Matemática Financeira

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Nosso material sobre Matemática Financeira é dividido em cinco partes. Clique sobre a
parte desejada para acessar os conteúdos.

   

1ª PARTE

Conceitos básicos: capital, juros simples e juros compostos, quando


usamos juros simples e compostos, e taxa de juros;

2ª PARTE

Juros simples, fórmula para calcular juros simples, fórmula para calcular
o montante e exercícios resolvidos de juros simples e montante.

3ª PARTE

Juros compostos, capitalização, fórmula para calcular juros compostos,


com exemplo resolvido.

4ª PARTE

Relação entre juros e progressões. Tipos de taxas: taxas equivalentes,


taxas nominais, taxas efetivas, taxa real. Alguns exemplos resolvidos.

5ª PARTE

Fluxo de caixa, gráfico do fluxo de caixa, como calcular o valor presente


e o valor futuro.
MATEMÁTICA FINANCEIRA
 

Conceitos básicos

    A Matemática Financeira é uma ferramenta útil na análise de algumas alternativas de


investimentos ou financiamentos de bens de consumo. Consiste em empregar procedimentos
matemáticos para simplificar a operação financeira a um Fluxo de Caixa.

    Capital
O Capital é o valor aplicado através de alguma operação financeira. Também
conhecido como: Principal, Valor Atual, Valor Presente ou Valor Aplicado. Em inglês
usa-se Present Value (indicado pela tecla PV nas calculadoras financeiras).
Juros
Juros representam a remuneração do Capital empregado em alguma atividade
produtiva. Os juros podem ser capitalizados segundo dois regimes: simples ou
compostos.
   
   
JUROS SIMPLES: o juro de cada intervalo de tempo sempre é calculado sobre
o capital inicial emprestado ou aplicado.

JUROS COMPOSTOS: o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir


do saldo no início de correspondente intervalo. Ou seja: o juro de cada
intervalo de tempo é incorporado ao capital inicial e passa a render juros
também.

   
    O juro é a remuneração pelo empréstimo do dinheiro. Ele existe porque a maioria das
pessoas prefere o consumo imediato, e está disposta a pagar um preço por isto. Por outro lado,
quem for capaz de esperar até possuir a quantia suficiente para adquirir seu desejo, e neste
ínterim estiver disposta a emprestar esta quantia a alguém, menos paciente, deve ser
recompensado por esta abstinência na proporção do tempo e risco, que a operação envolver.
O tempo, o risco e a quantidade de dinheiro disponível no mercado para empréstimos definem
qual deverá ser a remuneração, mais conhecida como taxa de juros.

    Quando usamos juros simples e juros compostos?

    A maioria das operações envolvendo dinheiro utiliza juros compostos. Estão incluídas:
compras a médio e longo prazo, compras com cartão de crédito, empréstimos bancários, as
aplicações financeiras usuais como Caderneta de Poupança e aplicações em fundos de renda
fixa, etc. Raramente encontramos uso para o regime de juros simples: é o caso das operações
de curtíssimo prazo, e do processo de desconto simples de duplicatas.

 
    Taxa de juros

    A taxa de juros indica qual remuneração será paga ao dinheiro emprestado, para um
determinado período. Ela vem normalmente expressa da forma percentual, em seguida da
especificação do período de tempo a que se refere:

8 % a.a. - (a.a. significa ao ano).


10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre).
    Outra forma de apresentação da taxa de juros é a unitária, que é igual a taxa percentual
dividida por 100, sem o símbolo %:
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês).
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre)

JUROS SIMPLES
 

    O regime de juros será simples quando o percentual de juros incidir apenas sobre o valor
principal. Sobre os juros gerados a cada período não incidirão novos juros. Valor Principal ou
simplesmente principal é o valor inicial emprestado ou aplicado, antes de somarmos os juros.
Transformando em fórmula temos:

J=P×i×n
 

Onde:

J = juros
P = principal (capital)
i = taxa de juros
n = número de períodos

   

    Exemplo: Temos uma dívida de R$ 1000,00 que deve ser paga com juros de 8% a.m. pelo
regime de juros simples e devemos pagá-la em 2 meses. Os juros que pagarei serão:

J = 1000 x 0.08 x 2 = 160

    Ao somarmos os juros ao valor principal temos o montante.

   Montante = Principal + Juros

   Montante = Principal + ( Principal x Taxa de juros x Número de períodos )


 

M=P.(1+(i×n))
 

    Exemplo: Calcule o montante resultante da aplicação de R$70.000,00 à taxa de 10,5% a.a.
durante 145 dias.

    SOLUÇÃO:

    M = P × ( 1 + (i×n) )

    M = 70000 [1 + (10,5/100).(145/360)] = R$72.960,42

    Observe que expressamos a taxa i e o período n, na mesma unidade de tempo, ou seja,
anos. Daí ter dividido 145 dias por 360, para obter o valor equivalente em anos, já que um ano
comercial possui 360 dias.

   Exercícios sobre juros simples:

   1) Calcular os juros simples de R$ 1200,00 a 13 % a.t. por 4 meses e 15 dias.

    0.13 / 6 = 0.02167

    logo, 4m15d = 0.02167 x 9 = 0.195

    j = 1200 x 0.195 = 234

    2 - Calcular os juros simples produzidos por R$40.000,00, aplicados à taxa de 36% a.a.,
durante 125 dias.

    Temos: J = P.i.n

    A taxa de 36% a.a. equivale a 0,36/360 dias = 0,001 a.d.

    Agora, como a taxa e o período estão referidos à mesma unidade de tempo, ou seja, dias,
poderemos calcular diretamente:

    J = 40000×0,001×125 = R$5000,00

    3 - Qual o capital que aplicado a juros simples de 1,2% a.m. rende R$3.500,00 de juros
em 75 dias?

    Temos imediatamente: J = P×i×n ou seja: 3500 = P.(1,2/100).(75/30)


    Observe que expressamos a taxa i e o período n em relação à mesma unidade de tempo, ou
seja, meses. Logo,

    3500 = P× 0,012 × 2,5 = P × 0,030; Daí, vem:

    P = 3500 / 0,030 = R$116.666,67

   4 - Se a taxa de uma aplicação é de 150% ao ano, quantos meses serão necessários


para dobrar um capital aplicado através de capitalização simples?

   Objetivo: M = 2×P

    Dados: i = 150/100 = 1,5

    Fórmula: M = P (1 + i×n)

    Desenvolvimento:
2×P = P (1 + 1,5 n)
2 = 1 + 1,5 n
n = 2/3 ano = 8 meses

JUROS COMPOSTOS
    O regime de juros compostos é o mais comum no sistema financeiro e portanto, o mais útil
para cálculos de problemas do dia-a-dia. Os juros gerados a cada período são incorporados ao
principal para o cálculo dos juros do período seguinte.

    Chamamos de capitalização o momento em que os juros são incorporados ao principal.

Após três meses de capitalização, temos:

    1º mês: M =P.(1 + i)

    2º mês: o principal é igual ao montante do mês anterior: M = P x (1 + i) x (1 + i)

    3º mês: o principal é igual ao montante do mês anterior: M = P x (1 + i) x (1 + i) x (1 + i)

    Simplificando, obtemos a fórmula:

  

M = P × (1 +  i)n
 

    Importante: a taxa i tem que ser expressa na mesma medida de tempo de n, ou seja, taxa de
juros ao mês para n meses.

    Para calcularmos apenas os juros basta diminuir o principal do montante ao final do período:
  

J=M-P
 

    Exemplo:

   Calcule o montante de um capital de R$6.000,00, aplicado a juros compostos, durante 1 ano,


à taxa de 3,5% ao mês.

  (use log 1,035=0,0149 e log 1,509=0,1788)

   Resolução:

   P = R$6.000,00

    t = 1 ano = 12 meses

    i = 3,5 % a.m. = 0,035

    M = ?

  

   Usando a fórmula M=P.(1+i)n, obtemos:

   M  =  6000.(1+0,035)12  =  6000. (1,035)12

    Fazendo  x = 1,03512 e aplicando logaritmos, encontramos:

   log x = log 1,03512    =>   log x = 12 log 1,035    =>   log x = 0,1788    =>   x = 1,509

   Então  M = 6000.1,509 = 9054.

    Portanto o montante é R$9.054,00

  
Relação entre juros e progressões

    No regime de juros simples:


    M( n ) = P + n r P

    No regime de juros compostos:


    M( n ) = P . ( 1 + r ) n

    Portanto:

 Num regime de capitalização a juros simples o saldo cresce em progressão


aritmética
 Num regime de capitalização a juros compostos o saldo cresce em progressão
geométrica

TAXAS EQUIVALENTES
    Duas taxas i1 e i2 são equivalentes, se aplicadas ao mesmo Capital P durante o mesmo
período de tempo, através de diferentes períodos de capitalização, produzem o mesmo
montante final.

 Seja o capital P aplicado por um ano a uma taxa anual ia .


 O montante M ao final do período de 1 ano será igual a M = P(1 + i a )
 Consideremos agora, o mesmo capital P aplicado por 12 meses a uma taxa mensal i m .
 O montante M’ ao final do período de 12 meses será igual a M’ = P(1 + i m)12 .

    Pela definição de taxas equivalentes vista acima, deveremos ter M = M’.

    Portanto, P(1 + ia) = P(1 + im)12

    Daí concluímos que 1 + ia = (1 + im)12

    Com esta fórmula podemos calcular a taxa anual equivalente a uma taxa mensal conhecida.

    Exemplos:

    1 - Qual a taxa anual equivalente a 8% ao semestre?

    Em um ano temos dois semestres, então teremos: 1 + ia = (1 + is)2

    1 + ia = 1,082 

    ia = 0,1664 = 16,64% a.a.

   

    2 - Qual a taxa anual equivalente a 0,5% ao mês?

    1 + ia = (1 + im)12

    1 + ia = (1,005)12 
    ia = 0,0617 = 6,17% a.a.

TAXAS NOMINAIS
    A taxa nominal é quando o período de formação e incorporação dos juros ao Capital não
coincide com aquele a que a taxa está referida. Alguns exemplos:
- 340% ao semestre com capitalização mensal.

- 1150% ao ano com capitalização mensal.


- 300% ao ano com capitalização trimestral.

    Exemplo:

     Uma taxa de 15 % a.a., capitalização mensal, terá 16.08 % a.a. como taxa efetiva:

    15/12 = 1,25                    1,012512 = 1,1608

TAXAS EFETIVAS
    A taxa Efetiva é quando o período de formação e incorporação dos juros ao Capital coincide
com aquele a que a taxa está referida. Alguns exemplos:

- 140% ao mês com capitalização mensal.

- 250% ao semestre com capitalização semestral.

- 1250% ao ano com capitalização anual.

    Taxa Real: é a taxa efetiva corrigida pela taxa inflacionária do período da operação.

FLUXO DE CAIXA
    O fluxo de caixa serve para demonstrar graficamente as transações financeiras em um
período de tempo. O tempo é representado na horizontal dividido pelo número de períodos
relevantes para análise. As entradas ou recebimentos são representados por setas verticais
apontadas para cima e as saídas ou pagamentos são representados por setas verticais
apontadas para baixo. Observe o gráfico abaixo:

 
 

    Chamamos de VP o valor presente, que significa o valor que eu tenho na data 0; VF é o
valor futuro, que será igual ao valor que terei no final do fluxo, após juros, entradas e saídas. 

VALOR PRESENTE e VALOR FUTURO


    Na fórmula M = P× (1 + i)n, o principal P é também conhecido como Valor Presente (PV =
present value) e o montante M é também conhecido como Valor Futuro (FV = future value). 

    Então essa fórmula pode ser escrita como 

    FV = PV (1 + i) n 

    Isolando PV na fórmula temos:

    PV = FV / (1+i)n

    Na HP-12C, o valor presente é representado pela tecla PV.

    Com esta mesma fórmula podemos calcular o valor futuro a partir do valor presente.

    Exemplo:

    Quanto teremos daqui a 12 meses se aplicarmos R$1.500,00 a 2% ao mês?


    Solução:

         FV = 1500 × (1 + 0,02)12 = R$ 1.902,36

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