Noções Básicas de Topografia
Noções Básicas de Topografia
Noções Básicas de Topografia
PROPÓSITO
Compreender os conceitos teóricos relacionados ao mapeamento envolvendo as disciplinas de
Topografia, Cartografia, GNSS e Fotogrametria é essencial para estudantes de Engenharia e
Arquitetura.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos papel, caneta e calculadora científica.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 4
MÓDULO 1
Descrever noções básicas de Topografia
HISTÓRIA DA TOPOGRAFIA
A Topografia acompanha a humanidade desde os seus primórdios, sendo impossível
determinar quando ela foi empregada pela primeira vez. No entanto, terminou a Era Nômade e
o homem passou a fixar moradia, a Topografia foi utilizada em sua forma mais simples para
determinação dos limites das propriedades.
O significado de Topografia vem (do grego):
GRAFO = DESCRIÇÃO
Dessa forma, a Topografia pode ser definida como a técnica utilizada para a descrição
minuciosa de uma localidade.
CÁLCULO DE ÁREAS E VOLUMES.
REPRESENTAÇÃO EM PLANTAS, CARTAS E MAPAS.
VOCÊ SABIA
Da Era Romana até a Idade Moderna poucos foram os avanços na Topografia, mas nos últimos
séculos surgiram lunetas, teodolitos, medidores eletrônicos de distâncias, computadores,
receptores de posicionamento global por satélites e muitos outros dispositivos.
A montanha mais alta do mundo recebeu o nome de um topógrafo, o coronel George Everest,
que ficou famoso pelo seu trabalho de medição do cume da montanha.
Nas últimas décadas, houve avanço significativo na tecnologia utilizada na Topografia para a
medição e coleta de informações. Até recentemente, os topógrafos faziam as medições com
fitas de aço ou teodolitos analógicos. Além disso, os mapas eram apresentados na forma de
papel com desenho manual em tinta nanquim. Atualmente, utilizam-se equipamentos
eletrônicos para medir distâncias e ângulos.
SAIBA MAIS
A Topografia tem por finalidade determinar o contorno, a dimensão e posição relativa de uma
porção limitada da superfície terrestre, sem levar em conta a curvatura resultante da
esfericidade terrestre.
TOPOMETRIA
Estuda os processos clássicos de medição de distâncias, ângulos e desníveis, cujo objetivo é a
determinação de posições relativas de pontos. Pode ser dividida em planimetria e altimetria
ou planialtimetria.
TOPOLOGIA
Tem por objetivo o estudo das formas exteriores do terreno e das leis que regem o seu
modelado, por exemplo, a geração de curvas de nível e modelos digitais de terreno.
No século XVIII, Gauss caracterizou a figura da Terra como um Geoide, o qual é definido como
“superfície equipotencial do campo de gravidade terrestre que mais se aproxima do nível
médio dos mares não perturbados (supõe que não existam correntezas, ventos ou
variações na densidade das águas)”.
Johann Carl Friedrich Gauss foi matemático, astrônomo e físico. Nascido na Alemanha, é
muito famoso devido à sua Lei de Gauss para determinação de campos elétricos.
ATENÇÃO
Por isso, a Geodésia adota o elipsoide de revolução como modelo matemático para
representação da Terra, levando em consideração o leve achatamento terrestre nos polos. O
elipsoide de revolução é gerado pela rotação de uma semielipse (geratriz) em torno de um dos
seus eixos (eixo de revolução). Atualmente, dezenas de elipsoides são adotados no mundo.
Um elipsoide de revolução fica definido por dois parâmetros, o semieixo maior (a) e o semieixo
menor (b), ou ainda pela relação deles com o achatamento (f) do elipsoide.
A-B
F= ⇒ B = A - AF
A
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Ângulo formado entre a Normal passante pelo ponto e sua projeção equatorial. Definido por
convenção, varia de 0° a 90°, positiva para o hemisfério Norte e negativa para o hemisfério Sul.
Coordenadas geodésicas.
Para aplicações da Geodésia e Topografia tem-se o uso das altitudes ortométrica e geométrica.
SAIBA MAIS
A NBR 13.133 da ABNT (Execução de Levantamento Topográfico) admite um plano com até
aproximadamente 80km. Contudo, na prática, tem-se adotado a dimensão de 20 a 30km como
limite para plano topográfico.
A NBR 13.133 define o Sistema Topográfico Local (STL) como a superfície de projeção, sendo
um plano normal à vertical do lugar no ponto da superfície terrestre considerado como origem
do levantamento, sendo seu referencial altimétrico referido ao datum vertical brasileiro.
c) O plano de projeção tem a sua dimensão máxima limitada a 80km, a partir da origem, de
maneira que o erro relativo, decorrente da desconsideração da curvatura terrestre, não
ultrapasse 1:35000 nessa dimensão e 1:15000 nas imediações da extremidade dessa
dimensão.
O Sistema Topográfico Local pode ser caracterizado da seguinte forma (ver figura acima):
EIXO Z
Materializado pela vertical do lugar (linha materializada pelo fio de prumo). Verifica-se que a
altitude utilizada na Topografia é a ortométrica.
EIXO Y
EIXO X
GRANDEZAS OBSERVÁVEIS DA
TOPOGRAFIA
Em levantamentos topográficos, as grandezas observáveis (variáveis que podem ser
observadas) são ângulos horizontais e verticais, distâncias, desníveis etc. As observações
coletadas permitem realizar o transporte de coordenadas topográficas a partir da trigonometria.
O ângulo horizontal, considerando os pontos P1, P2 e P3, é definido como o ângulo diedro
formado por dois planos verticais que contêm, respectivamente, as direções em questão, como
exemplificado na figura a seguir:
Outras quantidades que podem ser medidas são: ângulo vertical ou zenital e a inclinação
(diferença de nível) entre os pontos, como exemplificado a seguir:
Ângulo zenital (Z)
Ângulo formado entre a direção do zênite e o alinhamento desejado. O objetivo desse ângulo é
reduzir a distância inclinada ao horizonte ou determinar o desnível entre dois pontos.
O desnível (ΔH) entre dois pontos é apresentado na figura a seguir, em que as altitudes dos
pontos A e B são representadas por Ha e Hb e contadas a partir da superfície de referência
definida como o nível médio do mar. O desnível entre A e B é definido como a diferença entre
as altitudes de A e B.
UNIDADES DE MEDIDAS
Metro ‒ a unidade de medida linear mais conhecida no nosso meio é o metro, cuja origem
remonta a 1791, quando a Academia de Ciências de Paris o definiu como unidade padrão de
comprimento. O metro é uma unidade básica para a representação de medidas de
comprimento no Sistema Internacional (SI).
A dimensão do metro era representada por 1/10.000.000 de um arco de meridiano da Terra.
Em 1983, a Conferência Geral de Pesos e Medidas estabeleceu a definição atual do metro
como a distância percorrida pela luz no vácuo durante o intervalo de tempo de 1/299.792.458
segundos. Alguns múltiplos do metro são apresentados na tabela a seguir:
Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Pé = 30,48cm = 0,3048m
cm² (10-4) e m²
Km² (106)
are = 100m²
acre = 4.046,86m²
hectare(ha) = 10.000m²
MEDIDA ANGULAR
O radiano é muito utilizado para os cálculos topográficos, sendo definido como o ângulo central
que subentende um arco de comprimento igual ao raio da circunferência. É uma unidade
suplementar do SI para ângulos planos.
Representação de radiano.
A unidade sexagesimal é definida como: 1 grau = 1/360 da circunferência.
Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
ATENÇÃO
O CONFEA foi instituído com os CREAs pelo Decreto nº 23.569, de 11 de dezembro de 1933,
promulgado pelo Presidente Getúlio Vargas. Em dezembro de 2010, a Lei n° 12.378 criou o
Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), separando a profissão de arquiteto do CONFEA.
Em termos de normatização, o órgão responsável pela normalização técnica no Brasil é a
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Outras normatizações podem ser
encontradas, como as normas técnicas para levantamentos geodésicos do IBGE, as normas
para levantamentos da Diretoria de Serviço Geográfico (DSG) do Exército ou as normas para
georreferenciamento de imóveis rurais do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária).
Em geral, cada país tem suas normas específicas para levantamentos topográficos,
geodésicos e para fins de cadastro de imóveis, entre outros.
Pode-se citar a ANSI (American National Standards Institute ‒ EUA) e DIN (Deutsches
Institut für Normung ‒ Alemanha). Existem também associações internacionais, como a
ISO (International Organization for Standardization), fundada em 1946.
EXEMPLO
b) Apoio topográfico.
c) Levantamento de detalhes.
d) Cálculo e ajustes.
e) Desenho topográfico.
f) Relatório técnico.
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
2) Programa-base elaborado pelo projetista.
3) Elaboração de custo prévio.
4) Anteprojeto ou projeto-base.
5) Projeto executivo.
E=DD
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Em que:
d – é o tamanho no desenho
D – é o tamanho no terreno
Além da escala numérica como apresentada acima, há também a escala gráfica, cujo exemplo
é apresentado na figura a seguir:
MAPA
Documento cartográfico de caráter mais genérico, geralmente representando uma ampla
porção da superfície terrestre em pequena escala.
MAPA TEMÁTICO
Aborda temas específicos, elaborado com informações geográficas e um determinado tema a
ser representado, como a distribuição espacial de um fenômeno.
CARTA
Documento cartográfico com maior nível de detalhes e caráter científico, com maior precisão
nas informações representadas.
PLANTA
Documento representado em grande escala, utilizado para representar pequenas porções da
superfície terrestre, em que não se considera a esfericidade da Terra, sendo o mais utilizado na
Topografia.
CARTA TOPOGRÁFICA
Contém informações básicas do terreno e serve de base para elaboração de mapas e cartas
específicas.
A representação topográfica deve ser feita em folhas com formato padrão seguindo as Normas
ABNT (NBR) para desenho técnico, geralmente, nos formatos A0, A1, A2, A3, A4 etc. As
dimensões do terreno ficam representadas no plano, a partir do seu contorno e perímetro,
devidamente projetado a partir dos ângulos, distâncias e todas as medidas observadas em
campo.
É muito comum a representação de diversas feições e objetos em um mapa com símbolos que
sejam facilmente entendidos pelo leitor. Muitos símbolos são padronizados e utilizados para
representar os diversos elementos no terreno. Os símbolos podem ser classificados a partir de
suas formas em:
PONTUAL
Utilizado para representar, por exemplo, pontos de ônibus, uma cidade no mapa-múndi etc.;
possuem a vantagem de representar a localização exata dos pontos indicados.
LINEAR
Utilizados para representar objetos e elementos de larga extensão, por exemplo, rodovias e
ferrovias.
ZONAL
Utilizados para representar áreas inteiras, como a extensão de um campo agrícola, lagos,
espaço urbano etc.
A representação do relevo pode ser feita a partir das curvas de nível, ou seja, representação de
Modelo Digital de Terreno (MDT). No caso da necessidade de um nível maior de detalhes, um
mapa de curvas de nível em escala maior pode ser desenvolvido, como exemplificado a seguir:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Revisão de localidade.
B) Posicionamento local.
C) Descrição de posicionamento.
D) Descrição do lugar.
E) Limites e alturas.
GABARITO
MÓDULO 2
INTRODUÇÃO E DEFINIÇÃO DA
CARTOGRAFIA
Cartografia é definida como “a ciência e arte de expressar por meio de mapas e cartas o
conhecimento humano da superfície terrestre”. Segundo a Associação Cartográfica
Internacional (ICA - International Cartographic Association - 1995), Cartografia é a disciplina
que trata da concepção, produção e estudo de mapas.
Assim como reconhecida pela ONU (Organização das Nações Unidas), a Cartografia é a
primeira ferramenta a ser usada no desenvolvimento da sociedade antes que outras
ferramentas possam ser colocadas em prática. A Cartografia está fortemente relacionada com
a Astronomia e a Geodésia e tem suas origens ligadas ao desenvolvimento humano quando o
homem manifesta a necessidade de conhecer o mundo que habita.
Durante muitos séculos, os únicos meios disponíveis para o estudo da geometria da Terra
foram as observações astronômicas de Sol, Lua, estrelas e planetas. Na época dos gregos, a
Geodésia era uma ciência que desafiava os intelectuais. A forma da Terra era expressa por
figuras diversificadas elaboradas por muitos filósofos e pensadores da época antiga.
VOCÊ SABIA
Atribui-se a Tales de Mileto (625 a.C. – 547 a.C. – fundador da trigonometria) as primeiras
ideias sobre a forma da Terra. Para ele, a Terra tinha a forma de um disco e flutuava em um
oceano infinito. A sua concepção do cosmos pouco se afastava da que predominava entre os
gregos na época, ou seja, que a Grécia era o centro do mundo.
Anaximandro de Mileto (611 a.C. – 545 a.C.) foi um filósofo grego e, para ele, a Terra era
cilíndrica, com eixo orientado na direção Leste-Oeste. Anaximandro introduz o conceito de
esfera celeste, culminando com o surgimento da Astronomia.
Eratóstenes (276 a.C. - 194 a.C.), também conhecido como Eratóstenes de Cirene, foi um
geógrafo e matemático grego que tinha noção de obliquidade do eixo de rotação da Terra. Ele
mediu a circunferência da Terra baseando-se no fato de que, no solstício de verão, ao meio-
dia, o Sol iluminava o fundo de um poço na cidade de Siena e, no mesmo instante, o Sol
projetava uma sombra em Alexandria, como representado na figura a seguir:
A sombra projetada fazia um ângulo de 7° 12’ (1/50 de 360°) com a vertical. Para os cálculos,
assume-se que a distância entre as cidades é de 5.000 estadias (787,5km; 10 estadias = 1
milha), e que Alexandria e Siena estão na mesma linha Norte-Sul. Com base nos elementos
apresentados na figura acima e nas relações matemáticas simples, pode-se calcular o raio da
Terra:
2ΠR - 360°(2Π)
S-Α
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
R=SΑ
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Logo, obtém-se o raio R = 6.266,726 km e circunferência C = 39,375 km, o que está próximo
dos valores encontrados atualmente, em que o raio terrestre adotado é de 6.371km. O começo
científico da Cartografia e Geodésia está relacionado com as principais explorações marítimas
do final do século XV. Em resumo, tem-se:
Cristóvão Colombo (1451 - 1506), cartógrafo e navegador, foi o primeiro europeu a chegar às
Américas em outubro de 1492.
Vasco da Gama (1460 – 1524, navegador português) descobriu a rota marítima para as Índias.
Américo Vespúcio (1451 – 1512, comerciante e navegador italiano): primeiros mapas da Costa
Oeste do Pacífico da América do Norte (o continente recebeu seu nome).
Surge, então, uma nova profissão que se ocupa de fazer mapas, ou seja, o engenheiro
cartógrafo. Dentro desse contexto, Mercator (1512 – 1594, matemático e cartógrafo
flamengo/holandês) é considerado o pai da Cartografia.
A Cartografia e a Geodésia na Era Moderna têm início no período da revolução tecnológica que
ocorre na metade do século XX. Estão relacionadas com a evolução dos computadores
eletrônicos e com os desenvolvimentos após as grandes guerras (Primeira e Segunda Guerra
Mundial). Alguns acontecimentos importantes no período:
I.
II.
III.
IV.
V.
VI.
MAPA
É a representação da Terra nos seus aspectos geográficos naturais ou artificiais que se destina
a fins culturais ou ilustrativos. Não tem caráter científico especializado e, geralmente, é
construído em escala pequena, cobrindo um território mais ou menos extenso.
CARTA
É a representação dos aspectos naturais ou artificiais da Terra, destinada a fins práticos da
atividade humana, permitindo a avaliação precisa de distâncias, direções e a localização
geográfica de pontos e detalhes. Portanto, é uma representação similar ao mapa, mas com
caráter especializado, construído com uma finalidade específica e, geralmente, em grandes
escalas.
Topografia
Geodésia
Fotogrametria
Sensoriamento Remoto
Plano
Esfera
Elipsoide
Geoide
Dessa forma, verifica-se a forte ligação e dependência da Cartografia com outras disciplinas.
Todos os dados coletados na superfície física da Terra passam por um processo de
ajustamento e controle de qualidade, e posteriormente são reduzidos a um modelo da Terra.
Por isso, é muito importante estudarmos as definições do Sistema Geodésico de Referência.
Em que:
Na maioria das vezes, utiliza-se a latitude ao invés da colatitude. A relação básica entre
coordenadas cartesianas e esféricas é dada por:
x=rsenθcosλy=rsenθsenλz=rcosθ
A distância do ponto à origem pode ser calculada pela distância euclidiana no espaço:
R=X2+Y2+Z2
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Θ=ARCCOSZR=ARCCOSZX2+Y2+Z2
Λ=ARCSENYRSENΘ
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Sobre uma esfera unitária (raio = 1), o comprimento de um arco de grande círculo é igual ao
ângulo subentendido no centro.
sen asen α=sen bsen β=sen csen γ
cos(c)=cos(a)cos(b)+sen(a) sen(b)cos(γ)
Sombra circular da Terra nos eclipses da Lua.
Tendência das partículas a se dirigirem para um ponto central do universo, quando competem
entre si, adquirindo a forma esférica.
No século XVIII, Gauss caracterizou a Terra como um Geoide, sendo sua superfície levemente
irregular devido à não homogeneidade de distribuição de massas. Por essa razão, não seria
possível criar um modelo matemático para a representação de coordenadas.
Imagem: Shutterstock.com
A materialização do geoide ocorre por meio dos marégrafos e medidas na superfície com
gravímetros. Dessa forma, o modelo geométrico adotado que mais se aproxima da forma real
da Terra é o elipsoide de revolução.
N = h – H
⇒H=h-N
Hoje em dia, a determinação do geoide se beneficia do uso do GNSS. Considerando que seja
estimada a altitude geométrica (h) sobre um vértice com altitude ortométrica (H) conhecida (via
nivelamento geométrico), obtém-se a ondulação geoidal a partir da equação acima.
ATENÇÃO
O referencial horizontal clássico do SGB é definido sob a condição de paralelismo entre seu
sistema de coordenadas cartesianas e o do CTRS (Conventional Terrestrial Reference
System).
A figura geométrica da Terra é definida pelo elipsoide South American 1969 (SAD69), cujo
semieixo menor do elipsoide é paralelo ao eixo de rotação da Terra e o plano do meridiano de
origem é paralelo ao plano do meridiano de Greenwich, como definido pelo BIH (Bureau
International de l´Heure).
O referencial altimétrico é materializado pela superfície equipotencial que coincide com o nível
médio do mar, o qual foi definido pelas observações maregráficas tomadas na baía de
Imbituba, no litoral de Santa Catarina, no período de 1949 a 1975. Em 1939, ocorreram os
primeiros levantamentos geodésicos no Brasil pelo então Conselho Nacional de Geografia
(CNG) com o objetivo de determinar coordenadas astronômicas em cidades e vilas para a
atualização da Carta do Brasil ao Milionésimo de 1922.
VOCÊ SABIA
Em 1944, foi implantada a primeira base geodésica nas proximidades de Goiânia, a partir daí
iniciava-se o estabelecimento do Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) em sua componente
planimétrica, que envolvia a estimativa de latitudes e longitudes a partir dos métodos clássicos
da Geodésia.
I.
Córrego Alegre na década de 1950, o qual tinha como Ponto Fundamental (PF) ou ponto
datum, o vértice Córrego Alegre, e o elipsoide de referência era o Internacional de Hayford de
1924.
II.
Astro Datum Chuá, o qual foi estabelecido pelo IBGE em caráter provisório, como um ensaio
para a implantação do SAD69.
III.
O sistema geodésico SAD69, oficialmente adotado no Brasil em 1979, possui o elipsoide de
Referência Internacional de 1967 (GRS67).
IV.
Em 1996 foi concluído pelo IBGE o reajustamento da rede geodésica brasileira, utilizando-se
das novas técnicas de posicionamento por satélites GPS, culminando no SAD69/96.
INTRODUÇÃO AO SIRGAS
Em fevereiro de 2005, ficou estabelecido, pelo IBGE, que o SIRGAS 2000 seria a
caracterização do Sistema Geodésico Brasileiro, como novo sistema de referência para o SGB
e para o SCN (Sistema Cartográfico Nacional). Assim, SIRGAS 2000 pode ser utilizado em
concomitância com o sistema SAD69, ou com o sistema Córrego Alegre.
Então, a partir de fevereiro de 2015 passou a valer oficialmente no Brasil o SIRGAS2000 como
sistema de referência a ser adotado em trabalhos geodésicos e cartográficos. Segundo a
resolução do IBGE, o SIRGAS2000 possui as seguintes características:
Achatamento f = 1/298,257222101.
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Em levantamentos geodésicos voltados para aplicações científicas e/ou trabalhos que
requeiram altas precisões, deve-se utilizar o campo de velocidades disponibilizado para a
América do Sul com o objetivo de atualizar as coordenadas de referência do SIRGAS2000. As
velocidades das estações refletem os deslocamentos das placas tectônicas e permitem
compreender eventuais mudanças de coordenadas.
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
As representações cartográficas são efetuadas, na sua maioria, sobre uma superfície plana, e
o problema básico consiste em relacionar pontos da superfície terrestre ao plano de
representação, o que compreende as seguintes etapas:
1)
2)
3)
SUPERFÍCIE DE PROJEÇÃO
A superfície de projeção pode ser derivada de um plano, cone ou cilindro. A mais simples é o
plano, que tangencia a superfície de referência em apenas um ponto de contato, sendo este o
centro da área de distorção mínima.
Figuras de projeção.
O contato da superfície de projeção com a superfície terrestre pode ser tangente como
apresentado na figura acima, ou do tipo secante, quando a figura de projeção intersecciona a
superfície terrestre em dois pontos distintos.
PROPRIEDADES DA PROJEÇÃO
É impossível desenvolver uma superfície esférica ou elipsoidica sobre um plano sem
deformações. Na prática, utilizam-se projeções tais que permitam diminuir ou eliminar parte das
deformações conforme a aplicação desejada. Dessa forma, a projeção cartográfica pode ter
uma das seguintes propriedades:
EQUIDISTANTES
Não apresentam deformações lineares para algumas linhas em especial, isto é, os
comprimentos são representados em escala uniforme.
CONFORMES
Representam sem deformação todos os ângulos em torno de quaisquer pontos, e decorrentes
dessa propriedade, não deformam pequenas regiões.
EQUIVALENTES
Têm a propriedade de não alterarem as áreas, conservando, assim, uma relação constante
com as suas correspondentes na superfície da Terra. Seja qual for a porção representada num
mapa, elas conservam a mesma relação com a área de todo o mapa.
AFILÁTICAS
Não possuem nenhuma das propriedades dos outros tipos, isto é, equivalência, conformidade e
equidistância, ou seja, são projeções em que as áreas, os ângulos e os comprimentos não são
conservados.
PROJEÇÃO UTM
Cilíndrica.
Conforme (mantém a forma).
Secante (intersecciona em dois pontos distintos).
Só o Meridiano Central e o Equador são linhas retas.
O fator de escala no meridiano central do sistema UTM é k = 0,9996 (menor do que 1 indica
contração) e nos fusos secantes o valor de k= 1 (distorção mínima). O sistema UTM é usado
entre as latitudes 84° N e 80° S e a cada fuso um sistema cartesiano métrico de referência é
associado, atribuindo à origem do sistema (interseção da linha do Equador com o meridiano
central) as coordenadas 500.000m, para contagem de coordenadas ao longo do Equador, e
10.000.000m ou 0 (zero) m, para contagem de coordenadas ao longo do meridiano central,
para os hemisférios Sul e Norte respectivamente, o que elimina a possibilidade de ocorrência
de valores negativos de coordenadas.
O território brasileiro é coberto por oito fusos, como exemplificado na figura a seguir:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Plano e esférico
B) Geoide e elipsoide
C) Círculo e plano
D) Retângulo e redondo
E) Esfera e círculo
2. A PROJEÇÃO EQUIVALENTE PRESERVA A SEGUINTE
CARACTERÍSTICA:
A) Distância
B) Forma
C) Área
D) Comprimento
GABARITO
O geoide é a figura que representa a forma física da Terra e a sua representação geométrica é
dada pelo elipsoide de revolução.
MÓDULO 3
Além dos sistemas globais de navegação, atualmente alguns países desenvolvem os seus
sistemas regionais (RNSS – Regional Navigation Satellite System) que fornecem serviços de
posicionamento com cobertura para determinadas regiões.
EXEMPLO
Podemos citar o Japão, que desenvolveu o QZSS (Quasi-Zenith Satellite System) e a Índia,
com o IRNSS/NavIC (Indian Regional Navigation Satellite System) ou NAVIC (Navigation with
Indian Constellation).
PDrs=cτrs+cdtr-dts+εPDrs
A outra medida que pode ser realizada pelo receptor GPS é a de fase de batimento da onda
portadora (ϕrs), ou simplesmente fase. Enquanto a observação de PD apresenta incerteza de
ordem métrica, a observação de fase é até 1000 vezes mais precisa, alcançando a ordem de
mm. As fontes de erros ou efeitos podem estar relacionadas com os satélites e receptores, com
a propagação do sinal na atmosfera ou com efeitos geodinâmicos na estação terrestre. A
tabela a seguir apresenta as principais fontes e tipos de erros no GPS:
Sincronização de relógios
Satélites e receptores
Erro de centro de fase das antenas
Ionosfera
Troposfera
Propagação do sinal
Efeito de reflexão do sinal por multicaminho
Efeito de relatividade
Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
CARACTERÍSTICAS DO GPS
O GPS se tornou operacional em 1985 com uma constelação nominal de 24 satélites
distribuídos em seis planos orbitais. A configuração dos planos orbitais foi adotada de tal forma
que um usuário possa observar no mínimo quatro satélites em qualquer localidade da
superfície terrestre ou em suas proximidades.
VOCÊ SABIA
Cada satélite GPS orbita a Terra a uma altura de aproximadamente 20.000km, o que é
considerado o caso de órbita média da Terra, cuja sigla em inglês é MEO (Medium Earth Orbit).
O período orbital de cada satélite é de aproximadamente 12 horas siderais, ou seja, o tempo
que o satélite gasta para dar uma volta completa em torno da Terra.
Os primeiros satélites GPS lançados foram os do Bloco I, sendo que o último satélite desse
bloco foi desativado no final de 1995. O bloco mais recente é o III e, à medida que novos
satélites são lançados, tem-se embarcado novas tecnologias e melhoramentos.
Imagem: Shutterstock.com
Legenda: Satélite GPS do bloco III.
Os receptores que medem o código e a fase da portadora são mais caros, mas de maior
precisão. Destaca-se nesse contexto os receptores que captam sinais em uma única
frequência ou os receptores multifrequência. Em determinados tipos de levantamento, pode-se
utilizar o receptor de simples frequência. Nesse caso, o usuário deve atentar para as correções
atmosféricas; em especial, a ionosfera. Os erros da ionosfera podem ser eliminados com a
utilização de receptores de, no mínimo, duas frequências.
Técnicas de levantamento pelo método relativo ou PPP (Posicionamento Por Ponto Preciso).
Observações de fase com solução da ambiguidade (parâmetro desconhecido no início da
coleta de dados).
Rigoroso controle estatístico dos dados.
MÉTODO ABSOLUTO
O usuário GNSS faz uso de somente um receptor que se comunica diretamente com os
satélites. Nesse caso, a posição que obtemos a partir do GNSS fica diretamente vinculada à
origem geocêntrica, uma vez que a posição dos satélites em sua órbita também está vinculada
a essa origem.
MÉTODO RELATIVO
Nesse caso, precisamos de dois ou mais receptores GNSS se comunicando com os satélites, e
as observações coletadas simultaneamente dos satélites podem ser combinadas para obter
posicionamento com melhor acurácia. Considerando uma estação com coordenadas
conhecidas, obtém-se o vetor de linha de base que permite calcular as coordenadas da outra
estação.
As redes geodésicas equipadas com receptores GNSS auxiliam muito nessa tarefa, uma vez
que podemos fazer o levantamento com nosso receptor e utilizar os dados de receptores
pertencentes à rede. No Brasil, tem-se disponível a RBMC (Rede Brasileira de Monitoramento
Contínuo dos Sistemas GNSS) de responsabilidade do IBGE. Os dados GNSS são coletados
continuamente, 24 horas por dia, e estão disponíveis de forma gratuita aos usuários.
Imagem: IBGE.
No caso de método absoluto, destaca-se o PPP (Posicionamento por Ponto Preciso), que usa
a fase da onda portadora como observável principal, bem como as efemérides precisas, as
correções para os relógios dos satélites e o adequado modelamento dos erros envolvidos nas
observações do GNSS. O IBGE disponibiliza atualmente um serviço online para
processamento de dados GNSS que é capaz de processar os dados (arquivos no formato
RINEX) coletados em campo pelo usuário.
Imagem: IBGE.
Exemplo de uma linha de base com as componentes cartesianas (∆X, ∆Y, ∆Z) estimadas.
Para o caso de levantamento em tempo real, pode-se aplicar o método RTK (Real Time
Kinematic) ou RTK em rede e, mais recentemente, o método PPP em tempo real
(RTPPP (Real-Time Precise Point Positioning) ), ou a integração desses dois métodos,
denominada de PPP-RTK. O mais comum nos dias atuais é o uso do RTK na sua forma
clássica, que utiliza os receptores base e móvel e correções enviadas via link de rádio,
proporcionando posicionamento com acurácia de poucos centímetros.
GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS
RURAIS
O georreferenciamento de imóveis rurais consiste em determinar os vértices de propriedades
rurais para o cadastramento e certificação perante o INCRA (Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária). Para tanto, foi criada a Lei nº 10.267, no ano de 2001, que trata, dentre
outros assuntos, do georreferenciamento de imóveis rurais.
Foi criado o Cadastro Nacional de Imóveis – CNIR, que tem uma base comum de informações
gerenciadas pelo INCRA e pela Secretaria da Receita Federal (SRF). Essa base comum é
compartilhada pelas diversas instituições públicas federais e estaduais produtoras e usuárias
de informações sobre o meio rural brasileiro.
A identificação do imóvel rural é feita a partir de memorial descritivo assinado por profissional
habilitado e com a devida Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), contendo as
coordenadas definidoras dos limites dos imóveis rurais georreferenciadas ao SGB, atualmente
o SIRGAS2000, que é compatível com o WGS84 do GPS.
ΣP=ΣΦ2+ΣΛ2
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Em que:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Pseudodistância e ambiguidade
C) Fase e dtr
D) Pseudodistância e dts
E) Pseudodistância e [X,Y e Z]
A) STL
B) ITRS
C) ITRF
D) CTRS.
E) SGB
GABARITO
As equações básicas do GPS são conhecidas como pseudodistância (PD) e fase da onda
portadora, e permitem a determinação da posição de uma estação.
MÓDULO 4
DEFINIÇÃO E HISTÓRICO DA
FOTOGRAMETRIA
O termo Fotogrametria tem origem nas palavras gregas:
FOTOS
Significa luz
GRAMMA
Significa algo desenhado ou escrito
METRON
Significa "medir"
Dessa forma, Fotogrametria, de acordo com sua etimologia, significa "medir graficamente
usando luz". A definição de Fotogrametria, segundo a ASP (American Society of
Photogrammetry) foi dada até a década de 1960 como: "Ciência e arte de obter medidas
confiáveis por meio de fotografias".
Com o advento de novos tipos de sensores, uma definição mais abrangente de Fotogrametria
foi proposta também pela ASP em 1979, como sendo: "A arte, ciência e tecnologia de obtenção
de informação confiável sobre objetos físicos e o meio ambiente através de processos de
gravação, medição e interpretação de imagens fotográficas e padrões de energia
eletromagnética radiante e outras fontes". A Fotogrametria pode ser classificada como
pertencente à área de sensoriamento remoto.
Ela inclui duas áreas distintas: Fotogrametria (métrica), em um sentido mais restrito,
referindo-se aos métodos de obtenção de dados quantitativos, como coordenadas, áreas etc.,
a partir dos quais são elaborados os mapas e cartas topográficas; e fotointerpretação, que
consiste em obter dados qualitativos a partir da análise das fotografias e de imagens de
satélite.
ATENÇÃO
VOCÊ SABIA
Atualmente, a Fotogrametria é realizada em sua forma digital (fotogrametria digital), com a
captura direta de imagens digitais e o uso de computadores potentes para aplicações gráficas.
A Fotogrametria pode ser realizada com o auxílio de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT),
LIDAR (Light Detecting and Raging) e GPS. O VANT foi desenvolvido a partir dos anos 1980
para fins militares, mas houve um surpreendente interesse para uso civil, incluindo
mapeamento fotogramétrico de pequenas áreas.
MAPEAMENTO FOTOGRAMÉTRICO
Em geral, a Fotogrametria é utilizada para mapeamento, seja ele sistemático ou com algum
objetivo específico, como as obras de Engenharia ou mapeamento de cidades visando auxílio
ao plano diretor. No levantamento fotogramétrico aéreo para mapeamento, as linhas de voos
são planejadas de tal maneira que as faixas vizinhas tenham uma região comum de
superposição lateral, geralmente, de 25% a 30% da cobertura da foto. Além disso, cada
fotografia na linha de voo cobre uma área que se superpõe às fotos anteriores (superposição
longitudinal) em aproximadamente 60%.
1) Permitir a cobertura do terreno de dois pontos de vista distintos, o que permite a produção
de estéreo pares para a observação e medição estereoscópica.
Diversas etapas são desenvolvidas no projeto fotogramétrico, como pode ser visto na figura a
seguir.
Escala do original a ser produzido: restituição, ortofoto etc.
Intervalo entre as curvas de nível.
Uma vez que a área a ser mapeada tenha sido definida, e levando em conta o objetivo do
projeto, os seguintes elementos devem ser considerados:
I.
II.
Plano de voo: escala das fotos, altura de voo, sobreposição, altitude de voo, número de linhas
de voo, número de fotos, distância da área a ser mapeada do aeroporto etc.
III.
IV.
Alguns elementos do projeto podem ser modificados em função da demanda, como a produção
de ortofotos, levantamento de seções transversais, conversão de formato de dados etc. Uma
das etapas importantes do processo de mapeamento por Fotogrametria é a fototriangulação.
Para realizar a orientação das fotos, são necessários quatro pontos de controle para cada
modelo, geralmente, coletados em campo por levantamento GNSS. A obtenção desses pontos
pode representar até 60% dos custos dos levantamentos em campo.
Por essa razão, recorre-se ao processo de obtenção dos pontos de apoio a partir da
fototriangulação. Trata-se do método de estabelecimento de controle horizontal e vertical
suplementar, através da relação geométrica de fotografias adjacentes que constituem o
esteromodelo. Algumas definições relacionadas à representação cartográfica por imagens são
dadas a seguir:
MOSAICO
Conjunto de fotos de uma determinada área, recortadas e montadas técnica e artisticamente,
de forma a dar a impressão de que todo o conjunto é uma única fotografia.
FOTOCARTA
Mosaico controlado, sobre o qual é realizado um tratamento cartográfico (planimétrico).
ORTOFOTOCARTA
É uma ortofotografia ‒ fotografia resultante da transformação de uma foto original, que é uma
perspectiva central do terreno, em uma projeção ortogonal sobre um plano ‒ complementada
por símbolos, linhas e georreferenciada, com ou sem legenda, podendo conter informações
planimétricas.
ORTOFOTOMAPA
Conjunto de várias ortofotocartas adjacentes de uma determinada região.
FOTOÍNDICE
Montagem por superposição das fotografias, geralmente em escala reduzida. É a primeira
imagem cartográfica da região. O fotoíndice é insumo necessário para controle de qualidade de
aerolevantamentos utilizados na produção de cartas através do método fotogramétrico.
Normalmente, a escala do fotoíndice é reduzida de 3 a 4 vezes em relação à escala de voo.
CARTA IMAGEM
Imagem referenciada a partir de pontos identificáveis e com coordenadas conhecidas,
superposta por reticulado da projeção, podendo conter simbologia e toponímia.
a e b – representa a fotografia;
o - Ponto principal da fotografia;
ABAB=FH-H
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Logo:
EH=FH-H
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Em que:
f é a distância focal e
H é altitude de voo
Como exemplo, considere o caso (a) da figura acima com o terreno plano onde a estação da
câmara está a uma altitude (H) de 1500 m em relação ao datum. A altitude do terreno (h) é de
300 m e a distância focal (f) da câmara é de 210 mm. Calcule a escala da foto.
Solução:
Temos que:
EH=FH-H
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Logo:
E300=0,2101500-300=15714
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Considere o caso (b) da figura acima onde a altitude (H) da estação da câmara é de 1500 em
relação ao datum; a altitude do ponto A (hA) é de 90 m e a altitude do ponto B (hB) é de 190m;
a altitude média do terreno é de 120m e a distância focal é de 152mm. Calcule as escalas nos
pontos A e B e a escala média.
Solução:
E90=0,1521500-90=19276
E190=0,1521500-190=18618
EMÉDIA=0,1521500-120=19078
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Dessa forma, verifica-se que a escala da foto é dependente da distância focal da câmara e da
altitude de voo, modificada pela altitude do terreno.
FOTOGRAMETRIA DIGITAL
ATENÇÃO
Podemos citar a extração automática de feições da imagem, tais como telhados de casas,
eixos de rodovias ou pontos de apoio marcados nas imagens.
Uma das técnicas em estudo atualmente é Scale Invariant Feature Transform (SIFT),
desenvolvida por Lowe (1999, 2004), que tem sido muito utilizada pelos softwares de
Fotogrametria devido à sua capacidade de identificar pontos de interesse e determinar as
correspondências em imagens com diferentes escalas e rotações, além de possibilitar um
grande volume de pontos.
O operador SIFT extrai automaticamente pontos-chave que descrevem uma imagem com base
em informações de gradientes locais (magnitude e orientação), e comumente a técnica SIFT é
aplicada em imagens com textura. Os descritores resultantes são pontos que dificilmente
seriam selecionados por operadores humanos, uma vez que métodos visuais tendem a usar
pontos baseados em cantos, extremidades de linhas ou centroides de formas regulares, por
serem identificados mais facilmente nas imagens.
Há, basicamente, dois tipos de imagem digital: vetorial e matricial. A imagem vetorial é
caracterizada pela delimitação de objetos pelos pontos que os determinam. A imagem digital é
uma matriz composta por células quadradas, chamadas pixels (picture elements). Em cada
pixel, há somente uma coloração sólida, definida por um número digital.
I.
Monitor(es) de vídeo.
II.
III.
IV.
V.
VI.
VII.
VIII.
A Fotogrametria por Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) é muito utilizada na Engenharia Civil
e em diversos setores da sociedade, como na mineração, meio ambiente, agricultura de
precisão etc. Outras expressões podem ser utilizadas para designar VANT: drone, Remote
Piloted Vehicle (RPV) e Unmanned Aerial Vehicle (UAV).
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) define VANT como: “Aeronave projetada para
operar sem piloto a bordo que não seja utilizada para fins meramente recreativos. Nessa
definição, incluem-se todos os aviões, helicópteros e dirigíveis controláveis nos três eixos,
excluindo-se, portanto, os balões tradicionais e os aeromodelos.”
VOCÊ SABIA
A ANAC editou, em maio de 2017, um regulamento especial com regras gerais para o uso civil
de aeronaves não tripuladas no Brasil, mais conhecidas como drones. As regras da ANAC são
complementares às de outros órgãos, que também devem ser observadas antes de qualquer
operação.
Classe PMD
Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
A utilização de VANT na Fotogrametria contribuiu para tornar essa atividade mais barata, visto
que a Fotogrametria clássica requer a utilização de equipamentos mais complexos e de difícil
manuseio. Hoje em dia, os drones na Fotogrametria são descartados apenas em áreas
legalmente restritas, como aeroportos.
O VANT pertencente à classe 3, com PMD superior a 250g, e classes superiores necessitam
ter cadastro homologado na ANAC, no Sistema de Aeronaves Não Tripuladas (SISANT), bem
como ter seu número de identificação exibido na aeronave em local que possa ser facilmente
acessado.
Segundo a ANAC, são obrigatórias a licença e a habilitação para operação de VANT de todas
as classes que pretendam alçar voos superiores a 400 pés. Pilotos remotos de VANT das
classes 1 e 2 devem possuir o Certificado Médico Aeronáutico (CMA). O VANT pode
transportar câmeras digitais, câmera de infravermelho termal, sensores hiperespectrais ou
ainda sensores de radar de abertura sintética (SAR).
ORTORRETIFICAÇÃO DA IMAGEM
Geração da ortofoto.
O modelo matemático que permite a correção das deformações da imagem original depende
da geometria da aquisição da imagem, e tem que ser suportado por um modelo numérico do
relevo. As curvas de nível resultantes são, geralmente, impressas nas ortofotografias,
resultando na ortofotocarta.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
GABARITO
Os três modelos empregados para a ortorretificação são denominados de: transformação afim,
projetiva e retificação diferencial.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Aprendemos no módulo 1 os conceitos de Topografia, envolvendo histórico, limitações,
grandezas observadas, normatizações e organizações profissionais, unidades de medidas e
representação gráfica.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ANDRADE, J. B. Fotogrametria. Curitiba: SBEE, 1998.
CASACA, J. M. et al. Topografia geral. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005. 208 p.
COELHO, L.; BRITO, J. N. Fotogrametria digital. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2007. 196 p. il.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste conteúdo, pesquise:
Leia:
CONTEUDISTA
Haroldo Antônio Marques
CURRÍCULO LATTES