obtenção de dados
aerodinâmicos podem ser.
A análise de uma curva CL x α apresenta algumas características da dinâmica do estol da asa,
tal como o ângulo de ataque de estol propriamente dito ou a ∂CL/∂α, derivada da região linear
da curva, que podem indicar um estol tardio ou prematuro. Essa análise pode ser aprimorada
através de ensaio de visualização direta dos padrões de escoamento que consiste em gerar um
substrato sobre a asa onde é possível visualizar a topologia do fluxo e estruturas que
transmitem informações sobre o movimento do ar nessa superfície, tal como uma posição
aproximada do inicio do estol, regiões de recirculação, regiões laminares, etc. Esse trabalho
contemplará um ensaio de visualização com tinta óleo destinado ao Programa de televisão
“Fantástico” para avaliar a dinâmica do estol da asa do M5 e entender a interferência do tipo

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de escoamento, ou seja, do número de Reynolds, Re, nas características aerodinâmicas de


uma aeronave.
Para aprimorar a caracterização aerodinâmica de um modelo é pertinente prever a posição da
transição da camada limite que se desenvolve sobre a superfície de laminar para turbulenta e
investigar a causa ou causas de tal fenômeno. Partindo desse princípio, novamente surge a
importância de aliar uma abordagem numérica ao estudo experimental. Uma análise
bidimensional gerada através do software XFOIL visa a investigação do posicionamento da
transição da camada limite laminar do M5 e ampara um ensaio de visualização direta com
tinta óleo, também realizado no TA-2, cujo intuito é verificar se a transição da camada limite
laminar é resultado de uma bolha de separação laminar.

2. Materiais e Métodos
A elaboração desse trabalho para caracterizar aerodinamicamente o modelo M5/ONERA/IAE
englobou não somente técnicas experimentais de aquisição de informações, mas também
explorou a simulação computacional como grande aliada para análise aerodinâmica.
Integrou-se 4 abordagens diferentes para enriquecer o estudo, detalhadas a seguir:
2.1 Ensaios do modelo M5/ONERA/IAE no TA-2 com medição de força de sustentação
Foram realizados dois ensaios do M5 no TA-2 com regimes de operação diferentes. Os
passos seguidos foram os mesmos para ambos, o modelo foi posicionado no mastro de apoio
dorsal da seção de ensaio do TA-2. Com o túnel de vento ligado, em um dos ensaios o
escoamento atingiu uma velocidade de um pouco mais de 56 m/s (201,6 km/h), número de
Mach (Relação entre a velocidade local e a velocidade do som) de 0,16 e número de
Reynolds da ordem de 0,9x106. Enquanto no outro, o escoamento atingiu um número de
Mach mais elevado, de 0,28 e Re da ordem de 1,6x106. A temperatura na seção de ensaio
durante os experimentos manteve-se constante em 26°C. Quanto à atitude do modelo, variou-
se o ângulo de ataque entre -3° a 16° em intervalos de 1°, enquanto o ângulo de guinada
permaneceu 0° durante todo o ensaio. Após a aquisição dos dados de balança, tal como a
curva CL x α, o túnel foi desligado e o modelo retirado da seção de ensaio.
2.2 Ensaios de visualização direta do modelo M5/ONERA/IAE no TA-2
Realizou-se dois ensaios de visualização do modelo com propostas distintas. Em um deles,
cujas imagens foram obtidas através de uma matéria para o programa de televisão
“Fantástico” [2], o objetivo era visualizar a topologia do fenômeno de estol, enquanto no

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outro o objetivo era buscar informações para caracterizar a transição da camada limite
laminar. Para ambos os ensaios se utilizou tinta a óleo, tinta misturada com um pouco de óleo
a base de cera, parafina e silicone, com cores de contraste visual satisfatório com o modelo.
Para a observação da topologia do estol aplicou-se em cada semi-asa uma faixa de tinta
laranja próxima ao bordo de ataque da asa e uma de tinta azul próxima ao bordo de fuga da
asa. O túnel foi ligado com uma velocidade média do escoamento de 83 m/s (300 km/h), Re
da ordem de 1,6x106 e a temperatura estava entre 24°C e 25 °C. A princípio o ângulo de
ataque foi fixado em 0° e posteriormente fixado em 8°, enquanto o ângulo de guinada
permaneceu 0°.
O segundo ensaio baseou-se no estudo numérico realizado no XFOIL. Aplicou-se tinta azul
na fuselagem, nas proximidades da asa, e em uma semi-asa aplicou-se uma faixa de tinta
muito próxima ao bordo de ataque, em um pouco mais de 5 mm ao longo de boa parte da
semi-envergadura da asa. Desenhou-se uma espécie de régua na semi-asa, com caneta preta,
com marcações espaçadas em 5 mm ao longo de aproximadamente 40 mm da corda média
aerodinâmica do modelo a fim de verificar a existência da bolha de separação. O túnel foi
ligado com uma velocidade média do escoamento de 56 m/s (201,6 km/h), Re da ordem de
0,9x106 com a temperatura entre 24°C e 25°C. A princípio o ângulo de ataque foi fixado em
0° e posteriormente fixado em 4°, enquanto o ângulo de guinada permaneceu 0°. Após as
visualizações o túnel foi desligado e o modelo assim como a seção de ensaio precisaram ser
limpos.
2.3 Análises numéricas do modelo M5/ONERA/IAE no CFD++
Primeiramente, gerou-se uma malha computacional não estruturada sobre a geometria (CAD)
do modelo, por meio do software ICEMCFD, com maior refinamento em regiões próximas as
paredes do modelo e nos picos de CP (coeficiente de pressão) nas superfícies sustentadoras
próximo a camada limite. No solver, CFD++, optou-se por utilizar um modelo de turbulência
proposto por Langtry e Menter [3], este tem como base o modelo k-omega Shear Stress
Transport (SST) proposto por Menter [4]. Analisou-se dois casos, de acordo com as
condições aerodinâmicas dos ensaios no TA-2. Caso 1: A velocidade do escoamento na
entrada do domínio computacional foi de 56 m/s, Re da ordem de 0,9x106. Caso 2: A
velocidade do escoamento na entrada do domínio computacional foi de 83 m/s, Re da ordem
de 1,6x106. Quanto a atitude do modelo, variou-se o ângulo de ataque de 0° a 16°, enquanto o
ângulo de guinada não foi variado. Após o processamento colheu-se dados de sustentação e

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gerou-se curvas de CL x α para cada caso. Para auxiliar a compreensão da topologia do


escoamento e análise aerodinâmica do modelo foram geradas figuras do modelo com linhas
de tensão cisalhamento sobrepostas aos contornos de coeficiente de pressão, por meio do
software TECPLOT 360.
2.4 Análise numérica do modelo M5/ONERA/IAE no XFOIL
As análises no software XFOIL foram baseadas em modelo 2D do perfil aerodinâmico do
M5. As coordenadas do aerofólio foram inseridas no XFOIL, o número de Mach foi fixado
em 0,16 e o Re fixado em 0,9x106. Obteve-se para cada ângulo de ataque, em um intervalo de
0° a 20° que correspondem ao intervalo de -4° a 16° do modelo padrão, que possui ângulo de
incidência de 4°, a posição da transição da camada limite laminar em função da corda local
do perfil. O objetivo era obter dados da posição da transição da camada limite laminar para
embasar um ensaio de visualização (item 2.2 desta seção), limitado a uma rodada. Por essa
razão, optou-se pelo Mach mais baixo e então realizou-se o ensaio em apenas um regime de
operação.

3. Resultados
Para determinar as características aerodinâmicas do modelo padrão aeronáutico
M5/ONERA/IAE é necessário considerar as condições aerodinâmicas em que os ensaios e as
simulações foram realizados. Em ensaios em túnel de vento e até mesmo em simulações
computacionais existem três parâmetros fundamentais: número de Reynolds, número de
Mach e ângulo de ataque, os quais devem possuir similaridade com a condição real de voo.
Logo, o comportamento aerodinâmico do modelo, tal como o escoamento do ar sobre a
principal superfície sustentadora é diretamente determinado por eles.
Vale ressaltar que corpos esbeltos, como o modelo padrão, em regime subsônico e baixo
número de Reynolds (condição muito inferior a condição real de voo) apresentam uma
desaceleração rápida da camada limite, em função de α, ou seja, o gradiente adverso de
pressão é sentido mais rapidamente, resultando na redução do CLmáx da asa e em um estol
mais prematuro. Sabendo que todos os ensaios realizados no TA-2 ocorreram em baixo Re,
entre 0,9x106 e 1,6x106, tal premissa pode ser exemplificada através da Figura 3.1, resultado
de um ensaio de visualização de estol com Re=1,6x106 onde é possível observar a tensão
cisalhante (relacionado ao gradiente da velocidade) na superfície do corpo e visualizar

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claramente as regiões de recirculações, indicadas pelas setas vermelhas, que caracterizaram o


estol, com o ângulo de ataque em apenas 8°.

Figura 3.1 - Visualização de fluxo com óleo do modelo padrão M5/ONERA/IAE no TA-2 com α=8°. Fonte:
https://globoplay. globo.com/v/7627502/.

A propagação do estol ao longo da envergadura iniciou em uma região localizada entre o


centro e a ponta da asa. Partindo desse princípio e sabendo que a asa do modelo padrão é
bastante afilada (afilamento ‘λ’= 0,3), o estol se dirigiu para a ponta da asa pois essa região
sofre uma redução do Clmax devido ao baixo valor do número de Reynolds local, associado
ao pequeno valor da corda local. Somado a isso, conforme aborda Roskan [5], o
enflechamento (ângulo entre o bordo de ataque da asa e o eixo lateral da aeronave) negativo
basicamente induziu o escoamento em direção a ponta da asa, o que provocou engrossamento
da camada limite e o estol prematuro nas pontas das semi-asas.
A Figura 3.2 abaixo representa as curvas de sustentação versus ângulo de ataque do modelo
padrão obtidas experimentalmente (“Wind Tunnel”) e numericamente (“CFD (SST)”). Há
dois cenários distintos, que diferem quanto ao número de Reynolds, logo, as comparações
somente são feitas no mesmo regime aerodinâmico.

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Através do gráfico é possível notar discrepâncias na região compreendida entre α = 7° e 10°,


entre os resultados experimentais e computacionais para ambos os cenários, representados
pela curva azul claro versus curva verde, respectivamente, e curva laranja versus curva azul
escuro, respectivamente. Isso se deve ao fato de que esse intervalo específico está próximo ao
estol da aeronave, ao decréscimo acentuado da sustentação da asa. Este comportamento pode
estar relacionado com alguns fatores como refinamento de malha, o modelo de turbulência
escolhido ou os parâmetros numéricos escolhidos (ex: CFL, condição para estabilidade
numérica) que impedem a captura real dos fenômenos aerodinâmicos.

Figura 3.2 – Curvas CL x α para ensaios do modelo M5/ONERA/IAE no TA-2 e simulação computacional para
Re=0,9x106 e Re=1,6x106.

Também é possível verificar que o αESTOL do modelo no ensaio no TA-2 com Re=1,6x106,
representado pela curva laranja, está próximo de 10° e não 8° como foi observado no ensaio
de visualização mencionado anteriormente, Figura 3.1. Isso pode estar relacionado ao fato de
que os resultados obtidos em ensaios em túnel de vento com medição de forças através de
balança, como é o caso do TA-2, dependem diretamente de uma calibração adequada dela,
por isso, a incompatibilidade dos dados. Mas ainda assim não impede a similaridade entre as
informações obtidas. Outra consideração a ser feita rapidamente é a respeito do que
comumente chama-se de Efeito Reynolds. O fenômeno está baseado no princípio de que o

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aumento do número de Reynolds reduz os efeitos viscosos do escoamento sentidos pela


camada limite, o que resulta, dentre outros fatores, no aumento do CLmáx da asa. Esse efeito,
ainda que sutil, pode ser observado na Figura 3.2 quando se compara por exemplo, as regiões
de pico das curvas verde e azul escuro.
Em atenção a importância do tipo de camada limite e as características da região da transição
para a aerodinâmica do modelo, investigou-se a transição da camada limite laminar da asa
através da análise 2D do modelo no XFOIL e os resultados mostraram que para αM5= 0°
(αAEROFÓLIO=4°) a transição estaria em aproximadamente 5% da corda média aerodinâmica,
como pode ser visto na tabela 1. Já para αM5= 4° (αAEROFÓLIO= 8°) estaria em
aproximadamente 3% e cada vez mais adiantada em função do aumento do ângulo de ataque
e da posição do pico de sucção. Por essa razão, no ensaio de visualização cujo objetivo era
observar as características da transição, visto na Figura 3.3, aplicou-se a tinta bem próxima ao
bordo de ataque da asa.

Tabela 1 – Posição da transição da camada limite laminar (T-extradorso e B-intradorso) do


modelo padrão M5/ONERA/IAE

FONTE: Elaborado pelo autor.

Figura 3.3 - Visualização de fluxo com óleo do modelo padrão M5/ONERA/IAE no TA-2 com α=4°.
Detalhamento dos efeitos da bolha de separação laminar.

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Constatou-se que em α=4° havia a presença de bolhas de separação laminar cujo efeito pode
ser visto na figura 3.3, caracterizado por pequenas ondas na tinta. O aumento do gradiente de
pressão adverso em função de alfa – desaceleração do escoamento, adianta a transição. Por
esse motivo, na visualização direta com αMODELO=4°, próximo ao α de pico de pressão, foi
possível constatar a presença da bolha de separação laminar. Tal bolha também é responsável
por aumentar o arrasto e pode ter contribuído com as características abruptas de estol.
Uma imagem gerada através do TECPLOT 360, figura 3.4 abaixo, é bastante interessante
para observar a região laminar do escoamento sobre o extradorso da asa, indicado pela
circunferência vermelha, para α=4°. É possível verificar similaridade com a figura 3.3.

Figura 3.4 - Topologia do escoamento no M5 para Mach=0,16 e α=4°. Detalhamento da camada limite laminar.
FONTE: TECPLOT 360

5. Conclusões
Os resultados evidenciam a susceptibilidade da aerodinâmica do modelo em baixo número de
Reynolds, em regime subsônico. O comportamento qualitativo dos coeficientes de
sustentação e as características da topologia do escoamento obtidos numericamente e
experimentalmente são compatíveis. Dentro de uma margem de erro, que é inevitável, as
simulações computacionais concordaram com os dados experimentais. Nas curvas CL x α há
concordância significativa entre as curvas principalmente para ângulos de ataque inferiores a
6° e visíveis discrepâncias predominantemente entre 7° e 10° que podem ser resultados de
problema de convergência do método numérico ou uma possível separação da camada limite,
ou seja, efeitos do estol do modelo. São necessários mais estudos para avaliar os efeitos do
refinamento da malha, modelo de turbulência e parâmetros numéricos.

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Por meio dos ensaios de visualização é possível estabelecer que o uso da tinta a óleo pode
revelar de maneira satisfatória as regiões de recirculações e seus efeitos, além de ser também
uma ferramenta, ainda que não totalmente adequada, para investigar aspectos da região de
transição da camada limite laminar, estudo que deve ser feito criteriosamente e com
planejamento, tal como os resultados das medidas de transição realizadas no XFOIL e CFD.
As ondulações observadas na tinta, em um dos ensaios de visualização, conferem aos efeitos
da bolha de separação, os vórtices se desenvolvem tridimensionalmente até que o fluxo se
torna turbulento, fenômeno que marca transição da camada limite laminar para turbulenta na
asa do modelo padrão.
A tinta mede a tensão superficial do ar sobre a superfície que é proporcional ao gradiente da
velocidade. O que se observa é o efeito secundário, um efeito de cisalhamento. Basicamente,
o que ocorre na bolha de separação laminar é que o escoamento laminar encontra um
gradiente de pressão adversa e separa-se da superfície.
A observação da propagação do estol é outro aspecto importante. No caso do modelo
trapezoidal de asa, Anderson [1] aborda o fato de que o estudo da propagação do estol é fator
determinante na localização das superfícies de controle, como ailerons e dispositivos hiper-
sustentadores (flapes), pois uma perda de sustentação nesta região prejudica a capacidade de
rolamento da aeronave.

Referências
[1] ANDERSON, John David – Fundamentals of Aerodynamics Mc Graw-Hill – 2011
[2] Programa Fantástico, Disponível em: <https://globoplay. globo.com/v/7627502/>. Acesso
em 20 de junho de 2020.
[3] Langtry, R. B. and Menter, F. R., "Correlation-Based Transition Modeling for
Unstructured Parallelized Computational Fluid Dynamics Codes," AIAA Journal, Vol. 47,
No. 12, December 2009, pp. 2894-2906.
[4] Menter, F. R., "Two-Equation Eddy-Viscosity Turbulence Models for Engineering
Applications," AIAA Journal, Vol. 32, No. 8, August 1994, pp. 1598-1605
[5] Vierendeels J., Degroote J. (2009) Aspects of CFD Computations with Commercial
Packages. In: Wendt J.F. (eds) Computational Fluid Dynamics. Springer, Berlin, Heidelberg

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PIBIC-RELATÓRIO PARCIAL

Título do projeto de pesquisa: Desenvolvimento de Novas Ligas de Cobre para


Motor Foguete a Propelente Líquido
Bolsista: Anderson Almeida Da Silva
Orientador (a): Vinicius André Rodrigues Henriques
Período a que se refere o relatório: Agosto de 2019 a Dezembro de 2019

Resumo
O desenvolvimento de motores foguetes a propelente líquido é uma necessidade da indústria
aeroespacial brasileira, por possuírem queima controlada do propelente e proporcionarem um
maior empuxo. As ligas de cobre por apresentarem elevada condutividade térmica são
utilizadas como materiais de revestimento interno nas câmaras de combustão e empuxo e
demais sistemas que requeiram alto fluxo de transferência de calor. Para melhorar as
propriedades mecânicas sem perder a condutividade térmica, novas ligas de cobre, capazes de
suportar as temperaturas dos gases quentes do motor e de atuarem no seu arrefecimento, estão
sendo desenvolvidas por meio de mecanismos de endurecimento por precipitação e dispersão.
Neste trabalho, novas ligas de cobre de alta resistência (GLIDECOP e Cu-Mo) foram
desenvolvidas por metalurgia do pó e avaliadas em termos de distribuição microestrutral,
densidade e dureza. Amostras das ligas foram sinterizadas de 700 °C a 1000 °C em intervalos
de 100 °C e os resultados indicaram uma elevada homogeneização microestrutural na
dispersão das partículas e precipitados na matriz de cobre.

1. Introdução
O cobre foi um dos primeiros metais cujos processos de obtenção e fabricação de peças
foram dominadas pelo homem, sendo amplamente utilizado pela indústria até os dias de hoje.
O cobre possui características de alta condutividade elétrica e térmica e adequada resistência
à corrosão. Na indústria aeroespacial, o cobre vem sendo utilizado em câmaras de combustão
de foguetes a propelente liquido dada suas propriedades térmicas e em canais por onde
passam o liquido arrefecedor, geralmente oxigênio liquido, na parede interna da tubeira.

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Muitas vezes o propelente em chamas e o liquido refrigerante são separados por uma parede
fina feita de liga de cobre com cerca de 1 mm de espessura [1]. Demandas do projeto L75,
motor foguete nacional desenvolvido no IAE, indicam que novas ligas de cobre com maior
resistência mecânica podem ser utilizadas em câmaras de combustão, uma vez que os gases
quentes advindos do motor superam a temperatura de fusão da parede metálica [2]. O intuito
deste projeto é investigar novas ligas de cobre endurecidas por precipitação ou dispersão via
metalurgia do pó, uma das técnicas de fabricação mais adequadas para se obter precipitados
homogeneamente dispersos. Para este relatório foram estudadas duas novas ligas, a
GLIDECOP (98,9% Cu – 1,1% Alumina) e Cu-Mo (40% Cu - 60% Mo). Estas novas ligas à
base de cobre são a escolha ideal para aplicação em motores foguete devido a sua alta
condutividade térmica aliada a maior resistência mecânica. A elevada condutividade térmica
dessas ligas não apenas possibilitam a transferência de calor, mas também permite que
maiores fluxos de calor sejam acomodados [3][4]. A liga de Cu-Mo é considerada um
compósito, onde um esqueleto de Mo tem seus poros preenchidos com cobre líquido [3],
assim aumentando a resistência ao desgaste e condutividade de corrente elétrica e térmica.
Neste caso, o objetivo é obter maior resistência ao desgaste em lançadores bélicos para que se
possa realizar mais disparos. Dessa forma, o projeto busca produzir ligas capazes de suportar
condições adversas de temperatura e pressão para que possam ser aplicados em futuros
estudos ou desenvolvimento de motores foguete para o programa espacial brasileiro e
também um lançador eletromagnético.

2. Materiais e Métodos

2.1 Materiais
Inicialmente foram utilizados pós de cobre, alumina e molibdênio oriundas da Divisão de
Materiais (AMR/IAE). Para a liga GLIDECOP utilizou-se as composições de 0,15%; 0,30%;
0,60% e 1,1% de alumina (Al2O3), para a liga Cu-Mo utilizou-se a composição 60% Mo-
40%Cu, utilizando em ambos os casos 50g .

2.2 Tamanho das Partículas


A distribuição e o tamanho médio (D50) das partículas do pós utilizados foram medidos no
equipamento, MASTERSIZER 3000, mostrado na Figura 1, que utiliza feixes de laser para
dimensionar o tamanho dos elementos, com uma precisão de 0,1 μm a 1000,0 μm.

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Figura 1 – MASTERSIZER 3000 (AMR/IAE)

2.3 Mistura dos pós


Os pós foram pesados em uma balança de precisão, para produzir o montante de 50 g de cada
liga, segundo os cálculos estequiométricos. A seguir, os pós foram misturados em um
misturador rotativo com jarro em Y, Figura 2, por cerca de 2h, visando obter a
homogeneidade adequada.

Figura 2 – Misturador rotativo (AMR/IAE)

2.4 Compactação
As misturas das ligas foram compactadas uniaxialmente em uma prensa Carver (Figura 3),
em matrizes de aço com camisa flutuante, aplicando-se 2 t de força, sendo obtidas amostras
de aproximadamente 3 g cada. Então, foi feita a prensagem isostática a frio, aplicando-se
460MPa, em amostras isoladas em invólucros flexíveis de látex, embaladas a vácuo. Foram
compactadas 4 amostras para cada composição das ligas, totalizando 20 amostras.

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Figura 3 – Prensa uniaxial Carver (AMR/IAE) e prensa isostática Paul Weber KP100E
(AMR/IAE) utilizadas na compactação das amostras

2.5 Sinterização
As amostras compactadas foram sinterizadas em forno cilíndrico sob atmosfera de argônio
nas temperaturas entre 700 ºC e 1000 ºC, com intervalos de100 ºC e permanência nestas
temperaturas durante 2h.

Figura 4 – Forno para sinterização (AMR/IAE)

2.6 Densidade.
Utilizou-se o principio de Arquimedes para determinar a massa especifica, conforme
demonstra a Equação 1. As amostras foram fervidas em um Becker com água destilada

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durante 2 h e após o seu resfriamento foram feitas as pesagens das massas úmidas e imersas
em água. Somente depois de passarem 1 h na estufa, a uma temperatura de 100 ºC foram
feitas as pesagens das massas secas.

Equação 1

2.7 Preparação metalográfica


Inicialmente foi realizado o embutimento das amostras em baquelite. Depois foram utilizadas
as lixas 120, 220, 400 e 600. Porém durante o polimento com pano de feltro notou-se que a
melhor solução para polir, era com adição de alumina 0,05 μm pura, pois as demais soluções
arranhavam as amostras de GLIDECOP, a mesma solução foi utilizada para polir a liga Cu-
Mo. Para o ataque da liga GLIDECOP foi utilizada uma solução de acido oxálico 10% e 90%
de água destilada, que ajudou a revelar a microestrutura sem queimar a amostra. As duas
soluções utilizadas anteriormente, uma com 50% de água destilada e 50% de acido nítrico,
outra solução, mais fraca, com 40 mL de hidróxido de amônia, 30 ml de agua oxigenada 30%
e 57 mL de água destilada, as escureciam, Não foi necessário atacar as amostras de Cu-Mo.

2.8 Microdureza Vickers (HV)


O próximo passo foi realizar a medida da microdureza no ITA, sendo feitas 5 medidas do
centro pra a borda da amostra, com uma carga aplicada de 0,2 kgf na GLIDECOP e 0,5 kgf
na Cu-Mo, utilizando a objetiva de 40X.

Figura 5 – Microdurometro EMCOTEST dura scan (ITA)

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3. Resultados

3.1 Tamanho de partícula

O tamanho médio de partículas dos pós utilizados é apresentado na Tabela 1.

Tabela 1 – Tamanho médio de partículas.



   
     

Tabela 1 – Tamanho médio de partículas.

Alumina

Cobre

Molibdênio

Figura 6 – Curva de distribuição de partículas e volume cumulativo.

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3.2 Microestrutura GLIDECOP


É possível observar o contorno de grão na amostra contendo 0,3% Al2O3 sem ataque, porem
na liga com 1,1% Al2O3, o contorno não ficou tão bem definido, o problema com o ataque só
foi resolvido dias antes da entrega deste relatório, sendo assim, um novo ataque que revele
todo o contorno de grão sem queimar as amostras, esta sendo estudado, Figura 7.

0,3% Al2O3 1,1% Al2O3


Figura 7 – Microestrutura da liga GLIDECOP – 0,30% e 1,1% sinterizadas a 900º C.

Não foi possível distinguir a presença de fases nas amostras sinterizadas em temperaturas
superiores a 700° C, nem com auxilio de microscópio eletrônico de varredura e difração de
raios-X. Porém, a microscopia óptica nas amostras sinterizadas a 700° C (figura 8) revelou a
presença de uma fase mais clara, provavelmente alumina, essa hipótese ainda será confirmada
com ajuda de análises por EDS.

Figura 8 – Microestrutura da liga GLIDECOP – 0,30 e 1,1 % sinterizadas a 700º C.

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3.3 Microestrutura da liga Cu-Mo


Na liga 40%Cu- 60%Mo a adição de molibdênio visa um aumento da resistência ao desgaste
com a criação de um esqueleto de molibdênio molhado com as partículas de Cu. As
microestruturas nas temperaturas sinterizadas demonstram a presença de partículas finas da
matriz de molibdênio com partículas grandes de Cu (20mm) homogeneamente dispersas. As
temperaturas utilizadas (700°C a 1000°C) não foram suficientes para provocarem o
surgimento da fase líquida de cobre [5] (Figura 9) .

Figura 9 – Microestrutura da liga Cu-Mo 50x e 500x, sinterizada a 900º C.

Notou-se uma rápida oxidação das amostras no período em que foram feitas as imagens.
Portanto, após sua preparação, as amostras devem ser acondicionadas em recipientes a vácuo
para prevenir sua oxidação entre as operações de caracterização.

3.4 Difração de raios-X

Durante o DRX realizado nas dependências da AMR, notou-se a presença de picos de Cu e


Mo e picos de oxido de molibdênio, provavelmente devido a sua fácil oxidação em meio
ambiente não controlado, (inexistência de alto vácuo), figura10. No GLIDECOP notou-se
uma leve presença de alumina, que foi ocultada pela coincidência com os picos de cobre,
figura11.

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Figura 10 - DRX Cu-Mo (AMR/IAE)

Figura 11 - DRX GLIDECOP (AMR/IAE)

3.5 Análise da densificação e microdureza vickers


Nota-se que na liga Cu-Mo que após uma elevação a 800°C, houve pouca variação de
densidade. Isto indica que as temperaturas de sinterização utilizadas não foram
suficientemente altas para induzir os mecanismos de transporte de massa durante a
sinterização. No caso da liga GLIDECOPE houve uma densificação apenas a 800° C e com o
aumento da temperatura densidade reduz um pouco, provavelmente devido à pouca
reatividade da alumina, Figura 12.

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Figura 12 – gráfico da densidade pela temperatura de sinterização.

Quanto a microdureza vickers, observou-se uma instabilidade nas temperaturas de 700°C a


900°C e um aumento a 1000 °C. Uma vez que as amostras apresentam porosidade e
heterogeneidades (principalmente na liga Cu-Mo) em baixas temperaturas de sinterização, as
durezas medidas são muito influenciadas pelas regiões onde foram feitas as endentações,
figura 13. Amostras sinterizadas a 1000 °C apresentaram valores de 82 HV e 125HV para as
ligas Cu-Mo e GLIDECOP, respectivamente.

Figura 13 – Gráfico da média da microdureza.

4. Próximas Etapas
As próximas etapas deverão incluir uma complementação do desenvolvimento da
microestrutura utilizando analises composicionais por EDS; investigar outras composições da
liga Cu-Mo, que já foram compactadas, mas que devido a pandemia ainda não foram
sinterizadas; e desenvolver processo de brasagem para as ligas de cobre.

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5. Conclusões
1. Os resultados foram muito afetados pela utilização de baixa temperatura de sinterização e
atmosfera do forno. O laboratório encontra-se com problemas no sistema de refrigeração, o
que impede a utilização dos fornos de alta temperatura e alto vácuo.
2. Para o teor de alumina utilizado não houve o aumento no endurecimento das amostras
sinterizadas da liga GLIDECOP. Este fato pode estar ligado ao tamanho não muito reduzido
das partículas de alumina e à sua dispersão na matriz de cobre (formação de aglomerados).
Novas composições com maiores teores de alumina devem ser estudados.
3. A liga Cu-Mo parece ter um bom potencial para sua elaboração por metalurgia do pó em
razão da baixa porosidade e maiores valores de dureza. Espera-se densificações superiores ao
se elevar a temperatura de sinterização com a formação de fase líquida de cobre.

6. Divulgação dos Resultados


Este trabalho e resultados serão apresentados no Encontro de Iniciação Cientifica e
Tecnológica do IAE (XVI ENICT) em agosto de 2020.

Referências
[1] Kimura, T., Moriya, S., and Takahashi, M. Effects of Cu-alloy Material Properties on
Lifetime of a Combustion Chamber with or without a Thermal Barrier Coating. 7TH
EUROPEAN CONFERENCE FOR AERONAUTICS AND SPACE SCIENCES (EUCASS).
2015.
[2]Almeida, D.S. and Pagliuco, C.M.M. Development Status of L75: A Brazilian Liquid
Propellant Rocket Engine. J. Aerosp. Technol. Manag., São José dos Campos, Vol.6, No 4,
pp.475-484, Oct.-Dec., 2014.
[3] Onur Dinçer, M. Kaan Pehlivanoğlu, Arcan F. Dericioğlu, 18th International Metallurgy
& Materials Congress: High Strength Copper Alloys for Extreme Temperature Conditions.
2016.
[4] Lewis, J., “Materials and Processes for Space Shuttle’s Engines”, Metal Progress,
American Society for Materials, March 1975.
[5] German, R Sintering, Willey, 2000.

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PIBIC/PIBITI-RELATÓRIO FINAL

Título do projeto de pesquisa: Desenvolvimento de partículas de parafina aditivadas


com modificadores balísticos aplicados à propulsão
híbrida
Bolsista: Brenda Nogueira Corrêa Gomes
Orientador(a): Dra. Kamila Pereira Cardoso
Período a que se refere o relatório: Novembro de 2019 a Julho de 2020

Resumo
A propulsão híbrida surge como uma alternativa segura que combina a simplicidade dos
propulsores sólidos e a controlabilidade de empuxo dos propulsores líquidos. A combinação
de poliuretano à base de polibutadieno líquido hidroxilado com partículas esféricas de parafina
em grãos combustíveis de propulsores híbridos representa um grande avanço quando
comparado aos grãos de parafina maciça ou poliuretano comumente utilizados. No entanto, a
alta fração mássica de sólidos (partículas de parafina e aditivos) comprometem as propriedades
reológicas de processamento da mistura e para se obter melhores parâmetros balísticos grandes
quantidades de parafina é requerida. Diante disso, este projeto busca verificar a viabilidade de
processamento de partículas de parafina que contenham aditivos em seu interior. Essas
partículas já compostas de aditivos devem diminuir a viscosidade das misturas e facilitar o
carregamento dos motores foguete. Resultados preliminares comprovaram que é possível
preparar partículas de parafina com negro de fumo em seu interior utilizando a técnica de
cristalização por emulsão. As partículas obtidas apresentaram distribuição de tamanhos e
morfologia controladas.

1. Introdução
O desafio de se desenvolver materiais que apresentem maior desempenho energético
associados a baixos riscos ambientais tem sido um dos focos do setor espacial para aplicação
na propulsão química; seja ela sólida, líquida ou híbrida. Nos motores-foguete híbridos, o
oxidante líquido é acondicionado em um tanque pressurizado e é injetado para dentro de uma
câmara contendo o combustível sólido, na forma de um grão moldado. Esta configuração

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garante maior segurança, quando comparada aos motores-foguete sólidos, pois o oxidante fica
isolado do combustível, o que previne ignições acidentais. Além disso, o empuxo do propulsor
pode ser controlado durante o voo através do ajuste de válvulas, podendo inclusive operar com
múltiplas re-ignições. Quando comparado aos motores-foguete líquidos, tem a vantagem de ser
muito mais simples e leve, pois a construção do motor-foguete híbrido envolve um número
consideravelmente menor de peças, o que também o torna muito mais confiável [1]. Apesar
dessas vantagens, o motor híbrido apresenta um empuxo menor, razão pela qual o seu emprego
é mais indicado em aplicações na qual há pouca resistência atmosférica e pouca aceleração da
gravidade, tal como ocorre com os motores de apogeu. Dessa forma, os propulsores híbridos
não vêm para concorrer com os propulsores líquidos e sólidos, mas sim para complementá-los
em aplicações nas quais a simplicidade de funcionamento, o tamanho compacto e a
possibilidade de ajuste do empuxo são requeridos.
O uso de grãos combustíveis à base de polímeros confere estabilidade estrutural [2], no entanto,
as ligações cruzadas presentes nos polímeros dificultam o desprendimento das moléculas do
grão e, consequentemente, a sua reação com o oxidante que, diferentemente do propelente
sólido, não está misturado ao combustível. Assim, a baixa velocidade de queima desse tipo de
grão costumava ser o maior obstáculo para o emprego dos motores-híbridos, até surgir uma
nova classe de combustíveis conhecidos como Liquefying fuels [1,3-4], da qual a parafina faz
parte como principal membro. A parafina tem chamado a atenção pela sua capacidade
energética e, principalmente, pela velocidade de sua queima. Ao contrário dos demais
polímeros, a parafina se desprende com facilidade devido à formação de um filme líquido
instável na superfície de queima, o que aumenta expressivamente a taxa de regressão, entre
300% a 400% quando comparado ao poliuretano comumente utilizado como combustível.
Embora a parafina apresente as vantagens citadas, um grande obstáculo para o seu emprego
como grão combustível são suas propriedades mecânicas: um grão combustível de parafina é
muito frágil, o que eleva o risco de trincas e ruptura em sua estrutura. Além das propriedades
mecânicas insuficientes da parafina, há ainda um efeito colateral da sua baixa temperatura de
fusão, que pode causar a fusão excessiva do grão durante a queima do motor.
Para reduzir o impacto negativo desses fatores, é comum a adição de negro de fumo à parafina,
o que reduz a condutividade térmica e melhora ligeiramente as propriedades mecânicas do grão
melhorando a taxa de regressão [5].

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Recentemente, um novo conceito de motor híbrido à base de parafina foi desenvolvido por
nosso grupo de pesquisa. No lugar de um grão maciço de parafina, partículas de parafina são
misturadas com uma resina polimérica e moldadas na forma do grão. O grão sólido curado
apresenta elasticidade muito maior do que aquela do grão maciço de parafina [6,7]. No processo
de emulsão, a parafina é fundida e dispersa em água quente, com o auxílio de agitação intensa
e de tensoativos. Após a estabilização da emulsão, as gotas de parafina são solidificadas por
choque térmico.
Neste novo conceito de motor híbrido à base de parafina, a escolha da resina polimérica
adequada e o desenvolvimento de aditivos certamente pode resultar em propulsores mais
eficientes. No entanto, para manter as excelentes propriedades de queima provenientes da
parafina, grandes quantidades de partículas de parafina e aditivos precisam ser adicionados o
que resulta em misturas com altas viscosidades, o que compromete o processamento e a fluidez
da mistura durante o carregamento do motor [8-10].
Nesse sentido, este projeto tem como objetivo preparar partículas de parafina que já possuam
aditivos em seu interior, essas partículas aditivadas devem fornecer as características da
parafina e do aditivo, o que sustentam a sua utilização além de minimizar a viscosidade da
mistura. Para isso, será utilizada a técnica de cristalização por emulsão que já é de
conhecimento do grupo, mas que precisará de ajustes do processo pois o preparo de partículas
com aditivo trata-se de um procedimento novo tanto para o grupo quanto na literatura.

2. Materiais e Métodos
2.1 Materiais
Os materiais utilizados neste projeto para preparo dos sistemas emulsionáveis bem como das
partículas de parafina foram: água destilada como fase aquosa, micro lentilhas de parafina
170/190 (lote 0314 497, Petrobrás) como fase orgânica, negro de fumo (ST300, Columbian)
como aditivo e uma mistura de tensoativos não iônicos Ultrol L20 e L80 (comerciais, lote
100714C84931 e lote 167648 respectivamente, grupo Ultra) para preparar partículas sem
aditivo e uma mistura de SPAN®80 (Sigma Aldrich) e TWEEN®80 (Synth) para preparar
partículas com aditivos. Os tensoativos Ultrol L20 e L80 consistem de álcoois graxos
etoxilados, compostos por uma cadeia laurílica (C12) e dois ou oito grupos oxietilênicos,
respectivamente; já os tensoativos Span e Tween são constituídos de monooleatos de sorbitan.
Todos os materiais foram utilizados conforme recebido e caracterizados previamente.

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2.2 Preparo de partículas de parafina com morfologia e tamanhos controlados


As partículas de parafina foram preparadas pela técnica de cristalização por emulsão, utilizando
um béquer de 2000 mL, acoplado a um banho termostático (OPTHERM modelo ultra) para
manter a temperatura de trabalho de 80 ± 1 ºC. Primeiramente, foram adicionados água
destilada e micro lentilhas de parafina nas proporções de 1:4, 1:5 e 1:6. Após a fusão completa
da cera de parafina, com auxílio de um agitador mecânico digital (MARCONI, modelo
MA259) e uma pá modelo âncora a suspensão foi mantida a 600 rpm por aproximadamente 10
min, e então a mistura de tensoativos Ultrol L20/L80 (na razão 2:3 m/m) foram adicionados
conforme descrito na Tabela 1. Após 15 min de agitação, a suspensão foi vertida rapidamente
em outro béquer contendo 3000 mL de água a temperatura ambiente para promover o choque
térmico das gotículas de parafina e solidificar mantendo a morfologia.

Tabela 1 – Composição das emulsões desenvolvidas para o preparo das partículas de


parafina.
Amostras Parafina (g) Mistura L20/L80 (mL)
1:4 250,0 1,5
1:5 200,0 1,0
1:6 160,0 1,0

As partículas foram então separadas por peneiras com 28, 32, 270 e 400 Tyler. As partículas
coletadas entre as peneiras de 28 e 32 Tyler foram classificadas como partículas grossas, as
partículas coletadas entre as peneiras de 32 e 270 foram nomeadas de médias e entre 270 e 400
Tyler foram nomeadas de partículas finas. Em seguida, as partículas foram secas em estufa
com circulação de ar a 40 ºC por aproximadamente 24h e então reservadas para caracterização.

2.3 Preparo das partículas de parafina com aditivo


As partículas de parafina aditivadas com negro de fumo seguiram o mesmo procedimento
descrito na seção 2.2, com pequenas modificações apenas. O aditivo foi acrescentado após a
fusão da parafina, a quantidade e o tipo de tensoativo foi modificado para garantir que a
emulsão se mantivesse cineticamente estável. A Tabela 2 apresenta as composições
desenvolvidas, e a mistura de tensoativos foi realizada na razão de 1:1 m/m.

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Todas as amostras foram avaliadas com relação a morfologia e distribuição de tamanhos,


utilizando microscopia ótica em um microscópio ótico da ZEISS, modelo Discovery V12 com
lentes de aumento de até 240X.

Tabela 2 – Composição das emulsões desenvolvidas para o preparo das partículas de parafina
aditivadas.
Amostras Parafina (g) Mistura Span/Tween (mL) Negro de fumo (g)
1:4 250,0 2,0 1,0
1:5 200,0 1,5 0,5
1:6 160,0 1,0 0,5

3. Resultados
A técnica de cristalização por emulsão já é conhecida e relatada na literatura, e pode ser
utilizada para preparar partículas com morfologia e tamanhos controlados. Essas variáveis por
sua vez dependem dos parâmetros mecânicos e físico-químicos escolhidos para o sistema,
como por exemplo: fração mássica da fase dispersa, tipos e concentrações de tensoativos,
rotação, tempo de processamento, temperatura do choque térmico dentre outros. Para alcançar
os objetivos deste projeto, muitos parâmetros foram modificados de acordo com os resultados
já adquiridos e publicados pelo grupo de pesquisa, no entanto é válido ressaltar que pequenos
ajustes podem modificar substancialmente o resultado almejado.
Nas Figuras 1 e 2 é possível observar um conjunto de amostras obtidas, mantendo a fração
mássica de parafina e modificando ligeiramente o tempo de agitação e a rotação da pá. Em
especial na figura 1 é possível observar que as partículas grossas obtidas com rotação de
250 rpm apresentaram morfologia irregular, com partículas alongadas e indefinidas. Já as
partículas obtidas com rotação de 270 rpm (figura 2) apresentaram morfologia
majoritariamente esférica e distribuição de tamanhos bem definidas, no entanto, com esses
parâmetros não foi possível obter partículas finas. Isso pode ser justificado pelo curto tempo
de agitação, ou seja, a energia transferida pela pá para quebrar a fase dispersa em gotículas não
foi suficiente para atingir menores diâmetros de partículas.

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Figura 1 – Partículas de parafina preparadas pela técnica de cristalização por emulsão, com
rotação de 250 rpm, tempo de agitação de 15min. Aumento de 20X.

Figura 2 – Partículas de parafina preparadas pela técnica de cristalização por emulsão, com
rotação de 270 rpm e 10 min de agitação. Aumento de 20X.

Buscando otimizar o processo de preparo das partículas foram desenvolvidas 3 diferentes


formulações segundo Tabela 1, e a Figura 3 apresenta algumas das partículas obtidas com esses
parâmetros. É possível observar que todas as amostras apresentaram morfologia esférica e
distribuição de tamanhos controlados, independente da fração mássica de fase dispersa
escolhida. O que sugere que com as formulações obtidas é possível preparar partículas de
parafina com diferentes tamanhos e com isso escolher faixas adequadas para então preparar
amostras de grãos combustíveis com empacotamento máximo, consequentemente maior
homogeneidade, menores viscosidade, e maiores propriedades balísticas.

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Figura 3 – Partículas de parafina preparadas pela técnica de cristalização por emulsão. (a)
amostra 1:4, (b) amostra 1:5 e (c) amostra 1:6. Aumento de 30X.

Uma vez que procedimentos de preparo das partículas foi previamente testado e desenvolvido,
optou-se por iniciar os testes de aditivação das partículas de parafina com negro de fumo. Já é
de conhecimento na literatura os benefícios de se utilizar negro de fumo em grãos combustíveis
à base de cera de parafina aplicados a propulsão híbrida, logo, a junção dele diretamente nas
partículas de parafina tende a minimizar problemas de irradiação térmica dentro do motor sem
afetar em propriedades reológicas de processamento do grão. Todavia, trata-se de um
procedimento novo adicionar aditivos nas partículas de parafina pela técnica de cristalização
por emulsão, logo muitos desafios ainda precisam ser superados.

Figura 4 – Partículas de parafina aditivadas com negro de fumo em diferentes concentrações.


Aumento de 30X.

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Na Figura 4 é possível observar que as amostras de partículas com negro de fumo apresentaram
morfologia majoritariamente esférica e distribuição de tamanhos homogênea. No entanto, com
os parâmetros testados não foi possível obter partículas finas, apenas médias e grossas, logo é
possível sugerir que maiores tempos de mistura, maiores velocidades de agitação e/ou menores
frações mássicas de parafina precisam ser testadas para que as partículas com menores
diâmetros sejam obtidas.
Para a razão 1:6 a maioria das partículas grossas não apresentaram morfologia adequada para
o objetivo deste projeto que é otimizar o empacotamento de partículas de parafina para garantir
maiores porcentagens de carga em amostras de grãos combustíveis aplicados a propulsão
híbrida. Contudo, é válido ressaltar que os resultados são promissores e que as partículas
tendem a cumprir com os requisitos sugeridos nesta proposta.
Trata-se de um marco para os caminhos da propulsão híbrida, que necessitam de maiores
frações de parafina para garantir as propriedades balísticas, mas que também exigem aditivos
que comprometem a viscosidade do sistema e a fluidez durante o processo de carregamento do
envelope motor. Logo, com aditivos inseridos na próprias partículas a viscosidade da mistura
de combustível poderá ser otimizada e eventualmente maiores quantidades de partículas de
parafina poderão ser adicionadas na formulação.

4. Próximas Etapas
As próximas etapas consistem em realizar triplicatas destas amostras, bem como otimizar
parâmetros físico-químicos e mecânicos que interferem no processamento de partículas, bem
como caracterizar as propriedades térmicas das partículas aditivadas e o grão combustível que
será preparado com estas partículas. Aproximadamente 70% deste projeto não pode ser
executado devido as dificuldades com a confecção do crachá o que impossibilitaram a entrada
da bolsista no instituto assim como as interferências da pandemia e estão previstos para serem
finalizados com a renovação da proposta/bolsista.

5. Conclusões
A técnica de cristalização por emulsão se mostrou promissora para o preparo de partículas de
parafina com distribuição de tamanhos controlados e morfologia definida. A sugestão de
adicionar aditivos as partículas de parafina se mostraram promissores e devem corroborar para

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uma maior homogeneidade do grão combustível e consequentemente melhorar a eficiência e


propriedades balísticas. Estudos mais aprofundados dever ser realizados de modo que os
parâmetros de síntese das partículas seja otimizado, além de avaliar as propriedades das
partículas aditivadas diretamente em amostras de grãos combustíveis.

6. Divulgação dos Resultados


Os resultados obtidos ainda que de forma preliminar aparentam ser promissores e serão peça e
serão de grande importância para as próximas etapas do projeto de propulsão híbrida do IAE,
além de contribuir para a comunidade científica e acadêmica. Logo, estes resultados serão
integrados a um estudo mais amplo e submetido à divulgação em congressos e/ou revistas
indexadas. Além de serem adicionados ao relatório de auxílio FAPESP que fomenta esta
pesquisa (processo n° 2019/03729-8).

Referências

[1] Altman, D., 1991. HYBRID ROCKET DEVELOPMENT HISTORY. AIAA 27.
[2] Huang, S.-L., Lai, J.-Y., 1997. Structure-tensile properties of polyurethanes. Eur. Polym. J.
33, 1563–1567. doi:10.1016/S0014-3057(97)00058-X
[3] Karabeyoglu, M. a., Altman, D., Cantwell, B.J., 2002. Combustion of Liquefying Hybrid
Propellants: Part 1, General Theory. J. Propuls. Power 18, 610–620. doi:10.2514/2.5975
[4] Karabeyoglu, M.A., Cantwell, B.J., Altman, D., 2001. Development and testing of Paraffin-
based hybrid rocket fuels, in: Joint Propulsion Conference and Exhibit. pp. 1–24.
doi:10.2514/6.2001-4503
[5] S. Gonçalves – Fabricação e Avaliação do Desempenho de Combustível a Base de Parafina
e Cera Vegetal para Motor Foguete a Propelentes Híbridos,2013. 1– 83.
[6] Cardoso, K. P., Nagamachi, M. Y., Kawachi, E. Y.; de Araújo, T. B.; Nunes, R. F.
Thermogravimetric Analysis of the Decomposition of a Paraffin Particle/HTPB Fuel Grain for
Hybrid Rocket Motors. 53rd AIAA Aerospace Sciences Meeting, 2015. doi 10.2514/6.2015-
0922
[7] Cardoso, K. P.; Ferrão, L. F. A.; Kawachi, E. Y.; de Araújo, T. B.; Nunes, R. F ; Nagamachi,
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[8] Döhring, a., Goddard, R., Jolly, P.W., Krüger, C., Polyakov, V.R., 1997. Monomer−Trimer
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10
,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 



 3,%,&3,%,7,5(/$7Ï5,2),1$/

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'(&255(17('2(6&2$0(17262%80&2532
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SULPRUGLDO SDUD D PHOKRULD GD HILFLrQFLD HQHUJpWLFD H GDV FDUDFWHUtVWLFDV GLQkPLFDV GRV
PHVPRV &RQVLGHUDQGR TXH RV YHtFXORV PHQFLRQDGRV VmR FRUSRV URPEXGRV HVWXGRV SDUD
JHUDU XP PHOKRU HQWHQGLPHQWR GDV IRQWHV GH DUUDVWR SUHVHQWHV QR HVFRDPHQWR HP WRUQR GH
FRUSRVURPEXGRVQRVSRVVLELOLWDUiPHOKRUDHILFLrQFLDHQHUJpWLFDGRVPHQFLRQDGRVYHtFXORV
2 SUHVHQWH SURMHWR SHVTXLVD WHP SRU REMHWLYR GHWHUPLQDU R DUUDVWR JHUDGR SHOR HVFRDPHQWR
HP WRUQR GH XP FRUSR URPEXGR FRUSR GH $KPHG  6HQGR TXH R DUUDVWR HVWi GLUHWDPHQWH
UHODFLRQDGRFRPDVHVWUXWXUDVYRUWLFDLV WRSRORJLDGRHVFRDPHQWR SUHVHQWHVQRHVFRDPHQWR
'HVWDIRUPDUHDOL]DUHPRVDLGHQWLILFDomRGDVHVWUXWXUDVSUHVHQWHVQRVUHVXOWDGRVQXPpULFRV
2V UHVXOWDGRV QXPpULFRV PRVWUDUDP TXH D WRSRORJLD GR HVFRDPHQWR SUDWLFDPHQWH QmR YDULD
FRP D YDULDomR QR QXPHUR GH 5H\QROGV 7DPEpP IRL REVHUYDGR SRXFD YDULDomR GR
FRHILFLHQWHGHDUUDVWRSDUDQ~PHURGH5H\QROGVPDLRUTXH[3DUDRFRUSRGH$KPHG
RDUUDVWRpGRPLQDGRSHODVHVWUXWXUDVYRUWLFDLVSUHVHQWHVQRHVFRDPHQWRHVWDFDUDFWHUtVWLFDGR
FRPSRUWDPHQWRGHDUUDVWRMXVWLILFDDSHTXHQDYDULDomRGRDUUDVWRREVHUYDGDQDVVLPXODo}HV
9DOH UHVVDOWDU TXH D WRSRORJLD HQFRQWUDGD QRV UHVXOWDGRV QXPpULFRV QmR FRQGL] FRP DV
GHVFULo}HVHQFRQWUDGDVQDOLWHUDWXUD

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0HVPR VHQGR XP SUREOHPD HOHPHQWDU GD PHFkQLFD GRV IOXLGRV R HVFRDPHQWR DR UHGRU GH
FRUSRV URPEXGRV TXH VmR FRUSRV RQGH R HVFRDPHQWR p GRPLQDGR SRU JUDQGHV UHJL}HV GH
HVFRDPHQWR VHSDUDGR R TXH p XP JUDQGH GHVDILR SDUD RV PpWRGRV QXPpULFRV (VWH WLSR GH
SUREOHPDpJUDQGHLQWHUHVVHXPDTXHHVFRDPHQWRVHPWURQRGHFRUSRVURPEXGRVDSDUHFHP



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3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 


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URPEXGRV LPHUVRV HP HVFRDPHQWRV IOXLGRV SRU H[HPSOR SLODUHV GH SRQWHV HVWUXWXUDV
PHWiOLFDV HGLILFDo}HV FLYLV FDERV GH WUDQVPLVVmR HOpWULFD YHtFXORV DXWRPRWLYRV OLQKDV GH
DQFRUDJHP SODWDIRUPDV H WXEXODo}HV ³RIIVKRUH´ GHQWUH PXLWDV RXWUDV FRPXPHQWH
HQFRQWUDGDVQRQRVVRFRWLGLDQR
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LQ~PHURVWUDEDOKRVYrPVHQGRSURSRVWRVLQFOXLQGRRSUHVHQWHWUDEDOKRTXHSRUVXDYH]WHP
REMHWLYRRHVWXGRGRHVFRDPHQWRVREUHRFRUSRGH$KPHGSRUPHLRGHVLPXODo}HVQXPpULFDV
GR HVFRDPHQWR 3UHWHQGHVH DQDOLVDU R FRPSRUWDPHQWR GD  WRSRORJLD GR HVFRDPHQWR H GR

FRHILFLHQWH GH DUUDVWR ቆ‫ ܦܥ‬ൌ భ ቇ HP IXQomR GD YDULDomR GR Q~PHUR GH 5H\QROGV

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HVFRDPHQWR H ߤ p R FRHILFLHQWH YLVFRVLGDGH GLQkPLFD GR IOXLGR  (VWH FRUSR URPEXGR p GH
H[WUHPDLPSRUWkQFLDSDUDDLQG~VWULDDXWRPRELOtVWLFDSRLVVHUYHGHSDGUmRGHFDOLEUDomRGH
W~QHLVGHYHQWRHGHPRGHOR EHQFKPDUN SDUDYDOLGDomRGHPRGHORVGHWXUEXOrQFLDXWLOL]DGRV
HP &)' 1RV SUREOHPDV GH IOXLGRGLQkPLFD DV SHVTXLVDV H[SHULPHQWDLV VmR IXQGDPHQWDLV
SDUDDFRPSUHHQVmRGRVIHQ{PHQRVH[LVWHQWHVQRHVFRDPHQWRDRUHGRUGHFRUSRVURPEXGRVH
HVEHOWRV SHUILVGHDVDHRXWUDVHVWUXWXUDVDHURQiXWLFDV HWDPEpPVmRIRQWHVGHSDUDGLJPDVGH
YDOLGDomRSDUDDVDERUGDJHQVWHyULFDHQXPpULFDGHHVWXGRGHVVHVSUREOHPDV(QWUHWDQWRDV
LQG~VWULDVFDGDYH]PDLVVHYDOHPGRVPpWRGRVFRPSXWDFLRQDLVFRPRREMHWLYRGHGLPLQXLUD
QHFHVVLGDGHGHH[SHULPHQWRV'HYLGRDRVDOWRVFXVWRVHWHPSRGDVWpFQLFDVH[SHULPHQWDLVD
WHQGrQFLD GDV GLYHUVDV LQG~VWULDV p LQYHVWLU PDVVLYDPHQWH HP VROXo}HV FRPSXWDFLRQDLV
WHVWDQGR LQ~PHUDV VROXo}HV H FRQILJXUDo}HV H DSHQDV XWLOL]DU H[SHULPHQWRV SDUD D GHFLVmR
ILQDOGHXPSURMHWRRXWHVWHVGDVROXomRHVFROKLGDRXSDUDDYDOLGDomRGHPRGHORVQXPpULFRV
(P FHUWRV FDVRV DV VLPXODo}HV FRPSXWDFLRQDLV SRGHP VHU LPSUDWLFiYHLV RX H[WUHPDPHQWH
GHPRUDGDVVHQGRRVH[SHULPHQWRVPDLVDGHTXDGRVSDUDDREWHQomRGHUHVXOWDGRV
1D VHomR  DSUHVHQWDUHPRV XPD GHVFULomR GD WRSRORJLD GR HVFRDPHQWR VREUH R FRUSR GH
$KPHGEHPFRPRXPDGHVFULomRGRGLVFUHWL]DomRGRGRPtQLRFRPSXWDFLRQDOHXPDEUHYH
GLVFULomR GR SURJUDPD FRPHUFLDO TXH XWLOL]DPRV SDUD VROXomR GR HVFRDPHQWR 1D VHomR 
DSUHVHQWDUHPRVRVUHVXOWDGRVQXPpULFRVREWLGRVSDUDYiULRVQ~PHURVGH5H\QROGVHWDPEpP



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HWDSDV IXWXUDV GR SUHVHQWH WUDEDOKR GH SHVTXLVD H SRU ILP QD VHomR  DSUHVHQWDPRV DV
FRQFOXV}HV

0DWHULDLVH0pWRGRV
8PDJHRPHWULDDXWRPRELOtVWLFDVLPSOLILFDGDIRLSURSRVWDSRU$KPHGHWDO>@HVVDJHRPHWULD
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GH$KPHGIRLSURMHWDGRSDUDDSUHVHQWDUDPDLRULDGDVHVWUXWXUDVSUHVHQWHVQRHVFRDPHQWRDR
UHGRUGHXPYHtFXORDXWRPRWLYRUHDO


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DUUDVWRH[SORUDQGRDVHVWUXWXUDVGHIOX[RQDHVWHLUDGRPRGHOR'HDFRUGRFRP$KPHGHWDO
>@ H &KRH HW DO >@ DV HVWUXWXUDV GH IOX[R QD SDUWH WUDVHLUD GR PRGHOR WUDVHLUR FRQVLVWHP
EDVLFDPHQWHHPEROKDVGHVHSDUDomRQDVXSHUItFLHLQFOLQDGDXPSDUGHYyUWLFHORQJLWXGLQDO
FRQWUDURWDWLYR JHUDGR QDV ERUGDV ODWHUDLV GD VXSHUItFLH LQFOLQDGD  H EROKDV GH UHFLUFXODomR
DWUiV GR PRGHOR$ )LJ   DSUHVHQWD XP HVERoR GDV HVWUXWXUDV SUHVHQWHV QR HVFRDPHQWR$
IRUPDomRHDLQWHQVLGDGHGHVVDVHVWUXWXUDVTXHVmRDSULQFLSDOIRQWHGHYDULDomRGRDUUDVWR
HVWmR GLUHWDPHQWH UHODFLRQDGDV DR kQJXOR GH LQFOLQDomR GD VXSHUItFLH WUDVHLUD ij  3DUD R
kQJXOR GH LQFOLQDomR WUDVHLUR HQWUH ž H ž R HVFRDPHQWR SHUPDQHFH FRODGR j VXSHUItFLH
LQFOLQDGD H VHSDUD QD ERUGD WUDVHLUD GD VXSHUItFLH LQFOLQDGD 1HVWH LQWHUYDOR GH ij R DUUDVWR
GLPLQXLjPHGLGDTXHijDXPHQWD2DUUDVWRPtQLPRIRLREWLGRSDUDijLJXDODž3DUDž



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 


ijRHVFRDPHQWRVHSDUDQRLQtFLRGDVXSHUItFLHLQFOLQDGD DUHVWDIURQWDO HUHFRODDQWHVGR
ILQDO GD VXSHUItFLH LQFOLQDGD HVVH FRPSRUWDPHQWR IRUPD XPD EROKD  GH VHSDUDomR QD
VXSHUItFLH LQFOLQDGD )LJ   2 WDPDQKR GD EROKD GH VHSDUDomR DXPHQWD j PHGLGD TXH R
kQJXORGHLQFOLQDomRDXPHQWRDWpROLPLWHGHijLJXDODž2SDUGHYyUWLFHVORQJLWXGLQDLV
HP URWDomRRSRVWD DXPHQWD VXD IRUoD j PHGLGD TXH ij DXPHQWD 'HDFRUGR FRP &KRH HW DO
>@ HVVHV YyUWLFHV VmR D SULQFLSDO IRQWH GH DUUDVWR QR VHJXQGR LQWHUYDOR GH YDULDomR H HVVD
SDUWH GH DUUDVWR p FKDPDGD GH DUUDVWR LQGX]LGR TXH DXPHQWD DWp TXH XP YDORU FUtWLFR GH ij
VHMDLJXDODž1HVVHSRQWRSRGHKDYHUUHJLPHVGHDOWDHEDL[DDUUDVWR2SDUGHYyUWLFHV
ORQJLWXGLQDLVHPURWDomRRSRVWDDWLQJHVHXYDORUPi[LPR DUUDVWHPi[LPRLQGX]LGR HDEROKD
GH VHSDUDomR QDV VXSHUItFLHV LQFOLQDGD DWLQJH VHX WDPDQKR Pi[LPR TXH YDL GR LQtFLR GD
VXSHUItFLH LQFOLQDGD DWp XP SRXFR DQWHV GR VHX ILQDO 3RU RXWUR ODGR QR UHJLPH GH EDL[R
DUUDVWR RV YyUWLFHV H D EROKD GH VHSDUDomR GHVDSDUHFHP H XP HVFRDPHQWR FRPSOHWDPHQWH
VHSDUDGRVHGHVHQYROYH&RQVHTXHQWHPHQWHRDUUDVWRpVHPHOKDQWHDRREVHUYDGRFRPijLJXDO
Dž



)LJXUD(VWUXWXUDVGHIOX[RWULGLPHQVLRQDLVQDHVWHLUDGRFRUSRGH$KPHG)LJXUDH[WUDtGD
GH&KRHHWDO>@

$)LJPRVWUDDYLVXDOL]DomRGRIOX[RGHyOHRTXHpDLPSUHVVmRGLJLWDOGDVHVWUXWXUDVGR
HVFRDPHQWRQDVXSHUItFLHLQFOLQDGDWUDVHLUDGRFRUSRGH$KPHG1D)LJDDSUHVHQWDPRVD
YLVXDOL]DomR GR W~QHO GH YHQWR SDUD kQJXOR LQFOLQDGR LJXDO D ž H )LJ E SDUD kQJXOR
LQFOLQDGR LJXDO D ž HVWDV LPDJHQV IRUDP H[WUDtGDV GH >@ (VWDV YLVXDOL]Do}HV SRGHP VHU



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 


GLUHWDPHQWH FRUUHODFLRQDGDV FRP DV GHVFULo}HV IHLWDV SDUD DV HVWUXWXUDV SUHVHQWHV QR
HVFRDPHQWRFRPEDVHQDVIDL[DVGHkQJXORLQFOLQDGR1D)LJDpSRVVtYHOREVHUYDUDEROKD
GH VHSDUDomR H RV YyUWLFHV FRQWUDURWDWLYRV H QD )LJ E SRGHVH REVHUYDU XP HVFRDPHQWR
FRPSOHWDPHQWH VHSDUDGR QD VXSHUItFLH LQFOLQDGD WUDVHLUD (VVDV LPDJHQV SRGHP VHU
FRPSDUDGDV FRP DV OLQKDV GH WHQVmR GH FLVDOKDPHQWR QD VXSHUItFLH GR PRGHOR FDOFXODGDV D
SDUWLUGHUHVXOWDGRVQXPpULFRV


D  E 
)LJXUD  9LVXDOL]DomR GR IOX[R GH yOHR GR IOX[R DFLPD GD VXSHUItFLH LQFOLQDGD WUDVHLUD GR
FRUSR$KPHGD 2kQJXORGHLQFOLQDomRpLJXDODƒE 2kQJXORGHLQFOLQDomRpLJXDOD
ƒ(VVHVQ~PHURVIRUDPH[WUDtGRVGH/LHQKDUWHWDO>@

1HVWHUHODWyULRLUHPRVDSUHVHQWDURVUHVXOWDGRVREWLGRVQRW~QHOGHYHQWRGR,$( %RQILPH
7UHYLVDQ >@  H RV UHVXOWDGRV GDV VLPXODo}HV QXPpULFDV SDUD R FRUSR GH $KPHG FRP XP
kQJXORLQFOLQDGRGHVXDVXSHUItFLHWUDVHLUDLJXDODžSDUDYiULRVQ~PHURVGH5H\QROGVHQWUH
[ H [$ VLPXODomR QXPpULFD VHUi GHVHQYROYLGD FRP R SDFRWH FRPSXWDFLRQDO
GH&)' ³&RPSXWDFLRQDO)OXLG'\QDPLFV´ &)'

'RPtQLR&RPSXWDFLRQDO

2GRPtQLRFRPSXWDFLRQDOWHPPGHODUJXUDPGHDOWXUDHPGHFRPSULPHQWR2
FRUSR GH $KPHG HVWi ORFDOL]DGR D XPD GLVWkQFLD GH  P GD HQWUDGD GR GRPtQLR
FRPSXWDFLRQDO $ VXSHUItFLH GR FRUSR p WUDWDGD FRPR XPD SDUHGH VHP HVFRUUHJDPHQWR D
SDUHGHLQIHULRUGRGRPtQLRFRPSXWDFLRQDOpWUDWDGDFRPRXPDSDUHGHFRPHVFRUUHJDPHQWRH
WRGRVRVRXWURVOLPLWHVGRGRPtQLRFRPSXWDFLRQDOVmRWUDWDGRVFRPR³)DLUILHOG´ RFDPSRGH
YHORFLGDGHpLPSRVWR $)LJDPRVWUDDPDOKDGHVXSHUItFLHJHUDGDFRPR,&(0&)'$



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 


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 FpOXODV FRP IRUPDWR TXDGUDGR 1D )LJ E DSUHVHQWDPRV XPD FRUWH GD PDOKD
YROXPpWULFD$PDOKDpUHILQDGDHPUHJL}HVSUy[LPDVjVXSHUItFLHGRFRUSRGH$KPHGSDUD
WHU XPD GLVFUHWL]DomR HVSDFLDO DSURSULDGD H VHU FDSD] GH UHVROYHU D FDPDGD OLPLWH GH IRUPD
DGHTXDGD+iXPUHILQDPHQWRGH PDOKDORFDOQDUHJLmRWUDVHLUDGRPRGHORSDUDPHOKRUDUD
UHVROXomR HVSDFLDO QD UHJLmR QD UHJLmR GD HVWHLUD (OHPHQWRV SULVPiWLFRV GH EDVH WULDQJXODU
VmRXVDGRVSDUDUHSUHVHQWDUPHOKRUDFDPDGDOLPLWHTXHVHGHVHQYROYHDRUHGRUGRFRUSR$
PDOKDYROXPpWULFDSRVVXLXPWRWDOGHFpOXODVGLYLGLGDVHPSLUkPLGHV
SULVPDGHEDVHWULDQJXODUHWHWUDHGURV


D     E  
)LJXUD,PDJHQVGDPDOKDGRFRUSRGH$KPHGD 0DOKDGHVXSHUItFLHE 5HILQDPHQWRGD
PDOKDYROXPpWULFD

'HVFULomRGRVHVTXHPDVQXPpULFRVXWLOL]DGRVQRSURJUDPDGHVROXomRGRHVFRDPHQWR
&)' 

2FyGLJRQXPpULFRXVDGRSDUDVLPXODURIOX[RDRUHGRUGRFRUSRGH$KPHGIRLR&)'
TXHXVDXPDGLVFUHWL]DomR79' 7RWDO9DULDWLRQ'LPLQLVKLQJ GHVHJXQGDRUGHPGHYDULDomR
WRWDO GH YDULDomR GH VHJXQGD RUGHP FRP EDVH HP XPD HVWUXWXUD GH LQWHUSRODomR
PXOWLGLPHQVLRQDO 8P ³VROYHU 5LHPDQQ´ GH +DUWHQ /D[ 9DQ /HHU FRP RQGD GH FRQWDWR
+//&+DUWHQ/D[9DQ/HHUZLWK&RQWDFWZDYH IRLXVDGRSDUDGHILQLURVIOX[RV³XSZLQG´
$V VLPXODo}HV IRUDP UHDOL]DGDV FRQVLGHUDQGR DV HTXDo}HV GH 1DYLHU6WRNHV FRP PpGLD GH
5H\QROGV 5H\QROGV $YHUDJHG 1DYLHU6WRNHV ± 5$16  HP FRQMXJDomR FRP R PRGHOR GH
WXUEXOrQFLD6SDUODUW$OOPDUDV 6$ SURSRVWRSRU6SDUODUWH$OOPDUDV>@





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5HVXOWDGRV
$VILJXUDVGHDDSUHVHQWDPDVYLVXDOL]Do}HVGRVUHVXOWDGRVQXPpULFRVGRHVFRDPHQWR
DRUHGRUGRFRUSRGH$KPHGSDUDQ~PHURVGH5H\QROGV 5H LJXDLVD[[
[ H [ (VVDV LPDJHQV VmR FRPSRVWDV GD GLVWULEXLomR GH &S FRHILFLHQWH GH
SUHVVmR  QD VXSHUItFLH GR PRGHOR VREUHSRVWD SRU OLQKDV GH WHQVmR GH FLVDOKDPHQWR (VVDV
OLQKDV JHUDUDP SDGU}HV GH HVWUXWXUDV SUHVHQWHV QR HVFRDPHQWR VHPHOKDQWHV DRV PRVWUDGRV
SHODVYLVXDOL]Do}HVGHIOX[RGHyOHR2VUHVXOWDGRVGDVVLPXODo}HVSDUDWRGRVRVQ~PHURVGH
5H\QROGV DYDOLDGRV PRVWUDP XPD EROKD GH VHSDUDomR H XP SDU GH YyUWLFH ORQJLWXGLQDO
FRQWUDURWDWLYRQDVXSHUItFLHLQFOLQDGDWUDVHLUDGRFRUSRGH$KPHG2VSDGU}HVGHOLQKDVGH
FLVDOKDPHQWR VH PRVWUDUDP SUDWLFDPHQWH LQYDULDQWHV FRP UHODomR D YDULDomR GH Q~PHUR GH
5H\QROGV(QWUHWDQWRDVWRSRORJLDVJHUDGDVFRPUHVXOWDGRVFRPSXWDFLRQDLVGLIHUHPGHIRUPD
VLJQLILFDWLYDGDVWRSRORJLDH[SHULPHQWDLVDSUHVHQWDGDVSRU$KPHGHWDO>@/LHQKDUWHWDO>@
H&KRHHWDO>@RQGHRHVFRDPHQWRTXHVHGHVHQYROYHQDVXSHUItFLHWUDVHLUDLQFOLQDGDHVWi
FRPSOHWDPHQWHVHSDUDGD2XVHMDRVUHVXOWDGRVH[SHULPHQWDLVSDUDLQFOLQDomRWUDVHLUDGHž
QmRDSUHVHQWDPDEROKDGHVHSDUDomRHRSDUGHYyUWLFHVFRQWUDURWDWLYRV



)LJXUD  ± 'LVWULEXLomR GR FRHILFLHQWH GH SUHVVmR VREUHSRVWD SHOD OLQKD GH WHQVmR GH
FLVDOKDPHQWR5HVXOWDGRVREWLGRVFRPRPRGHORGHWXUEXOrQFLD6$HPRe [




,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 


)LJXUD   'LVWULEXLomR GR FRHILFLHQWH GH SUHVVmR VREUHSRVWD SHOD OLQKD GH WHQVmR GH
FLVDOKDPHQWR5HVXOWDGRVREWLGRVFRPRPRGHORGHWXUEXOrQFLD6$HPRe [


)LJXUD   'LVWULEXLomR GR FRHILFLHQWH GH SUHVVmR VREUHSRVWD SHOD OLQKD GH WHQVmR GH
FLVDOKDPHQWR5HVXOWDGRVREWLGRVFRPRPRGHORGHWXUEXOrQFLD6$HP5H [



)LJXUD   'LVWULEXLomR GR FRHILFLHQWH GH SUHVVmR VREUHSRVWD SHOD OLQKD GH WHQVmR GH
FLVDOKDPHQWR5HVXOWDGRVREWLGRVFRPRPRGHORGHWXUEXOrQFLD6$HP5H [

2V UHVXOWDGRV QXPpULFRV GR FRHILFLHQWH GH DUUDVWR SDUD WRGDV DV VLPXODo}HV UHDOL]DGDV H
WDPEpPRRVUHVXOWDGRVH[SHULPHQWDLVREWLGRVQRW~QHOGHYHQWRGR,$(VmRDSUHVHQWDGRVQD
)LJ1HVWDILJXUDDSUHVHQWDPRVDYDULDomRGRFRHILFLHQWHGHDUUDVWRHPIXQomRGRQ~PHUR
GH 5H\QROGV 2V UHVXOWDGRV QXPpULFRV DSUHVHQWDP YDORUHV SDUD R FRHILFLHQWH GH DUUDVWR
PDLRUHV TXH RV REVHUYDGR QR WHVWH HP W~QHO GH YHQWR UHDOL]DGR QR ,$( HP WRGD D IDL[D GH
Q~PHURV GH 5H\QROGV HVWXGDGRV 2 PHQFLRQDGR DQWHULRUPHQWH D WRSRORJLD GR HVFRDPHQWR
VRIUH SRXFD YDULDomR HP IXQomR GR Q~PHUR GH 5H\QROGV 'HVWD IRUPD R DUUDVWR LQGX]LGR
DVVRFLDGRDRSDUGHYyUWLFHVHRDUUDVWRDVVRFLDGRDEROKDGHVHSDUDomRGHYHPVRIUHSHTXHQR
LPSDFWRHPGHFRUUrQFLDGDYDULDomRGRQ~PHURGH5H\QROGV3DUDQ~PHURGH5H\QROGVPDLRU
TXH[REVHUYDPRVXPDYDULDomRGRFRHILFLHQWHGHDUUDVWRPHQRUTXHGUDJFRXQWV
RQGH  GUDJ FRXQW p LJXDO  YH]HV R FRHILFLHQWH GH DUUDVWR CD $V PDLRUHV YDULDomR



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 


VmR REVHUYDGDV SDUD RV Q~PHURV GH 5H\QROGV HQWUH [ H [ (VWH
FRPSRUWDPHQWR p GLIHUHQWH GR REVHUYDGR QRV YDORUHV GH W~QHO GH YHQWR RQGH VH SRGH
REVHUYDU XPD UHJLmR RQGH R DUUDVWR SUDWLFDPHQWH QmR YDULD FRP R Q~PHUR GH 5H\QROGV
[൑5H൑[ 3DUDYDORUHVGHQ~PHURGH5H\QROGVPDLRUHVTXH[
RFRHILFLHQWHGHDUUDVWRDXPHQWDDWpDWLQJLUXPSLFRPi[LPRHP[


)LJXUD&RHILFLHQWHGHDUUDVWR CD SDUDRFRUSRGH$KPHGFRPkQJXORGHLQFOLQDomRGD
VXSHUItFLHWUDVHLUDLJXDODžHPIXQomRGRQ~PHURGH5H\QROGV 5H  

$ GLVFUHSkQFLD HQFRQWUDGD HQWUH RV UHVXOWDGRV QXPpULFRV H RV H[SHULPHQWDLV WHP TXH VHU
PHOKRU LQYHVWLJDGRV (QWUH DV FDXVDV GHVWD GLVFUHSkQFLD SRGHPRV PHQFLRQDU HIHLWRV
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PIBIC/PIBITI-RELATÓRIO FINAL

Título do projeto de pesquisa: Efeito da adição de elementos estabilizadores de fase


beta em ligas de titânio
Bolsista: Camila Santos do Prado
Orientador: Vinicius André Rodrigues Henriques
Período a que se refere o relatório: Novembro de 2019 a Julho de 2020

Resumo
As ligas beta de titânio apresentam elevada relação resistência mecânica/peso superior
resistência à corrosão e baixo módulo de elasticidade, propriedades que conferem elevado
desempenho e confiabilidade em aplicações aeroespaciais e biomédicas. Este projeto visa
avaliar o efeito da adição de elementos estabilizadores da fase beta (nióbio, zircônio e
estanho e cromo) na microestrutura das ligas de titânio obtidas por metalurgia do pó, a partir
da utilização de pós-elementares hidrogenados e metálicos com foco na obtenção de amostras
com elevada densificação. O processo de obtenção de ligas de titânio por metalurgia do pó a
partir dos pós-elementares mostra-se uma alternativa viável por permitir a obtenção de peças
com geometrias complexas e próximas às dimensões finais, a baixos custos. Os pós-
elementares foram misturados em moinho rotativo, prensados uniaxial e isostaticamente a
frio e sinterizados na faixa de temperatura entre 800 e 1000 ºC. Para estudar a microestrutura
das ligas formadas, foram utilizadas técnicas de metalografia, observando a microscopia das
amostras.

1. Introdução
O titânio (Ti) vem sendo utilizado em diferentes aplicações desde a metade do século XIX,
principalmente sobre a forma de óxidos, como na indústria de tintas, no qual é adicionado a
pigmentos. Entretanto, o material descendente desse óxido passou a ser processado em
meados do século XX, quando então foi submetido ao processo de redução do TiO2 para a
obtenção do titânio puro [1].
O Ti e suas ligas são empregados em aplicações estruturais e funcionais como na indústria
aeroespacial, automotivas e na área biomédica, devido as suas propriedades, tais como: alta

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resistência à corrosão, baixa densidade em comparação as ligas de aço, alta resistência


mecânica, bicompatibilidade e seu comportamento a fadiga [2]. Uma das empregabilidades
das ligas de titânio é na indústria aeronáutica, ligada a necessidade de redução de peso da
aeronave, possibilitando menor consumo de combustível e maior autonomia de voo [3].
Na temperatura ambiente, o titânio tem estrutura hexagonal compacta, representada como
fase α. Em temperaturas acima de 882°C, a estrutura transforma-se em cúbica de corpo
centrado, conhecida como fase β. Ao adicionar elementos de liga, a temperatura de
transformação é reduzida obtendo-se principalmente uma maior conformabilidade. Os
elementos estabilizadores de fase β diminuem essa temperatura. O objetivo deste presente
trabalho consiste em estudar o efeito da adição dos elementos estabilizadores da fase β nas
ligas de titânio.

1.1 Titânio
O titânio puro é um metal branco brilhante de boa ductilidade. Apresenta densidade
relativamente baixa (4,5g/cm3), alto ponto de fusão (1668°C) e um módulo de elasticidade de
107 GPa [4]. Ele é o quarto elemento mais abundante da crosta terrestre. Porém, apesar de sua
abundância, o custo de obtenção do titânio é relativamente elevado, devido à multiplicidade
de processos de redução e purificação envolvidos em sua produção [5].
A partir do dióxido de titânio (TiO2) é produzido o titânio pelo processo Kroll. O dióxido de
titânio é revertido em tetracloreto de titânio (TiCl4) e posteriormente reduzido em titânio
metálico pelo magnésio ou sódio. O titânio produzido possui aparência porosa e é então
consolidado. Podem ser introduzidos a ele elementos de liga, no qual a mistura é fundida
normalmente por fusão a arco sob vácuo [6].
O titânio pode possuir estrutura cristalina do tipo hexagonal compacta (HC) em baixas
temperaturas, denominada fase α (alfa) ou apresentar estrutura cúbica de corpo centrado
(CCC) acima de 882 °C, conhecida como fase β (beta), devido a sua alotropia [6].

1.2 Ligas de titânio


As ligas de titânio contém uma ótima combinação de propriedades. Devido às ligas serem
extremamente resistentes, é possível obter limites de resistência à tração a temperatura
ambiente elevados, produzindo resistências específicas excepcionais. Além disso, as ligas de
titânio são muito dúcteis e facilmente forjadas e usinadas [4].

2
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A resistência à corrosão das ligas de titânio nas temperaturas normais é singularmente alta,
elas são geralmente imunes ao ar, ambientes marinhos e uma variedade de ambientes
industriais. As ligas de titânio são normalmente utilizadas nas estruturas de aeronaves, em
veículos espaciais e nas indústrias do petróleo e química [7].

1.3 Ligas β
Como uma alternativa para as ligas do tipo α e α+β, as ligas de titânio do tipo β foram
desenvolvidas visando uma maior conformabilidade e endurecibilidade. Sua resistência
mecânica, para temperaturas entre a ambiente e 350°C, também é mais elevada, esse aumento
de resistência é devido a distribuição de fase obtida nos tratamentos térmicos.[7]
Algumas das vantagens das ligas β residem em sua boa conformabilidade a frio, entretanto,
quando comparadas com as ligas do tipo α+β, a alta densidade, baixa resistência à fluência e
baixa ductilidade, deixam essas ligas em desvantagens. Porém, normalmente as ligas do tipo
β são caracterizadas pelo bom equilíbrio entre a resistência mecânica, ductilidade e
tenacidade a fratura [7].

1.4 Elementos estabilizadores de fase


O principal elemento estabilizador da fase α em ligas de titânio é o alumínio. O carbono e
oxigênio, impurezas relativamente frequentes, também são α-estabilizadores. Em alguns
casos, o oxigênio pode não ser uma impureza, mas sim, ter seu teor controlado para alterar a
resistência mecânica da liga [7].
Elementos estabilizadores da fase β, como vanádio, tântalo, molibdênio e nióbio fazem com
que seja possível a presença da fase β à temperatura ambiente, pois diminuem a temperatura
de transformação. O cromo também reduz a temperatura de transformação α-β e produz
microestrutura bifásica à temperatura ambiente [4].

2. Materiais e Métodos
2.1 Ensaio granulômetro por difração a laser
Pequenas quantidades de pós de Titânio (Ti), Nióbio (Nb), Zircônio (Zr), Cromo (Cr) e
Estanho (Sn) foram separadamente colocados em um Becker de 500 ml contendo 400 ml de
água destilada. O equipamento Mastersizer 3000 mensurou ao final de cada ensaio, três
medidas correspondentes ao tamanho das partículas dos corpos de provas.

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2.2 Mistura
Foram elaboradas 4 composições de ligas de titânio com adições de Nb, Zr, Cr e Sn (Tabela
1). Os pós foram misturados em moinho rotativo por 1 h.

Tabela 1: Misturas dispostas no moinho rotativo.


Quantidade de cada material Liga formada
Moinho 1 19g de Ti e 1g de Nb Ti-5Nb
Moinho 2 19g de Ti e 1g de Zr Ti-5Zr
Moinho 3 19g de Ti e 1g de Cr Ti-5Cr
Moinho 4 19g de Ti e 1g de Sn Ti-5Sn

2.3 Prensagem uniaxial e isostática a frio


A prensagem uniaxial a frio das misturas foi realizada utilizando-se matrizes metálicas com o
objetivo de compactar inicialmente as amostras para atingir a forma geométrica e a dimensão
desejadas. Utilizou-se os parâmetros da Tabela 2.
A prensagem isostática foi utilizada visando obter a máxima compactação a frio e uma
homogeneidade de densificação. Em uma prensa isostática foram inseridas as amostras dentro
de um invólucro flexível e colocadas em um vaso de pressão contendo óleo, submetidos a
400MPa. A Figura1 mostra as ligas depois de prensadas, preparadas para a etapa de
sinterização.

Tabela 2: Relação de massa e pressão de compactação utilizadas na compactação uniaxial.


Quantidades
Mistura Quantidade Pressão  prensadas
Ti-5Nb 3,30g 1,8 t 7
Ti-5Zr 3,30g 1,8 t 7
Ti-5Cr 1,50g 1,7 t 7
Ti-5Sn 1,30g 2t 7

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Figura1- Amostras das ligas de titânio após compactação isostática a frio

2.4- Sinterização
Depois de prensadas, as amostras das ligas foram sinterizadas na faixa de temperatura entre
800 a 1000C°. Utilizou-se forno cilíndrico sob atmosfera de argônio com permanência nestas
temperaturas por 1h (Figura 2).

Figura 2 – Forno para sinterização (AMR/IAE)

2.4 Ensaio de determinação da densidade aparente


A densidade aparente das ligas compactadas (equação 1), foi calculada com o auxílio de uma
balança hidrostática, usada para pesar as massas imersas (mi), secas (ms) e úmidas (mu) dos
corpos de provas (Ti-5Nb, Ti-5Zr, Ti-5Cr, Ti-5Sn). Foi utilizado também um termômetro
para medir a temperatura da água para se determinar a densidade da água naquela
temperatura (pl). Utilizou-se a equação 1.

Equação 1

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2.5 Preparação metalográfica


Finalizada a etapa de sinterização, cada amostra foi submetida ao embutimento metalográfico
a quente, utilizando baquelite (Figura3).

Figura 3- Amostras de liga de titânio embutida em baquelite.

A análise metalográfica iniciou-se com o lixamento utilizando a lixa de granulometria 80,


seguida pelas lixas 120, 240, 400, 600 e 1200, todo o processo foi feito sob refrigeração a
água. A seguir, as amostras embutidas foram polidas em com pano de feltro específico para
titânio utilizando pequenas quantidades de abrasivos a base alumina (Figura 4).

Figura 4- Procedimento de polimento das amostras produzidas por metalurgia do pó.

As análises microestruturais foram realizadas utilizando um microscópio óptico. As amostras


foram imersas quando necessário no reagente de Kroll (5ml de HNO3, 3ml de HF e 100ml de
água destilada), por alguns segundos. A microestrutura das amostras preparadas
metalograficamente foram observadas por microscopia óptica.

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3. Resultados
3.1 Tamanho médio de partículas
As análises feitas no granulômetro a laser mensuram para cada pó, três medidas (tabela 3),
correspondentes ao tamanho das partículas em 10%, 50% e 90% do volume cumulativo da
amostra analisada.

Tabela 3: Resultado do ensaio de granulometria por difração a laser das amostras.


Material d10(μm) d50(μm) d90(μm)
Ti 3,67 12,0 33,0
Nb 2,80 11,6 34,9
Zr 2,11 9,48 29,4
Cr 20,0 37,1 61,6
Sn 6,88 21,1 44,8

O valor mais importante dessa análise se refere ao d50 que corresponde ao tamanho médio das
partículas [8]. Dessa forma, observa-se que os tamanhos médios das partículas são proximos
para os pós de Ti, Nb e Zr (todos obtidos por hidrogenação) em torno de 10μm. O Sn
(21,1μm) e o Cr (37 μm) apresentam valores um pouco superiores. Particulas grossas de
elementos estabilizadores da fase beta demoram mais a se dissolver, o que demanda mais
tempo e temperaturas de sinterização mais alta.

3.2 Densidade aparente


O ensaio de determinação de massa específica aparente nas amostras após compactação
isostática a frio revelou os resultados dispostos na Tabela 4.

Tabela 4: Resultado do ensaio de densidade aparente.


Liga Densidade (g/cm3)
Ti-5Nb 3,16
Ti-5Zr 3,08
Ti-5Cr 3,12
Ti-5Sn 3,14

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Sabe-se que a densidade teórica do titânio é 4,51g/cm3, relacionando essa massa especifica
com os valores da tabela 4, foi possível descobrir o percentual de densificação das amostras
(Tabela 5).
Tabela 5: Densificação de amostras das ligas após compactação isostática a frio.
Liga Densificação
Ti-5Nb 70,06
Ti-5Zr 68,29
Ti-5Cr 69,18
Ti-5Sn 69,62

3.3 Análise microestrutural


A Figura 5 apresenta as imagens obtidas da liga Ti-5Nb, sinterizadas a 800C° antes e depois
de ser atacada por imersão no reagente de Kroll. Após o ataque químico com o reagente de
Kroll, observou-se que o Nb, representado pelas regiões que contém mais brilho, não se
dissolveu completamente. A temperatura de sinterização ainda é muito baixa e os processos
que envolvem a sinterização estão apenas se iniciando.

Figura 5- Microestrutura da liga Ti-5Nb sinterizada a 800°C antes e depois do ataque


químico. As áreas mais escuras são poros

Com o aumento da temperatura de sinterização em 900°C e 1000 °C também não foi possivel
observar a dissolução das partículas de Nb e o inicio da formação de uma microestrutura
bifásica (Figura 6). A forte oxidação superficial verificada nas amostras após sinterização
pode ter influenciado esse comportamento. O laboratório LFRE onde foi realizada a pesquisa

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encontra-se com problemas no sistema de refrigeração, o que impediu a utilização dos fornos
de alta temperatura e alto vácuo.

A B

Figura 6- Microestrutura da liga Ti-5Nb sinterizada a 900°C(a) e 1000°C(b).

A sinterização da liga Ti-5Nb a 900°C foi realizada em uma condição de atmosfera mais
protetora e os resultados microestruturais foram consideravelmente melhores que os da liga
Ti-5Nb. Na Figura 7, nota-se a presença de uma microestrutura típica de ligas α+ β que
consiste de grupos de placas da fase α que crescem em diversas direções a partir de planos
especiais da fase β que lhes dá origem a partir do resfriamento [9].Esse tipo de microestrutura
é classicamente denominada de Widmansttäten [9]. É possível observar a presença da fase β
que são os contornos escuros ao longo das placas claras da fase α [10]. Assim, nessa condição
de temperatura, a liga apresentou duas estruturas cristalinas: α (HC) e β (CCC). Como não
são observadas regiões com núcleos de Sn, estima-se que todas as partículas de Sn tenham
sido dissolvidas.

Figura 7- Microestrutura da liga Ti-5Sn sinterizada a 900°C.

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4. Próximas Etapas
A parte experimental do projeto não pôde ser totalmente concluída devido ao atual cenário de
uma pandemia causada pela Covid-19. Portanto, as próximas etapas incluem a sinterização de
todas as ligas do projeto aumentando-se o teor do elemento estabilizador da fase β, visando a
especificação de novas ligas para o setor aeroespacial.

5. Conclusões
1- No curto período de trabalho foi possível o treinamento da bolsista nas técnicas de
metalurgia do pó e nas práticas metalográficas. Além disso boa parte do tempo foi utilizado
para uma adequada revisão bibliográfica sobre o assunto;
2- Foi possível fazer uma extensa análise granulométrica em todos os pós que serão utilizados
no projeto. Observou-se que os tamanhos médios das partículas são proximos para os pós de
Ti, Nb e Zr e um pouco maiores para o Sn e Cr. A princípio a granulometria é adequada para
a obtenção de amostras com elevada densificação;
3- Para as amostras da liga Ti-5Nb, as temperaturas de sinterização se mostraram ainda
baixas para que houvesse a dissolução das partículas de Nb. A forte oxidação superficial
verificada nas amostras após sinterização pode ter influenciado esse comportamento.
4- A densificação das amostras em torno de 70% após prensagem isostática é suficiente para
a obtenção de peças com elevada densificação devido á elevada contração das partículas de
titânio após sinterização; e
5- As amostras da liga Ti-5Sn apresentaram uma microestrutura bifásica α+ β mesmo com
uma sinterização em baixa temperatura. Isto indica a facilidade de dissolução de Sn na matriz
de Ti que é realizada por mecanismos difusionais, provavelmente ativados pela baixa
temperatura de fusão do Sn (232°C).

Referências
[1] PINTO, Gilberto Ribeiro Riguetti. Caracterização de ligas à base de titânio com adição
de Nb, Zr, Pdpara finalidades biomédicas. 2005. Tese de Doutorado. UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO.
[2] AşđK, E. Erkan; BOR, Şakir. Fatigue behavior of Ti–6Al–4V foams processed by
magnesium space holder technique. Materials Science And Engineering: A, [s.l.], v. 621,
p.157-165, jan. 2015. Elsevier BV

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[3] COSTA, Midori Yoshikawa Pitanga. Fadiga em titânio aeronáutico revestido por
PVD. 2009. 125 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Mecânica, Universidade Estadual
Paulista, Guaratinguetá, 2009.
[4] Callister Jr., W. D. Ciência e Engenharia de Materiais: uma introdução. Editora LTC,
7ª edição, 2008.
[5] Betner, D. R., et. al., Introduction to Titanium and Its Alloys. 9th Edition. Ohio: Metals
Handbook, American Society for Metals, 1985. v. 3, p. 353 - 360.
[6] Askeland, D. R e Phulé, P. P. Ciência e Engenharia dos Materiais. Editora Cengage
Learning, 2008.
[7] MELLO, Gisela Martinelli Rocha et al. Efeito de elementos betagênicos na estabilidade
de fases e propriedades de ligas de titânio para implantes ortopédicos. 2004.
[8] GERMAN, R.M. Powder Metallurgy Science, Powder Metallurgy Industry, 1994.
[9] DONACHIE, M.J. Titanium: A Technical Guide, ASM International, 1988.
[10] COUTO, A. A. et al. Caracterização microestrutural da liga Ti-6Al-4V comercial
utilizada como biomaterial. In: Anais do 17º Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciências
dos Materiais. 2006.

11
       
      

 
                     

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Instituto de Aeronáutica e Espaço
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica

PIBIC-RELATÓRIO FINAL

Título do projeto de pesquisa: Estudo do tratamento térmico de envelhecimento em


aço maraging para aplicação aeroespacial
Bolsista: Carolina Gomes de Souza
Orientador(a): Tiago Alegretti Zucarelli
Período a que se refere o relatório: Agosto de 2019 a Dezembro de 2019

Resumo
O presente trabalho consiste no estudo das propriedades mecânicas do aço maraging 300 para
aplicação aeroespacial, após ser submetido ao tratamento térmico de envelhecimento. O
maraging 300 tem sido um material estudado nos últimos anos pelo Instituto de Aeronáutica e
Espaço (IAE) como uma possível substituição do aço SAE 4140 usado no envelope motor do
foguete espacial brasileiro VSB-30. Foram realizadas nos corpos de prova tratados,
avaliações de resistência mecânica pelo ensaio de tração, medições de dureza na escala
Vickers (HV) e analisadas a microestrutura por microscopia óptica (MO) e eletrônica de
varredura (MEV). Foram analisadas nove diferentes condições variando a temperatura (450
ºC, 480 ºC, 500 ºC) e o tempo de envelhecimento (2 h, 3 h e 5 h), visando obter as
propriedades mecânicas de cada condição. Os resultados mostram que após o tratamento
térmico de envelhecimento, os resultados do ensaio de tração tiveram um aumento
significativo da dureza. Os parâmetros de envelhecimento de 480 °C durante 5 h
apresentaram os maiores valores de resistência á tração e dureza.

1. Introdução
Durante o final da década de 50, devido ao desenvolvimento de materiais mais eficazes em
resistência, surgiram os aços denominados como aços de alta resistência mecânica e
tenacidade. O aço maraging pertence a esta família, apresentando uma estrutura martensítica
cúbica de corpo centrado (CCC) formada no sistema ferro-níquel, ao contrário da estrutura
tetragonal centrada formada no sistema ferro-carbono dos aços convencionais [1,2].
Os aços maraging são da classe de aços martensíticos com baixo teor de carbono, contendo
aproximadamente 18% em teor de níquel e 0,03% máximo em teor de carbono. A

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composição química de um aço maraging 300 está representada na Tabela 1, sendo possível
haver pequenas variações [2,3].

Tabela 1 - Composição nominal do aço maraging 300 (% massa) [3].

Os aços maraging 300 apresentam um mecanismo de endurecimento que consiste em uma


transformação martensítica de baixa dureza e por precipitação quando submetida ao
tratamento térmico de envelhecimento. Em geral, o tratamento térmico para este aço baseia
no reaquecimento da liga após a solubilização em uma faixa de temperatura usualmente entre
450 ºC a 510 ºC e com um tempo de permanência de 3 h a 8 h [1,4].

Tabela 2 - Propriedades mecânicas do aço maraging 300 em duas condições [5].

Os aços maraging apresentam como principais características boa ductilidade e tenacidade,


aliada à resistência mecânica, além de uma razoável condição de trabalho a frio devido a sua
composição química e boa soldabilidade. No entanto, a principal desvantagem deste material
é seu custo elevado. Desta forma, são aplicados principalmente na indústria aeronáutica,
aeroespacial, militar, entre outros [5,6,7].

1.1. Objetivos
O objetivo deste trabalho é analisar as propriedades mecânicas das 9 condições do tratamento
térmico de envelhecimento do aço maraging 300 com temperaturas e tempos pré-definidos.
Para se atingir o objetivo, foram realizados ensaios de tração, dureza e análise da
microestrutura nas amostras envelhecidas.

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2. Materiais e Métodos
2.1. Composição química
A composição química do aço maraging 300 foi realizada na Divisão de Materiais do
IAE/DCTA, no laboratório químico de caracterização de materiais - LQCM, onde foram
determinados os percentuais do C e S por combustão direta, do Si por gravimetria e demais
elementos por espectrometria de absorção atômica.
As análises realizadas foram acompanhadas de análises do material de referência e pela
norma AMS 6514F. As incertezas de medição expandidas relatadas na Tabela 3.

Tabela 3 - Composição química do aço maraging utilizado neste trabalho.

2.2. Tratamento Térmico de Envelhecimento


O envelhecimento é um tratamento térmico realizado após a solubilização usado para
melhorar as propriedades mecânicas, sendo assim 27 corpos de provas foram colocados em
três muflas com temperaturas diferentes: 450 ºC, 480 ºC e 500 ºC. A temperatura de
envelhecimento teve uma variação em torno de 5 ºC da temperatura estabelecida. Além da
variação da temperatura, os corpos de prova foram mantidos em diferentes tempos de
envelhecimento: 2 h, 3 h e 5 h para cada uma das temperaturas. Ao final de cada condição de
envelhecimento, as amostras foram retiradas da mufla e foram resfriadas ao ar.

2.3. Tração
2.3.1. Preparação dos corpos de prova
Os corpos de prova utilizados para o ensaio de tração foram retirados de uma chapa de aço
maraging 300, conforme recebido, com 3 mm de espessura e seguindo a norma ASTM E8
para a confecção dos mesmos. Na Figura 1 é possível obter as dimensões dos corpos de
prova.

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Figura 1 - Dimensões dos corpos de prova [8].

2.3.2. Ensaio
O ensaio de tração consiste em submeter um corpo de prova a uma solicitação mecânica até
sua ruptura. Os ensaios de tração foram realizados na Divisão de Química do IAE/DCTA, no
equipamento Zwick 1474 com capacidade de 100 kN, de acordo com a norma ASTM E8M.
O ensaio foi realizado em três corpos de prova para cada uma das condições, na temperatura
ambiente e com uma velocidade de 3 mm/min.

2.4. Microdureza Vickers (HV)


2.4.1. Preparação das amostras
Para o ensaio de microdureza, foi necessária a preparação das amostras com o objetivo de se
obter uma superfície plana e polida para as microindentações. Assim, 9 fragmentos da cabeça
do corpo de prova de tração (região que é posicionada a garra durante o ensaio de tração)
foram cortados e embutidos com baquelite na embutidora TECLAGO-EM30D.
Em seguida, em uma lixadeira semiautomática, as amostras foram lixadas começando pela
lixa de 80 mesh para retirar as imperfeições causadas pelo corte e pela baquelite ainda
presente na superfície. Cada amostra foi lixada pela sequência de lixas: 80, 120, 320, 400 e
600 mesh, respectivamente. A cada troca de lixa a amostra foi rotacionada em 90 graus,
visando a retirada de riscos da última lixa utilizada.
Por fim, as amostras passaram por uma politriz semiautomática modelo DP-10 da marca
PANAMBRA com uma pasta de diamante (3μmሻ e depois de sílica coloidal para a redução
de riscos.

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2.4.2. Ensaio
O ensaio de microdureza Vickers é muito utilizado e traz diversas vantagens em relação aos
outros ensaios, dentre elas pode-se citar maior precisão, impressões pequenas, penetrador
indeformável e aplicação para material com qualquer espessura [9].
O ensaio foi feito no laboratório da Divisão de Engenharia Mecânica - Departamento de
Tecnologia. O microdurômetro da marca EMCO-TEST do modelo DuraScan G5, com
penetrador de pirâmide de base quadrada de diamante, foi utilizado com uma carga de 0,3 kg,
com tempo de penetração de 15 s e com um espaçamento de 0,25 mm de distância em cada
ponto. O cálculo da dureza é feito pela Equação (1), onde d1 e d2 são as diagonais da
impressão e F é a força exercida sobre a amostra [9].

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HV = ౚభశ೏2 మ
(1)
ቀ ቁ
2

Foram realizadas 49 medidas de dureza (na amostra embutida de polida) possibilitando a


formação de um mapa de dureza, de modo que é possível atestar a homogeneidade da chapa e
consequentemente a obtenção do valor médio de dureza daquela amostra, como mostrado na
Figura 2 abaixo.

Figura 2 - Mapa de dureza com um aumento de 2,5X.

2.5. Microscopia Óptica (MO)


Foram preparadas nove corpos de prova com cada condição estabelecida e que
receberam a mesma preparação recebida conforme o item 2.4.1 acima, fazendo

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subsequentemente um ataque químico com a solução de água régia. O microscópio utilizado


foi o Zeiss AxiocamImager 2, da divisão de materiais do IAE. A Tabela 4 abaixo apresenta os
tempos de ataque para cada uma das condições.

Tabela 4 - Tempo de ataque químico do aço maraging envelhecido em diferentes


condições.

3. Resultados
3.1. Ensaio de tração
Os 27 corpos de prova do aço maraging 300, foram posicionados na máquina do ensaio de
tração onde foram obtidos valores de tensão de ruptura (MPa) e limite de escoamento (MPa),
como mostrado na Tabela 4 a seguir.

Tabela 5 - Valores obtidos no ensaio de tração.

A partir dos dados acima, observa-se que houve uma grande variação no desvio padrão dos
dados obtidos. Nota-se que o limite de escoamento para as temperaturas de 480 ºC e 500 ºC
diminuíram conforme o aumento do tempo de envelhecimento, ao contrário da temperatura
de 450 ºC que aumentou com seu limite de escoamento com o aumento de seu tempo de
envelhecimento.

6
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Os valores de tensão de escoamento comparados com a literatura [5] foram menores, porém é
importante lembrar que a composição do aço maraging utilizado tem variação na
porcentagem dos elementos e pode ter ocasionado essa diferença.
Já em relação a tensão de ruptura, observa-se que em para as temperaturas de 450 ºC e 480 ºC
houve um aumento dessa tensão com o aumento do tempo de envelhecimento. Apenas em
500ºC no tempo de envelhecimento de 5h a tensão de ruptura diminui, no entanto essa
diminuição não é tão significativa.

3.2. Ensaio de dureza


Após o estudo inicial nas amostras envelhecidas, o prosseguimento do trabalho se concentrou
em comparar a dureza encontrada durante o ensaio de microdureza. A Figura 3 exibe os
resultados médios das medições de dureza, nas 9 condições estabelecidas.

Figura 3 - Valores médios de dureza nas diversas condições de envelhecimento.

Analisando esta figura pode-se verificar que a maior microdureza encontrada ocorreu para a
amostra envelhecida a 480 ºC por 5 h (601 HV), no entanto para as amostras envelhecidas na
condição de 500 ºC não houve um aumento tão significativo com o aumento do tempo de
envelhecimento.
Vale ressaltar que erros da medida de dureza podem ter influenciados nos resultados obtidos,
uma vez que para a dureza na escala Vickers é calculado como mostra a Equação (1). Durante

7
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o ensaio podem ocorrer defeitos de impressão, devido ao afundamento ou à aderência do


metal em volta das faces do penetrador e como o cálculo do valor de dureza utiliza a medida
da média das diagonais, esses erros afetam os resultados de dureza obtidos.

3.3. Microscopia óptica


Com a microscopia, foi possível observar uma microestrutura martensítica onde variou-se
apenas a densidade de austenita retida, sendo que o principal mecanismo de endurecimento
do material foi através da precipitação de compostos intermetálicos (os quais só podem ser
observados por microscopia de transmissão), como observado na Tabela 5.

Tabela 6 - Microscopia óptica com aumento de 1000x para duas condições do aço maraging
envelhecido.

Condição 450 °C por 2h 500 °C por 5h

Aumento
1000x

Além disso, devido às diferentes condições de envelhecimento, os tempos de ataque entre a


primeira amostra e a última tiveram um grande intervalo entre si, evidenciando ainda mais o
efeito do envelhecimento no material.

4. Próximas Etapas
Pretende-se, como próxima etapa, analisar o tamanho de grão e a microestrutura das 9
condições de envelhecimento estabelecidas neste trabalho por microscopia eletrônica de
varredura (MEV).

5. Conclusões

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É possível concluir que os parâmetros de envelhecimento (tempo e temperatura) afetam


significativamente as propriedades mecânicas do aço maraging. Em relação aos resultados
obtidos pelo ensaio de tração, constatou-se um grande desvio padrão nas tensões de
escoamento, tal efeito pode ser relacionado com a possibilidade do corpo de prova ter
escorregado da garra da máquina, uma vez que foram utilizadas garras mecânicas. Os
resultados de tensão máxima (resistência à tração) apresentaram valores confiáveis.
Os ensaios de dureza apresentaram baixa variação da dureza na mesma amostra (o que já era
esperado devido à homogeneidade do material) e a variação de 528 HV a 601 HV conforme a
variação dos parâmetros de envelhecimento.
Correlacionando os valores de dureza e de tensão máxima a temperatura de 480 °C por 5 h é
o melhor parâmetro para obter a maior resistência e dureza.

6. Divulgação dos Resultados


O conteúdo da presente pesquisa de Iniciação Científica, com conjunto com outras pesquisas
do orientador, geraram dois artigos os quais foram aceitos no congresso SAE Brasil 2020 e
congresso internacional European Conference on Fracture 2020, ambos adiados para 2021.

Referências
[1] PADIAL, A. G. F.; Caracterização microestrutural do aço maraging de grau 400 de
resistência mecânica ultra-elevada. São Paulo, 2002.
[2] FANTON, L.; Estudo do comportamento mecânico e microestrutural de um aço
maraging após soldagem a laser e tratamentos térmicos. Guaratinguetá, 2013.
[3] SCHMIDTH, M., and ROHRBACH, K. Heat Treating of Maraging Steels. Metals
Handbook.v.l0, l0 ed., p. 219-228, 1991.
[4] DA SILVA, D. F.; Caracterização mecânica e microestrutural do aço maraging 300,
soldado a plasma e submetidas a reparos. Guaratinguetá, 2014.
[5] SCHMITT, V. M.; Influência da temperatura de solubilização na microestrutura,
tenacidade e microdureza de um aço maraging classe 300. Niterói, 2014.
[6] LOPES, J. C. O.; OS AÇOS MARAGING. Ciência e Tecnologia dos Materiais, v.19, nº
1/2, 2007.

9
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[7] HALL, A. M.; SLUNDER, C. J.; The metallurgy, behavior, and applications of the 18-
percent nickel maraging steels: a survey. Washington, DC: NASA, 1968 (NASA SP-
5051).
[8] ASTM - American Society for Testing Materials. ASTM E8/E8M Standard Test
Methods for Tension Testing of Metallic Materials.
[9] MACIEL, Theophilo Moura. Ensaios de Materiais, notas de aula. Universidade Federal
de Campina Grande, 2018. 374 p.

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PIBIC-RELATÓRIO FINAL

Título do projeto de pesquisa: Projeto de dispositivo de sopro de asa para


hipersustentação
Bolsista: Cesar Antonio Mitleton
Orientador(a): Maria Luísa Collucci da Costa Reis
Período a que se refere o relatório: Fevereiro de 2020 a Julho de 2020

Resumo

Este trabalho foi proposto para avaliar configurações de dispositivos de sopro para controle
de camada limite na superfície de asas. Jatos de sopro podem ser aplicados em fendas
presentes no extradorso para atrasarem o descolamento do escoamento na asa e manterem a
sustentação de uma aeronave. O projeto foi elaborado em software comercial 3D
considerando as dimensões de um modelo de asa constituída por superfícies
hipersustentadoras. O modelo será ensaiado no túnel de vento subsônico TA-2, na posição
vertical e o sopro será alimentado por uma linha de transmissão conectada a vasos de pressão.
No decorrer do trabalho, após análises e estudos de documentação especializada em
aerodinâmica, mecânica dos fluidos e sistemas de controle de descolamento de camada
limite, foram determinados o dimensionamento da asa, como o dispositivo seria estruturado
dentro da asa e a maneira de como ele seria alimentado no túnel de vento do TA-2 por dutos.
Estes resultados são mostrados no presente relatório.

1. Introdução

Diferenças radicais estão presentes entre um avião que voa a baixa velocidade e um avião que
voa em regime alto-subsônico em relação às características de perfil da asa. Há vários
requisitos a serem cumpridos em termos de desempenho de voo. Basicamente, o que se
deseja obter em um projeto de asa de aeronave é a sua capacidade de atingir o máximo de
coeficiente de sustentação a altos ângulos de ataque e o menor coeficiente de arrasto. Em
outras palavras, deve-se atrasar a separação do escoamento na superfície da asa e ao mesmo
tempo favorecer a economia de combustível.

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Formas geométricas diferenciadas da asa e mecanismos articulados posicionados no bordo de


ataque, slats (também chamado de leading edge flap), e no bordo de fuga, flaps (trailing edge
flap), favorecem a sustentação. Estes dispositivos aumentam a área de arqueamento (camber)
do perfil e reduzem a velocidade de aterrissagem. Consequentemente, o comprimento de pista
necessário para o pouso da aeronave diminui. O princípio físico para o aumento de
sustentação está no controle da camada limite a partir do retardo da separação do escoamento
na superfície da asa.
Outra forma de controle é a adição de quantidade de movimento à camada limite por sopro
(injeção), ou por remoção de fluido de baixa quantidade de movimento da camada limite por
sucção [1].
O objetivo da presente pesquisa é o projeto de um dispositivo de sopro de asa para fins de
hipersustentação, para um melhor desempenho na decolagem e aterrisagem de uma aeronave
em um curto comprimento de pista.
Esta pesquisa faz parte de um trabalho conjunto entre o Brasil, China e Rússia, com a
participação de pesquisadores da Subdivisão de Aerodinâmica do Instituto de Aeronáutica e
Espaço, IAE/ACE-L, o Chinese Aerodynamics Research Institute, AVIC ARI e o Russian
Central Aerohydrodynamic Institute, TsAGI. Alunos de graduação e de pós-graduação estão
isesridos nas pesquisas. Estão planejados estudos experimentais e numéricos em aeronaves
que utilizam sistemas de controle por sopro.
O domínio sobre a aplicação deste sistema pode ampliar significativamente as possibilidades
de utilização de aviões, especialmente em áreas terrioriais de difícil acesso.
Este relatório apresenta as bases teóricas de controle ativo de camada limite, o perfil da asa a
ser empregado no estudo e um candidato a dispositivo de sopro a ser implantado no interior
do modelo a ser ensaiado no túnel de vento subsônico n.o 2, TA-2/ACE-L.

2. Fundamentação Teórica

Não importa quão complexa a forma que um corpo possa ter, as forças e momentos
aerodinâmicos sobre o corpo são devido a duas únicas fontes: distribuição de tensão
cisalhante, W, e distribuição de pressão, p, sobre a superfície do corpo (Figura 1a) [2]. Essas
distribuições geram resultantes de força, R, e momento, M, que podem ser decompostas. A

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Figura 1b mostras dois componentes de força: a sustentação, L, perpendicular à velocidade de


escoamento livre, V∞, e o arrasto, D, paralelo a V∞.

a)

b)
Figura 1. a) Pressão e tensão de cisalhamento na superfície de um corpo.
b) compontes de força L, sustentação, e D, arrasto [2].

O escoamento em torno de uma superfície aerodinâmica pode ser descrito como tendo duas
regiões: uma camada externa não-viscosa e uma camada interna, mais próxima do corpo,
chamada de camada limite, onde a viscosidade é importante. No escoamento externo, as
tensões cisalhantes são desprezíveis e na camada limite tanto as forças viscosas quanto as
forças de inércia são importantes (Figura 2) [1]. A camada limite pode ser tanto laminar
quanto turbulenta. A transição, T, para escoamento turbulento ocorre a alguma distância do
ponto de estagnação. A separação, S, do escoamento na superfície da asa leva ao estol, que se
caracteriza pela perda da sustentação e aumento do arrasto. A partir do ponto de separação, as
linhas de corrente divergem, a velocidade diminui e a pressão aumenta.

Figura 2. Escoamento em torno de um aerofólio apresentando a camada limite laminar, CLL,


a camada limite turbulenta, CLT, o ponto de transição, T, e o ponto de separação, S [1].

3
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Há sempre perigo de separação em regiões onde a pressão aumenta [3]. O aumento da


pressão do fluido conduz a uma redução da energia cinética e a uma desaceleração do fluido.
Uma vez que o fluido na parte interior da camada limite é relativamente lento, é mais
fortemente afetado pelo gradiente de pressão crescente. Para um aumento de pressão grande o
suficiente, este fluido pode retardar a velocidade a um valor nulo ou mesmo tornar-se
invertido; este fenômeno é conhecido como gradiente adverso de pressão. Próximo da parede,
ocorre um espessamento da camada limite e massa é transportada para o escoamento externo.
A extensão da região do escoamento separado pode ser reduzida de diversas maneiras. Uma
delas é a forma geométrica da asa. A predecessora da NASA, a NACA, National Advisory
Committee for Aeronautics, desenvolveu diversas séries de aerofólios para os quais a
transição é postergada à jusante, ou seja, a camada limite é mantida laminar por um gradiente
de pressão favorável até uma região mais próxima do bordo de fuga.
Outra maneira de estabilizar a natureza da camada limite é o emprego de sucção. É possível
posicionar fendas (slots) na superfície superior da asa para estabilizar o escoamento. A
sucção impõe energia ao escoamento e reduz o baixo momento próximo da superfície,
reduzindo a espessura da camada limite. O processo resulta em atraso na transição de
escoamento laminar para turbulento.

3. Materiais e Métodos

Esta pesquisa deve nortear a fabricação de um dispositivo para ser inserido no modelo de asa
a ser ensaiado no túnel de vento TA-2. Os ensaios do modelo devem gerar resultados
experimentais em uma asa com e sem deflexão das superfícies hipersustentadoras, com
controle da camada limite por sopro. A asa será montada entre o teto e o piso do túnel de
vento. Os dados experimentais serão comparados com os resultados numéricos, obtidos a
partir do emprego de Dinâmica dos Fluidos Computacional (Computational Fluid Dynamics,
CFD).

3.1. Software
Para gerar um conceito de dispositivo de sopro de asa, foram utilizados software comerciais
Autodesk Inventor e Dassault Systèmes Catia V5, que são programas do tipo CAD que
permitem criar protótipos virtuais tridimensionais.

4
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3.2. Perfil
O perfil da asa corresponde ao modelo RAE 102, cujas coordenadas estão apresentadas na
tabela 1 [4]. Este perfil foi proposto para os estudos preliminares do projeto conjunto dos três
países, em comum acordo entre as partes.

Tabela 1. Coordenadas do perfil. c: Corda da asa. x: Distância ao longo da linha da corda. z:


Altura da asa.

z/c
x/c
Superfície superior Superfície inferior

0 0 0
0,0050 0,0115 -0,0100
0,0075 0,0142 -0,0120
0,0125 0,0185 -0,0153
0,0250 0,0284 -0,0209
0,5000 0,0375 -0,0282
0,0750 0,0458 -0,0333
0,1000 0,0524 -0,0371
0,1500 0,0626 -0,0427
0,2000 0,0699 -0,0464
0,2500 0,0750 -0,0488
0,3000 0,0782 -0,0500
0,3500 0,0797 -0,0503
0,4000 0,0793 -0,0495
0,4500 0,0766 -0,0475
0,5000 0,0723 -0,0445
0,5500 0,0668 -0,0410
0,6000 0,0605 -0,0370
0,6500 0,0535 -0,0327
0,7000 0,0461 -0,0282
0,7500 0,0385 -0,0236
0,8000 0,0307 -0,0190
0,8500 0,0229 -0,0144
0,9000 0,0151 -0,0097
0,9500 0,0075 -0,0049
1 0 0

5
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Ao transportar os dados apresentados na tabela 1 para os software 3D, foram constatadas


inconsistências nas coordenadas do perfil. Foi necessário excluir alguns pontos da tabela para
corrigir a curva traçada sobre os pontos. A coordenada (x = 0,0250; y = 0,0284) apresentava
um deslocamento que resultava em uma deformação no bordo de ataque, quando passada
uma spline sobre os pontos (Figura 3).

Figura 3. Inconsistência das coordenadas do perfil no bordo de ataque.

4. Resultados

O projeto do dispositivo de sopro deve considerar a geometria da asa e as condições para


realização do ensaio no túnel de vento TA-2. Com isso, a primeira etapa deste projeto
consistiu em verificar as configurações de ensaio e a quantificação das dimensões do modelo
de asa.

4.1. Asa
As deflexões máximas das superfícies hipersustentadoras são 60º para o flap e 30o para o slat.
O modelo em sua configuração de maior área frontal (flap e slats com deflexão máxima) e
ângulo de ataque alfa máximo de +20o não deve exceder 10% da seção de ensaio do TA-2.
Isto significa que nesta configuração o modelo deve apresentar uma área frontal de 6,233 m2.
O modelo teve suas dimensões definidas para que estivesse de acordo com as dimensões da

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seção de ensaio do TA-2. Sua envergadura corresponde à altura da seção de ensaios, 2,1 m,
uma vez que estará instalado na posição vertical.
Já sua corda, c, foi definida levando em consideração sua configuração de maior área frontal,
ou seja, com slat retraído, flap com 60o de deflexão e um alfa de ensaio de +20o, como pode-
se observar na Figura 4, resultando no valor c = 0,555 m.

Figura 4. Perfil RAE 102 apresentando o corpo principal, suas geometrias e suas deflexões
máximas de slat a 30o e flap a 60o. Valores em milímetro.

4.2. Dispositivos de sopro


Fendas (slots) serão posicionadas na parte superior do corpo principal da asa, a jusante do slat
e a montante do flap, nas posições 12,5% da corda e 25% da corda, respectivamente. O
esquema do dispositivo anterior, a jusante do slat, está mostrado na Figura 5. O esquema
posterior está mostrado na Figura 6. A parte circular no interior da parte principal da asa
recebe o sistema de alimentação de sopro, que é dirigido para a fenda na superfície superior
da asa. O sistema de sopro está ligado a uma linha de transmissão (Figura 7), alimentada por
vasos de pressão existentes nas instalações laboratoriais da ACE-L.

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Slot

Dispositivo

Slat

Figura 5. Detalhe do perfil apresentando o dispositivo anterior de sopro no interior do corpo


principal da asa.

Slot

Dispositivo

Flap

Figura 6. Detalhe do perfil apresentando o dispositivo posterior de sopro no interior do corpo


principal da asa.

Figura 7. Sistema de alimentação de sopro do TA-2.

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Dentre as várias opções de sistema de sopro para ser instalado dentro do modelo da asa, este
trabalho levantou duas possibilidades. O primeiro está apresentado na referência [4], onde
seis tubos alimentam as fendas anterior e posterior. Este sistema tem a vantagem de favorecer
a uniformidade do escoamento. O outro candidato consiste de apenas quatro dutos, dois na
parte anterior para o slat e outros dois na parte posterior para o flap. A vantagem deste
segundo sistema é a sua simplicidade de fabricação e rigidez da estrutura da asa. A Figura 8a
apresenta o projeto do sistema proposto. A Figura 8b ilustra a fixação da asa na posição
vertical dentro da seção de ensaios do túnel de vento TA-2. Somente 1/3 correspondente à
parte central da asa é efetivo. Os 2/3 extremos são apenas estruturas complementares que não
requerem o emprego de material nobre para a fabricação.

a)

b)
Figura 8. a) O sistema de sopro com 4 ductos. b) Asa montada na seção de ensaios do TA-2.

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5. Próximas Etapas

Trabalhar conjuntamente com o setor de análise numérica por CFD para avaliar a eficiência
do projeto de sopro proposto. Definir o material da asa.

6. Conclusões

Um projeto de sistema de sopro foi proposto para ser posicionado no interior de uma asa que
será ensaiada no túnel de vento subsônico TA-2. Após análises e estudos de documentação
especializada, foi decidido trabalhar em um perfil de asa sendo alimentado por quatro dutos,
dois anteriores na região do bordo de ataque e dois posteriores na região do bordo de fuga. A
decisão foi baseada em simplicidade de fabricação e eficiência na uniformidade do
escoamento. O estudo também levou em consideração a razão de bloqueio dentro da seção de
ensaios do túnel de vento.

7. Divulgação dos Resultados

Não se aplica para o presente período.

8. Referências

[1] FOX, R. W.; McDONALD, A. T.; PRITCHARD, P. J. Introdução à Mecânica dos


Fluidos. Rio de Janeiro: LTC, 2006. 798 p.
[2] ANDERSON Jr, J. D. Fundamentals of Aerodynamics. McGraw-Hill, 3rd ed, 2001. 892
p.
[3] SCHLICHTING, H.; GERSTEN, K. Boundary Layer Theory. McGraw-Hill, 8th ed,
2003. 801 p.
[4] LAWFORD, J. A. ; FOSTER, D. N. Low-Speed Wind-Tunnel Tests on a Wing Section
with Plain Leading and Trailing-Edge Flaps having Boundary-Layer Control by
Blowing. Reports and Memoranda No. 3639. April 1969, London.

10
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PIBIC/PIBITI-RELATÓRIO FINAL

Título do projeto de pesquisa: Eletrodos Carbonosos para Armazenamento de


Energia via Deionização Capacitiva
Bolsista: David Alexandro Graves
Orientador(a): Emerson Sarmento Gonçalves
Período a que se refere o relatório: Fevereiro 2020 a Julho 2020

Resumo
A água é um recurso natural ligado a todos os aspectos da civilização humana, desde o
desenvolvimento agrícola, industrial, bioquímico de seres vivos e até mesmo como percursor
de produção de vários bens de consumo final e ou intermediário. Estudos iniciados na década
de 60 pelos pioneiros Blair e Murphy voltaram com grande força nos últimos cinco anos:
Deionização Capacitiva (CDI). Caminhando de encontro com linhas de pesquisa já bem
inseridas no mercado (como a osmose reversa) que tem como finalidade a obtenção de água
potável mas com vários objetivos e dificuldades a serem trabalhadas, prometendo ser de
grande avanço para essa demanda mundial e se destacando das demais trazendo consigo
benefícios energéticos e socioambientais. No presente trabalho identificou-se algumas das
variáveis que são necessárias para a otimização da célula de CDI bem como o a utilização de
ferramentas matemáticas e o desenvolvimento de um sistema de detecção de imagens
utilizando da transformada de Hough para detecção de círculos. Esse estudo se mostrou
necessário decorrente da importância de conhecer os sais presentes na solução para que os
poros presentes na superfície do eletrodo sejam adequados para acomodação dos íons. Com a
detecção realizada foi possível analisar o tamanho dos círculos bem como a sua recorrência
em toda a extensão do filme.

1. Introdução

Os processos que envolvem a deionização de águas (CDI) já são estudados desde meados da
década de 60, onde também eram chamadas de flow-by architecture, pelos pioneiros Blair e
Murphy [1] e teve um tremendo avanço nos últimos cinco anos. A alta demanda e

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necessidade por água potável vem afunilando e demonstrando a importância dos estudos
realizados nessa área bem como combinar o processo de purificação de água com o
armazenamento da energia resultante do processo. Países com terras desérticas e falta de
recursos de água doce estão buscando abordagens mais econômicas e inovadoras para a
dessalinização da água, tendo em vista que há outras técnicas que já são empregadas, mas que
apresentam algumas dificuldades como: reutilização, custo, eficiência energética, entre outros
[2]. A CDI é uma técnica utilizada para a dessalinização de soluções aquosas através da
aplicação de um potencial elétrico, também capaz de combinar o armazenamento de energia
através de ciclos de carga e descarga. Dentre as inúmeras utilizações destaca-se a remoção de
sal em águas a baixas pressões e em temperatura ambiente, permitindo que a dessalinização
se torne um potencial altamente eficiente em termos energéticos de baixa salinidade, sendo
capaz de armazenar energia (semelhante a um supercapacitor) e dessalinizar água ao ser
carregado [3], não sendo necessário ser acoplado a bombas de alta pressão ou fontes de calor.
Esse processo é baseado na eletrossorção de íons na superfície de um par de eletrodos
carregados eletricamente, comumente composto de materiais de carbono altamente porosos
[4][5]. Em uma operação típica de célula de CDI, utiliza-se o carbono poroso como eletrodo
(baixa tensão CC 1,2V) e bombeia-se água salina para a célula. Os eletrodos de carga oposta
extraem os íons de sal da água que fluirá entre os eletrodos que são separados por uma
pequena distância (escala milimétrica) como demonstrado na Figura 1.

Água + Sal [NaCl]


Célula
Eletroquímica

Água
Dessalinizada

Água
Dessalinizada

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Figura 1: Representação de uma célula CDI. Fonte: Inovação Tecnológica

O uso prolongado de uma célula CDI para remoção de íons carregados (fase de adsorção)
resultará na saturação dos eletrodos, o que ocasionará em uma menor eficiência na remoção
desses íons. Esses eletrodos podem ser substituídos ou, uma das suas maiores vantagens,
regenerados. Regenera-se dissorvendo os íons, aplicando uma tensão reversa (ou curto
circuito) dos eletrodos, como demonstrado na Figura 2.

Figura 2: Processo de regeneração de eletrodos porosos em uma célula CDI. Fonte: Paques.

Diferentemente das membranas e de outros métodos de dessalinização é que não há a


necessidade de uma pressão externa para extrair os íons, pois ela ocorre como auxílio da
força eletrostática envolvida no processo. Por exemplo, em águas salobras onde a salinidade
está entre 5-30% encontradas em aquíferos (0,5g a 30g de sal por litro) o processo se torna
mais eficiente (comparando CDI e osmose reversa), em termos de energia, uma vez que a
CDI terá como objetivo a remoção desses íons, diferentemente da osmose reversa que terá
como objetivo extraí-los. Com o intuito de potencializar a eficiência destes sistemas, vem
sendo estudada a utilização de diversos tipos de materiais como eletrodos em células de CDI,
como por exemplo: Carvão Ativado, Aerogel de Carbono, Grafeno, Nano Tubos de Carbono,
entre outros. O grande desafio é encontrar materiais que satisfaçam as demandas de alta
eficiência de carga, ou seja, a quantidade de íons eletroadsorvidos por carga [6]. Entretanto,
para que as tecnologias CDI atinjam seu potencial máximo de aplicação, faz-se necessário um
vasto conhecimento das inúmeras variáveis envolvidas nesse processo e como essas variáveis

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interferem diretamente nos resultados. Dentre esses fatores é possível destacar o fluxo de
entrada de água na célula, a capacitância, resistência, volume da célula, potencial aplicado,
concentração de sal e quais tipos de sais presentes na solução. Para trabalhar com essas
multivariáveis que envolvem uma célula de CDI fez-se necessário o conhecimento prévio do
Box-Behnken e ANOVA, sendo estes softwares estatísticos utilizados para fazer otimizações
de processos utilizando da análise de variância e comprimir um modelo de regressão linear
através da decomposição da soma dos quadrados para cada fonte de variação no modelo e
utilizando o teste F (Fisher-Snedecor), testando a hipótese de que qualquer fonte de variação
no modelo é igual a zero e também de outros artifícios matemáticos para detecção de imagens
e de amostragem.
Como resultados demonstrados na Literatura, há previsões (utilizando ferramentas
estatísticas) de taxa de remoção de arsênio na instalação de CDI em painéis solares com
eletrodos de carvão ativado com variação de 84,2% a 100%, que por sua vez, na prática,
obteve-se resultados de 82,6% a 98% [2]. O desempenho e estabilidade de células CDI estão
intimamente ligadas as variáveis previamente mencionadas, onde cada característica
influencia diretamente na taxa de remoção de íons, por exemplo, em estudos relacionados a:
1) Área de Superfície Especifica (SSA) são necessários para que seja suprida a necessidade
de espaço para os íons serem adsorvidos na superfície do eletrodo, 2) Distribuição do
Tamanho do Poro, onde o tamanho dos poros e sua distribuição são importantes para
remoção de íons com um determinado raio e para superar a sobreposição de dupla camada
elétrica, poros menores que os íons alvo contribuirão na área total da superfície, mas não
seriam eficazes para a remoção dos íons da solução, 3) Condutividade, com taxas mais altas
ou valores mais baixos de resistência levam a uma transferência de carga mais rápida e,
portanto, uma adsorção-dessorção de íons mais facilitada, 4) Superfície Eletroativa, quanto
mais superfície acessível por íons um eletrodo apresenta, mais eficiente será a remoção
desses íons, ou seja, um valor maior de SSA aumentará a possibilidade de acesso mas não
garantirá que o material seja altamente eficiente como eletrodo, as aberturas de poros e o
arranjo físico deles também afetam a disponibilidade de superfície ativa ou acessível, 5)
Estabilidade, o eletrodo deve ser estável nas faixas de tensão aplicadas e no ambiente
químico circundante, etc.
Em suma, iniciou-se os estudos de ferramentas e transformadas matemáticas, mais
especificadamente o algoritmo sugerido por Richard O. Duda e Peter E. Hart utilizando a

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transformada de Hough para detectar círculos em uma imagem digitalizada utilizando-se de


um array de acumuladores de três dimensões, sendo indexado por três parâmetros que
especificam a localização do tamanho de um círculo de centro a = (a1, a2) e raio r, para que
na sequência fosse possível trabalhar e analisar os dados obtidos. Nessa linha, utilizou-se o
PPSA, que é um derivado da PAni que vem sendo investigado [7], sendo este um copolímero
alternado de unidades de repetição poli (sulfeto de fenileno) (PPS) e da Polianilina (PAni),
conforme mostrado na Figura 3.

Figura 3: Estrutura do PPSA.

Em contraste ao PPS e a PAni, que são considerados polímeros insolúveis, o PPSA apresenta
solubilidade em solventes tais como THF, DMF [8], o que permite a deposição por casting do
polímero sobre o metal. Quando sintetizado quimicamente, o PPSA encontra-se na forma
reduzida e é isolante. Quando oxidado, inicialmente o polímero forma um cátion radical
(Polaron I) e subsequentemente um dication (Bipolaron II), tornando-se condutor (Figura 4).

Figura 4: Esquema do processo de Dopagem do PPSA.

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2. Materiais e Métodos

A variável até aqui trabalhada foi a distribuição do tamanho dos poros e a sua recorrência,
para tal fora utilizado um eletrodo de trabalho polido com auxílio de lixas metalográficas,
com granulometria variando entre 400 e 1200. A deposição química dos filmes de PPSA foi
realizada com uma micropipeta LabMate Soft de 20 microlitros – solução preparada a partir
de 8mg de PPSA para 2mL de THF. Os ensaios foram repetidos para: 1) o eletrodo apenas
polido, 2) polido e com 5 camadas da solução de THF e PPSA e 3) polido e com 10 camadas
da solução de THF e PPSA. A morfologia e a composição dos filmes foram analisadas por
MEV, utilizando o equipamento Jeol JXA-840A. As análises matemáticas foram utilizadas
usando a transformada de Hough, filtro Gaussiano e o filtro Sobel.

3. Resultados

Inicialmente realizou-se o MEV do eletrodo devidamente polido para utilizar como material
comparativo, na sequência realizou-se para o eletrodo polido com a deposição de 5 camadas e
para 10 camadas, como demonstra as Figuras de 5 a 7 respectivamente.

Figura 5: MEV do eletrodo Polido.

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Figura 6: MEV do eletrodo polido e com 5 camadas da solução de THF+PPSA (aumento de


2,6K, rugosidade de 39,79μm).

Figura 7: MEV do eletrodo polido e com 10 camadas da solução de THF+PPSA (aumento de


2,6K, rugosidade de 35,83μm).

É possível observar que a morfologia da camada polimérica é similar em ambos os casos,


caracterizado como um filme poroso e homogêneo. Pode-se observar o filme em duas
situações: no filme de 5 camadas observou-se a formação do padrão com maior visibilidade;
já em 10 camadas, observa-se o mesmo padrão, porém sobreposto, onde é possível evidenciar
que a homogeneidade é mantida apresentando uma pequena diminuição da rugosidade.
Para avaliar os dados fora feito um processo automático de detecção de imagem, para que
assim fosse possível avaliar as estruturas presentes nos filmes depositados quimicamente
possibilitando o estudo da formação dos padrões circulares e a ocorrência deles.

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A transformada de Hough é um método padrão para detecção de formas que são facilmente
parametrizadas (linhas, círculos, elipses, etc.) em imagens digitalizadas, originalmente fora
elaborada para detectar características analiticamente representáveis em imagens binarizadas,
assim como linhas e círculos [9]. Na última década tornou-se uma ferramenta de uso comum
na visão artificial para o reconhecimento destas características. As bordas de uma imagem
devem ser detectadas para que a transformada de Hough possa ser aplicada, para tal, é
aplicado um filtro Gaussiano para melhor identificação da imagem e eliminação de ruídos um
processo de dilatação e erosão para evidenciar os contornos e finalmente um filtro Sobel,
sendo ele uma operação utilizada para processamento de imagens para detecção de bordas,
consistindo em um operador que calcula o gradiente de intensidade de uma imagem em cada
ponto, mostrando a direção da maior variação de claro para escuro, dessa forma, é possível
localizar as bordas da imagem [10]. Com o resultado da transformada obteve-se o centro e o
raio dos círculos e fora possível construir um histograma com a identificação da frequência
desses raios e os seus respectivos tamanhos como demonstrado na Figura 8.

Ocorrência x Raio dos Círculos (μm)

Figura 8: (A) Detecção de padrões e (B) Histograma.

4. Próximas Etapas

Como dito anteriormente, faz-se necessário ter o conhecimento de cada variável do sistema e
de como é o seu comportamento independente e de como será o seu comportamento em
conjunto com as demais variáveis. Como etapas futuras, deverão ser analisadas as demais
variáveis e interpolar esses dados para o sistema CDI levando em consideração estudos

8
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comparativos com outros materiais, especialmente usando outros tipos de grafenos bem como
nano carbonos.

5. Conclusões

É notória a necessidade de compreensão proporcionada por um estudo aprofundado das


variáveis que se encontram no sistema para que, com auxílio de ferramentas estatísticas e
análises matemáticas, seja possível confeccionar uma célula CDI que tenha resultados
significativos. Esse contexto proporcionou a aproximação com esses tipos de dados
matemáticos e análises específicas de imagem por transformadas de forma que possibilitem
estudos mais aprofundados das outras variáveis que estão dispostas no sistema. Com o
algoritmo de detecção de imagem obtido é possível verificar a homogeneidade dos poros bem
como o tamanho e a recorrência deles. Sendo assim, é possível avaliar o tamanho do poro
superficial do eletrodo (utilizado numa célula CDI) e adequá-lo para a remoção de íons de um
possível sal que apresente diâmetro proporcional aos dispostos no eletrodo.

6. Divulgação dos Resultados

Resumo submetido à 43ªRASBQ e aceito para apresentação no período de 2 a 8 de dezembro


de 2020 com número de inscrição 00930, intitulado como Chemical Deposition of THF and
POLY (Phenylene Sulphide Phenylenamine) – PPSA films on iron.

Referências

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state of technology, 2018.

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capacitive deionization using nanoporous activated carbono electrodes. J. Electrochem. Soc.,
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Structure of Poly(phenylene sulfide) and Polyaniline. Macromolecules, v.31, p. 1720-1727,
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pictures. Graphics and Image Processing, v. 15, n. 1,p. 11 – 15, 1972.

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CONCI, Aura. Sistema de realce de detalhes ocultos em imagens com grande diferença de
iluminação fazendo uso de filtragem não-linear. Universidade Federal Fluminense - UFF. Rio
de Janeiro, 2005.

10
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3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 



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DXPHQWR GR Q~PHUR GH 5H\QROGV &RQWXGR QRV UHVXOWDGRV GR Cm IRL YHULILFDGD D VHJXLQWH
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HVFRDPHQWRVHUmRUHDOL]DGDVFRPPpWRGRVGHPDLRUILGHOLGDGHItVLFDFRPRSRUH[HPSOR5$16
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3ODVPD'\QDPLFV&RQIHUHQFH3DOP6SULQJV&DOLIRUQLD-XO\
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2ULHQWDGRU D  /XFLHQH'LDV9LOODU
3HUtRGRDTXHVHUHIHUHRUHODWyULR -DQHLURGH-XOKRGH

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2UHODWyULRWUDWDGRHVWXGRFLQpWLFRGHIRUPDomRGDVOLJDo}HVXUHWkQLFDVSRUPHLRGHPHGLGDV
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UHODWyULR DQWHULRU 5HODWyULR 3DUFLDO   QR TXDO IRUD XWLOL]DGR R 3%/+ GH JUDX
FRPHUFLDO TXH SRVVXL PHQRU GLILFXOGDGH GH REWHQomR QR PHUFDGR LQWHUQDFLRQDO $ ILP GH
FXPSULU WDO REMHWLYR SODQHMRXVH D UHSURGXomR GD PHWRGRORJLD HPSUHJDGD DQWHULRUPHQWH
3DUD WDQWR GHYLGR j LQGLVSRQLELOLGDGH GR XVR GR ODERUDWyULR IRUDP UHDOL]DGRV  GRV
HQVDLRVSODQHMDGRV2VHQVDLRVUHDOL]DGRVWLYHUDPYDULDo}HVGHWHPSHUDWXUD Hƒ& H
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FRQVWDQWH FLQpWLFD GH YHORFLGDGH GH UHDomR N  FRPR WDPEpP IRL SRVVtYHO D FRQVWUXomR GD
FXUYDGDFRQVWDQWHNSHODWHPSHUDWXUDREWHQGRVHRYDORUGDHQHUJLDGH DWLYDomR HQYROYLGD
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WHPSHUDWXUD IDYRUHFH D IRUPDomR GDV OLJDo}HV XUHWkQLFDV DXPHQWDQGR FRQVLGHUDYHOPHQWH D
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2 SROLEXWDGLHQR OtTXLGR KLGUR[LODGR 3%/+  p XP SUpSROtPHUR HVWUDWpJLFR GHYLGR jV VXDV
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XWLOL]DomRGR3%/+pDDXVrQFLDGHVXESURGXWRVHGHUHDo}HVVHFXQGiULDVGXUDQWHDFXUDGR
SURSHOHQWH TXH FRQVLVWH QD UHDomR GDV KLGUR[LODV FRP FRPSRVWRV FRQWHQGR JUXSRV
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SURSHOHQWH VyOLGR FRPSyVLWR DVVLP FRPR LQWHUIHULU QD WUDEDOKDELOLGDGH GR SURSHOHQWH QmR
FXUDGR HPLQJOrVSRWOLIH (QWUHWDQWRR3%/+GHJUDXPLOLWDUGHVWLQDGRXVXDOPHQWHSDUDD
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FRPSDUDGRFRPRVHXKRPRSROtPHURFRPHUFLDO>@

3RUWDQWR R SUHVHQWH UHODWyULR WUDWD GD FRPSDUDomR GR SROLEXWDGLHQR OtTXLGR KLGUR[LODGR GH
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XUHWkQLFDVLUiLQWHUIHULUGLUHWDPHQWHQDDSOLFDELOLGDGHGRPDWHULDOHQRWHPSRGLVSRQtYHOSDUD
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FRPSOHWRGR3%/+FRPHUFLDOHRGHVHQYROYLPHQWRGDPHWRGRORJLDHPSUHJDGDHQFRQWUDPVH
QR5HODWyULR3DUFLDO  HQR5HODWyULR)LQDO  UHVSHFWLYDPHQWH

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RVXILFLHQWHSDUDVHREWHUXPDSULPHLUDHVWLPDWLYDGRVSDUkPHWURVGHVHMDGRV

0DWHULDLVH0pWRGRV
0DWHULDLV
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HQVDLRVIRLSUHSDUDGDXPDVROXomRPmHGH3RO\EGŠ50FRPSSPGH '%7'/ DTXDO
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0HGLGDGRVYDORUHVGHYLVFRVLGDGHHPIXQomRGRWHPSR
2V HQVDLRV IRUDP UHDOL]DGRV XWLOL]DQGR R YLVFRVtPHWUR %URRNILHOG PRGHOR 59 '9,  H R
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5HODWyULR3DUFLDO

$ PDVVD GH ,3', IRL FDOFXODGD GH DFRUGR FRP R tQGLFH GH KLGUR[LOD GR 3%/+ 3RO\ EGŠ
50  SDUD REWHU R YDORU GH 5 GHVHMDGR 7RGDV DV DPRVWUDV IRUDP HQVDLDGDV VHJXLQGR R
PHVPR SURFHGLPHQWR H[SHULPHQWDO HVTXHPDWL]DGR QD )LJXUD  D ILP GH JDUDQWLU D
UHSURGXomRGDPHWRGRORJLDLPSOHPHQWDGDQRUHODWyULRDQWHULRUFRPDXWLOL]DomRGR3%/+GH
JUDXFRPHUFLDO


)LJ6HTXrQFLDGRSURFHGLPHQWRH[SHULPHQWDOHPSUHJDGRQRVHQVDLRV

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PHGLGDVVHMDPDFHLWiYHLVRVSULPHLURVHQVDLRVIRUDPUHDOL]DGRVFRPRVSDUkPHWURVTXHVmR
FRQVLGHUDGRV FUtWLFRV RX VHMD TXH WHRULFDPHQWH DSUHVHQWDULDP PDLRU H PHQRU YLVFRVLGDGHV



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RUGHPUDQG{PLFD

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7HPSHUDWXUDV
,3',
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'HWHUPLQDomRGDFRQVWDQWHFLQpWLFDGDYHORFLGDGHGHUHDomR
'XUDQWH D FXUD GR VLVWHPD SROLXUHWkQLFR D YLVFRVLGDGH DXPHQWD GH DFRUGR FRP R WHPSR j
PHGLGDTXHDIRUPDomRGDVOLJDo}HVXUHWkQLFDVDYDQoDFRQIRUPHD(T/LQHDUL]DQGRHVWD
HTXDomRREWHPRVD(TRQGHRWHUPRNFRUUHVSRQGHjFRQVWDQWHFLQpWLFDGDYHORFLGDGHGH
UHDomRHTXLYDOHQWHDLQFOLQDomRGDUHWD
NW
Q QH
W 
  

OQ QW OQ Q  NW   

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FRQVWDQWHFLQpWLFDGDYHORFLGDGHGHUHDomRGDVDPRVWUDVTXHQmRSXGHUDPVHUHQVDLDGDV

3DUD FDGD DPRVWUD HQVDLDGD RV YDORUHV FDOFXODGRV GD FRQVWDQWH FLQpWLFD GD YHORFLGDGH GH
UHDomR SRU PHGLGD GH YLVFRVLGDGH HP FDGD WHPSHUDWXUD HVWXGDGD   H ƒ&  IRUDP
FRORFDGRVHPSODQRVFDUWHVLDQRVHPIXQomRGDUD]mRPRODU3RVWHULRUPHQWHFRPWDLVYDORUHV
UHDOL]RXVHDLQWHUSRODomROLQHDUDILPGHREWHURVYDORUHVGHNQDVFRQGLo}HVQmRHQVDLDGDV

'HWHUPLQDomRGDHQHUJLDGHDWLYDomRGDUHDomRSROLXUHWkQLFD
$ HTXDomR GH $UUKHQLXV (T   SHUPLWH FDOFXODU D YDULDomR GD FRQVWDQWH GH YHORFLGDGH GH
XPD UHDomR TXtPLFD FRP D WHPSHUDWXUD 5HVFUHYHQGR D H[SUHVVmR XWLOL]DQGRVH ORJDULWPR
QDWXUDOWHPRV (T 



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 (D
   
N $H 57
(D
OQ N OQ $    
57
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LQFOLQDomRGDUHWD P FRUUHVSRQGHQWHDRWHUPR  (D 
5

 (D  P5   
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YHORFLGDGH GH UHDomR SDUD FDGD GXSOLFDWD XWLOL]RXVH R YDORU GH N GR SULPHLUR HQVDLR RX R
YDORUGHNREWLGRSHODLQWHUSRODomROLQHDUGHVFULWRDQWHULRUPHQWH

5HVXOWDGRV
3DUD ILQV FRPSDUDWLYRV D 7DEHOD  DSUHVHQWD RV HQVDLRV SUHOLPLQDUHV GH YLVFRVLGDGH GD
VROXomRPmH 3%/+'%7'/ GRVGRLVKRPRSROtPHURVVHPDGLomRGR,3',MXQWDPHQWHFRP
RVtQGLFHVGHKLGUR[LODVFRUUHVSRQGHQWHV

7DEHOD&RPSDUDWLYRSUHOLPLQDUHQWUHDVVROXo}HVPmHVSUHSDUDGDVSDUDFDGD3%/+
ËQGLFHGH
7HPSHUDWXUD 9HORFLGDGH 7RUTXH 9LVFRVLGDGH
3%/+ 2+
ƒ&  USP    F3 
PPROJ 
  
/LTXLIOH[+  
  
3RO\EGŠ   
 
50   

1RWDVHTXHLQLFLDOPHQWHR3%/+GHJUDXPLOLWDU 3RO\EGŠ50 SRVVXLXPDYLVFRVLGDGH
PHQRUTXHRGHJUDXFRPHUFLDO /LTXLIOH[+ 3DUDH[SOLFDUWDOFRPSRUWDPHQWRYDOHUHVVDOWDU
TXH R 3%/+ /LTXLIOH[+ p XPD UHVLQD SURGX]LGD HP  H SURYDYHOPHQWH WHYH WRGR VHX
DQWLR[LGDQWH FRQVXPLGR ORJR DXPHQWDQGR R Q~PHUR GH OLJDo}HV FUX]DGDV H SRU ILP D
YLVFRVLGDGH

2V HQVDLRV GH YLVFRVLGDGH UHDOL]DGRV FRP R VLVWHPD 50'%7'/,3', UHSURGX]LUDP R


PHVPR FRPSRUWDPHQWR GR 3%/+ JUDX FRPHUFLDO RV TXDLV DSUHVHQWDUDP XPD FRQVLGHUiYHO



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3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 


GLIHUHQoDQRVYDORUHVGHYLVFRVLGDGHHPUHODomRjYDULDomRGDWHPSHUDWXUD2VUHVXOWDGRVGRV
HQVDLRVGHYLVFRVLGDGHUHDOL]DGRVFRPD3RO\EG“50SRGHPVHUREVHUYDGRVQD7DEHOD

7DEHOD9LVFRVLGDGHHWRUTXHREWLGRVXWLOL]DQGR50'%7'/,3',
3DUkPHWURV
9LVFRVLGDGH 7RUTXH
(QVDLRV 7HPSHUDWXUD 5D]mRPRODU F3   
ƒ&  >1&2@>2+@
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(QVDLR      
(QVDLR      
(QVDLR      
(QVDLR      
(QVDLR      
(QVDLR      
(QVDLR      

9HULILFRXVHWDPEpPDERDUHSURGXWLELOLGDGHGDPHWRGRORJLDLPSOHPHQWDGDXPDYH]TXHRV
YDORUHV GR WRUTXH DWHQGHUDP D IDL[D UHFRPHQGDGD SDUD TXH RV GHVYLRV GDV PHGLGDV VHMDP
DFHLWiYHLV1DV)LJXUDVHDSUHVHQWDVHDUHODomRGDYLVFRVLGDGHFRPDVUD]}HVPRODUHVH
FRP DV WHPSHUDWXUDV HPSUHJDGDV QR SUHVHQWH HVWXGR SDUD D UHVLQD JUDX PLOLWDU 3RO\ EG“
50 FRPSDUDQGRDFRPRVUHVXOWDGRVREWLGRVQRUHODWyULRDQWHULRUSDUDRKRPRSROtPHUR
GDUHVLQDJUDXFRPHUFLDO 3%/++ 

 
)LJ/LQHDUL]DomRGDYLVFRVLGDGHHPIXQomRGRWHPSRSDUDRVVLVWHPDV3%/++'%7'/,3',H
3RO\EG“50'%7'/,3',HQVDLDGRVDUSPFRPUD]mRPRODUGHQDVWHPSHUDWXUDVGHƒ&
Hƒ& $ HFRPUD]mRPRODUGHQDWHPSHUDWXUDGHƒ& % 



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 


)LJ/LQHDUL]DomRGDYLVFRVLGDGHHPIXQomRGRWHPSRSDUDRVVLVWHPDV3%/++'%7'/,3',H
3RO\EG“50'%7'/,3',HQVDLDGRVDUSPFRPUD]mRPRODUGHQDVWHPSHUDWXUDVGHƒ&
Hƒ& $ HQDWHPSHUDWXUDGHƒ& % 

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+'%7'/,3', HP WRGRV RV FRQMXQWRV GH WHPSHUDWXUD H UD]mR PRODU DSUHVHQWDGRV 9DOH
UHVVDOWDUTXHSDUDDFRQVWUXomRGRVJUiILFRVQRSUHVHQWHUHODWyULRIRUDPXWLOL]DGRVVRPHQWH
RVGDGRVGR3%/+FRPHUFLDOTXHFRUUHVSRQGHPDRVHQVDLDGRVUHDOL]DGRVFRPR3%/+JUDX
PLOLWDU2VGDGRVRPLWLGRVSRGHPVHUHQFRQWUDGRVQRUHODWyULRDQWHULRU

2HIHLWRGDWHPSHUDWXUDVREUHDFLQpWLFDGDUHDomRGHIRUPDomRGDVOLJDo}HVXUHWkQLFDVSRGH
VHUREVHUYDGRDSDUWLUGRVYDORUHVGDFRQVWDQWHN$)LJXUDDSUHVHQWDDLQWHUSRODomROLQHDU
GRVYDORUHVGDFRQVWDQWHNHPIXQomRGDWHPSHUDWXUDHGDUD]mRPRODU


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,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 


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HQVDLRV QmR UHDOL]DGRV 7RGRV RV YDORUHV GH N HVWmR GHVFULWRV QD 7DEHOD  DVVLP FRPR RV
YDORUHVGDHQHUJLDGHDWLYDomRSDUDRVGRLVVLVWHPDVHVWXGDGRV

7DEHOD(IHLWRGDWHPSHUDWXUDHGDUD]mRPRODUQDFLQpWLFDGDUHDomRGRVVLVWHPDV3%/+
+'%7'/,3',H50'%7'/,3',

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   D  D 
50,3',   D  D  “
  D  D 
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D (QVDLRVQmRUHDOL]DGRVGHYLGRjLQGLVSRQLELOLGDGHGHXWLOL]DomRGRODERUDWyULRRFDVLRQDGDSHODSDQGHPLD

2DXPHQWRFRQVLGHUiYHOQRYDORUGHNFRPDYDULDomRGDWHPSHUDWXUDGHYHVHDRIDWRTXHHP
WHPSHUDWXUDV PDLRUHV RFRUUH R DXPHQWR GD FLQpWLFD GH UHDomR RX VHMD H[LVWH XPD PDLRU
HQHUJLDDVVRFLDGDDRVLVWHPDRTXHIDFLOLWDTXHRVJUXSRV1&2H2+VHHQFRQWUHP
(P WHUPRV GH HQHUJLD GH DWLYDomR GD UHDomR TXtPLFD HQYROYLGD QD IRUPDomR GDV OLJDo}HV
XUHWkQLFDVHQWUH3%/+WDQWRFRPHUFLDO 3%/++ TXDQWRPLOLWDU 3RO\EG“50 H,3',
QD SUHVHQoD GR FDWDOLVDGRU '%7'/ QRWRXVH SRXFD YDULDomR HQWUH DV UD]}HV PRODUHV



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 


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UD]mR PRODU SRLV FRP R DXPHQWR GRV JUXSRV 1&2 QD VROXomR SROLPpULFD D HQHUJLD GH
DWLYDomR GLPLQXLULD XPD YH] TXH R VLVWHPD SRVVXLULD PDLRU VDWXUDomR WRUQDQGRVH
HQHUJHWLFDPHQWH IDYRUiYHO SDUD QRYDV OLJDo}HV (QWUHWDQWR HVVD GLPLQXLomR HP UHODomR DR
DXPHQWR GD UD]mR PRODU QmR IRL REVHUYDGD SDUD QHQKXP GRV GRLV VLVWHPDV HVWXGDGRV $
SRXFD LQIOXrQFLD GR YDORU GH 5 SRGHVH VHU REVHUYDGD QLWLGDPHQWH QD )LJXUD  QD TXDO p
REVHUYDGDXPDDSUR[LPDomRHQWUHDVUHJUHVV}HVHLQFOLQDo}HVVHPHOKDQWHVHSHOD7DEHOD
REVHUYDPRVTXHHVVDDSUR[LPDomRpPDLRUSDUDRVLVWHPD3RO\EG“50,3',


)LJ'HWHUPLQDomRGDHQHUJLDGHDWLYDomRSDUDDUHDomRHQWUH3%/++3RO\EG“50H,3',SHOD
DSOLFDomRGD(TXDomRGH$UUKHQLXV

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1RVVLVWHPDVDSUHVHQWDGRVQHVVHUHODWyULRRXVHMDRVVLVWHPDV3%/++'%7'/,3',H3RO\
EG“ 50'%7'/,3', RV YDORUHV FLQpWLFRV DVVRFLDGRV DRV PHVPRV VmR H[WUHPDPHQWH
VHQVtYHLV j WHPSHUDWXUD H SRXFR VHQVtYHLV j YDULDomR QD UD]mR PRODU /RJR XP GRV SRQWRV
SULQFLSDLVSDUDRFRQWUROHGDVtQWHVHGRSROLXUHWDQRGHVWLQDGRDSURSHOHQWHVyOLGRFRPSyVLWR
GHYH VHU R FRQWUROH GD WHPSHUDWXUD GH VtQWHVH XPD YH] TXH HVWH LQWHUIHUH GLUHWDPHQWH QD
FLQpWLFD GH UHDomR &RPSDUDQGRVH RV GRLV VLVWHPDV DTXL SURSRVWRV REWLYHPRV
FRPSRUWDPHQWRVVHPHOKDQWHVTXDQWRjHQHUJLDGHDWLYDomR2GLIHUHQFLDOpDSRQWDGRQRYDORU
DEVROXWRGHYLVFRVLGDGHHQDFRQVWDQWHFLQpWLFDGHYHORFLGDGHGHUHDomR VHQGRTXHDPERV
SDUDRVLVWHPDFRP3RO\EG“50SRVVXHPYDORUHVPHQRUHVVHFRPSDUDGRDRVLVWHPDFRP
R3%/++7DOIDWRRFRUUHGHYLGRjIXQFLRQDOLGDGHGD3RO\EG“50TXHpPHQRURXVHMD



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 


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PHQRUtQGLFHGHLQWHUDo}HVLQWHUPROHFXODUHV

3Uy[LPDV(WDSDV
$ ILP GH FRPSOHWDU R HVWXGR RX VHMD FRPSDUDU HP WHUPRV GH FLQpWLFD GH UHDomR D
WUDEDOKDELOLGDGH GR SROLEXWDGLHQR OtTXLGR KLGUR[LODGR 3%/+  JUDX PLOLWDU FRP VHX
KRPRSROtPHUR GH JUDX FRPHUFLDO VHUi QHFHVViULR WHUPLQDU RV HQVDLRV SURSRVWRV D ILP GH
FRPSOHWDUD7DEHOD

(VSHUDVHDSyVHVVHVHQVDLRVDGLFLRQDUDRHVWXGRVLVWHPDVFRPRXWURLVRFLDQDWRPHQFLRQDGR
DQWHULRUPHQWH QD SURSRVWD GR SURMHWR R ¶GLFLFORKH[LOPHWDQR GLLVRFLDQDWR +0',  RX
DGLFLRQDUXPDWHUFHLUDDQiOLVHFRPXP3%/+DFHVVtYHOQRPHUFDGRLQWHUQDFLRQDO$YDULDomR
GR LVRFLDQDWR QR 3%/+ WDQWR FRPHUFLDO TXDQWR GH JUDX PLOLWDU SURPRYHUi PDUJHP SDUD D
FRPSDUDomRXPDYH]TXHRJUDXGHLQWHUDomR2+1&2DOWHUDGH DFRUGRFRPRVUHDJHQWHV
ORJR SRVVXL LQWHUIHUrQFLD QD FLQpWLFD GH UHDomR H QD HQHUJLD GH DWLYDomR XP GRV IRFRV GR
SUHVHQWHWUDEDOKR

5HIHUrQFLDV
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SRO\PHUIXQFWLRQDOLW\RQWKHFXULQJEHKDYLRUDQGPHFKDQLFDOSURSHUWLHVRI+73%EDVHGSRO\XUHWKDQH
-RXUQDORI,QGXVWULDODQG(QJLQHHULQJ&KHPLVWU\Y
>@/XFLR%GHOD)XHQWH-/5KHRNLQHWLFDQDO\VLVRQWKHIRUPDWLRQRIPHWDOORSRO\XUHWKDQHVEDVHG
RQ K\GUR[\OWHUPLQDWHG SRO\EXWDGLHQH -RXUQDO RI ,QGXVWULDO DQG (QJLQHHULQJ &KHPLVWU\ Y
±
>@6FLDPDUHOL-7DNDKDVKL0).7HL[HLUD-03URSHOHQWHVyOLGRFRPSyVLWRSROLEXWDGLrQLFR
,,QIOXrQFLDGRDJHQWHGHOLJDomR4XtPLFD1RYDY  
>@ 3DXOD 3 6 7 $ 0LFHOL $ 3LQKR 0 6 0RWKH & * (VWXGR FRPSDUDWLYR GH FRPSyVLWR
HQHUJpWLFRSRUDQiOLVHWpUPLFDH)7,5,Q&21*5(662%5$6,/(,52'(32/Ë0(526
)y]GR,JXDoX$QDLV)y]GR,JXDoX$%3RO
>@ 0DJDOKmHV- % (VWXGR VREUH HQYHOKHFLPHQWR DFHOHUDGR GH SURSHOHQWH VyOLGR FRPSyVLWR 
'LVVHUWDomR 0HVWUDGR HP (QJHQKDULD $HURQiXWLFD H 0HFkQLFD   ,QVWLWXWR 7HFQROyJLFR GH
$HURQiXWLFD6mR-RVpGRV&DPSRV
>@ 9LODU : ' 4XtPLFD H WHFQRORJLD GRV SROLXUHWDQRV 5LR GH -DQHLUR 9LODU 3ROLXUHWDQRV /WGD

>@ 6HNNDU 9 9HQNDWDFKDODP 6 1LQDQ. 1 5KHRNLQHWLF VWXGLHV RQWKH IRUPDWLRQ RI XUHWKDQH
QHWZRUNVEDVHGRQK\GUR[\OWHUPLQDWHGSRO\EXWDGLHQH(XURSHDQ3RO\PHU-RXUQDOY

>@*ODXVHU$$QGUHZV0'HYHORSPHWRI+73%ELQGHUVIRUORQJWKHVXVWDLQDELOLW\ZLWKUHGXFHG
WR[LFLW\,Q$118$/&21*5(662),&7.DUOVUXKH3URFHHGLQJV.DUOVUXKH,&7




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3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  



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7tWXORGRSURMHWRGHSHVTXLVD 0pWRGRGH,GHQWLILFDomRGH3DUkPHWURV$SOLFDGRQD
(VWLPDWLYDGR$UUDVWRGH3DUDTXHGDVGHXVR
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2ULHQWDGRU D  *ODXFRGD6LOYD
3HUtRGRDTXHVHUHIHUHRUHODWyULR $JRVWRGHD-XOKRGH

5HODWyULR WpFQLFRFLHQWtILFR FRPR UHTXLVLWR SDUFLDO SDUD MXVWLILFDWLYD GD EROVD GH LQLFLDomR
FLHQWLILFD GR SURMHWR ± 0pWRGR GH LGHQWLILFDomR GH SDUkPHWURV DSOLFDGR QD HVWLPDWLYD GR
DUUDVWRGHSDUDTXHGDVGHXVRDHURHVSDFLDO

5HVXPR
1HVWHUHODWyULRpDSUHVHQWDGDXPDDQiOLVHGROLYUR³6KDSHDQG)ORZWKHG\QDPLFVRIGUDJ´
6+$3,52 TXHPRVWUDRTXHKiGHVHPHOKDQWHHQWUHXPIRJXHWHXPIXUDFmRHXP
QDYLR (P FDGD XP GRV FDVRV R REMHWR HP PRYLPHQWR H[SHULPHQWD DOJXPD UHVLVWrQFLD
DWUDYpV GR IOXLGR (VVD UHVLVWrQFLD p FKDPDGD GH DUUDVWR TXH GH IRUPD JHUDO WHP GRLV
FRPSRQHQWHV XPD WHQVmR WDQJHQFLDO GHQRPLQDGD DUUDVWR YLVFRVR H XPD WHQVmR QRUPDO
GHQRPLQDGD DUUDVWR GH SUHVVmR )OXLGRV GHQRPLQDP RV OtTXLGRV H RV JDVHV SHOR IDWR GH
SRGHUHPHVFRDUFRPJUDQGHIDFLOLGDGH1ROLYURVmRDSUHVHQWDGRVGLYHUVRVH[SHULPHQWRVTXH
LQVWLJDPROHLWRUDUHVROYrORVHH[SOLFiORVDWUDYpVGRDUUDVWRHGRVIOXLGRV

,QWURGXomR
1HVWH UHODWyULR DSyV D DQiOLVH GR OLYUR VHUmR DSUHVHQWDGDV DOJXPDV LQIRUPDo}HV
LQWHUHVVDQWHVSULQFLSDOPHQWHSRUPHLRGHH[SHULPHQWRVVREUHUHVLVWrQFLDDRPRYLPHQWRHP
IOXLGRV3DUDFRQGXomRGRVH[SHULPHQWRVVHUmRHPSUHJDGRVYiULRVWLSRVGHFRUSRVHIRUPDV
QmRDOLQKDGDVFRPRSRUH[HPSOR
x &RUSRVFRPVXSHUItFLHiVSHUD
x &RUSRVFRPVXSHUItFLHOLVD
x &RUSRVVHPHOKDQWHDIXVHODJHP
x &RUSRVVHPHOKDQWHDDVDV

 7DPEpPVHUmRYLVWRVGLIHUHQWHVWLSRVGHIOXLGRVFRPRSRUH[HPSOR
x *DVHV



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR 
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  


x /tTXLGRV
x )OXLGRVGHDOWDYLVFRVLGDGH
x )OXLGRVGH%DL[DYLVFRVLGDGH
x )OXLGRVGHQVRV
x )OXLGRVDOWDPHQWHUDUHIHLWR

2REMHWLYRpPRVWUDUFRPRDRUGHPSRGHVHUREWLGDGRDSDUHQWHFDRVSRUPHLRGRDOFDQFH
GH XP Q~PHUR UHODWLYDPHQWH SHTXHQR GH FRQFHLWRV IXQGDPHQWDLV H SULQFtSLRV ItVLFRV TXH
UHDJHP(PRXWUDVSDODYUDVVHUmRXWLOL]DGRVRVH[SHULPHQWRVGHDUUDVWRFRPRYHtFXORVSDUD
GLVFXWLURVIXQGDPHQWRVGDGLQkPLFDGRVIOXLGRV

0DWHULDLVH0pWRGRV
 1HVWD VHomR VmR GHVFULWRV RV H[SHULPHQWRV UHDOL]DGRV EHP FRPR R PHFDQLVPR
XWLOL]DGRSDUDFDGDUHDOL]DomR

7~QHOGHYHQWR
1RSULPHLURH[SHULPHQWRpXWLOL]DGDXPDEDODQoDFRPDTXDOYDLVHPHGLUDIRUoDGH
DUUDVWRHDYHORFLGDGHGRDU1DFkPDUDGHGHFDQWDomRDSDUWLUGDTXDORDUpIRUQHFLGRSHOR
ELFR D SUHVVmR p OLEHUDGD SHOR WXER SHUPLWLQGR PHGLU D YHORFLGDGH TXH R DU DWLQJLUi HP
PLOKDV SRU KRUD &RQIRUPH VH DXPHQWD D YHORFLGDGH GR MDWR GH DU R SRQWHLUR GR PHGLGRU
VREHHDYHORFLGDGHpFRQVWDQWHPHQWHDXPHQWDGD$SyVXPGHWHUPLQDGRPRPHQWRDRLQYpV
GDYHORFLGDGHDXPHQWDUFRPRpHVSHUDGRHODGLPLQXL
&RPRYHQWRHVFRDQGRQDHVFDODKRUL]RQWDODPHGLGDGDLQILOWUDomRDXPHQWDDSDUWLU
GR ]HUR FRP LVVR R DUUDVWR WDPEpP DXPHQWD 1HVVD HWDSD R SRQWHLUR QD HVFDOD GH DUUDVWR
RVFLOD LQGLFDQGR DOJXP WLSR GH LQVWDELOLGDGH 2 SURFHVVR FRQWLQXD D DXPHQWDU D YHORFLGDGH
DWpTXHRSRQWHLURQDHVFDODGHDUUDVWRYROWHDDXPHQWDUVXDYHPHQWHFRPDYHORFLGDGH

(VIHUDOLVDHHVIHUDOHYHPHQWHUXJRVD
 +i GXDV HVIHUDV FRP R PHVPR SHVR H PHVPR GLkPHWUR XPD GHODV p SHUIHLWDPHQWH
OLVD H D RXWUD WHP OHYHV DUUDQK}HV &DGD HVIHUD p FRORFDGD HP XPD GDV SRQWDV GD EDODQoD
RQGHRDUSDVVDUiSRUHODVFRPDPHVPDYHORFLGDGH



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR 
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  


 $FkPDUDpOLJDGDID]HQGRFRPTXHRDUSDVVHVREUHDVHVIHUDV$HVIHUDOLVDGHVFH
HQTXDQWRDRXWUDVREHDYHORFLGDGHDXPHQWDDOJXPDVYH]HVHDEDODQoDFRQWLQXDGRPHVPR
PRGR

$HURGLQkPLFDHPXPIOXLGROLJHLUDPHQWHYLVFRVR
 8PDHVIHUDHXPDHURIyOLRTXHWHPRPHVPRGLkPHWURHPHVPRSHVRVmRFRORFDGRV
QDPHVPDEDODQoDTXDQGRRDUpOLJDGRDHVIHUDVREHHRDHURIyOLRILFDSDUDEDL[RRWHPSR
WRGRPHVPRDXPHQWRRIOX[RGHDUGLYHUVDVYH]HV

$HURGLQkPLFDHPXPIOXLGRPXLWRYLVFRVR
 8PDHVIHUDHXPDHURIyOLRVmRFRORFDGRVHPXPWXERFRQWHQGRXPOtTXLGRYLVFRVRH
DPEDVDVSHoDVVmRVROWDVQRPHVPRLQVWDQWH$HVIHUDGHVFHPDLVUiSLGRGRTXHRDHURIyOLR
4XDQGRVHGHL[DRVFRUSRVFDtUHPDWUDYpVGHXPDFROXQDYHUWLFDOHOHSULPHLURDFHOHUDPDVD
PHGLGDTXHRFRUSRVHPRYHPDLVUDSLGDPHQWHRDUUDVWRQHOHFRQJHODDWpTXHGHSRLVGHXP
FHUWRSRQWRRFRUSRHQWUDHPYHORFLGDGHSUDWLFDPHQWHFRQVWDQWH

5HVXOWDGRV
5HVXPRGRVH[SHULPHQWRV
ƒ$VYH]HVRDXPHQWRGHYHORFLGDGHSURGX]XPDGLPLQXLomRGRDUUDVWR
ƒ (P XPD IDL[D GH YHORFLGDGH D EROD OLVD WHP PDLV DUUDVWR HQTXDQWR QD RXWUD
YHORFLGDGHDERODUXJRVDPHVPRTXHTXDVHLPSHUFHSWtYHOSRVVXLPHQRVDUUDVWR
ƒ 6RE FHUWDV FRQGLo}HV D DHURGLQkPLFD UHGX] R DUUDVWR HQTXDQWR RXWUDV YH]HV D
DHURGLQkPLFDDXPHQWDRDUUDVWR

&RQFHLWRVGDGLQkPLFDGRVIOXLGRV
8PD PDVVD PXLWRSHTXHQDGHIOXLGRPXLWDVYH]HVPHQRUGRTXHXPDJRWDFRQWpP
WULOK}HV GH PROpFXODV $ GHQVLGDGH GH PDVVD PpGLD GH XP SHTXHQR SHGDoR GH IOXLGR p
GHILQLGDFRPRDUD]mRHQWUHPDVVDWRWDOGHWRGDVDVPROpFXODVGRQyGXORHRYROXPHGHWRGDV
DV PROpFXODV PDLV R VHX HVSDoR FLUFXQGDQWH RX VHMD D GHQVLGDGH p D PDVVD GLYLGLGD SHOR
YROXPH
'HXPSRQWRGHYLVWDGLQkPLFRDGHQVLGDGHGHPDVVDpXPDSURSULHGDGHLPSRUWDQWH
SRUTXH p XPD PHGLGD TXH SRGHULD VHU FKDPDGD GH ³5HVLVWHQFLD LQHUFLDO´ GR IOXLGR D VHU



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR 
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  


DFHOHUDGR 8P H[HPSOR GLVVR p TXDQGR XP KRPHP DSOLFD j EROD XPD IRUoD HQRUPH FRP R
EUDoRHRFRUSRID]HQGRRPRYLPHQWRGRDUUHPHVVRUHSUHVHQWDUDSURSULHGDGHGHLQpUFLD
2IDWRGHVHWHUGHDSOLFDUXPDIRUoDSDUDVXSHUDUHVVDLQpUFLDHDOWHUDUDYHORFLGDGHGR
FRUSR HYRFD D VXJHVWLYD IUDVH ³UHVLVWrQFLD LQHUFLDO p DFHOHUDomR´ 4XDQWR PDLRU D PDVVD GR
IOXLGR PDLRU D IRUoD QHFHVViULD SDUD SURGX]LU XPD DFHOHUDomR HVSHFtILFD HP XP YROXPH
HVSHFtILFRGHIOXLGRVRXVHMDPDLRUDUHVLVWrQFLDLQHUFLDOjDFHOHUDomRGRIOXLGR
4XDQGRGXDVIRUoDVHVWmRSUHVHQWHVFRPRQDYHORFLGDGHWHUPLQDO SHVRHUHVLVWrQFLD 
HVHVmRH[DWDPHQWHLJXDLVHRSRVWDVSRGHVHDSOLFDDSULPHLUDOHLGH1HZWRQ³TXDQGRXP
REMHWR VH PRYH HP XPD YHORFLGDGH XQLIRUPH HP OLQKD UHWD D VRPD DOJpEULFD GH WRGDV DV
IRUoDVTXHDWXDPVREUHRFRUSRpLJXDOD]HUR´1DYHORFLGDGHWHUPLQDOSRUWDQWRDIRUoDGH
DUUDVWRDJHSDUDUHWDUGDURREMHWRFRQWUDEDODQoDHpSUHFLVDPHQWHLJXDODRSHVROtTXLGRTXH
SX[DSDUDEDL[R
([LVWHPGRLVWLSRVGHDUUDVWR

$UUDVWRGHDWULVWR
)RUoDVYLVFRVDVGDFDPDGDOLPLWHVmRLPSRUWDQWHVRXVHMDDWULWRHYLVFRVLGDGHHVWmR
UHODFLRQDGDV 5HVLVWrQFLD DR HVFRDPHQWR JHUD WHQV}HV H FRP LVVR R IOXLGR DUUDVWD R REMHWR
SDUD R RXWUR ODGR 4XDQWR PDLRU IRU R IOX[R GR IOXLGR RX TXDQWR PDLV UXJRVD IRU HVVD
VXSHUItFLH PDLRU VHUi R DUUDVWR 4XDQWR PDLV OHQWR R IOX[R GR IOXLGR RX TXDQWR PDLV OLVD D
VXSHUItFLHRREMHWRVHUiPHQRVDUUDVWDGR







,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR 
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  


$UUDVWRGHSUHVVmR
'LIHUHQoD GH SUHVVmR DR ORQJR GR HVFRDPHQWR 1D UHJLmR IURQWDO D SUHVVmR p PXLWR
PDLRUSRLVUHFHEHGLUHWDPHQWHRIOXLGR-iDSDUWHWUDVHLUDpXPDUHJLmRGHEDL[DSUHVVmRH
FRPLVVRVHFULDXPDGLIHUHQoDGHSUHVVmRTXHWDPEpPFRQWULEXLSDUDDIRUoDGHDUUDVWR



'RTXHHOHGHSHQGH
x 1~PHURDGLPHQVLRQDO
x *HRPHWULDGRREMHWR
x &DUDFWHUtVWLFDGRHVFRDPHQWR
x ( FRP LVVR HOH VHUi SURSRUFLRQDO D IRUoD GH DUUDVWR RX VHMD VH D IRUoD GH
DUUDVWRDXPHQWDRFRHILFLHQWHGHDUUDVWRWDPEpPDXPHQWD

&DPDGDOLPLWH
([LVWHXPDUHJLmRQRHVFRDPHQWRHPTXHDFRQWHFHPDOJXPDVFRLVDV
x $ FDPDGD OLPLWH ILFD PDLV SUy[LPD GR REMHWR TXH QD FRQGLomR GR QmR
GHVOL]DPHQWR D YHORFLGDGH GR IOXLGR QD VXSHUItFLH p LJXDO D YHORFLGDGH GD
VXSHUItFLH$GHVDFHOHUDomRGDVFDPDGDVYDLVHSHUGHQGRTXDQWRPDLVVHDIDVWD
GDVXSHUItFLH
x 1D FDPDGD OLPLWH H[LVWH XP JUDGLHQWH GH YHORFLGDGH TXH YDL PXGDQGR GD
VXSHUItFLHDWpXPFHUWRSRQWRHpDUHJLmRDIHWDGDSHODSUHVHQoDGDVXSHUItFLH






,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR 
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  


1~PHURGH5H\QROGV
 2QRPHQ~PHURGH5H\QROGVpXPDFRQVWDQWHDGLPHQVLRQDOXVDGDHPPHFkQLFDGRV
IOXLGRVSDUDRFiOFXORGRUHJLPHGHHVFRDPHQWRGHGHWHUPLQDGRIOXLGRGHQWURGHXPWXERRX
VREUHXPDVXSHUItFLHeXWLOL]DGRSRUH[HPSORHPSURMHWRVGHWXEXODo}HVLQGXVWULDLVHDVDV
GH DYL}HV 2 VHX QRPH YHP GH 2VERQH 5H\QROGV XP ItVLFR H HQJHQKHLUR LUODQGrV 2 VHX
VLJQLILFDGR ItVLFR p XP TXRFLHQWH HQWUH DV IRUoDV GH LQHUFLD H DV IRUoDV GH YLVFRVLGDGH 2
Q~PHURGH5H\QROGVSRGHVHUFDOFXODGRFRQIRUPHDHTXDomR

Densidade u Velocidade u Comprimento
1ƒ5H\QROGV    
Vis FRV idade

'HQWURGDDQiOLVHH[LVWHPGRLVWLSRVGHUHJLPHV

5HJLPH ODPLQDU 2FRUUH TXDQGR DV SDUWtFXODV GR IOXLGR VH PRYHPDR ORQJR GH XPD
WUDMHWyULD EHP GHILQLGD DSUHVHQWDQGR ODPLQDU RX FDPDGDV GDt R QRPH ODPLQDU  FDGD XPD
GHODVSUHVHUYDQGRVXDFDUDFWHUtVWLFDQRPHLR1RHVFRDPHQWRODPLQDUDYLVFRVLGDGHDJHQR
IOXLGR QR VHQWLGR GH DPRUWHFHU D WHQGrQFLD GH VXUJLPHQWR GD WXUEXOrQFLD (VWH HVFRDPHQWR
JHUDOPHQWHRFRUUHDEDL[DVYHORFLGDGHVHHPIOXLGRVTXHDSUHVHQWDPJUDQGHYLVFRVLGDGH

5HJLPHWXUEXOHQWR2FRUUHTXDQGRDVSDUWtFXODVGHXPIOXLGRQmRVHPRYHPDRORQJR
GHXPDWUDJHWyULDEHPGHILQLGDRXVHMDDVSDUWtFXODVGHVFUHYHPWUDJHWyULDVLUUHJXODUHVFRP
PRYLPHQWRV DOHDWyULRV SURGX]LQGR XPD WUDQVIHUrQFLD GH TXDQWLGDGH GH PRYLPHQWR HQWUH
UHJL}HV GH PDVVD OtTXLGD (VWH HVFRDPHQWR p FRPXP QD iJXD FXMD YLVFRVLGDGH p
UHODWLYDPHQWHEDL[D

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Instituto de Aeronáutica e Espaço
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica

PIBICRELATÓRIO PARCIAL

Título do projeto de pesquisa: Análise de Controladores não Lineares para novo


Sistema de Controle de Atitude 3D
Bolsista: Gianlucca Basqui Gariglio
Orientador(a): Euler C. M. Gonçalves Barbosa
Período a que se refere o relatório: Novembro de 2019 a Julho de 2020

Resumo
Os estudos de sistemas de controle de foguetes, lançadores, mísseis, satélites etc. são
constantemente realizados visto sua importância tanto para o setor militar como os de
comunicação, navegação e posicionamento.Nesta fase inicial foi realizado um estudo
aprofundado dos conceitos teóricos de análise de sinais e sistemas de controle dinâmicoa fim
de, posteriormente, seguir para o método de análise experimental.Desse modo, procurou-se
adequar o conhecimento para ter-se uma análise mais criteriosa e, assim, obter dados precisos
e influentes dos ensaios a serem futuramente realizados. Por fim, exemplos e simulações
numéricas foram realizados nos softwares MATLAB® e Simulink®, visando o preparo da
real análise experimental.

1. Introdução
Projetos futuros que envolvam veículos lançadores, cada vez mais precisarão de sistemas de
controle de atitude que apresentem um desempenho melhor, sendo essa melhora a
consequência do aperfeiçoamento da eficiência dos algoritmos de controle a serem
implementados [1].Com a finalidade de aplicação na nova plataforma de controle de atitude
do Laboratório de Identificação Controle e Simulação (LICS) da Divisão de Controle e
Estruturas do Instituto de Aeronáutica e Espaço(IAE), projetos nessa área se fazem
necessários umentendimento em assuntos como as não-linearidades, filtros, sensores e
atuadores, conformeaborda Batagini[2] e Barbosa [3].Desse modo, será possível realizar
projetos mais robustos e com planejamento e resultado mais satisfatórios, permitindo seguir
com a constante evolução de tecnologias. Assim, essa ocasião gera um interesse especial para

1
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Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica

a análise e definição de requisitos de sistema de sensores e atuadores para o controle de


atitude, no projeto de foguetes, lançadores, mísseis e satélites.
Assim os estudos já realizados até aqui são os passos iniciais para aanálise e definição
de requisitos de desempenho de sensores e atuadores para ocontrole de atitude, nos projetos
de foguetes, lançadores, mísseis e satélites, bem como a necessidade de sistema de controle
de rolamento. Nadefinição dos requisitos serão analisados a presença de zona morta e
histerese de atuadores, ruídos nas medidas desensores (giros e acelerômetros), efeitos de
amostragem por baixa frequência, análise de discretização de modelos embaixa e alta
frequência de amostragem, efeitos da definição do período de amostragem no projeto do
controlador e nodesempenho do controle de atitude do foguete. Serão verificados filtros
digitais (discretizados, do tipo notch) e filtrosanalógicos utilizando amplificadores
operacionais (externos – Butterworth) e seus efeitos nos requisitos de projeto. Omodelo de
erros e as equações de compensação de dados de giros e acelerômetros serão analisados, bem
como seusefeitos nos requisitos de sistema para o controle de atitude. O trabalho prevê a
montagem de dispositivos mecânicospara os sensores, atuadores e placas eletrônicas
auxiliares (filtros, condicionadores de sinais etc.).

2. Materiais e Métodos
Neste estudo são utilizados como base e referência, principalmente, literaturas técnicas na
área de sistemas de controle e dissertações, além de pesquisas e monografias. E ainda, é
utilizado os softwares MATLAB® e Simulink® para a realização de simulações e obtenção
de resultados.

2.1. Transformação entre as Formas Espaço de Estados e Função De Transferência


Dado um sistema linear invariante no tempo, na forma de equações no espaço de estados
[4][5][6], tem-se:
      
(2.1)
     
Aplicando a Transformada de Laplace, assumindo condições iniciais nulas,de acordo com
Ogata[4], Cabral [5] e Saadat[6],posteriormente rearranjando a equação da dinâmica dos
estados, tem-se:
( − ) ( )= ( ) (2.2)

2
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Isolando ( ):
( )=( − ) ( ) (2.3)
Aplicando Transformada de Laplace na equação de saídas do sistema e posteriormente
substituindo a eq. (2.3) em si:
( )=[ ( − ) + ] ( ) (2.4)
Lembrando que a função de transferência é a relação entre a saída e a entrada do sistema, ou
seja, ( )/ ( ) [4][5][6]. Assim, conclui-se com:
( )= ( − ) + (2.5)

2.2. Controladores PID e Método de Ziegler-Nichols


Segundo Ogata [4] em relação a um sistema, “se a planta for muito complexa, de
modo que seu modelo matemático não possa ser obtido facilmente, então a abordagem
analítica do projeto do controlador PID não será possível. Temos então de recorrer a
abordagens experimentais de sintonia de controladores PID”.Neste estudo, adequou-se o
conhecimento necessário em sintonia de controladores PID por meio dos métodos propostos
por Ziegler-Nichols.

3. Resultados
Com os estudos, foi possível realizar diversas simulações bem como a análise de seus
resultados das teorias necessária para a análise do sistema dinâmico da plataforma de controle
de atitude. Desse modo, destacam-se nos parágrafos subsequentes os principais resultados da
aplicação dos conhecimentos adquiridos.

3.1. Simulação de um Sistema Massa-Mola-Amortecedor


A partir do sistema mecânico representado pela Figura 1 a seguir, foi possível verificar a
relação do deslocamento através do tempo de seu bloco, sendo uma resposta pela aplicação
de um degrau unitário.

3
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Figura 1 – Sistema mecânico massa-mola-amortecedor [3].

Utilizando massa do bloco = 0.5 , coeficiente de elasticidade = 1 / e coeficiente


de amortecimento = 0.1 . / . Obteve-se a equação no espaço de estados,posteriormente
transformou-a para a forma de função de transferência através de comandos do
MATLAB®[6] e, por meio do Simulink®, montou-se um diagrama de bloco representando o
sistema, conforme mostra a Figura 2.

Figura 2 – Diagrama de bloco do sistema mecânico massa-mola-amortecedor.

Com os dados obtidos, realizou-se a plotagem do gráfico de análise, mostrado pela Figura 3.

4
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Figura 3 – Gráfico do sistema mecânico massa-mola-amortecedor.

Pôde-se então, comprovar através da análise gráfica e indo de acordo com a expectativa de
resultado pelo valor utilizado do coeficiente de amortecimento, que se trata de um sistema
subamortecido, sendo que sua resposta transitória é oscilatória [4].
Por fim, a Figura 4 representa a programação utilizada no MATLAB® para a realizar a
simulação [6].

Figura 4 – Programação utilizada para análise do sistema massa-mola-amortecedor.

5
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3.2. Sintonização de Controlador PID pelo Método de Ziegler-Nichols


Utilizou-sea planta ( )= , como exemplo para projetar um controlador PID

operando em malha fechadae sintoniza-lo pela regra de Ziegler-Nichols.Primeiramente,


obteve-se a resposta à um degrau unitário do sistema em malha aberta e em seguida traçou-se
uma reta tangenciando seu ponto de inflexão, conforme mostra a Figura 5.

Figura 5 – Resposta ao degrau em malha aberta.

Obteve-se então, da forma como a Figura 6 ilustra, os valores de L e T, respectivamente


sendo, 0.1781 e 2.0833.

Figura 6 – Curva de resposta em forma de S [4].

6
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Por meio dos valores obtidos e seguindo a Tabela 1, onde é fornecida a regra de Ziegler
Nichols do primeiro método [4], tem-se os valores de = 14.0368 , = 0.3562 e
= 0.0891.

Tabela 1 – Regra de sintonia de Ziegler-Nichols do primeiro método [4].

Seguindo o método de Ziegler-Nichols, os parâmetros do controlador PID se obtém pela


equação [4]:
= (1 + + ) (3.1)

Substituindo os valores, se encontra:


. . .
= (3.2)

Em seguida, montou-se a representação do sistema em malha fechada por meio do


Simulink®, conforme mostra a Figura 7.

Figura 7 – Representação do sistema de malha fechada.

7
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Desse modo, se conseguiu-se obter o resultado desejado, o sistema com o controlador PID
corretamente sintonizado. Assim, o controlador apresenta uma resposta adequada, conforme
mostra a Figura 8.Porém, ainda há a possibilidade de se fazer ajustes finos que diminuem a
sobre-elevação e aceleram o tempo de resposta, de acordo com Ogata [4].

Figura 8 – Resposta do sistema ao degrau unitário.


(Fonte o autor)

4. Próximas Etapas
Nas próximas etapas serão analisadas as influências de filtros analógicos e digitais utilizados
nesta plataforma de controle de atitude para estabelecer a precisão de apontamento, bem
como os efeitos de amostragem do controlador digital e não linear. Serão implementados tais
filtros na plataforma real, sendo colecionados e gravados os dados temporais de modo a
comparar com os resultados teóricos de simulações.

5. Conclusões
Os estudos iniciais permitiram obter conhecimento para a próxima etapa, de aplicação na
plataforma real e sugerir modificações nos sensores, atuadores e no próprio sistema de
controle digital desempenhado por um sistema de controle de tempo real.
O estudo da teoria de espaço de estados, controladores PID, MATLAB® e Simulinkserá
importante para a próxima etapa de simulação do sistema completo utilizando de seus
modelos matemáticos e, por fim, a implantação na plataforma real.

8
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Referências

[1] FILHO, G. T. C. Simulador de sistemas de controle de atitude de satélites SSCAS. 2006.


57f. Relatório final de projeto de iniciação científica (PIBIC/CNPq/INPE) – Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais, São José dos Campos. Disponível em: http://mtc-
m16.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/mtc-
m16@80/2006/08.11.13.34/doc/Gerson%20Conti%20filho.pdf . Acesso em: 27 jun. 2020

[2] CÉSAR MOURA BATAGINI ; CUNHA, T. N. ; BARBOSA, Euler G. . ATTITUDE


ESTIMATION ANALYSIS OBTAINED FROM MEMs AND INERTIAL CLASS GYROS
USING QUATERNION S AND EULER ANGLES APPROACH. In: CONEM, 2016,
Fortaleza. Congresso Nacional de Engenharia Mecânica. Rio de Janeiro: ABCM, 2016. v. 1.
p. 1-10.

[3] BARBOSA, Euler G. ; Castro, C. J. ; Cunha, W. P. ; LEITE FILHO, Waldemar de


Castro . SIMULAÇÃO E VALIDAÇÃO DE SISTEMAS DE CONTROLE DE ATITUDE E
VELOCIDADE DE VEÍCULOS ESPACIAS. In: V Congresso Nacional de Engenharia
Mecânica, 2008, Salvador - BA. V Congresso Nacional de Engenharia Mecânica. Salvador:
UFBA, 2008. v. 5. p. 44-54.

[4] OGATA, K. Modern control engineering. 5. Ed.Upper Saddle River: Prentice-Hall.


2010.

[5] CABRAL, E. L. L. Transformação entre as formas espaço dos estados e função de


transferência. Poli USP, 2016. Disponível em:http://sites.poli.usp.br/d/pmr2400/4-
%20Transforma%C3%A7%C3%A3o%20SS-FT.pdf . Acessoem: 3 jul. 2020.

[6] SAADAT, H. Computational aids in control


systems using MATLAB. Milwaukee: Milwaukee School of Engineering. 1993.

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PIBIC-RELATÓRIO FINAL

Título do projeto de pesquisa: Simulação computacional da dinâmica vertical de


veículos em deslocamento sobre pista de rolamento

Bolsista: Guilherme Otavio Costa David


Orientador(a): Carlos d’Andrade Souto
Período a que se refere o relatório: Agostode 2019 a Julho de 2020

Resumo
Veículos terrestres em deslocamento sofrem forças oriundas do contato com as
irregularidades da pista de rolamento. Caminhões, ônibus, carros, tratores, mas também
aviões na corrida de decolagem serão sujeitos a este tipo de forças dinâmicas que influenciam
tanto no conforto dos ocupantes quanto nos esforços dinâmicos a que componentes
embarcados e carga útil são submetidos. Este trabalho tem por objetivo elaborar modelos
matemáticos do comportamento dinâmico vertical de veículos em deslocamento sobre pista
de rolamento e estimar a sua resposta dinâmica a excitações causadas por irregularidades da
pista. Serão elaborados modelos de alguns graus de liberdade por meio do software de
computação científica Octave.

1. Introdução
Um veículo se deslocando sobre uma pista de rolamento sofrerá cargas dinâmicas geradas
pelo funcionamento do seu motor ou induzidas pelo meio externo (irregularidades da pista,
influência de cargas aerodinâmicas). As irregularidades de uma pista de rolamento farão com
que o veículo se desloque verticalmente e seus passageiros, equipamentos embarcados e/ou
carga útil podem sofrer níveis de aceleração prejudiciais à saúde ou à integridade dos
produtos carregados. Desta forma é importante estimar as acelerações verticaisa que o
veículo será submetido ainda na fase de concepção visando verificar se é necessário
introduzir alterações no projeto.

1
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O deslocamento de um veículo sobre um perfil de pista conhecido (por meio de medições,


com o mostrado em [1]) pode ser modelado matematicamente como vibrações transientes das
massas suspensas do veículo.Caso o perfil de pista não tenha sido medido, suas
características podem ser conhecidas estatisticamente.Neste caso o modelo matemático
aplicável considera as excitações e respostas aplicadas ao sistema como aleatórias e descritas
por meio de suas densidades espectrais de potência.Como comentado em [2], normas
internacionais definem a qualidade do perfil de uma pista por meio da densidade espectral de
potência do deslocamento vertical do perfil.
Este projeto tem por objetivo estudar a resposta dinâmica de veículos terrestres a
irregularidades do pavimento utilizando o “software” de computação numérica Octave para
elaborar modelos de corpo rígido com alguns graus de liberdade. A ideia original era
representar irregularidades de diversos tipos na pista de rolamento considerando excitações
transientes e aleatórias. Inicialmente seriam elaborados modelos bidimensionais e
posteriormente modelos tridimensionais. Finalmente a influência de alguns parâmetros de
projeto (rigidez da suspensão, por exemplo) na resposta dinâmica seria avaliada por meio de
uma análise de sensibilidade.
Por conta da pandemia de Covid-19 o projeto foi executado parcialmente, não tendo sido
realizadas simulações com excitações aleatórias e com modelos tridimensionais.

2. Materiais e Métodos

2.1 Resposta a excitações transientes de sistemas de N graus de liberdade

A equação dinâmica de um sistema mecânico com N graus de liberdade é [3]:

[M ]{x(t )}+ [C ]{x (t )}+ [K ]{x (t )} = {F (t )} (1)

Para calcular este tipo de problema conhece-se [M], [C], [K] e o vetor de forças em vários
instantes de tempo: {F(ti)} i=1,....,Nt .Deseja-se obter:

2
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{x(ti )}, {x (ti )}, {x (ti )} i = 1,..., N t


(2)

Uma das formas possíveis de obter os vetores de resposta (deslocamento, velocidade e


aceleração) em vários instantes de tempo é realizar uma integração numérica da equação (1),
como descrito na figura (1) mostrada a seguir [4]:

Figura 1 – Integração numérica

Neste trabalho é utilizada uma implementação do método de Newmark de integração


numérica em uma função do Octave [4].

2.2 Resposta a excitações aleatórias de sistemas de N graus de liberdade

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Em algumas situações as forças aplicadas a um sistema mecânico podem ser descritas por
relações matemáticas explícitas. Forças periódicas e transientes podem ser medidas ou
estimadas. Nestes casos é possível prever a magnitude da força ao longo do tempo
(comportamento determinístico). Um sistema mecânico pode ser submetido a forças cujo
comportamento ao longo do tempo não seja possível prever em cada instante.Uma vez que
não é possível prever a magnitude que um sinal aleatório assumirá em cada instante do
tempo, deve-se analisá-lo por meio de técnicas estatísticas.Considere-se um sinal aleatório
y(t). Um parâmetro estatístico que pode ser calculado para o sinal y(t) é a função de
autocorrelação dada por:

1 T (3)
R y ( ) = lim
T →∞ T ∫
0
y (t ) y (t + )dt

A função densidade espectral de potência pode ser definida como a transformada de Fourier
da função de autocorrelação e é dada por:

∞ (4)
S y ( ) = ∫ R y ( )e −i d
−∞

Se Sf(ω) for a densidade espectral de potência da força aplicada a um sistema de 1 grau de


liberdade e Su(ω) for a densidade espectral de potência do deslocamento (resposta) então tem-
se que:

2 (5)
Su ( ) = H (i ) S f ( )

Onde H(ω) é a função de resposta em frequência do sistema dada por:

H (ω) =k+j ωc-ω2m (6)

Onde m é a massa, c o amortecimento e k a rigidez. No caso de um sistema com N graus de


liberdade, as forças e as respostas dos vários graus de liberdade do sistema são armazenadas

4
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em matrizes. Teremos então uma matriz das densidades espectrais de potências dos
deslocamentos e uma matriz das densidades espectrais de potências das forças aplicadas, na
forma:

⎡ S f1 f1 ( ) S f1 f 2 ( )  S f1 f n ( )⎤ (7)

⎢ S ( ) S ( )   ⎥⎥
[ ]
S ff ( ) = ⎢ 2 1
⎢ 
f f f2 f2

   ⎥
⎢ ⎥
⎣⎢S f n f1 ( ) S f1 f 2 ( )  S f n f n ( )⎥⎦

Os elementos da matriz acima são as funções densidades espectrais de potência das forças

aplicadas nos N graus de liberdade do sistema. Uma função Sfkfp(ω) relaciona forças

aplicadas nos graus de liberdade k e pe é uma densidade espectral de potência cruzada, obtida
a partir da função de correlação cruzada. Uma função de correlação cruzada que relaciona os
sinais y(t) e x(t) é dada por:
∞ (8)
S yx ( ) = ∫ R yx ( )e −i d
−∞

Caso as forças aplicadas sejam completamente independentes, ou seja, não possuam nenhuma
correlação entre si, apenas os termos da diagonal serão não nulos, ou seja:

Se i ≠ j ⇒ S f i f j ( ) = 0 (9)

A densidade espectral de potência da resposta do grau de liberdade j será :

⎡ H j1 ( ) ⎤ (10)
⎢ H ( )⎥
[
S y j ( ) = H j1 ( ) H j 2 ( )  H jN ( ) 1 xN ] [ ]
S ff ( ) NxN ⎢
⎢  ⎥
j2 ⎥
⎢ ⎥
⎢⎣ H jN ( )⎥⎦ Nx1

5
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Lembrando que [H(ω)] é dada por:

[H ( )] = ([K ] + j [C ] −  2 [M ])−1
(11)

A conjugada de [H(ω)] é :

[H ( )] = ([K ]− j[C ] −  [M ])
2 −1 (12)

3. Resultados

Seja um modelo bidimensional de veículo com 6 graus de liberdade mostrado na figura 2,


extraída de [5]:

Figura 2 – Modelo bidimensional de 6 graus de liberdade

Suas matrizes de massa e rigidez [M], e [K] são [5]:

6
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Foram incluídos amortecimentos ct=700 Kg.s-1 nos pneus (paralelos às molas kt) e c1=2000
Kg.s-1 na suspensão (paralelos às molas k1) O veículo trafega sobre um perfil de pista
mostrado na figura 3 extraída de [5]:

Figura 3 – Perfil da pista

O deslocamento vertical da roda é o perfil da pista que é aplicado nas molas kt que conectam
o solo às massas ma, que desta forma são submetidas a forças f=may. O deslocamento vertical
y como função do tempo será dado por y(t)=0,010 sem(1,25πvt) [m], onde v é a velocidade
horizontal do veículo.A resposta deste sistema à excitação aplicada pelo deslocamento sobre a pista
com uma velocidade de 36 Km/h (10 m/s) será:

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Figura 4 – Resposta dinâmica (aceleração) do sistema de 6 gdl

Figura 5 – Resposta dinâmica (deslocamento) do sistema de 6 gdl

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4. Próximas Etapas

As próximas etapas consistem em analisar a resposta a deslocamentos aleatórios e simular as


respostas de modelos tridimensionais de veículos. Poderão ser concluídas no trabalho de
graduação do aluno.

5. Conclusões

O projeto teve seu andamento prejudicado pela pandemia de covid-19 mas avançou em
relação ao relatório anterior.

6. Divulgação dos Resultados

Pretende-se divulgar os resultados deste trabalho em congressos e se possível em periódicos.

Referências
[1] Patel, B. C., Gohil, P. P., Borhade, B.Modelling and Vibration Analysis of a Road rofiel
Measuring System. International Journal of Automotive and Mechanical Engineering
(IJAME) ISSN: 1985-9325(Print); ISSN: 2180-1606 (Online); Volume 1, pp. 13-28, January-
June 2010.

[2] Rehnber,Adam. Suspension design for off road construction machinesTese de


doutoradoapresentadaao Royal Institute of Technology, Department of Aeronautical and
Vehicle Engineering, Estocolmo, Suécia, 2011

[3] Rao, SingiresuS. Vibrations Mechanical. 4 th ed., Printice Hall, New Jersey, 2003.
1104pp.

[4] Notas de aula da disciplina TE-205 Métodos computacionais em Vibração e Acústica


ministrada por Carlos d’Andrade Souto e Rogério Pirk na pós graduação do ITA (programa
de Ciência e Tecnologia Espaciais)

[5] Kelly, S. Graham. Fundamentals of Mechanical Vibrations, McGraw-Hill


International.Editions, 1993.

9
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PIBIC/PIBITI-RELATÓRIO FINAL

Título do projeto de pesquisa: Caracterização Micro Estrutural de cerâmicas à base


de Alumina e Zircônia para Aplicações Aeroespaciais
Bolsista: Gustavo Santos Souza
Orientador(a): Dr. Christian Frederico de Ávila Von Dollinger
Período a que se refere o relatório: Agosto de 2019 a Julho de 2020

Resumo
O objetivo do presente trabalho foi desenvolver habilidades na preparação ceramográfica e
aplicá-las na caracterização de materiais cerâmicos. Foram utilizadas amostras de zircônia -
nióbia (ZrO2-Nb2O5) e também duas amostras de alumina (Al2O3) com diferentes massas
especificas. Esses materiais apresentam propriedades interessantes para o setor aeroespacial,
principalmente no que se refere a propriedades mecânicas e térmicas em altas temperaturas.
A preparação ceramográfica envolveu, corte, embutimento, lixamento e polimento e ataque
térmico. Após preparação as amostras foram analisadas por microscopia óptica. O tamanho
de grão foi medido por análise de imagens e pelo método comparativo ASTM. Exames por
microscopia eletrônica de varredura (MEV) foram realizados sendo obtidas imagens com
maiores aumentos (magnificação) e melhor resolução. Quando comparadas à microscopia
óptica.

1. Introdução
Em geral, as cerâmicas são materiais inorgânicos e não metálicos. São tipicamente cristalinas
em natureza (têm uma estrutura ordenada) e são compostos formados entre elementos
metálicos e não metálicos como alumínio e oxigênio (alumina, Al203), cálcio e oxigênio
(cálcia, CaO) e silício e nitrogênio (nitreto de silício, Si3N4). Em termos mais amplos, os
materiais cerâmicos também incluem vidro que possui estrutura amorfa ou de baixa
cristalinidade, esmalte (um tipo de revestimento vítreo). vitrocerâmica (um copo contendo
cristais cerâmicos), e materiais inorgânicos do tipo cimento (cimento, gesso e cal) [1]. Dentre
os materiais cerâmicos avançados, aplicáveis ao setor aeroespacial, destacam-se a alumina e a
zircônia [2].

1
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A alumina ou o óxido de alumínio (Al2O3) é utilizada com mais frequência do que outros
materiais cerâmicos avançados. Entre suas propriedades de interesse destacam-se: ótimo
isolamento elétrico, elevada resistência à compressão, alta dureza, moderada condutividade
térmica, alta resistência à corrosão e ao desgaste, baixa massa específica e alta temperatura
operacional sem carga mecânica (1000 ºC a 1500 ºC). Essas propriedades fazem com que a
alumina seja de grande interesse ao setor aeroespacial para aplicações como: blindagem
balística, dispositivos para proteção térmica e aplicações como substrato de circuitos
eletroeletrônicos [2].

A zircônia estabilizada com nióbia (ZrO2-Nb2O5) é um material cerâmico com resistência


muito alta à propagação de trincas. A zircônia também possui uma expansão térmica elevada,
além de condutividade térmica muito baixa e a alta resistência mecânica, elevada tenacidade
à fratura e resistência a altas temperaturas, estabilidade térmica e química. Essas propriedades
também tornam a zircônia um material de grande interesse para aplicações aeroespaciais [3].

As propriedades finais dos materiais cerâmicos estão fortemente interligadas com as etapas
de processamento. O processamento é determinante para a formação da microestrutura e está
diretamente relacionado com as propriedades que o material apresentará sob os esforços
submetidos, além de propriedades físicas e térmicas, dentre outras O processamento de
materiais cerâmicos consiste na pesagem e mistura dos pós das matérias primas, moagem,
compactação e sinterização [ 2].

Durante a prensagem um pó cerâmico misturado com uma pequena quantidade de água ou


outro aglutinante é compactado na forma que deseja através da aplicação de pressão. Com a
mistura de partículas maiores e menores a tendência de ter espaços vazios diminui. Quanto ao
aglutinante, sua função é lubrificar as partículas conforme movimentações na compactação.
No fim dessa etapa é obtida uma pastilha manuseável, denominada produto “verde” ou não
sintetizado. Após a prensagem é feita a operação de sinterização, processo no qual as
pequenas partículas se aglutinam através de difusão do estado solido, abaixo da temperatura
de fusão do material [2,3]. Essas etapas são determinantes para a formação da microestrutura
e estão diretamente relacionadas com as propriedades que o material apresentará.

2
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Dentre as características microestruturais, o tamanho e forma dos grãos influenciam de


maneira significativa as propriedades dos materiais cerâmicos e dependem da granulometria
das matérias primas e do processamento. Segundo a norma ASTM E112 um grão é definido
como um cristal individual cristal isolado na matéria em estado sólido. As interfaces entre os
grãos são denominadas contornos de grão [4].
Para se obter uma cerâmica propriedades químicas, físicas e mecânicas desejadas os materiais
precisam possuir um controle da compactação e granulometria mais refinada. A avaliação
microestrutural pode contribuir significativamente para o controle das propriedades dos
materiais cerâmicos.

O objetivo do presente trabalho foi caracterizar materiais cerâmicas aplicáveis ao setor


aeroespacial como alumina e zircônia-nióbia. Para esse fim foram estudadas amostras
diversas, oriundas de outras pesquisas. Essa abordagem também foi escolhida por se adequar
nesse momento ao fluxo de trabalho na AMR.

Para a caracterização microestrutural foram utilizadas as técnicas de microscopia óptica (MO)


e análise de imagens e microscopia eletrônica de varredura (MEV) nas superfícies polidas e
atacadas termicamente. Posteriormente, foram preparadas amostras a partir da escolha das
matérias primas, moagem, prensagem e sinterização. Foram obtidas pastilhas cerâmicas
(corpos de prova) mas a sua caracterização foi prejudicada pela impossibilidade de realizar o
ataque térmico e microscopia, devido às restrições de acesso e utilização dos laboratórios da
AMR impostas pelo controle da pandemia de COVID 19.

2. Materiais e Métodos
A preparação ceramográfica das amostras de ZrO2-Nb2O5 e Al2O3) consistiu no corte,
embutimento, lixamento e polimento conforme preconizado pela norma ASTM E3 [5].
Foram analisadas a base e seção longitudinal das amostras. Efetuou-se os cortes nas amostras
para se obter a seção longitudinal, utilizando-se uma cortadeira metalográfica de precisão
Isomet 1000 – Precision Cut da marca Buehler com disco diamantado, resfriado a água e
com rotação de 225 RPM.Posteriormente, foi realizado o embutimento das amostras em
baquelite na embutidora TECLAGO modelo EM30D. As amostras foram posicionadas no
centro da base do pistão e adicionou-se baquelite em pó, aliviou-se toda pressão e fechou-se a

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câmara de embutimento. A embutidora foi ligada e iniciou-se o aquecimento até atingir a


temperatura de 105 °C quando foi aplicada pressão através da alavanca externa, mantendo um
valor próximo a 1000 PSI. Quando a temperatura atingiu o patamar de 160°C iniciou-se a
contagem de 3 minutos, seguida pelo resfriamento da câmara de embutimento por agua
corrente em uma bobina externa. Todo o ciclo de aquecimento/resfriamento foi automático,
sendo que o controle de pressão foi realizado de maneira manual.

As amostras de ZrO2-Nb2O5 embutidas foram lixadas utilizando-se uma lixadeira Knuth


Rotor II. Foram utilizadas lixas d’água com abrasivos de SiC com granulometria de 400,
2
600 e 1200 grit (abrasivos/pol ) por cerca de 10 minutos em cada lixa e girando a amostra em
90° a cada troca de lixa, As amostras de alumina foram lixadas somente as lixas d’água de
600 e 1200 grit, por serem menos densas.
O polimento das amostras de zircônia foi realizado utilizando-se uma politriz Polipan-2, da
marca Pantec com feltro de lã sintética e pasta diamantada de 1 μm. O tempo de polimento
foi aproximadamente 20 minutos. As amostras de alumina foram polidas com as pastas
diamantada de 6μm, 3μm e 1μm por 10 minutos cada. A Figura 1 apresenta
esquematicamente o processo de preparação ceramográfica.

Figura 1. Representação esquemática do processo de preparação ceramográfica.

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Após preparação, as amostras foram visualizadas no microscópio óptico antes do ataque


térmico e registrou-se imagens com os aumentos 200X, 500X, 1000X e posteriormente
desembutidas para a realização de ataque térmico.

O ataque térmico, à semelhança do ataque químico, é utilizado para revelar a microestrutura


das amostras, permitindo observar interfaces como contornos de grão, maclas e outros
defeitos microestruturais. Neste processo o forno é previamente aquecido até a temperatura
de tratamento e as amostras são inseridas e permanecem no forno por um tempo determinado.
Em seguida são retiradas e resfriadas em ar até a temperatura ambiente. Durante o ataque
térmico, as regiões que apresentam defeitos microestruturais são as primeiras a apresentar
transformações como evaporação e difusão. A retirada rápida da amostra do forno evita que
outras regiões da superfície da amostra apresentem as mesmas transformações. Como
resultado, tem-se a revelação dos contornos de grão. O ataque térmico é especialmente útil
para revelar a microestrutura de materiais cerâmico devido à elevada estabilidade química
desses materiais devido às ligações iônicas e covalentes.

Para as amostras de alumina utilizou o forno pré-aquecido em temperatura de 1550°C. A


amostra foi colocada no forno, esperou-se por um período de 10 minutos contados a partir da
estabilização térmica. Após esse tempo a amostra foi retirada do forno e resfriada ao ar até a
temperatura ambiente Figura 2a. Já para as amostras de zircônia-nióbia, o forno foi
preaquecido até o patamar de 1400°C, e o tempo de tratamento foi de 20 minutos seguido de
resfriamento ao ar. A Figura 2b apresenta as amostras de alumina e zircônia durante
resfriamento após o tratamento térmico.

Após o ataque térmico as amostras foram observadas com auxílio do microscópio óptico
Zeiss AxioImager A2m e registradas imagens para diferentes aumentos. A partir das imagens
obtidas por MO foi determinado o tamanho de grão (TG) utilizando-se programa
AxioVision® V4.8, fornecido pela própria Zeiss, utilizando o método dos interceptos, que
considera o número de grãos interceptados pela linha de comprimento definido, conforme
especificado pela a norma ASTM E112 (Figura 3). O software AxioVision® V4.8 foi
homologado segundo essa norma [6].

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(a) (b)
Figura 2 – Amostras durante resfriamento após submetidas ao ataque térmico: a) alumina e b)
zircônia-nióbia.

(a) (b)
Figura 3. Exemplo de aplicação do método dos interceptos para a determinação do tamanho
de grão: (a) padrão de interceptos; (b) aplicação sobre imagem e contagem.

As mesmas imagens foram analisadas utilizando-se o método comparativo baseado no


diagrama para a determinação do TG para diferentes aumentos apresentado na Figura 4,
segundo a norma BS EN IS0 643:2003 [7], que é baseada na ASTM E112, porém mais
abrangente pois apresenta um diagrama para estimativa do TG em vários aumentos (ao
contrário da ASTM E112 que considera apenas 100x).

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Figura 4- Padrões para determinação de tamanho de grão em vários aumentos por


comparação visual, conforme norma BS EN IS0 643:2003 [7].

3. Resultados

A Figura 5 uma imagem representativa da microestrutura da amostra de ZrO2-Nb2O5 antes do


ataque térmico.

Figura 5. Aspecto da superfície da amostra de ZrO2-Nb2O5 após polimento.

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Observa-se superfície com arrancamento de material intenso (regiões mais escuras),


proveniente da etapa de lixamento. Porém, foi possível visualizar os contornos de grão nas
amostras após ataque térmico. A Figura 6 apresenta uma imagem representativa da amostra
de ZrO2-Nb2O5 após ataque térmico.

Figura 6. Aspecto da superfície da amostra de ZrO2-Nb2O5 após ataque térmico. Observam-se


regiões mais escuras (poros) e a estrutura de grãos.

Sobre a imagem da figura 6 foi aplicado o padrão ASTM para a determinação do tamanho de
grão grãos (Figura 3a). O tamanho de grão medido por esse método foi 12,6 ± 0,5.

A imagem da Figura 6 foi comparada com os padrões para determinação de TG apresentado


anteriormente na Figura 4. O aspecto dos grãos e tamanho relativo assemelha-se à imagem
do Quadrante n° VIII), considerado um aumento de 400x. Como no presente trabalho
utilizou-se 500x, pode-se afirmar que o TG obtido pelo método comparativo se situa entre 10
e 12.

Para as amostras de alumina a preparação ceramográfica foi mais efetiva, com menos
arrancamentos (Figuras 7).

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(a) (b)
Figura 7. Microestrutura das amostras de alumina, seção topo: a) menor massa especifica; (b)
maior massa específica.

Como esperado, a amostra de menor massa especifica apresentou maior porosidade. O TG


medido pelo método dos interceptos foi 14 ± 0,6 para a amostra de maior massa espefífica.
Pelo método comparativo, o TG estimado foi maior que 14, considerando-se um aumento
maior que 800x.

Para fins comparativos, as Figuras 8, 9 e 10 apresentam respectivamente imagens obtidas por


MEV respectivamente para amostras de zircônia-nióbia, alumina de maior massa espeficia e
alumina de menor massa especifica. Percebe-se que houve melhora na resolução das imagens,
o que permitiu identificar claramente os contornos de grão e partículas de segunda fase.

Figura 8 - Imagens zircônia-nióbia obtidas por microscopia eletrônica de varredura.

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Figura 9 - Imagens alumina de maior massa especifia obtidas por microscopia eletrônica de varredura.

Figura 10 - Imagens alumina de menor massa especifica, obtidas por microscopia eletrônica de varredura.

Essa melhoria obtida deve-se principalmente às diferenças entre as técnicas de MO e MEV,


sendo que essa última que possibilitou melhor resolução nas imagens.
A MO convencional possui baixa profundidade de foco, plano e é altamente influenciada pelo
processo de preparação das amostras. Por outro lado, a MEV possui maior profundidade de
foco, fato que possibilitou melhor discretização dos contornos de grão [8].

4. Próximas Etapas
• Analisar imagens capturadas na microscopia eletrônica de varredura (MEV) e calcular
os tamanhos de grão pelo ImageJ;
• Processar novas amostras no formato de pastilha, desde seu pó, passando pelas
técnicas de mistura, moagem, prensagem, sinterização, embutimento, lixamento,
polimento, ataque térmico e análise de imagens;

10
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• Aperfeiçoamento nas capturas de imagens. Aprimorar tratamento das imagens através


do ImageJ e efetuar as comparações entre as técnicas;

5. Conclusões

• O trabalho de pesquisa realizado revelou que o preparo de amostras para a


ceramografia é um processo trabalhoso, que requer tempo e cuidado. Não se pode
utilizar lixas d’água com granulometria muito grosseiras (maior que 400grit) para
minimizar o arranchamento de material.
• A etapa de polimento também é muito importante, sendo recomendada a utilização
de pastas diamantadas com diferentes tamanhos de partículas para melhorar seu
acabamento;
• Observou-se que o método comparativo para determinação do tamanho de grão é
eficiente embora o método de contagem de interceptos seja mais preciso.

• O método automático de determinação dos interceptos depende fortemente da


preparação da amostra, principalmente uma superfície bem polida e com ataque
térmico realizado de modo a evidenciar claramente os contornos de grão. Depende
também dos algoritmos de tratamento de imagens. No presente trabalho ele se
mostrou menos confiável que a determinação manual.

6. Divulgação dos Resultados


Após conclusão da pesquisa material será apresentado em congressos e publicado.

Agradecimentos
Gostaria de agradecer ao Dr. Frank Ferrer Sene pelo auxilio no processamento das amostras,
principalmente na sinterização e discussões do trabalho.

11
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Referências
[1]Dados disponíveis em
https://www.ceramtec.com/ceramic-materials/zirconium-
oxide/?gclid=EAIaIQobChMIzoLCzfC76gIVFgSRCh3SowvgEAAYAiAAEgJqkvD_BwE
acessado em 8/07/2020.
[2] WILLIAN D. CALLISTER, JR. Ciência e Engenharia de Materiais – Uma Introdução.
Sétima Edição. Editora: Livros Técnicos e Científicos. Editora S. A. 2007.
[3] ASSIS, J. M. K - Estudo da Estabilização de Fases Cristalinas de Cerâmicas do
Sistema Nióbia – Ítria – Zircônia. 2014. Tese (Doutorado em Engenharia e Tecnologia
Espaciais/Ciência e Tecnologia dos Materiais e Sensores) - Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais, [S. l.], 2014.
[4] ASTM E112 – 12 Standard Test Methods for Determining Average Grain Size. ASTM
International, 2012.
[5] ASTM E3 - 11(2017) -Standard Guide for Preparation of Metallographic Specimens
ASTM International, 2017.
[6] Zeiss Axiovision Users guide. Disponivel para download em
https://www.igb.illinois.edu/sites/default/files/upload/core/PDF/AxioVision%20UsersGuide.pdf
acessado em 8/07/2020
[7] BS EN IS0 643:2003, Steels – Micrographic determination of the apparent grain size.
International Standards Organization, 2003.
[8] WALTER A. MANNHEIMER. Microscopia dos materiais – Uma Introdução. Editora:
E-Papers. 2002.

12
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$'6B72/ 7ROXHQR $FHWLODFHWRQDWRIpUULFR SKUGHVtOLFD
WULHWDQRODPLQD SLURJrQLFD

$'6B72/ 7ROXHQR $FHWLODFHWRQDWRIpUULFR SKUGHVtOLFD
WULHWDQRODPLQD SLURJrQLFD

$'6B$4 ÈJXD =Q2 6tOLFD

$'6B62/9 0LVWXUDGHVROYHQWHV =Q2 =Q26tOLFD
DOLIiWLFRVE
D
$GHVLYRGHVHQYROYLGRQR,$(E$FHWRQDKH[DQRFLFORKH[DQR0(. EXWDQRQD DFHWDWRGHHWLODVHFEXWLODH
VROYHQWHSDUDERUUDFKD



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 




&DORULPHWULDGLIHUHQFLDOGHYDUUHGXUD±'6&
7RGRVRVDGHVLYRVDGLVSHUVmRDTXRVDHDJRPDGH&5IRUDPLQLFLDOPHQWHFDUDFWHUL]DGRV
SRU FDORULPHWULD H[SORUDWyULD GLIHUHQFLDO XWLOL]DQGRVH R HTXLSDPHQWR '6& 4 7$
Instruments2VHQVDLRVIRUDPGLYLGLGRVHPFLFORVWpUPLFRVVHQGRRSULPHLURHRWHUFHLUR
GHDTXHFLPHQWRHRVHJXQGRGHUHVIULDPHQWR,QLFLRXVHSRUPHLRGHDTXHFLPHQWRDSDUWLUGH
ƒ&DWpƒ&DXPDWD[DGHž&PLQVREDWPRVIHUDGHQLWURJrQLRDP/PLQHP
SRUWDDPRVWUDGHDOXPtQLRVHPFRQGLo}HVKHUPpWLFDV2UHVIULDPHQWRQmRIRLIHLWRGHIRUPD
FRQWURODGD

7HVWHGH6ROXELOLGDGHSDUDR3ROLFORURSUHQR
3DUWLQGRGHJGHJRPDGHSROLFORURSUHQRFRUWDGRHPSHGDoRVGHDSUR[LPDGDPHQWHPPH
LPHUJLQGRRV HP  P/ GRV VROYHQWHV HVWXGDGRV DFHWRQD KH[DQR FLFORKH[DQR 0(. H
DFHWDWR GH HWLOD  EXVFRXVH LGHQWLILFDU TXDO GHVVHV VROYHQWHV PHOKRU VROXELOL]D R SROtPHUR
(PSUHJRXVH DJLWDomR PDJQpWLFD H SRVWHULRUPHQWH DV VXVSHQV}HV IRUDP GHL[DGDV HP
GHVFDQVR DGLFLRQDQGRVH PDLV VROYHQWH VH QHFHVViULR DILP GH FRPSDUDU DV SRVVtYHLV
PXGDQoDVRFRUULGDVHQWUHRVVLVWHPDVVROYHQWHSROtPHURQRSHUtRGRGHKRUDV

 Loop Tack


2VWHVWHVGHLoop TackIRUDPUHDOL]DGRVHPODERUDWyULRDž&HGHXPLGDGHFRQIRUPH
D 1RUPD $670 ' 0pWRGR $ >@ XWLOL]DQGRVH D PiTXLQD XQLYHUVDO GH HQVDLR
SRUWiWLO In-Spec 2200 Protable GD PDUFD Instron $ YHORFLGDGH GH HQVDLR HPSUHJDGD QD
DQiOLVHIRLGHPPPLQFRPPPGHH[WHQVmRHFpOXODGHFDUJDGH18WLOL]RXVH
WLUDV GH ERUUDFKD 1%5 SUHYLDPHQWH FRUWDGDV SURFHGHQGRVH D UHPRomR GH SRVVtYHLV
FRQWDPLQDQWHVGHVXDVXSHUItFLHFRPDFHWRQDUHVSHLWDQGRRWHPSRGHHYDSRUDomRGDPHVPD
SDUDTXHSRVWHULRUPHQWHRDGHVLYRKRPRJHQHL]DGRIRVVHDSOLFDGRjVXSHUItFLHGD1%52V
WHVWHV IRUDP UHDOL]DGRV HP WULSOLFDWD D ILP GH VHU HQFRQWUDGD XPD PpGLD DULWPpWLFD UHODWLYD
DRVYDORUHVGHIRUoDPi[LPD$OpPGLVVRIRUDPWHVWDGDVLQWHUIDFHVGH1%5YXOFDQL]DGDVH
QmRYXOFDQL]DGDVXPDYH]TXHDPEDVDSOLFDo}HVHVWmRSUHVHQWHVQDLQG~VWULDDHURHVSDFLDO$
)LJXUD  PRVWUD D PRQWDJHP GH DGHVLYR H FRUSR GH SURYD SDUD HQVDLR GH loop tack QD
PiTXLQDGHHQVDLRXQLYHUVDO



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 




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YXOFDQL]DGD FRP R DGHVLYR D VHU WHVWDGR HP E  WHPVH XPD DPRVWUD GH 1%5 VHQGR HVWD
DQDOLVDGDYXOFDQL]DGDRXQmRYXOFDQL]DGD FRPDDSOLFDomRGRDGHVLYR

5HVXOWDGRVHGLVFXVVmR
'6&
$ FDUDFWHUL]DomR SRU FDORULPHWULD GLIHUHQFLDO H[SORUDWyULD IRL FRPSDWtYHO FRP D OLWHUDWXUD
UHODWLYD DR SROLFORURSUHQR >@ 1R 3ULPHLUR DTXHFLPHQWR LOXVWUDGR QD )LJXUD D YrVH D
WUDQVLomR YtWUHD GRV VHWH PDWHULDLV GHWHUPLQDGD D PHLD DOWXUD GD WUDQVLomR RFRUUHQGR HP
WRUQRGHž&$WUDQVLomRYtWUHDQDVFXUYDV'6&pHYLGHQFLDGDSHODPXGDQoDQDOLQKDGH
EDVHGHYLGRjPXGDQoDGHFDORUHVSHFtILFRGRSROtPHURTXDQGRSDVVDGRHVWDGRVyOLGRSDUD
ROtTXLGR>@(PVHJXLGDYrVHDXPSLFRHQGRWpUPLFRUHODWLYRjIXVmRGDIDVHFULVWDOLQDQD
IDL[DGHWHPSHUDWXUDGHž&1DVFXUYDVREWLGDVGXUDQWHRVHJXQGRDTXHFLPHQWR )LJXUD
E  DSHQDV D WUDQVLomR YtWUHD p REVHUYDGD RFRUUHQGR QD PHVPD IDL[D GH WHPSHUDWXUD
REVHUYDGD DQWHULRUPHQWH 1R VHJXQGR DTXHFLPHQWR QmR VH REVHUYRX R SLFR HQGRWpUPLFR
UHODWLYRjIXVmRRTXHVHGHYHjFRQGLomRGH UHVIULDPHQWRHPSUHJDGDTXHQmRIDYRUHFHXD
FULVWDOL]DomRGDVFDGHLDVSROLPpULFDV



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 



 
D  E 

)LJXUD±&XUYDVGH'6&UHIHUHQWHVDR D SULPHLURDTXHFLPHQWR E VHJXQGRDTXHFLPHQWR
7HPSHUDWXUDGHWUDQVLomRYtWUHD 7J 

7HVWHGH6ROXELOLGDGHSDUDR3ROLFORURSUHQR
8PDDOWHUQDWLYDDRVROYHQWHWROXHQRpDXWLOL]DomRGHVROYHQWHVDOLIiWLFRVFRPPHQRUJUDXGH
WR[LFLGDGH 1HVWH WUDEDOKR IRUDP DYDOLDGRV GLIHUHQWHV VROYHQWHV DOLIiWLFRV SDUD R
SROLFORURSUHQR(VVHHVWXGRIRLIHLWRXWLOL]DQGRVHRWHVWHGHVROXELOLGDGHTXHPRVWURXTXHRV
PHOKRUHV VROYHQWHV SDUD R SROLFORURSUHQR HQWUH RV DYDOLDGRV IRUDP 0(. FLFORKH[DQR H
DFHWDWR GH HWLOD  ,QLFLDOPHQWH DR DGLFLRQDU RV VROYHQWHV QRV EpTXHUHV REVHUYRXVH TXH R
SROLFORURSUHQR FRP 0(. H FLFORKH[DQR LQFKDUDP HP XP WHPSR PXLWR PHQRU HP UHODomR
DRVGHPDLVVROYHQWHVHQTXDQWRRSROLFORURSUHQRHPKH[DQRSHUPDQHFHXLQDOWHUDGR$SyV
KRUDV QRWRXVH TXH WRGRV RV VLVWHPDV H[FHWR DTXHOH HP KH[DQR WLQKDP DJORPHUDGR H
LQFKDGR GH IRUPD VLJQLILFDWLYD 3RU HVVH PRWLYR DGLFLRQRXVH PDLV P/ GRV UHVSHFWLYRV
VROYHQWHV jV PLVWXUDV TXH ILFDUDP HP UHSRXVR SRU PDLV  KRUDV 2 DVSHFWR GDV PLVWXUDV
DSyVHVVHSHUtRGRpPRVWUDGRQD)LJXUD




)LJXUD±$VSHFWRGRSROLFORURSUHQRDSyVLPHUVmRHPGLIHUHQWHVVROYHQWHV D &5KH[DQR
E &5DFHWRQD F &5FLFORKH[DQR G &5DFHWDWRGHHWLOD H &50(.



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 




7DEHOD,,±5HVXOWDGRREVHUYDGRQR7HVWHGH6ROXELOLGDGHSDUDR&5
 +H[DQR $FHWRQD &LFOR $FHWDWRGH 0(. &5
KH[DQR HWLOD
,QFKDPHQWR 1mRRFRUUHX %DL[R $OWR 0pGLR 0XLWR$OWR 
2EVHUYDo}HV &5VyOLGR 2FRUUHX )UDJPHQWRV )UDJPHQWRV )UDJPHQWRV 
VHP HYDSRUDomR DJUXSDGRV DJUXSDGRV DJUXSDGRV
DOWHUDo}HV VLJQLILFDWLYD LQFKDGRVH LQFKDGRVH
H[SUHVVLYDV GRVROYHQWH VROXELOL]DGRV VROXELOL]DGRV
3DUkPHWUR      
GH
VROXELOLGDGH
03D >@


2 UHVXOWDGR ILQDO HQFRQWUDGR QR WHVWH FRQIRUPH PRVWUD D 7DEHOD ,, HVWi GH DFRUGR FRP R
3DUkPHWURGH6ROXELOLGDGHGH+LOGHEUDQG į RTXDOHVWDEHOHFHRSUHFHLWRGHTXH³VHPHOKDQWH
GLVVROYH VHPHOKDQWH´ YLVWR TXH FRQVLGHUD D VROXELOL]DomR GH SROtPHURV QmR FRPR XPD
LQWHUDomR GH tRQV PDV VLP FRPR XPD LQWHUDomR LQWHUPROHFXODU >@ &RQVWDWDVH TXH RV
YDORUHVGH į GRVVROYHQWHVXWLOL]DGRVH[FHWRGRKH[DQRHVWmRQDIDL[DGRSDUkPHWURGR&5
FRQGL]HQGR FRP D OLWHUDWXUD >@ R TXH H[SOLFD R PRWLYR GR VLVWHPD FRP KH[DQR WHU
SHUPDQHFLGR SUDWLFDPHQWH LQDOWHUDGR GXUDQWH WRGD H[HFXomR GR WHVWH H RV RXWURV VROYHQWHV
WHUHPLQWHUDJLGRGHIRUPDPDLVH[SUHVVLYDFRPRSROtPHUR$VVLPSDUDIRUPXODUXPIXWXUR
DGHVLYR GH SROLFORURSUHQR FRP HVWHV VROYHQWHV p QHFHVViULR TXH DV FRQFHQWUDo}HV GRV TXH
DSUHVHQWDUDPLQWHUDo}HVH[SUHVVLYDVHVWHMDPHPPDLRUHVTXDQWLGDGHV

Loop Tack 
2Loop TackpXPWHVWHSDUDPHGLGDGDSHJDMRVLGDGHGRDGHVLYRTXHXWLOL]DRPRGRGHWUDomR
SDUDGHWHUPLQDomRGDIRUoDPi[LPD 1 QHFHVViULDSDUDVHSDUDUGXDVVXSHUItFLHVGHVXEVWUDWR
XQLGDVSHORDGHVLYRDVHUWHVWDGRDOpPGHSRVVLELOLWDUDYLVXDOL]DomRGRWLSRGHIDOKDSUHVHQWH
QDLQWHUIDFH$7DEHOD,9PRVWUDRVUHVXOWDGRVHQFRQWUDGRVSDUDRVWHVWHVUHDOL]DGRV










,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 




7DEHOD,9±5HVXOWDGRVUHODWLYRVDRWHVWHGHWUDomR loop tack 
$GHVLYR ,QWHUIDFH1%5 )RUoD0i[LPD 1  )DOKD
1mR9XOFDQL]DGD SUHGRPLQDQWH
3$'5­2 9XOFDQL]DGD “ $GHVLYD
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$'6B72/ 9XOFDQL]DGD “ $GHVLYD
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$'6B$4 9XOFDQL]DGD “ $GHVLYD
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$SDUWLUGRVUHVXOWDGRVREWLGRVYrVHTXHRVDGHVLYRVTXHWLYHUDPGHVHPSHQKRPDLVSUy[LPR
DR 3$'5­2 IRUDP $'6B62/9 H $'6B72/ UHVSHFWLYDPHQWH H TXH D SHJDMRVLGDGH GR
$'6B$4DLQGDpPXLWROLPLWDGDVHFRPSDUDGDDHVWHVSURGXWRV
$R FRQIURQWDU RV UHVXOWDGRV GRV DGHVLYRV $'6B72/ H $'6B72/ YrVH TXH R SULPHLUR
DSUHVHQWRX RV PDLRUHV YDORUHV GH IRUoD Pi[LPD VHQGR TXDVH R WULSOR XWLOL]DQGRVH D
ERUUDFKDYXOFDQL]DGDRXQmR&RQIRUPHHVWXGDGRDQWHULRUPHQWHSRU/(%/$1&>@DVtOLFD
DSUHVHQWDHOHYDGDLQWHUDomRFDUJDFDUJDHpPDLVSURSHQVDDIRUPDUDJORPHUDGRV,VVRVHGi
GHYLGR j SUHVHQoD GH OLJDo}HV GH KLGURJrQLR SURYLQGDV GD TXtPLFD GH VXD VXSHUItFLH YLVWR
TXH D PHVPD DSUHVHQWD JUXSRV VLODQyLV H VLOR[DQR TXH VmR UHVSRQViYHLV SRU DWULEXtOD XP
FDUiWHU PDLV SRODU R TXH GLILFXOWD VXD GLVSHUVmR H SRGH LQWHUIHULU HP VXDV SURSULHGDGHV
PHFkQLFDVHUHROyJLFDV&RPLVVRRGHVHPSHQKRGRDGHVLYRFRPSKU $'6B72/ QHVWH
WHVWH PHFkQLFR SRGH VHU MXVWLILFDGR SHOD LQWHUIHUrQFLD GHVVHV JUXSRV GHYLGR D TXDQWLGDGH
VXSHULRUGHFDUJDTXHUHGX]LXDSHJDMRVLGDGHGRDGHVLYR

3Uy[LPDV(WDSDV
$ ILP GH FRQFOXLU D SURSRVWD GR SURMHWR GH IRUPD VXFLQWD HVSHUDVH UHDOL]DU QDV SUy[LPDV
HWDSDVRVWHVWHVGHUHVLVWrQFLDDRGHVFDVFDPHQWRSDUDRVGHPDLVDGHVLYRV&RPLVVRHVWXGDU
PHOKRUHVSURSRVWDVDGHVLYDVHVXDVYDULDo}HVGHGHVHPSHQKRQDLQWHUIDFH





,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 



&RQFOXV}HV
2V DGHVLYRV D EDVH GH SROLFORURSUHQR DSUHVHQWDUDP WUDQVLomR YtWUHD QD UHJLmR GH ž& H
IXVmRGHSHQGHQWHGDKLVWyULDWpUPLFDSUy[LPDGHž&2HQVDLRGHVROXELOLGDGHPRVWURXTXH
RVPHOKRUHVVROYHQWHVDOLIiWLFRVSDUDRSROLFORURSUHQRHQWUHRVDYDOLDGRVIRUDPR0(.FLFOR
KH[DQR H DFHWDWR GH HWLOD TXH VmR XPD DOWHUQDWLYD DPELHQWDOPHQWH PDLV DPLJiYHO TXH R
WROXHQR 1RV HQVDLRV GH loop tack FRQVWDWRXVH TXH RV DGHVLYRV FRP GHVHPSHQKR PDLV
SUy[LPRDR3$'5­2IRUDP$'6B62/9H$'6B72/BVHQGRTXHRDGHVLYR$'6B72/
DSUHVHQWRXYDORUHVVXSHULRUHVGHIRUoDPi[LPDHPUHODomRDRDGHVLYR$'6B72/RTXHIRL
DWULEXtGRDPHQRUTXDQWLGDGHGHFDUJDXWLOL]DGDQDIRUPXODomRGR$'6B72/$OpPGLVVR
REVHUYRXVH TXH R $'6B$4 DSUHVHQWRX SHJDMRVLGDGH LQIHULRU HP UHODomR DRV RXWURV
DGHVLYRV'XUDQWHRSHUtRGRQmRIRLSRVVtYHOFRQFOXLUDH[HFXomRH[SHULPHQWDOGHVVHSURMHWR
SRUFRQWDGDSDQGHPLDTXHUHVWULQJLXRWUDEDOKRSUHVHQFLDOQRVODERUDWyULRV

'LYXOJDomRGH5HVXOWDGRV
2V UHVXOWDGRV GHVVH WUDEDOKR GHYHUmR VHU DSUHVHQWDGRV QR (QFRQWUR GH ,QLFLDomR &LHQWtILFD
DQXDOGR,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoRTXHGHYHUiRFRUUHUHPDJRVWRGH

5HIHUrQFLDV
>@628=$(00$GHVLYRGHFRQWDWRGHSROLFORURSUHQREDVHDTXRVDQDQRDGLWLYDGRH
FRQGLFLRQDGRPDJQpWLFDPHQWH'LVVHUWDomR 'RXWRUDGRHP(QJHQKDULD0HWDO~UJLFDH
0DWHULDLV 8636mR3DXOR
>@58%%(53(',$3RUWDOGD,QG~VWULDGD%RUUDFKD%RUUDFKDGH3ROLFORURSUHQR
&5 'LVSRQtYHOHPKWWSZZZUXEEHUSHGLDFRPERUUDFKDVERUUDFKD
SROLFORURSUHQRSKSaWH[W 2SROLFORURSUHQRIRLRULJLQDOPHQWHLQWURGX]LGRV
RERQRPHGH1HRSUHQH$FHVVRHPGHMXQKRGH
>@32&,86$9$GKHVLRQDQG$GKHVLYHV7HFKQRORJ\±$Q,QWURGXFWLRQ2KLR+DQVHU
*DUGQHU3XEOLFDWLRQV,QF
>@%8'+(6HWDO$Q8SGDWHGUHYLHZRIDGKHVLYHO\ERQGHGMRLQWVLQFRPSRVLWH
PDWHULDOV,QWHUQDWLRQDO-RXUQDORI$GKHVLRQDQG$GKHVLYHVYSMDQHLUR
>@$670'±6WDQGDUG7HVW0HWKRGVIRU/RRS7DFN
>@%5$1'583-HWDO³+DQGERRNRI3RO\PHUV´HGLomR-RKQ:LOH\ 6RQV1HZ
<RUN



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 



>@%:XQGHUOLFK7KHEDVLVRIWKHUPDODQDO\VLVLQ($7XUL (G 7KHUPDO


&KDUDFWHUL]DWLRQRI3RO\PHULF0DWHULDOV$FDGHPLF3UHVV1HZ<RUNSS±
>@&LrQFLDH7HFQRORJLDGD%RUUDFKD&7%6ROYHQWHVH3DUkPHWURVGH6ROXELOLGDGH
'LVSRQtYHOHPKWWSVZZZFWERUUDFKDFRPERUUDFKDVLQWHVHKLVWRULFDPDWHULDV
SULPDVVROYHQWHVVROYHQWHVHSDUDPHWURVGHVROXELOLGDGH$FHVVRHPGHDEULOGH
>@/(%/$1&-/5XEEHUILOOHULQWHUDFWLRQVDQGUKHRORJLFDOSURSHUWLHVLQILOOHG
FRPSRXQGV3URJUHVVLQ3RO\PHU6FLHQFH3LWWVEXUJKQYSPDLR






3,%,&3,%,7,5(/$7Ï5,2),1$/

7tWXORGRSURMHWRGHSHVTXLVD$QiOLVHGHUHTXLVLWRVGHGHVHPSHQKRSDUDRFRQWUROHGH
DWLWXGHGH)RJXHWHVSDUDQRYR6LVWHPDGH&RQWUROHGH$WLWXGH
%ROVLVWD-ROLYHU/LVERD.R]ORZVNL
2ULHQWDGRU(XOHU*%DUERVD3HUtRGRGDVDWLYLGDGHV6HWHPEURGH-XOKRGH


5HVXPR

$ LQYHVWLJDomR H DQiOLVH GH UHTXLVLWRV GH GHVHPSHQKR SDUD R FRQWUROH GH DWLWXGH GH


)RJXHWHV SRGH IRUQHFHU HOHPHQWRV SDUD D FRQVWLWXLomR GH XP QRYR 6LVWHPD GH FRQWUROHGH
$WLWXGH
 2 SULQFLSDO REMHWLYR GHVWH SURMHWR p DQDOLVDUUHTXLVLWRVSDUDFRQWUROHGHDWLWXGHGHIRJXHWHV
LPSOHPHQWDU FyGLJRV GH VLPXODo}HV H FRPSDUDU RV UHVXOWDGRVGDVVLPXODo}HVFRPDTXHOHV
REWLGRVHPVLVWHPDVItVLFRVUHDLV
 &RPR XPD LQWURGXomR jV VLPXODo}HV FRPSXWDFLRQDLV H DR FRQWUROH GH DWLWXGH QHVWH
WUDEDOKR LQLFLDO IRUDP UHDOL]DGRV HVWXGRV VREUH DV IRUPDV GH UHSUHVHQWDomR GH DWLWXGH GH
XP IRJXHWH H VREUH D YLDELOLGDGH GH GLIHUHQWHV SODQWDV ItVLFDV SDUD UHSUHVHQWDUDDWLWXGHGH
XPIRJXHWH



,QWURGXomR

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IRJXHWHV PRGHUQRV H RV IRJXHWHV SULPLWLYRV 'RFXPHQWRV KLVWyULFRV FKLQHVHV UHJLVWUDP R
XVR GH VHWDV GH IRJR XP WHUPR TXH WDQWR SRGH GHVLJQDU IRJXHWHV FRPR XPD VHWD FRP
XPD VXEVWkQFLD LQIODPiYHO Mi DQWHV GR VpFXOR ;,, 2V HVSHFLDOLVWDV GD DUWLOKDULD FKLQHVD
LQWURGX]LUDP H DSHUIHLoRDUDP PXLWRV WLSRV GH SURMpWHLV LQFOXLQGR JUDQDGDV H[SORVLYDV H
FDQK}HV 'R HPSUHJR HP JXHUUDV VXUJLUDP RV HVWXGRV GH EDOtVWLFD WmR H[WHQVLYDPHQWH
WUDEDOKDGRV QRV SHUtRGRV GD 3ULPHLUD H 6HJXQGD *XHUUDV 0XQGLDLV 3URMpWLO EDOtVWLFR p
TXDOTXHU VyOLGR SHVDGR TXH VH PRYH QR HVSDoR DEDQGRQDGR D VL PHVPR GHSRLV GHKDYHU
UHFHELGR LPSXOVR $ PXQLomR WHP TXDWUR SDUWHV HVVHQFLDLV R LQYyOXFUR D HVSROHWD R
SURSHOHQWH QRUPDOPHQWH SyOYRUD  HRSURMpWLO4XDQGRDTXHLPDGDSyOYRUDSURGX]JDVHVR
SURMpWLO JHUDOPHQWH GH FKXPER HP IRUPD GH RJLYD p LPSXOVLRQDGR D JUDQGH YHORFLGDGH
SDUDIRUDGDDUPD
 2 FRQWUROH GH DWLWXGH VH DS}H DR YRR EDOtVWLFR SHOR IDWR GH KDYHU LQWHUIHUrQFLD DWLYD QD
WUDMHWyULD GH YRR 8P IRJXHWH FRP FRQWUROH DWLYR SRGH SRUWDQWR FRUULJLU VXD WUDMHWyULD DR
VRIUHUGHVYLRVSHORYHQWRRXDRSHUFHEHURGHVORFDPHQWRGHVHXDOYR





)LJXUD5HSUHVHQWDomRGHXPIRJXHWHUXGLPHQWDUFKLQrV>@




 1D iUHD GH 'LQkPLFD GH 9RR R IRJXHWH SRVVXL WUrV HL[RV TXH URWDFLRQDP QRV kQJXORV
3LWFK DUIDJHP  <DZ JXLQDGD  5ROO URODJHP $RULHQWDomRGHVVHVWUrVkQJXORVGHILQHPD
$WLWXGH GR IRJXHWH 2V FRQWUROHV GH DWLWXGH GRV WUrV kQJXORV SRGHP VHU IHLWRV
LQGHSHQGHQWHPHQWH XP GR RXWUR PDVVHXFRQWUROHVLPXOWkQHRpRTXHSRVVLELOLWDDRIRJXHWH
R UHDO FRQWUROH GH VXD DWLWXGH 2 3LWFK p FRQVLGHUDGR R kQJXOR PDLV UHOHYDQWH YLVWR VHU R
XVDGRSDUDVHFDOFXODUDWUDMHWyULDGHY{R>@


)LJXUD5RWDo}HVVXFHVVLYDVGH(XOHUSDUDDVHTXrQFLD<=;



 






 'HQWUH DV GLIHUHQWHV IRUPDV SDUD VH UHSUHVHQWDU D DWLWXGHGHXPIRJXHWHSRGHVHGHVWDFDU
DVVHJXLQWHVÆQJXORVGH(XOHU0DWUL]GRV&RVVHQRV'LUHWRUHV 0&' H4XDWpUQLRQV
 2V kQJXORV GH(XOHUVmRRVkQJXORVTXHXPDGLUHomRTXDOTXHUGRHVSDoRID]FRPRVHL[RV
FRRUGHQDGRV
 $ WUDQVIRUPDomR GH XP VLVWHPD GH FRRUGHQDGDV HP RXWUR SRGHVHUUHSUHVHQWDGDSRUXPD
HTXDomRPDWULFLDOGDIRUPD>@

  

 6H LGHQWLILFDUPRV R VLVWHPD IL[R FRP [¶ H R VLVWHPD GR FRUSR FRP [ D PDWUL] GH URWDomR
ODPEGD GHVFUHYHUi WRWDOPHQWH D RULHQWDomR UHODWLYD GRV GRLV VLVWHPDV $ PDWUL] GH URWDomR
FRQWpP WUrV kQJXORV LQGHSHQGHQWHV ([LVWHP PXLWDV RSo}HV SRVVtYHLV SDUD HVVHV kQJXORV
$FKDPRV FRQYHQLHQWH XWLOL]DU RV kQJXORV GH (XOHU ĭ șHȥ  2V kQJXORV GH (XOHU VmR
XWLOL]DGRV SDUD JLUDU GR VLVWHPD [¶ SDUD R VLVWHPD [ $ SULPHLUD URWDomR p QR VHQWLGR
DQWLKRUiULR SRU XP kQJXOR ĭ HP WRUQR GR HL[R [¶ $ VHJXQGD URWDomR p QR VHQWLGR
DQWLKRUiULR SRU XP kQJXOR ș  HP WRUQR GR HL[R [¶¶ $ WHUFHLUD URWDomR p QR VHQWLGR
DQWLKRUiULRSRUXPkQJXOR ȥ HPWRUQRGRHL[R[¶¶¶
2HVTXHPDGHURWDomRGH(XOHUIRLLQLFLDOPHQWHSXEOLFDGRHP>@
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PIBITI-RELATÓRIO FINAL

Título do projeto de pesquisa: Desenvolvimento de amostras cerâmicas à base de


cobalto para aplicações espaciais
Bolsista: Kaic André Tosta Siqueira
Orientador(a): Dra. Adriana Medeiros Gama
Período a que se refere o relatório: Agosto de 2019 a Julho de 2020

Resumo
Cerâmicas magnéticas têm sido grande alvo de estudo e suas aplicações são muito amplas tais
como sensores e blindagens espaciais e aeronáuticas, sob muitas condições ambientais é
necessário para garantir sua perfeita funcionalidade. Especificamente as ferritas hexagonais ou
hexaferritas se tornam especiais por seu funcionamento em frequências que excedem 1GHz. O
objetivo do trabalho é o estudo das características microestruturais da hexaferrita de cobalto do
tipo Z (Co2Z) de estequiometria Ba3Co2Fe24O41, que com adição de nióbio passa a ter a
estequiometria Ba3Nb(2-α)CoαFe24O41 sendo α = 0 (amostra 1), α = 0,5 (amostra 2), α = 1
(amostra 3), α = 1,5 (amostra 4) e α = 2 (amostra 5). As características microestruturais
(superfície da amostra, a distribuição e cálculo dos tamanhos de grãos e a presença de outras
fases) foram obtidas através da análise de microscopia óptica e microscopia eletrônica de
varredura. E a difração de raios X foi utilizada para a identificação de possíveis fases presentes.

1. Introdução

Hexaferritas são conhecidas como ferritas hexagonais pois possuem uma estrutura cristalina
complexa que é feito a partir do empilhamento de estruturas com simetrias hexagonais e
romboédricas [1]. Desde a década de 1950, quando foi descoberta, observar-se um maior
interesse em ferritas hexagonais e, atualmente representam a maior parte dos materiais
magnéticos totais fabricados no mundo, pois são ferritas que possuem uma infinidade de
aplicações tecnológicas e comerciais, como por exemplo, materiais de armazenamento de
dados e componentes de dispositivos elétricos que operam em micro-ondas [2]. Dentre todas
as ferritas hexagonais, as ferritas do tipo Co2Z ou hexaferritas do tipo Z, são as ferritas que têm

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maior valor de permeabilidade relativa que se mantem em altas frequências [3]. No entanto a
matéria-prima, óxido de cobalto (Co2O3), possui um valor consideravelmente alto, pois, não
existe em abundância no Brasil. Por outro lado, o óxido de nióbio (Nb2O5) possui imensa
abundância no Brasil, o qual possui a maior reserva mundial de nióbio, aproximadamente 98%
do total mundial [4]. Por esse motivo este trabalho aborda o desenvolvimento de uma
hexaferrita do tipo Z com adição de Nb2O5 e diminuição do uso de Co2O3 e suas características
microestruturais.

2. Materiais e Métodos
2.1. Processamento das amostras

As amostras foram confeccionadas pelo método cerâmico convencional, também conhecido


como sinterização por reação do estado sólido [5]. Muito utilizado nas indústrias para a
produção em grande escala da matéria-prima. Para confeccionar a ferrita foram utilizados os
seguintes pós: carbonato de bário (BaCO3), óxido de ferro (III) (Fe2O3), óxido de cobalto (III)
(Co2O3) e oxido de nióbio (V) (Nb2O5). Foram processadas pós de amostras com
estequiometria Ba3Nb(2-α)CoαFe24O41 sendo α = 0 (amostra 1), α = 0,5 (amostra 2), α = 1
(amostra 3), α = 1,5 (amostra 4) e α = 2 (amostra 5). A massa de cada matéria-prima utilizada
no processamento das amostras é relatada na tabela 1.

Tabela 1. Massa de cada matéria-prima utilizada no processamento de cada estequiometria.


Massa da matéria-prima (g)

Estequiometria BaCO3 Fe2O3 Co2O3 Nb2O5

Amostra 1 Ba3Nb2Fe24O41 6,40 20,72 0,00 2,87

Amostra 2 Ba3Nb1,5Co0,5Fe24O41 6,46 20,91 0,45 2,17

Amostra 3 Ba3Nb1Co1Fe24O41 6,52 21,10 0,91 1,46

Amostra 4 Ba3Nb0,5Co1,5Fe24O41 6,58 21,30 1,38 0,74

Amostra 5 Ba3Co2Fe24O41 6,64 21,50 1,86 0,00

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Em seguida, os óxidos foram misturados por duas horas em um moinho de bolas, e secados em
uma estufa a temperatura de 100°C. Logo após, a mistura foi levada ao forno para a pré-
sinterização com um único patamar de 1100°C durante 6 horas, com taxa tanto de aquecimento
quanto de arrefecimento de 5°C/min. Devido ao fato de que o material forma aglomerados
durante a calcinação, este foi moído novamente durante quatro horas, também em um moinho
de bolas, para reduzir o tamanho de partícula e deixá-lo mais uniforme. Foi necessário também
a moagem a mão feita com o auxílio de um almofariz de ágata. O material calcinado foi então
prensado utilizando-se uma prensa uniaxial, sob uma pressão de 0,91 toneladas pelo período
de 1 minuto em formato de pastilha. A sinterização das pastilhas foi realizada a temperatura de
1400°C durante 6 horas, em atmosfera de oxigênio, com taxa de vazão de 15 l/minutos. Após
a sinterização, as pastilhas foram lixadas utilizando-se lixas de grãos: 180, 240, 360, 500, 800,
1200 e para o acabamento final foi polida com pastas de diamante de 6μ, 3μ, 1μ, 1/2μ.

2.2. Microscopia óptica (MO)


A microscopia óptica foi utilizada para a obtenção de imagens da superfície da amostra. Foi
utilizado um microscópio óptico da Zeiss, modelo Axio Image A2m e as imagens foram obtidas
por meio da câmera inclusa no equipamento, modelo AxioCam, e software da Zeiss.

2.3. Analise cristalográfica


A difração de raios X (DRX) foi utilizada na identificação das fases presentes e a determinação
dos parâmetros de rede da estrutura cristalina. Foi utilizado o difratrômetro de raios X, com
radiação monocromática de CuKα (λ = 0,15418nm) com a análise em temperatura ambiente,
onde o ângulo de varredura foi de 10º a 90º.

2.4. Microscopia eletrônica de varredura (MEV)


Para a microscopia eletrônica de varredura foi utilizado um equipamento do modelo JEOL JSM
6460LV com um espectrômetro de energia dispersiva acoplado modelo NORAN System 6 X-
ray Microanalysis C10015. O mesmo foi utilizado para a obtenção de micrografias para a
análise da superfície da amostra. As mesmas foram obtidas pelo modo de elétrons retro
espalhados para a avaliação de morfologia, porosidade e o tamanho dos grãos da amostra.

3
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3. Resultados e discussão
3.1. Microscopia óptica (MO)

A Figura 1 apresenta a micrografia da amostra 1 de estequiometria Ba3Nb2Fe24O41. Observa-


se uma distribuição do tamanho de grão parecido ao da amostra 2. Entretanto, a amostra 1
apresenta uma distribuição de tamanho de grão maior se comparado com as demais amostras
de ferritas estudadas. Isso pode indicar que houve um crescimento desigual dos grãos, onde
alguns poucos grãos cresceram e a grande maioria dos grãos permaneceu menor.

Figura 1. Microscopia óptica – Amostra 1 com aumento de 100x

A Figura 2 apresenta a microscopia óptica da amostra 2 com estequiometria de


Ba3Nb1,5Co0,5Fe24O41. Observa-se que os grãos são maiores do que da amostra 4 (Figura 4),
porem menores do que a amostra 3 (Figura 3). Tal comportamento pode estar associado ao fato
de ter diminuído a concentração de cobalto, porém, outras análises precisam ser feitas.

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Figura 2. Microscopia óptica – Amostra 2 com aumento de 100x

Na figura 3 observa-se microscopia óptica da amostra 3, a qual possui quantidades iguais tanto
de nióbio quanto de cobalto (Ba3Nb1Co1Fe24O41). Observa-se que a amostra não é homogênea,
ou seja, apresenta outra fase além da hexaferrita. Outras caracterizações se fazem necessárias
a fim de se descobrir qual é a outra fase presente. É possível observar também, que essa
concentração de nióbio e cobalto tornou os grãos muito maiores do que em todas as outras
estequiometrias.

Figura 3. Microscopia óptica – Amostra 3 com aumento de 100x

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A Figura 4 apresenta a microscopia óptica da amostra 4, cuja estequiometria é


Ba3Nb0,5Co1,5Fe24O41. Tal amostra possui uma quantidade maior de cobalto e menor de nióbio
em sua estequiometria. O fato de ter aumentado o teor de cobalto aparentemente fez com que
o tamanho médio dos hexágonos aumentasse.

Figura 4. Microscopia óptica – Amostra 4 com aumento de 100x

A Figura 5 apresenta a micrografia da amostra 5, onde pode se observar a formação de


hexágonos que são característicos de hexaferritas de cobalto, conforme relatado na literatura
[6]. Observa-se também a uniformidade dos grãos, pois os hexágonos possuem tamanhos
aproximados.

Figura 5. Microscopia óptica – Amostra 5 com aumento de 100x

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3.2 Difração de raios X


A Figura 6 apresenta o difratograma de raios X da amostra 5 (Ba3Co2Fe24O41). Observou-se
que, a fase com 61,93 % da composição foi a Co2Z, apresentando também 37,85% como fase
secundaria de Co2W e um percentual muito baixo, porém relevante de 0,22% de Co 2Y. A
utilização da atmosfera rica em oxigênio elevou o percentual da fase de Co2Z quando
comparada a artigos encontrados na literatura [3][7].

Figura 6. Difratograma de raios X da amostra 5 tendo picos das 3 fases identificados.

3.3 Microscopia Eletrônica de Varredura


A microestrutura da superfície da amostra 5 é apresentada na Figura 7. Nota-se a ocorrência de
grãos facetados característicos do tipo Z, devido à estrutura cristalina hexagonal, mostrando
que houve a densificação dos óxidos na amostra.

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Figura 7. Microscopia eletrônica de varredura da amostra 5 (a) aumento de 200 μm e (b)


aumento de 5 μm da área demarcada pelo círculo, onde uma região de alta pressão ocasionou
a formação de vários cristais hexagonais.

4. Próximas Etapas
Análises de difração de raios X e microscopia eletrônica de varredura das amostras 1,2,3 e 4.

5. Conclusões
A análise superficial das amostras, utilizando-se um microscópio óptico, apresentou a presença
de estruturas hexagonais, que são características de hexaferritas. A substituição de cobalto por
nióbio resultou um crescimento de grãos mais uniforme na estequiometria
Ba3Nb0,5Co1,5Fe24O41, com uma área média de 8,263 μm2. Já para a estequiometria
Ba3Nb1Co1Fe24O41, o aumento da concentração de nióbio resultou em grãos maiores, com área

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média de 22,37 μm2 e muito menos uniformes. Concentrações maiores resultaram em uma
diminuição nos tamanhos de grão, como é o caso da estequiometria Ba3Nb1,5Co0,5Fe24O41 que
apresentou um tamanho de grão médio de 4,806 μm2 e para a estequiometria Ba3Nb2Fe24O41
em um tamanho médio de 1,4139 μm2. A análise de DRX da amostra 5, de estequiometria
Ba3Co2Fe24O41, mostrou que a utilização de uma atmosfera rica em oxigênio resulta em uma
composição de 61,93% de Co2Z, 37,85% de Co2W e 0,22% de Co2Y. A análise por MEV
mostrou que a microestrutura da superfície da amostra 5 apresentou a ocorrência de grãos
facetados característicos de ferritas do tipo Z devido à estrutura cristalina hexagonal, mostrando
que ocorreu a densificação dos óxidos na amostra.

6. Potencial de Inovação
O potencial de inovação está na substituição do óxido de cobalto (Co2O3) por óxido de nióbio
(Nb2O5), devido ao fato do óxido de Nióbio (V) se apresentar em abundância no Brasil. O que
torna o material com um valor mais acessível, pois aproximadamente 98% do nióbio mundial
está no Brasil.

7. Divulgação dos Resultados


Não foi divulgado.

Referências

[1] DO, T. B. High temperature composite materials and magnetodieletric composites for
microwave application. 2010. 222f. Tese (Doutorado em Ciências e Engenharia dos
Materiais) - Universidade de Michigan, Ann Arbor.
[2] PULLAR, R. C. Hexagonal ferrites: A review of the synthesis, properties and applications
of hexaferrite ceramics. Progress in Materials Science, v. 57, n.57, p.1191-1334, Apr. 2012.
[3] ZANELLA, Glauco Pavanelli. Síntese de hexaferrita de Co-Ba para aplicações no
encapsulamento de sensores e em RADOME na faixa de RF e micro-ondas. 2013. 82f.
Tese de mestrado em Sensores e Atuadores Espaciais – Instituto Tecnológico de Aeronáutica,
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,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  



 3,%,&3,%,7,5(/$7Ï5,2),1$/

7tWXORGRSURMHWRGHSHVTXLVD &RPSyVLWRVGHTXLWRVDQDHGHULYDGRGHJUDIHQRREWLGR
SRUHVIROLDomRHOHWURTXtPLFD
%ROVLVWD .DXr)LOLSH5LEHLURGH0RXUD6HQD(XJrQLR
2ULHQWDGRU D  (PHUVRQ6DUPHQWR*RQoDOYHV
3HUtRGRDTXHVHUHIHUHRUHODWyULR $JRVWRGHD-XOKRGH

5HVXPR
$ HODERUDomR GH FRPSyVLWRV VHQVRULDLV WHP DPSOD DSOLFDomR QD LQG~VWULD DHURQiXWLFD H
DHURHVSDFLDOHpHVWXGDGRDILPGHJDUDQWLURDFRPSDQKDPHQWRGDVD~GHGDWULSXODomRGXUDQWH
DVPLVV}HVGHIRUPDUiSLGDHHILFLHQWH$iJLOGHWHFomRGHGRHQoDVRXGHQtYHLVKRUPRQDLV
DWUDYpV GHVHQVRUHV SUHYLQH SRVVtYHLV DFLGHQWHV HDWpyELWRVQDiUHDPLOLWDU (P JHUDO HVWHV
GLVSRVLWLYRV XWLOL]DP PDWHULDLV HOHWURDWLYRV FDSD]HV GH WUDQVIRUPDU UHDo}HV TXtPLFDV HP
VLQDLV HOpWULFRV 'HQWUH RV LQ~PHURV PDWHULDLV GLVSRQtYHLV H[LVWH R JUDIHQR 2 SUHVHQWH
WUDEDOKRYLVDDVtQWHVHHOHWURTXtPLFDGRJUDIHQRQDSUHVHQoDGDTXLWRVDQDDSDUWLUGRJUDILWH
XP PpWRGR SURPLVVRU GH VtQWHVH TXH HQYROYH EDL[R FRQVXPR GH UHDJHQWHV H GH UHMHLWRV
DGDSWDGR GH DFRUGR FRP DV DSOLFDo}HV HVWDEHOHFLGDV 2 PDWHULDO VRPHQWH IRL HVIROLDGR HP
PHLRiFLGRHHPPLVWXUDGHHOHWUyOLWRV2DSDUDWRIRLPRQWDGRHPXPDFHODHOHWURTXtPLFDGH
GRLV HOHWURGRV 2 PDWHULDO REWLGR IRL FDUDFWHUL]DGR XWLOL]DQGR 0LFURVFRSLD HOHWU{QLFD GH
YDUUHGXUD 0(9)(* H(VSHFWURVFRSLD5DPDQRVTXDLVDSUHVHQWDUDPUHVXOWDGRVSUy[LPRV
WDQWRQDHVWUXWXUDPRUIROyJLFDTXDQWRTXtPLFD&RQWXGRRPHVPRDLQGDQmRIRLRSUHWHQGLGR
GRHVWXGR

2EVHUYDomR
$DSOLFDomRSUHYLVWDGHXVRGRELRSROtPHURFDSD]GHDQFRUDUPROpFXODVELRVHQVtYHLVQmRIRL
SRVVtYHOVHQGRXPDGDVFDXVDVDSDQGHPLDGR&29,'RTXDODIHWRXSDUWHGRSURJUHVVR
GDSHVTXLVD







,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  

,QWURGXomR
1RV ~OWLPRV DQRV SHVTXLVDV H GHVHQYROYLPHQWRV QR FDPSR GRV ELRVVHQVRUHV JDQKDUDP
FUHVFHQWH H[SDQVmR SRU VXDV YDQWDJHQV H SURSULHGDGHV FRPR IHUUDPHQWDV DQDOtWLFDV
HVSHFLDOPHQWH R SRWHQFLDO PLQLDWXUL]DomR SRUWDELOLGDGH EDL[R FXVWR H XVR DPLJiYHO HP
FRPSDUDomRFRPRXWURVPpWRGRVEDVHDGRVHPODERUDWyULREHPHVWDEHOHFLGRV>@
8PVHQVRUpXPGLVSRVLWLYRTXHUHFHEHHUHVSRQGHDXPVLQDOHRFRQYHUWHHPIRUPDHOpWULFD
PDJQpWLFD TXH SRGH VHU XVDGR HP XP PHLR HOHWU{QLFR 2 VHQVRU XVDGR SDUD RV VLVWHPDV
ELROyJLFRVpFRQKHFLGRFRPRELRVVHQVRU )LJXUD 8PELRVVHQVRUpXPGLVSRVLWLYRDQDOtWLFR
TXHXWLOL]DUHDo}HVELRTXtPLFDVHVSHFtILFDVPHGLDGDVSRUXPUHFRQKHFLPHQWRELROyJLFR>@

(OHWURGRGH7UDEDOKR

(OHWURGRGH5HIHUrQFLD
&RUWLVRO

&RQWUDHOHWURGR
$QWLFRUSRDQWLFRUWLVRO

)LOPHVGH&6U*2


)LJXUD±(VWUXWXUD%LRVVHQVRU (ODERUDGRSHORDXWRU 

$WXDOPHQWH SHVTXLVDGRUHV HVWmR WUDEDOKDQGR DUGXDPHQWH SDUD HQFRQWUDU XP ELRVVHQVRU
PXOWLXVR GH ORQJD GXUDomR H EDL[R FXVWR 3DUD VXSHUDU HVVHV GHVDILRV RV FLHQWLVWDV
FRQFHQWUDUDP VXDV DWHQo}HV DRV SROtPHURV FRPSyVLWRV H QDQRFRPSyVLWRV $ TXLWRVDQD
)LJXUD pXPELRSROtPHURHFROyJLFRDEXQGDQWHHPDPELHQWHQDWXUDOFRPEDL[DWR[LFLGDGH
&RPRPDWHULDOIXQFLRQDODTXLWRVDQDRIHUHFHXPFRQMXQWR~QLFRGHFDUDFWHUtVWLFDV>@


)LJXUD±(VWUXWXUDTXtPLFDGD4XLWRVDQD$GDSWDGRGH>@



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  



2JUDIHQRWHPVLGRRPDWHULDOPDLVXWLOL]DGRMXQWRDRVSROtPHURVSDUDIXQFLRQDOL]iORVXPD
YH] LQFRUSRUDGR QRV PHVPRV HOHV DGHUHP SURSULHGDGHV HOpWULFDV WpUPLFDV H PHFkQLFDV
VXUSUHHQGHQWHV GHYLGR D VXD HVWUXWXUD TXtPLFD 2 JUDIHQR p FRQVWLWXtGR GH XPD FDPDGD GH
iWRPRVGHFDUERQRVSDUUDQMDGRVHPXPDHVWUXWXUDKH[DJRQDO )LJXUD (QWUHRVGLYHUVRV
PpWRGRV D VtQWHVH DWUDYpV GD HVIROLDomR HOHWURTXtPLFD GR JUDILWH WHP FKDPDGR DWHQomR SRU
VXDIDFLOLGDGHHTXDOLGDGHQDREWHQomRGRPDWHULDOVHFRPSDUDGRDRVRXWURVPpWRGRVRXVR
GHSRXFRVUHDJHQWHVDOpPGHFDXVDUPHQRVLPSDFWRDPELHQWDOHUHGXomRGHFXVWRV


)LJXUD±(VWUXWXUDTXtPLFDGRJUDIHQR$GDSWDGRGH>@

(VWH WUDEDOKR p XPD UDPLILFDomR GR WUDEDOKR GH 7HVH GH 'RXWRUDGR GD GLVFHQWH 0LOHQD
1DNDJDZD GH $UUXGD FXMR SURMHWR HQYROYH R GHVHQYROYLPHQWR GH GLVSRVLWLYRV VHQVRULDLV
HOHWURTXtPLFRV TXH YLVDP DXPHQWDU D VHJXUDQoD HP YRR H R PHOKRU JHUHQFLDPHQWR GH VHXV
IDWRUHV KXPDQRV GH ULVFR 6HX REMHWLYR p D REWHQomR VLVWHPiWLFD GH ELRVHQVRUHV XVDQGR
FRPRWUDQVGXWRUy[LGRGHJUDIHQRUHGX]LGRFRPSRWHQFLDODSOLFDomRHPVHJXUDQoDGHYRR
j EDVH GH y[LGR GH JUDIHQR UHGX]LGR TXLWRVDQD H DQWLFRUSRV VHOHWLYRV SDUD GHWHFomR GH
FRUWLVROUHODFLRQDGRjIDGLJDGHDYLDGRUHV

$WpFQLFDGHHVIROLDomRHOHWURTXtPLFDFRQVLVWHHPR[LGDUH[SDQGLUHHVIROLDURJUDILWHDWUDYpV
GH SURFHVVRVHOHWURTXtPLFRV 8P HOHWURGR GH JUDILWH H XP FRQWUD HOHWURGR VmR LPHUVRV HP
XPD VROXomR HP VHJXLGD DSOLFDVH XPD GLIHUHQoD GH SRWHQFLDO HQWUH RV HOHWURGRV 1R
SURFHVVR RFRUUH D LQVHUomR GH tRQV GR HOHWUyOLWR HQWUH DV IROKDV GH JUDIHQR QD HVWUXWXUD
JUDItWLFD HOHWURGR GH WUDEDOKR  URPSHQGR HQWmR VHX HPSLOKDPHQWR REWHQGR DVVLP ODPHODV
VHSDUDGDV GH JUDIHQR )LJXUD   DV TXDLV DQWHULRUPHQWH HVWDYDP XPDV VRE DV RXWUDV
RULJLQDGDVGDPDWpULDSULPDRJUDILWH



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  




)LJXUD'LDJUDPDHVTXHPiWLFRGDFRQILJXUDomRGDVtQWHVH$GDSWDGRGH>@

0DWHULDLVH0pWRGRV
$V HVIROLDo}HV HOHWURTXtPLFDV GR JUDILWH IRUDP UHDOL]DGDV HP XPD FRQILJXUDomR GH GRLV
HOHWURGRV SDUD LVVR IRUDP XWLOL]DGRV JUDILWHV HP IRUPDWRV FLOtQGULFRV 1DWLRQDO &DUERQ
&RPSDQ\  XP FRP PDLRU iUHD IXQFLRQDQGR FRPR FRQWUD HOHWURGR H RXWUR FRP PHQRU iUHD
VHQGRRHOHWURGRGHWUDEDOKRFRPRPRVWUDD )LJXUD 6ROXo}HVDTXRVDV0GH+62 H
XPD VROXomR PLVWD GH 1+ 62 1+ +32 QD FRQFHQWUDomR  YY   1(21
&RPHUFLDO IRUDPXWLOL]DGRVFRPRHOHWUyOLWR9ROXPHGHP/GHFDGDHOHWUyOLWRIRLXVDGR
HPSURYHWDVGLVWLQWDVIXQFLRQDQGRFRPRFpOXODVHOHWUROtWLFDV
8PD WHQVmR GH 9 IRL DSOLFDGD DV FpOXODV DWUDYpV GH XPD IRQWH GH DOLPHQWDomR 0&( 
0LFURWpFQLFD 6LVWHPDV GH (QHUJLD  DWp D HVIROLDomR FRPSOHWD UHVXOWDQGR QR GHFDLPHQWR GD
FRUUHQWHSDUD$ K 







)LJXUD±&pOXODHOHWUROtWLFDXWLOL]DGDQDHVIROLDomRGRJUDILWH,QtFLRGDHVIROLDomR $ ILQDO
GDHVIROLDomR % 




,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  



3RVWHULRUPHQWHD HVIROLDomRHOHWURTXtPLFDRPDWHULDO REWLGRIRLILOWUDGR HODYDGR FRP iJXD


GHLRQL]DGD H LVRSURSDQRO SDUD D UHPRomR UHVLGXDO GH iFLGRV H VDLV XVDQGR XP VLVWHPD GH
ILOWUDomRDYiFXR )LJXUD 2PDWHULDOFROHWDGRIRLOHYDGRDHVWXIDGXUDQWHKRUDDR&H
LGHQWLILFDGRFRPRJUDIHQRHOHWURTXLPLFDPHQWHHVIROLDGR±((* )LJXUD 








)LJXUD±)LOWUDomRDYiFXR

5HVXOWDGRV









)LJXUD±((*DSyVVXDILOWUDomR

$ 0LFURVFRSLD HOHWU{QLFD GH YDUUHGXUD 0(9 =HLVV PRGHOR /(2   IRL XWLOL]DGD SDUD
FDUDFWHUL]DUDPRUIRORJLDGDVQDQRHVWUXWXUDVGRV((*VHVIROLDGRVHP+620HWDPEpP
GR JUDILWH XWLOL]DGR SDUD D HVIROLDomR $ )LJXUD D  GL] UHVSHLWR DR HOHWURGR DQWHV GD
HVIROLDomR p QRWyULR TXH DV SDUWtFXODV GH FDUERQR HVWmR DJORPHUDGDV VREUH D HVWUXWXUD GD
³KDVWH´XWLOL]DGDFRPRPDWpULDSULPDSDUDDREWHQomRGR((*&RPRDHVWUXWXUDGRJUDILWHMi
p FRQKHFLGD SRU OLWHUDWXUD SRGHVH GL]HU TXH QHVWD LPDJHP DV ODPHODV JUDIrQLFDV HVWmR



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  



HPSLOKDGDV HQWUH VL $SyV D HVIROLDomR HOHWURTXtPLFD p SRVVtYHO REVHUYDU D H[SDQVmR GR
PDWHULDO GRHOHWURGRGH FDUERQR )LJXUD E GHFRUUHQWHGRSURFHVVR GHR[LGDomRVRIULGR R
TXDO RFRUUHX D SRVVtYHO LQWHUFDODomR GRV kQLRQV GR HOHWUyOLWR 62  HQWUH DV FDPDGDV GH
FDUERQRDPEDVDVLPDJHQVIRUDPIHLWDVFRPDXPHQWRGH[

)LJXUD D JUDILWHDQWHVGDHVIROLDomRDJORPHUDomRGHHVWUXWXUDVFDUERQRVDVSUHVHQWHV E 
JUDILWHDSyVDHVIROLDomRHVWUXWXUDJUDItWLFDDSUHVHQWDGHVSUHQGLPHQWRGHFDPDGDVGHJUDIHQR

$DQiOLVH )(*± )LHOG (PLVVLRQ*XQ IRLXWLOL]DGDSDUDFDUDFWHUL]DUDPRUIRORJLDGR((*
VLQWHWL]DGR FRP 1+ 62 1+ +32 FRPR PRVWUDGR QD )LJXUD   &RP DXPHQWR GH
[ D WRSRJUDILD GR PDWHULDO GHQRWD PXLWRV SRQWRV UXJRVRV H SRURVRV GH GLYHUVRV
WDPDQKRV VREUH D UHJLmR UHVXOWDGR GR PDWHULDO HVWDU SRU FLPD GR ILOWUR GR R TXDO QmR IRL
VHSDUDU DV SDUWtFXODV QDQRPpWULFDV UHVXOWDQWHV GHVWD HVIROLDomR FDUDFWHUtVWLFDV DV TXDLV QmR
VmRWmREHQpILFDVSDUDDXWLOLGDGHGHVHMDGDMiGHVFULWDHPOLWHUDWXUD )LJXUDD &RPRHIHLWR
GH XPD HVIROLDomR QmR WmR HIHWLYD D )LJXUD E [ VHomR WUDQYHUVDO  UHWUDWD SHTXHQRV
HVSDoDPHQWRV HQWUH DV FDPDGDV RV TXDLV LQGLFDP DSHQDV R LQtFLR HQWUH D VHSDUDomR GDV
ODPHODVJUDItWLFDVHQWUHVHXV HPSLOKDPHQWRV TXDQGR RGHVHMDGRpXP HVSDoDPHQWRPDLRU H
DWpRGHVSUHQGLPHQWRWRWDOHQWUHDVPHVPDV

)LJXUD± D LPDJHPWRSRJUiILFDGR((* E LPDJHPGHVHomRWUDQVYHUVDOGR((*





,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  



2 5DPDQ +RULED 6FLHQWLILF /DE5$0 +5 (YROXWLRQ  IRL XWLOL]DGRFRP XP ODVHU FRP 
QP SDUD DYDOLDU D FRPSRVLomR HOHPHQWDU GR PDWHULDO DQWHV H GHSRLV GD HVIROLDomR FRPR
PRVWUDQD )LJXUDH ³*&´GL]UHVSHLWRDRJUDILWHDQWHVGDHVIROLDomRDVEDQGDVPDLV
HYLGHQWHV HP DSUR[LPDGDPHQWH  FP EDQGD *  LQWHQVD p D ~QLFD EDQGD SUHVHQWH HP
PDWHULDLV GH JUDILWHJUDIHQR FRPSOHWDPHQWH LVHQWRV GH GHIHLWRV HQTXDQWR DV GHPDLV HVWmR
UHODFLRQDGDVDRVGHIHLWRVHVWUXWXUDLVMiDEDQGDFPpLQGLFDWLYDGDHOHYDGDTXDOLGDGH
GR JUDILWH XVDGR FRPR PDWHULDO GH HOHWURGR FRQIRUPH GHVFULWR HP OLWHUDWXUD )(55$5,
  ³((* &´ UHWUDWD D FRPSRVLomR GR JUDILWH UHVXOWDQWH GD HVIROLDomR HOHWURTXtPLFD QD
UHJLmRHVSHFWUDOGHSULPHLUDRUGHPREVHUYDVHGRLVSLFRVFDUDFWHUtVWLFRVHPFPHHP
FPDVVRFLDGRVDEDQGD'H*UHVSHFWLYDPHQWH$EDQGD'DSUHVHQWDDOWDLQWHQVLGDGH
QmRVHQGRDOJRVDWLVIDWyULRSDUDDVtQWHVHXPDYH]TXHHVWHSLFRHVWiDVVRFLDGRDTXDQWLGDGH
GHGHIHLWRVQRPDWHULDOSURGX]LGRRXVHMDHVWiGLUHWDPHQWHOLJDGDDGHVRUGHPQDHVWUXWXUDGR
FDUERQRHIDOKDVQDUHGHFULVWDOLQD1DEDQGD*pSRVVtYHOH[WUDLULQIRUPDo}HVVREUHRJUDXGH
JUDILWL]DomR GD DPRVWUD H D H[WHQVmR GR HPSLOKDPHQWR 5$2 0$77( H
68%5$+0$1<$0   (P WRUQR GH  FP D EDQGD ' HVWi UHODFLRQDGD
GLUHWDPHQWH D RUJDQL]DomR HVWUXWXUDO QR SODQR ELGLPHQVLRQDO GR JUDIHQR 5$2 0$77( H
68%5$+0$1<$0 









)LJXUD± *& JUDILWHDQWHVGDHVIROLDomR ((*& JUDILWHDSyVDHVIROLDomR

$HVIROLDomRUHDOL]DGDHP 1+ 62 1+ +32WDPEpPDSUHVHQWRXSLFRVFDUDFWHUtVWLFRV
PXLWRV VHPHOKDQWHV D RXWUD HVIROLDomR HP  FP %DQGD '  H HP DSUR[LPDGDPHQWH
 FP %DQGD *  DPEDV UHODFLRQDGDV FRP GHIHLWRV HVWUXWXUDLV H HPSLOKDPHQWR GDV
ODPHODV$DOWDLQWHQVLGDGHpQRWyULDDVVLPFRPRQDVtQWHVHDTXDOVHXWLOL]RX+62



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  





'
 *
,QWHQVLW\DX



 '
'

'



     

 5DPDQVKLIWFP
)LJXUD±((*HVIROLDGRFRP 1+ 62 1+ +32

3Uy[LPDV(WDSDV
2VSUy[LPRVSDVVRVDVHUHPWRPDGRVpDUHDOL]DomRGDHVIROLDomRHOHWURTXtPLFDFRPDDGLomR
GRELRSROtPHURTXLWRVDQDLQFRUSRUDGRQRHOHWUyOLWRSRLVDSHQDVIRLSRVVtYHOVLPXODURPHLR
HP TXHDJUDILWHVHULD R[LGDGDRXVHMDR PHLRiFLGR H D PLVWXUD GHHOHWUyOLWRV 1D VtQWHVH
VHUmR QHFHVViULDV DV GHYLGDV DOWHUDo}HV D ILP GH PHOKRUDU R FRQWUROH GR QtYHO GH R[LGDomR
SDUDDREWHQomRGHXP PDWHULDOPDLV DGHTXDGR HFRPPHQRVGHIHLWRVSDUDDXWLOL]DomRHP
TXHVWmR &DUDFWHUL]Do}HV PDLV UHILQDGDV GR PDWHULDO REWLGR DV TXDLV QmR IRUDP SRVVtYHLV
UHDOL]DU '5; %(7 )7,5  HQWUH RXWURV VHUmR GH IXQGDPHQWDO LPSRUWkQFLD SDUD R
FRQKHFLPHQWRDSXUDGRGRPDWHULDOUHVXOWDQWHGHWHUPLQDQGRDVVLPVXDPRUIRORJLDHHVWUXWXUD
TXtPLFD
$OpP GDDSOLFDomRGLUHWDGRFRPSyVLWR JUDIHQR LQFRUSRUDGRQD TXLWRVDQD VRE HOHWURGRV D
ILPGHDQDOLVDUDWUDYpVGHHQVDLRVHOHWURTXtPLFRVFRPRYROWDPHWULDFtFOLFDRFRPSRUWDPHQWR
GRELRVVHQVRUSURSRVWRDSyVDREWHQomRGRPHVPR

&RQFOXV}HV
'LDQWHGLVVRIRLSRVVtYHOFRPSUHHQGHUDDWLYLGDGHDTXDOLUiRFRUUHUGXUDQWHDHVIROLDomRGR
JUDILWHQDTXLWRVDQDpHYLGHQWHTXHSDUkPHWURVGXUDQWHDVtQWHVHGHYHPVHUDMXVWDGRVFRPR
WHPSHUDWXUD WHQVmR H PRGLILFDomR GR HOHWUyOLWR $OpP GH HVWXGRV H EXVFDV GH URWDV SDUD R
DSHUIHLoRDPHQWRGRSURFHVVRHOHWURTXtPLFRDILPGHVHWHUXPDPHOKRUREWHQomRGR((*




,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  



7DQWR R PHLR iFLGR FRPR D PLVWXUD GH HOHWUyOLWRV GH PDQHLUD JHUDO DSUHVHQWDUDP R VHX
GHVHPSHQKRGXUDQWHRSURFHVVRIRLQRWyULRTXHRVHOHWUyOLWRVH[HUFHUDPVRERFDUERQRRILP
GHVHMDGR D HVIROLDomR 1R HQWDQWR DV DQiOLVHV 0(9 5$0$1 H )(* QmR DSUHVHQWDP
FDUDFWHUtVWLFDV QR PDWHULDO DV TXDLV VHULDP LGHDLV SDUD R XVR HP TXHVWmR XP PHQRU
HPSLOKDPHQWRPHQRVGHIHLWRVHXPDPHOKRURUJDQL]DomRGDVSDUWtFXODV2((*DSUHVHQWRX
FDUDWHUtVWLFDVSUy[LPDVDRy[LGRGHJUDIHQRRTXDOpH[FHOHQWHSDUDRXWURVILQV
&RQWXGR R GHVHQYROYLPHQWR DWp DTXL IRL GH JUDQGH H IXQGDPHQWDO LPSRUWkQFLD SDUD R
DQGDPHQWRGDSHVTXLVDFRPRGLWRDQWHULRUPHQWHIDWRUHVH[WHUQRVGHFHUWDIRUPDLPSHGLUDP
R SURJUHVVR GD PHVPD p HYLGHQWH D QHFHVVLGDGH GH PDLV WHPSR GH HVWXGR H DMXVWHV QR
VLVWHPDRVTXDLVFHUWDPHQWHVHUmRLQGLVSHQViYHLVSDUDDOFDQoDUPRVRPDWHULDOGHVHMDGRHGH
JUDQGHSRWHQFLDOFLHQWLILFR
&RPR WUDEDOKR IXWXUR SDUD FRQIHFomR GH ELRVVHQVRUHV VHUmR SUHSDUDGRV KLGURJpLV GH
TXLWRVDQD GH PDVVD PRODU PpGLD  N'D RX SROLHWLOHQLPLQD D WHVWDU WHQGR FRPR DGLWLYR
HOHWURDWLYRU*2QDQRSDUWLFXODGRGHSRLVGHXOWUDVVRQLILFDomR$SyVFRUUHomRGRS+JRWHMDU
VHi D PLVWXUD VREUH PLFURHOpWURGRV GH JUDIHQR &RPR SURYHLWR QD 7HVH GH 'RXWRUDGR
VXSUDFLWDGD DSyV IRUPDomR GH ILOPHV ILQRV p UHFREHUWD D VXSHUItFLH GR PLFURHOpWURGR FRP
DQWLFRUSR SROLFORQDO HVSHFtILFR SDUD FRUWLVRO $% GD 0HUFN0LOOLSRUH 2 UHJLVWUR GD
FDSDFLWkQFLD YLD (VSHFWURVFRSLD GH ,PSHGkQFLD (OHWURTXtPLFD FRP H VHP R FRQWDWR FRP R
FRUWLVROSDUDFDOLEUDomRGHVXDFRQFHQWUDomRGHYHUiVHUXWLOL]DGR

3RWHQFLDOGH,QRYDomR
$REWHQomRGHVHQVRUHVHOHWURTXtPLFRVFRPRWDPEpPGHFRPSyVLWRVDEDVHGHJUDIHQRWHP
FKDPDGR D DWHQomR GD FRPXQLGDGH FLHQWLILFD GH WRGR R PXQGR 3RLV DPERV VmR XPD
QHFHVVLGDGHGDVRFLHGDGHDWXDO2VHQVRUHPVXDVUiSLGDVHSUHFLVDVUHVSRVWDVQDiUHDPpGLFD
H RV FRPSyVLWRV GH JUDIHQR RV TXDLV SRVVLELOLWDP HVVD VHQVLELOLGDGH HQWUH RXWUDV
FDUDFWHUtVWLFDVMiGHVFULWDVDQWHULRUPHQWHHPGLYHUVRVPDWHULDLVSROLPpULFRV
2SRWHQFLDOGHLQRYDomRGHVWHWUDEDOKRHVWiGLUHWDPHQWHUHODFLRQDGRDLVVRXPDYH]TXHVH
SUHWHQGH REWHU XP FRPSyVLWR FRP SURSULHGDGHV H[FHOHQWHV SDUD VHU XWLOL]DGR HP VHQVRUHV
DWUDYpVGDHVIROLDomRHOHWURTXtPLFDGRJUDILWHQDTXLWRVDQD

'LYXOJDomRGRV5HVXOWDGRV
1mRIRLSRVVtYHODGLYXOJDomRGHQHQKXPUHVXOWDGRQHVWHSHUtRGRGDSHVTXLVD



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD  



5HIHUrQFLDV
>@)557HOHV/3)RQVHFD0DWHULDOV6FLHQFHDQG(QJLQHHULQJ&  ±
>@<=RX&;LDQJ/;6XQ);X%LRVHQVRUVDQG%LRHOHFWURQLFV  ±
>@06$ODHMRV)-*0RQWHORQJR&KHPLFDO5HYLHZV  ±
>@ 6XGKHHVK . 6KXNOD $MD\ . 0LVKUD &KLWRVDQEDVHG QDQRPDWHULDOV $ VWDWHRIWKHDUW
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Instituto de Aeronáutica e Espaço
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica

Relatório Final
PIBIC 2019/2020
Título do projeto de pesquisa: Medição do tensor de inércia de engenhos espaciais

Bolsista: KHALIL VICENTE ABDOUNI

Orientador(a): WANDERLEY PIRES CUNHA


Período a que se refere o relatório: Agosto de 2019 a Julho de 2020

Resumo
Na primeira etapa deste trabalho, projetou-se e fabricou-se um cilindro de alumínio para
servir como um corpo de prova para o estudo de momento e produto de inércia. Nesse
cilindro, foram colocadas massas em posicionamentos específicos para gerar um
desbalanceamento no cilindro. A este dispositivo foi dado o nome ADA, devido às três
configurações propostas para este estudo: Avião, Dzhanibekov e Aleatório. As massas
que foram utilizadas são pesos padrão da máquina POI3200M Space Eletronics,
pertencentes ao Laboratório de Propriedades de Massa da Divisão de Ensaios do
Instituto de Aeronáutica e Espaço, IAE/AIE/LPMA. O experimento utilizará um fixador
que funcionará como elo entre o corpo de prova e o equipamento de medição, de forma
a possibilitar a rotação do corpo em 360º em torno dos eixos coordenados do corpo para
a medição indireta dos produtos de inércia. Neste relatório não são apresentadas
medições de momentos e produtos de inércia, devido à interrupção dos trabalhos do
LPMA determinados pela Instrução Normativa no 21 de 16 de Março de 2020, e da
Portaria no 544/GC3, de 6 de Maio de 2020, no âmbito do DCTA. São apresentadas,
entretanto, as formulações analíticas que darão base à sequência deste experimento e
resultados teóricos de peças individuais.

1. Introdução
Propriedades de massa compreendem os modos de corpo rígido, ao passo que vibrações
ou dinâmica estrutural, os modos de corpo flexível. A ciência que fundamenta o estudo
dos modos de corpo rígido é complexa e tem fundamental importância desde a fase do
projeto inicial de um veículo espacial até sua montagem, embora seja geralmente
subestimada [1]. Neste relatório utilizamos o corpo de prova ADA, acrônimo para
Avião, Dzhanibekov e Aleatório.
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2. Fundamentação teórica

Neste trabalho são apresentadas as formulações analíticas nas quais os procedimentos


de medição da matriz de inércia do corpo rígido ADA são baseados, utilizando-se o
método do pêndulo de torção invertido [2]. Esse método pode ser demonstrado a partir
da aplicação do Princípio de D’Alembert a um sistema massa-mola de torção de 1 grau
de liberdade [3,4] (Figura 1).

Figura 1. Pêndulo de torção constituído por mola de torção e disco.

A aplicação de uma perturbação inicial no pêndulo de torção implica em um


movimento oscilatório que é proporcional ao deslocamento angular θ do disco. Sabe-se
que devido à energia interna da mola, haverá um torque de restauração interno WA
proporcionalidade é dada pela constante de torção da mola, Kt, conforme a Eq. (1).
W = -KtT (1)
ondeT é o ângulo de deslocamento do ponto de equilíbrio estático após uma
perturbação inicial, ou seja, após a aplicação de um torque inicial instantâneo no disco.
A esse torque de restauração da energia interna da mola de torção expresso pela Eq. (1),
aparece um torque de reação, devido à capacitância mecânica de rotação correspondente
à placa circular, correspondente ao disco da Figura 1:
W = ID (2)
onde I é o momento de inércia do disco e D é a a acelaração angular do disco do sistema
massa-mola de rotação.
A Eq. (2) correspondente à segunda Lei de Newton no caso de translação F=ma, para o
caso de torção.
Sabendo-se que:
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(3)

(4)

onde D é a aceleração angular, resultante da aplicação do torque inicial e Z a velocidade


angular.
Considerando-se intervalos infinitesimais, quando a velocidade instantânea é definida
como aquela que atua durante um intervalo de tempo muito pequeno, tem-se como
resultado:

(5)

e da mesma forma:

(6)

assim sendo:

(7)

Usando o resultado da Eq. (7) e igualando as Eqs. (1) e (2), temos:


(8)
Dividindo a Eq. (8) pelo momento de inércia I, temos:

(9)

Reforçando as definições dos parâmetros da equação (9):

Kt constante de torção da mola;


T é o ângulo de deslocamento do ponto de equilíbrio estático após uma perturbação
inicial, ou seja, após a aplicação de um torque inicial instantâneo no disco; e
I é o momento de inércia do disco;
A partir da dinâmica dos corpos flexíveis, tem-se a seguinte equação da oscilação
harmônica de um sistema massa-mola, rotacional, de um grau de liberdade [5]:
(10)
onde é a frequência natural do sistema.
Sabendo-se que f =1/T, onde f é a frequência e T o período de oscilação do movimento
harmônico e comparando-se as equações (9) e (10), tem-se:
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(11)

Portanto:
(12)

Kt
Observando-se que a razão é constante e assim será definida neste trabalho como:
4S 2
Kt
C
4S 2
consequentemente, tem-se:
(13)

3. Materiais e métodos

Para a medição de momento de inércia, utilizamos neste trabalho o instrumento KSR


1320 Space Electronics, do LPMA (Figura 2).

Figura 2. Instrumento de medição de propriedades de massa KSR Space Electronics.


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O processo de medição do corpo-de-prova será feito em duas etapas. Primeiramente


com o fixador do corpo-de-prova ADA ao instrumento de medição, cujo período de
oscilação é definido como T0 (período de medição de “tara”). Logo em seguida fixa-se o
corpo-de-prova à configuração anterior e realiza-se a medição do período de oscilação
total, Tt. O resultado da medição é definido como a diferença entre a medição total e a
medição de tara. De acordo com as demonstrações que levaram à equação (13) do
movimento do pêndulo de torção invertido, tem-se:

(14)

4. Avaliação da incerteza da medição


Para se avaliar as incertezas associadas ao momento de inércia do corpo, utiliza-se a Lei
de Propagação de incertezas expressa pela equação [6,7]:
2
N
§ wy · 2
u 2
c ¦ ¨¨ ¸¸ u xi (15)
i 1 © wxi ¹
Na Eq. (15), y é a grandeza de saída, ou seja, o mensurando I. As grandezas xi são as
grandezas de entrada, ou seja, Tt e T0, consideradas neste trabalho como não
correlacionadas. As incertezas combinadas associadas às grandezas de entrada, u(xi),
são estimadas a partir da raiz quadrada positiva da equação: u2 = uA2 + uB2. A incerteza
uA é avaliada estatisticamente e a incerteza uB é a avaliada a partir de informações
prévias à medição tais como certificados de calibração de instrumentos, experiência
sobre o comportamento dos materiais e equipamentos, etc.
Aplicando a Eq. (15) na Eq. (14) temos:

(16)

que resulta em:


(17)
onde uTt é a incerteza associada à medição do período de medição na configuração
máquina+dispositivo de fixação+objeto medido e uT0 corresponde ao período de
medição na configuração máquina + dispositivo de fixação, ou seja, medição de tara [1].

5. Resultados
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Foi realizada uma medição dimensional das peças que compõem as configurações do
corpo ADA para a realização dos cálculos teóricos do momentos e produtos de inércia
das configurações [9].
5.1. Medições experimentais.
A Figura 4 apresenta as dimensões do cilindro central do ADA: L é o comprimento, d é
o diâmetro e a é o raio. A sua massa é representada por mc. (Na Figura 3 ele está
posicionado na horizontal).

Figura 3. Dimensões do cilindro central do ADA.


No cilindro central do corpo são acoplados pesos de esbalanceamento que foram
nomeados N1, N2, N3 e N4 para as peças cilíndricas, e A1, A2 e A3 para as peças em
forma de anel. Nas configurações do ADA, utilizamos 1 peso N1, 1 peso N2, 2 pesos
N3 e 2 pesos N4. A configuração aleatório emprega 1 anel A1, 1 anel A2 e 1 Anel A3.
(Figura 4). Para as configuração completa com corpos de desbalanceamento, o eixo x é
paralelo ao comprimento do cilindro central.

Figura 4. Apresentação dos pesos empregados no ADA.


As medições das peças cilíndricas e anéis de desbalanceamento são mostradas nas
Figuras 5 e 6, respectivamente. O sistema de eixos para as peças individuais está
também apresentado nas figuras.
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Figura 5. Medidas das peças cilíndricas.

Figura 6. Medidas dos anéis de desbalanceamento.


5.2. Cálculos de momentos de inércia individuais

A partir das medidas das dimensões das peças, foram realizados os cálculos de
momento de inércia individuais, tanto para as peças cilíndricas N1, N2(1), N2(2), N3
(1), N3 (2) e N4, quanto para os anéis A1, A2 e A3. Note que para os pesos padrão
individuais, temos o sistema de referência apresentado na Figura 5, ou seja, rolamento
em x. Para os anéis, o sistema de referência está apresentado na Figura 6.
5.2.1. Cilindros
1
Ix ma 2 (18)
2
Onde Ix é o momento de inércia de rolamento, cuja incerteza é definida como segue:
2 2
§ wI · § wI ·
u I2 == ¨ x ¸ u m2 + ¨ x ¸ u a2 (19)
x
© wm ¹ © wa ¹

de onde se obtém:
2
ª1 2 º 2
«¬ 2 a »¼ u m  >ma @ u a
2 2
u I2x (20)

No caso de cilindros simétricos, os momentos de inércia de arfagem e de guinada, Iz e Iy


respectivamante, são iguais. Os momentos Iz e Iy são expressos por:
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m 3a 2  L2
1
Iz Iy (21)
12

As incertezas associadas a esses parâmetros são definidas por:


2 2 2
§ wI y , z · 2 § wI y , z · 2 § wI y , z · 2
'I y 'I z u I2y u I2z u B2 ¨¨ ¸¸ u m  ¨¨ ¸¸ u a  ¨¨ ¸¸ u L (22)
© wm ¹ © wa ¹ © wL ¹

2 2 2

u I2y , z
ª1 2
2 º 2 ª1

º 2 ª1 º 2
«¬12 3a  L »¼ u m  «¬ 2 ma »¼ u a  «¬ 6 mL »¼ u L (23)

5.2.2. Anéis
As fórmulas dos momentos de inércia dos anéis, a partir de suas dimensões medidas
utilizando-se uma escala milimetrada como instrumento de medição e uma balança de
precisão para medir a massa m, são definidas por [9]:

m a12  a22
1
Ix (24)
2

onde Ix é o momento de rolamento, a1 é o raio interno e a2 é o raio externo do anel.


Sendo as incertezas definidas como:
2 2 2
§ wI · § wI · § wI · 2
u I2 = ¨ x ¸ u m2 + ¨¨ x ¸¸ u a21 ¨¨ x ¸¸ u a2 (25)
x
© wm ¹ © wa1 ¹ © wa 2 ¹

Que resulta em:


2

u I2x
ª1 2 2 º 2

« 2 a1  a 2 » u m  ma1 u a1  ma2 u a2
2 2 2 2
(26)
¬ ¼

E os momentos de inércia de arfagem, Iy, e guinada, Iz:

Iy Iz
1
12
>
m 3 a22  a12  L2 @ (27)

onde os momentos de inércia de arfagem e guinada Iy e Iz são idênticos devido ao fato


dos anéis serem simétricos radialmente. E suas expressões definindo as incertezas:
2 2 2
§ wI y , z · 2 § wI y , z · 2 § wI y , z · 2 § wI y , z · 2
u I2y , z = ¨¨ ¸¸ u m + ¨¨ ¸¸ u a1 ¨¨ ¸¸ u a2  ¨¨ ¸¸u L (28)
© wm ¹ © wa1 ¹ © wa 2 ¹ © wL ¹

Onde Iy=Iz=Iy,z como referência nas equações relativas aos momentos de inércia de
arfagem e de guinada, respectivamente.
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2 2 2
ª1 L2 º
u 2
I y,z
4
12
§m ·
2
§m ·
2
§1
6
·
= « a 22  a12  » u m2 + ¨ a1 ¸ u a21 ¨ a 2 ¸ u a22  ¨ mL2 ¸u L2 (29)
¬ ¼ © ¹ © ¹ © ¹

Os momentos de inércia individuais dos pesos e anéis estão apresentados na Tabela 1.


Os cálculos foram realizados com os valores mostrados nas Figuras 6 e 7. Os sistemas
de eixo utilizados estão em conformidade com estas figuras. Em etapas futuras do
trabalho, estes valores serão comparados com os dados experimentais assim que for
possível realizar a coleta de dados no laboratório. Os valores de incerteza associadas aos
momentos de inércia serão estimados a partir dos dados experimentais.
Tabela 1. Valores de momento de inércia. Unidade kgxm2.
Ix Iy = Iz
Cilindro central 0,00625 0,33690
N1 0,00006 0,00003
N2 0,00016 0,00013
N3 (1) 0,00051 0,00163
N3 (2) 0,00051 0,00163
N4 (1) 0,00828 0,00966
N4 (2) 0,00827 0,00965
A1 0,00232 0,00124
A2 0,00230 0,00123
A3 0,00232 0,00124

6. Próximas Etapas
Nas próximas etapas deste trabalho serão feitos, primeiramente, os cálculos teóricos de
produtos de inércia das três configurações do dispositivo ADA, baseados na medições
dimensionais. Em seguida, serão realizados experimentos com o Instrumento KSR 1320
Space Electronics. A partir dos resultados desses experimentos, os valores teóricos
calculados através das fórmulas serão comparados com os medidos. Os efeitos dessas
configurações ADA sobre a dinâmica de um veículo espacial serão analisados e serão
feitas recomendações para se evitar a configuração Dzhanibekov, em satélites e sondas
espaciais.

7. Conclusões
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A primeira fase deste trabalho foi dedicada ao desenvolvimento analítico do presente


método de medição da matriz de inércia de um corpo, o que foi apresentado neste
relatório.
A modelagem matemática para a avaliação de incerteza associada à medição foi
desenvolvida, porém os valores só serão apresentados a partir da obtenção das medições
a serem realizadas no laboratório PMA do IAE.

8. Referências
[1] GREENSPUN.R.J.:Introduction to System Engineering, A Launchspace
Professional Training Course, conducted at Centro Técnco Aeroespacial (CTA), São
José dos Campos, SP, Brasil, 2007.
[2] WIENER.K., BOYNTON. R.:Using the "Moment of Inertia Method" to Determine
Product of Inertia, 51st Annual Conference of the Society of Allied Weight Engineers,
at Hartford, Connecticut May, 18-20, 1992.
[3] CRAIG.R.R.:Structural Dynamics, An Itroduction to Computer Methods,
[4] CUNHA, W,P.,CONSIGLIERI, C., NISHIMOTO,R.: Relatório Técnico ETE 003
1987,Divisão de Ensaios, Instituto de Aeronáutica e Espaço, IAE/CTA, São José dos
Campos, SP, 1987.
[5] DOEBELIN.E.O:Measurement System, Aplication and Design, Third Edition,
Department of mechanical Engineering, The Ohio State University, International
Student Edition,McGraw-Hill International, 1983.
[6] JCGM 100. Evaluation of Measurement Data – Guide to the Expression of
Uncertainty in Measurement. BIPM, 2008. ISSN 1473-6691. ISBN 98-3: 2008.
Disponível em: <http//www.bipm.org/fr/publications/guides/gum.html>. Acessado em:
25 jun. 2020.
[7] ISO 5725:1986, “Precision of test methods – Determination of repeatability and
reproducibility for a standard test method by inter-laboratory tests, International
Organization for Standardization (Geneva, Switzerland)”.
[8] Ashbaugh, Mark S.; Chicone, Carmen Cushman, Richard H. “The Twisting Tennis
Racket”, Journal of Dynamics and Differential Equations. 3(1):67-85, January 1991.
[9] BEER, F.P. & JOHNSTON Jr., E.R. Mecânica Vetorial para Engenheiros. Vol. II,
Dinâmica. McGraw-Hill do Brasil, São Paulo, 1980, 3a. ed., 545 p.


,QVWLWXWR GH $HURQiXWLFD H (VSDoR


3URJUDPD ,QVWLWXFLRQDO GH %ROVDV GH ,QLFLDomR &LHQWtILFD

3,%,&3,%,7,5(/$7Ï5,2 ),1$/

7tWXORGRSURMHWRGHSHVTXLVD (VWXGRGDWHQVmRUHVLGXDOJHUDGDQRSURFHVVRGH
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%ROVLVWD /DULVVD)HUUHLUD3LQWR
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0ROLEGrQLRHPOLJDVGH$OXPtQLRH7LWkQLRSURSLFLRXXPDXPHQWRVLJQLILFDWLYRQDUHVLVWrQFLD
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PIBIC/PIBITI-RELATÓRIO FINAL

Título do projeto de pesquisa: Analise da existência de brisa oceânica no perfil


vertical do vento na base de lançamento de Alcântara.
Bolsista: Leandro Fortunato de Faria
Orientador: Cleber Souza Correa
Período a que se refere o relatório: De 01 de agosto 2019 a 31 de julho 2020

Resumo
O objetivo deste projeto é fazer uma análise do comportamento do vento no Centro de
Lançamento de Alcântara (CLA), utilizando dados de radiossondagem realizadas no local,
através da estatística multivariada de Análise das Componentes Principais (ACP), observando
se a variabilidade sazonal e os processos físicos da circulação de brisa marítima na região, os
quais afetam de alguma forma a estrutura vertical da dinâmica do perfil do vento, utilizando
dados diários de precipitação, tipos de nuvens e cobertura total de nuvens sobre a região de
interesse para as atividades aeroespaciais do Centro de Lançamento de Alcântara. Ao período
de 01 de julho a 30 de novembro de 2014, os quais apresentaram uma estrutura cujos valores
mais baixos de velocidade do vento próximo à superfície e crescem com a altura,
caracterizando fluxos e também os Jatos de Baixo Nível (JBN), apresentando a existência de
brisa marítima na região de estudo. Como objetivos secundários serão possíveis associar e
classificar o tipo de nuvem e o total de precipitação que ocorre para cada uma das 5
componentes da ACP. Os resultados colaborarão para analises futuras com o uso um
perfilador de vento tipo SODAR na região de Alcântara.
Palavras-chave: Centro de lançamento de Alcântara. Brisas oceânicas. Perfilador Sodar.

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1. Introdução
Este trabalho foi desenvolvido na região onde se encontra o Centro de Lançamento de
Alcântara (CLA), localizado no município de Alcântara e, está a 2° 24’ S de latitude e 44°
25’ O de longitude, no estado do Maranhão, o qual possui clima tropical úmido. O relevo
local lembra um degrau, pois o continente encontra uma relativa variação topográfica
(falésia) com grande inclinação e altura de aproximadamente 50 m, sendo o topo uma região
relativamente plana. Próximo a esta falésia, a uma distância da borda de 150 m, encontra-se a
rampa de lançamento de foguetes do CLA, ROBALLO E FISCH, 2008 [9]. O estudo sobre o
comportamento climatológico da região é de suma importância para que se possa realizar os
lançamentos de foguetes no CLA, evitando-se desta forma prejuízos pessoais e financeiros.
Dentre os componentes da atmosfera, a cobertura de nuvens é um dos principais agentes nos
processos de absorção e espalhamento da luz solar que incide sobre o continente e o oceano.
Devido a isso, informações contínuas sobre os tipos e a cobertura de nuvens são de grande
importância e auxiliam na compreensão de várias questões ainda em aberto em diversas áreas
das ciências atmosféricas e meio ambiente, M.P. DE SOUZA ECHER [6]. No caso deste,
observar-se-á a possibilidade de relação entre o perfil vertical do vento com a nebulosidade e
com os tipos de nuvens. Devido a interação da nebulosidade com o aquecimento da
atmosfera, continente e oceano. Sabe-se que as brisas são ocasionadas pelos gradientes de
pressão, os quais são gerados pelos gradientes de temperatura. Com isso, também é
conhecido que quando há poucas nuvens, o gradiente de temperatura (terra-agua) é menor, e
quando há uma maior quantidade de nuvens, esse gradiente aumenta, por causa da maior
incidência de radiação de onda curta (ROC). FRANCHITO & YAMAZAKI (1984a, b) [2]
[3] verificaram a importância do contraste térmico continente-oceano, da topografia e do
escoamento médio. Observaram que a brisa terrestre (BT) foi mais intensa em junho quando,
à noite, o continente está mais frio que o oceano; a BM se mostrou mais intensa nos meses de
fevereiro, outubro e dezembro, devido ao maior aquecimento terrestre e, consequentemente,
maior contraste térmico continente-oceano. As brisas são circulações geradas basicamente
por contrastes térmicos no ar situado sobre superfícies com características diferentes, em um
mesmo nível de altitude. Dentre estas circulações normalmente a mais forte é a brisa
marítima (BM), que pode se deslocar grandes distâncias, principalmente quando é formada
com o auxílio da topografia. Uma melhor compreensão da forma de atuação dos diversos
fatores que contribuem para a formação e desenvolvimento dessas circulações é de extrema

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importância para a previsão do tempo e clima e, consequentemente, para o planejamento


socioeconômico de uma região, EWERTON C. S. MELO [5]. KOUSKY (1980) [4] mostrou
que a penetração da brisa marítima (BM) no norte e nordeste do Brasil (NEB), em conjunto
com as circulações de vale-montanha (CVM), determina os horários preferenciais para a
ocorrência de precipitação.
O objetivo deste projeto é analisar o perfil vertical do vento e determinar se há alguma
influência da precipitação e da cobertura de nuvens para cada Análise de Componentes
Principais (ACP) para todo o período

2. Materiais e Métodos
Para tal estudo foi utilizado dados do perfil vertical do vento, precipitação, cobertura e
tipos de nuvens, através de radiossondagens realizadas no CLA. Com período de estudo foi
de 01 de julho a 30 de novembro de 2014. Este período foi utilizado por ter uma observação
contínua, com 153 dias. Foram gerados arquivos diurno e noturno, que eram compostos por
uma matriz com 3 colunas, sendo elas de altura, direção e intensidade do vento. A principal
característica das n-componentes principais geradas pelas variáveis, além da ortogonalidade,
é que são obtidos em ordem decrescente de máxima variância, ou seja, a componente
principal 1 detém mais informação estatística que a componente principal 2, que por sua vez
tem mais informação estatística que a componente principal 3 e assim por diante, NETO E
MOITA, 1997 [7]. Desta atual análise resultou-se 5 componentes principais e, para cada uma
delas, havia um valor diário diurno e noturno para todo o período de estudo.
A tabela 1 mostra a classificação da intensidade dos JBN encontrados nas
componentes da ACP. Segundo Corrêa et al. (2001) [1].
Tabela 1: Categorias de classificação dos JBN.

Adaptado de: CORRÊA et al. (2001)

Para cada uma das 5 componentes da ACP foi gerado dois gráficos, um diurno e um
noturno e, através desses gráficos foi possível fazer observações a respeito da velocidade e

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direção do vento em diferentes alturas. As figuras 1 e 2 apresentam o perfil vertical do vento


da componente principal 1 para o período diurno e noturno. Em ambos os perfis pode se
observar a presença de JBN. Na figura 1 o JBN encontra-se a 1000 m (pressão atmosférica da
ordem de 900 hPa) e, na figura 2 o JBN está localizado na altura de 800 m (pressão
atmosférica da ordem de 920 hPa). No perfil diurno o JBN é classificado como JBN-1 e no
noturno como JBN-0.

Figura 1 – Direção e velocidade do vento diurno da 1° componente da ACP, no CLA para o


período de julho a novembro de 2014.

Figura 2 – Direção e velocidade do vento noturno da 1° componente da ACP, no CLA para o


período de julho a novembro de 2014.
As figuras 3 e 4 correspondem aos perfis vertical do vento diurno e noturno da componente 2
e, o perfil diurno se caracteriza pela ausência de JBN e o noturno pela presença de JBN Fraco
a 400 m (pressão atmosférica da ordem de 960 hPa). Durante o dia a velocidade do vento foi
menor na superfície e a partir de 200 m de altitude oscilava entre 10 m/s e 12 m/s.
Figura 3 – Direção e velocidade do vento diurno da 2° componente da ACP, no CLA para o
período de julho a novembro de 2014.

Figura 4 – Direção e velocidade do vento noturno da 2° componente da ACP, no CLA para o


período de julho a novembro de 2014.

4
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Nesta componente há presença de JBN tanto para o dia quanto para a noite. No perfil diurno
o JBN está localizado a 900 m (pressão atmosférica da ordem de 910 hPa) e no perfil noturno
observa-se que o JBN se encontra a 200 m (pressão atmosférica da ordem de 990 hPa). No
período noturno, em 600 m de altitude, a velocidade do vento foi próxima à velocidade da
superfície.

Figura 5 – Direção e velocidade do vento diurno da 3° componente da ACP, no CLA para o


período de julho a novembro de 2014.

Figura 6 – Direção e velocidade do vento noturno da 3° componente da ACP, no CLA para o


período de julho a novembro de 2014.
As figuras 7 e 8 apresentam a componente principal 4. Há ocorrência de JBN no período do
dia e da noite. Durante o dia o JBN se encontra a 700 m (pressão atmosférica da ordem de
930 hPa) e durante a noite em 800 m (pressão atmosférica da ordem de 920 hPa), ambos
classificados como JBN-0.

Figura 7 – Direção e velocidade do vento diurno da 4° componente da ACP, no CLA para o


período de julho a novembro de 2014.

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Figura 8 – Direção e velocidade do vento noturno da 4° componente da ACP, no CLA para o


período de julho a novembro de 2014.
Para o perfil vertical do vento diurno na ACP5 é notável a ausência de JBN e a velocidade do
vento em superfície foi maior do que em aproximadamente 100 m. Diferentemente, o perfil
vertical do vento noturno é caracterizado pela presença do JBN, sendo JBN-0, em 800 m
(pressão atmosférica da ordem de 920 hPa).

Figura 9 – Direção e velocidade do vento diurno da 5° componente da ACP, no CLA para o


período de julho a novembro de 2014.

Figura 10 – Direção e velocidade do vento noturno da 5° componente da ACP, no CLA para


o período de julho a novembro de 2014.
Analisando todas as 5 componentes principais da ACP, foi possível observar que durante o
período diurno houve uma menor ocorrência de JBN, sendo encontradas em 3 das 5
componentes, já no período noturno em todas as componentes havia a presença de fluxos no
perfil do vento, observados na tabela 2.
Tabela 2. Classificação das Componentes principais
""?= "
53654,49, #065 (.409:+, 08(2/(3,495 29:7( (9(
 459:745  38 38 3  (.5
 459:745 -7(*5 <38 38
3  (.5
 459:745  < 38 38 3 1:2

459:745  <38 38 3 
5:9

A Tabela 5 apresenta a classificação de nuvens e o total de precipitação para a ACP1.


Seguindo o formato do Departamento De Controle Do Espaço Aéreo (DECEA), contendo
registros dos números correspondentes ao tipo de nuvem (Tabela 3), o número

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correspondente à área da abóbada celeste coberta por nuvens, (em oitavos),


independentemente das quantidades individuais das diversas camadas (Tabela 4). A partir de
dados diários de precipitação e cobertura total de nuvens no céu foi possível classificar o tipo
de nuvem e o total de precipitação que ocorre para cada uma das 5 componentes principais.

Tabela 3 – Tipo e total de nuvem


#59(2+,4:;,48 #0658+,4:;,48
" #%" "!?= #  " "
 077:8

',75   0775*:3:2:8
  : 3,458  " 077:897(9:8
     295*077:8
  " 295*:3:2:8


 
" 03:897(9:8
  " "97(95*:3:2:8
  "# "97(9:8
    $ :3:2:8
:3:2:8
 #$
   *54.,89:8
C:
  :3:2:403:8
& & 5)8*:7,*0+5

Tabela 4. Classificação das Componentes principais


:;,48,#59(267,*0609(B@54( 
0(3E8 ! ##  #  #  #  #  #  #
 (.5 

 (.5 

 (.5 

 (.5 

   
 (.5 

   
 (.5 

Dia/mês: dia e mês; PREC: precipitação diária (mm); TOTAL: total de nuvens (oitavos); N1, N2 e N3: nuvens;
TIPO: tipo de nuvens (formato DECEA) e ALT: altura das nuvens (m)

Nota-se que há presença de nuvens do tipo stratus e cumulus gongestus nas altitudes de 450m
e 600m respectivamente, observa-se também que não há ocorrência de precipitação para o
período em que ocorreu a componente 1. Conseguinte, a Tabela 6 apresenta a classificação de
nuvens e o total de precipitação para a componente 2. Onde pôde-se observar a presença de
somente um tipo de nuvem, Cirrustratus. Na altitude de 9000m e que não há novamente a
presença de precipitação. Para a componente 3, apresentados na Tabela 7, a ausência da
precipitação ainda é notada, porem há presença de nuvens, dos tipos Altostratus, Stratus e

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Cumulus congestus nas altitudes de 3000m, 450m e 600m, respectivamente, e em grande


quantidade, caracterizando um dia de céu nublado.
Tabela 5. Classificação das Componentes principais
2(880-0*(B@5+,:;,48, 7,*0609(B@54(8 
0(3E8 ! ##  #  #  #  #  #  #
 (.5     
 (.5  
 (.5  
 (.5  
 (.5  
 (.5  
Dia/mês: dia e mês; PREC: precipitação diária (mm); TOTAL: total de nuvens (oitavos); N1, N2 e N3: nuvens;
TIPO: tipo de nuvens (formato DECEA) e ALT: altura das nuvens (m)

Tabela 6. Classificação das Componentes principais


2(880-0*(B@5+,:;,48, 7,*0609(B@54(8
0(3E8 ! ##  #  #  #  #  #  #
1:2  
    
1:2  
     
1:2 

  
1:2 

1:2 

1:2 

Dia/mês: dia e mês; PREC: precipitação diária (mm); TOTAL: total de nuvens (oitavos); N1, N2 e N3: nuvens;
TIPO: tipo de nuvens (formato DECEA) e ALT: altura das nuvens (m)

A Tabela 8 apresenta a classificação de nuvens e o total de precipitação para a componente 4.


Para tal componente, mantem-se a ausência da precipitação e a grande quantidade de nuvens,
observa-se 2 tipos de nuvens, sendo elas: Stratus e Cirrustratus. Em altitudes de 450m e
9000m. Para a última, mas não menos importante, a componente 5 é apresentada na Tabela 9.
Permanecendo a ausência de precipitação e presença de nuvens Stratus e Cirrustratus (450m
e 9000m), respectivamente.
Tabela 7. Classificação das Componentes principais
2(880-0*(B@5+,:;,48, 7,*0609(B@54(8

0(3E8 ! ##  #  #  #  #  #  #



5:9 

  

5:9 

  

5:9 

   

5:9   


5:9   


5:9   

Dia/mês: dia e mês; PREC: precipitação diária (mm); TOTAL: total de nuvens (oitavos); N1, N2 e N3: nuvens;
TIPO: tipo de nuvens (formato DECEA) e ALT: altura das nuvens (m)

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Tabela 8. Classificação das Componentes principais


2(880-0*(B@5+,:;,48, 7,*0609(B@54(8
0(3E8 ! ##  #  #  #  #  #  #
45;  
  
45;  
  
45; 

   
45; 

   
45;   

45;   

Dia/mês: dia e mês; PREC: precipitação diária (mm); TOTAL: total de nuvens (oitavos); N1, N2 e N3: nuvens;
TIPO: tipo de nuvens (formato DECEA) e ALT: altura das nuvens (m)

3. Resultados
Através da ACP, estatística utilizada neste projeto, foi possível ter uma boa visualização e
entendimento do comportamento do vento na vertical no CLA e, também identificar os JBN.
Segundo Silva, P.N. e Corrêa, C.S. [10], a velocidade dos ventos durante o dia é maior do que
durante a noite caracterizando, circulação de brisa observou-se a ausência de precipitação, e
uma grande variedade de nuvens. As ACP’s 3 e 4 tiveram os maiores valores de JBN, com
tipos de nuvens Stratus, diferindo somente no total de nuvens em oitavos, onde a ACP3 teve
em média a metade do céu coberto. Ocorrida na parte da noite, sendo uma brisa terrestre, ou
seja, quando o continente está mais frio que o oceano. Segundo Atkinson, B.W., 1981: [11],
as brisas marítimas ocorrem em atmosfera instável, por este fato, observou-se a ausência de
nuvens convectivas e consequentemente, ausência de precipitação. Nuvens do tipo stratus
não caracterizam como nuvens de atmosfera instável, ou seja, não precipitantes, estas
também não produzem jatos ascendentes e subsidentes, como as nuvens tipo Cumulusnimbus.
Deste modo, as nuvens Stratus não causam interferências no perfil vertical do vento.

5. Conclusões
Através da utilização da técnica de modelagem estatística multivariada da ACP, foi possível
ter uma boa visualização do perfil vertical do vento no CLA. O que também permitiu a
identificação da ocorrência de JBN no período noturno. Através da precipitação diária
acumulada e dos tipos de nuvens, observou-se que as ACP’s deste período não sofrem
influência, pois as nuvens ocorridas foram nuvens não precipitantes, confirmado pela
ausência de chuva em todas as componentes.

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Referências
1. ATKINSON, B.W., 1981: Meso-scale atmospheric circulations, London Academic Press,
495 p., Chap. 5 & 6.

2. CORRÊA, C. S.; DALLAROSA, R. L. G.; DEGRAZIA, G. A. Estudo Observacional dos


Jatos de Nível Baixo Sobre a Região Metropolitana de Porto Alegre. Revista Brasileira de
Recursos Hídricos, Volume 6 n.4, 19-27, 2001.

3. FRANCHITO, S. H., YAMAZAKI, Y. Efeitos da Topografia e Escoamento Médio Sobre


as Circulações locais na região N e NE do Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
METEOROLOGIA, 3, 1984, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte, Sociedade Brasileira
de Meteorologia: 1984a.

4. FRANCHITO, S. H., YAMAZAKI, Y. Simulação das Circulações Locais com um Modelo


Numérico em três Dimensões. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE METEOROLOGIA,
3, 1984, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte, Sociedade Brasileira de Meteorologia:
1984b.

5. KOUSKY, V. Diurnalrainfallvariation in northeastBrazil. MonthlyWeatherReview, v.


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10
,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 



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3HUtRGRDTXHVHUHIHUHRUHODWyULR $JRVWRGHD-XOKRGH

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$WXDGRU +LGUiXOLFR 1DFLRQDO $+1  DSOLFDGR D WXEHLUDV PyYHLV GH YHtFXORV GH VRQGDJHP
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DSOLFDomRHVSDFLDOHQFRQWUDPYiULDVUHVWULo}HV end-user GHIRUQHFLPHQWRTXDQWRjILQDOLGDGH
GHXVRVHQGRDVVLPDUD]mRSDUDRGHVHQYROYLPHQWRQDFLRQDO2VUHVXOWDGRVREWLGRVSRUPHLR
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VLPXODomR SHUPLWLUmR FRQVROLGDU DLQGD PDLV DV LQIRUPDo}HV DFHUFD GR QRYR PRGHOR GR
DWXDGRUSURSRVWRQRLQtFLRGHVWHSURMHWR

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6RQGDJHP  H R 96 9HtFXOR 6XERUELWDO  DERUGDGR HP (WWO >@ 7DLV YHtFXORV VmR
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ILQDQFHLURV GLVSRQtYHLV QmR VH REWHYH r[LWR HP WDO DTXLVLomR GHYLGR D UHVWULo}HV GH
LPSRUWDomR end-user  (P YLVWD GH WDLV OLPLWDo}HV HQWHQGHXVH D QHFHVVLGDGH GR
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IHUUDPHQWD VH SURYD PXLWR ~WLO Mi TXH SRU PHLR GH VHXV EORFRV SUpSURJUDPDGRV p SRVVtYHO
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PRYLPHQWRGR³VKDNHU´DRHTXLSDPHQWRDVHUWHVWDGRRPDLVILHOPHQWHSRVVtYHOVHPUHGX]LU
RXDPSOLILFDUDFDUJDGLQkPLFD3DUDTXHLVVRRFRUUDRGLVSRVLWLYRGHYHULDDSUHVHQWDUDPDLV
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ILQLWRVSDUDDYDOLDUDVFRQGLo}HVDGHTXDGDVGHVXDXWLOL]DomR8PGLVSRVLWLYRMiH[LVWHQWHIRL
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YLEUDomRFDOFXODGDDUHVSRVWDDXPDH[FLWDomREHODEDVHVLPXODQGRXPHQVDLR2VUHVXOWDGRV
REWLGRV WUD]HP LQIRUPDo}HV VREUH DV UHJL}HV GR GLVSRVLWLYR PDLV DSURSULDGDV SDUD IL[DU XP
HTXLSDPHQWRDVHUWHVWDGRHVREUHDIDL[DGHIUHTXrQFLDVXWLOL]iYHO







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HTXLSDPHQWRQmRLQWHUILUDQRWHVWHHOHGHYHVHURPDLVUtJLGRSRVVtYHO1RHQWDQWRLVVRSRGH
OHYDU D GLVSRVLWLYRV PXLWR SHVDGRV UHVWULQJLQGR D PDVVD GR HTXLSDPHQWR D VHU WHVWDGR
3RUWDQWR R GHVLJQ GH XP HTXLSDPHQWR GHYH HTXLOLEUDU DOWD ULJLGH] FRP D PHQRU PDVVD
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DSRQWDGRHP>@9iULDVFDUDFWHUtVWLFDVGLQkPLFDVQHFHVViULDVGRVHTXLSDPHQWRVGHWHVWHVmR
GLVFXWLGDV HP >@ R HTXLSDPHQWR GHYH WHU XP PtQLPR GH PDVVD XP Pi[LPR GH ULJLGH]
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FRQVLGHUDU R GHVHPSHQKR GR VLVWHPD GH FRQWUROH GR VKDNHU 2 VLVWHPD GH FRQWUROH SRGH
PDQWHU D UHVSRVWD GR GLVSRVLWLYR PXLWR SUy[LPD GR PRYLPHQWR DSOLFDGR SHOR VKDNHU 1R
HQWDQWR HVVD FDSDFLGDGH VHUi IRUWHPHQWHLQIOXHQFLDGDSHORSRVLFLRQDPHQWRGRDFHOHU{PHWUR
GHFRQWUROHGRVKDNHUQRGLVSRVLWLYR>@
0RGHORVGHHOHPHQWRVILQLWRVSHUPLWHPHVWLPDUDVSURSULHGDGHVGLQkPLFDVGHXPGLVSRVLWLYR
H[LVWHQWHRXDLQGDHPIDVHGHSURMHWR
2PHVPRGLVSRVLWLYRSRGHVHUPRQWDGRHPXPVKDNHUSDUDVRIUHUH[FLWDo}HVHPGLUHo}HV
GLIHUHQWHV 3RUWDQWR SRGH VHU QHFHVViULR DQDOLVDU D WUDQVPLVVLELOLGDGH FRQVLGHUDQGR YiULDV
GLUHo}HVSRVVtYHLVGHPRYLPHQWR
1HVWH SURMHWR DV FDUDFWHUtVWLFDV GLQkPLFDV GH XP GLVSRVLWLYR Mi FRQVWUXtGR VmR DQDOLVDGDV
XVDQGRRPpWRGRGRVHOHPHQWRVILQLWRVDILPGHGHWHUPLQDUTXDOVHULDDIDL[DGHIUHTXrQFLD
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HTXLSDPHQWRHPXPLpVLPRSRQWRSRGHVHUHVFULWDFRPR

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FDOFXODGDQRSRQWRi,Acelref Z HDDFHOHUDomRDSOLFDGDQDEDVHGRGLVSRVLWLYR





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GLVSRVLWLYR RVGHVORFDPHQWRVGHVWHQyHGRVQyVGDEDVHGRGLVFRVmRLJXDODGRV HVXEPHWLGR
D UHVWULo}HV GH IRUPD TXH VHX GHVORFDPHQWR IRL SHUPLWLQGR DSHQDV QD GLUHomR ; RX <
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5HVXOWDGRV

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DYDOLDGDV VHP D DomR GR FRQWUROH VLVWHPD OHYDGR HP FRQVLGHUDomR 1DTXHOH WUDEDOKR R
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GHYLGRjDomRGRVLVWHPDGHFRQWUROHDWp+]PHVPRSDUDRVSRQWRVFRPXPDUHVSRVWD
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WUDQVPLVVLELOLGDGHXQLWiULD6HDJHRPHWULDGRFRPSRQHQWHDVHUWHVWDGRSHUPLWLURWHVWHFRP
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9LEUDWLRQ 7HVW %HG )L[WXUHV IRU 6SDFH /DXQFK 9HKLFOHV ,QGLDQ -RXUQDO RI 6FLHQFH DQG
7HFKQRORJ\9RO1RSS,661

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,QWHUQDWLRQDO-RXUQDORI$FRXVWLFVDQG9LEUDWLRQ9RO1RSS

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7UDQVIRUP ,QIUDUHG  PHVPR DSyV  GLDV GH FXUD )RL REVHUYDGR DLQGD XP IRUWH HIHLWR GD
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GHXPDFRQFHQWUDomRGHVDWXUDomRGR '2$SDUDFRDOHVFrQFLD)RLUHDOL]DGDDLQGDDDYDOLDomR
GRHIHLWRGDFRQFHQWUDomRGRSODVWLILFDQWH'%3 GLEXWLOIWDODWR QDVSURSULHGDGHVPHFkQLFDVGR
liner TXH LQGLFDUDP QmR KDYHU UHGXo}HV VLJQLILFDWLYDV GHQWUR GD IDL[D GH FRQFHQWUDo}HV
QRUPDOPHQWHXWLOL]DGDVGHVVHSODVWLILFDQWH

 ,QWURGXomR
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binder) TXDQWR FRPR FRPEXVWtYHO >@ &HUFD GH  GHVVH SURSHOHQWH p FRPSRVWR SRU
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SURSHOHQWHRR[LGDQWHpPLVWXUDGRjUHVLQDSUHFXUVRUD RXSUpSROtPHUR UHVXOWDQGRHPXPD
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,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR 
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD


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UHGX]LU HVVD YLVFRVLGDGH H DVVLP SURSRUFLRQDU PHOKRUHV FRQGLo}HV GH FDUUHJDPHQWR GR
SURSHOHQWHQRHQYHORSHPRWRU>@

3ODVWLILFDQWHVVmRFRPSRVWRVTXHVHGLVS}HHQWUHDVPROpFXODVGRSUpSROtPHURUHGX]LQGRD
VXDLQWHUDomRHFRQIHULQGRPDLRUIOXLGH]SDUDDPDVVDGHSURSHOHQWH$OpPGLVVRRHPSUHJR
GHSODVWLILFDQWHHOHYDDWHQDFLGDGHGRSURSHOHQWHILQDO RXFXUDGR HPERUDWDPEpPUHGX]DGD
VXDUHVLVWrQFLDjWUDomR>@3RURXWURODGRDTXDQWLGDGHGHSODVWLILFDQWHpOLPLWDGDSHODVXD
VDWXUDomR QD PDVVD GH SURSHOHQWH SRLV R H[FHVVR WHQGH D FRDOHVFHU FRPR XPD QRYD IDVH
IRUPDGDSRUJRWDVGHSODVWLILFDQWH$FRQFHQWUDomRGHVDWXUDomRpHVWDEHOHFLGDQRHTXLOtEULR
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‫ݔ‬௣ ൌ ‫ݔ‬௣௦ HD(TVHUHGX]D
‫ݔ‬௣௦ ൌ ‫݌‬௣௦ Τ‫ܭ‬௣       (T
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YiFXR H SHOR IDWR GR YDORU GH ‫ܭ‬௣  VHU PXLWR HOHYDGR GHYLGR j IUDFD LQWHUDomR HQWUH R
SODVWLILFDQWH H DV PROpFXODV GR SUpSROtPHUR 7RGR R H[FHVVR GH SODVWLILFDQWH DOpP GD
FRQFHQWUDomR ‫ݔ‬௣௦  OHYD j IRUPDomR GH JRWDV TXH SRGHP PLJUDU H VH DFXPXODU DR ORQJR GD
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SURSHOHQWHFXUDGRTXDQWRDVXDDGHVmRDWUDYpVGRliner DRHQYHORSHPRWRU>@

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REWLGRVFRPRWHPSR%XVFRXVHWDPEpPDYDOLDURHIHLWRGRDFXPXORGRSODVWLILFDQWH'2$
FDXVDGR SHOD PLJUDomR QDV SURSULHGDGHV PHFkQLFDV GR SURSHOHQWH SRU PHLR GH HQVDLRV GH



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR 
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD


WUDomR 3RU ILP HVWH WUDEDOKR EXVFRX DLQGD GHWHUPLQDU R HIHLWR GD FRQFHQWUDomR GR
SODVWLILFDQWH'%3QDVSURSULHGDGHVPHFkQLFDVGRliner

0DWHULDLVH0pWRGRV
0DWHULDLV
 3UHSDURGHDPRVWUDV GHSURSHOHQWHV +73% SROLEXWDGLHQRFRP WHUPLQDomRKLGUR[LODGD
GD /LTXLIOH[ ORWH   FRPR DJOXWLQDQWH '2$ GLRFWLODGLSDWR ORWH   FRPR
SODVWLILFDQWH$3 SHUFORUDWRGHDP{QLRORWHVH FRPRR[LGDQWH
$O DOXPtQLR ORWH   FRPR FRPEXVWtYHO PHWiOLFR ,3', LVRIRURQDGLLVRFLDQDWR ORWH
  FRPR DJHQWH GH FXUD 5; 5HOR[ ORWH   FRPR DJHQWH GH OLJDomR )H$$
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SURSULHGDGHVPHFkQLFDVQDLQWHUIDFHFRPRJUmRSURSHOHQWH

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3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD


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SURSULHGDGHV PHFkQLFDV GR SURSHOHQWH LQGLFDQGR D H[LVWrQFLD GH XPD FRQFHQWUDomR GH
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'LYXOJDomRGRV5HVXOWDGRV
3DUWHGRV UHVXOWDGRV REWLGRV QHVWHSURMHWR IRUDP DSUHVHQWDGRV QR XVIII SBPMat Brazilian
MRS meetingFRPRWtWXOR“Assessment of the liner plasticizer concentration effect at the
interface between the grain propellant and liner in solid rocket motors” $XWRUHV /LD
-XQTXHLUD 3LPRQW 3DXOD &ULVWLQD *RPHV )HUQDQGHV 'HQLVH 9LOOHOD %DUF]D 6WRFNOHU 3LQWR
.DPLOD 3HUHLUD &DUGRVR (OL]DEHWH <RVKLH .DZDFKL /XL] )HUQDQGR GH $UDXMR )HUUmR H
0DUFLR<XML1DJDPDFKL

$ EROVLVWD IRL FRDXWRUD GR WUDEDOKR “Evaluation of the catalytic activity of iron oxide in
binder for aerospace propulsion”, DSUHVHQWDGRQRXVIII Brazilian MRS meeting

3DUWLFLSRX GR 10° Encontro Técnico de Materiais e Química (ETQM) UHDOL]DGR SHOR
,QVWLWXWRGH3HVTXLVDVGD0DULQKDFRPDSUHVHQWDomRGHXPS{VWHU“Estudo das propriedades
mecânicas de propelente sólido compósito aplicado a gerador de gás” HODERUDGR SDUD
FXPSULPHQWRGRVUHTXLVLWRVGDIDFXOGDGH81,3SDUDDFRQFOXVmRGHFXUVR


5HIHUrQFLDV
>@ O. Sutton, George Pௗ; Biblarz, Rocket Propulsion ElementsWKHG-RKQ:LOH\ 
6RQV,1&
>@ S. N. Jawalkar, K. Ramesh, K. K. Radhakrishnan, and B. Bhattacharya, “Studies on
WKHHIIHFWRISODVWLFLVHUDQGDGGLWLRQRIWROXHQHGLLVRF\DQDWHDWGLIIHUHQWWHPSHUDWXUHV
in composite propellant formulations,” vol. 164, pp. 549–



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR 
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD


>@ D. Kumari, R. Balakshe, S. Banerjee, and H. Singh, “Energetic Plasticizers for Gun &
Rocket Propellants,” Rev. J. Chem.YROQRSS–
>@ *67XVsiwand, V. Saouma, R. Terzenbach, and L. De Luca, “Fracture Mechanics of
Composite Solid Rocket Propellant Grains: Material Testing,” J. Propuls. PowerYRO
QRSS–
>@ /-3LPRQWet al., “A probe into plasticizers migration in compoVLWHSURSHOODQWVOXGJH
and its role in cohesion at the interface nearby,” in Energetic Materials: Past, Present
and Future
>@ Y. Xiao, B. Jin, R. Peng, Q. Zhang, Q. Liu, and P. Guo, “Kinetic and thermodynamic
DQDO\VLVRIWKHK\GUR[\OWHUPLQDWHGSRO\EXWDGLHQHELQGHUV\VWHPE\XVLQJ
microcalorimetry,” Thermochim. ActaYROQR2FWREHUSS–
>@ $/6PLWKApplied Infrared Spectroscopy: Fundamentals Techniques and Analytical
Problem–SolvingVWHG1HZ<RUN86$:LOH\%ODFNZHOO




Instituto de Aeronáutica e Espaço
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PIBIC - RELATÓRIO FINAL

Título do projeto de pesquisa: Estudo da influência do tipo de plastificante na adesão


entre mantas de borracha nitrílica

Bolsista: Luan Mizukami


Orientador(a): Christiane Sales Reis de Souza
Período a que se refere o relatório: Agosto de 2019 a julho de 2020

Resumo
As formulações das borrachas nitrílicas para proteção térmica em aplicações do Instituto de
Aeronáutica e Espaço (IAE) foram reavaliadas para estar em concordância com diretrizes
internacionais do REACH (Registration, Evaluation, Authorisation and Restriction of
Chemicals). O plastificante Dibutyl Phthalate (DBP), presente nestas formulações, mostrou-
se nocivo ao ser humano, tornando sua substituição necessária. Em face disso, sendo a adesão
entre diferentes interfaces uma propriedade importante, esse trabalho analisou a resistência
adesiva entre mantas de borracha nitrílica sem o DBP, ou seja, substituindo-o por um
plastificante sem ftalatos, o Eastman 168 (DOTP). Em ensaios de adesão, de acordo com a
Norma ASTM D879, constatou-se que a substituição do DBP pelo DOTP proporcionou um
ganho na resistência adesiva entre o adesivo X-279 e as mantas de borracha crua em 38,1% e
20,5% entre as mantas de NBR crua com a borracha vulcanizada em relação à formulação
com DBP. Este fato pode ter ocorrido pela similaridade na densidade dos grupos polares
entre o adesivo testado com as borrachas formuladas com o novo plastificante. A maior
resistência adesiva na interface entre o adesivo e as mantas de borrachas cruas pode ser
justificada pela maior mobilidade entre as cadeias poliméricas, que facilita a interdifusão
entre o adesivo e borracha.

1. Introdução
O mecanismo de transporte dos veículos aeroespaciais produzidos pelo IAE concentra-se,
principalmente, na figura do motor foguete a propelente sólida (MFPS) composta por uma
carcaça, geralmente metálica ou de material compósito, separada do propelente por uma
proteção térmica elastomérica, para garantir a integridade das estruturas próximas durante a

1
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queima de propelente. As borrachas geralmente utilizadas na proteção térmica são a Etileno-


Propileno-monômero de Dieno (EPDM) e a Acrilonitrila-Butadieno (NBR), com
características de elevada resistência às tensões mecânicas e térmicas, fundamentais para um
isolante térmico que será submetido a alta temperatura e pressão [1,2]. Um dos aditivos
utilizados em uma formulação de borracha NBR produzida pelo IAE é o plastificante DBP.
Entretanto, com a diretriz 51 do anexo XVII do regulamento europeu nº 1907/2006 relativo
ao REACH, que classificou quatro ftalatos, dentre eles o DBP, como substâncias tóxicas para
reprodução, não podendo ser utilizados numa concentração maior ou igual a 0,1% em peso do
material plastificado [3]. O DBP mostrou ser tóxico, promovendo herança transgeracional
epigenética em adultos e alterações genéticas por biomarcadores em esperma através da
exposição a esses ftalatos em ratos de laboratório grávidos e em crianças, sendo um desses
efeitos o de disruptor endócrino, alterando as funções endócrinas e hormonais do corpo
humano, como apontado no próprio anexo XVII relativo ao REACH [3,4]. Ema et. al. [5]
apontou o DBP como embrioletal e teratogênico em ratos, causando aumento significativo na
taxa de perda gestacional durante períodos pré e pós-implantação, tais fatos foram observados
em conjunto com a baixa decidualização da uterina o que evidencia uma deficiência na
função da uterina causada pelos ftalatos [5,6]. No âmbito de saúde pediátrica, Mendiola et. al.
[7] relatou que a exposição à ftalatos causa uma menor distância anogenital entre bebês com
maior exposição à ftalatos, tal distância é associada à qualidade e quantidade de esperma.
Visto que as propriedades físicas, químicas e a processabilidade de um dado composto
elastomérico estão diretamente relacionadas à formulação [8], faz-se necessária a substituição
do plastificante DBP por um plastificante que não ofereça riscos à saúde humana e sem
redução nas propriedades do produto. Ao selecionar um plastificante, cuja função é aumentar
a mobilidade das cadeias, flexibilizando a formulação [9], leva-se em conta a sua eficiência e
compatibilidade. Este último depende da polaridade, tamanho de molécula e configuração
estrutural e a eficiência dependem do efeito de solvatação das moléculas de plastificante. Um
aspecto importante referente ao funcionamento do motor-foguete é a adesão adequada entre
as mantas de borracha que compõe a proteção térmica, sendo assim é importante
compreender adesão, um fenômeno complexo e multidisciplinar, recorrente na natureza e de
grande importância em diversas aplicações técnicas e científicas [10]. Os principais modelos
que descrevem o adesivo são o eletrostático, mecânico, de adsorção termodinâmica, químico
e difusional. Este último foi proposto por Voyutskii em 1949 [11] e é utilizado para se

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explicar a auto-adesão entre materiais poliméricos, e baseia-se na troca mútua de segmentos


de macromoléculas entre adesivo e substrato, desenvolvendo uma interfase que conecta
ambos adesivo e polímero; que devem ser solúveis entre si e possuir mobilidade adequada em
suas cadeias [12-14]. Além disso, a polaridade é um importante fator no fenômeno adesivo,
Baszkin e Ter-Minassian-Saraga [14] e Gryson et al. [15] demonstraram que uma maior
densidade de sítios polares na interface da borracha incrementa o fenômeno adesivo, como é
o caso da NBR que possui grupos polares em sua superfície [16]. A presença de grupos
polares no adesivo também aumenta sua adesão a materiais que apresentam densidade de
sítios polares [17]. Assim, neste estudo, o efeito da adesão entre o adesivo e as mantas de
NBR com um plastificante de composição livre de ftalatos, baseado no Dioctil Tereftalato
(Dioctyl Terephthalate, DOTP), que é metabolizado de forma diferente que os ftalatos ou
orto-ftalatos (não apresentando reprotoxicidade), foi verificado [18].

2. Materiais e Métodos
A partir da nova formulação de NBR (com plastificante Eastmann 168, sem Ftalatos) cortou-
se amostras cilíndricas de 28 mm de diâmetro e aproximadamente 2 mm de espessura. Os
corpos de prova (CDP) de tração para adesão consistem em duas amostras de borracha e dois
suportes metálicos conforme a Figura 1 a seguir:

Figura 1. Imagem de um cdp de adesão com suporte metálico (cor cinza) e borracha (cor
preta).

Cada suporte tem em sua face uma amostra de borracha aderida através de dois adesivos, o
252X para adesão de interface borracha crua e metal e 2216 para boracha vulcanizada e
metal, ambos da empresa Lord. A adesão entre os conjuntos de borracha-metal/suporte foi
feita entre as interfaces das borrachas com adesivo X-279, que é um adesivo a base de
neoprene utilizado na indústria aeroespacial.

3
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Os CDPs foram curados em estufa Marconi modelo MA 033 com circulação e renovação de
ar, por 6 horas a 140ºC e em autoclave Ferlex 2296 série 2302 por 2 horas e meia a 140ºC.
Por fim ensaiou-se todas as configurações, NBR crua versus NBR crua (NBRc x NBRc) e
NBR crua versus NBR vulcanizada (NBRc x NBRv), sob tração no equipamento da ZWICK
modelo 1474-modernizada série 92086/01, na velocidade de 1,3 mm/min, de acordo com o
especificado pela norma ASTM D897.

3. Resultados e Discussão
Foram ensaiados corpos de prova, preparados conforme a Norma ASTM D 897, para
avaliação da adesão entre mantas cruas e manta crua e vulcanizada de borracha nitrílica
conhecida como NB-7113, onde o plastificante DOP foi substituído pelo EASTMAN 168
sem ftalato (DOTP). Foram avaliados e comparados os resultados de 8 CDP.

3.1 Configurações NBRc x NBRc e NBRc x NBRv com cura em estufa


Os dados de tensão máxima para os CDP referentes às configurações NBRc x NBRv e NBRc
x NBRc com adesivo X-279 estão dispostos na Tabela 1. A Figuras 2 mostra os gráficos da
tensão máxima para a configuração NBRc x NBRv e NBRc x NBRc, respectivamente.

Tabela 1. Resultados de adesão máxima para as configurações NBRc x NBRv e NBRc x


NBRc com adesivo X-279 curados em estufa.
CDP NBRc x NBRv NBRc x NBRc
Tensão Máxima (MPa) Tensão Máxima (MPa)
Média 1,76±0,34 2,23±0,12

3
2,5 NBRc x NBRv em Estufa
NBRc x NBRc em Estufa

2,0
Tensão Máxima (MPa)

Tensão Máxima (MPa)

1,5

1,0
1

0,5

0,0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 2 3 4 5 6 7
CDP CDP

(a) (b)
Figura 2. Distribuição da resistência adesiva dos CDP de NBRc x NBRc (a) e NBRc x NBRv
(b) com adesivo X-279 curado em estufa.
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A Figura 3 mostra o comparativo entre os resultados da resistência adesiva das configurações


NBRc x NBRc e NBRc x NBRv com o adesivo X-279.

2,5

2,0
Tensão Máxima Média (MPa)

1,5

1,0

0,5

0,0
NBRc x NBRv NBRc x NBRc
Configuração

Figura 3. Comparativo entre as resistências adesivas médias entre as configurações NBRc x


NBRv e NBRc x NBRc com adesivo X-279 curado em estufa.

Analisando a Figura 3, evidencia-se uma maior resistência adesiva média, e menor


variabilidade dos resultados, para a configuração NBRc x NBRc, com um aumento
percentual relativo de 21,07% em relação a NBRc x NBRv. Justifica-se essa diferença pelo
fenômeno de interdifusão facilitado pela maior mobilidade das cadeias em borrachas cruas, o
processo de vulcanização promove um aumento da rigidez e redução da mobilidade das
cadeias poliméricas através da reticulação [11,12].

3.2 Resistência Adesiva: DBP x Eastman 168


Comparou-se com os resultados de resistência adesiva das configurações NBRc x NBRc e
NBRc x NBRv formuladas com DOTP (sem ftalato) e DBP. Ambos foram curados em estufa
por 6h a 140ºC (dados provenientes de relatório interno do IAE, Tabela 2) [19].

Tabela 2. Resultados de adesão máxima para mantas de NBRc x NBRv e NBRc x NBRc com
plastificante DBP e adesivo X-279 [19].
NBRc x NBRv / DBP NBRc x NBRc / DBP
Tensão Máxima Média (MPa) Tensão Máxima Média (MPa)
Média 1,43±0,45 [19] 1,38±0,20 [19]

5
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A Figura 4 a seguir mostra o comparativo entre os resultados da configuração NBRc x NBRv


e NBRc x NBRv com o plastificante Eastman 168 e com o plastificante DBP.

2,5
NBRc x NBRv NBRc x NBRc
2,0

2,0

Tensão Máxima Média (MPa)


Tensão Máxima Média (MPa)

1,5
1,5

1,0
1,0

0,5 0,5

0,0 0,0
Eastman 168 DBP Eastman 168 DBP
Configuração Configuração

(a) (b)
Figura 4. Comparativo entre resistências adesivas médias para NBRc x NBRv (a) e NBRc x
NBRc (b) com plastificantes Eastman 168 e DBP.

De acordo com a Figura 4, a formulação com o plastificante Eastman 168 apresentou melhor
resistência adesiva quando comparado com o DBP para a configuração NBRc x NBRc, dado
o menor desvio em relação à média da distribuição, do que para a NBRc x NBRv, com
desvios relativamente altos, o que tornam o resultado menos preciso. O plastificante Eastman
168 pode ter aumentado a resistência adesiva da NBR por apresentar similaridade com os
grupos polares do adesivo X-279 [17]. A configuração NBRc x NBRc/Eastman 168
apresentou melhor desempenho, com (2,23±0,12) MPa, ou seja, houve um aumento de 38,1%
em relação a formulação com DBP (1,38±0,20) MPa. Para a configuração NBRc x NBRv, o
aumento relativo de resistência adesiva com o Eastman 168 foi de 20,5%. Isto mostra que a
substituição do DBP pelo Eastman 168 não caracterizou perda de resistência adesiva, mas
sim um ganho. A configuração NBRc x NBRc apresentou melhor resultado comparado com a
configuração NBRc x NBRv, devido a maior mobilidade e interação entre as cadeias
poliméricas de borrachas cruas em relação a borrachas vulcanizadas (reticulação), facilitando
a interdifusão e produzindo uma melhor interfase [11,12].

3.3 Comparativo entre processos de cura: Autoclave x Estufa


O efeito do tipo de processo de cura na resistência adesiva das mantas foi analisado através
das configurações NBRc x NBRc e NBRc x NBRv, ambos com adesivo X-279. Os dados das

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configurações curadas em estufa são os mesmos da seção 3.1 enquanto os dados obtidos da
cura em autoclave das configurações NBRc x NBRv e NBRc x NBRc estão na Tabela 3 e
ilustrados pelas Figuras 5 e 6.
Tabela 3. Adesão máxima para mantas de borracha NBRc x NBRv com adesivo X-279
curadas em autoclave.
CDP NBRc x NBRv NBRc x NBRc
Tensão Máxima (MPa) Tensão Máxima (MPa)
Média 1,84±0,34 1,67±0,13

2,0
NBRc x NBRv em Autoclave

1,5
Tensão Máxima (MPa)

1,0

0,5

0,0
1 2 3 4 5 6 7 8
CDP

Figura 5. Distribuição da resistência adesiva dos CDP de NBRc x NBRv com adesivo X-279
curado em autoclave.

3,0
NBRc x NBRc em Autoclave
2,5
Tensão Máxima (MPa)

2,0

1,5

1,0

0,5

0,0
1 2 3 4 5 6 7 8
CDP
Figura 6. Distribuição da resistência adesiva dos CDP de NBRc x NBRc com adesivo X-279
curado em autoclave.

Comparando os resultados médios obtidos da Figura 2 (NBRc x NBRv/Estufa) e da Figura 5


(NBRc x NBRv/Autoclave) montou-se o gráfico da Figura 7.

7
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2,0
NBRc x NBRv

Tensão Máxima Média (MPa)


1,5

1,0

0,5

0,0
Estufa Autoclave
Configuração
Figura 7. Comparativo entre resistências adesivas médias para NBRc x NBRv curadas em
estufa e em autoclave.

Os resultados obtidos são próximos entre si, entretanto os CDP curados em autoclave
apresentaram menor desvio em sua distribuição. Sendo assim, não se pode definir qual
processo de cura teve melhor desempenho. A cura em autoclave aparentemente possui maior
reprodutibilidade, porém três CDP foram descartados por sua baixa resistência. Para análise
das configurações NBRc x NBRc utilizou-se a Figura 2 (b) e a Figura 6 para montar-se o
gráfico da Figura 8 a seguir.
2,5
NBRc x NBRc

2,0
Tensão Máxima Média (MPa)

1,5

1,0

0,5

0,0
Estufa Autoclave
Configuração

Figura 8. Comparativo entre resistências adesivas médias para NBRc x NBRc curadas em
estufa e em autoclave.

Diferentemente da configuração anterior, a resistência média obtida pelos CDP de NBRc x


NBRc curados em estufa foi superior em 21,2% comparado com a resistência adesiva média
dos CDP curados em autoclave, e sua distribuição também apresentou menor desvio. A

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principal diferença entre os dois métodos é a aplicação de pressão na autoclave, o que não
ocorre na estufa. Isso acarreta numa maior velocidade de vulcanização, evidenciado pelas 2h
de vulcanização em autoclave, mas que foi compensado pelas 6h de vulcanização em estufa.
Thiessen e Kirch [20] demonstraram que a aplicação de pressão induz a cristalização em
borrachas; reduzindo a mobilidade de suas cadeias. Assim, a cura em autoclave, ao aplicar
pressão, pode ter reduzido a mobilidade dos segmentos de cadeias e, consequentemente, ter
diminuído a interdifusão entre borracha e adesivo e sua resistência à tração.

4. Próximas Etapas
Estudos comparativos com outros adesivos para analisar as interfaces de falha coesiva e
adesiva para maior detalhamento do mecanismo de falha e do comportamento adesivo.
Análises de interface através de MEV e espectrometria de íons de alta energia dentre outras
são utilizadas para observar a interdifusão e podem ser empregadas. Realizar a cura de uma
amostragem maior, para maior confiabilidade dos resultados.

5. Conclusões
Evidenciou-se, por fim, que a alteração do plastificante DBP pelo Eastman 168 na
formulação de mantas de NBR para proteção térmica acarretou um ganho de resistência
adesiva, do qual mantas entre NBRc x NBRc, com (2,23±0,12) MPa, apresentaram melhor
desempenho, com ganho de 38,1% em relação a resistência de mantas com DBP. Para mantas
de NBRc x NBRv, esse ganho foi de 20,5% e sua resistência foi de (1,76±0,34) MPa.
Explica-se, com base na literatura [11,12], que as mantas de borracha crua facilitam a
interdifusão devido sua maior mobilidade de cadeias, que são mais rígidas nas vulcanizadas,
promovendo uma melhor interfase borracha-adesivo. A maior semelhança quanto à densidade
de sítios polares entre NBR com Eastman 168 e o adesivo provavelmente foi maior do que a
configuração NBR com DBP, explicando a maior resistência adesiva [17]. Na análise do
método de cura empregado verificou-se que uma resistência adesiva média 21,2% maior nas
configurações curadas em estufa. Isto se deve, possivelmente, à pressão aplicada pela
autoclave, que reduz a mobilidade dos segmentos de cadeia da borracha dificultando a
interdifusão e uma interface bem definida entre borracha e adesivo [20].

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PIBIC/PIBITI-RELATÓRIO FINAL

Título do projeto de pesquisa: Estudo da Interação Choque – Camada Limite sobre a


região do interestágio do Foguete Sonda III durante a
fase transônica do voo utilizando CFD.
Bolsista: Lucas Almeida de Souza
Orientador(a): Edson Basso
Período a que se refere o relatório: Agosto de 2019 a Julho de 2020

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo realizar o estudo da influência de alguns parâmetros na
geração de malhas computacionais, para que simulações numéricas utilizando ferramentas de
Dinâmica dos Fluidos Computacional (CFD) possam ser realizadas. Como estão disponíveis
resultados experimentais obtidos de ensaios em túnel de vento transônico, pretende-se
também comparar os resultados obtidos numericamente, uma vez que isto ajuda nos estudos
de aprimoramento das técnicas de geração de malhas utilizadas. Contudo, conclui-se que os
estudos realizados durante o trabalho nos proporcionaram a definição de uma distância da
fronteira externa correta a ser utilizada para a geração da malha podendo dar início ao
refinamento de malha visando uma maior precisão nos resultados das análises de CFD nos
concedendo uma malha independente.

1. Introdução

O Foguete Sonda III foi desenvolvido para testar algumas tecnologias necessárias ao
desenvolvimento do Veículo Lançador de Satélites (VLS), sendo o mesmo utilizado também
como plataforma para estudos atmosféricos, pelo Brasil e em conjunto com a Alemanha.
Durante seu voo, o Sonda III atinge velocidades supersônicas ainda com o motor do primeiro
estágio. Isto faz com que apareçam ondas de choque sobre a região do interestágio, logo após
as empenas do segundo estágio.

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Para produzir resultados relevantes para o estudo da aerodinâmica do Sonda III, buscando
visualizar a interação entre as ondas de choques e a camada limite, foi de utilizar técnicas de
Dinâmica dos Fluidos Computacional (CFD). Estas técnicas de CFD, em conjunto com os
dados dos experimentos já realizados pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço - IAE em Túnel
de Vento Transônico Piloto (TTP), formam a base para os estudos sobre o desempenho do
veículo, e são imprescindíveis para analisar futuros projetos. Portanto, as simulações
utilizando CFD precisam estar de acordo com os dados experimentais para que se possa
extrapolar seus resultados para faixas de número de Mach do voo do veículo para as quais
não é possível realizar ensaios no TTP.
Um dos aspectos mais importantes em análises de CFD diz respeito à geração de malhas
computacionais. Estas malhas são, em última análise, a descrição do domínio no qual
ocorrerá o escoamento. Para que este domínio seja representativo, em algum grau, do
ambiente no qual ocorrerá o voo, estas malhas computacionais precisam ser geradas segundo
um panorama multiobjetivo. Os principais objetivos a serem estudados no presente trabalho
são a captura dos principais fenômenos aerodinâmicos, através do correto refinamento de
malha, e a distância da fronteira externa da malha até a superfície do foguete. Isto é
conhecido na literatura como estudo de independência de malha. Por estudo de independência
de malha entenda-se o estudo dos parâmetros de geração de malha que tornam os resultados
livres de efeitos de malha.

2. Materiais e Métodos

Para a concepção dos trabalhos, utilizou-se de ferramentas computacionais disponibilizadas


pelo IAE além de, aulas aplicadas com o objetivo de entender basicamente a Dinâmica dos
Fluídos Computacional (CFD) e o processo de geração de malhas e a sua importância.
A ferramenta principal utilizada para o processo de geração de malha é o ICEMCFD da
empresa ANSYS, onde todos os conceitos aprendidos referentes a este processo foram
aplicados e para a execução das simulações do escoamento em torno do veículo de sondagem
Sonda III, utilizou-se do software CFD++.
As análises realizadas ao longo da execução dos trabalhos foram baseadas nos dados
experimentais já disponibilizados pelo IAE onde, foram realizados ensaios em túnel de vento
buscando a visualização dos fenômenos aerodinâmicos encontrados em torno do Sonda III

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durante a fase transônica e supersônica do voo. As técnicas de schlieren e de Tinta Sensível a


Pressão (PSP) foram utilizadas para obter os resultados experimentais. A Figura 1 representa
a técnica de schlieren aplicada durante o ensaio em túnel e a Figura 2 demostra a aplicação da
Tinta Sensível a Pressão.

Figure 1 - Aplicação da Técnica de schlieren.

Figure 2 - Aplicação da Técnica de Tinta Sensível a Pressão (PSP).

3. Resultados

Estudo da distância ideal da fronteira externa.

A fronteira externa, ou “farfield”, é a fronteira mais afastada da superfície do modelo a ser


analisado, em que é feito uma pré modelação da malha com o propósito de distinguir as
condições do escoamento presentes. A estruturação do domínio de cálculo parte da ideia de
se criar uma fronteira que não venha interferir na resolução dos cálculos das variáveis do
escoamento. Partindo-se desta ideia, iniciou-se o desenvolvimento do primeiro farfield com
um tamanho referente a 200 vezes o comprimento do Sonda III. Porém, viu-se que esta
distância não permitiria uma boa qualidade dos resultados dos casos. Com isso, decidiu-se
projetar a fronteira externa com um tamanho de 20, 15, 10 e 5 mil vezes maior em relação ao
maior diâmetro do Sonda III dando início aos estudos de distância de farfield. Com a

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fronteira externa já desenhada em torno do modelo do Sonda III pode-se dar continuidade aos
trabalhos gerando-se uma pré-malha. A figura a seguir demostra as 4 condições iniciais para
a realização do estudo da fronteira externa ideal para a realização das análises finais.

Figure 3 - Desenho das posições da fronteira externa estudadas neste trabalho em torno da
geometria do Sonda III.

Com o farfield pronto, pode-se dar início a geração de uma malha preliminar menos refinada,
para garantir que as análises estejam coerentes aos dados experimentais passados. Uma malha
menos refinada permite que o andamento de cada rodada dos casos analisados seja mais
rápido, permitindo uma otimização do tempo no decorrer dos estudos de farfield. Após a
geração da malha, converteu-se a pré-malha em uma malha não estruturada antes de exportá-
la para o CFD++. Antes da exportação, fez-se a modificação da malha, passando-a de 2D
para 3D. Entretanto, uma malha em 3D exige muito tempo para ser analisada devido a
elevada quantidade de pontos e número de elementos encontrados dentro do seu domínio. Por
isso, buscou-se uma solução para se otimizar este tempo gasto, pois cada análise leva em
torno de 3 a 4 horas. Isso tudo, para 32 casos a serem rodados, totalizava 112 horas, levando
assim muito tempo para chegarmos em uma conclusão. Com isso, a solução encontrada para
este problema foi de, ao invés de utilizar uma malha em 3D, passar a usar uma malha em 2D
Axial, a qual nos entregaria os mesmos resultados de um domínio em 3D utilizando menos
tempo para cada rodada, passando de horas para minutos, nos dando o benefício de rodar 12
casos ao mesmo tempo em menos de 2 horas. Desde então, passou-se a utilizar uma malha
em 2D Axial para todos casos a serem rodados. A figura a seguir mostra uma comparação
entre os dois tipos de malha 2D Axial e 3D, mostrando praticamente a mesma distribuição de
pressão.

4
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Figure 4 - Comparação entre dois tipos de malha mostrando a distribuição de pressão.

Com a malha pronta, iniciou-se as análises para cada caso a ser rodado de forma a se
encontrar a distância ideal da fronteira externa, variando-se todas as condições primitivas de
voo. Após as análises, gerou-se um gráfico de comparação entre a condição utilizada nos
ensaios experimentais de cada farfield criado, possibilitando uma visualização da variação de
cada caso. O gráfico gira em torno do coeficiente de pressão (Cp) pela distância de cada
fenômeno ocorrente ao longo do veículo de sondagem.

No Gráfico 1 percebe-se que as variações existentes para cada farfield não são consideráveis,
pois, a porcentagem resultante da variação entre o Cp para cada condição equivale à 0,0045%
afirmando que as interferências nos resultados das análises são desprezíveis devido a variação
ser pequena. Portanto, definiu-se que a distância ideal para fronteira externa para que não
haja interferência nos resultados das análises equivale a 5 mil vezes o tamanho do maior
diâmetro do Sonda III (Farfield 0.5).

Gráfico 1- Comparação dos resultados de cada farfield para Mach = 0.9.

Estudo do Refinamento de Malha

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O refinamento de malha é requisitado devido a necessidade de obter resultados mais precisos,


com um grau de qualidade maior, fazendo com que as análises numéricas fiquem de acordo
com os dados experimentais de referência disponibilizados no início do projeto. Visto que
uma das etapas deste trabalho é o estudo de refinamento de uma malha ideal para se obter
resultados mais próximos do real, ou seja, experimental, serão abordados três tipos de
refinamento de malhas realizados no decorrer deste trabalho. A primeira malha a ser
analisada foi gerada incialmente com pouca quantidade de pontos, ou seja, mais grossa, para
que os primeiros estudos como a distância ideal da fronteira externa fossem realizados em um
tempo menor. Como características, ela possui uma quantidade de nós e elementos de malha
relativamente baixa (número de elementos: 73.772; quantidade de nós: 73.200), porém ideal
para se obter bons resultados. A Figura 5 demonstra a primeira malha gerada.

Figure 5 - Vista ampliada na região de interesse estudada.

No processo de refinamento da segunda malha, Figura 6, decidiu-se dobrar a quantidade de


elementos de malha e nós em todos os sentidos, buscando sempre manter a mesma
quantidade de elementos de malha dentro da camada limite respeitando o valor de y+
calculado no início do trabalho. Número de elementos de malha: 295.542; quantidade de nós:
294.400.

6
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Figure 6 - Vista ampliada na região de interesse estudada.

Por fim, na terceira malha, Figura 7, decidiu-se implementar o mesmo conceito utilizado na
segunda malha dobrando a quantidade de nós e elementos de malha deixando-a mais
refinada, também, respeitando a mesma quantidade de elementos de malha dentro da camada
limite. Número de elementos de malha: 1.247.162; quantidade de nós: 1.244.800.

Figure 7 - Zoom ampliado na região de interesse estudada.

Com isso, iniciou-se as análises de CFD com as três malhas geradas buscando-se observar
algumas condições como o tempo de processamento das análises de cada malha e a qualidade
dos resultados. Após cada simulação das respectivas malhas gerou-se um gráfico de
comparação utilizando a distribuição do coeficiente de pressão ao longo do veículo de
sondagem principalmente na área de interesse a ser estudada obtendo os seguintes resultados:

• Em relação ao tempo de simulação de cada malha, observou-se que


ouve uma grande diferença entre cada uma delas sendo que a malha de número três
levou em torno de 3 horas para ser rodada, sendo que as outras duas levaram algo em
torno de minutos para serem analisadas.
• Com as análises já finalizadas gerou-se os valores de Cp para cada

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malha colocando-os em um gráfico relacionados ao comprimento do Sonda III,


observando-se que as alterações entre cada resultado eram relativamente baixas
chegando a conclusão que a malha de número 1 é suficiente para se obter resultados
bons e bem aproximados dos dados experimentais, além de manter um menor tempo
de processamento para cada situação a ser analisada.

Gráfico 2- Comparação entre a distribuição de pressão ao longo do veículo de sondagem das


três malhas refinadas geradas.

Comparação entre os dados experimentais e as análises realizadas.

Após a finalização das análises computacionais, comparou-se os dados experimentais com os


resultados gerados em CFD buscando validar os trabalhos desenvolvidos. Com isso, gerou-se
um gráfico de comparação entre os valores do coeficiente de pressão tirado das análises de
CFD com os valores já calculados e obtidos nos ensaios experimentais em túnel de vento
distribuído ao longo do Sonda III. A figura a seguir demonstra o gráfico de comparação entre
esses resultados onde, observa-se uma pequena divergência entres os dados experimentais
com os valores tirado das análises de CFD, porém, está divergência é muito pequena
chegando a 1% de variação. Com isso, conclui-se que as análises realizadas em CFD
comparadas com os dados experimentais são satisfatórias, entretanto, é possível diminuir esta
porcentagem de variação aplicando mais tempo em estudo de modelamento de turbulência
fazendo com que as condições de escoamento nas análises de CFD estejam mais próximas
das do Túnel de Vento Transônico Piloto.

8
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Figure 8 - Gráfico de comparação entre os valores de Cp distribuídos ao longo do Sonda III dos
dados experimentais e os resultados das análises em CFD.

4. Próximas Etapas

Otimizar cada vez mais o estudo de independência de malha realizado no presente trabalho e
aplicar esta metodologia no desenvolvimento de outros trabalhos que possam vir a ser
desenvolvidos pelo IAE.

5. Conclusões

Portanto, conclui-se que a fronteira externa ideal a ser utilizada no decorrer das simulações
para que não haja interferência nos resultados equivale a cinco mil vezes o tamanho do maior
diâmetro do Veículo de Sondagem, e que a malha grossa utilizada no decorrer do estudo é o
suficiente para fornecer os resultados desejados para os eventos ocorrentes na região da
camada-limite do interestágio. Assim, o presente trabalho forneceu os resultados desejados
para um primeiro estudo de independência de malha em relação as simulações aerodinâmicas
do veículo de sondagem Sonda III chegando a uma condição inicial para que outros trabalhos
possam ser desenvolvidos.

6. Divulgação dos Resultados

Ao longo do desenvolvimento desta pesquisa, foi-se possível divulgá-lo e apresentá-lo no


Encontro de Iniciação Cientifica (ENIC) durante o VIII Congresso Internacional de Ciência,
Tecnologia e Desenvolvimento (CICTED) realizado na Universidade de Taubaté – UNITAU

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em outubro de 2019, além de já ter sido apresentado no ENIC realizado no Instituto de


Aeronáutica e Espaço – IAE. Com isso, foi-se possível também utilizar desta pesquisa para
compor o meu Trabalho de Graduação em Engenharia Aeronáutica recebendo assim, a nota
máxima e me dando a graça de se forma com excelência.

Referências

PALMÉRIO, A. F., Introdução à Tecnologia de Foguetes. São José dos Campos/ SP:
SindCT, 2016.

FALCÃO FILHO, J. B. P., MELLO, O. A. F., 2002, “Descrição Técnica do Túnel


Transônico Piloto do Centro Técnico Aeroespacial”, Congresso Brasileiro de Ciências
Térmicas e Engenharia, ENCIT2002.

POPE, A., GOIN, K. L., 1965, High-Speed Wind Tunnel Testing, John Wiley & Sons, Inc.,
New York.

REIS, M. L. C. C., FALCÃO FILHO, J. B. P., PAULINO, G., TRUYTS, C., 2009
“Aerodynamic Loads Measurement of a Souding Rocket Vehicle Tested in Wind Tunnel,”
XIX IMEKO World Congress, Fundamental and Applied Metrology, September 6/11, 2009,
Lisbon, Portugal.

SAE, 1990, “Aerothermodynamic Test Instrumentation and Measurement,” AIR 1168/5, an


Aerospace Applied Thermodynamics Manual from the Engineering Society for Advancing
Mobility Land Sea Air and Space, 1990-02-28.

ZUCKER, R. D., 1977, Fundamentals of Gas Dynamics. Matrix Pub., Beaverton.

DOLINSKY, Mauro M.IAE – presença Brasileira no Espaço, 003/ AVD-P/92, IAE, São José
dos Campos, 1992.

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PIBIC/PIBITI-RELATÓRIO FINAL

Título do projeto de pesquisa: Síntese e caracterização de eletrodos leves flexíveis


para aplicação em armazenamento de energia
Bolsista: Lucas Silva Vaz
Orientador(a): Emerson Sarmento Gonçalves
Período a que se refere o relatório: Agosto de 2019 a Julho de 2020

Resumo
Neste projeto, um eletrodo leve flexível composto por polipirrol (PPy) depositado
eletroquimicamente sobre superfície de fibra de carbono foi obtido usando um procedimento
eficiente de apenas uma etapa, através de um método galvanostático. Os eletrodos foram
caracterizados morfologicamente pela microscopia eletrônica de varredura (SEM). As
características de estrutura e composição desses eletrodos foram estudadas pela
Espectroscopia Raman. Além disso, o desempenho capacitivo dos eletrodos foi investigado
por Voltametria Cíclica (CV) e Espectroscopia de Impedância Eletroquímica (EIS). Os
resultados confirmam que a eficiência da eletrodeposição do polímero com uma estrutura de
filme fino, globular, porosa de grande área superficial melhora significativamente os
processos de transporte de cargas e o desempenho pseudocapacitivo do eletrodo de fibra de
carbono, que corresponde à alta condutividade elétrica e propriedades de armazenamento de
energia deste capacitor de dupla camada (EDLC).

1. Introdução
A pesquisa acadêmica e a fabricação industrial de supercapacitores têm se intensificado, e as
aplicações dos supercapacitores foram expandidas em uma variedade de campos, incluindo
veículos elétricos, veículos elétricos híbridos e sistemas de armazenamento de energia [2].
Além disso, estimulado pela demanda no mercado de eletrônicos portáteis, bem como pelos
avanços em nanomateriais e nanotecnologias, o desenvolvimento de supercapacitores
altamente flexíveis com funções integradas usando materiais compatíveis torna-se uma
tendência avassaladora [3].
O campo aeroespacial exige arrojadíssimas propriedades, em particular combinações
otimizadas de substancial economia de peso (que se traduz diretamente em benefícios de

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custo no consumo reduzido de combustível), volume, densidade de potência, energia e


estabilidade térmica e à vibração, capaz de atuar de maneira versátil nos ambientes mais
agressivos [4, 5, 6]. A Figura 1 descreve a evolução dos materiais para estruturas
aeroespaciais.
Figura 1: Descrição das gerações de materiais predominantes em projetos de dispositivos aeroespaciais

Fonte: M. Joshi, U. Chatterjee (2016, p. 245).


Polímeros intrinsecamente condutores (ICPs), uma classe de polímeros orgânicos que
conduzem eletricidade, foram primeiramente relatados por Hideki et al. em 1977 [1]. Os
polímeros possuem várias propriedades que os tornam úteis como materiais aeroespaciais,
incluindo baixa densidade, custo moderado, excelente resistência à corrosão e alta
condutividade. Alguns polímeros são resistentes e transparentes, o que os torna adequados
para janelas e coberturas de aeronaves [4]. Polianilina (PANI), polipirrol (PPy) e poli(3,4-
etilenodioxitiofeno) (PEDOT) são ICPs representativos com aplicações difundidas. Estudos
extensos foram realizados para investigar o desempenho eletroquímico de energia
armazenada desses eletrodos de polímeros condutores [7, 8, 9, 10].

Polipirrol (PPy)
Em virtude de sua alta condutividade intrínseca, estabilidade térmica, alta densidade de
energia, bem como sua viabilidade em abordagens sintéticas, PPy foi um dos materiais de
eletrodos condutores à base de polímeros mais estudados até o momento para baterias e
supercapacitores [3, 9, 12]. Os Polipirróis (PPys) são formados pela oxidação do monômero
Pirrol. Na grande maioria dos casos, essas oxidações foram realizadas por
eletropolimerização em um substrato condutor (eletrodo) através da aplicação de um
potencial externo ou polimerização química em solução pelo uso de um oxidante químico.
Semelhante a outros polímeros condutores, os materiais de eletrodo à base de PPy apresentam
desempenho eletroquímico ajustável determinado pela área de superfície efetiva e pelos

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métodos de preparação. Até agora, existem vários métodos relatados para a síntese de PPy
com diferentes tipos de morfologias, tais como agrupamentos de PPy porosos, nanoesferas de
PPy, nanofios e nanotubos [3], pós microesféricos [19]. Essas abordagens produzem
materiais de polipirrol com diferentes formas - as oxidações químicas geralmente produzem
pós, enquanto a síntese eletroquímica leva a filmes depositados no eletrodo de trabalho [18].
A dopagem e o sistema π conjugado, devido aos métodos eletroquímicos e químicos, são
responsáveis pela condutividade demonstrada pelo PPy. Dopagem e desdopagem resultam na
forma oxidada de PPy e na forma neutra [20], respectivamente (Figura 2).
Figura 2: (A) forma oxidada de PPy e (B) forma neutra de PPy.

Fonte: M.A. Olatunji (2018, p. 467)


A carga positiva é balanceada com contra-ânion para manter a neutralidade da carga. O
doping vem do ânion de oxidante ou eletrólito usado na reação [20]. Neste trabalho, o
objetivo principal foi a obtenção de eletrodos leves flexíveis composto por polipirrol (PPy)
depositado eletroquimicamente sobre superfície de fibra de carbono estrutural através de
método galvanostático.

2. Materiais e Métodos
2.1 Eletrossíntese de Polipirrol
Todo o polipirrol (PPy) deste trabalho foi obtido por eletrossíntese em fibra de carbono
estrutural. A deposição de PPy foi realizada por eletrossíntese em uma célula de 3 eletrodos
acoplada a um potenciostato-galvanostato Metrohm Autolab PGSTAT 302 a partir de 0,1 mol
L-1 de solução de pirrol recém destilado com ácido sulfúrico 0,5 mol L-1. O eletrodo de
trabalho para a deposição de PPy foi um cabo de 5 cm de fibra de carbono Hexcel 282-50
GRAPHITE "liso" com 3000 filamentos de 7,1 μm de diâmetro; o eletrodo auxiliar utilizado
foi uma tela cilíndrica de platina, conforme a Figura 3. Uma janela de potencial também foi
aplicada em 9 ciclos de 0 a 1,2 V vs Ag/AgCl a uma taxa de 50 mV s-1. O potencial de síntese

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final foi estabelecido no pico anódico (referente à polimerização oxidativa do PPy na fibra).
As amostras foram produzidas apenas a partir do PPy, eletrodepositado na fibra de carbono.
As condições de concentração da solução de pirrol e dos parâmetros do processo de
eletrossíntese foram adaptadas de Kazazi e Huang [9, 12].
Figura 3: Montagem da célula eletrolítica

2.2. Caracterização e desempenho eletroquímico dos eletrodos preparados


A morfologia da superfície dos eletrodos foi investigada com auxílio de microscópio
eletrônico de varredura (MEV) com o equipamento Zeiss 435 VPI. A composição química
dos eletrodos foi investigada por Espectroscopia Raman com o equipamento de evolução
Horiba - Labram HR (laser de 532 nm).O desempenho eletroquímico dos eletrodos de PPy
foi investigado por voltametria cíclica realizado dentro da janela potencial de -0,2 a 1,2V (vs.
Ag/AgCl) em eletrólito 1,0 mol L-1 de H2SO4, como taxa de varredura em 10 mV s-1. A
espectroscopia de impedância eletroquímica (EIS) foi medida na faixa de frequência de 10
mHz a 1,0 MHz com uma amplitude potencial de ± 10mV em um eletrólito de 1,0 mol L-1 de
H2SO4. Essas medições foram realizadas usando um potenciostato-galvanostato Metröhm
Autolab PGSTAT 302, com o analisador de dados NOVA 1.11.

3. Resultados
A morfologia do eletrodo de PPy preparado foi observada por MEV. A Figura 4 refere-se à
morfologia da fibra de carbono sob duas condições: pura e revestida com PPy. A morfologia
do crescimento do PPy na fibra de carbono é representada por um filme muito fino em sua
superfície e entre os monofilamentos.
Pelas micrografias de MEV dos eletrodos sintetizados é possível observar crescimento de
aglomerados de PPy nos monofilamentos com crescimento bem distribuído em toda sua

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extensão. A Figura 4 B e C mostram o polímero depositado, composto por inúmeras


nanopartículas aglomeradas e minúsculas que formam uma estrutura relativamente densa.
Figura 4: A) fibra de carbono sem recobrimento (aumento de 5000x); B) fibra de carbono recoberta com PPy
(aumento de 5000x); C) fibra de carbono recoberta com PPy (aumento de 10000x)

A B C

Esse fenômeno de crescimento do PPy sobre PPy também ocorre em quantidades menores de
maneira heterogênea em poucas regiões da fibra. Essa morfologia de polímero no eletrodo é
importante para avaliar o seu comportamento em célula: pode facilitar a transferência de
carga para o material do eletrodo de PPy, levando a valores interessantes de capacitância e
armazenamento de energia [8, 9].
Figura 5: Espectros Raman de (a) PPy e (b) Fibra de carbono

A interação entre PPy e fibra de carbono foi investigada por espectroscopia Raman. A Figura
5 representa os espectros obtidos das amostras de fibra de carbono pura (b) e após o processo
de eletrodeposição de PPy (a).

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Os espectros característicos de Raman para fibra de carbono mostram bandas em torno de


1355 cm-1, que corresponde à carbonos sp3 desordenados e defeituosos (banda D), e 1585 cm-
1
, que corresponde ao alongamento da ligação C-C de todos os pares de átomos de sp2 nos
anéis e nas cadeias de carbono grafitado (banda G) [23, 24]. Os espectros característicos de
Raman para PPy mostram o pico de alta intensidade em 1590 cm−1, que é atribuído à
estrutura conjugada π (alongamento simétrico do anel C = C aromático). Os outros picos
duplos em 1320 e 1380 cm-1 são atribuídos ao modo de alongamento de anel do PPy,
indicando a oxidação efetiva do polímero bem como a interação fibra-polímero [21].Os picos
duplos em 1050 e 1080 cm-1 são atribuídos à deformação no plano C-H. Os picos 940 e 990
cm-1 são atribuídos à deformação do anel associada à di-cátions (bipolaron) e cátions radicais
(polarons), respectivamente [21, 22]. As intensidades desses picos fornecem informações
sobre a presença das respectivas espécies.
O desempenho eletroquímico dos eletrodos de fibra de carbono puro e PPy foi investigado
por voltametria cíclica (CV). O ensaio de voltametria cíclica permitiu obter o voltamograma
contendo informações acerca de correntes anódicas em determinados potenciais. Dessa
forma, foi possível determinar a janela de potencial para a eletropolimerização de pirrol,
conforme a Figura 6(a). A Figura 6(b) representa a comparação das curvas CV do eletrodo
puro de fibra de carbono e eletrodo de PPy na janela de potencial de -0,2 a 1,2 V (vs.
Ag/AgCl) na taxa de varredura de 10 mV s-1.
Figura 6: (a) Voltamograma de oxidação de pirrol; (b) Voltamograma de polipirrol e fibra de carbono

Analisando a Figura 6(a) o voltamograma, é notável o pico de corrente próximo a 0,4 V


referente da oxidação do monômero, além de outro a 1,2 V, podendo indicar a protonação do
PPy [9]. Porém, em um meio aquoso, o pico de corrente em 1,2 V pode favorecer a redução

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de oxigênio, já que encontra seu limite próximo de 1,4 V (vs Ag/AgCl) [16]. Como mostrado
na Figura 6(b), as curvas CV dos dois eletrodos apresentou características capacitivas
diferentes. A área sob a curva voltamograma do eletrodo de PPy , comparativamente à fibra
de carbono não recoberta com PPy, indica seu comportamento altamente capacitivo [9]. Essa
característica é típica de material semelhante aos capacitores de dupla camada [2, 3, 8], ainda
que contivesse efeitos ôhmicos de acomodação de carga (não necessariamente relacionadas
ao material, mas à sua semi-célula funcionando em condição potenciodinâmica), o que sugere
estudo em outras condições de eletrossíntese. Seja como for, o revestimento de fibra de
carbono com PPy aumentou as propriedades capacitivas da fibra de carbono [8]. Tais
melhorias significativas nas propriedades eletroquímicas do eletrodo de PPy podem ser
atribuídas à sua condutividade aprimorada devido ao substrato de fibra de carbono condutor e
ao contato do eletrodo e eletrólito, além da sua estrutura porosa e de grande área superficial
[9].
A espectroscopia de impedância eletroquímica (EIS) foi empregada para avaliar com mais
precisão a resistência à transferência de carga e o comportamento dos fenômenos na interface
eletrodo / eletrólito. Os diagramas de Nyquist para os eletrodos de fibra de carbono puro e
PPy no eletrólito aquoso 1,0 mol L-1de H2SO4 são mostrados na Figura 7.
Figura 7: Diagramas de Nyquist relativos ao estudo por EIS dos eletrodos de fibra de carbono e PPy

Ambos os espectros de EIS mostram um semicírculo nas altas frequências e uma linha com
inclinação mínima nas baixas frequências. O semicírculo, em região de alta frequência, é
atribuído à resistência de transferência de carga (Rct) na interface eletrodo/eletrólito e sua

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capacitância de dupla camada (Cdl), e a linha reta ~ 90°, em região de baixa frequência
corresponde às propriedades de armazenamento de carga por elementos refletivos limitados
por difusão, comportamento da dupla camada que não é representado por um capacitor puro
ideal, mas por um elemento de fase constante (CPE) com expoente de Euler próximo de 0,5
ou por uma impedância do tipo Warburg [8, 17]. A interceptação dos semicírculos no eixo
real (Z’) representa a resistência interna no sistema eletroquímico, que é derivada da
combinação da resistência da solução e a resistência interna do eletrodo. A partir do diâmetro
dos semicírculos na Figura 7, em altas frequências, o eletrodo de fibra de carbono puro exibe
uma maior resistência à transferência de carga, porém, analisando o eletrodo PPy, é visto que
o semicírculo relacionado ao PPy pode ter resistência total de aproximadamente 20 ohm [9].
Além disso, a maior resistência relacionada ao material em baixas frequências é do eletrodo
de fibra de carbono puro. Sua impedância mostrou uma ordem de magnitude mais alta. A
resistência do material, a partir do Z’, dada em baixas frequências é marcadamente superior à
da fibra revestida com PPy. Justifica a adição de PPy para diminuir a resistência à
transferência de carga na interface eletrodo-eletrólito da fibra. Da mesma forma, é possível
inferir a baixa capacitância de dupla camada da fibra e o consequente aumento da mesma,
quando revestidos os filamentos [8, 9].

4. Conclusões
Portanto, verificou-se que o material de fibra de carbono revestido com PPy pode ser usado
diretamente como eletrodo capacitor de dupla camada flexível encorajador para as aplicações
em armazenamento de energia, e a facilidade demonstrada nesta abordagem prática para
preparar eletrodos de alto desempenho para supercapacitores e baterias foi bem estudado. O
eletrodo de fibra de carbono revestido com PPy exibiu desempenho eletroquímico bem mais
pronunciado do que o eletrodo de fibra de carbono puro, incluindo excelente interação fibra-
polímero e morfologia que apresenta aparente grande área superficial, a avaliar por BET no
futuro.

5. Divulgação dos Resultados


Trabalho aceito na 43º Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química – Maceió 2020.

Referências

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GO and rGO for structural carbon fiber coating” Progress in Organic Coatings 138 (2020)
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polypyrrole film on electrophoretically deposited CNTs conductive framework for
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Supercapacitor from PEDOT:PSS Electrode and Redox Iodide Ion Electrolyte” Nanomaterials
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significantly improved electrochemical capacitive properties” Materials Letters 221 (2018) 309–
312
[12]Y. Huang, H. Li, Z. Wang, M. Zhu, Z. Pei, Q. Xue, Y. Huang, C. Zhi “Nanostructured
Polypyrrole as a flexible electrode material of supercapacitor” Nano Energy 22 (2016), 422-438
[13] M. Wu, G. A. Snook, V. Gupta, M. Shaffer, D. J. Fray, G. Z. Chen “Electrochemical
fabrication and capacitance of composite films of carbon nanotubes and polyaniline” Journal of
Materials Chemistry 23 (2005)

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[14] Cheng-Ho Chen “Thermal Studies of Polyaniline Doped with Dodecyl Benzene Sulfonic
Acid Directly Prepared via Aqueous Dispersions” Journal of Polymer Research 9 (2002) 195–200
[15] VangapallyNaresh, Liju Elias, Surendra K. Martha “Poly(3,4-ethylenedioxythiophene)
coated lead negative plates for hybrid energy storage systems” ElectrochimicaActa 301 (2019)
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[16] Rodrigo Barbosa Hilário “Estudo das características anticorrosivas do polipirrol
eletrodepositado em diferentes solventes sobre a liga de alumínio 2024” Trabalho de Conclusão
de Curso, Instituto Federal de São Paulo (2017) 1–54.
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nanocomposite adsorbents and its application in removal of radioactive materials” Polymer-based
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PIBIC-RELATÓRIO FINAL

Título do projeto de pesquisa: Brisa marítima na região de São José dos Campos em julho
Bolsista: Lucas Daher Santos
Orientador: Marcos Daisuke Oyama
Período a que se refere o relatório: agosto de 2019 a abril de 2020 (9 meses)

Resumo

A brisa marítima ocorre no período vespertino sobre áreas costeiras e consiste no escoamento que
leva ar mais frio e úmido do oceano para o interior do continente. O trabalho consistiu em
desenvolver um método objetivo de identificação da brisa marítima em São José dos Campos para o
mês de julho a partir de dados de superfície coletados a cada minuto no aeroporto da cidade. O
método foi implementado em Python no ambiente Spyder. A presença da brisa marítima foi
identificada pelo método quando, entre 17 e 22 UTC, ocorre um aumento brusco de temperatura do
ponto de orvalho a 2 m, e a direção do vento a 10 m permanece na direção entre E e S (90° a 180°)
após o aumento. O método foi calibrado utilizando os dados de jul-2017. Para esse mês, após a
calibração, o método apresentou um bom desempenho, com valores altos de acurácia e precisão. Para
a validação, o método foi aplicado para jul-2014. Embora a precisão e acurácia tenham diminuído, o
desempenho do método ainda se mostrou satisfatório. Portanto, a entrada e atuação da brisa marítima
em São José dos Campos estão relacionadas a um padrão de comportamento das variáveis de
superfície que pode ser utilizado em um método objetivo de identificação.

1. Introdução

A brisa marítima é uma circulação diurna em escala local ou regional que ocorre nos níveis mais
baixos da atmosfera sobre regiões costeiras ou próximas à costa e é gerada pela diferença de
temperatura do ar entre os lados continental (quente) e oceânico (frio) da costa (Fig. 1). Em geral, a
brisa marítima inicia-se a partir do fim da manhã ou início da tarde, quando o vento à superfície
começa a soprar de forma mais intensa do oceano para o continente, atingindo a máxima velocidade
no final da tarde [1]. A entrada da brisa marítima sobre o lado continental da costa leva a mudanças
de temperatura e umidade devido ao aporte de ar oceânico mais frio e úmido.

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Fig. 1. Ilustração da circulação de brisa marítima. A brisa é indicada pela seta maior. As letras Q e F referem-se à
superfície quente (sobre o continente) e fria (sobre o oceano), respectivamente. A nuvem indica a nebulosidade que
ocorre sobre a frente de brisa.

Estudos realizados desde a década de 1980 mostram que a brisa marítima proveniente do litoral
paulista propaga-se continente adentro e afeta a Região Metropolitana de São Paulo [2]. Acredita-se
que a brisa marítima também poderia afetar o Vale do Paraíba e, em particular, a cidade de São José
dos Campos. Alguns estudos anteriores sugerem essa possibilidade [3, 4], mas não há um estudo
observacional específico que comprove a atuação da brisa marítima em São José dos Campos (ou
outra localidade do Vale do Paraíba). Para o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o
conhecimento sobre a atuação da brisa marítima em São José dos Campos é importante porque a
brisa pode interagir com outras circulações e levar à ocorrência de tempestades na cidade, o que
limitaria as atividades na Usina Coronel Abner, onde são realizados os ensaios de queima em banco
e o carregamento dos propulsores desenvolvidos no instituto.

O objetivo do presente trabalho é contribuir para a comprovação observacional da entrada da brisa


marítima no Vale do Paraíba. Para tal, dados coletados a cada minuto no Aeroporto de São José dos
Campos são utilizados como material básico. Diferentemente dos dados horários amplamente
disponíveis, como o código METAR do Aeroporto de São José dos Campos, os dados a cada minuto
são os mais adequados para estudos de brisa marítima, pois permitem a detecção de variações
temporais bruscas no vento, na temperatura e na umidade associadas à sua entrada.

O trabalho divide-se em dois projetos. No primeiro projeto, executado entre ago-2018 a jul-2019, os
dados a cada minuto foram tratados e organizados utilizando scripts em Shell e Python, e a atuação
da brisa marítima em São José dos Campos foi verificada subjetivamente para alguns dias do mês de

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julho de 2017 (dias 12, 18, 22, 27 e 28) [5]. No segundo projeto, iniciado em ago-2019, o objetivo
consiste em expandir os resultados anteriores por meio da obtenção de um método objetivo de
identificação da ocorrência de brisa marítima em São José dos Campos para o mês de julho. Enfoca-
se um único mês por simplicidade, e julho é o mês escolhido devido ao fato da frequência de dias
com brisa marítima no litoral paulista ser alta nesse mês [6]. Neste relatório, apresentam-se os
resultados obtidos no âmbito do segundo projeto.

Material

O material básico para a identificação da brisa marítima em São José dos Campos consiste nos dados
coletados a cada minuto por instrumentos meteorológicos instalados em uma estação automática no
Aeroporto de São José dos campos (SBSJ). Neste trabalho, utilizam-se os dados entre 17 e 22 UTC
das seguintes variáveis de superfície: temperatura do ponto de orvalho a 2 m (TD), e direção e
velocidade do vento a 10 m (DIR e VEL, respectivamente). Outras variáveis, como a pressão à
superfície, parecem ter importância secundária para a identificação da brisa [5]. Os dados encontram-
se disponíveis para o período (não-contínuo) de dezembro de 2010 a maio de 2018. Após um
diagnóstico da qualidade dos dados, os anos de 2017 e 2014 são escolhidos porque, para esses anos,
os dados de julho estão completos. Os dados de jul-2017 são usados na calibração do método
objetivo de identificação da brisa marítima; os dados de jul-2014, na validação.

Além dos dados a cada minuto, para o levantamento subjetivo dos dias com brisa – que é doravante
chamado de método subjetivo – são também utilizadas:
x as informações horárias do código METAR para o Aeroporto de São José dos Campos
disponibilizadas pelo Comando da Aeronáutica (https://www.redemet.aer.mil.br/);
x as imagens do satélite GOES-13 no canal visível disponibilizadas no “acervo de imagens” do
Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) (http://satelite.cptec.inpe.br); e
x as análises sinóticas do CPTEC às 12 e 00 UTC, obtidas junto ao grupo de previsão do tempo
do CPTEC.

3. Metodologia

Nos dados a cada minuto, a entrada ou a atuação da brisa marítima pode ser identificada por
comportamentos particulares nas séries temporais entre 17 e 22 UTC.

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ƒ Para TD e VEL, a entrada da brisa pode ser identificada por mudanças ou transições
expressivas [5]. No intervalo temporal em que ocorrem essas mudanças, a evolução temporal
da variável (Y = TD ou VEL) pode ser modelada como uma função linear no tempo (t), ou
seja, Y = A˜t + B, onde A é o coeficiente angular (> 0 durante a transição) e B, o coeficiente
linear. Esses coeficientes, bem como o coeficiente de determinação (r²), são obtidos via
regressão linear para períodos de 20 min. Quando há entrada da brisa marítima, A e r² são
altos. Por exemplo, entre 19 e 20 UTC do dia 12-jul-2017, ocorre um aumento expressivo de
TD que é acompanhado por valores máximos de A (Fig. 2).
ƒ Para DIR, a atuação da brisa caracteriza-se por ventos no quadrante entre 90° e 180° (ou seja,
entre as direções E e S) nas horas subsequentes após a entrada da brisa [7].
Esses comportamentos são usados nos métodos subjetivo e objetivo de identificação da brisa
marítima.

Fig. 2. Série temporal da temperatura do ponto de orvalho a 2 m (TD, linha preta) e do coeficiente angular da reta de
regressão (A, linha vermelha) para o dia 12-jul-2017.

Para avaliar o desempenho do método objetivo (tanto na calibração quanto na validação), utilizam-se
as métricas –acurácia e precisão – calculadas da matriz de confusão (ilustrada na Tabela 1).
ƒ Verdadeiros positivos (negativos) – TP (TN) – são os dias em que a presença (ausência) de
brisa marítima é identificada por ambos os métodos (subjetivo e objetivo).
ƒ Falsos positivos (negativos) – FP (FN) – são os dias em que o método subjetivo identifica
ausência (presença) de brisa marítima, mas o método objetivo, presença (ausência).
A soma de TP com TN indica os acertos do método objetivo, enquanto a soma de FP com FN, os
erros. A acurácia (a) é definida como:

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TP  TN
a ,
TP  TN  FP  FN
ou seja, a representa a fração de acerto em relação ao número total de dias. A precisão (p) é definida
como:
TP
p ,
TP  FP
ou seja, p representa a fração de acerto em relação ao número de dias em que a presença de brisa
marítima é identificada pelo método objetivo. Os valores de a e p variam de 0 a 1. Quanto mais
próximo de 1, melhor é o desempenho do método objetivo.

Tabela 1. Ilustração da matriz de confusão: “com brisa” refere-se à presença de brisa marítima segundo o método de
identificação (subjetivo ou objetivo); “sem brisa”, à ausência. TP, TN, FP e FN referem-se ao número de verdadeiros
positivos, verdadeiros negativos, falsos positivos e falsos negativos, respectivamente (definidos no texto).

método com brisa TP FN


subjetivo sem brisa FP TN
com brisa sem brisa
método objetivo

4. Resultados

Os resultados são apresentados sequencialmente seguindo as etapas do trabalho. As etapas são:


I) desenvolvimento de aplicação;
II) método subjetivo;
III) implementação do método objetivo; e
IV) calibração e validação do método objetivo.

Na etapa I, desenvolve-se uma aplicação em Python que utiliza os dados a cada minuto e:
x realiza um controle de qualidade nos dados (p. ex., para identificar e remover spikes);
x calcula A e r² para TD e VEL; e
x gera gráficos padronizados das séries temporais (de 17 a 22 UTC).
A aplicação é desenvolvida no ambiente Spyder, que é um ambiente de desenvolvimento integrado
(IDE) de código aberto usado para a programação científica em Python.

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Na etapa II, inicialmente, utilizando o código METAR, as imagens de satélite e as análises sinóticas,
são retirados do mês de jul-2017 e jul-2014 os dias em que frentes frias posicionam-se sobre o litoral
paulista e o Vale do Paraíba. Então, para os dias remanescentes – chamados doravante de dias
válidos – analisam-se minuciosamente os gráficos obtidos na etapa I e as imagens de satélite. A
atuação da brisa marítima na região de São José dos Campos é identificada subjetivamente quando,
entre 17 e 22 UTC, ocorre um aumento expressivo de TD e/ou VEL, com DIR no quadrante entre
90° e 180° (ou seja, entre as direções E e S) nas horas subsequentes a esse aumento, e uma
propagação da frente de brisa do litoral paulista ao interior. Essas características baseiam-se nos
casos estudados no projeto anterior [5]. A Tabela 2 mostra um resumo dos resultados da etapa II.

Tabela 2. Resumo dos resultados da etapa II: número de dias retirados, válidos com presença de brisa marítima (“com
brisa”) e válidos com ausência de brisa (“sem brisa”) para jul-2017 e jul-2014. A identificação da presença ou ausência
de dias com brisa é feita com o método subjetivo.

jul-2017 jul-2014
dias retirados 5 10
com brisa 14 10
dias válidos
sem brisa 12 11

Na etapa III, o método objetivo de identificação da brisa marítima é implementado em Python no


ambiente Spyder. O algoritmo está ilustrado na Fig. 3. Inicialmente, para um dado dia válido, realiza-
se a leitura dos dados de TD, VEL e DIR entre 17 e 22 UTC, e calcula-se A para TD (da mesma
forma que na etapa I; o cálculo de r2 não é necessário porque, para valores de A elevados, nota-se
que r2 também é alto). Então, havendo um máximo suficientemente alto de A, verifica-se se DIR
permanece entre as direções E e S (90° a 180°) em pelo menos 50% do tempo nas 2 horas
subsequentes após o horário do máximo. Se isso ocorrer, o método objetivo identifica a presença de
brisa marítima no dia e obtém informações complementares, tais como o horário de entrada de brisa
e as variações de TD e de VEL a ela associadas.

Na etapa IV, o primeiro passo consiste em calibrar o parâmetro crucial do método objetivo, que é o
limiar de A (da série de TD). Para um dado limiar de A, executa-se o método objetivo para todos os
dias válidos de jul-2017, e obtém-se um valor de p e outro de a. A relação de p e a em função do

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limiar (entre 0 e 0,09) é mostrada na Fig. 4. Para limiares baixos (próximos de 0), o método objetivo
tende a superestimar os dias com presença de brisa, ou seja, a aumentar o FP, o que reduz p. Para
limiares altos (≥ 0,08), o método tende a subestimar os dias com presença de brisa, ou seja, a
aumentar FN, o que reduz a. A melhor combinação de a e p, ou seja, a que maximiza as métricas,
ocorre para limiares entre 0,06 e 0,07. Opta-se aqui pelo valor 0,07. Utilizando esse limiar, o
desempenho do método está mostrado na Tabela 3. As métricas são altas (> 0,8) e os valores de p e a
são semelhantes, indicando que o método possui um desempenho bom e equilibrado.

Fig. 3. Algoritmo do método objetivo de identificação da brisa marítima para um dado dia válido. O início está em cor
amarela; o final (identificação), em cor azul. Em cinza, estão as condições; “S” significa sim; “N”, não.

Fig. 4. Precisão e acurácia do método objetivo em função do limiar de A.

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Tabela 3. Matriz de confusão e métricas (a e p, células sombreadas) resultantes da aplicação do método objetivo para jul-
2017.

método com brisa 12 2 a = 0,846


subjetivo sem brisa 2 10 p = 0,857
com brisa sem brisa
método objetivo

O segundo passo consiste em validar o método objetivo. Para tal, o método (utilizando o limiar de
0,07) é executado para todos os dias válidos de jul-2014. O desempenho está mostrado na Tabela 4.
Em relação aos valores obtidos para jul-2017, a acurácia diminui cerca de 5 pp, e a precisão, cerca de
10 pp. A acurácia continua alta (> 0,80), mas a precisão deixa de sê-la. O aumento de FP, que é
responsável pela redução da precisão, indica a necessidade de aumentar o limiar de A ou de incluir
outras condições para restringir a identificação de brisa no método objetivo. De qualquer forma, as
métricas, embora diminuam, podem ainda ser consideradas satisfatórias por serem bem superiores a
0,5 (valor de referência para acertos e erros iguais). Isso valida o método, mas (como mencionado)
os resultados apontam a necessidade de aprimoramentos.

Tabela 4. Matriz de confusão e métricas (a e p, células sombreadas) resultantes da aplicação do método objetivo para jul-
2014.

método com brisa 9 1 a = 0,810


subjetivo sem brisa 3 8 p = 0,75
com brisa sem brisa
método objetivo

O fato dos preditores do método objetivo serem a umidade e a direção do escoamento conflita com a
constatação empírica de que a entrada da brisa é acompanhada de um aumento expressivo de VEL. O
sinal de VEL nos dados a cada minuto a minuto mostra oscilações de alta frequência (ruídos) com
grande magnitude, o que dificulta distinguir as transições no sinal. Um tratamento estatístico dos
dados de VEL seria necessário para tentar comprovar a constatação empírica e, eventualmente,
incluir VEL como preditor do método objetivo.

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5. Considerações finais

O trabalho consistiu em desenvolver um método objetivo de identificação da brisa marítima em São


José dos Campos para julho, mês em que a ocorrência da brisa no litoral paulista é frequente. O
método foi implementado em Python no ambiente Spyder e utiliza, como entrada, dados a cada
minuto de TD e DIR coletados no Aeroporto de São José dos Campos. Para um dado dia de julho, a
presença da brisa marítima é identificada pelo método quando ocorre um aumento brusco de TD
entre 17 e 22 UTC, e DIR permanece na direção entre E e S (90° a 180°) após o aumento.

O método depende de um parâmetro, que é o limiar de aumento de TD. Esse parâmetro foi calibrado
utilizando os dados de jul-2017. Para esse mês, após a calibração, o método apresentou um bom
desempenho, com valores altos (> 0,80) de acurácia e precisão (quando comparado ao levantamento
subjetivo).

Aplicou-se o método para jul-2014 para fins de validação. Para esse mês, houve uma redução da
acurácia e, principalmente, da precisão. Apesar disso, o desempenho do método pode ainda ser
considerado satisfatório. Para a sua melhoria, uma possibilidade é incluir condições adicionais para a
presença da brisa, o que restringiria a ocorrência de FP.

A conclusão final é que a entrada e atuação da brisa marítima em São José dos Campos estão
relacionadas a um padrão de comportamento das variáveis de superfície (como o aumento expressivo
de TD e o giro do vento para a direção entre E e S) que pode ser utilizado em um método objetivo de
identificação.

6. Divulgação dos Resultados

O trabalho ainda não foi divulgado.

Referências

[1] Freitas, E. D. Circulações locais em São Paulo e sua influência sobre a dispersão de
poluentes. Tese de Doutorado. IAG-USP, 2003.

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[2] Oliveira, A. P.; Bornstein, R. D.; Soares, J. Annual and diurnal wind patterns in the city of São
Paulo. Water, Air, and Soil Pollution: Focus, v. 3, p. 3–15, 2003.

[3] Rosa, M. B.; Satyamurty, P. Um estudo da atividade convectiva no verão sobre o Vale do Paraíba
através do radar banda-S de São José dos Campos. Revista Brasileira de Meteorologia, v. 18, n. 2,
p. 195-206, 2003.

[4] Picolo, M. F. Atmospheric conditions observed during severe weather occurrences in the
area of the SOS-CHUVA project. MSc Dissertation. IAG-USP, 2018.

[5] Santos, L. D. Identificação da atuação da brisa marítima na região de São José dos Campos.
Relatório Final de Iniciação Científica, PIBIC-IAE, 2019.

[6] Ribeiro, F. N. D.; Oliveira, A. P.; Soares, J.; Miranda, R. M.; Barlage, M.; Chen, F. Effect of sea
breeze propagation on the urban boundary layer of the metropolitan region of São Paulo, Brazil.
Atmospheric Research, v. 214, p. 174–188, 2018.

[7] Perez, G. M. P.; Silva Dias, M. A. F. Long term study of the occurrence and time of passage of
sea breeze in São Paulo, 1960–2009. International Journal of Climatology, v. 37, p. 1210-1220,
2017.

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PIBIC/PIBITI-RELATÓRIO FINAL

Título do projeto de pesquisa: Obtenção de nanopartículas de óxido de zinco a partir


do método sol-gel
Bolsista: Marian Ferreira Baptista da Silva
Orientador(a): Silvana Navarro Cassu
Período a que se refere o relatório: 01/12/2019 a 31/07/2020

Resumo
Pesquisas sobre novas metodologias de síntese de materiais inorgânicos, em especial materiais
na escala nanométrica, são de extrema importância para a evolução da capacidade de produção
industrial que visa a redução dos custos em energia, quantidade de etapas produtivas e
sofisticação dos equipamentos necessários. Este trabalho utiliza uma rota alternativa de síntese
por processo sol-gel para obtenção de nanopartículas de óxido de zinco em meio básico
empregando 1,4-butanodiol (TMG) como solvente e ZnCl2 como precursor metálico. A síntese
foi realizada a partir da mistura de soluções dos compostos iniciais em TMG, empregando-se
temperatura relativamente baixa (até 140ºC) para obtenção de óxidos metálicos.
Espectroscopia no infravermelho indicou a obtenção do óxido de zinco, mostrando a existência
de moléculas residuais do solvente no xerogel.

1. Introdução
Proteções térmicas à base de borracha nitrílica (NR) são empregadas em veículos lançadores
de satélite e sua fixação nesses veículos ocorre por meio da utilização de adesivos. Um dos
adesivos utilizados para a borracha nitrílica é o policloropreno (CR), que em geral, utiliza base
solvente. Os adesivos base solvente vem sendo gradativamente substituídos por adesivos base
aquosa devido à menor toxidade e por motivos ambientais. O látex de policloropreno (dispersão
coloidal aquosa de CR e copolímeros) é uma opção viável para colagem de peças de NR, no
entanto, para se alcançar o desempenho necessário ajustes de formulação são necessários. O
CR, em geral, é vulcanizado por óxidos metálicos. A vulcanização em borrachas é responsável
pela formação de ligações entre as cadeias poliméricas, garantindo a formação de uma estrutura
reticulada que apresenta melhora em propriedades tais como resistência mecânica, flexibilidade

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e alongamento [1]. O óxido de zinco, além de agir como agente de vulcanização por
mecanismos catiônicos, possui a vantagem de atuar como receptador de ácido, retardando a
degradação do policloropreno vulcanizado, causada por ácido clorídrico, formado pela
liberação de íons cloro no processo de envelhecimento [2, 3]. Outro fator a ser considerado é a
quantidade e o tipo de íon zinco, que influencia o pH do látex e a solubilidade do ZnO, bem
como as propriedades finais da borracha vulcanizada [2]. A estrutura cristalina do ZnO é do
tipo hexagonal wurtzita, estruturada por planos alternados de íons O2- e Zn2+ coordenados de
forma tetraédrica ao longo do eixo produzindo superfícies polarizadas e um momento dipolar
normal, com divergência na energia superficial e assim permitindo o crescimento de
nanoestruturas diversificadas [4]. Os métodos de síntese desse óxido são fartos na literatura e
incluem deposição de vapor químico [5], ablação a laser [6], micro emulsão [7], hidrotermal
[8] e solvotermal [9]. Outro processo de interesse na produção de óxidos metálicos é o processo
sol-gel, que consiste na produção de óxidos inorgânicos por dispersão coloidal, em que: a) o
sol é uma suspensão estável de partículas sólidas em um solvente; b) o gel coloidal é formado
pela rede cristalina sólida que cresce de forma estável no meio líquido; c) xerogel é o sólido
obtido pela secagem a temperatura e pressão ambientes do gel coloidal [10].
Em processo sol-gel as características do solvente utilizado são de grande importância para o
produto final. Os glicóis são caracterizados por possuírem dois grupos hidroxila e ao serem
utilizados como solvente garantem maior dispersão das partículas, diferente do que ocorre com
solventes aquosos em que há a formação das ligações Zn – O – Zn devido a existência de
moléculas de água, formando aglomerados entre as nanopartículas [11]. Outra vantagem da
síntese em glicóis é que o solvente pode agir como substituto aos tensoativos, suprimindo o
crescimento e limitando a aglomeração, como um agente quelante: o núcleo em crescimento é
imediatamente complexado por moléculas de glicóis [12]. Nanopartículas de ZnO foram
produzidas por Chieng e Loo [12] utilizando como precursor metálico o acetato de zinco
[Zn(Ac)2] e três tipos diferentes de glicóis como solvente: etileno glicol (EG), dietileno glicol
(DEG), tetraetileno glicol (TEG). Os autores observaram que há uma relação proporcional
entre o tamanho da cadeia glicolítica e o tamanho dos cristais. As partículas sintetizadas em
EG eram esféricas e mediam 19,62 ± 2, 44 nm; em DEG diferentes formatos e tamanhos foram
observados, partículas esféricas com 38,84 ± 8,69 nm e em forma de haste com 67,94 ± 9,81
nm; e em TEG foram obtidas partículas na forma “diamante” com diâmetro de 68,57± 14,22
nm. Já He e Tsuzuki [9] utilizaram como precursor metálico o cloreto de zinco (ZnCl2) em TEG

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obtendo partículas de tamanhos diferentes de acordo com o tempo de envelhecimento da


reação: 10 minutos à 140 ºC partículas de 75,5 ± 25 nm e durante 4 horas nessa mesma
temperatura partículas com 84,9 ± 18 nm.
O objetivo deste trabalho foi realizar uma síntese sol-gel de nanopartículas de oxido de zinco
em tetrametileno glicol (TMG) à baixas temperaturas (até 140 ºC) tendo como precursor
metálico o cloreto de zinco. O produto resultante foi analisado por FT-IR para constatar a
síntese do óxido e seu espectro comparado ao espectro do solvente, para verificar a pureza e a
eficiência do método de purificação.

2. Materiais e Métodos
Foram utilizadas na síntese sem qualquer pré-tratamento: cloreto de zinco, ZnCl2, em pó
(Merck), hidróxido de potássio, KOH, em pastilha (Merck) e 1,4-butanodiol, TMG (Aldrich).
Duas soluções de TMG contendo 0,2 mol/L de KOH e 0,1 mol/L de ZnCl2 foram preparadas
sob agitação e aquecimento à aproximadamente 50 ºC por 20 minutos até a homogeneidade.
Em seguida, as soluções foram misturadas em um balão reacional e aquecidas em banho maria
a óleo até 90 ºC por 3 horas com agitação mecânica, e então a temperatura foi aumentada para
140 C por mais 4 horas. Por fim, o precipitado final foi diluído 3 vezes em água, lavado com
água desionizada 8 vezes e centrifugado, seco a aproximadamente 30 ºC em estufa por 2 horas.
Esse pó obtido foi caracterizado por FT-IR (Spectrum One, PerkinElmer), utilizando a técnica
de emulsão em nujol no modo de transmissão e o TMG utilizando a técnica UATR, ambos com
20 varreduras na faixa espectral de 4000 – 400 cm-1.

3. Resultados
Em meio aquoso, a reação entre os íons OH– e Zn2+ formando hidróxido de zinco ocorre
rapidamente devido a disponibilidade de OH–. Neste experimento, após a mistura das soluções
KOH/TMG e ZnCl2/TMG a temperatura ambiente, a reação entre os íons Zn2+ e OH– ocorre
de maneira lenta. Assim como o etileno glicol (1,2-etilenodiol) [13], o TMG também possui
dois grupos hidroxila (Figura 1) que podem doar o par de elétrons livres para um cátion
metálico e então formar quelatos. Inicialmente na síntese, esses elétrons são doados para o Zn2+
e então são formados quelatos estáveis que resultam na inibição da reação entre Zn2+ e OH –,
retardando a formação de hidróxido de zinco.

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Figura 1: tetrametileno glicol (1,4 butanodiol)

A mudança na turbidez da solução relatada por He e Tsuzuki [9] pode ser observada pela Figura
2. Isso indica uma mudança no meio reacional indicando que houve a formação dos quelatos
na primeira etapa do processo de síntese do ZnO a 90 ºC (Figura 2-b). Quando a temperatura
da síntese estava próxima a 140 ºC, a agitação térmica e a energia das moléculas do TMG
aumentaram, o que desestabilizou os quelatos de zinco liberando os íons Zn2+ para formar
compostos de hidróxido de zinco ([Znn(OH)m]2n-m) com as hidroxilas livres presentes no meio
da dissociação da base KOH. Finalmente, atingindo-se e mantendo-se 140 ºC por 4 horas
ocorreu a desidratação gradual desses compostos de hidróxido de zinco formando ZnO. A
opacidade e coloração esbranquiçada observada na Figura 2-c é característica do ZnO.

Figura 2: Variação da turbidez do meio reacional durante a síntese do ZnO nano particulado. (a) no início da
reação, antes de se iniciar o aquecimento; (b) após 3 horas a 90 ºC; (c) após 4 horas a 140 ºC.
(a) (b) (c)

As moléculas em geral absorvem radiação na faixa do infravermelho de forma quantizada, e


assim apenas frequências determinadas de excitação são possíveis. Frequências vibracionais
de estiramento e dobramento das ligações podem ser mensuradas graças à variação na distância
ou ângulo de ligação que produzem variações no dipolo elétrico, e uma faixa de absorção pode
ser definida para cada tipo de ligação [14]. Logo, para analisar duas substâncias é necessário

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analisar a coincidência ou não de cada absorção, se coincidirem, se relacionam ao mesmo grupo


químico. A Figura 3 apresenta o espectro de FT-IR do ZnO em nujol presente na literatura [15]
e tomado como referencial. Ao comparar com o espectro do xerogel obtido na síntese em TMG
(Figura 4), observa-se que 3 bandas de absorção não são coincidentes, portanto, as substâncias
não são idênticas e há impurezas no xerogel obtido. A absorção em 459cm-1 característica de
compostos inorgânicos, indicado a presença do ZnO.

Figura 3: Espectro FT-IR ZnO base para comparação

Fonte: American Chemical Society, Integrated Spectral Database System of Organic Compounds [15].

Figura 4: Espectro FTIR das nanopartículas sintetizadas (nujol)

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A análise de FT-IR (em pastilhas de KBr) do TMG evidenciou que a discordância entre as
absorções no espectro do ZnO é proveniente de moléculas de TMG residuais. A banda em
3401 cm-1 é relativa ao estiramento do grupo O–H do TMG. Já a banda de menor intensidade
em 1044 cm-1 do xerogel é característico da ligação C–O de álcoois primários [14] e coincide
com a faixa de absorção em 1049 cm-1 do espectro do TMG mostrado na Figura 5, a absorção
é próxima ao ponto referência 1050 cm-1 para álcoois primários em ambos. Por fim, a absorção
em 832 cm-1 está relacionado ao movimento de rocking em decorrência dos quatros carbonos
presentes na molécula em forma de CH2 [14] presente também em ambos os espectros, e é
característico do TMG (Figuras 4 e 5).

Figura 5: Espectro FT-IR TMG

Fonte: autor

4. Próximas Etapas
Difração de raios X (DRX) para caracterizar a estrutura cristalina do xerogel.
Microscopia eletrônica de varredura (MEV) para caracterizar a morfologia do xerogel.
Espalhamento dinâmico de luz (DLS) para determinação do tamanho das partículas.
Medir as variações do pH durante a síntese para monitorar a formação dos compostos de
hidróxido de zinco e suas desidratações formando óxido de zinco.
Testar metodologias alternativas para a lavagem/secagem do xerogel de forma a remover
completamente o solvente empregado na síntese.

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5. Conclusões
Neste estudo foi possível realizar a síntese sol-gel de partículas de óxido de zinco em meio
glicolíco em temperatura relativamente baixa (140 ºC) para obtenção de óxidos metálicos,
sem a necessidade da utilização de tensoativos. Entretanto, o processo de purificação utilizado
para remoção do solvente ainda não foi totalmente eficaz, sendo necessário maiores
investigações sobre alternativas de lavagem/secagem do ZnO sintetizado. Ainda é necessário
a medição do tamanho das partículas para analisar se a escala nanométrica foi atingida com
sucesso, bem como caracterizar a morfologia das partículas. Durante o período, não foi possível
concluir a execução experimental desse projeto por conta da pandemia, que restringiu o
trabalho presencial nos laboratórios.

6. Divulgação dos Resultados


Este trabalho será apresentado no Encontro de Iniciação Científica que é realizado anualmente
no Instituto de Aeronáutica e Espaço, que deverá ocorrer em agosto de 2020.

Referências
[1] STEPHENS, H. L. The Compounding and Vulcanization of Rubber. In: Rubber
Technology. [s.l: s.n.]. p. 20–58.
[2] MAUSSER, R. F. Latex and Foam Rubber. In: Rubber Technology. [s.l: s.n.]. p. 518–
560.
[3] BERRY, K. et al. Mechanism for cross-linking polychloroprene with ethylene thiourea
and zinc oxide. In: Rubber Chemistry and Technology. [s.l: s.n.]. v. 88p. 80–97.
[4] WANG, Z. L. Nanostructures of zinc oxide. Materials Today, v. 7, n. 6, p. 26–33, 1 Jun.
2004.
[5] FRAGALÀ, M. E. et al. Colloidal lithography and Metal-Organic Chemical Vapor
Deposition process integration to fabricate ZnO nanohole arrays. Thin Solid Films.
Anais...2010
[6] KIM, K. K. et al. Formation of ZnO nanoparticles by laser ablation in neat water.
Chemical Physics Letters, v. 511, n. 1–3, p. 116–120, 2011.

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[7] LI, X. et al. Synthesis and morphology control of ZnO nanostructures in microemulsions.
Journal of Colloid and Interface Science, v. 333, n. 2, p. 465–473, 2009.
[8] PAL, U.; SANTIAGO, P. Controlling the morphology of ZnO nanostructures in a low-
temperature hydrothermal process. Journal of Physical Chemistry B, v. 109, n. 32, p.
15317–15321, 18 Aug. 2005.
[9] HE, R.; TSUZUKI, T. Low-temperature solvothermal synthesis of ZnO quantum dots.
Journal of the American Ceramic Society, v. 93, n. 8, p. 2281–2285, 2010.
[10] PIERRE, A. C. The Chemistry of Precursors Solutions. In: [s.l.] Springer, Boston, MA,
1998. p. 11–89.
[11] HONG, R. et al. Synthesis and surface modification of ZnO nanoparticles. Chemical
Engineering Journal, v. 119, n. 2–3, p. 71–81, 2006.
[12] CHIENG, B. W.; LOO, Y. Y. Synthesis of ZnO nanoparticles by modified polyol
method. Materials Letters, v. 73, p. 78–82, 2012.
[13] INOUE, M. Solvothermal synthesis. In: Chemical Processing of Ceramics, Second
Edition. [s.l: s.n.]. p. 21–64.
[14] PAVIA, D. et al. INTRODUÇÃO À ESPECTROSCOPIA – Tradução da 5a edição
norte-americana. [s.l.] Cengage Learning, 2016.
[15] SCIFINDER. ZnO IR spectrum. Disponível em:
<https://scifinder.cas.org/scifinder/view/scifinder/scifinderExplore.jsf>. Acesso em: 29 jun.
2020.

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Relatório Final

Título do projeto de pesquisa: Estudo das causas para o deslocamento do propelente


na interface com o liner
Bolsista: Mônica Cordeiro Ribeiro
Orientador: Marcio Yuji Nagamachi
Período a que se refere o relatório: Fevereiro de 2020 a Julho de 2020

Resumo
O propelente sólido compósito tem sido estratégico tanto para a área militar quanto
aeroespacial, o qual se deve à sua facilidade de manuseio, funcionamento e alto desempenho
propulsivo. Porém, a grande quantidade de perclorato de amônio AP particulado dificulta a
adesão desse propelente à proteção térmica interna do motor-foguete, mesmo com a aplicação
de liner como promotor de adesão nessa interface. A escassez do polímero aglutinante nesse
caso é uma das principais causas para essa deficiência, a qual pode ser corrigida através da
melhora na homogeneização e, consequentemente, no empacotamento das partículas de AP.
Nesse sentido, testes de mistura foram realizados com três amostras nas quais foram
avaliadas: a adição inicial de alumínio Al seguida pela adição separada dos modos de AP,
adição separada dos modos de AP seguida pela adição de Al e a adição de todos os modos de
AP previamente misturados ou pré-mistura. Essa avaliação foi feita através de medidas da
viscosidade final das misturas na preparação das amostras, e os resultados indicaram que a
pré-mistura dos modos de AP reduziu em até 10% a viscosidade, resultado da melhora na
homogeneização e no empacotamento das partículas.

1. Introdução
1.1 Influência dos componentes e do empacotamento na adesão do propelente
Propelentes sólidos compósitos são largamente empregados na indústria militar e
aeroespacial como fonte de energia para a propulsão de foguetes, o qual se deve à
simplicidade de manuseio, funcionamento e alto desempenho [1]. Esses propelentes são
basicamente formados pelo oxidante sólido particulado misturado a outros componentes em

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uma resina polimérica, esta última atuando tanto como aglutinante quanto como combustível
[2-3]. A massa resultante da mistura desses componentes é despejada no interior do envelope-
motor onde ela se molda e se cura formando o grão-propelente. Esse grão por sua vez deve
apresentar propriedades balísticas e mecânicas adequadas para o perfeito funcionamento do
motor-foguete, tanto em voo quanto em condições críticas de temperatura e pressão durante a
ignição e o lançamento do foguete [4-5].
A adesão entre o grão-propelente e a proteção térmica do envelope-motor é promovida pela
aplicação de liner na interface, o qual utiliza o mesmo polímero aglutinante do propelente a
fim de conferir maior compatibilidade química para a adesão. Além disso, plastificantes e
cargas podem ser adicionadas ao liner para modificar as suas propriedades mecânicas e
físico-químicas [6-7]. Os componentes presentes tanto no grão-propelente quanto na
formulação do liner podem interferir na adesão liner/propelente e resultar na explosão do
motor-foguete. Dessa forma, é necessário avaliar as formulações, componentes e condições
de processamento que afetem a adesão.
Na etapa anterior deste estudo, foi avaliada a ação do plastificante do propelente como um
possível responsável pelo descolamento na interface liner/propelente [8]. Esse estudo foi
conduzido e concluído pela ex-aluna PIBIC Lia Junqueira, atual mestranda no ITA, que
comprovou a forte influência da concentração do plastificante DOA nessa adesão. Na atual
etapa, os trabalhos foram reiniciados pela aluna PIBIC Mônica com ênfase no efeito da
homogeneização e empacotamento das partículas de AP no propelente e a sua influência na
adesão na interface liner/propelente.

1.2 Efeito da homogeneização no empacotamento e sua influência na adesão


O aumento no grau de empacotamento no propelente tem como objetivo reduzir o volume de
vazios entre as partículas de modo que esses vazios possam ser preenchidos com uma
quantidade menor de resina, restando assim mais resina disponível para envolver as partículas
e intensificar a adesão liner/propelente. O resultado da melhora no empacotamento é um
propelente com viscosidade final menor durante a preparação [9-10]. O teor de sólidos em
um propelente pode variar de 70 a 90% em massa, sendo que a maior proporção é formada
por partículas oxidantes de perclorato de amônio (AP), principal fonte de oxigênio e de
energia. Altos teores de oxidante são sempre desejáveis, devido ao maior conteúdo energético
e maior desempenho propulsivo, o que torna o empacotamento ainda mais imprescindível.

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A proporção dos três modos de AP no propelente, a saber: AP fino, AP médio e AP grosso,


são determinantes para o empacotamento. Porém, os três modos devem estar bem misturados,
a fim de que o empacotamento possa se refletir nas propriedades do propelente. O objetivo
nesta etapa foi avaliar a influência do processo de mistura na homogeneidade e
empacotamento das partículas de AP em uma das formulações de propelente do IAE. Três
diferentes processos de mistura foram testados utilizando-se as medidas de viscosidade final
para avaliação.

2. Materiais e Métodos
2.1 Materiais
Para o estudo de empacotamento, foram utilizados os seguintes materiais: polibutadieno
líquido hidroxilado (do inglês Hydroxyl-Terminated Polybutadiene – HTPB) da marca
Evonik Industries (lote TE206571-1), perclorato de amônio grosso (APG) com diâmetro
médio de 417 μm (lote 002/14 Tambor 30), perclorato de amônio médio (APM) com
diâmetro médio de 200 μm (lote 04/2014 Tambor 19), perclorato de amônio fino (APF) com
diâmetro médio de 29 μm (lote 19/2008) e alumínio 123 (lote 0001857 Tambor 02).

2.2 Métodos
2.2.1 Preparo das amostras
Todas as amostras foram preparadas a 50 °C em um misturador a vácuo (IKA tipo HKD 2,5
VHV, n° série 0583) acoplado a um banho termostático. A composição das amostras
consistia de 15,8% de HTPB e 84,2% de sólidos. Foram utilizadas as mesmas quantidades de
materiais em todas as amostras, alterando-se apenas a ordem de adição. As amostras foram
preparadas segundo os esquemas mostrados na Fig. 1. Na amostra 3, as partículas de AP
foram pré-misturadas em um béquer antes de serem misturados com a resina.

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Figura 1 - Representação esquemática dos processos de preparo das amostras ensaiadas.

2.2.2 Avaliação da homogeneidade e empacotamento


A avaliação da homogeneidade e do empacotamento foi feita com base na viscosidade final
da mistura a 50°C obtida durante o preparo das amostras. Para tanto foi empregado um
viscosímetro Brookfield (HBTDV-I, nº série A16206) acoplado a um banho termostático
(ACBLABOR, nº BMP 685708), com spindle modelo helipath (Fig. 2), rotação de 1 rpm e
fator de correção de 16.000. Esse tipo de spindle é normalmente utilizado em propelentes
compósitos a fim de evitar erros causados pela passagem do spindle no próprio sulco formado
na passagem anterior. A altura do spindle é inicialmente ajustada até tocar a superfície do
propelente, quando então é baixado 8 cm dentro do propelente em 2 minutos com rotação de
1 rpm.

Figura 1 - Representação esquemática e dimensões do spindle.

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3. Resultados
A homogeneidade e o empacotamento foram avaliados a partir da viscosidade final obtida na
preparação das amostras. A comparação dos resultados das amostras 1 e 2 visava verificar o
efeito da ordem de adição do alumínio em relação aos três modos de AP. A Tabela 1 mostra
que há pouca diferença na viscosidade das duas amostras, o que indica que a ordem de adição
do alumínio teve pouca influência.

Tabela 1 - Resultados de viscosidade final obtidos no preparo das amostras.

Amostra Leitura da Escala Viscosidade (cPs) Temp. Massa


1 34,8 556.800 50°C
2 34,9 558.400 49°C
3 31,5 504.000 50°C

Por outro lado, a amostra 3 apresentou viscosidade final 10% inferior às outras duas,
indicando melhor homogeneidade e empacotamento. A adição separada de cada um dos
modos de AP nas amostras 1 e 2 dificultou a mistura das partículas na resina devido à sua alta
viscosidade. As viscosidades finais mais altas das amostras 1 e 2 mostraram que os dois
sistemas ainda não atingiram a homogeneidade. Diferentemente das amostras 1 e 2, a amostra
3 foi preparada com a mistura prévia ou pré-mistura dos três modos de AP. Esse
procedimento permitiu uma melhor mistura das partículas, o que resultou em um sistema
mais próximo da homogeneidade quando comparada com as amostras 1 e 2.

A pré-mistura manual empregada neste estudo não é a mais adequada, mas os resultados
obtidos já permitem afirmar que a pré-mistura foi muito eficaz em uma das formulações de
propelente do IAE. Uma alternativa à pré-mistura manual é o emprego de um secador de
duplo-cone, o qual será avaliado nas próximas etapas a fim de que possa ser eventualmente
utilizado na preparação de propelentes na APR-P. Os resultados mostraram que a amostra 3 é
mais homogênea e empacotada, indicando que esse propelente possui mais polímero
aglutinante disponível na superfície do seu grão-propelente para a adesão com o liner.

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4. Próximas Etapas
Na próxima etapa, o processo de secagem e pré-mistura de AP em duplo cone será avaliado
com diferentes amostras utilizando a viscosidade final para comparação. Adicionalmente ao
processo de mistura, serão testadas diferentes proporções de modos de AP visando obter um
propelente com melhor empacotamento. A influência da homogeneidade e do
empacotamento na adesão liner/propelente ainda precisa ser comprovada, além disso, a sua
influência em outras propriedades como a mecânica e a balística também precisam ser
verificadas.

5. Conclusões
Os resultados obtidos neste trabalho já permitem concluir que a pré-mistura das partículas de
AP favorecem a homogeneidade e o empacotamento, restando ainda, porém, confirmar o seu
efeito na adesão liner/propelente.

6. Divulgação dos Resultados


Os resultados obtidos são promissores e de grande relevância tanto para o IAE quanto para a
comunidade científica e acadêmica. Por esse motivo, esses resultados serão integrados a um
estudo mais amplo e submetido à divulgação em congressos e/ou revistas especializadas.

Referências
[1] SILVA, Maria Cecília Cândida, Aplicação do estudo de empacotamento de partículas
de Perclorato de Amônio, e a Utilização de modelo para otimização de formulações de
propelente compósitos com alto desempenho à base de PBLH e Alumínio. 2008 Tese de
Mestrado - Instituto de Aeronáutica, São José dos Campos.
[2] SCHUMACHER, J. C. Perchlorates their properties: manufacture and uses. Nem
York: Reinhold Publishing Corporations, 1960.
[3] MAJER, J. R.; SMITH, M. Gas Phase in thermal decomposition of ammonium
perchlorate. Combustion and Flame. V.13, p.635-644, 1969.
[4] G. P. Sutton, D. M. Ross, Rocket Propulsion Elements: An Introduction to the, John
Wiley & Sons, New York, 1976.
[5] B. Zeller, in Solid Rocket Propulsion Technology, Ed. A. Davenas, Pergamon Press,
cap. 2, 1994.

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[6] MORAIS, A. M. F. Revestimento Interno de MFPS. DOC AQI - 011-RP/06., 21Dez.


[7] B. M. Bandgar, V. N. Krishnamurthy, T. Mukundan, and K. C. Sharma,
“Mathematical modeling of rheological properties of hydroxyl-terminated polybutadiene
binder and dioctyl adipate plasticizer,” J. Appl. Polym. Sci., vol. 85, no. 5, pp. 1002–1007,
2002.
[8] BAKHMAN, N. N. Dependence of burning rate on oxidizer particle size. Combustion
and Flame, V. 17, n. 3, p.33-89, 1971.
[9] MCGEARY, R. K. Mechanical packing of spherical particles. Journal of the
American Ceramic Society, V. 44, p. 513-522, 1961.
[10] CLASSIFICATION of methods for determining particle size. - analytical methods
committee. Analyst, V.88, p. 156, 1963.

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PIBIC-RELATÓRIO FINAL

Tı́tulo do projeto de pesquisa: Estudo Experimental do Escoamento ao Redor do


Corpo de Ahmed.
Bolsista: Murilo Francis Carlquist da Silva
Orientador(a): Bruno Peruchi Trevisan
Perı́odo a que se refere o relatório: Março de 2020 a Julho de 2020

Resumo

O corpo de Ahmed tem sido objeto de estudo em todo o mundo pois, por ser um modelo sim-
plificado de um veı́culo terrestre, permite aprimorar a eficiência desses veı́culos. Para o estudo
do escoamento ao redor deste modelo, são utilizados túneis de ventos e cálculos de Dinâmica
dos Fluidos Computacional (CFD – Computational Fluid Dynamics), este último utiliza os
dados obtidos experimentalmente em túneis de vento para realizar a validação dos modelos
numéricos utilizados. Este presente estudo buscou a aquisição do coeficiente de arrasto em
diferentes números de Reynolds num intervalo de 2 a 9 milhões. Esses testes foram realizados
no túnel aerodinâmico Nº2 (TA-2), localizado no IAE/ACE-L, utilizando um modelo do Corpo
de Ahmed com ângulo de rampa traseira fixo de ϕ = 35° e em vários ângulos de derrapagem
(rotação no eixo vertical), em um intervalo de β = 0° até 9°. Observou-se que o comporta-
mento da variação do coeficiente de arrasto com o número de Reynolds está relacionado com
o que ocorre em corpos rombudos, onde há uma estabilização do coeficiente de arrasto em um
segmento de sua curva caracterı́stica. Os resultados experimentais da medição do coeficiente
de arrasto são semelhantes aos descritos na literatura.

1. Introdução

Os testes realizados em túneis de ventos são fundamentais para o entendimento do escoamento


e validação de modelos computacionais. O corpo de Ahmed [1], por ser um modelo padrão,
serve como base para a obtenção de dados experimentais para a utilização no CFD (Compu-
tational Fluid Dynamics). Essas análises, experimentais e numéricas, possibilitam que sejam

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estudadas maneiras de aprimorar a eficiência de veı́culos terrestres, diminuindo arrasto, baru-


lhos, vibrações e aumentando a estabilidade, assim, contribuindo para uma maior segurança
[2]. Porém, as caracterı́sticas dos túneis de vento são muito importantes para a coleta desses
dados pois, a velocidade do escoamento tem uma grande influência nos dados obtidos. Para
que os coeficientes experimentais sejam iguais aos reais, o número de Reynolds do ensaio deve
ser igual ao real. Portanto, se o comprimento do modelo for muito menor do que o modelo real,
será necessário altas velocidades para atingir o mesmo número de Reynolds. Com o avanço
do desenvolvimento dos estudos aerodinâmicos ao longo dos anos, a demanda de diversas
indústrias por ensaio experimentais e análises computacionais do escoamento tem aumentado,
principalmente com o objetivo de reduzir o arrasto aerodinâmico e aumentar a economia de
combustı́vel de seus projetos, especialmente a indústria automobilı́stica [3]. Foi percebido que
do arrasto total gerado pelo modelo, 85% é causado pelo arrasto de pressão e 15% pelo arrasto
de atrito, porém a grandeza do arrasto de pressão esta diretamente relacionado com o ângulo de
rampa traseira do modelo, sendo que esta região é responsável por 91% do arrasto de pressão
[1]. Alguns estudos, como [4] [5], abordaram a relação do ângulo de rampa traseira (ϕ) com o
coeficiente de arrasto (Cd ), e foi descoberto que existem dois ângulos crı́ticos, no qual há uma
variação abrupta no coeficiente de arrasto, que são os ângulos (ϕ) de 12.5° e 30°. Foi percebido
que em ângulos ϕ menores que 12.5°, o escoamento permanece completamente colado antes de
deixar o modelo. Em ângulos entre 12.5° e 30° há um grande aumento no arrasto de pressão,
atingindo seu valor máximo no ângulo de 30°. Nos ângulos maiores que 30°, o coeficiente
de arrasto sofre uma diminuição [6]. Para ser possı́vel estudar os fenômenos aerodinâmicos
no modelo em situações de curva, o modelo é posicionado em um ângulo de derrapagem (β ),
onde alguns estudos ([4], [5] e [7]) investigaram tais fenômenos e foi visto que a um ângulo
positivo β = 12.5°, o modelo apresenta seu menor coeficiente de arrasto comparado com os
ângulos negativos de β , isso indica que o modelo apresenta histerese em seu escoamento [8].
[9] investigaram o coeficiente de arrasto em diferentes ângulos de derrapagem, até β = 90°, a
Re = 6.95x105 em um modelo com um ângulo de rampa traseira de ϕ = 25°, e perceberam que
o coeficiente de arrasto apresenta um crescimento até β = 60°, permanece constante até β =
75° e volta a aumentar até β = 90°.

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2. Revisão Bibliográfica

2.1 Número de Reynolds

O Número de Reynolds é um número adimensional que leva em consideração a razão entre as


forças inerciais e as forças viscosas [10]:

ρV L Forças Inerciais
Re = = (1)
μ Forças Viscosas
Em experimentos onde a compressibilidade do ar pode ser desconsiderada (em números de
Mach menores que 0,3), o número de Reynolds se torna o único critério de similaridade entre
um modelo experimental e um modelo real. Números de Reynolds iguais tornam os escoamen-
tos dinamicamente semelhantes, portanto, criando padrões de escoamento similares.

2.2 Coeficientes aerodinâmicos

Primeiramente, deve-se definir o que é uma força aerodinâmica. Uma força aerodinâmica é uma
força ocasionada em um corpo devido as distribuições de pressão e tensão de cisalhamento ao
longo de sua superfı́cie devido ao deslocamento do fluido. Essa força aerodinâmica resultante
é dividida em dois componentes: a força de arrasto D (paralela a direção do escoamento) e
a força de sustentação L (perpendicular a direção do escoamento). Assim, os coeficientes
aerodinâmicos são utilizados para calcular as forças aerodinâmicas em um objeto, através dos
dados da densidade do fluido (ρ), a velocidade (V) e a área da projeção da maior seção (S).
Logo, uma força aerodinâmica (F), pode ser definida como:

1
F = ρV 2 SCF (2)
2
Para conhecer as forças que atuam em um corpo, é utilizado um túnel de vento para a obtenção
desses dados. Sabendo as forças que atuam em um objeto, pode-se definir o coeficiente ae-
rodinâmico desta força aerodinâmica, porém, deve-se ter em mente que os coeficientes aero-
dinâmicos variam em relação ao Número de (Re) e o Número de Mach (M). Um coeficiente

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aerodinâmico é a razão entre a força aerodinâmica e a força dinâmica [11]:

F Força Aerodinâmica
CF = = = f (Re, M) (3)
2 ρV S
1 2 Força Dinâmica

Em aerodinâmica, por se tratar de um fluido gasoso, podemos ter dois tipos de escoamentos,
o escoamento compressı́vel e o incompressı́vel. O efeito da compressibilidade do escoamento
pode ser negligenciada se o Número de Mach do escoamento for menor que 0.3 (M < 0.3),
assim o coeficiente aerodinâmico fica sendo uma função apenas do Número de Reynolds (Re).
Os dois coeficientes de força mais importantes são os coeficientes de arrasto e o coeficiente de
sustentação, definidos como [12]:

D L
CD = e CL = (4)
2 ρV S 2 ρV S
1 2 1 2

Com esses coeficientes, é possı́vel analisar a eficiência aerodinâmica de um corpo, podendo


comparar os coeficientes de corpos com geometrias diferentes para encontrar a melhor geome-
tria aerodinâmica. Também é possı́vel fazer inferências ao comportamento aerodinâmico de
um modelo em escala para com um veı́culo real, assim os coeficientes aerodinâmicos de um
modelo (CFm ) e os coeficientes de um veı́culo (CF ) serão iguais se o número de Reynolds for o
mesmo [11].

2.3 Camada Limite

Em várias aplicações aerodinâmicas a desconsideração do atrito é aceita e a suposição de um


escoamento invı́scido pode gerar resultados úteis e razoavelmente precisos. Entretanto, em
praticamente todos os problemas práticos os efeitos viscosos são significativos e devem ter sua
devida atenção. Os escoamentos viscosos são aqueles em que o atrito, devido a viscosidade
do fluido, são levados em consideração, possuindo como seu comportamento fundamental a
resistência que existe entre a superfı́cie sólida e o escoamento. Essa resistência faz com que
o escoamento se adira na superfı́cie, isso é, exatamente na superfı́cie, a velocidade do fluido
tangencial à superfı́cie é zero. Ao passo que afastamos da superfı́cie sólida a velocidade do
escoamento se torna cada vez mais próxima da velocidade do escoamento livre. Esse gradiente
de velocidade gera uma força de cisalhamento na superfı́cie, contrária ao sentido do movimento

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da superfı́cie (no sentido do escoamento), e essa força é denominada arrasto de atrito [11]
[13]. Essa região onde a velocidade do escoamento é reduzida com relação ao escoamento
livre é chamada de camada limite, e considera-se como escoamento invı́scido fora da camada
limite e escoamento viscoso dentro da camada limite. A espessura da camada limite aumenta
à medida em que o escoamento percorre a superfı́cie sólida de um corpo até que o escoamento
se torne totalmente desenvolvido, a partir desse ponto a espessura da camada limite permanece
constante [12].

2.4 Separação do escoamento

Assim como a viscosidade de um escoamento causa o arrasto de atrito e uma tensão de cisa-
lhamento na superfı́cie sólida, os efeitos da viscosidade somados com um gradiente de pressão
adverso são responsáveis pela separação do escoamento da superfı́cie, gerando uma outra força
de arrasto, denominada arrasto de pressão. Assim, a pressão nas regiões traseiras é menor que
na região frontal, essa diferença de pressão é o que causa o arrasto de pressão [13]. Quando
um corpo está sob os efeitos de um escoamento, a região mais a frente do corpo possui a maior
pressão pois, é a região onde o escoamento tem seu primeiro contato, essa região é chamada
de ponto de estagnação. Conforme o escoamento se expande ao longo de um corpo a pressão
diminui drasticamente, e vai aumentando gradativamente. Essa região onde ocorre o aumento
gradativo da pressão é chamada de região de gradiente de pressão adverso. A separação do es-
coamento ocorre porque as partı́culas do fluido na camada limite não conseguem superar esse
gradiente de pressão adverso, resultando na separação do escoamento da superfı́cie. Porém,
nem todas as camadas limites se descolam com a mesma facilidade, por exemplo, uma camada
limite turbulenta, na qual possui partı́culas mais energéticas próximas a superfı́cie do corpo,
permanecerá grudadas por mais tempo do que as partı́culas de uma camada limite laminar. Os
principais efeitos da separação do escoamento são uma grande diminuição no coeficiente de
sustentação e um grande aumento no coeficiente de arrasto [14].

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3. Materiais e Métodos

3.1 Túnel Aerodinâmico Nº2 (TA-2)

O túnel aerodinâmico Nº2 (TA-2) está localizado no IAE/ACE-L, nas instalações do Departa-
mento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) em São José dos Campos-SP. É um túnel
de vento subsônico de circuito fechado, com um motor elétrico de 1600 hp, com 7 pás de passo
variável de 8,4 metros de diâmetro, atingindo rotações de 400 rmp, podendo gerar ventos de até
140 m/s. As dimensões da seção de ensaios são 3 m x 2,1 m x 3 m. Abaixo da seção de ensaio
está a balança aerodinâmica, capaz de medir 3 forças e 3 momentos atuantes no modelo.

3.2 Descrição do Modelo

O modelo do corpo de Ahmed utilizado nos ensaios (Fig. 1) possui as seguintes dimensões:
comprimento de 1,514 m, 0,564 m de largura, 0,418 m de altura e um ângulo de rampa traseira
(ϕ) de 35°.

Figura 1: Modelo do Corpo de Ahmed


Fonte: Imagem feita por Leonardo D. L. Bonfim

3.3 Medição do Arrasto

O modelo do corpo de Ahmed foi instalado dentro do túnel de vento sobre uma mesa extensora
(Fig. 2), para se evitar os efeitos da camada limite nas superfı́cies do túnel de vento. Foram
realizados 2 ensaios para a obtenção dos dados, sendo que foram realizadas 3 leituras em cada
posição.

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Figura 2: Modelo montado no Túnel de Vento

No primeiro ensaio, o modelo foi submetido a ventos num intervalo de velocidade de 10 m/s
a 100 m/s, em incrementos de 10 m/s e as leituras foram realizadas a cada incremento. No se-
gundo ensaio, o modelo foi submetido à variações no ângulo de derrapagem (β ) em incremen-
tos de 3°, num intervalo de 0° até 9° a uma velocidade de vento de 60 m/s. Foram realizadas as
leituras a cada incremento. Em seguida, foi realizado o decremento do ângulo de derrapagem
em intervalos de 3°, até retornar ao ângulo β = 0°, para a verificação de histerese no sistema.

4. Resultados

Os dados obtidos no primeiro ensaio foram plotados em um gráfico (Fig. 3) e comparados com
os resultados de outros autores, como [1], [5] e [15].

Figura 3: Coeficiente de Arrasto em função do Número de Reynolds.

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No resultado obtido pelo primeiro ensaio (Fig.3) percebeu-se que o coeficiente de arrasto se
manteve relativamente constante até Re = 4, 8x106 , e houve uma queda no coeficiente após esse
ponto. Essa queda é devido a transição do escoamento laminar para turbulento. Esse resultado
também foi observado por [5], [9] e [4]. Esse resultado é caracterı́stico de corpos rombudos e
esferas lisas. Percebeu-se que o resultado da comparação dos dados com os de outros autores
são diferentes. Essas diferenças podem ter existido devido as diferentes dimensões do modelo,
pelas caracterı́sticas dos túneis de vento e o método de obtenção dos dados adotados pelos
autores. No segundo ensaio, obtiveram-se os resultados plotados no gráfico da Fig. 4:

Figura 4: Coeficiente de Arrasto em função do ângulo Beta. (Re = 5, 5x106 )

Observou-se que o coeficiente de arrasto inicialmente diminui e depois tende a aumentar à


medida que o ângulo β aumenta. Esse aumento também foi observado por [4] e [5], onde
perceberam um ângulo crı́tico de 12°. O ângulo crı́tico é o ângulo que corresponde a um
aumento significativo do arrasto, tal ângulo é denominado de ângulo crı́tico de derrapagem. De
acordo com [4] e [5], esse aumento significativo do arrasto é devido à mudança do escoamento
na parte traseira do modelo. Não se pôde confirmar este fato neste estudo pois, o ângulo de
derrapagem máximo realizado no ensaio foi de 9°. Ficou evidente a presença de histerese no
sistema, também como foi estudado por [4] e [9].

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5. Conclusões

Após a análise dos dados obtidos no primeiro ensaio, percebeu-se que os dados são diferentes
dos obtidos pelos autores. Isso pode ter acontecido devido as diferenças nas caracterı́sticas dos
túneis de ventos utilizados, na dimensão do modelo de Ahmed e no método de obtenção de
dados. Entretanto, os dados obtidos no primeiro ensaio apresentam as mesmas caracterı́sticas
dos corpos rombudos e esferas lisas dispostas na literatura. Isso garante que a obtenção dos da-
dos durante o ensaio foi realizado corretamente. No segundo ensaio, ficou evidente a presença
de histerese no escoamento ao redor do modelo e observou-se um aumento do coeficiente de
arrasto com o ângulo de derrapagem (β ).

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PIBIC-RELATÓRIO

Título do projeto de pesquisa: Metodologia de Análise Aplicada ao


Esclarecimento de Áreas em Ensaios em Voo
Bolsista: NATHÁLIA de Andrade Iroski
Orientador: MAURÍCIO Guimarães da Silva
Período a que se refere o relatório: Janeiro de 2019 a julho de 2020

Resumo
Este trabalho tem como objetivo elaborar um código computacional que permita a realização
de análise de Esclarecimento de Área utilizando a plataforma EXCEL®. Todas as
funcionalidades previstas para o código foram implementadas e validadas durante o
desenvolvimento deste trabalho. Dentre estas, destacam-se: (i) Cálculo de trajetória balística
de corpo alijado a partir de uma aeronave; (ii) Cálculo da probabilidade de impacto e (iii)
Malha de probabilidades na região do impacto.

1. Introdução
Esta proposta se enquadra na elaboração e implementação computacional do cálculo de
probabilidade de risco de impacto na plataforma EXCEL® para fins de “Esclarecimento de
Área” em ensaios de voos. Essencialmente, Esclarecimento de Área é um procedimento
realizado antes da realização de um determinado ensaio. Trata-se de estimar a probabilidade
de que um determinado item sendo empregado em um ensaio em voo caia em regiões
definidas como “de risco”, caracterizadas tanto pela presença de pessoas como também de
instalações (prédios, embarcações, ... ).
A escolha da plataforma foi definida em função do provável operador do código
(usuário) durante uma dada missão. Em missões de Esclarecimento de Área o manuseio do
código é realizado por profissionais que, geralmente, não apresentam formação em
plataformas mais complexas como, por exemplo, o MATLAB™. Tendo em vista esta
restrição, decidiu-se, a partir de conversas com profissionais que já realizaram
Esclarecimento de Área, optar por uma plataforma menos custosa e que atenda as
necessidades previstas para missão, qual seja, plataforma EXCEL®

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Considere, por exemplo, a região definida para um dado ensaio em voo de alijamento de
carga com paraquedas (PQD), Figura 1. O local escolhido pela equipe de trabalho foi a
Praia Monduba, localizada na área da Primeira Brigada de Artilharia Antiaérea do Exército
Brasileiro, no município de Guarujá-SP. A escolha do local levou em consideração o
atendimento da logística necessária à operação de helicóptero, as atividades de resgate da
carga no mar e a preparação dos corpos de prova que serão alijados.
O objetivo da missão é alijar uma carga (Figura 2) devidamente preparada com PQDs, a
partir de um helicóptero, de forma a ser possível avaliar: (i) o procedimento de resgate da
carga e (ii) estimar o coeficiente de arrasto do PQD empregado. Neste contexto, é necessário
que, antes da realização da operação, verificar se existem embarcações ou mesmo pessoas na
região que possam estar em risco devido ao ponto de impacto da carga e quantificar o valor
deste risco. Este é o objetivo principal desta proposta.

Figura 1 – Região definida para o ensaio em voo.

Fonte: O Autor.

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Figura 2 – Exemplo de corpo de prova (mock up).

Fonte: O Autor.

2. Materiais e Métodos
De forma geral, os métodos utilizados para quantificar a probabilidade de impacto de
um dado item alijado da aeronave cair em uma região de risco devem, por definição, ser
eficazes no cômputo do ponto de impacto, já incluindo sua incerteza. Ou seja, o método deve
prever uma região de incerteza do ponto de impacto e, a partir destes dados, estimar uma
função densidade de probabilidade para a região em análise. Portanto, a primeira opção de
análise é utilizar o método o Método de Monte Carlo para determinação da região em que
provavelmente ocorrerá o impacto, determinar a função de distribuição de probabilidade
(PDF) representativa destes pontos, e por fim, calcular a probabilidade de risco da operação a
partir do cálculo das probabilidades em toda a região de impacto.
O procedimento supramencionado deverá ser realizado a priori, ou seja, antes de,
efetivamente, se realizar o Esclarecimento de Área. Durante o Esclarecimento de Área o
profissional embarcado deverá ter um código computacional no qual já está implementada a
PDF e, em consequência, a região de impacto demarcada com as respectivas probabilidades.
Durante o voo de reconhecimento este profissional deverá alocar na planilha de cálculo a
localização de embarcações que possam circular na região de impacto. Salienta-se que toda
região de ensaio é demarcada via rádio (Aviso aos Navegantes - NOTAM) para que não
ocorra tráfego de embarcações e aeronaves. Contudo, esta limitação nem sempre é respeitada.

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Neste trabalho foi implementada a primeira fase do desenvolvimento do código


computacional, qual seja, a determinação das probabilidades na região em que ocorrerá o
impacto.

2.1 Algoritmo de Análise


Neste tópico é descrito o algoritmo adotado na implementação da metodologia de
Análise. Cada uma das etapas foi implementada como uma função desenvolvida em
EXCEL®.

i. Determinar dois pontos de impacto para as condições de lançamento previstas,


correspondentes ao maior e menor arrasto do artefato, utilizando simulação
balística;
ii. Definir a malha de cálculo com base no ponto médio de impacto e na geometria do
problema em análise (geometria da região plana de impacto);
iii. Hipótese: utilizar a distância linear entre os dois pontos de impacto definidos no item
(i) como desvio padrão da distribuição binormal e o ponto médio de impacto
como sendo a média dessa distribuição;
iv. Gerar a PDF na geometria definida no item (ii).

2.2 Simulação Balística


Nesta fase do trabalho foi implementada a Dinâmica do Voo com 2(dois) graus de
liberdade (direções: altitude e deslocamento horizontal). Foi considerada a força de arrasto na
dinâmica do voo do corpo (mock-up) como único esforço aerodinâmico. Ressalta-se que no
estudo de artefatos do tipo “bomba burra” a principal força aerodinâmica atuante é o arrasto.
Neste contexto, a hipótese adotada é bastante realística.

2.3 Malha de Cálculo


Não foi dada ênfase na implementação de diferentes malhas de cálculo. Optou-se,
inicialmente, por uma malha retangular de forma a não comprometer os prazos do programa
de desenvolvimento. Contudo, a implementação foi feita de forma generalizada, permitindo,
em trabalhos futuros, ao usuário escolher a geometria do problema a ser considerada.

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2.4 Função Distribuição de Probabilidades


O programa desenvolvido favorece a implementação de diferentes formulações para
PDF, tendo em vista que a formulação foi implementada de forma modular. Contudo, com o
objetivo de ser o mais realístico possível, implementou-se a PDF binormal (normal
bivariate).

3. Resultados

3.1 Simulação Balística


A Tabela 1 exibe os dados de entrada para simulação balística. De fato, são as
condições em que a carga será alijada (ou ejetada). As variáveis d e Mass representam o
diâmetro do veículo alijado e sua massa. Ressalta-se que são escolhidos dois valores de
coeficiente de arrasto (Cd1 e Cd2) para que seja realizado o cálculo do desvio padrão. AS
condições de lançamento são a altitude (H), velocidade na forma do adimensional Mach,
velocidade de ejeção da carga (Ve) e ângulo de lançamento (θ). O modelo atmosférico tem
como entrada a aceleração da gravidade(g) e pressão(p sea level) ao nível do mar. O
parâmetro Δisa está associado à seleção de outros modelos atmosféricos. Para Δisa= 0, o
modelo atmosférico é denominado de padrão. O passo no tempo da marcha temporal está
representado pela variável dt.
A Figura 3 exibe as trajetórias obtidas e os parâmetros de desempenho no cálculo da
trajetória. São destacados nesta figura os alcances (range) obtidos. É a partir destes valores
que será definida a malha de cálculo.

Tabela 1 – Dados para simulação balística.

Fonte: O Autor.

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Figura 3 – Trajetórias obtidas.

Fonte: O Autor.

3.2 Função Distribuição de Probabilidades

A Figura 4 exibe um exemplo de recurso que o programa desenvolvido utiliza para


visualização da PDF Normal. O objetivo é viabilizar o cálculo de probabilidades de forma
automática. Os nomes das variáveis são auto explicativos. A distribuição Normal apresenta
dois parâmetros, quais sejam, média (mean) e desvio padrão (Sigma). As variáveis x1 e x2
estabelecem o intervalo de valores da variável aleatória X para o qual se deseja calcular a
probabilidade. Observe que, para o caso da Figura 4, esta probabilidade está indicada pela
saída p(x1<x<x2). Finalmente, o programa disponibiliza uma saída gráfica para as entradas
estabelecidas à esquerda do gráfico.
Neste trabalho procedeu-se à geração de outras PDF. O objetivo deste módulo
é que o usuário visualize a distribuição que irá selecionar na análise de Esclarecimento de
Área. Salienta-se também que o programa foi desenvolvido se utilizando MACROS. Estas
MACROS são acionadas por intermédio de botões. Na Figura 4, os botões RUN e GRAPHIC
realizam as funções de cálculo da probabilidade p(x1<x<x2) e plotar o gráfico da PDF,
respectivamente. Ressalta-se também que todas as entradas no programa ocorrem nas células
AMARELAS.

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Figura 4 – Função Densidade de Probabilidades Normal

Cálculo de
Probabilidades

Apenas para
visualização

Fonte: O Autor.

A Figura 5 exibe um exemplo de visualização da PDF binormal (projeção


bidimensional). Salienta-se que é possível alterar os eixos da PDF com base na matriz de
covariância, conforme indicado na figura. Este fato é importante desde que é possível simular
as distribuições de probabilidade quando as condições de lançamento apresentarem “vento”.
A implementação exibida na Figura 5 é devido à FERNANDEZ et al (1994) e foi anexada ao
programa desenvolvido neste trabalho.

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Figura 5 – Função Densidade de Probabilidades BiNormal

Matriz de
Covariância

Fonte: FERNADEZ et al (1994).

3.3 Matriz de Cálculo

Finalmente, a Tabela 2 exibe as condições sobre as quais foi gerada a malha no


domínio de cálculo representativo da região de impacto. É importante observar que o alcance
na direção X (RangeX) foi calculado a partir das simulações balísticas. O desvio padrão em X
(SigmaX) pode ser obtido a partir das diferenças entre os alcances obtidos pelos diferentes
valores de coeficientes de arrasto.
Já, o alcance em Y (RangeY) é definido de forma bastante “subjetiva”, desde que
depende das condições de vento local. Neste trabalho adota-se média zero para o
deslocamento em Y (condição SEM vento) e a incerteza neste valor é introduzida no modelo
a partir do desvio padrão (SigmaY). Neste caso, o desvio padrão foi de 5000 m.

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Tabela 2 – Dados para geração da malha de cálculo.

Fonte: O Autor.

A Figura 6 exibe a malha de cálculo de probabilidades para o caso exemplificado nas


simulações balísticas. O ponto vermelho na figura identifica o ponto de impacto.
Normalmente se utiliza o ponto médio de impacto obtido em simulações de Monte Carlo. A
direção horizontal é a direção X e a direção vertical é denominada de direção Y. Os valores
indicados em cada célula indicam a probabilidade de impacto naquela região.
Existe um certo controle para gerar esta malha. Para o exemplo ilustrado foram
utilizados 10 células, na direção X, até o ponto de impacto e outras 10 células depois do
ponto de impacto, totalizando 20 pontos (Tabela 2).

Figura 6 – Malha de cálculo de probabilidades.

Fonte: O Autor.

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4. Trabalhos Futuros
Com o objetivo de continuar esta pesquisa, foram elencados três temas que são
continuação direta deste trabalho, quais sejam:

 Inclusão do cálculo da probabilidade de risco na missão com a presença de


uma(ou mais) embarcação(ões);
 Incluir a rota da aeronave lançadora e o local no Brasil em que ocorrerá o
lançamento;
 Indicar a trajetória da aeronave na malha de probabilidades.

5. Conclusões
Neste trabalho foi desenvolvido um código computacional, em EXCEL®, que permite
o cálculo de probabilidades de impacto na região localizada ao redor do ponto médio de
impacto de um corpo alijado (ou ejetado) de uma aeronave. Este cálculo foi realizado com o
objetivo de apresentar flexibilidade para o usuário definir as PDF e limites da região em
análise. Concluiu-se que a metodologia é eficiente e que a implementação realizada foi
adequada para prosseguir com o avanço da pesquisa.

Referências
[1] COSTA NETO, P.L.O. & CYMBALISTA, M., Probabilidades, Edgar Blücler, 1974;
[2] HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física. 8.
ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, c2009 vol 4;
[3] FERNÁNDEZ A.H.et al., Cálculo de probabilidades y Estadística, Ed. Ariel, Barcelona
(SPAIN), 1994.

10
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SDUkPHWURVHQYROYLGRVQDGLQkPLFDGHYRRWDLVFRPRPDVVDRXFRHILFLHQWHGHDUUDVWR 
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QD YLVXDOL]DomR GRV UHVSHFWLYRV UHVXOWDGRV 1RV SDUiJUDIRV VXEVHTXHQWHV HVWmR GHVFULWDV DV
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TXHYLVDIDFLOLWDUHDFHOHUDUDLQVHUomRGRVGDGRVGHHQWUDGDQHFHVViULRVSDUDDUHVROXomRGH
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³,QIRUPDo}HV´ DV TXDLV RULHQWDP R XVXiULR QR HQWHQGLPHQWR GH WRGRV RV SDUkPHWURV
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7pFQLFR´ RQGH WRGRV SDUkPHWURV FDOFXODGRV H JUiILFRV JHUDGRV VmR FRPSLODGRV HP XP
DUTXLYR3')QRIRUPDWRGHUHODWyULRWpFQLFRFRPRSRGHVHUYLVWRDEDL[RQD)LJXUD(VVD
IHUUDPHQWDWUD]DJLOLGDGHHYLVLELOLGDGHHPUHODomRDRVGDGRVGHVDtGD
 &DVRRXVXiULRSRVVXDG~YLGDVDRORQJRGDXWLOL]DomRGR3URJUDPDGH5HFXSHUDomRGH
&DUJDV H[LVWH D DED ³,QIRUPDo}HV´ FRPD GHVFULomRGH FDGD SDUkPHWUR PHQFLRQDGRQDDED
³,QSXW´ 'DGRVGH(QWUDGD FRQIRUPHPRVWUDD)LJXUD











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 $VVHJXLQWHVKLSyWHVHVIRUDPDGRWDGDVQDUHVROXomRGDWUDMHWyULD

L  7HUUD3ODQD
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LLL  1mRHVWiLQFOXtGDDLQIOXrQFLDGRYHQWR
LY 2YHtFXORQmRWHPSURSXOVmR
Y $FHOHUDomRGDJUDYLGDGHpFRQVWDQWHGXUDQWHWRGDDWUDMHWyULD

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 $IRUPXODomRPDWHPiWLFDDGRWDGDSDUDDGLQkPLFDGRYRRHVWiLOXVWUDGDQD(TXDomR
 $VYDULiYHLVxHzVHUHIHUHPjSRVLomRGDFDUJDGXUDQWHRYRRHpDYDOLDGDQRVLVWHPDGH
UHIHUrQFLD LQHUFLDO $V YDULiYHLV u H w VmR DV YHORFLGDGHV OLQHDUHV QDV GLUHo}HV x H z
UHVSHFWLYDPHQWH$YDULiYHO pRkQJXORGHWUDMHWyULD$IRUoDGHDUUDVWRpUHSUHVHQWDGDSHOD
YDULiYHOD)LQDOPHQWHmpDPDVVDGDFDUJD





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PpWRGRQXPpULFR1HVWHFRQWH[WRHVWDLPSOHPHQWDomRpRXWUDFRQWULEXLomRGHVWHWUDEDOKR

7UDMHWyULDGDFDUJDFRPHYHQWRGHUHFXSHUDomRSRUSDUDTXHGDV

 3DUDFDOFXODUDWUDMHWyULDGDFDUJDFRPSDUDTXHGDVIRLDOWHUDGRRYDORUGRFRHILFLHQWH
GRDUUDVWRQRVLQVWDQWHVHPTXHVmRDFLRQDGRVRV34'2XVHMDTXDQGRDDOWLWXGHGDFDUJD
DWLQJLU D DOWLWXGH GH DEHUWXUD LQGLFDGD SHOR XVXiULR XPD QRYD )RUoD GH $UUDVWR  VHUi



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3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 


FDOFXODGD D FDGD LWHUDomR EDVHDGR QD SUHVVmR GLQkPLFD iUHD GH UHIHUrQFLD H  D HWDSD
PHQFLRQDGDpUHSUHVHQWDGDSHODHTXDomR  DEDL[RRQGH UHSUHVHQWDDSUHVVmRGLQkPLFD
H UHSUHVHQWDDiUHDGHUHIHUrQFLDGR34'


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 2VUHVXOWDGRVDVHJXLUFRPSDUDPDWUDMHWyULDGHXPDFDUJDGHTXLORVFRPGRLV 
GLVWLQWRV H SDUWLQGRGHXPDDOWLWXGHGHPHWURVHkQJXORGHODQoDPHQWRGHž
H FRP YHORFLGDGH LQLFLDO GH  0DFK 6HQGR D DEHUWXUD GR SULPHLUR SDUDTXHGDV
 DRV  PHWURV GH DOWLWXGH H R VHJXQGR SDUDTXHGDV
DRVPHWURV2SURJUDPDGLVSRQLELOL]DVHLVUHVXOWDGRVUHIHUHQWH
DWUDMHWyULDGDFDUJD1HVWHWySLFRVmRH[HPSOLILFDGDVDOJXPDVGHVWDVVDtGDV

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,, $OWLWXGH[7HPSR )LJXUD 
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)RQWH2$XWRU

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)RQWH2$XWRU



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)LJXUD±([HPSORGHUHVXOWDGR 9HORFLGDGH 0DFK [$OWLWXGH 


)RQWH2$XWRU

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7DEHOD

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, ,PSOHPHQWDUR(UUR&LUFXODU3URYiYHO &(3 FRPEDVHQR0pWRGRGH0RQWH&DUOR
,, ,QWHUIDFHHQWUH(;&(/ŠH0$7/$%ŒGHIRUPDDVHUSRVVtYHOXWLOL]DURVUHFXUVRV
GR0$7/$%ŒQDSODWDIRUPD(;&(/Š
,,, ,PSOHPHQWDomRGDGLQkPLFDGRYRRFRP WUrV JUDXVGHOLEHUGDGH



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 


,9 ,PSOHPHQWDomRGDIRUoDHOiVWLFDDVVRFLDGDDRHVWLUDPHQWRGDVOLQKDVGRV34'

 &RQFOXV}HV

1HVWH WUDEDOKR IRL GHVHQYROYLGR XP FyGLJR FRPSXWDFLRQDO TXH SHUPLWH R FiOFXOR GH
WUDMHWyULDVGHUHFXSHUDomRGHFDUJDVXWLOL]DQGR34'QDSODWDIRUPD(;&(/Š(VWDVIXQo}HV
IRUDP LPSOHPHQWDGDV HP RXWUR FyGLJR FRPSXWDFLRQDO Mi GHVHQYROYLGR HP EROVD 3,%,7
DQWHULRU >@ GLVSRQLELOL]DQGR XPD IHUUDPHQWD FRPSXWDFLRQDO PDLV FRPSOHWD TXDQGR QR
GLPHQVLRQDPHQWR GH 34' SDUD XVR DHURHVSDFLDO 7RGDV DV IXQFLRQDOLGDGHV IRUDP WHVWDGDV
SHORJUXSRGHWUDEDOKRHIRUDPFRQVLGHUDGDVVDWLVIDWyULDV

 'LYXOJDomRGRV5HVXOWDGRV

 (VWiVHQGRGHVHQYROYLGRXPDUWLJRFLHQWtILFREDVHDGRQRSUHVHQWHWUDEDOKRHQRHQVDLR
H[SHULPHQWDO GH UHFXSHUDomR GH FDUJD2SHUDomRMock-UpFRPRLQWXLWRGHSXEOLFDUQR ž
&RQJUHVVR,QWHUQDFLRQDOGH&LrQFLD7HFQRORJLDH'HVHQYROYLPHQWR &,&7(' 

5HIHUrQFLDV

>@%(51$729,7&+0$0HWKRGWR&KDUDFWHUL]H3DUDFKXWH6\VWHP,QVWDELOLW\
0RGHV$HURVSDFH(QJLQHHULQJ$(*HRUJLD,QVWLWXWHRI7HFKQRORJ\86$
>@ 6,/9$ / $  6LPXODomR &RPSXWDFLRQDO GD 'LQkPLFD GH 3DUDTXHGDV HP
'2);(1,&
>@6,/9$5$$SOLFDWLYR'HGLFDGRDR'LPHQVLRQDPHQWRGH3DUDTXHGDV±;9
(1,&






,QVWLWXWR GH$HURQiXWLFD H (VSDoR


3URJUDPD ,QVWLWXFLRQDOGH %ROVDVGH ,QLFLDomR &LHQWtILFD

3,%,&5(/$7Ï5,2),1$/

7tWXORGRSURMHWRGHSHVTXLVD &DUDFWHUL]DomRPHFkQLFDHPHWDO~UJLFDGRDoR
0DUDJLQJSDUDDSOLFDomRDHURHVSDFLDO
%ROVLVWD 5DIDHO3HUHLUD&DUQLDWR
2ULHQWDGRU D  ž7HQ7LDJR$OHJUHWWL=XFDUHOOL
3HUtRGRDTXHVHUHIHUHRUHODWyULR $JRVWRGHD'H]HPEURGH

5HVXPR
2 PDUDJLQJ  SRVVXL SURSULHGDGHV PHFkQLFDV TXH GHVSHUWDP LQWHUHVVH H DWHQomR GR VHWRU
DHURHVSDFLDO $ FDUDFWHUL]DomR GR PDUDJLQJ  QRV TXHVLWRV PHFkQLFRV H PHWDO~UJLFRV p
IXQGDPHQWDO SDUD R HPEDVDPHQWR GH QRYDV SHVTXLVDV H DVVLP VHUYLU FRPR EDVH GH
FRPSDUDomR H LQIRUPDomR WpFQLFD $V DPRVWUDV IRUDP REWLGDV GH FKDSDV ODPLQDGDV
VROXELOL]DGDV FRQIRUPH UHFHELGDV GR IDEULFDQWH  GHVVDV XPD SDUWH IRL QRYDPHQWH
VROXELOL]DGD QD WHPSHUDWXUDGH ž& SRU K H PLQ YLVDQGR LQYHVWLJDU R HIHLWR GD GXSOD
VROXELOL]DomR QDV SURSULHGDGHV PHFkQLFDV GR PDWHULDO $ FDUDFWHUL]DomR RFRUUHX SHODV
DQiOLVHV GH DQiOLVH TXtPLFD HQVDLR GH WUDomR GXUH]D PLFURVFRSLD ySWLFD PLFURVFRSLD
HOHWU{QLFDSRUYDUUHGXUDHGLIUDomRSRUUDLRV;

3DODYUDVFKDYHV0DUDJLQJ6ROXELOL]DomR3URSULHGDGHV0HFkQLFDV


,QWURGXomR
2 0DUDJLQJ IRL GHVHQYROYLGR QR ILQDO GD GpFDGD GH  SRU &ODUHQFH %LHEHU QD ,QFR /WG
&RQVLVWLD HP XPD PDWUL] PDUWHQVtWLFD )H1L VHQGR RV WHRUHV GH 1L GH  H  +DYLD
DGLomR GH HOHPHQWRV FRPR 7L $O H 1E $R ORQJR GRV DQRV R PDUDJLQJ VRIUHX GLYHUVDV
PRGLILFDo}HV HP VHX VLVWHPD TXH RFDVLRQRX R GHVHQYROYLPHQWR GD IDPLOLD GH PDUDJLQJ
FRPHUFLDO GH VLVWHPD TXDUWHQiULR )H1L&R0R >@ 2 PDUDJLQJ p XP PHWDO GH XOWUDDOWD
UHVLVWrQFLD 2 FDUERQR p XP HOHPHQWR UHVLGXDO VHQGR VXD FRQFHQWUDomR Pi[LPD GH 
ID]HQGR FRP TXH R PDUDJLQJ QmR DSUHVHQWH FDUDFWHUtVWLFDV FRPXQV DRV DoRV FRPR D
WHPSHUDELOLGDGH 2 PHFDQLVPR GH HQGXUHFLPHQWR p DWUDYpV GHSUHFLSLWDomR GH SDUWtFXODV
LQWHUPHWiOLFDVQDQRPpWULFDV1L 0R7L H)H0RSRVVXLDHVWUXWXUDF~ELFDGHFRUSR

 


,QVWLWXWR GH$HURQiXWLFD H (VSDoR


3URJUDPD ,QVWLWXFLRQDOGH %ROVDVGH ,QLFLDomR &LHQWtILFD


FHQWUDGD &&&  RFDVLRQDGD SHOD WUDQVIRUPDomR SRU FLVDOKDPHQWR VHQGR VXDV SULQFLSDLV
FDUDFWHUtVWLFDVHOHYDGDUHVLVWrQFLDWHQDFLGDGHERDFRQIRUPDELOLGDGHHVROGDELOLGDGHDFHLWiYHO
>@
e DSOLFDGR PDMRULWDULDPHQWH HP YHtFXORV HVSDFLDLV DHURQDYHV H HTXLSDPHQWRV GH GHIHVD
SRUpP p SRVVtYHO HQFRQWUiOR HP FDVRV HVSHFtILFRV QR VHWRU DXWRPRELOLVWLFR SULQFLSDOPHQWH
QRVVLVWHPDVGHWUDQVPLVVmR &97 HDXWRPyYHLVGHFRUULGDRXHQWmRHPXOWUDFHQWUtIXJDVGH
HQULTXHFLPHQWR GH XUkQLR 2 PDUDJLQJ UHFHEH HVVD GHQRPLQDomR GHYLGR j FRPELQDomR GDV
SDODYUDV HP ,QJOrV martensite 0DUWHQVLWD PLFURHVWUXWXUD GR PDWHULDO  H aging
(QYHOKHFLPHQWRWUDWDPHQWRWpUPLFRDSOLFDGRQRPDWHULDO >@

0DWHULDLVH0pWRGRV
2PDWHULDOXWLOL]DGRFRQVLVWHHPXPDFKDSDODPLQDGDGHPDUDJLQJIRUQHFLGRSHOR,$(
QD HVSHVVXUD GH  PP &RP R REMHWLYR REWHU D FRPSRVLomR TXtPLFD GR PDWHULDOIRL
UHDOL]DGD D DQiOLVH TXtPLFD XWLOL]DQGR R PpWRGR GH FRPEXVWmR GLUHWD SDUD GHWHUPLQDomR GH
FDUERQR & HHQ[RIUH 6 JUDYLPHWULDSDUDVLOtFLR 6L HGHPDLVHOHPHQWRVSRUHVSHFWURPHWULD
GHDEVRUomRDW{PLFD
3DUD R SUHVHQWH HVWXGR IRUDP FRQVLGHUDGDV DV VHJXLQWHV FRQGLo}HV FRQIRUPH UHFHELGR
DSHQDVXPDVROXELOL]DomR HGXSODPHQWHVROXELOL]DGR
$VHJXQGDVROXELOL]DomRIRLUHDOL]DGDDƒ&SRUKHPLQVHQGRUHDOL]DGDHPXPIRUQR
PXIODGHUHVLVWrQFLDHOpWULFDFRP DVDPRVWUDVLQVHULGDVDSyV DTXHFLPHQWRHVXVSHQVDVSDUD
HYLWDU R FRQWDWR FRP D VROHLUD GR IRUQR 2 HVIULDPHQWR RFRUUHX SRU FRQYHFomR QDWXUDO HP
DPELHQWHIHFKDGR
'D FKDSD ODPLQDGD GH PDUDJLQJ  IRL UHWLUDGR DPRVWUDV SDUD D UHDOL]DomR GRV VHJXLQWHV
HQVDLRV SDUDD FDUDFWHUL]DomR PHFkQLFDH PHWDO~UJLFDHQVDLR GHWUDomR GXUH]DPLFURVFRSLD
ySWLFD PLFURVFRSLD HOHWU{QLFD SRU YDUUHGXUD GLIUDomR GH UDLRV ; 1R 4XDGUR  DEDL[R Ki
UHODomRGRVHQVDLRVHQRPHQFODWXUDGRVFRUSRVGHSURYDVXWLOL]DGRV

4XDGUR1RPHQFODWXUDGDVDPRVWUDVXWLOL]DGDVHPFDGDHQVDLR

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'XUH]D 5' 6'
0LFURVFRSLDySWLFD 50 50 60 60
0LFURVFRSLDHOHWU{QLFDSRUYDUUHGXUD 50 50 5' 60 606'
'LIUDomRSRUUDLR; 50 60

 


,QVWLWXWR GH$HURQiXWLFD H (VSDoR


3URJUDPD ,QVWLWXFLRQDOGH %ROVDVGH ,QLFLDomR &LHQWtILFD

(QVDLRGH7UDomR
&RPRREMHWLYRGHYHULILFDUDUHVLVWrQFLDjWUDomRGRPDUDJLQJQDVGXDVFRQGLo}HV FRQIRUPH
UHFHELGR 57  H GXSODPHQWH VROXELOL]DGR 67  IRUDP SUHSDUDGDV  DPRVWUDV VHQGR 
FRQIRUPH UHFHELGDV 57 57 57  H  GXSODPHQWH VROXELOL]DGDV 67 67 67  $V
DPRVWUDVIRUDP SUHSDUDGDV GH DFRUGR FRP D $670 ( ± 6XEVL]H 6SHFLPHQ $V GLPHQV}HV
PpGLDVGRFRUSRGHSURYDHVWmRDSUHVHQWDGDVQD)LJXUD

)LJXUD'LPHQV}HVGRFRUSRGHSURYD



$ PiTXLQD XWLOL]DGD SDUD R HQVDLR IRL D =ZLFN  FRP FpOXOD GH FDUJD GH  N1 H
H[WHQV{PHWURVySWLFRVRVRIWZDUHGHDQiOLVHpRWHVW;SHUWYHUVmRGDGLYLVmRGHTXtPLFD
GR ,$( $V FRQGLo}HV GH HQVDLR IRUDP YHORFLGDGH GH HQVDLR   PPPLQ WHPSHUDWXUD
DPELHQWH ž&HXPLGDGHUHODWLYD 

(QVDLRGH'XUH]D
)RLSUHSDUDGRDPRVWUDV 5'±FRQIRUPHUHFHELGRH6'±GXSODPHQWHVROXELOL]DGR SDUD
HQVDLR GH PLFURGXUH]D 9LFNHUV +9  $ SUHSDUDomR GD DPRVWUD FRQVLVWLX QD UHDOL]DomR GR
HPEXWLPHQWR GH DPRVWUDV RULXQGDV GD FDEHoD GR FRUSR GH SURYD XWLOL]DGRV QR HQVDLR GH
WUDomR H SRVWHULRU OL[DPHQWR QDV VHJXLQWHV OL[DV      PHVKSROð H
SROLPHQWRGHȝȝSDVWDGLDPDQWDGDHVtOLFDFRORLGDO
$RDQDOLVDUDVDPRVWUDVSUHSDUDGDVIRLHYLGHQFLDGRGLIHUHQoDGHWRQDOLGDGHQDDPRVWUD&RP
LQWXLWR GH HYLGHQFLDU D DQRPDOLD IRUDP UHDOL]DGDV PHGLo}HV HP DPEDV UHJL}HV FRQIRUPH
)LJXUDD1mRIRLFRQVWDWDGRGLIHUHQoDGHUHVXOWDGRVHQGRULVFRVGHYLGRDUPD]HQDPHQWRGDV
DPRVWUDV
$ )LJXUD E DSUHVHQWD D GLVWULEXLomR GDV LQGHQWDo}HV )RUDP UHDOL]DGDV  PHGLo}HV FRP
FDUJD GH  NJ H RV YDORUHV GH GXUH]D REWLGRV DWUDYpV GR PpWRGR GH FRPSDUDomR GH
GLDJRQDLV $ PiTXLQD XWLOL]DGD IRL D (PFRWHVW'XUD6FDQ H R VRIWZDUH (FRV:RUNIORZ
YGDGLYLVmRGHPHFkQLFDGR,QVWLWXWR7HFQROyJLFRGH$HURQiXWLFD ,7$ 

 


,QVWLWXWR GH$HURQiXWLFD H (VSDoR


3URJUDPD ,QVWLWXFLRQDOGH %ROVDVGH ,QLFLDomR &LHQWtILFD


)LJXUD,QGHQWDo}HVGHGXUH]D


)LJXUDD0HGLo}HVQDVGXDVUHJL}HV )LJXUDE'LVWULEXLomRGRVSRQWRV
6' 5'

 

0LFURVFRSLDÏSWLFD 02 
)RLSUHSDUDGRFRUSRVGHSURYDVFRQWHPSODQGRGXDVFRQGLo}HVGHDPRVWUDVHWUrVUHDJHQWHV
VHQGR 1LWDO   ÈFLGR )RVIyULFR FRP 3HUy[LGR GH +LGURJrQLR +32  +2  H ÈJXD
5pJLD $V DPRVWUDV UHFHEHUDP D PHVPD SUHSDUDomR UHFHELGD SDUD DV DPRVWUDV XWLOL]DGDV QR
HQVDLR GXUH]D SRUpP FRP R DFUpVFLPR GR DWDTXH TXtPLFR 2 PLFURVFySLR XWLOL]DGR IRL R
=HLVV$[LRFDP,PDJHUGDGLYLVmRGHPDWHULDLVGR,$(1D7DEHODpSRVVtYHOYHULILFDURV
SDUkPHWURVGHFDGDDWDTXHTXtPLFR

7DEHOD3DUkPHWURVGRDWDTXHTXtPLFR02

ŵŽƐƚƌĂ ZDϭ ^Dϭ ZDϮ ^DϮ ^ϭ
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0LFURVFRSLD(OHWU{QLFDSRU9DUUHGXUD 0(9 
)RL XWLOL]DGR DV PHVPDV DPRVWUDV GD PLFURVFRSLD ySWLFD H GXUH]D FRP DFUpVFLPR GH 
DPRVWUDFRQWHPSODQGRGXDVFRQGLo}HVGHDPRVWUDVHWUrVUHDJHQWHVVHQGR1LWDOÈFLGR
)RVIyULFR FRP 3HUy[LGR GH +LGURJrQLR +32  +2  H ÈJXD 5pJLD $V DPRVWUDV
UHFHEHUDPDPHVPDSUHSDUDomRUHFHELGDSDUDDVDPRVWUDVXWLOL]DGDVQRHQVDLRGXUH]DSRUpP
FRPRDFUpVFLPRGRDWDTXHTXtPLFR2PLFURVFySLRXWLOL]DGRIRLR/HR93GDGLYLVmRGH
PDWHULDLVGR,$(1D7DEHODSRGHVHYHULILFDURVSDUkPHWURVGHFDGDDWDTXHTXtPLFR

7DEHOD3DUkPHWURVGRDWDTXHTXtPLFR0(9

ŵŽƐƚƌĂƐ ZDϭ ^Dϭ ZDϮ ^DϮ ^ϭĞZϭ
ZĞĂŐĞŶƚĞ EŝƚĂůϭϬй EŝƚĂůϭϬй ,ϯWKϰ н,ϮKϮ ,ϯWKϰ н,ϮKϮ ŐƵĂZĠŐŝĂ
dĞŵƉŽĚĞĂƚĂƋƵĞ ϱϯŵŝŶ ϱϯŵŝŶ ϴ ŵŝŶ ϱϱ ŵŝŶ ϭϮƐ

 


,QVWLWXWR GH$HURQiXWLFD H (VSDoR


3URJUDPD ,QVWLWXFLRQDOGH %ROVDVGH ,QLFLDomR &LHQWtILFD

'LIUDomRSRU5DLR; '5; 
$VDPRVWUDVXWLOL]DGDVSDUDPLFURVFRSLDySWLFDIRUDPUHXWLOL]DGDVSDUDUHDOL]DomRGRHQVDLR
GH'5;VHQGRXWLOL]DGRDPRVWUDV 50H60 

5HVXOWDGRV
$QiOLVH4XtPLFD
$ 7DEHOD  DSUHVHQWD R UHVXOWDGR GD DQiOLVH TXtPLFD GR 0DUDJLQJ  PRVWUDQGR TXH R
PHVPRVHHQFRQWUDGHQWURGRVSDUkPHWURVGHILQLGRVQD$069DOLGDQGRDFODVVLILFDomR
GR PDWHULDO XWLOL]DGR H DVVLP SHUPLWLQGR DQiOLVHV PDLV FRHUHQWHV GRV UHVXOWDGRV D VHUHP
REWLGRV

7DEHOD$QiOLVHTXtPLFD

(OHPHQWR $PRVWUD  &RPSRVLomR  $06
&  Pi[
6  Pi[
6L  Pi[
0Q  Pi[
1L  ±
&R  ±
0R  ±
$O  ±
7L  ±

(QVDLRGH7UDomR

7DEHOD5HVXOWDGRPpGLRGDVGXDVFRQGLo}HV

 &RQIRUPHUHFHELGR 'XSODPHQWHVROXELOL]DGR sĂƌŝĂĕĆŽ
7HQVmR0i[LPD>03D@ “ “ нϭ͕ϴϮй
7HQVmR5XSWXUD>03D@ “ “ Ͳϭ͕ϭϬй
7HQVmR(VFRDPHQWR>03D@ “ “ ͲϭϬ͕ϲϰй
/R>PP@ “ “ нϭ͕ϱϴй
İWRWDO>@ “ “ Ϭй
0yGXOR(ODVWLFLGDGH>*3D@ “ “ Ͳϭϴ͕ϰϮй

+i XPD SHTXHQD GLIHUHQoD GHUHVXOWDGRV PpGLRV HQWUH DV FRQGLo}HV VHQGR TXH DV DPRVWUDV
GXSODPHQWH VROXELOL]DGDV DSUHVHQWDUDP WHQVmR PD[LPD   PDLRU İ WRWDO VHPHOKDQWH H
WHQVmR GH UXSWXUD H HVFRDPHQWR PHQRUHV HP   H   UHVSHFWLYDPHQWH (P WHUPRV

 


,QVWLWXWR GH$HURQiXWLFD H (VSDoR


3URJUDPD ,QVWLWXFLRQDOGH %ROVDVGH ,QLFLDomR &LHQWtILFD


HVWiWLVWLFRVDYDULDomRGRVGDGRVDSUHVHQWDXPDRVFLOomRQDWXUDOH[FHWRDYDULDomRGDWHQVmR
GHHVFRDPHQWRVHQGRDVVLPQmRpSRVVtYHOGHILQLUXPDPHOKRUDRXSLRUDGDVFDUHFWHULVWLFDV
PHFkQLFDV QDV GXDV FRQGLo}HV GH HQVDLR 'HVWDFDVH TXH IRL XWLOL]DGR JDUUDV PHFkQLFDV DV
TXDLV SRGHP WHU RFDVLRQDGR R ³HVFRUUHJDPHQWR´ GR FRUSR GH SURYD GXUDQWH R HQVDLR GH
PRGRTXHRYDORUGHHVFRDPHQWRREWLGRSRGHHVWDULQIOXHQFLDGRSRUHVVHIHQ{PHQR

(QVDLRGH'XUH]D
&RQIRUPH 7DEHOD  SRGHPRV SHUFHEHU TXH DV DPRVWUDV FRQIRUPH UHFHELGDV DSUHVHQWDUDP
GXUH]D PpGLD LQIHULRUHV FRPSDUDGD jV DPRVWUDV VROXELOL]DGDV $ GLIHUHQoD IRL GH  +9
DSUR[LPDGDPHQWH1RJHUDODGXUH]DYDULRXHQWUH+9 +5& D+9 +5& 

7DEHOD0pGLDGHGXUH]DHPFDGDDPRVWUD



$PRVWUDV +9
5' 

6' 



+iXPD SHTXHQD GLIHUHQoD GHUHVXOWDGRV PpGLRV HQWUHDV FRQGLo}HV VHQGR TXH DV DPRVWUDV
GXSODPHQWH VROXELOL]DGDV DSUHVHQWDUDP GXUH]D PpGLD   PDLRU $ SHTXHQD YDULDomR
LPSHGH FRQFOXLU DOJXP HIHLWR LPSRUWDQWH QR DXPHQWR RX GLPLQXLomR GD GXUH]D PpGLD GR
PDWHULDO

0LFURVFRSLDÏSWLFD 02 
$DQiOLVHGDPLFURHVWUXWXUDHYLGHQFLRXTXHDVDPRVWUDVGRDoRPDUDJLQJDSUHVHQWDPDV
WtSLFDVFDUDFWHUtVWLFDVGHXPDHVWUXWXUDPDUWHQVtWLFDHQFRQWUDGDQDOLWHUDWXUD
1R4XDGUR4XDGURH4XDGURpSRVVtYHOFRQVWDWDUTXHWRGRVRVUHDJHQWHVHPSUHJDGRV
UHYHODUDPDHVWUXWXUDGRPDWHULDOYDULDQGRDSHQDVRWHPSRGHDWDTXH2UHDJHQWH1LWDO
JHURX XP UHVXOWDGR QtWLGR Mi R UHDJHQWH ÈJXD 5pJLD DSUHVHQWRX UHVXOWDGR PDLV VDWLVIDWyULR
FRP WHPSR GH DWDTXH VXEVWDQFLDOPHQWH LQIHULRU H XPD ERD GHILQLomR R RXWUR UHDJHQWH
HPSUHJDGR+32+2DSUHVHQWRXDSLRUGHILQLomRHRPDLRUWHPSRGHDWDTXH
$QDOLVDGR D PLFURHVWUXWXUD GDV DPRVWUDV 50  60 H 50  50 REVHUYDVH TXH QmR
KRXYH GLIHUHQoD PLFURHVWUXWXUDO VLJQLILFDWLYD HQWUH DV FRQGLo}HV FRQIRUPH UHFHELGR H
GXSODPHQWHVROXELOL]DGD

 


,QVWLWXWR GH$HURQiXWLFD H (VSDoR


3URJUDPD ,QVWLWXFLRQDOGH %ROVDVGH ,QLFLDomR &LHQWtILFD


4XDGUR,PDJHQV02FRPUHDJHQWH+32+2

ϲ͕ϱ




4XDGUR,PDJHQV02FRPUHDJHQWH1LWDO


4XDGUR,PDJHQV02FRPUHDJHQWHÈJXD5pJLD




 


,QVWLWXWR GH$HURQiXWLFD H (VSDoR


3URJUDPD ,QVWLWXFLRQDOGH %ROVDVGH ,QLFLDomR &LHQWtILFD

0LFURVFRSLD(OHWU{QLFDSRU9DUUHGXUD 0(9 
2 WHVWH GH 0(9 QHFHVVLWRX TXH D DPRVWUD XWLOL]DGD SDUD PLFURVFRSLD ySWLFD IRVVH UHDWDFDGD
JHUDQGR DVVLP XPD QRYD FRQGLomR GH DWDTXH TXH SRGH VHU FRQVXOWDGD QD VHomR 
&RQIRUPHREVHUYDGRQR4XDGURH4XDGURRHQVDLRUHIRUoDDFRQFOXVmRTXHKRXYHSRXFD
YDULDomRPLFURHVWUXWXUDO GRPDWHULDODSyVXPQRYRWUDWDPHQWRGHVROXELOL]DomRQDVFRQGLo}HV
GHWHUPLQDGDV

4XDGUR,PDJHQV0(9FRPUHDJHQWHÈJXD5pJLD



4XDGUR,PDJHQV0(9FRPUHDJHQWH1LWDO


 


,QVWLWXWR GH$HURQiXWLFD H (VSDoR


3URJUDPD ,QVWLWXFLRQDOGH %ROVDVGH ,QLFLDomR &LHQWtILFD

'LIUDomRSRU5DLRV; '5; 
$RFRPSDUDUPRVRUHVXOWDGRGDVGXDVFRQGLo}HV)LJXUDH)LJXUD SRGHPRVSHUFHEHUTXH
DV IDVHV SUHVHQWHV QD DPRVWUD 60 0  VmR DV PHVPDV GD 50 0  VHQGR DV IDVHV
REVHUYDGDV &U)H )H 1L&U)H VHQGR SRVVtYHO FRQVWDWDU TXH D GXSOD QRUPDOL]DomR QmR
JHURXRVXUJLPHQWRQHQHQKXPDQRYDIDVH

)LJXUD)DVHVGDDPRVWUD60





)LJXUD&RPSDUDomRGDVDPRVWUDV60H50






&RQFOXV}HV
$V FRQGLo}HV GH WUDWDPHQWR WpUPLFR VROXELOL]DomR H GXSOD VROXELOL]DomR  DSUHVHQWDGDV
VXUWLUDP XPD YDULDomR SRXFR LPSRUWDQWH QDV SURSULHGDGHV PHFkQLFDV H PHWDO~UJLFDV GR
PDWHULDO QmR VHQGR SRVVtYHO JDUDQWLU TXH D GXSOD VROXELOL]DomR DSUHVHQWH LPSDFWR

 


,QVWLWXWR GH$HURQiXWLFD H (VSDoR


3URJUDPD ,QVWLWXFLRQDOGH %ROVDVGH ,QLFLDomR &LHQWtILFD

VLJQLILFDWLYR QDV SURSULHGDGHV PHFkQLFDV GR PDWHULDO GR PDWHULDO *HUDQGR DSDUHQWHPHQWH
DSHQDVDXPHQWRGHFXVWRHWHPSRGHSURFHVVDPHQWR

5HIHUrQFLDV
>@ 6&+0,77 9 0 ,QIOXrQFLD GD WHPSHUDWXUD GH VROXELOL]DomR QD PLFURHVWUXWXUD
WHQDFLGDGH H PLFURGXUH]D GH XP $oR 0DUDJLQJ &ODVVH   I 'LVVHUWDomR
0HVWUDGRHP(QJHQKDULD0HFkQLFD 8QLYHUVLGDGH)HGHUDO)OXPLQHQVH1LWHUyL
>@ 0$*1(( $ HW DO &REDOWFRQWDLQLQJ KLJKVWUHQJWK VWHHOV &HQWUH G
,QIRUPDWLRQ GX
&REDOW%UXVVHOV
>@),/+29;/%$5526,)GH$%5(8+)*,QIOXHQFHRI6ROXWLRQ$QQHDOLQJRQ
0LFURVWUXFWXUHDQG0HFKDQLFDO3URSHUWLHVRI0DUDJLQJ6WHHO0DWHULDOV5HVHDUFKY
QS6mR&DUORV-DQ
>@ $670 ± $PHULFDQ 6RFLHW\ IRU 7HVWLQJ 0DWHULDOV $670 ( 6WDQGDUG 7HVW 0HWKRGV
IRU7HQVLRQ7HVWLQJRI0HWDOOLF0DWHULDOV
>@/23(6-&22V$oRV0DUDJLQJ&LrQFLDH7HFQRORJLDGRV0DWHULDLVYQ

 
,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 



 3,%,&3,%,7,5(/$7Ï5,2),1$/

7tWXORGRSURMHWRGHSHVTXLVD *HUDomRGH3UHYLV}HVFRPXVRGHWpFQLFDVGHUHGH
QHXUDOSDUDR3HUILO9HUWLFDOGR9HQWRQR&HQWURGH
/DQoDPHQWRGH$OFkQWDUD
%ROVLVWD 5DQLHOH)DWLPD3LQKHLUR
2ULHQWDGRU D  &OHEHU6RX]D&RUUrD
3HUtRGRDTXHVHUHIHUHRUHODWyULR $JRVWRGHD-XOKRGH


5HVXPR
2 &HQWUR GH /DQoDPHQWR GH $OFkQWDUD &/$  HVWi ORFDOL]DGR QR HVWDGR GR 0DUDQKmR QR
QRUGHVWHEUDVLOHLURDODWLWXGHĦVXOGDOLQKDGRHTXDGRUHORQJLWXGHĦRHVWH2&/$
UHFHEH IRUWH LQIOXrQFLD GD =RQD GH &RQYHUJrQFLD ,QWHUWURSLFDO =&,7  GDV /LQKDV GH
,QVWDELOLGDGH GD &RVWD $PD]{QLFD GRV YHQWRV DOtVLRV GH FRQWUDVWHV WpUPLFRV ORFDLV HQWUH R
PDU DGMDFHQWH H R FRQWLQHQWH 2 FLFOR GLXUQR GR YHQWR p PHQRV LQWHQVR GXUDQWH D HVWDomR
FKXYRVDYDULDQGRFHUFDGHPVGRTXHQDHVWDomRVHFDRFLFORYDULDFHUFDGHPVGHYLGR
DGLPLQXLomRGRFRQWUDVWHWpUPLFRHQWUHRFRQWLQHQWHHRRFHDQR2REMHWLYRGHVVHWUDEDOKRp
XWLOL]DUXPSDFRWHHVWDWtVWLFR0/3packageHP5VRIWZDUHHVWDWtVWLFRSDUDDQDOLVDURJDQKR
QDSUHYLVmRGRYHQWRFRPGLIHUHQWHVDUTXLWHWXUDVGHUHGHQHXUDO&RPLVVREXVFDUDSHUIHLoRDU
D FDSDFLGDGH GH SUHYHU R FRPSRUWDPHQWR GR YHQWR SDUD RV GLIHUHQWHV QtYHLV GD WRUUH
DQHPRPpWULFDLQVWDODGDQR&/$)RUDPXWLOL]DGRVGDGRVGHYHORFLGDGHHGLUHomRGRYHQWRGH
 HP  PLQXWRV SDUD GH]HPEUR GH  GD WRUUH DQHPRPpWULFD QRV VHXV  GLIHUHQWHV
QtYHLV )RUDP REVHUYDGRV YDULDomR GD YHORFLGDGH GR YHQWR HP GLIHUHQWHV QtYHLV KRXYHUDP
YDULDomR GH YHORFLGDGH GR YHQWR HQWUH  PV H  PV $R DQDOLVDU R HUUR PpGLR H R HUUR
DEVROXWR QRWRXVH TXH RV YDORUHV GR VHJXQGR VmR PHOKRUHV TXH R SULPHLUR HVSHFLDOPHQWH
SDUD RV QtYHLV PDLV DEDL[RV H PDLV DOWRV GD WRUUH VHQGR R PHQRU YDORU GH HUUR DEVROXWR
0$( GHSDUDRQLYHOHRPDLRUGHSDUDRQtYHOHQTXDQWRTXHRPHQRU
HUURPpGLR 06( DSUHVHQWDGRWDPEpPQRQtYHOIRLGHHRPDLRUGHSDUDR
QtYHO2XVRGDWpFQLFDGHUHGHQHXUDOXWLOL]DGDSRGHDMXGDURSHUDFLRQDOPHQWHDWRPDGDGH



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 


GHFLVmRHDJHUDomRGHSUHYLV}HVPDLVDMXVWDGDVFRPGLIHUHQWHVHVFDODVWHPSRUDLVRXMDQHODV
WHPSRUDLVGHSUHYLVmR

,QWURGXomR
2  &HQWUR GH /DQoDPHQWR GH $OFkQWDUD &/$  LQDXJXUDGR HP  IRL FRQVWUXtGR SDUD
VXSULU DV QHFHVVLGDGHV GH FUHVFLPHQWR SDUD R IXWXUR WHFQROyJLFR HVSDFLDO SRLV R &HQWUR GH
/DQoDPHQWR %DUUHLUD GR ,QIHUQR TXH HUD R FHQWUR HVSDFLDO GR %UDVLO DSUHVHQWDYD DOJXPDV
UHVWULo}HVRSHUDFLRQDLV2&/$HVWiORFDOL]DGRQRHVWDGRGR0DUDQKmRQRQRUGHVWHEUDVLOHLUR
DODWLWXGHĦVXOGDOLQKDGRHTXDGRUHORQJLWXGHĦRHVWH
6XD SRVLomR JHRJUiILFD SURSRUFLRQD DV FDUDFWHUtVWLFDV QHFHVViULDV SDUD XP FHQWUR GH
ODQoDPHQWR GH JUDQGH SRUWH H WDPEpP YDQWDJHQV RSHUDFLRQDLV FRPR FRQGLo}HV FOLPiWLFDV
IDYRUiYHLVHVWDELOLGDGHJHROyJLFDHSRUHVWDUSUy[LPRDRHTXDGRURODQoDPHQWRGHIRJXHWHV
QHFHVVLWDGHPHQRVHQHUJLDGHYLGRDRDSURYHLWDPHQWRGHYHORFLGDGHSHODURWDomRGD7HUUD
2 &/$ VLWXDVH SUy[LPR DR (TXDGRU H UHFHEH IRUWH LQIOXrQFLD GD =RQD GH &RQYHUJrQFLD
,QWHUWURSLFDO =&,7 GDV/LQKDVGH,QVWDELOLGDGHGD&RVWD$PD]{QLFDGRVYHQWRVDOtVLRVGH
FRQWUDVWHV WpUPLFRV ORFDLV HQWUH R PDU DGMDFHQWH H R FRQWLQHQWH FDUDFWHUL]DGR SRU IRUWH
SUHVHQoD GD EULVD PDUtWLPD HQWUH RXWURV IHQ{PHQRV TXH QRUPDOPHQWH RX HVSRUDGLFDPHQWH
HVWmRSUHVHQWHVVREUHHVWDiUHD 3(5(,5$HWDO 
2V YHQWRV QD UHJLmR GR &HQWUR GH /DQoDPHQWR GH $OFkQWDUD &/$  VmR SURYHQLHQWHV GR
RFHDQR H DSHVDU GH WHUHP VHX SHUILO LQLFLDO HP HTXLOLEUR FRP D VXSHUItFLH OLVD VRIUHP
WXUEXOrQFLDGHYLGRjUXJRVLGDGHGDUHJLmRVHQGRVHXHTXLOtEULRUHVWDEHOHFLGRSRVWHULRUPHQWH
6HJXQGR0DUFLRWWRH)LVFK  RFLFORGLXUQRGRYHQWRpPHQRVLQWHQVRGXUDQWHDHVWDomR
FKXYRVDYDULDQGRFHUFDGHPVGRTXHQDHVWDomRVHFDRFLFORYDULDFHUFDGHPVGHYLGR
DGLPLQXLomRGRFRQWUDVWHWpUPLFRHQWUHRFRQWLQHQWHHRRFHDQRSRUpPKiSRXFDGLIHUHQoDGH
YHORFLGDGHGRYHQWRDRDQDOLVDURVSHUtRGRVGLXUQRVHQRWXUQRV :$1=(/(5 GHYLGR
DLQIOXrQFLDGDYHJHWDomRHGDFLUFXODomRGHEULVDPDUtWLPD ),6&+ 
6HQGRDVVLPRREMHWLYRGHVWHWUDEDOKRpDQDOLVDURFRPSRUWDPHQWRGRYHQWRSDUDRVGLIHUHQWHV
QtYHLVGDWRUUHDQHPRPpWULFDLQVWDODGDQR&/$HXWLOL]DUWpFQLFDVHVWDWtVWLFDVSDUDDDQiOLVH
FRP XVR GH XPD UHGH QHXUDO FDSD] GH SUHYHU DV FRQGLo}HV GH YHQWR SDUD D UHJLmR YLVDQGR
DMXGDURVWRPDGRUHVGHGHFLVmR





,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 


0DWHULDLVH0pWRGRV

$)LJXUDPRVWUDXPDYLVmRGHWDOKDGDGR&/$VHQGRSRVVtYHOREVHUYDUD7RUUH0yYHOGH
,QWHJUDomR 70,  TXH p D WRUUH GH ODQoDPHQWR GRV IRJXHWHV H PDLV DR ODGR D 7RUUH
$QHPRPpWULFD 7$ 
2VGDGRVDFDGDPLQXWRVXWLOL]DGRVQHVVDSHVTXLVDIRUDPREWLGRVDWUDYpVGHVHQVRUHVGH
YHORFLGDGHH GLUHomR GR YHQWR GR WLSRSURSHOOHUHDHURQDYHUHVSHFWLYDPHQWH 52%$//2 H
),6&+ GLVWULEXtGRVDRORJRGRVVHLVQtYHLVGDWRUUHQR&/$QDVDOWXUDVGHP QtYHO
Q  P Q  P Q  P Q  P Q  HP Q  SDUDR
SHUtRGRGHGH]HPEURGH$GLUHomRSUHGRPLQDQWHGRYHQWRQD7$QRVQtYHLVPDLVEDL[RV
pGH1( DSUR[LPDGDPHQWHJUDXV SRLVpLQIOXHQFLDGRSHORVYHQWRVDOtVLRVHDFLUFXODomR
GHEULVDPDUtWLPD



)LJXUD±9LVmRGD7RUUH0yYHOGH,QWHJUDomRHGD7RUUH$QHPRPpWULFDGR&/$ REWLGR
HP5REDOORH)LVFK 

$SyVDREWHQomRGRVGDGRVIRLGHVHQYROYLGRXPVFULSWHP5SDUDDREWHQomRGDUHGHQHXUDO
GRWLSR3HUFHSWURQ0XOWLFDPDGDV 0/3 HDfunção forecast package, .285(17=(6HWDO
TXHFRQVLVWHHPXPDUHGHQHXUDOFRPXPDRXPDLVFDPDGDVRFXOWDVFRPXPQ~PHUR
LQGHWHUPLQDGRGHQHXU{QLRV$FDPDGDGHVDtGDUHFHEHRVHVWtPXORVGDFDPDGDLQWHUPHGLiULD
H FRQVWUyL R SDGUmR TXH VHUi D UHVSRVWD $V FDPDGDV LQWHUPHGLiULDV IXQFLRQDP FRPR
H[WUDWRUDV GH FDUDFWHUtVWLFDVVHXV SHVRVVmRXPDFRGLILFDomRGH FDUDFWHUtVWLFDV DSUHVHQWDGDV



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 


QRV SDGU}HV GH HQWUDGD H SHUPLWHP TXH D UHGH FULH VXD SUySULD UHSUHVHQWDomR PDLV ULFD H
FRPSOH[D GR SUREOHPD (VVD IXQomR XVDGD QDV UHGHV QHXUDLV 0/3 SDUD SUHYLVmR GH VpULHV
WHPSRUDLV 3RU WHU XPD DUTXLWHWXUD 0/3 SRGH VHU YLVWD FRPR XPD IHUUDPHQWD SUiWLFD JHUDO
SDUD R PDSHDPHQWR QmROLQHDU GH HQWUDGD H VDtGD (VSHFLILFDPHQWH VHMD N R Q~PHUR GH
HQWUDGDVGHUHGHHPPRQ~PHURGHVDtGDV$UHODomRGHHQWUDGDHVDtGDGHUHGHGHILQHXP
PDSHDPHQWR GH XP HVSDoR HXFOLGLDQR GH HQWUDGD NGLPHQVLRQDO SDUD XP HVSDoR HXFOLGLDQR
GH VDtGD PGLPHQVLRQDO TXH p LQILQLWDPHQWH FRQWLQXDPHQWH GLIHUHQFLiYHO *$5'1(5 
'25/,1*  
$ )LJXUD  PRVWUD RV PRGHORV GH iUYRUH GD HVWUXWXUD GH UHGH QHXUDO TXH SRGHUmR VHU
XWLOL]DGDV D 0/3FRPHQWUDGDVHFDPDGDVGHKLGGHQVHWUHLQDPHQWRV E 0/3FRP
HQWUDGDVHKLGGHQVGHFDPDGDKLGGHQVFDPDGDVHGHWUHLQDPHQWRVHXPDVDtGD
H F  0/3 FRP  HQWUDGDV  KLGGHQV  FDPDGDV  KLGGHQV  FDPDGD  KLGGHQV 
FDPDGDVHWUHLQDPHQWRVHXPDVDtGD



)LJXUD  5HSUHVHQWDomR GD DUTXLWHWXUD GH XPD UHGH QHXUDO GR WLSR 0/3 FRP GLIHUHQWHV
DUTXLWHWXUDVGH0/3SRVVtYHLVHP D XPDFDPDGDFRPQHXU{QLRV E FRPGXDVFDPDGDV
FLQFRHQHXU{QLRVH F FRPWUrVFDPDGDVFRPHQHXU{QLRV




,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 


$SyV GD URGDJHP QD UHGH QHXUDO IRL SRVVtYHO REWHU GDGR GH YHORFLGDGH GH YHQWR SDUD XP
HVSDoR GH WHPSR SRVWHULRU DRV GDGRV LQLFLDLV EHP FRPR YDULiYHLV HVWDWtVWLFDV GRV GDGRV H
UHVXOWDGRVREWLGRVXWLOL]DQGRDIXQomRForecast RSDFRWHGR5TXHJHURXDSUHYLVmRFRPR
WDPEpPDXPDDQDOLVHHVWDWtVWLFDFRPRVGLIHUHQWHVWLSRVHUURVDVVRFLDGDR(UUR4XDGUiWLFR
0pGLRHQWUHDSUHYLVmRHDVHULHWHPSRUDOFRPXPHQWHXVDGRSDUDDYHULILFDomRGDDFXUiFLDGH
PRGHORVFRPRGHVFULWRHP:LONV  SRUVHUPDLVVHQVtYHODRVJUDQGHVHUURVSRUHOHYDU
DV GLIHUHQoDV LQGLYLGXDLV DR TXDGUDGR $ IXQomR Forecast FDOFXOD DOHDWRULDPHQWH RV HUURV
EXVFDQGR FLQFR DPRVWUDV DOHDWyULDV QD VHULH WHPSRUDO DQDOLVDGD GHIHUHQWHV GDV SDUWHV GH
WUHLQDPHQWR
$ILP GH GHVSUH]DU YDORUHV DQRPDODPHQWH H[WUHPRV GHQRPLQDGRV ³SRQWRV VLQJXODUHV´ IRL
DQDOLVDGR WDPEpP D PpGLD GRV HUURV DEVROXWRV 0$(  SRU VHU FRQVLGHUDGR SUHFLVR FRPR
PHGLGDGHKDELOLGDGHGHPRGHORVHPUHSURGX]LUDUHDOLGDGHFRPRYLVWRHP)R[  

5HVXOWDGRV
$ ILJXUD  PRVWUD D YDULDomR GD YHORFLGDGH GR YHQWR SDUD RV HVSDoRV GH WHPSR FLWDGRV
DQWHULRUPHQWH SDUD RV  QtYHLV GD WRUUH GR &/$ 2V PHQRUHV YDORUHV GH YDULDomR GD
YHORFLGDGHGRYHQWRIRUDPHQFRQWUDGRVQRQtYHOPDLVEDL[RGHPHWURV )LJXUDD QRTXDO
Ki XPD YDULDomR HQWUH  PV H  PV LVVR GHYLGR j SRVVtYHO LQIOXrQFLD GD UXJRVLGDGH H
FLVDOKDPHQWRSURYHQLHQWHVGDYHJHWDomRGHQRTXDODWRUUHHVWiLQVWDODGD
3DUDRVGHPDLVQtYHLV )LJXUDE F G H I KRXYHYDULDomRGRYHQWRHQWUHPVHPV
(P JHUDO R FRPSRUWDPHQWR GH YDULDomR GR YHQWR SDUD WRGRV RV QtYHLV VHJXHP R PHVPR
SDGUmR GH WHQGrQFLD DWLQJLQGR VHXV PDLRUHV H PHQRUHV SLFRV GH YHORFLGDGH GR YHQWR QR
HVSDoR GH WHPSR  REVHUYDo}HV TXH FRUUHVSRQGH DR ILQDO GR PrV GH GH]HPEUR
0RVWUDQGRTXHQRILQDOGRPrVHVWXGDGRRYHQWRDSUHVHQWDFRQVLGHUiYHOYDULDomRGHYDORUHV
GHVXDPDJQLWXGH



,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
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E QtYHOPF QtYHOPG QtYHOPH QtYHOPI QtYHOP

$ILJXUDDSUHVHQWDRVUHVXOWDGRVREWLGRVSDUDDDUTXLWHWXUDGHUHGHQHXUDOFRPXPDFDPDGD
FRP FLQFR QHXU{QLRV H FRP R XVR GR WLSR 3HUFHSWURQ 0XOWLFDPDGDV 0/3  HP TXH
GHPRQVWUDRUHVXOWDGRGDYHORFLGDGHGRYHQWRWHPSRDIUHQWHDRVGDGRVGHHQWUDGDRXVHMD
PLQXWRVGHSRLVDRXOWLPRGDGRFRORFDGRSDUDDOLPHQWDDUHGHUHVXOWDGRHVVHGHVWDFDGRHP
D]XO
2EVHUYDVH TXH R UHVXOWDGR REWLGR VHJXH D WHQGrQFLD GD YDULDomR GR YHQWR WHQGrQFLD TXH
PRVWUDXPSHTXHQRDXPHQWRGDYHORFLGDGHGRYHQWRSDUDRSDVVRGHWHPSRWRXVHMDDSyV
R ~OWLPR GDGR FROHWDGR SHOD WRUUH D UHGH SUHYr TXH DMD XP OLJHLUR DXPHQWR GR YHQWR SDUD
WRGRV RV QtYHLV  QD FDGD GH  PV R TXH SRVWHULRUPHQWH VHUi YDOLGDGH DWUDYpV GH GDGRV Mi
FROHWDGRVHIHWXDQGRDQDOLVHVHVWDWtVWLFDVSDUDPDLRUFRQILDELOLGDGHGRPHVPR






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)LJXUD2EWHQomRGDYHORFLGDGHGRYHQWR PV SDUDRSDVVRGHWHPSRWDWUDYpVGHUHGH
QHXUDOWLSR0/3D QtYHOPE QtYHOPF QtYHOPG QtYHOPH QtYHO
PI QtYHOP




,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 


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Instituto de Aeronáutica e Espaço
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica

Relatório Final

Título do projeto de pesquisa: Geração de Previsões Intrasazonais para o Perfil


Vertical do Vento no Centro de Lançamento de
Alcântara
Bolsista: Renan Sales Rodrigues
Orientador(a): Cleber Souza Corrêa
Período a que se refere o relatório: Julho de 2019 a Julho de 2020

Resumo
A base de lançamentos de foguetes da Força Aérea Brasileira denominada Centro de
Lançamento de Alcântara (CLA) está localizada no município de Alcântara, é de suma
importância para o desenvolvimento tecnológico aéreo espacial brasileiro, visando a maior
eficiência do lançamentos, este estudo mostra uma comparação das condições meteorológicas
entre dois modelos matemáticos, o modelo global ERA5 já amplamente utilizado pelo meio
cientifico e o modelo regional RegCM que por meio de rodadas com parâmetros específicos
consegue se aproximar das observações.
Para as rodadas do modelo RegCM, foram utilizados quatro tipos de parametrizações, MIT-
Emanuel, Kain-Fritsch, BATS e CLM, ambas em conjunto, utilizando valores médios
mensais de temperatura e vento meridional e zonal da superfície, estes comparados com os
respectivos dados do modelo ERA5. Assim obteve-se gráficos espaciais utilizando ensemble
físico (previsão por conjunto) com a finalidade de comparação, e o erro media quadrático e a
raiz do erro médio quadrático para acurácia dos modelos, indicando uma simulação para a
variável temperatura.

1. Introdução
A base de lançamentos de foguetes da Força Aérea Brasileira denominada Centro de
Lançamento de Alcântara (CLA) está localizada no município de Alcântara, estado do
Maranhão nas coordenadas 2° 24’ S de latitude e 44° 25’ W de longitude. Este
Centro é um dos principais pontos estratégicos do Brasil, devido a sua proximidade com a
linha do equador, o que torna os lançamentos mais eficientes quando se trata de consumo de

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combustível para colocação de satélites em órbita geoestacionária, se comparado com bases


em latitudes maiores. O CLA está localizado em uma região, onde recebe forte influência da
Zona de Convergência Intertropical (ZCIT); das Linhas de Instabilidade da Costa
Amazônica; dos ventos alísios; de contrastes térmicos locais entre o mar adjacente e o
continente, caracterizado por forte presença da brisa marítima; entre outros fenômenos
(Pereira et al., 2002) [1].
Com as missões de lançamentos cada vez mais frequentes, entender as dinâmicas físicas e
o comportamento climatológico, é fundamental para a segurança e economia de tais projetos.
Previsões sub-sazonais para escalas sazonais podem ser obtidas através de Modelos
Climáticos Regionais (RCMs) realizando um downscaling do modelo global Climate
Forecast System (CFS) para a região do nordeste brasileiro. O uso operacional de modelagem
climática permitirá auxiliar na realização de previsões intrasazonais, assim um modelo que
pode ser aplicado em estudos de várias regiões do globo é o Regional Climate Model system
(RegCM) do Earth System Physics (ESP) -The International Center for Theoretical Physics
(ICTP) (Giorgi et al., 2015) [2]. O modelo RegCM está operacionalizado na Divisão de
Ciências Atmosférica (ACA) permitindo o acompanhamento de alterações atmosféricas na
região nordeste do Brasil e foi utilizado na obtenção dos resultados dessa pesquisa.

2. Materiais e Métodos
Este trabalho foi planejado para realizar oito simulações do modelo Regional Climate Model
System (RegCM), utilizando o modelo global CFSv2 em downscaling para previsão na área
de estudo, e cujo os domínios foram idealizados da seguinte maneira, quatro para a América
do Sul e quatro para a região de Alcântara. Sendo inicializadas as simulações para as
seguintes datas: dias 1 de julho de 2018, 15 de julho de 2018 e 1 de agosto de 2018. O
processamento do modelo regional climático é composto por inúmeras fases até realizar a
simulação. No pré-processamento são necessárias a obtenção de dados estáticos para criar os
domínios do modelo (como a topografia, classificação do tipo de solo, etc, conforme a
complexidade do modelo e detalhamento). O modelo RegCM é composto por módulos que
são rodados em sequência, na qual ocorre a preparação e interpolação das variáveis
necessárias, como a temperatura superficial do mar (TSM) para a grade e resolução temporal
para utilização do modelo regional. Por fim, tem-se a geração das condições de fronteira e do
domínio para a grade da simulação. O modelo utiliza inúmeras variáveis como: altura

2
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geopotencial, temperatura do ar, umidade relativa e componentes zonal e meridional do vento


(Dias at al., 2012) [3].
O processamento foi configurado para utilizar quatro diferentes parametrizações que são
disponibilizadas pelo modelo RegCM: MIT-Emanuel, a qual representa o fluxo convectivo
usando um modelo idealizado de correntes ascendentes e descendentes de escala de sub-
nuvens (Araújo,2017) [4]; Kain-Fritsch que é uma parametrização de cumulus baseada em
Kain e Fritsch (1990; 1993) [5,6] que emprega o método da parcela lagrangeano para estimar
a existência de instabilidade ou se a parcela se tornará disponível para o crescimento de
nuvens, além de determinar suas propriedades convectivas (DIAS, 2017)[7]; Biosphere
Atmosphere Transfer Scheme (BATS) que é utilizado para descrever as interações entre a
biosfera e atmosfera, simulando a influência da vegetação e umidade do solo nas trocas de
momentum, energia e vapor d’agua (Pereira et al., 2013) [8] e, por fim, a parametrização
(CLM) Community Land Model que é o modelo de superfície terrestre desenvolvido pelo
NCAR, como parte do modelo CCSM (Community Climate System Model)(Silva, 2016)[9].
Portanto as rodadas do RegCM foram compostas em ensemble físico, utilizando quatro
diferentes parametrizações para compor o resultado final da simulação: CLM-Fritsch, CLM-
Emanuel, BATS-Fritsch e BATS-Emanuel. O resultado obtido foi um arquivo final contendo
dados de precipitação, temperatura, vento meridional e zonal. A metodologia usa os dados de
reanálise do modelo global ERA-5 para estimar os erros médios de viés entre a simulação e a
observação da reanálise, a qual forneceu estimativas horárias de um grande número de
variáveis climáticas atmosféricas, terrestres e oceânicas. Neste estudo foi comparado as
mesmas variáveis de saída simuladas pelo modelo RegCM (valores médios mensais de
temperatura, precipitação e vento na superfície). Para o pós-processamento, as simulações são
interpoladas para o mesmo domínio de grade que o modelo de reanálise utilizando scripts em
formato GRADS e tendo a estimativa média em formato ensemble físico para realizar as
análises das simulações.
Em termos estatísticos foram utilizados o Erro Quadrático Médio (MSE na sigla em Inglês)
(1), e a Raiz do Erro Quadrático Médio (RMSE em Inglês) (2) para aferir a acurácia dos
modelos (HALLACK; PEREIRA - FILHO, 2011) [10].

(1)

3
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(2)

3. Objetivo esperado
O objetivo deste projeto é identificar por meio de estimativas de ensemble físico em
simulações realizadas pelo modelo RegCM com diferentes condições de contorno (América
do Sul ou Alcântara), qual apresentaria o menor viés com o modelo de reanálise ERA-5
(observação), e calculando-se o viés médio dos dados obtidos das simulações com as
observações globais do modelo de reanálise, busca-se estimar características sinóticas
importantes do vento na região de estudo, como também outras variáveis meteorológicas de
relevância operacional.

4. Resultados Preliminares
Buscar-se-á a manipulação dos dados gerados pelas simulações realizadas com CLM-Fritsch,
CLM-Emanuel, BATS-Fritsch e BATS-Emanuel, inicializadas em 1 de julho de 2018, as
quais são plotados os valores gráficos espaciais com as médias mensais do mês de agosto.
Para estimativa dos valores de viés das simulações, se utilizou uma estimativa com ensemble
físico (previsão por conjunto) com a finalidade de comparação com a reanálise do modelo
global ERA5. Desse modo foram obtidas as estimativas iniciais dos campos espaciais de
temperatura, direção do vento e viés, para as condições de contorno da América do Sul e
Alcântara, conforme mostrado nas figuras de 1 a 6.
E com finalidade de mostrar a acurácia dos modelos, foi plotado o MSE e o RMSE entre o
modelo de reanalise ERA5 e o modelo RegCM para as duas condições de contorno figuras 7
e 8.
4.1. Ensemble Físico RegCM América do Sul e Alcântara

4
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Figura 1 - RegCM – campo ensemble físico médio de agosto de 2018, com a


temperatura (°C preenchido) e vetor vento (m.s-1) em superfície para Alcântara.

Figura 2- RegCM – campo ensemble físico médio de agosto de 2018, temperatura (°C
preenchido) e vetor vento (m.s-1) em superfície para a América do Sul.

4.2. ERA5

Figura 3–ERA5 – Campo da reanálise ERA5 - valor médio de agosto de 2018,


Temperatura (°C preenchido) e vetor vento (m.s-1) em superfície para Alcântara.

5
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Figura 4- ERA5 - Campo da reanálise ERA5 - valor médio de agosto de 2018,


Temperatura (°C preenchido) e vetor vento (m.s-1) em superfície para a América do Sul.

4.3. Diferença entre Ensemble RegCM e ERA5

Figura 5- Diferença entre o modelo RegCM e a reanálise ERA5 – campo médio de


agosto de 2018, Temperatura (°C preenchido) e vetor vento (m.s-1) em superfície para
Alcântara.

6
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Figura 6- Diferença entre o modelo RegCM e a reanálise ERA5 – campo médio de


agosto de 2018, Temperatura (°C preenchido) e vetor vento (m.s-1) em superfície para a
América do Sul.

Figura 7- Erro Quadrático Médio entre RegCM as duas condições de contorno e a reanálise
ERA5 – campo médio de agosto de 2018, Temperatura (°C preenchido) e contorno vento
(m.s-1) em superfície centralizado em Alcântara.

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Figura 7- Raiz do Erro Quadrático Médio entre RegCM as duas condições de contorno e a
reanálise ERA5 – campo médio de agosto de 2018, Temperatura (°C preenchido) e contorno
vento (m.s-1) em superfície centralizado em Alcântara.

5. Próximas Etapas
Em uma próxima etapa do projeto será avaliar quais condições de contorno são mais
eficientes para fazer previsões e estimativas intra-sazonais.

6. Conclusões
De uma forma geral, os resultados mostram que o modelo RegCM subestima os valores de
temperatura na condição de contorno centrada em Alcantara e superestima quando esta
condição é para a América do Sul, os testes estatísticos de MSE e RMSE mostram que o erro
dos modelos para a variável temperatura é ínfimo, segundo Wilks (2006) [11] quando mais
similar a zero, o modelo se aproxima a perfeição, entretendo a variável magnitude avaliada
mostra um valor muito alto, mostrando que os modelos ainda não se aproximam do desejado.

8
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7. Referência

1. PEREIRA, E. I.; et al. Atlas climatológica do Centro de Lançamento de Alcântara-


MA. São José dos Campos: CTA/IAE-Divisão de Ciências Atmosféricas, 2002.

2. GIORGI, F.; et al. Regional ClimaticModel RegCM User’sGuideVersion 4.4, Trieste,


Italy, 2015.

3. DIAS, C. G.; et al. Validação da precipitação simulada pelo regional climatemodel


(RegCM3) sobre a América do Sul entre 1990-2008. VII Seminário de Meio Ambiente e
Energias Renováveis, Itajubá. VII SEMEAR, 2012.

4. ARAÚJO, G. R. G. de; et al. Avaliação do modelo climático regional RegCM4 sobre o


Nordeste brasileiro para o período do outono. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

5. KAIN, John S.; FRITSCH, J. Michael. A one-dimensional entraining/detraining plume


modeland its application in convectiveparameterization. JournaloftheAtmosphericSciences,
v. 47, n. 23, p. 2784-2802, 1990.

6. KAIN, John S.; FRITSCH, J. Michael. Convectiveparameterization for mesoscalemodels:


The Kain-Fritsch scheme. In: The representationof cumulus convection in
numericalmodels. American Meteorological Society, Boston, MA, p. 165-170, 1993.

7. DIAS, C. G. Validação de previsões climáticas sazonais sobre o Brasil: Modelos


globais e regional. 2017. 104 f. Dissertação (Mestrado em Meio Ambiente e Recursos
Hídricos) – Universidade Federal de Itajubá, Itajubá, 2017.

8. PEREIRA, G.; SILVA, M. E. S.; MORAES, E. C. Impactos na simulação atmosférica


devido à mudança do uso e cobertura da terra na América do Sul. Boletim de Geografia, v.
31, n. 2, p. 85-100, 2013.

9. SILVA, F. N. R. Projeções Climáticas Regionalizadas para a América do Sul com


Ênfase nos Impactos Hidrometeorológicos na Bacia do Rio Grande - Região Sudeste do
Brasil. Tese (Doutorado em Ciências Atmosféricas em Engenharia) - Universidade Federal do
Rio de Janeiro - UFRJ, Programa de Engenharia Civil – COPPE, Rio de Janeiro,2016.

9
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10- HALLAK, Ricardo; PEREIRA FILHO, Augusto José. Metodologia para análise de desempenho de
simulações de sistemas convectivos na região metropolitana de São Paulo com o modelo ARPS:
sensibilidade a variações com os esquemas de advecção e assimilação de dados. Revista
Brasileira de Meteorologia, v. 26, n. 4, p. 591-608, 2011.

11- WILKS, D. S. Statistical Methods in the Atmospheric Sciences. International


Geophysics Series. 2a. Edição, Estados Unidos da América, Academic Press, v. 91, 2006.
627 p.

10
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PIBIC-RELATÓRIO

Título do projeto de pesquisa: Analise de Confiabilidade do Sensor Mecânico


Acelerométrico
Bolsista: Salatiel Alves Ferreira Neto
Orientador: Dr. Mauricio Guimarães da Silva
Período a que se refere o relatório: Novembro de 2019 a Julho de 2020

Resumo
Este relatório apresenta o desenvolvimento de uma metodologia da análise de confiabilidade
para o Sensor Mecânico Acelerométrico (SMA) baseada nas funções distribuições de
probabilidade associadas à aceleração do veículo (Q) e à aceleração de funcionamento do
SMA (R). A abordagem adotada utiliza apenas os dois primeiros momentos (médias e
variâncias) das variáveis aleatórias, para a análise de falha de funcionamento do SMA. Esta
probabilidade de falha é calculada com base na região de sobreposição gerada pelas
distribuições de R e Q. A implementação do método é realizada na plataforma Microsoft
Office EXCEL®.

1. Introdução
Com o mundo em constante evolução a análise de confiabilidade vem sendo aprimorada
com softwares e modelos matemáticos realizando grandes avanços no requisito segurança.
Com base em alguns métodos de análise de confiabilidade de estruturas mecânicas
disponibilizados na literatura técnica da área, o grupo de trabalho da Divisão de Tecnologias
Sensíveis e de Defesa (ASD) do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) desenvolveu e
implementou duas metodologias de análise para serem aplicadas no processo de qualificação
de um Sensor Mecânico Acelerométrico (SMA) o qual pode ser utilizado tanto em foguetes
espaciais como em artefatos bélicos desenvolvidos na ASD. O SMA é um sensor de
segurança que impede a ignição do segundo estágio de um veículo quando o mesmo ainda
estiver em solo.

1
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A primeira metodologia é a Análise de Confiabilidade baseada em “Testes Severos”.


Esta utiliza o conceito de “Margem de Severidade”. O principal objetivo desta metodologia é
definir o número mínimo de experimentos necessários realizados para garantir a
confiabilidade do SMA. Este número é fundamentalmente dependente do nível de severidade
aplicada ao teste. Toda a análise é baseada em dados experimentais.
A segunda metodologia utiliza o conceito de “Margem de Segurança” na avaliação do
índice de confiabilidade do produto. A principal hipótese é que são conhecidas as funções
distribuição de probabilidade (PDF) dos parâmetros de maior influência na análise, quais
sejam, a aceleração do foguete e a aceleração de funcionamento do SMA. Com base nestes
dados, procede-se à análise matemática da falha de funcionamento do SMA. É neste cenário
que se enquadra a presente pesquisa. Antes de proceder ao detalhamento da metodologia de
análise, é apresentada uma visão geral do SMA.

1.2. Sensor Mecânico Acelerométrico

O Sensor Mecânico Acelerométrico (SMA) é um sensor inercial do tipo massa-mola que


funciona apenas com o veículo, no qual está instalado, em voo. Trata-se de um dispositivo
mecânico, com acionamento através da aceleração imposta pela decolagem do veículo. A
Figura 1 exibe a visão geral, em corte, da concepção inicial de um SMA.

Figura 1 – Sensor Mecânico Acelerométrico (Vista em Corte)

Contato Superior

Contato Móvel Mola

Fonte: O Autor.

2
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O princípio de funcionamento do SMA segue os seguintes eventos:

i. Inicialmente o SMA se encontra no modo de segurança. Nesta condição a linha de


fogo do pirotécnico está em curto circuito;
ii. Após a decolagem, com a ação da aceleração, o subconjunto “contato móvel” se
desloca para baixo, comprimindo a mola (Figura 2). Com este deslocamento é
retirado o curto circuito da linha do pirotécnico;
iii. Atingindo o final do seu curso, o conjunto de contatos se encaixa no subconjunto
“contato superior”;
iv. Com o aumento da aceleração decorrente do processo de decolagem, as duas
peças se encaixam entre si e, neste instante, ocorre o travamento por um pino,
permitindo a continuidade do sinal elétrico para o pirotécnico (Figura 3);

Figura 2 – Evento ii – Decolagem (compressão da mola)

Aceleração

Fonte: O Autor.

3
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Figura 3 – Evento iii – Contato móvel parcialmente encaixado no subconjunto “contato superior”

Contatos elétricos
previamente
encaixados

Pino para
travamento

Fonte: O Autor.

1.2. Objetivo

 Apresentar a metodologia de análise de confiabilidade visando o conceito de fator de


segurança aplicada no projeto do Sensor Mecânico Acelerométrico (SMA);
 Implementação numérica da metodologia.

2. Materiais e Métodos
A prática denominada de análise de confiabilidade nos moldes em que é realizada na
maioria das Organizações Industriais consiste em, basicamente, se estimar a probabilidade
de falha do sistema em análise. Neste tópico são apresentadas as equações básicas que
permitem estimar esta probabilidade de falha.

2.1. Estado Limite

O desempenho estrutural de um sistema tem como referência um conjunto de estados


limites que delimitam regiões de funcionamento do sistema em análise. Estes estados são
divididos em duas categorias básicas: (i) Estados limites últimos e (ii) Estados limites de
serviço. Os estados limites últimos estão relacionados ao colapso, ou a qualquer outra forma
que promova a paralisação do funcionamento do equipamento. Trata-se, portanto, de uma
condição de funcionamento que supera a resistência estrutural de um dado dispositivo. Os

4
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estados limites de serviço dizem respeito à durabilidade ou boa utilização funcional das
respectivas estruturas.
A presente metodologia utiliza o conceito de estados limites últimos na estimativa da
confiabilidade estrutural do sistema SMA. A descrição completa do estado limite é dada pela
função representativa daquele estado, . Normalmente esta função é descrita em termos
de variáveis aleatórias para cada estado limite da estrutura, qual seja:

G ( X ) = G ( X 1 , X 2 ,..., X n ) = 0 (1)

A equação abaixo tem como solução as possíveis condições de falha que possam ocorrer
na estrutura:

G( X ) < 0 (2)

O exemplo de uso mais simples desta equação é o caso do problema envolvendo apenas
duas variáveis, como por exemplo, a resistência (R) de uma dada estrutura e a solicitação (Q),
a qual representa o carregamento imposto à estrutura. O estado limite desta estrutura pode ser
descrito de acordo com a função , Figura1.

G ( R, Q ) = R − Q = 0 (3)

Figura 4 – Regiões de falha.

Fonte: KRUGER(2008).

5
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2.2. Coeficiente de Segurança Nominal

Todo projeto de um sistema aeroespacial é baseado em requisitos. Para garantir o


atendimento destes requisitos é prática comum se estabelecer coeficientes de segurança para
os diversos parâmetros de projeto. São definidos dois tipos de coeficientes de segurança:
Coeficiente de Segurança Central e Coeficiente de Segurança Global. Segundo MELCHERS
(1999), o Coeficiente de Segurança Central (CSC) relaciona as médias das variáveis de
resistência (R) e solicitação (Q), segundo a expressão abaixo:

R (4)
0 =
Q

Utilizam-se valores característicos do parâmetro para quantificar a margem de


segurança da estrutura. Observe que este coeficiente não é um bom indicador da segurança da
estrutura desde que não leva em consideração as incertezas das variáveis R e Q utilizadas na
determinação de . O problema é tratado deterministicamente. O Coeficiente de Segurança
Global (CSG) leva em consideração o uso de distribuições estatísticas na definição das
variáveis R e Q. Ou seja, nesta abordagem é necessário o conhecimento, das distribuições de
probabilidade de cada variável para a implementação do método de análise de confiabilidade.
Neste trabalho é dada ênfase no uso dos conceitos associados ao CSG para a estimativa de
um índice de confiabilidade de um determinado subsistema aeroespacial.

2.3. Probabilidade de Falha

A probabilidade de falha é o indicador que representa a violação dos estados limites.


Para o caso do problema com duas variáveis aleatórias (VA), a probabilidade de falha é dada
por:

Pf = P[{R ≤ Q}] = P[{R ≤ Q} ≤ 0] (5)

6
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Esta inequação é denominada de problema fundamental da confiabilidade (MELCHERS,


1999). Outra expressão utilizada na estimativa da probabilidade de falha é aquela que utiliza
o conceito de função conjunta de densidade de probabilidade de R e Q, , qual seja:

+∞ q
(6)
Pf = ∫∫ f RQ (r , q )drdq
−∞−∞

2.4. Índice de confiabilidade

Assumindo que R e Q sejam estatisticamente independentes e normalmente distribuídas,


G(X) também é normal, pois uma combinação linear de variáveis aleatórias gaussianas é
também gaussiana. Um evento de falha pode ser definido como o estado no qual R < Q, ou
G(X) = R −Q < 0. Portanto, a probabilidade de falha pode ser definida como:

⎛  − ⎞ (7)
Pf = 1 − Φ⎜⎜ < 0 ⎟⎟
R Q

⎜  R2 +  Q2 ⎟
⎝ ⎠

Sendo  ( ) a função distribuição acumulada da Normal Padrão. A probabilidade de falha


depende da relação entre o valor médio de G(X) e seu desvio padrão. Esta razão é conhecida
como índice de confiabilidade, geralmente denotado por β:

 G  R −Q  R − Q (8)
= = =
 G  R −Q  R2 +  Q2

Comparando-se a expressão acima com a definida para a probabilidade de falha, Equação


( 7 ), pode-se redefinir a probabilidade de falha como sendo:

Pf = 1 − Φ ( ) = Φ (−  ) (9)

O índice de confiabilidade β é uma medida geométrica da probabilidade de falha.

7
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3. Resultados
O primeiro passo da análise é estimar a distribuição de probabilidades para as variáveis
aleatórias R e Q. A variável Q deve assumir o valor médio de aceleração no final da rampa de
lançamento. Para o exemplo em questão, adotou-se o valor de 7g. O desvio padrão é estimado
com base nos registros de lançamentos anteriores, tendo em vista que esta solicitação está
associada às acelerações de decolagem. Como o IAE não disponibiliza registros devidamente
estudados e reportados de históricos de aceleração procedeu-se no sentido de adotar o desvio
padrão associado ao não cumprimento de requisito. Ou seja, nesta análise, são adotados
diferentes valores para o desvio padrão em aceleração e registra-se aquele que não cumpre o
requisito. Este valor deverá ser julgado pelo grupo de trabalho do IAE.

Dentro deste contexto, adotou-se uma distribuição de probabilidades uniforme para a


variável Q. Esta escolha é justificada com base nas incertezas envolvidas na dispersão
verificada na aceleração do veículo quando o mesmo estiver no final da rampa de
lançamento.

A distribuição de probabilidades para a variável R é obtida a partir dos dados


experimentais. De fato, esta análise deve ser conduzida em duas etapas. Na primeira delas,
determina-se a distribuição de probabilidades associada ao experimento. Em uma segunda
etapa, estimam-se os parâmetros desta distribuição. Desde que o objetivo deste trabalho é
apresentar a metodologia de análise, adotou-se uma distribuição normal com média 5,791 e
desvio padrão de 0,123 no processo de implementação numérica.

A Tabela 1 exibe todos os dados utilizados na determinação da confiabilidade de uso do


SMA com um nível de significância de 95%. A Figura 5 exibe os resultados obtidos para a
hipótese de uma distribuição uniforme (A= 6 e B= 8) para a variável aleatória Q. Para este
caso a confiabilidade foi de 99,88% (ou seja, 99,9%) e o fator de segurança de 1,036, o qual é
associado ao índice de confiabilidade (β) de 0,026.

8
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Tabela 1 – Dados utilizados na determinação da confiabilidade de uso do SMA

Variável Aleatória Função Distribuição Parâmetros


de Probabilidades [g]
R Normal  = 5,791
 = 0,123
Q Uniforme A= 6 e B= 8

Figura 5 – Resultados da análise de confiabilidade: Caso Estudo: A= 6 e B= 8

(a) Análise de Confiabilidade

Região de
Intersecção

(b) Intersecção entre distribuições

Fonte: Implementação adaptada de código da NASA.

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4. Trabalhos Futuros

Com o objetivo de continuar esta pesquisa, foram elencados dois temas que são
continuação direta deste trabalho, quais sejam:

 Determinação da Probabilidade de Falha para Diferentes PDFs;


 Agrupar em um mesmo código computacional o programa de Análise de
Confiabilidade, baseado na Margem de Severidade, com aquele desenvolvido
neste trabalho, qual seja, Margem de Segurança e validar os resultados;

5. Conclusões
Neste trabalho foi apresentado o desenvolvimento de uma metodologia de análise de
confiabilidade para o Sensor Mecânico Acelerométrico (SMA) baseada nas funções
distribuições de probabilidade associadas à aceleração do veículo (Q) e à aceleração de
funcionamento do SMA (R). Partindo-se do fato de que Confiabilidade está relacionada com
a probabilidade de falha do sistema, procedeu-se ao cálculo da região de sobreposição gerada
pelas distribuições de R e Q. Os resultados obtidos foram considerados consistentes pelo
grupo de trabalho da ASD. Contudo, ressalta-se que a metodologia ainda está em fase de
avaliação e vem sendo aplicada em diferentes casos. A implementação do método foi
realizada na plataforma Microsoft Office EXCEL®.

Referências
HURTADO, J. E., ALVAREZ, D. A. Classification approach for reliability analysis with
stochastic finite-element modeling, Journal of Structural Engineering, ASCE. 2003.
KRÜGER, C.M., Análise de Confiabilidade Estrutural Aplicada às Barragens de
Concreto, Tese de Doutorado, Universidade Federal do Paraná, 2008.
MELCHERS, R. E. Structural Reliability. Analysis and Prediction, Ellis Horwood
Limited, John Wiley & Sons, 1987.
NASA Johnson Space Center, 160711_Stress_Strenght_Interference_Static_Reliability.xlm

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PIBIC/PIBITI-RELATÓRIO FINAL

Título do projeto de pesquisa: Modelagem dinâmica do rotor de uma turbobomba de


um motor foguete a propelente líquido
Bolsista: Sâmela Fernandes Pereira de Lima
Orientador(a): Carlos d’Andrade Souto
Período a que se refere o relatório: Janeiro de 2020 a Julho de 2020

Resumo
A maioria dos foguetes lançadores de satélite utiliza motores foguete a propelente líquido. A
fim de se obter maior potência dos motores, os propelentes tem de ser injetados em pressões
mais elevadas na câmara de combustão. Para isso é utilizado uma bomba de alta capacidade
movida por uma turbina a gás, chamada de turbobomba. As turbobombas operam em altas
velocidades angulares (dezenas de milhares de rpm) e sofrem intensas cargas dinâmicas em
operação. Assim sendo, é importante avaliar o comportamento dinâmico deste tipo de sistema
ainda na fase de concepção. Neste projeto foi desenvolvida uma implementação do método
de elementos finitos para análise de rotores flexíveis em uma rotina no software de
computação numérica Octave. Os deslocamentos transversais do rotor de uma turbobomba de
um motor foguete desenvolvido pelo IAE foram analisados usando um modelo de elementos
finitos de viga para o eixo flexível. Os discos foram tratados como massas pontuais.
Resultados típicos de dinâmica de rotores (diagrama de Campbell, resposta ao desbalanço e
força nos mancais) foram obtidos.

1. Introdução

A ISO (International Standartization Organization) define rotor como um corpo suspenso


por um conjunto de mancais ou suportes que permitem-no girar livremente em torno de um
eixo fixo. Devido ao seu movimento giratório, a turbobomba é submetida a vibrações laterais
cuja intensidade depende da velocidade angular do rotor, de suas imperfeições
(desalinhamento, defeitos nos rolamentos e desequilíbrio) e da quantidade de amortecimento
introduzido no sistema.

1
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Em um rotor ideal o eixo de simetria e o eixo de rotação são coincidentes e toda energia
fornecida é convertida em rotação. Em um rotor real a parte da energia de rotação é
convertida em movimentos transversais. Mesmo em rotores construídos de acordo com as
tolerâncias geométricas bastante apertadas e com todo cuidado durante sua fabricação,
algumas imperfeições e pequenos desvios da condição ideal estarão sempre presentes. De
uma forma geral, mas especificamente para o caso de uma turbobomba, como apresentado
em [1], as folgas entre o rotor e a carcaça (estator) são muito pequenas e os deslocamentos
transversais podem levar o contato rotor-carcaça e a falhas catastróficas.

2. Materiais e Métodos
Do ponto de vista da modelagem matemática, um conjunto de rotores pode ser tratado de 3
maneiras crescentes de complexidade: a) como um rotor rígido descrito pela sua massa e
inércia; b) como um eixo flexível com discos tratados como rígidos, descritos como pontos
com massa e inércia; e c) como um eixo flexível com discos também flexíveis. A primeira
abordagem é limitada a rotores bem rígidos. A segunda abordagem, utilizada neste trabalho,
pode ser implementada com elementos de viga e massas pontuais e podem fornecer boas
informações aos designers com baixo custo e tempo para serem implementados.

As equações dinâmicas para um rotor flexível podem ser obtidas através da aplicação das
equações de Lagrange para expressões de energia cinética para o eixo, discos (pontos de
massa) e desbalanço; e expressões de energia de deformação do eixo. A equação de Lagrange
é definida pela Eq. (1). Onde T é a energia cinética, U é a energia potencial, qi são as
coordenadas e Fqi são as forças [2]:
d ⎛ ∂T ⎞ ∂T ∂U
⎜ ⎟⎟ − + = Fqi (1)
dt ⎜⎝ ∂q i ⎠ ∂qi ∂qi
Usando a discretização de elementos finitos para um conjunto rotor, temos que a aplicação da
equação de Lagrange às expressões de T e U para elementos de eixo e disco fornecem as
equações de movimento da matriz para estes elementos, que podem ser montadas na matriz
global de movimento de todo o rotor. Os rolamentos são tratados como elementos de rigidez
e amortecimento horizontal e vertical. O desbalanço é incluído no modelo por meio de forças
externas.

2
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2.1. Elementos do Conjunto Rotor

Elemento de Eixo

w1

w2
Node 1
1
X u1 1 2
Node
2 Y
u2 2

Figura 1 – Elemento de eixo.

O elemento de eixo mostrado na Fig. 1 está descrito em [3]. A equação de movimento para
este eixo é dada pela Eq. (2).
[M ]{x (t )}− Ω[G ]{x (t )}+ [K ]{x (t )} = {f
e
S
e
S
e
S
e
S
e
S
e
S S
e
}
(t ) (2)

Onde: [M Se ] = [M Se1 ] + [M Se 2 ] (3)

O vetor de deslocamentos nodais é dado pela Eq. (4).


 = {u1 w1 1 Ψ1 u 2 w2  2 Ψ2 } (4)

As matrizes apresentadas na Eq. (2) são:


⎡ 156 ⎤ ⎡ 36 ⎤
⎢ 0 ⎥ ⎢ 0 ⎥
⎢ 156 ⎥ (5) ⎢ 36 ⎥ (6)
⎢ 0 22l 4l 2 symetric ⎥ ⎢ 0 3l 4l 2 symetric ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
SL ⎢− 22l 4l 2 I ⎢ − 3l 0 0 4l 2
[M ]
e
=
0 0 ⎥ [M ]
e
=
30l ⎢− 36


420 ⎢ 54 ⎥
s1 s2
0 0 − 13l 156 0 0 3l 36
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 0 54 13l 0 0 156 ⎥ ⎢ 0 − 36 − 3l 0 0 36 ⎥
⎢ 0 − 13l − 3l 0 0 − 22l 4l 2 ⎥ ⎢ 0 3l − l2 0 0 − 3l 4l 2 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢⎣ − 13l 0 0 − 3l 2 22l 0 0 4l 2 ⎥⎦ ⎢⎣ − 3l 0 0 − l2 3l 0 0 4l 2 ⎥⎦

⎡ 0 ⎤
⎢ 36 0 ⎥
⎢ ⎥ (7)
⎢ 3l 0 0 anti − symetric ⎥
⎢ ⎥
I ⎢ 0 3l 4l 2 0
[ ]
e
Gs =
15l ⎢ 0 36 3l 0 0


⎢ ⎥
⎢− 36 0 0 3l 36 0 ⎥
⎢ 3l 0 0 l2 3l 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢⎣ 0 3l − l 2 0 0 − 3l 4l 2 0⎥⎦

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⎡ 12 ⎤
⎢ 0 12 ⎥
⎢ ⎥ (8)
⎢ 0 6l (4 + a )l 2 simetric ⎥
⎢ ⎥
− 6l 0 0 (4 + a )l 2
[K ]
e
s = ⎢
⎢− 12 0 0 6l 12


⎢ ⎥
⎢ 0 − 12 − 6l 0 0 12 ⎥
⎢ 0 6l (2 − a )l 2 0 0 − 6l (4 + a )l 2 ⎥
⎢ ⎥
⎣⎢ − 6l 0 0 (2 − a )l 2 6l 0 0 2
(4 + a )l ⎦⎥

Onde  EI , a = 12 EI2 , G = E é o módulo de cisalhamento, S é a área reduzida de


=
(1 + a ) L3 GSL 2(1 +  )

seção transversal e  é o coeficiente de Poisson.

Discos
A equação matricial para um único elemento de disco é dada pela Eq. (9):
[M ]{x (t )}− Ω[G ]{x (t )} = {f
e
d
e
d
e
d
e
d d
e
(t ) } (9)

Onde [ M de ] = [ M de1 ] + [ M de 2 ] (10)


Os graus de liberdade do elemento de disco são dados pela Eq. (11).
 = {u w  Ψ} (11)
Suas matrizes elementares são:

⎡m d 0 0 0⎤ ⎡0 0 0 0⎤ ⎡0 0 0 0⎤
⎢0 ⎢0 0 ⎥⎥
⎢0 md 0 0⎥⎥ (12) 0 0 0 ⎥⎥ (13) 0 0
[M d1 ] = ⎢
e
[M d 2 ] = ⎢
e
[G d ] = ⎢ (14)
⎢0 0 0 0⎥ ⎢0 0 Id 0⎥ ⎢0 0 0 Ip⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣0 0 0 0⎦ ⎣0 0 0 Id ⎦ ⎣⎢0 0 Ip 0 ⎦⎥

Mancais
Os mancais conectam o rotor ao seu revestimento. Pode ser modelado como rigidez e
amortecimento e sua equação dinâmica é:
{ } [ ]{
[Cbe ] xbe (t ) + K be xbe (t ) = f be (t )} { } (15)
Onde:
⎡C xx 0 C xz 0⎤ ⎡ K xx 0 K xz 0⎤
⎢ 0 0⎥⎥ ⎢ 0
0 0 0 0 0⎥⎥
[Cbe ] = ⎢ (16) [ K be ] = ⎢ (17)
⎢C zx 0 C zx 0⎥ ⎢ K zx 0 K zx 0⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ 0 0 0 0⎦ ⎣ 0 0 0 0⎦

O vetor de deslocamento nodal de rolamentos {x (t )} é dado na Eq. (11).


e
b

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Rotor
Ao montar as equações de movimento de eixo, discos e mancais em uma única equação
matricial, obtém-se a equação da matriz global do sistema:

[M ]{x(t )} + [ D ( Ω )]{x (t )} + [K ]{x (t )} = { f (t )} (18)

Onde [M] é a matriz de massa, [D (Ω ) ] = ([C ] − Ω [G ]) , [C] é a matriz de amortecimento, [G] é a


matriz giroscópica, [K] é a matriz de rigidez, {x(t)} é o vetor de deslocamentos nodais e {f(t)}
é o vetor de força nodal. A matriz de massa é simétrica e não varia, a matriz giroscópica é
uma inclinação simétrica. Dependendo da natureza dos mancais, a matriz de rigidez pode ser
considerada simétrica e não variável.

2.2. Análises
Resposta ao Desbalanço
Uma vez que os rotores, mesmo construídos por rigorosos processos de fabricação, sempre
apresentem uma diferença entre o centro de massa e o centro de rotação, algum desbalanço
deve ser incluído ao modelo. Em um modelo com um eixo flexível e disco rígido, o
desbalanço está concentrado nos discos em resposta ao desbalanço de massa. Uma massa m
desbalanceada colocada a uma distância e do centro de rotação de um disco como mostrado
na Fig. 2.
Z


e
X

Figura 2 – Desbalanço de massa de um disco.

Sua posição angular é dada por um ângulo α. As forças geradas devido ao movimento dessa
massa é dado por:
{F } = {FS }sin(Ωt ) + {FC }cos(Ωt ) (19)

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Por exemplo, uma massa desbalanceada é colocada no nó 1, os componentes horizontais e


verticais da excitação devido ao desbalanço, meΩ 2 cos(Ωt ) e meΩ2 sin(Ωt ) , são aplicados nos
graus de liberdade u e w, e os vetores {Fs} e {Fc} são os seguintes:
⎧ u1 ⎫ ⎧meΩ 2 sin(Ωt )⎫ ⎧ u1 ⎫ ⎧ 0 ⎫
⎪w ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ w ⎪ ⎪meΩ 2 cos(Ωt )⎪⎪
⎪ 1⎪ ⎪ 0 ⎪ ⎪ 1⎪ ⎪
⎪ 1 ⎪ ⎪ 0 ⎪ ⎪ 1 ⎪ ⎪ 0 ⎪
⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪
(20)   (21)
⎪ ⎪ ⎪
{Fs } = ⎨ ⎬ = ⎨
 ⎪
⎬ {Fc } = ⎪⎨ ⎪⎬ = ⎪⎨ ⎪

⎪ un ⎪ ⎪ 0 ⎪ ⎪un ⎪ ⎪ 0 ⎪
⎪ wn ⎪ ⎪ 0 ⎪ ⎪ wn ⎪ ⎪ 0 ⎪
⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪
⎪n ⎪ ⎪ 0 ⎪ ⎪ n ⎪ ⎪ 0 ⎪
⎪Ψ ⎪ ⎪ 0 ⎪ ⎪Ψ ⎪ ⎪ 0 ⎪
⎩ n⎭ ⎩ ⎭ ⎩ n⎭ ⎩ ⎭

A resposta para esta força externa terá a mesma a mesma forma:


{Q} = {QS }sin(Ωt ) + {QC }cos(Ωt ) (22)
Ao substituir a Eq. (22) e a Eq. (19) na Eq. (18) obtemos os vetores {Qs} e {Qc}:

⎧Q S ⎫ ⎡[K ] − Ω 2 [M ] − Ω[D(Ω)] ⎤ ⎧ Fs ⎫
−1

⎨ ⎬=⎢ (23)
⎩Qc ⎭ ⎣ Ω[D(Ω)] [K ] − Ω 2 [M ]⎥⎦ ⎨⎩Fc ⎬⎭

Análise de Autovalores
Para obter as frequências naturais e modos do sistema, uma análise modal deve ser realizada
resolvendo a versão homogênea da Eq. (18). Uma vez que a equação é um problema de
autovalor de segunda ordem e os algoritmos para resolução deste tipo de problema de
autovalor não são tão eficientes quanto os de primeira ordem, transforma-se a Eq. (18) em
uma equação matricial de primeira ordem no formato de espaço de estados.
[ A]{q} + [ B ]{q} = { F } (24)
⎡[ M ] [0] ⎤ [D(Ω )] [K ]⎤
Onde: [ A] = ⎢ 0 − K ⎥ [B ] = ⎡⎢ (25)
⎣[ ] [ ]⎦ ⎣ [K ] [0] ⎥⎦
⎧{ f (t )}⎫ x (t )⎫
{F} = ⎨ ⎬ {q} = ⎧⎨ ⎬ (26)
⎩ {0} ⎭ ⎩ x(t )⎭
Portanto, a versão homogênea da Eq. (24) pode ser resolvida utilizando algoritmos de
primeira ordem e suas frequências naturais para cada valor de Ω, podem ser calculados e
plotados (diagrama de Campbell). A velocidade crítica ocorre quando a velocidade de rotação
é igual ao valor de alguma frequência natural e, assim, um pico na resposta ao desbalanço
pode ser observado.

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3. Resultados
3.1. Especificações do rotor da referência
Rotores estudados nas referências [3] e [4] foram analisadas no relatório anterior e foram
utilizadas para a validação do programa em Octave.
O rotor descrito em [5] possui a configuração apresentada na Fig. 3 e especificações
apresentadas na Tab. 1.

Figura 3 – Configuração do rotor, extraído de [5].

Tabela 1 – Especificações do rotor analisado, extraído de [5].

3.2. Resultados das Análises dos Rotores das Referência


A análise do modelo descrito em [5] foi feita utilizando-se uma rotina em Octave elaborada
pela aluna em conjunto com o orientador. A varredura das rotações analisadas considerou um
passo de 100 rpm. Foram obtidos o diagrama de Campbell, a resposta ao desbalanço e as

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forças horizontais e verticais nos mancais traseiro e dianteiro. Os resultados são mostrados
nas figuras 4, 5 e 6 a seguir.

Figura 4 – Diagrama de Campbell do rotor analisado em [5].

Figura 5 – Resposta ao desbalanço do rotor analisado em [5].

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Figura 6 – Força nos mancais do rotor analisado em [5].

A comparação entre as velocidades críticas obtidas neste trabalho e as velocidades críticas


disponibilizadas em [5] é apresentada na tabela 2 a seguir. Pode-se perceber a concordância
entre os resultados.

Tabela 2 – Comparação de velocidade crítica analisadas neste trabalho e apresentadas em [5].

Velocidade Crítica [rpm] Velocidade Crítica [rpm]


Modos Diferença [%]
[5] este trabalho
1 12675,02 12895 1,74
2 17941,86 18928 5,50
3 29922,6 30071 0,50
4 33824,63 33088 -2,19
5 33827,36 34590 2,25

4. Próximas Etapas
A análise da influência do posicionamento dos mancais na resposta ao desbalanço será
analisada e incluída no artigo a ser submetido ao XLI CILAMCE (ver item 6).
5. Conclusões
Os resultados obtidos pelo programa elaborado neste trabalho apresentam uma boa
concordância com os resultados do artigo da referência [5]. A resposta ao desbalanço mostra

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que os picos mais elevados ocorrem na coincidência entre a velocidade de rotação e as


frequências naturais dos modos de precessão direta. Além disso, pode-se observar que o
maior deslocamento causado pelo desbalanço ocorre no disco da turbina.

6. Divulgação dos Resultados


Estava prevista a elaboração de dois artigos para os congressos: SAE Brasil 2020 e XI
CONEM (Congresso Nacional de Engenharia Mecânica). Porém, com a suspensão do
congresso CONEM, devido à pandemia de Covid-19, apenas o artigo do SAE foi completado
e submetido, sendo que a divulgação dos artigos aprovados será feita em agosto deste ano. O
Congresso estava previsto ocorrer em setembro de 2020 mas foi adiado para o final de agosto
de 2021 devido à pandemia. O artigo previsto para o CONEM será submetido ao XLI
CILAMCE (Congresso Ibero Latino Americano de Mecânica Computacional) que será
realizado virtualmente. O resumo já foi aceito.

Referências
[1] Porto, Bruno Ferreira “Projeto do conjunto rotor de uma turbobomba de um motor
foguete de propulsão líquida”, 2011, 99f. Dissertação de Mestrado Profissional em
Engenharia Aeroespacial – Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos
[2] Rao, Singeresu Vibrações Mecânicas . Pearson Education, New Jersey, Estados Unidos
[3] Michel Lalanne e Guy Ferraris "Rotordynamics Prediction in Engineering" de, Wiley
1990
[4] Chong-Won Lee e Jong-Sun Kim "Modal Testing and Suboptimal Vibration Control of
Flexible Rotor Bearing System vy Using a Magnetic Bearing”, Journal of Dynamic Systems,
Measurement and Control, June 1992, Vol. 114 pp. 244-252
[5] Sias, Daniel Fraga, et al "Dynamic Analysis of a Liquid Rocket Turbopump Unit",
COBEM 2015.

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PIBIC/PIBITI-RELATÓRIO FINAL

Título do projeto de pesquisa: Análise Numérica de Coeficientes Aerodinâmicos


Atuantes no Modelo Padrão Aeronáutico
M5/ONERA/IAE
Bolsista: Saulo Vitor Zonfrilli
Orientador(a): Ricardo Galdino da Silva
Período a que se refere o relatório: Agosto de 2019 a Julho de 2020

Resumo
Como parte de uma campanha de ensaios com o modelo aeronáutico padrão M5, tem-se
grande interesse por parte do instituto um bom conhecimento das características do mesmo,
desde seus coeficientes aerodinâmicos, até possíveis estruturas formadas em diferentes
condições de ensaio, em diferentes velocidades e ângulos de ataque. Com o intuito de
familiarizar-se com comportamento do M5, este trabalho tem como objetivo desenvolver uma
série de análises numéricas, com técnicas de análise fluidodinâmica computacional, com
softwares de alta fidelidade física, para que se compreenda o comportamento e os resultados
do modelo. Existia também, por parte dos pesquisadores envolvidos na campanha de ensaios,
o interesse na aplicação de técnicas de medição de pressões no modelo em túnel de vento, e
as análises numéricas auxiliaram na definição das faixas de pressão para o dimensionamento
do sistema de aquisição e faixa de operação do túnel para o ensaio.

1. Introdução
1.1Modelo Aeronáutico Padrão
O Modelo Aeronáutico Padrão M5 foi criado a fim de ser uma ferramenta de análise
comparativa dos resultados obtidos em túneis de vento em diferentes lugares. Sua geometria
foi desenvolvida pelo instituto ONERA (Office National d’Etudes et de
RecherchesAérospatiales) da década de 1980. O principal objetivo do M5 é possibilizar a
comparação e quantificação dos erros associados aos resultados de ensaios aerodinâmicos.
O Modelo Padrão apresenta características básicas de avião do tipo comercial:
fuselagem cilíndrica, configuração de asa baixa (localizada na parte inferior da fuselagem),

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enflechada e com diedro positivo, e empenagem convencional (“T” invertido). O modelo não
apresenta nacele de motores e trens de pouso.
Com intuito de manter o TA-2 (Túnel Aerodinâmico 2) atualizado com os padrões de
resultados e incertezas internacionais, fez-se um acordo com o instituto ONERA e o
laboratório Russo, TsAGI (Prof. N.E. Zhukovski Central AerohydrodynamicInstitute), para
uma campanha de ensaio interlaboraterial do M5 de propriedade do IAE. O projeto do
modelo foi cedido pelo ONERA e passou por adaptações de acordo com as características do
TA-2.

1.2Motivação para as análises e necessidade de conhecer o comportamento do modelo


Conhecer o comportamento do escoamento sobre o modelo é de grande importância
para o entendimento dos fenômenos aerodinâmicos resultantes da geometria do mesmo.
Neste trabalho serão empregadas análises de Fluidodinâmica Computacional/CFD
(ComputationalFluid Dynamics), com a variação de alguns parâmetros aerodinâmicos e dois
modelos de turbulência nos cálculos do CFD, a fim de compreender e visualizar o
comportamento do escoamento em diferentes ângulos de ataque. Os resultados das análises
computacionais têm também a função de prover resultados que são utilizados na elaboração
dos sistemas de aquisição de dados como forças, momentos e pressões, em análises
experimentais em túnel de vento.

1.3Cronologia deste trabalho


O desenvolvimento deste trabalho seguiu a seguinte sequência: em Materiais e
Métodos será apresentada a modelagem do M5 em software de CAD (Desenho Assistido por
Computador, do inglês Computer-Aided Design), construção da malha para as análises
numéricas, um breve descritivo da análise, análise bidimensional do perfil aerodinâmico da
asa; em Resultados e Métodos serão apresentados todos os resultados obtidos até o momento;
em Próximas Etapas serão apresentados os próximos passos a serem desenvolvidos baseados
nos resultados obtidos neste trabalho; em Conclusões será feito o fechamento das atividades
desenvolvidas até a data do fim da elaboração deste relatório; e, por fim, em Revisões
Bibliográficas serão dados os devidos créditos aos trabalhos e obras que auxiliaram e
inspiraram o desenvolvimento desta pesquisa.

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2. Materiais e Métodos
Nesta seção serão apresentadas as ferramentas utilizadas para a obtenção dos
resultados deste trabalho. Entre os softwares utilizados neste trabalho, temos softwares de
CAD, CFD e ferramentas de tratamento de dados desenvolvidas em Microsoft Excel. Análises
realizadas experimentalmente não serão abordadas neste trabalho, porém alguns resultados de
túnel de vento serão empregados a fim de comparação e validação dos métodos numéricos
aplicados. Ainda sobre análises experimentais, serão mostrados processos utilizados para a
preparação do modelo para ensaio, assim como os limites de operação do túnel.

2.1Modelagem do M5
Com base nas informações de engenharia do modelo disponibilizadas pelo instituto
ONERA, foi desenvolvido pelo IAE uma variação do modelo, de acordo com as
características dimensionais do TA-2. Para estre trabalho, baseou-se no projeto do IAE, onde,
partindo deste, foi elaborado um modelo simplificado, sem os detalhes de montagem das
partes e fixações.

2.2Malha
A fim de redução de tempo e processamento necessário, todas as análises de CFD
foram feitas em meio modelo, sendo este divido pelo plano de simetria do mesmo. A parte
ocultada foi o lado direito.
A malha utilizada foi do tipo híbrida e foi elaborada utilizando-se o software ICEM
CFD, e apresenta elementos com geometrias de pirâmides, prismas e tetraedros. A capa de
primas, rente à superfície do modelo, tem uma espessura 40% maior que a camada limite que
nela se desenvolve. O restante da malha é composto de tetraedros, tendo as geometrias de
pirâmides como elemento de transição da capa de prismas para os elementos tetraédricos.
Buscou-se por um maior refinamento nas regiões onde esperava-se observar os maiores picos
de pressão (próximos aos bordos de ataque da asa e empenagen).
O farfield (delimitação do volume de análise) foi definido com uma semiesfera, com
raio de 50 vezes o valor de cma (corda média aerodinâmica) da asa.Com isso, teve-se uma
malha com 10.692.284 elementos de prismas, 2.013.588 elementos de tetraedros e 139.724

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elementos de pirâmides, com um total de 12.845.569 elementos. Na Fig. (1), pode-se


visualizar a malha elaborada no modelo.

Figura (1) – Visualização de cortes da malha computacional. A figura à esquerda mostra a


vista da malha em corte lateral; a figura à direita mostra a vista da malha em corte
longitudinal na semiasa do modelo.
2.3Análise 3D/Solver (CFD++)
Foram utilizados dois modelos de turbulência: Menter k-omegaShear Stress Transport
(SST) puramente turbulento, proposto por Menter[1] e modelo SST-2003-LM2009 proposto
por Langtry e Menter[2]. Sendo que este último é capaz de prever a transição do escoamento
de laminar para turbulento. Utilizaram-se os dois modelos pela suposição de que haveria
transição no M5 devido ao baixo número de Re (Reynolds). O esquema numérico utilizado foi
de segunda ordem no espaço. Limitou-se com um número de 1500 iterações para obter as
soluções de regime permanente, e os resultados utilizados foram as médias das últimas 200
iterações. Foram utilizados os valores de número de Mach, M, de 0,16 e 0,28 combinados
com números deReynolds, Re, de 0,9x106, 1,6x106 e 3,0x106, variando o ângulo de ataque de
0° a 16°, com exceção de Re = 3,0x106, cujas análises foram afetadas com a atual situação
mundial, resultando em 0º e 4º somente.

3.4Análise 2D (XFoil)
Resultados nas análises no CFD++, que serão abordadas com maior propriedade na
próxima seção, mostraram que existia uma faixa de transição no extradorso da asa em
elevado ângulo de arfagem (α) para Re = 0,9x106 e Re = 1,6x106, e que o mecanismo dessa
transição era por bolha de separação. Então, fez-se um estudo em análise bidimensional no
perfil do M5 com o softwareXFoil, de baixa fidelidade em relação aoCFD++, mas muito

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indicado para esse tipo de investigação, a fim de ter-se uma confirmação do fenômeno.
Tomou-se como referência a corda onde localizavam-se as tomadas de pressão (com 310mm
como valor de corda). Definiu-se 3 números de Re: 0,9x106, 1,6x106 e 2,2x106. Para cada
valor de Re fez-se a análise com dois números de Machpara visualizar possíveis efeitos de
compressibilidade, e dessa forma aplicar uma correção aos cálculos. Variou-se α de 0º a 20º,
com incrementode 2º, com um total de 11 configurações para cada análise.Utilizou-se o
modelo en, com ncrítico = 11,45, calculado baseado na intensidade turbulenta do túnel de
vento.As configurações da análise bidimensional estão apresentadas na Tabela (1).

Tabela (1) -Inputs para as análises bidimensionais.


Reynolds Mach0 Mach1 Δα
0,6x106 0 0,16 0º – 20º
6
1,6x10 0 0,33 0º – 20º
2,2x106 0 0,33 0º – 20º

3. Resultados
Nesta seção serão apresentados os resultados obtidos no desenvolvimento deste
trabalho. Vale ressaltar que os dados apresentados aqui são alguns dos mais relevantes dos
resultados, devido a restrição do número de páginas.

3.1CFD++
Foram obtidas somente 3 configurações de análise em sua completude, e 1 com
limitações devido ao elevado tempo computacional empregado nas iterações e impedimentos
pela situação pandêmica mundial.
Na Fig. (2), pode-se observar o comportamento das curvas do coeficiente de
sustentação,CL, variando em função do ângulo de ataque, α, onde: as curvas nas cores
amarela e vermelha foram obtidas em ensaio em túnel de vento e são para fins comparativos,
a curva na cor azul foi obtida utilizando-se o modelo de turbulênciaproposto por Menter[1],
SST, enquanto a curva na cor verde foi obtida utilizando o omodelo de turbulênciaproposto
por Langtry e Menter [2], SST-2003-LM2009. Sendo o CL dado por:

 Eq. (1),

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onde L é a força de sustentaçãão, q∞ é a pressão dinâmica do escoamento livre e S é a área de


referência do modelo M5.

Figura (2): curvas CL varianddo em função de α para análises numéricas e eexperimentais. Na


legenda Re representaa número de Reynolds e M representa númeroo de Mach.

O método SST-2003-L
LM2009 apresentou uma diferença entre α de 6º até 10º das
demais curvas, e um estudos com a alteração de alguns parâmetros no C
CFD++ mostraram
que essa discrepância era soomente por efeitos de ajustes de alguns ddos parâmetros na
mulação.
configuração numérica da sim
Além das curvas doos coeficientes aerodinâmicos obtidos, oobservou-se alguns
fenômenos pelas imagens gerradas nas análises, e buscou-se entender m
melhor o que estava
acontecendo com o escoamentto na asa e na junção asa-fuselagem.
No extradorso da asa ppróximo ao bordo de ataque, notou-se uma bbolha de separação
laminar nos resultados obtiddos com o modelo SST-2003-LM2009 parra os números de
Reynolds analisados. Esta boolha de separação é o mecanismoque levaa a camada limite
inicialmente laminar a transicionar para uma camada limite turbulenta.F
Fez-se uma análise
2D, melhor descrita no próxiimo tópico, como um método de confirmarr a existência deste
m túnel de vento, fez-se uma visualização ccom tinta-óleo, que
fenômeno.Posteriormente, em
confirmou os resultados das análises 2D e 3D, que era a presença da bbolha de separação
laminar. Esta normalmente eestá associada a transição da camada limitte de laminar para
turbulento. Na Fig. (3) tem-sse uma comparação de imagens obtidas no C
CFD++ e imagens

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feitas na seção de ensaio do TA-2. Na Fig. (4) podemos observar o fennômeno de vórtice
ferradura, comum em junções asa-fuselagem em aeronaves.

Figura (3) - Comparação das vvisualizações de CFD e de túnel de vento da bolha de separação
laminar.

Figura (4) - Visualizaçãão de CFD do vórtice ferradura na junção asaa-fuselagem.

Da comparando os rresultados de Re = 0,9x106 eRe = 3,0x106, limitados a  =


0° e  = 4°,para o modelo ccom transição SST-2003-LM2009e o modello SST turbulento,
pôde-se observar que o moddelo SST-2003-LM2009 apresentou um staall de ponta de asa
prematuro quando comparrado com o modelo SST que, por sua vez, começou a
apresentar o stall com α a partir de 6°, como pode-se observar nna Fig. (5) para o
modelo SST-2003-LM2009 e a Fig. (6) para o modelo SST. Além do stall, nota-se que a

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faixa de transição apresentoou um pequeno recuo no sentido do bordoo de ataque da asa,


ou seja, para frente, com o aaumento do número deReynolds.

x106
Re = 0,9x
0,9x10 3,,0x106
Re = 3,0x10

α = 0° α = 4° α = 0° α = 4°

Figura (5) -Comparação dee α de 0° e 4° para Re de 0,9x106 e 3,0x1006 no modelo SST-


2003-LM2009.

x106
Re = 0,9x
0,9x10 3,,0x106
Re = 3,0x10

α = 0° α = 4° α = 0° α = 4°

Figura (6) - Comparação dee α de 0° e 4° para Re de 0,9x106 e 3,0x1006 no modelo SST.

O stall no M5 aconntece em baixo α, quando comparado com aeronaves de


geometria semelhante devvido, ao fato de o modelo contar com
m um ângulo de
incidência (ângulo fixo da asa com o eixo longitudinal da aeronav
ve) de 4º, que não
varia ao longo da envergaduura, ou seja, quando o modelo está com α = 4º sua asa está
“enxergando” o escoamentoo com 8º de ângulo de ataque. Outro ponnto para o stall em
baixo ângulo de ataque é devido a geometria do perfil aerodinâm
mico empregado:
simétrico e com raio de borrdo de ataque pequeno, em comparação coom a corda. Todos

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estes são parâmetros contribbuem para o descolamento do escoamentoo do extradorso, o


stall.
O comportamento ddo stall pode ser observado na Fig. (7), onde temos α do
modelo de 0°, 4°, 6°, 9° e 10°. Em asas com enflechamento é comum
m que ostall inicie-
se na ponta da asa, propagaando-se para a raiz. Existem ferramentas dde correção desde
fenômeno, como por exempplo a torção geométrica da asa, onde a poonta apresenta um
menor que o ângulo de incidência local dda raiz[3], ou seja,
ângulo de incidência local m
temos uma variação de inciddência ao longo da envergadura da asa.

Figura (7) -Comportam Re de 3,0x106.


mento do stall para no modelo SST, com R

3.2XFoil
Pôde-se notar que as ccurvas CL , com números de Mach,M= 0 e M> 0,variando em
função de α mantiveram-see próximas, até α de stall do perfil (122º), porém quando
desconsiderado o efeito da ccompressibilidade (M = 0), o CL continuavva a crescer com o
aumento de α e só começaa a apresentar comportamento de descolam
mento em α muito
elevado.Por outro lado, com análise com M> 0, ou seja, com correção ddevido a efeitos de
compressibilidade pôde-se nootar ostall em αa partir de 12º, como pode-see visualizar na Fig.
(8).

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Figura (8): curvas CL variiando em função de α para dois números de M


Mach da análise
bidimensional.
Com esse estudo, tambbém pôde ser observada a posição, em porceentagem da corda e
em milímetros, onde a ttransição da camada limite de laminarr para turbulenta
ocorre.Encontramos que, paraa o ângulo de ataque α = 0º,a posição da trransição estáa uma
distância igual 2% da corda ddo bordo de ataque do perfil, ou seja, uma disstância de 6 mm em
uma local onde a corda é 310 mm.

Próximas Etapas
Como objetivo nas prróximas etapas, tem-se interesse em expanddir as análises com
números de Remais elevados, para que se tenha conhecimento de todo o ennvelope de análises,
tanto pelas características doo TA-2, como características de túneis de ooutros países, onde
mesmo modelo. A fim melhor conhecimento do comportamento
serão feitos ensaios com o m
do escoamento sobre o modelo e as interferências que a parede do TA-2 causam no ensaio,
deve-se executar uma série dde novas análises considerando a seção de eensaios do túnel de
vento.

5. Conclusões
Além de um melhor coonhecimento das características aerodinâmicaas do M5, como os
coeficientes aerodinâmicos, poor parte do IAE, com o desenvolvimento desste trabalho pôde-se
também fazer uma série de caaracterizações dos fenômenos presentes no meesmo. Constatou-se
que preparações pré-ensaio eem túnel de vento melhor executadas, dependem de análises

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numéricas bem elaboradas para que o dimensionamento do sistema de aquisição dos tuneis de
vento funcionem com segurança e garantia da aquisição de dados confiáveis.

Referências
[1] Menter, F. R., “Two-Equation Eddy-Viscosity Turbulence Models for Engineering
Applications”, AIAA Jounal, Vol. 32, No. 8, August 1994, pp 1598-1605.
[2] Langtry, R. B. and Menter, F. R., “Correlation-Based Transition Modeling for
Unstructured Parallelized Computational Fluid Dynamics Codes”, AIA Jounal, Vol. 47, No.
12, December 2009, pp 2894-2906
[3] Gudmundsson, S., “General Aviation Aircraft Design: Applied Methods and Procedures”,
Elsevier, First Edition, 2014, pp 319-326
[4] Anderson, J. D. J., “Fundamentals of Aerodynamics”,MacGraw-Hill Companies, Fifith
Edition, 2011, pp 233-235.

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PIBIC-RELATÓRIO

Título do projeto de pesquisa: Método de Monte Carlo/Markov Chain aplicado à


Análise Preliminar de Separação
Bolsista: THALIS Otávio Siqueira de Oliveira
Orientador: MAURÍCIO Guimarães da Silva, Pesq
Período a que se refere o relatório: Janeiro de 2020 a Julho de 2020

Resumo
Neste trabalho foi implementado numericamente um modelo matemático tridimensional,
representativo da dinâmica do voo sem arrasto de um veículo aeronáutico, que pode ser
utilizado para a determinação dos parâmetros de desempenho verificados em um lançamento
balístico, dentre os quais, destacam-se: tempo de voo, alcance, apogeu, velocidade máxima
atingida e desaceleração. Este modelo foi implementado em um formato normatizado, na
plataforma MATLAB™, com vistas ao uso do Método de Monte Carlo/Markov Chain na
inclusão das incertezas associadas aos parâmetros de desempenho. O código computacional
desenvolvido gerou funções que podem auxiliar nas análises de separação de cargas nos
moldes realizados na Divisão de Tecnologias Sensíveis e de Defesa.

1 Introdução
Esta pesquisa tem como objetivo principal o desenvolvimento de um método capaz
de, a partir de amostras geradas de diversas simulações numéricas, estimar a chance de um
evento futuro acontecer, mediante fatores adversos. O método de Monte Carlo/Markov Chain
(MCMC) é uma das ferramentas estatísticas que pode ser adaptado para esta aplicação.
A ideia principal do trabalho é utilizar os coeficientes aerodinâmicos de um veículo
aeronáutico como variáveis aleatórias (VA) em simulações de dinâmica do voo. Estas VA
podem ser ajustadas com o uso do método MCMC e, a partir destes, estimar as
correspondentes funções distribuição de probabilidade (PDF). Esta metodologia tem grande
potencial de aplicação para Análises de Separação (clearance) de artefatos desenvolvidos na
Divisão de Tecnologias Sensíveis e de Defesa (ASD) do Instituto de Aeronáutica e Espaço
(IAE)

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1.1 Objetivo

 Implementação do Método Monte Carlo Markov Chain (MCMC) na quantificação das


Incertezas associadas ao problema de dinâmica do voo.

2 Materiais e Métodos

2.1 Dinâmica do Voo

Não é objetivo deste trabalho, desenvolver uma dinâmica do voo na forma


generalizada. A dinâmica do voo proposta é utilizada apenas para servir como plataforma
para implementação numérica do Método MCMC. Dentro deste contexto, foram admitidas as
seguintes hipóteses:

i. Terra Plana;
ii. Não existe atuação de força aerodinâmica;
iii. Não está incluída a influência do vento;
iv. O veículo não tem propulsão;
v. Aceleração da gravidade é constante durante toda a trajetória.

A dinâmica do voo com 3 graus de liberdade considera como parâmetros iniciais a


velocidade inicial (v0), ângulo de lançamento azimutal ( ), ângulo de elevação de
lançamento (Φ), coordenada Y do lançamento (y0), coordenada X do lançamento (x0) e a
gravidade (g). A Figura 1 ilustra as condições de lançamento supramencionadas.
Nesta implementação foram utilizadas as equações clássicas de movimento oblíquo, definidas
em HALLIDAY & RESNICK, (2012). Considera-se que o vetor aceleração na coordenada x
e na coordenada y ambas nulas e na coordenada z seja a gravidade com sinal negativo devido
à orientação do movimento, ou seja, = =0, = -g. Estes parâmetros estão deduzidos na
referência HALLIDAY & RESNICK, (2012) e estão descritos nos parágrafos subsequentes.
Nestas formulações é o módulo do vetor velocidade inicial, é o ângulo azimutal e o
ângulo zenital.

2
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Figura 1: Movimento Balístico 3D

Tempo para atingir apogeu: (1)

Alcance máximo: X (2)

Alcance máximo: Y (3)

Altura máxima em Z: (4)

3
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Tempo de voo: (5)

Alcance em X: (6)

Alcance em Y: (7)

2.2 Análise Estatística

Com o objetivo de promover um melhor entendimento da metodologia, principal


contribuição deste trabalho, esta apresentação será realizada com base na própria
implementação numérica. Considere um modelo dinâmico da forma:

(8)

sendo y o vetor de dados que se pretende avaliar, (i=1,2) são variáveis independentes e o
ruído G é assumido ser gaussiano com média zero e variância , ou seja:

(9)

O objetivo é identificar os valores dos coeficientes a, b e c e suas respectivas funções


densidade de probabilidade (PDF). Inicialmente, serão gerados os dados “experimentais” que
se pretende analisar. Observe que estes dados obedecem ao modelo representado na
Equação ( 8 ).

4
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Figura 2: Geração de dados aleatórios.

Fonte: O Autor.

O próximo passo é gerar a REGRESSÃO MULTILINEAR com a finalidade de


identificar os valores dos coeficientes a, b e c, Figura 3. Observe que a função regress() é
disponibilizada no MATLAB™ (Multiple Linear Regression).

Figura 3: Regressão Linear

Fonte: O Autor.

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Agora, o objetivo é determinar as PDF associadas a cada um dos coeficientes de


ajuste. É neste momento em que se aplica o método MCMC. Por ser um método de
amostragem, é necessário definir quantas amostras (Q) serão utilizadas na determinação dos
parâmetros das PDF. Observe que será necessário estimar o desvio padrão para cada uma das
variáveis. Neste caso, os valore adotados estão indicados na Figura 4. No presente caso é
utilizado o algoritmo de Metropolis & Hastings na geração da PDF. Essencialmente, o
algoritmo consiste em gerar um número aleatório, proveniente de uma distribuição
conhecida, neste caso distribuição Normal (variável new no programa da Figura 4), e testá-la
utilizando a função de máxima verossimilhança prevista para o coeficiente de ajuste.

Figura 4: Aplicação do Método MCMC

Desvio Padrão para


cada coeficiente de
ajuste

Fonte: O Autor.

Uma etapa importante neste algoritmo é descartar os primeiros valores obtidos para a
caracterização da PDF, técnica esta denominada de burn in. A ideia é semelhante àquela
utilizada no Método de Monte Carlo. Os primeiros valores ainda não são representativos dos
valores médios previstos para os coeficientes. Esta implementação está ilustrada na Figura 5.

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Figura 5: Aplicação do descarte de valores (burn in)

Fonte: O Autor.

Finalmente, com as amostras obtidas a partir da aplicação do método MCMC, obtém-


se as respectivas PDF.

Figura 6: Determinação das PDF

Fonte: O Autor.

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As funções associadas ao algoritmo de Metropolis & Hasting e a função de máxima


verossimilhança para o caso NORMAL, estão disponíveis na Figura 7 e Figura 8,
respectivamente.

Figura 7: Algoritmo de Metropolis & Hasting

Fonte: O Autor.

Figura 8: Função de Máxima Verossimilhança (likelihood)

Fonte: O Autor.

3. Resultados
A Figura 9 exibe um exemplo de saída de trajetórias 3D, conjuntamente com o CEP,
obtidos a partir do Método de Monte Carlo. Nesta simulação a variável aleatória é o ângulo
de lançamento. A Figura 10 exibe um exemplo de saída para uma curva de ajuste utilizada

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em Análise de Separação de Cargas. Trata-se da aplicação do Método MCMC na estimativa


das PDF associadas à cada um dos coeficientes de ajuste apresentados na Equação ( 8 ).

Figura 9: Exemplo de Saída do Código de Trajetória e CEP

20 SIMULAÇÕES DE TRAJETÓRIA ERRO CIRCULAR PROVÁVEL (CEP): 7.20


75

30
70
25

20
65
15

10
60

0 55
0

50 80 50
60
40
20
Coordenada X[m] 0 60 65 70
Coordenada Y[m]
Coordenada X[m]

Fonte: O Autor.

Figura 10: Exemplo de Saída do Código MCMC

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a ( =1.035, =0.115) b ( =1.988, =0.041)


15000 15000

10000 10000

5000 5000

0 0
0 0.5 1 1.5 1.8 1.9 2 2.1 2.2

c ( =3.079, =0.127) s ( =1.206, =0.038)


15000 15000

10000 10000

5000 5000

0 0
2.5 3 3.5 4 1 1.1 1.2 1.3 1.4

Fonte: O Autor.
4. Próximas Etapas
Os trabalhos futuros estão relacionados à implementação do Método MCMC
conjuntamente com a dinâmica do voo de um processo de separação de cargas. O grupo de
trabalho da ASD dispões do código de separação de cargas.

5. Conclusões
Este projeto disponibiliza uma metodologia que permite quantificar o risco verificado em
um procedimento aeronáutico como, por exemplo, de separação de cargas. A metodologia
sendo desenvolvida neste projeto visa gerar toolboxes que possam ser utilizados de forma
direta em diversas análises de engenharia. Na presente fase do trabalho, foi gerado um
toolbox associado ao Método de Monte Carlo (MMC) e Método de Monte Carlo com
amostragem utilizando o algoritmo de Metropolis e Hasting (MCMC). Esta implementação
foi avaliada pelo grupo de trabalho da Divisão de Sistemas Sensíveis e de Defesa (ASD) e foi
considerado satisfatório.

6. Divulgação dos Resultados


NA

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Referências

PALM, W. J.; JESUS, T. A.; JÚNIOR. A. P., 2013, Introdução ao MATLAB para
engenheiros, 3. ed., Porto Alegre: AMGH.

HALLIDAY, D. et al., 2012, Fundamentos de Física 9. ed., Rio de Janeiro: LTC.

NETO, P.L.de O. C., 2002, Estatística, 2. ed., São Paulo: Edgard Blucher.
STEPHENS, M., 2018, The Metropolis Hastings Algorithm,
https://stephens999.github.io/fiveMinuteStats/MH_intro.html, Acesso em 12/07/2020.

O código computacional utilizado como referência de implementação é aquele devido a


XIONG, C., 2011, Linear Regression model parameter estimation using Markov Chain
Monte Carlo Method (Metropolis-Hastings). Este código foi encontrado em uma aula do
curso QUANTIFICAÇÃO DE INCERTEZAS na UNICAMP em 2018.

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PIBIC/PIBITI-RELATÓRIO FINAL

Título do projeto de pesquisa: Análise Experimental do Escoamento em um Corpo


Rombudo
Bolsista: Victor Rafael Ribeiro Marioto
Orientador(a): Bruno Peruchi Trevisan
Período a que se refere o relatório: Dezembro de 2019 a Julho de 2020

Resumo

O estudo do escoamento ao redor de corpos rombudos tem se tornado um aspecto


fundamental devido a sua grande aplicação na engenharia. O escoamento turbulento ao redor
dos corpos rombudos é caracterizado por regiões de separação e formação de vórtices. Essa
formação de vórtices causa significante aumento do arrasto, principalmente na forma de
arrasto de pressão. O estudo experimental do escoamento ao redor de corpos rombudos é
fundamental para a compreensão dos fenômenos existentes e fornecem dados para validação
de modelos teóricos e numéricos. No presente trabalho foi estudado experimentalmente o
escoamento ao redor de um corpo de Ahmed com ângulo de inclinação da rampa traseira de
35°. Esse estudo foi realizado no túnel de vento subsônico TA-2 do Instituto de Aeronáutica e
Espaço e para a caracterização do escoamento utilizou técnicas de visualização com tufos de
lã e óleo. Em ambas as técnicas, foi observado um escoamento totalmente descolado na
rampa traseira.

1. Introdução

Mesmo sendo uma questão fundamental da mecânica dos fluidos, o escoamento ao redor de
corpos rombudos, que são corpos onde o escoamento é dominado por grandes regiões de
escoamento separado, apresenta desafios devido à sua grande aplicação na engenharia.
Diversas estruturas se apresentam na forma de corpos rombudos imersos em escoamentos
fluidos, por exemplo: pilares de pontes da engenharia civil, tirantes e longarinas de asas da
engenharia aeronáutica, cabos de transmissão de energia elétrica,aerodinâmica da carroceria

1
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de automóveis,designer no projeto naval para melhor deslizamento pela água, plataformas e


tubulações petrolíferas, dentre diversas outras encontradas no cotidiano.
Buscando o entendimento da interação da dinâmica entre o fluido e a estruturainúmeros
trabalhos são propostos, que objetivam o estudo de um modelo automobilístico [1, 2, 3]. Esse
modelo, conhecido como corpo de Ahmed, é de suma importância para a indústria
automobilística, pois serve de padrão de calibração de túneis de vento e para validação de
modelos de turbulência utilizados em CFD.
Nas questões de fluidodinâmica, as pesquisas experimentais são essenciais para a
compreensão dos fenômenos existentes no escoamento ao redor de corpos rombudos e
esbeltos (perfis de asa e outras estruturas aeronáuticas) e são fontes de validação para as
abordagens teórica e numérica de estudo nesses problemas. Entretanto, as indústrias cada vez
mais utilizam os métodos computacionais com o objetivo de diminuir a necessidade de
experimentos. Devido aos altos custos e tempo dos experimentos, a tendência das diversas
indústrias é investir maciçamente em soluções computacionais, testando diversas soluções e
configurações, e assim utilizando experimentos para a decisão final de um projeto ou testes
da solução escolhida.
Em vista disso, esse trabalho estudou experimental oescoamento ao redor do corpo de
Ahmedcom ângulo de inclinação da rampa traseira de 35°por meio de técnicas de
visualização com tufos de lã e óleo com o objetivo de entender a topologia do escoamento.

2. Revisão Bibliográfica

A aerodinâmica é o ramo da ciência que estuda a interação entre um corpo que se move e o
fluido que o circunda. A componente horizontal da força resultante desta interação que se
opõe ao avanço do veículo, é chamada de arrasto aerodinâmico (D). Esta força afeta
grandemente a performance de veículos, tanto no que tange as velocidades atingidas, quanto
ao consumo, por exigir do motor que a suplante. A componente vertical da força
aerodinâmica é chamada de sustentação aerodinâmica (L).
Sempre que um corpo se move em um meio fluido, ele experimenta uma força resultante
diferente de zero. Esta força resultante édecorrente das distribuições de pressão (normal ao
corpo)e tensão de cisalhamento (tangente a superfície) ao longo da superfície do corpo.

2
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- Camada Limite
Devido aos efeitos viscosos do escoamento, uma força de atrito surge na superfície do corpo.
Essas forças viscosas fazem com que a velocidade do fluido exatamente em contato com o
corpo seja nula,condição essa conhecida como condição de não deslizamento. A velocidade
do escoamento aumentaà medida que se afasta da superfície até atingir a velocidade do
escoamento de entrada. A tensão de cisalhamento, tangente a superfície do corpo,é
proporcional a esse gradiente de velocidade. O arrasto devido a essa tensão de cisalhamento é
chamado de arrasto de atrito. Essa região que sofre a influência dos efeitos viscosos, ou seja,
a região onde há o gradiente de velocidade, é chamada de camada limite [4].

- Número de Reynolds
O número de Reynolds é um número adimensional e é definido como sendo a razão entre as
forças inerciais e viscosas, e é usado para caracterizar o regime do escoamento [5]:

onde ρ é a densidade do fluido, μ é viscosidade, V é a velocidade do escoamento e x é um


comprimento característico.
Quando um fluido escoa em um tubo a moderados números de Reynolds, cada partícula se
move em uma linha reta paralela ao eixo do tubo. Nessa situação o escoamento é dito
laminar. A uma certa distância da entrada o gradiente de pressão é proporcional a velocidade
e o perfil de velocidade é parabólico. Este padrão de comportamento pode ser facilmente
identificado por um traçador colocado na corrente de fluido. Aumentando-se a velocidade,
um certo estágio é obtido onde a linha formada pelo traçador deixa de ser bem definida
tornando-se irregular. O traçador começa a se misturar com o fluido, até que, em algum ponto
corrente abaixo, todo o tubo parece estar preenchido por fluido colorido. Quando o fluido
atinge este grau de “mistura”, o escoamento é dito turbulento [6]. Para o escoamento em um
tubo pode-se observar 3 regimes de escoamento:
• Escoamento laminar - Para fins práticos, se o número de Reynolds for menor que
2000, o escoamento será laminar. O número de Reynolds de transição aceito para o
escoamento em um tubo circular é igual 2300.

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• Escoamento de transição - Nos números de Reynolds entre 2000 e 4000, o


escoamento é instável como resultado do início da turbulência. Esses escoamentos às
vezes são chamados de escoamentos de transição.
• Escoamento turbulento - Se o número de Reynolds for maior que 3500, o escoamento
será turbulento.

Esses regimesdo escoamento podem ser observados em todos os tipos de escoamentos


(internos e externos), mas o número de Reynolds de transição do regime laminar para
turbulento é diferente para cada situação. A transição do escoamento laminar para turbulento
depende de diversos fatores entre eles estão gradiente de pressão, geometria do corpo,
rugosidade da superfície, transferência de calor e perturbações do escoamento de entrada [5].

- Coeficiente de Arrasto
Coeficiente de resistência aerodinâmica, também chamado coeficiente de arrasto, é um
número adimensional que é usado para quantificar o arrasto ou a resistência de um objeto em
um meio fluido tal como o ar ou a água. Ele permite quantificar a força de resistência ao ar ou
outro fluido por parte de uma dada superfície e é dado por:

onde D é a força de arrasto, ρ é a densidade do fluido, V é a velocidade do escoamento e S é


uma área de referência.
O coeficiente de arrasto é sempre associado com uma área de superfície particular de
qualquer objeto e compreende os efeitos de dois contribuidores básicos do arrasto
fluidodinâmico: arrasto de atrito e arrasto de forma (ou arrasto de pressão).

- Arrasto de Pressão
Em regiões do escoamento com elevado gradiente de pressão adverso, o fluido dentro da
camada limite não tem energia suficiente para vencer esse gradiente e ocorre a separação do
escoamento. Essa separação faz com que a distribuição de pressão na parte frontal do corpo
seja maior do que a distribuição de pressão na parte traseira, gerando uma força contraria ao

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deslocamento do corpo. Essa força gerada devido a distribuição de pressão é chamada de


arrasto de pressão. Em um regime turbulento o escoamento dentro da camada limite é mais
energético do que o laminar, consequentemente a camada limite turbulenta é mais capaz de
resistir à separação em um gradiente de pressão adverso [5].
Em corpos rombudos a maior quantidade de arrasto é devido ao arrasto de pressão enquanto
em corpos carenados, como por exemplo a asa de um avião com baixo ângulo de ataque, a
maior parcela do arrasto é o arrasto de atrito [7].

2. Materiais e Métodos

A análise experimental doescoamento ao redor do corpo de Ahmed foi realizada no túnel de


vento TA-2 na Subdivisão de Aerodinâmica (ACE-L) pertencente ao IAE. O estudo teve
como objetivo a caracterização da topologia do escoamento por meio das técnicas de
visualização por óleo e tufos de lã.

- Túnel de Vento TA-2


OTúnelde VentoSubsônico TA-2é um túnel de vento subsônico de circuito fechado. As
dimensões da seção de ensaios são 3 m x 2,1 m x 3 m. A velocidade máxima do escoamento
é de 140 m/s.O túnel de vento possui uma balança aerodinâmicacapaz de medir 3 forças e 3
momentos atuantes no modelo submetido ao ensaio.

- Corpo de Ahmed
O modelo utilizado, conhecido comocorpo de Ahmed (Fig. 1),possui as seguintes
dimensões: comprimento de 1,514 m, 0,564 m de largura, 0,418 m de altura e ângulo de
rampa traseira de 35°.

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Figura 1. Corpo de Ahmed.

O corpo de Ahmed foi montado sobre uma mesa (Fig. 2) para reduzir os efeitos da camada
limite do túnel de vento sobre o modelo.

Mesa

Figura 2. Mesa para redução dos efeitos da camada limite.

- Caracterização do Escoamento
Para a análise da topologia do escoamento foram utilizadas as técnicas de visualização por
óleo (Fig. 3a) e tufos de lã (Fig. 3b). Os quais foram colocados próximo a rampa traseira, por
ser a região que apresenta maior separação do escaomento. A visualização com tufos de lã foi
realizada com velocidade de 50 m/s e a visualização a óleo com velocidade de 65 m/s. Ambas
as visualizações foram realizadas com ângulo de derrapagem igual a zero (  ).

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Figura 3. Técnicas de visualização: a) tufos de lãe b) óleo.

3. Resultados

- Visualização com tufos de lã.


A visualização do escoamento utilizando tufos de lã na velocidade de 50 m/s é apresentada
nas Fig.4, 5 e 6. Pode-se ver que os tufos de lã na lateral (Fig. 4) estão orientados na direção
do escoamento, isso é um indicativo de que o escoamento está totalmente colado na
superfície. Na rampa traseira (Fig. 5) os tufos de lã estão desordenados indicando que o
escoamento está descolado em toda a superfície da rampa. Observa-se também um
descolamento na parte traseira do modelo (Fig. 6). Lienhart & Becker [8] também
observaram, para uma rampa traseira com ângulo de inclinação de 35°, um escoamento na
rampa traseira totalmente descolado iniciando na borda superior da inclinação.

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Figura 4. Visualização com tufos de lã.

Figura 5. Visualização do escoamento na rampa traseiro utilizando tufos de lã.

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Figura 6. Vista lateral do escoamento no corpo de Ahmed com tufos de lã.

- Visualização com óleo.


AsFig. 7 e 8 apresentama visualização do escoamento com óleo na velocidade de 65 m/s. Na
lateral e na parte superior antes da rampa (Fig. 7), as linhas indicam que o escoamento está
colado nessa região. Na rampa traseira não houve mudança do padrão do óleo aplicado, o que
mostra que o escoamento está descolado nessa região. Os resultados com visualização a óleo
estão de acordo com o observado através dos tufos de lã.

Figura 7. Visualização do escoamento lateral utilizando óleo.

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Figura 8. Visualização a óleo da rampa traseira.

4. Conclusões

Nesse trabalho foram apresentados os resultados referentes ao estudo experimental do


escoamento ao redor de um corpo de Ahmed com ângulo de inclinação da rampa traseira de
35°. Para a caracterização do escoamento foram utilizadas as técnicas de visualização com
tufos de lã e a óleo. Em ambas as técnicas se observou que o escoamento está colado na
lateral do modelo próximo a rampa e que na rampa traseira o escoamento está totalmente
descolado. Tal comportamento também foi observado por outros autores.

Referências

[1] Ahmed, S.R., Ramm, G and Faltin G.Some Salient Features Of The Time-Averaged
Ground Vehicle Wake.SAE Technical Paper Series, 1984.

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[2] Korkischko, I. Investigação experimental e simulação numérica do escoamento ao redor


de um modelo automobilístico: corpo de Ahmed. Trabalho de Conclusão de Curso - Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.
[3] Meile, W.; Ladinek, T.; Brenn, G.; Reppenhagen, A.; Fuchs, A. Non-symmetric bi-stable
flow around the Ahmed body. International Journal of Heat and Fluid Flow, v. 57, p. 34-47,
2016.
[4] Anderson Jr, J.D. Fundamentos de Engenharia Aeronáutica - Introdução ao voo, 7 ed.,
McGraw Hill, 2015.
[5]Fox, R.W.; Mcdonald, A.T. Introdução a mecânica dos Fluidos, 5 ed., LTC Editora, 1998.
[6]Freire, A. P. S. Teoria da Camada Limite. Curso camada limite. Disponível:
https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/7857/1/CursoCamadaLimite_APSF2.pdf. Acessado
em 21 de julho de 2020.
[7] Anderson Jr, J.D., Fundamentals of Aerodynamics, 2 ed., McGraw Hill, 1991.
[8] Lienhart, H. and Becker, S.; Flow and Turbulence Structure in the Wake of a Simplified
Car Model. SAE Technical Paper 2003-01-0656, 2003.

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PIBIC/PIBITI-RELATÓRIO FINAL

Título do projeto de pesquisa: Instrumentação baseada em Internet das Coisas


Bolsista: Vinicius Leite Lemes
Orientador(a): Alison de Oliveira Moraes
Período a que se refere o relatório: Novembro de 2019 a Julho de 2020

Resumo
Internet das Coisas é o modo como equipamentos ou produtos estão conectados e se
comunicam entre si e com usuários. Na atualidade, este conceito abre caminho para a
utilização de sensores inteligentes e aplicativos que trabalham de forma eficiente em rede. Os
benefícios desta tecnologia incluem a possibilidade de troca de informações entre múltiplos
usuários além do uso eficaz dos dados, permitindo a previsão de falhas e a extração de
características do sistema através do uso de inteligência artificial. Este projeto visa integrar a
instrumentação de meteorologia com uma plataforma de Internet das coisas. As principais
metas deste trabalho são a prova de conceito deste tipo de tecnologia, a possibilidade de
acesso remoto a informações e também o uso de sensores e sistemas de processamento de
baixo, para garantir a eventual implementação em larga escala. Ao longo desta iniciação
científica foi montada com sucesso uma estação meteorológica capaz de adquirir dados de
temperatura, umidade e CO2; esta pode ser acessada através de uma conexão Wi-Fi e os
dados coletados são enviados diretamente a um banco de dados em uma nuvem; e através do
desse, os usuários podem ter o acesso remoto às informações climáticas para consulta em
tempo real ou extração de parâmetros de longo prazo.

1. Introdução

Entre os vários requisitos para o sucesso de uma operação de lançamento inclui-se o


conhecimento das condições meteorológicas nos momentos que antecedem o lançamento e
essas, principalmente os ventos, podem influenciar, por exemplo, a trajetória dos veículos ou
uma descarga elétrica pode danificar a instrumentação a bordo dos foguetes. Um caso

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emblemático que ilustra a importância dos dados meteorológicos foi o acidente do ônibus
espacial Challenger, da NASA em 1986, onde a temperatura de lançamento estava abaixo da
adequada o que fez com que uma anilha no motor perdesse sua propriedade e provocasse o
acidente fatal.
Portanto, o conhecimento, para um período especifico bem como da variação sazonal de
dados meteorológicos é de grande interesse para as atividades operacionais nos lançamentos
de foguetes. As aplicações de Internet das Coisas tem se expandido na atualidade e isso tem
feito com que o custo de implementação de sistemas envolvendo esta tecnologia seja cada
vez mais acessível e atrativo. Neste trabalho será apresentado o desenvolvimento de uma
estação meteorológica que pode, no futuro, ser utilizada em média e larga escala nos centros
de lançamentos brasileiros para auxiliar nos estudos e também apoiar a decisão durante
campanhas de lançamento. A plataforma aqui desenvolvida tem potencial ainda para ser
utilizada em cidades e instalações industriais para monitorar a qualidade do ar, por meio das
medidas de umidade e CO2. O restante deste relatório é organizado da seguinte maneira, na
seção 2 os materiais e métodos utilizados na construção da plataforma meteorológica são
descritos em detalhes. A seção 3 mostra os resultados obtidos, bem como exemplo das
potenciais aplicações deste sistema que usa tecnologia de Internet das Coisas. Na seção 4
serão apresentados os próximos passos deste projeto e finalizando a conclusão descreve as
principais considerações deste trabalho.

2. Materiais e Métodos

Para o desenvolvimento da estação meteorológica foram utilizados os sensores de CO2 (CcS-


811), umidade relativa do ar e temperatura (DHT11) e a placa de desenvolvimento
NodeMCU que opera com o chip ESP8266. No NodeMCU estará contida as linhas de código
que permitem a integração dos sensores e a comunicação remota. O NodeMCU tem como
característica principal as possibilidades de conexão via Wi-Fi que faz com que seja a
plataforma de conexão de Internet das Coisas do projeto. A Tabela 1 lista as especificações
técnicas da plataforma desenvolvida.

Tabela 1: Especificação elétrica da plataforma meteorológica.

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Característica Valor Unidade


Tensão de alimentação 3,3 Volts [V]
Corrente 500 Mili Ampere [mA]
Escala de medição de 0º a 50° Celsius [°C]
temperatura
Escala de medição de umidade 20% a 95% Porcentagem [%]

Escala de medição de CO2 400 a 8192 Partículas por milhão [ppm]


Tipo de conexão Wi-Fi 802.11 b/g/n
Taxa de transmissão 2.4 Giga Hertz [Ghz]

A Figura 1 mostra a montagem que integra os sensores mencionados acima com a plataforma
NodeMCU. Este conjunto atende as especificações listadas na Tabela 1. Na primeira versão,
de desenvolvimento do projeto, a montagem foi realizada em um protoboard para alocar
todos os componentes da montagem da estação e ainda assim possibilitar alterações naturais
no período de desenvolvimento. A alimentação do sistema foi realizada por meio de um
carregador USB.

Figura 1: Montagem do protótipo desenvolvido da estação meteorológica desenvolvida.

2.1 Sensores utilizados


Esta subseção descreve os detalhes dos sensores utilizados no desenvolvimento da plataforma
meteorológica.

2.1.1 Sensor de CO2


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O sensor de CO2, modelo CCS-811: que pode ser visualizado em detalhes na Figura 2(a).
Este sensor opera com baixa potência (1.2mW) e é alimentado com 3.3V. Este sensor integra
um sensor de gás de óxido de metal (MOX) que detecta uma ampla variedade de compostos
orgânicos voláteis (COV), de tal modo que realiza o monitoramento da qualidade do ar com
medidas na faixa de 400ppm a 8192ppm. Este sensor incluí um conversor analógico para
digital (A/D) e uma interface I²C para envio dos dados ao NodeMCU. Na Figura 3(b) é
possível visualizar o diagrama em bloco do sensor e como ele dever integrado com o
NodeMCU.

Figura 2: (a) Sensor de CO2 modelo Ccs-811. (b) Diagrama de conexão entre o sensor Ccs-
811 e a plataforma NodeMCU.

2.1.1 Sensor de umidade e temperatura

O sensor de umidade e temperatura modelo DHT11 pode ser visualizado na Figura 3(a). Este
sensor é capaz de medir a temperatura e umidade relativa do ar. Este sensor, assim com o
sensor de CO2 também é alimentado com 3.3 V. Conforme listado na Tabela 1, a faixa de
temperatura deste sensor é de 0º a 50° e sua precisão é de 2ºC. A umidade é medida na faixa
entre 20% a 95% com precisão de 5%. Na Figura 3(b) é possível também visualizar a
conexão deste sensor com o NodeMCU.

Figura 3: (a) sensor de umidade e temperatura modelo DHT11. (b) Diagrama de conexão
entre o sensor DHT11 e a plataforma NodeMCU.

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2.2 Plataforma de Internet das Coisas e processamento dos dados


A Figura 4(a) mostra em detalhes a plataforma NodeMCU com o chip ESP8266. Este
dispositivo é também alimentado com tensão nominal de 3,3 V. Esta plataforma possui 17
interfaces GPIO que podem ser configuradas como entrada ou saída digitais, existem também
4 interfaces de saída PWM e uma entrada para leitura de dados analógicos. O consumo de
corrente desta plataforma é de 170 mA. Há ainda a possibilidade de operação com bateria,
neste caso, considerando uma bateria de 3,7V com 1000mAh, o NodeMCU tem autonomia de
20 horas desconsiderando o consumo dos dispositivos periféricos de I/O (sensores).
O NodeMCU permite a conexão Wi-Fi que fica com 20% da sua capacidade de
processamento. Para a lógica de programação foi utilizada a IDE (Integrated Development
Environment) do Arduino que pode ser visualizada na Figura 4(b) e que utiliza a linguagem
C/C++ para programação.

Figura 4: (a)Plataforma de Internet das Coisas NodeMCU. (b) Interface de programação IDE-
Arduino utilizada no desenvolvimento do projeto (Versão 1.8.39.0).

2.3 Acesso Web e Banco de dados

A página Web criada para acessar os dados da plataforma foi montada utilizando a IDE
Atom, que é mostrada na Figura 5(a). A linguagem de programação adotada foi o Java Script
que comunica o Banco de Dados com a interface Web. O layout da página foi feito usando as
linguagens HTML e CSS que são duas das principais tecnologias para a criação de páginas da
Web.

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O banco de dados escolhido para armazenar os dados adquiridos pelos sensores da estação
meteorológica foi o Firebase. A Figura 5(b) mostra o banco de dados do projeto. Além do
armazenamento, este banco de dados permite a leitura e acesso aos dados em tempo real.

Figura 5: (a)Interface de desenvolvimento da página Web utilizando a IDE Atom (Versão


1.48.0). (b) Banco de dados do projeto da estação meteorológica utilizando o Firebase.

3. Resultados

Nesta seção são apresentados os resultados obtidos com o projeto. A Figura 6 mostra um
diagrama de contexto da plataforma integrada aos sensores sendo acessada remotamente.

Figura 6: Diagrama de contexto do projeto mostrando a estação meteorológica baseada em


Internet das Coisas.

Podemos observar na Figura 8 (a) os dados de temperatura, umidade relativa e CO2 para um
período de 24 horas durante o dia 6 de julho. Os valores e comportamento das curvas estão

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coerentes com o esperado, de acordo com o verificado no site do Instituto Nacional de


Meteorologia (IBMET), endereço https://tempo.inmet.gov.br/GraficosDiarios/A728. A
estação estava instalada na cidade de Taubaté. Nos gráficos observa-se que a temperatura
máxima atingida foi de 25.8 °C aproximadamente as 16:00 enquanto que a umidade relativa
mínima foi de 53% em torno das 15:00. Os valores de CO2 mantiveram-se constantes ao
longo deste dia. Esta. Este exemplo mostra que este tipo de estação nos centros de
lançamento poderia realizar estas medidas e os dados poderiam ser acessados pelos
especialistas do IAE de forma remota e instantânea.
Além disto, o sistema foi testado continuamente entre os dias 17/05/2020 até 07/07/2020.
Durante este período, de 53 dias, a plataforma operou de forma esperada a maior parte do
tempo. A Figura 8(b) mostra o calendário com a classificação de operação dos dias. Nesta
Figura a cor verde representa que a estação operou nominalmente como se esperava e em
vermelho os dias onde houve algum problema na captura, envio ou armazenagem dos dados.

Figura 8: (a) Dados de temperatura, Umidade relativa e CO2 no dia 06/07/2020. (b)
Classificação do funcionamento da estação meteorológica durante o período de testes de
longo prazo, entre os dias 17/05 e 07/07.

A Figura 9 mostra a interface Web desenvolvida onde se observa na estação A os valores de


mínimo, máximo, médio e atual de medição para os dados de umidade temperatura e pressão.
Juntamente dessas informações, no cabeçalho são mostrados os dados relativos a data e hora.
Estes dados podem ser acompanhados em tempo real, para isto basta acessar o link
https://projeto-iae-3.firebaseapp.com/.

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Figura 9: Layout da página Web que mostra os dados da estação meteorológica em tempo
real.

Importante mencionar que o projeto foi desenvolvido pensando em uma arquitetura de


Internet das Coisas que prevê a possibilidade do uso de múltiplas estações no futuro. No
exemple da página Web da Figura 9, por exemplo, é possível verificar o campo estação, caso
houvesse mais estações os dados já seriam mostrados nesta página. A página permite
visualizar os dados diários que estão alocados no firebase, que são designadas as suas colunas
respectivas.

4. Próximas Etapas

A Próxima Etapa do Projeto é a criação de mais unidades desta estação de sensoriamento


desenvolvida, de tal modo que, seja possível aumentar o perímetro de coleta e assim criar um
mapeamento de áreas com relação aos índices de CO2, umidade relativa do ar e temperatura.
Mais importante ainda, há expectativa da adição de um anemômetro digital à plataforma. A
Figura 10 ilustra um exemplo de anemômetro que seria compatível com a instrumentação
desenvolvida neste projeto. A incorporação deste sensor é imprescindível para o uso em
campos de lançamento uma vez que é de suma importância conhecer e modelar a velocidade
do vento.

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Figura 10: Anemômetro digital que deverá ser incorporado a plataforma futuramente.

Outro aspecto que está sendo avaliado para uma versão aprimorada do projeto seria a adoção
de uma bateria carregada por célula fotovoltaica. Isso daria autonomia de instalação do
projeto.

5. Conclusões

Este trabalho mostrou de forma sucinta o desenvolvimento de uma estação meteorológica de


pequeno porte e de baixo custo baseada em plataforma de Internet das Coisas. Os resultados
obtidos com esta plataforma mostraram a efetividade do projeto com relação à coleta de uma
alta taxa de dados, que é alocada em um banco de dados, de forma remota e instantânea.
Claramente este desenvolvimento foi uma prova de conceito de um sistema que pode no
futuro auxiliar o lançamento de foguetes no CLA e CLBI.
Esta iniciação científica permitiu ao aluno, principalmente a formação e consolidação de uma
série de conceitos relacionados às áreas de Linguagem de programação, Front End, Circuitos
integrados e Meteorologia.
Este trabalho trouxe uma vivência singular, por parte do aluno, de temáticas da área espacial,
relacionadas às áreas de eletrônica e computação, neste caso aplicado a temática da
meteorologia. Vale citar por exemplo que ao longo deste projeto o aluno se familiarizou com
3 linguagens de programação diferentes além da bagagem obtida com a utilização de
circuitos integrados e instrumentação.
Esta experiência é um grande diferencial devido ao conhecimento obtido neste tipo de
atividade prática, que dificilmente se experimentaria em um ambiente de sala de aula.
Sou grato ao apoio dado pelo IAE e CNPq durante esta iniciação científica que foi uma
grande oportunidade para minha formação e crescimento acadêmico e pessoal.

6. Divulgação dos Resultados

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Até o presente o momento os resultados não foram divulgados. O trabalho teve início em
dezembro de 2019 e foi afetado pela questão da pandemia. Após a incorporação do
anemômetro há expectativas da preparação de um artigo para submissão ao JATM.

Referências

[1] INTERNET das coisas com ESP8266, Arduino e Rasp. São Paulo: Novatec
Editora Ltda, 2017. 236 p.
[2] INTERNET of Things prototyping with Firebase: how to do more with less. [S. l.], 5 jul.
2020. Disponível em: https://medium.com/free-code-camp/iot-prototyping-with-firebase-
doing-more-with-less-2f5c746dac8b. Acesso em: 5 jul. 2020.
[3] KATYAL, Amber; YADAV, Ravi; PANDEY, Manoj. Wireless Arduino Based Weather
Station. Wireless Arduino Based Weather Station, [s. l.], 2016.
[4] NODEMCU – ESP12: Guia completo – Introdução (Parte 1). [S. l.], 2018. Disponível em:
https://blog.eletrogate.com/nodemcu-esp12-introducao-1/. Acesso em: 5 jul. 2020.
[5] MONITORANDO Temperatura e Umidade com o sensor DHT11. [S. l.], 2013.
Disponível em: https://www.filipeflop.com/blog/monitorando-temperatura-e-umidade-com-o-
sensor-dht11/. Acesso em: 5 jul. 2020.
[6] BASELINE Save and Restore on CCS811. [S. l.], 2018. Disponível em:
https://www.sciosense.com/wp-content/uploads/2020/01/Application-Note-Baseline-Save-
and-Restore-on-CCS811.pdf. Acesso em: 5 jul. 2020

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GHVHQYROYLGD HP  QRV (VWDGRV 8QLGRV FRP D ILQDOLGDGH GH LQWHUOLJDU GLVSRVLWLYRV
HOHWU{QLFRV HP DOJXQV ODERUDWyULRV GH SHVTXLVD PLOLWDU >@ +RMH GHQWUR GR ,$( GLIHUHQWHV
GLVSRVLWLYRV IRUDP LQFRUSRUDGRV j UHGH DR ORQJR GR WHPSR H GLYHUVDV LQIRUPDo}HV WUDIHJDP
GLDULDPHQWH DWUDYpVGRPHLRItVLFRTXHLQWHUFRQHFWDPHVVHVDSDUHOKRVHPTXHDGLIHUHQFLDomR
HQWUH HOHV p UHDOL]DGD SRU XP SURWRFROR GD FDPDGD GH UHGH FRQKHFLGR FRPR ,3 ,QWHUQHW
3URWRFRO  >@ 'HVWD IRUPD JUDQGHV YROXPHV GH GDGRV GLJLWDLV VmR JHUDGRV H FRP LVVR
GLIHUHQWHV DSOLFDo}HV SRGHP VHU GHVHQYROYLGDV SDUD PHOKRUDU D IRUPD GH OLGDUPRV FRP HOHV
FRPR SRU H[HPSORDXWLOL]DomRGD,QWHUQHWGDV&RLVDV ,R7,QWHUQHWRI7KLQJV XPDOLQKDGH
SHVTXLVD TXH EXVFD XWLOL]DU HVVD QXYHP GH GDGRV SURYLQGDV GH GLVSRVLWLYRV KHWHURJrQHRV GH
PDQHLUD DXWRPDWL]DGD H LQWHOLJHQWH >@ $OpP GLVVR p SRVVtYHO PHOKRUDU D VHJXUDQoD GD
UHGH FRPR XP WRGR DWUDYpV GD FROHWD GRV UHJLVWURV TXH DUPD]HQDP HYHQWRV RFRUULGRV QR
SDVVDGR WDPEpP FRQKHFLGRV FRPR ORJV TXH SRGHP VHU XWLOL]DGRV SDUD DQWHFLSDU URXER GH
LQIRUPDo}HV VLJLORVDV H DWp PHVPR LQYDV}HV Pi LQWHQFLRQDGDV TXH YLVDP SUHMXGLFDU R
FRWLGLDQR GH XPD 2UJDQL]DomR FRPR R ,$( $GHPDLV GHVGH  XP FRQMXQWR GH SURMHWRV
RSHQ VRXUFH FKDPDGR (/. (ODVWLFVHDUFK /RJVWDVK H .LEDQD  FRPHoRX D VHU GHVHQYROYLGR
FRP R SURSyVLWR GH EXVFDU DQDOLVDU SURFHVVDU H H[LELU RV ORJV WUDIHJDGRV HP UHGH KRMH p
FRPXPHQWH XWLOL]DGRV HP FRUSRUDo}HV FRPR *RRJOH $PD]RQ H )DFHERRN DOpP GDV IRUoDV
DUPDGDVGRV(VWDGRV8QLGRVGHYLGRDRVVHXVFHUWLILFDGRVGHVHJXUDQoD>@

0DWHULDLVH0pWRGRV
1HVWD VHomR VHUi DERUGDGD D PHWRGRORJLD XWLOL]DGD SDUD UHDOL]DU D FROHWD GH GDGRV HP
GLIHUHQWHV DSOLFDo}HV GHQWUR GD UHGH GR ,$( FRP EDVH QD OLWHUDWXUD 3RU HVVD UD]mR VHUi
H[SOLFDGR RV PDWHULDLV XWLOL]DGRV SDUD JHUDU WDLV GDGRV HP VHJXLGD R FRQFHLWR GH )LUHZDOO
SRLV DWUDYpV GRV ORJV FROHWDGRV QHOH SRGHUHPRV DQDOLVDU R TXH HQWUD H VDL GD UHGH H SRUILP
DVIHUUDPHQWDVQHFHVViULDVSDUDFROHWDHH[LELomRGHVVHVGDGRV




,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 



5DVSEHUU\3L
$ HYROXomR GDV PLFURDUTXLWHWXUDV GH FRPSXWDGRUHV IRL UHVSRQViYHOSHODLQWURGXomRGHQRYRV
GLVSRVLWLYRV j UHGH DOpP GRV FRPSXWDGRUHV FRQYHQFLRQDLV FRPR p R FDVR GH
PLFURFRQWURODGRUHV H PLFURFRPSXWDGRUHV >@ 1HVVH WUDEDOKR HVFROKHPRV R 5DVSEHUU\ 3L
QD YHUVmR  XPD PiTXLQD FRPSOHWD EDVHDGR HP DUTXLWHWXUD $50 $FRUQ 5LVF 0DFKLQH 
FRPXPHQWH XWLOL]DGD HP DSDUHOKRV FHOXODUHV GHYLGR DR EDL[R FRQVXPR GH HQHUJLD 9 FRP
FDSDFLGDGH GH UHDOL]DUWDQWRLQVWUXo}HVFRPXQVTXDQWRGHSURFHVVDPHQWRJUiILFR>@$OpP
GLVVR SRVVXL XPD PHPyULD 5$0 5DQGRP$FHVV0HPRU\ GH*%QHFHVViULDSDUDFDUUHJDU
GDGRV GR 6LVWHPD 2SHUDFLRQDO /LQX[ H GDV DSOLFDo}HV HP 3\WKRQ HQYROYHQGR D FROHWD GH
GDGRV GRV VHQVRUHV DGHPDLV SRVVXL XPD LQWHUIDFH ItVLFD GH FRQH[mR SDGUmR (WKHUQHW H XPD
LQWHUIDFH GH HQODFH VHP ILR :LUHOHVV  >@TXHSRGHUiVHUXWLOL]DGDSDUDVHFRQHFWDUjUHGHGR
,$( 2 VHQVRU VHUi DFRSODGR D XPD SRUWD *3,2 *HQHUDO 3XUSRVH ,QSXW2XWSXW ORFDOL]DGD
QR FDQWR VXSHULRU HVTXHUGR GD )LJXUD  FDGD SLQR SRVVXL XPD IXQomRGLIHUHQWHFRPR7HUUD
7HQVmR GH DOLPHQWDomR %DUUDPHQWR ,ð& UHVSRQViYHO SRU SURYHU FRPXQLFDomR HQWUH
GLIHUHQWHV FLUFXLWRV LQWHJUDGRV  63, SURJUDPDomR GH PLFURFRQWURODGRUHV H RXWURV
GLVSRVLWLYRV  HQWUH RXWURV 3RUWDQWR GHYLGR D WRGDV HVVDV IXQo}HV H VXD GLPHQVmR GH
PP[PP p DOWDPHQWH UHFRPHQGDGR SDUD DSOLFDo}HV HQYROYHQGR ,R7 H VLVWHPDV
HPEDUFDGRV>@

)LJXUD5DVS%HUU\3L>@

6HQVRU8OWUDVV{QLFR+&65




,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 


8PD RQGD PHFkQLFD VXUJH TXDQGR GHVORFDPRV XP VLVWHPD GH VXD SRVLomR GH HTXLOtEULR H D
SHUWXUEDomR p SURSDJDGD HP RXWUD UHJLmR GR VLVWHPD DWUDYpV GH XP PHLR ItVLFR FDSD] GH
FDUUHJDU HQHUJLD PDV QmR PDWpULD >@ 2 VHQVRU +&65 TXH pDFRSODGRDR5DVS%HUU\3L
 p XP FRPSRQHQWH FDSD] GH JHUDU RQGDV VRQRUDV ORQJLWXGLQDLV  j XPD IUHTXrQFLD GH 
N+] $ *3,2 p FRQWURODGD SHODDSOLFDomRHPS\WKRQHDWUDYpVGHODXPSXOVRWULJJHUGH—V
HP QtYHO DOWR pHQYLDGRSDUDRVHQVRUDRUHFHEHUHVVHVLQDORWUDQVPLVVRUXOWUDVV{QLFRHQYLD
SXOVRV GH  N+] HQTXDQWR R UHFHSWRU DJXDUGD D UHIOH[mR GD RQGD TXDQGR DOJXP VLQDO GH
UHWRUQR p OLGR R VHQVRU JHUD XP QtYHO DOWR QR SLQR GH VDtGD (&+2  >@ FRPRPRVWUDGRQD
)LJXUD  /RJR p SRVVtYHO FDOFXODUGLVWkQFLDVDWUDYpVGDYDULDomRGRWHPSRGDRQGDHPLWLGDH
UHFHELGD H D YHORFLGDGH GR VRP GHSHQGHQWH GD GHQVLGDGH H PyGXOR GH HODVWLFLGDGH GRPHLR
HPTXHVWmR >@

)LJXUD6HQVRU+&65>@

)LUHZDOO
8PD FRQVHTXrQFLD GR DXPHQWR GH GLVSRVLWLYRV LQWHUOLJDGRV QD LQWHUQHW p D QHFHVVLGDGH GH
FRQWURODU QmR VRPHQWH RV GDGRV TXH WUDIHJDP QD UHGH PDV WDPEpP GRV GLVSRVLWLYRV H GH
DFHVVRV WDQWR H[WHUQRV TXDQWR LQWHUQRV YHU )LJXUD   2 )LUHZDOO SRGH VHU GHVFULWR FRPR
XPD FRPELQDomR GH KDUGZDUH H VRIWZDUHFDSD]GHLVRODUXPDUHGHLQWHUQDFRPRDGR,$(GH
XPD H[WHUQD ,QWHUQHW  SHUPLWLQGR TXH KDMD VHOHomR GDV LQIRUPDo}HV TXH HQWUDP H VDHP >@
(VVD VHOHomR p WDPEpP FRQKHFLGD FRPR ILOWURV GH SDFRWHV RV PDLV WUDGLFLRQDLV VmR RV GH
HQGHUHoR GH ,3 2ULJHP H 'HVWLQR DWULEXtGRV D FDGD HOHPHQWR GD UHGH  WLSRV GH SURWRFRORV
SRU H[HPSOR 8'3 H 7&3 UHVSRQViYHLV SRU H[HFXWDU R WUDQVSRUWH GDV UHTXLVLo}HV GDV
DSOLFDo}HV H[HFXWDGD SDUD R GDWDJUDPD ,3 TXH SRVWHULRUPHQWH VHUi OHYDGR DWUDYpV GH
FRPXWDGRUHV GH SDFRWH HP JHUDO URWHDGRUHV  DR GLVSRVLWLYRGHVHMDGR$OpPGLVVRR)LUHZDOO




,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 


SRGH UHFXVDU SURWRFRORV H[WHUQRV SUHMXGLFLDLV jUHGHGR,$(FRPRRVGRWLSR,&03 ,QWHUQHW
&RQWURO 0HVVDJH 3URWRFRO  HP JHUDO XWLOL]DGRV HP DWDTXHV GH QHJDomR GH VHUYLoRV
''R6'LVWULEXWHG'HQLDORI6HUYLFH >@TXHLQWHUURPSHULDWRGDVDVDWLYLGDGHVHQYROYHQGRD
UHGHGR,$(

)LJXUD$EVWUDomRGRIXQFLRQDPHQWRGHXP)LUHZDOO>@

(ODVWLFVHDUFK
'HVHQYROYLGR HP  H EDVHDGRQR$SDFKH/XFHQH RXWURVHUYLGRUGHEXVFDGHGDGRV SRU
6KD\ %DQRQ p XP VHUYLGRU GH EXVFD H LQGH[DomRWH[WXDOFRPRREMHWLYRGHJHUHQFLDUJUDQGHV
YROXPHV GH GDGRV FRPR PHLR GH FRQWRUQDU D SUREOHPiWLFD GD FUHVFHQWH GLYHUVLGDGH GH
LQIRUPDo}HV DUPD]HQDGDVSRUGLIHUHQWHVGLVSRVLWLYRV>@4XDQGRGDGRVGDVDSOLFDo}HV VmR
DUPD]HQDGRV GH PDQHLUD FRQYHQFLRQDO LVWR p XP EDQFR GH GDGRV UHODFLRQDO GDGRV
DUPD]HQDGRV HPWDEHODVHFRPUHODo}HVHQWUHDVPHVPDV KiXPDULJLGH]SRLVFDGDDSOLFDomR
HP GLVSRVLWLYRV KHWHURJrQHRV DUPD]HQD LQIRUPDo}HV GH PRGR GLIHUHQWH >@ 'HVWD IRUPD R
(ODVWLFVHDUFK p D EDVHGHWRGRSURMHWR(/.SRLVpUHVSRQViYHOSRUID]HU%XVFDVH$QiOLVHHP
WHPSR UHDO QDV PDLV GLIHUHQWHV DSOLFDo}HV URGDQGR HP GLVSRVLWLYRV FRPR FRPSXWDGRUHV
FHOXODUHV PLFURFRQWURODGRUHV VLVWHPDV HPEDUFDGDV HWF 3RU UD]}HV GH H[HFXWDU TXDVH HP
WHPSR UHDO H VXD HVFDODELOLGDGH HOHYDGD HP WHUPRV GH GDGRV SURYLQGRV GH GLYHUVDV IRQWHV
VRIUHX PRGLILFDo}HV H PHOKRULDV D SRQWR GH DWHQGHU VHWRUHV GH GHIHVD GRV (VWDGRV 8QLGRV
FRPR FRQVWDWDGRV SHORV FHUWLILFDGRV 86 $UP\ &HUWLILFDWHRI1HWZRUWKLQHVV &R1 H86$LU
)RUFH&HUWLILFDWH7R)LHOG &7) [(/.ZLWK;3DFN>@

/RJVWDVK




,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 


2 FRQFHLWR HQYROWR QR /RVWDVK p R GH IRUQHFHU OLQKDV GH SURGXomR GH GDGRV SLSHOLQHV  GD
TXDO SRGHPRV XWLOL]DU SDUD H[WUDLU GDGRV JHUDGRV SHODV DSOLFDo}HV H[HFXWDGDV HP UHGH TXH
IRUDPEXVFDGDVHLQGH[DGDVSHOR(ODVWLFVHDUFKFRPRSRGHVHUYLVWRQD)LJXUD

)LJXUD9LVmRPDFURGHXPSLSHOLQHORJVWDVK>@

$ YDULHGDGH GH GDGRV DUPD]HQDGRV HP GLIHUHQWHV GLVSRVLWLYRV SRGH VHU SHUFHELGD QD FROXQD
GD HVTXHUGD $SyV R SURFHVVDPHQWR GRV GDGRV SRU PHLR GH ILOWURV HOHV HVWmR SURQWRV SDUD
VHUHP XWLOL]DGRV SRU H[HPSOR $QiOLVH SRU HVWDWtVWLFD GHVFULWLYD DOHUWDV GH LQYDVmR
PRQLWRUDPHQWR GH HTXLSDPHQWRV VDOYRV HP OXJDUHV SUp VHOHFLRQDGRV HQWUH RXWUDV
ILQDOLGDGHV

.LEDQD
ÒOWLPR FRPSRQHQWH GR NLW (/. FDEH DR .LEDQD DFULDomRGHLQWHUIDFHVHGDVKERDUGVFRPRV
GDGRV FROHWDGRV H HQFDSVXODGRV GHQWUR GR SUySULR (ODVWLFVHDUFK FRP LVVR R .LEDQD SRGH
RSHUDUHPFLPDGHVVHVPHWDGDGRV

2 XVR GHVVHV GDGRV SRGHP VHU XWLOL]DGRV SDUD YHULILFDomR GRV QtYHLV GH FRPEXVWtYHLV GR
JHUDGRU GR ,$( DOpP GH PRQLWRUDU DPHDoDV j UHGH GD PHVPD DWUDYpV GH DFHVVRV VXVSHLWRV
WDQWR LQWHUQRV TXDQWR H[WHUQR $OpP GLVVR R XVR GH WDO WHFQRORJLD SRGH VHU HPSUHJDGR HP
SHVTXLVDV GH GLIHUHQWHV VHWRUHV UHDOL]DGDV QR ,$( GH PRGR D DYDOLDU VH D PRGHODJHP SUp
HVWDEHOHFLGD H RV WHVWHV UHDLV FXMRV GDGRV VmR FDSWDGRV SRU VHQVRUHV HP WHPSR UHDOHVWmRGH
DFRUGRDXPHQWDQGRDVVLPDVSRVVLELOLGDGHVGHDYDOLDomRGRSURMHWRHPTXHVWmR

6LVWHPD2SHUDFLRQDOHOLQJXDJHPGHSURJUDPDomRDGRWDGDV




,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 


2 VLVWHPD RSHUDFLRQDO DGRWDGR SDUD UHDOL]DomR GR SURMHWR IRL R/LQX[8EXQWXXPDGLVWURGH
OLQX[ GH XVR RSHQVRXUFH 3RU SDGUmR D OLQJXDJHP DGRWDGD p R 3\KWRQ DSULPRUDGD SHOD
*RRJOH SDUD VHU SUiWLFD QR TXH WDQJH D FLrQFLD GRV GDGRV 'DWD 6FLHQFH  H LQWHOLJrQFLD
DUWLILFLDO

5HVXOWDGRV
2 GHVDILR HP GDGRV SURYLQGRV GH DSOLFDo}HV GLVWULEXtGDV HVWi DVVRFLDGR HP XP SULPHLUR
PRPHQWR D FRPR FDGD DSOLFDomR IXQFLRQD H TXDLV RV SURWRFRORV XWLOL]DGRV SDUD R HQYLR GRV
ORJV JHUDGRV SHODV FDSWXUDV GRV VHQVRUHV >@ /RJR IH]VH QHFHVViULR R HVWXGR VREUHRPRGR
FRPR LUtDPRV HQYLDU RV ORJV GH GLVSRVLWLYRV TXH QmR HVWmR FRQHFWDGRV SRU PHLR ItVLFR
FDEHDGR  VHMDP HOHV VHQVRUHV GH WHPSHUDWXUD XPLGDGH  LQGXWLYR FDSDFLWLYR IRWRHOpWULFR
PDJQpWLFR HXOWUDVV{QLFRFRQHFWDGRVDRPLFURFRPSXWDGRU 5DVSEHUU\3, &RPLVVRRSWDPRV
HQYLDU RV GDGRV DR (ODVWLFVHDUFK DWUDYpV GH UHTXLVLo}HV GR SURWRFRORGDFDPDGDGHDSOLFDomR
GR WLSR +773 +\SHUWH[W7UDQVIHU3URWRFRO TXHQDWLYDPHQWHLQFRUSRUDXPSURWRFROR7&3 
7UDQVPLVVLRQ &RQWURO 3URWRFRO  RX VHMD RV GDGRV WHUmR JDUDQWLD TXH VHUmR HQWUHJXHV DR
(ODVWLFVHDUFKSRLVpGHVHQYROYLGRFRPPHFDQLVPRGHFKHFDJHPDQtYHOGHELWV

1HVVH WUDEDOKR FROHWDPRV GDGRV GH VHQVRUHV SURYLQGRV GH VHUYLGRUHV GD 2SHQ:HDWKHU0DS
>@  DUPD]HQD GDGRV PHWHRUROyJLFRV GH GLYHUVDV SDUWHV GR %UDVLOHGR0XQGR SRUPHLRGH
UHTXLVLo}HV +773 D PHVPD XWLOL]DGD SDUD FROHWDU RV GDGRV GH XP VHQVRU UHDO GR ,$( WXGR
SDUD TXH PHVPR FRP RLVRODPHQWRVRFLDORVGDGRVSRVVDPVHURVPDLVSUy[LPRVSRVVtYHLVGD
UHDOLGDGH 3DUD LVVR GHVHQYROYHPRV XP SURJUDPD QD OLQJXDJHP 3\WKRQ UHVSRQViYHO SHOD
FROHWDGRVGDGRVHVXDHVWUXWXUDomRDWUDYpVQRIRUPDWR-621 YHU)LJXUD 



)LJXUD$EVWUDomRGRIXQFLRQDPHQWRGHXP)LUHZDOO)RQWH(ODERUDGRSHORDXWRU




,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 



$SyV GHILQLUPRV FRPR RV GDGRV VHULDP HVWUXWXUDGRV IL]HPRV XP FRQYHUVmR GR WLSR GH
GRFXPHQWR -621 SDUD XP REMHWR 3\WKRQ FRP LVVR KDELOLWDPRV D PDQLSXODomR D QtYHO GH
SURJUDPDomR SDUD LQVHULU RV GDGRV DGYLQGR GRV VHUYLGRU GD 2SHQ:KHDWHU0DS QHVVH FDVR
7HPSHUDWXUD DWXDO 7HPSHUDWXUD 0i[LPD 7HPSHUDWXUD 0tQLPD H 8PLGDGHGDFLGDGHGH6mR
3DXOR 'D PHVPD IRUPD FRPR IDUtDPRV FRP VHQVRUHV UHDLV HQYLDGRV DR (ODVWLFVHDUFK SRU
PHLR GD UHTXLVLomR 3267 GR SURWRFROR +773 3RU ILP RV GDGRV IRUDP LQVHULGRV H HVWmR
SURQWRSDUDVHUHPPDQLSXODGRVFRPRVHJXHQD)LJXUD

)LJXUD'DGRVDUPD]HQDGRVQRHODVWLF)RQWH(ODERUDGRSHORDXWRU

&RPRSRGHPRVREVHUYDUKiYiULDVOLQKDVQD)LJXUDFDGDOLQKDGHVVDpXPGRFXPHQWR
-621 FRP D GDWD GD FROHWD GRV GDGRV H WDPEpP XPLGHQWLILFDGRU~QLFR ,' HVVDpDIRUPD
TXH R .LEDQDWUiVSDUDQyVDWUDYpVGHVXDFRQH[mRFRPR(ODVWLFVHDUFKDSDUWLUGHOHSRGHPRV
PDQLSXODU RV GDGRV VHMDP HOHV DWUDYpV GH 4XHU\V '6/ 'RPDLQ 6SHFLILF /DQJXDJH  RX
IXQo}HV SUp GHVHQYROYLGDV SDUD YLVXDOL]DomR GRV GDGRV >@>@ QHVVH FDVR PRQWDPRV XPD
'DVKERDUGFRPXVRGHHVWDWtVWLFDGHVFULWLYDSDUDYLVXDOL]DURVGDGRVYHU)LJXUD





,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 



)LJXUD'DVKERDUGFRPVpULHWHPSRUDOHPpGLDVGHWHPSHUDWXUDHXPLGDGH
)RQWH(ODERUDGRSHORDXWRU

$ DQiOLVH GD )LJXUD D FLPD IRL UHDOL]DGD FRP D FROHWD FRQWtQXD GRV GDGRV GH WHPSHUDWXUD H
XPLGDGH HQWUH RV GLDV  GH -XQKR GH  H  GH -XQKR GH  $R ODGR GR JUiILFR GH
VHĚLH WHPSRUDO WHPRV D PpGLDV GH WHPSHUDWXUDHXPLGDGHQRVGLDVHGHVVHPrV
1R ODGR GD H[WUHPD GLUHLWD WHPRV R GDGR GD ~OWLPD FROHWD RX VHMD R ~OWLPR YDORU GH
WHPSHUDWXUD UHJLVWUDGR SHOR VHQVRU p YiOLGR UHVVDOWDU TXH HVVHV GDGRV VmR DWXDOL]DGRV HP
WHPSRUHDODFDGDLQVHUomRGRVORJV

&RQFOXV}HV
2V GDGRV GHILQLGRV QD SULPHLUD HWDSD GR SURMHWR IRUDP RV SURYLGRV GH VHQVRUHV HVFROKHPRV
RV PHVPRV GHYLGR D LPSRUWkQFLD GRV WHVWHV UHDOL]DGRV SHORV SHVTXLVDGRUHV GR ,$(HDURWLQD
GLQkPLFD GH QRYRVVHQVRUHVVHQGRLQFRUSRUDGRHPVXDVSHVTXLVDV'HVWDIRUPDFRQVHJXLPRV
SRU PHLR GR (ODVWLFVHDUFK .LEDQD H /RJVWDVK FROHWDU DUPD]HQDU H ([LELU HVVDVLQIRUPDo}HV
GH PRGR VLPSOHV H OHJtYHO $OpP GLVVR FRP RV GDGRV FROHWDGRV SRGHUtDPRV LU DOpP H XVDU
PRGHORV SUREDELOtVWLFRV PDLV VRILVWLFDGRV VREUH GDGRV FRQWtQXRV FRPR %HUQRXOOL 3RLVRQ
%LQRPLDO H WDPEpP ,QWHOLJrQFLD $UWLILFLDO GH PRGR D H[WUDLU LQIRUPDo}HV PDLV UHOHYDQWHV H
DSXUDGDVTXHDX[LOLDUmRQDPHOKRULDGRVSURMHWRVGHSHVTXLVDVGHVVDLQVWLWXLomR





,QVWLWXWRGH$HURQiXWLFDH(VSDoR
3URJUDPD,QVWLWXFLRQDOGH%ROVDVGH,QLFLDomR&LHQWtILFD 


5HIHUrQFLDV
>@ 67(9(1 -81,25 6(5*,2 /8,= ,QWHUQHW GDV FRLVDV IXQGDPHQWRV H DSOLFDo}HV HP
DUGXLQRH1RGH0&86mR3DXOReULFD
>@ 6,021 021. 3URJUDPDQGR R 5DVSEHUU\3L3ULPHLURV3DVVRVFRP3\WKRQƒ(G6mR
3DXOR1RYDWHF(GLWRUD
>@ /285(1d2$/(;$1'5((ODVWLFVHDUFK&RQVXPLQGRGDGRVUHDOWLPHFRP(/.6mR
3DXOR&DVDGRFyGLJR
>@ 83721 (%(1 +$/)$&5((( *$5(7+ 5DVSEHUU\ 3L 0DQXDO GR 8VXiULR 6mR
3DXOR1RYDWHF(GLWRUD
>@ .8526( -$0(6 ) .(,7+ : 5266 5HGHV GH FRPSXWDGRUHV H D LQWHUQHWXPD
DERUGDJHPWRSGRZQƒHG6mR3DXOR3HDUVRQ(GXFDWLRQGR%UDVLO
>@ 6+8./$ 35$1$9 .80$5 0 1 6+$5$7+ /HDUQLJ (ODVWLF 6WDFN  $
EHJJLQHU¶V JXLGH WR GLVWULEXWHG VHDUFK DQDO\WLFV DQG YLVXDOL]DWLRQ XVLQJ (ODVWLFVHDUFK
/RJVWDVKDQG.LEDQD%LUPLQJKDP3DFNW3XEOLVKLQJ/WG
>@65,9$67$9$$0DVWHULQJ.LEDQD[9LVXDOL]H\RXU(ODVWLF6WDFNGDWDZLWK
KLVWRJUDPVPDSVFKDUWVDQGJUDSKV%LUPLQJKDP3DFNW3XEOLVKLQJ/WG
>@ '2: &2/,1 ,QWHUQHW RI 7KLQJV 3URJUDPPLQJ 3URMHFWV %XLOG PRGHUQ ,R7 VROXWLRQV
ZLWKWKH5DVSEHUU\3LDQG3\WKRQ
>@ (ODVWLF 6WDFN &RPSOLDQFH KWWSVZZZHODVWLFFRSWIHGHUDOFRPSOLDQFH DFHVVR
HP
>@5DVSEHUU\3LKWWSVZZZUHVHDUFKJDWHQHWILJXUH5DVSEHUU\3,PRGHO%BILJB
±DFHVVRHP
>@<281* +8*+ ' 52*(5 $ )5(('0$1 )tVLFD ,, 6HDUV H
=HPDQVN\WHUPRGLQkPLFDHRQGDVHG6kR3DXOR3HDUVRQ(GXFDWLRQ
>@'DWDVKHHWVHQVRU+&65KWWSVZZZHOHFWURVFKHPDWLFVFRPZSFRQWHQWXSORDGV
+&65GDWDVKHHWYHUVLRQSGIDFHVVRHP
>@2SHQ:KHDWHU0DSKWWSVRSHQZHDWKHUPDSRUJDFHVVR



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